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emprego

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Prog rama de

C A D E R N O D O TR A B A L H A D O R

Vo l u m e

3

CONTEÚDOS GERAISQUALIFICAÇÃO

PROFISSIONAL

S!"#!$%#&% '! D!(!)*+,*&-!)$+ E"+).-&"+, C&/)"&% ! T!")+,+0&%

Governo do Estado de São Paulo

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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ÍNDICE

Caderno do trabalhador – Volume 3

Comunicar é preciso 9Fazendo contas 55ABC da informática 101

'%'+( &)$!#)%"&+)%&( '! "%$%,+0%12+ )% 345,&"%12+ ("&3) (5&5,&+$!"6#&% (&,*&% -%#74!( "#5 8/9:99)

P964

Programa de quali;cação pro;ssional / Conteúdos geraisSão Paulo : Fundação Padre Anchieta, 2010. (Caderno do trabalhador, v. 3)

(vários autores, il.)Programa de quali;cação pro;ssional da Secretaria do

Emprego e Relação do Trabalho-SERT

ISBN 978-85-61143-41-1

1. Trabalho – treinamento. 2. Trabalho – comunicação 3. Informática – noções básicas I. Título. II. Série.

Edição revista: 2010(1-ª edição: 2008)

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo AlckminGovernador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Paulo Alexandre BarbosaSecretário

Antonio Carlos Santa Izabel Chefe de Gabinete

Juan Carlos Dans SanchezCoordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Pro!ssionalizante

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FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA

Presidente João Sayad

Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi

Fernando Vieira de Mello

Diretoria de Projetos EducacionaisDiretor

Fernando José de AlmeidaGerentes

Monica Gardelli FrancoJúlio Moreno

Coordenação técnica Maria Helena Soares de Souza

Equipe EditorialGerência editorial

Carlos SeabraSecretaria editorial

Solange Mayumi LemosApoio administrativo

Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito

Edição de texto Fernanda Spinelli, Marcelo Alencar

Leitura crítica Adriano Botelho, José Bruno Vicentino,

Evanisa Arone, Hugo Fortes, Luciane Genciano, Marco Antonio Queiroz Silva

Preparação Luciana Soares, Tamara Castro

Revisão Beatriz Chaves, Fernanda Bottallo, Vera Ayres

Identidade visual João Baptista da Costa Aguiar

Arte e diagramação Carla Castilho

Pesquisa iconográ!ca Elisa Rojas,

Renato Luiz FerreiraIlustrações

Beto Uechi, Felipe Cohen, Gil Tokio, Kellen Carvalho, Leandro Robles, Lúcia Brandão

Colaboradores Eliana Kestenbaum, Gustavo Lico Suzuki, Marcia Menin, Maria Carolina de Araújo,

Paulo Roberto de Moraes Sarmento

Coordenação do ProjetoCETTPro/SDECT

Juan Carlos Dans SanchezFundação Padre Anchieta Monica Gardelli Franco

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

José Lucas Cordeiro

Apoio Técnico à CoordenaçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Fernando Moraes Fonseca Jr., Laís Schalch, Maria Helena de Castro Lima, Selma Venco

Apoio à ProduçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Ana Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio,

Emily Hozokawa Dias, Isabel da Costa Manso Nabuco de Araújo, José Lucas Cordeiro,

Karina Satomi, Laís Schalch, Maria Helena de Castro Lima,

Selma VencoCETTPro/SDECT

Cibele Rodrigues Silva, João Batista de Arruda Mota Jr.

Textos de referênciaAirton Marinho da Silva, Alan Pereira de Oliveira,

Ana Paula Alves de Lavos, Antonio Carlos Olivieri, Bianca Briguglio,

Clélia La Laina, Cleusa Helena Pisani, Elaine Oliveira Teixeira,

Fernanda Maria Macahiba Massagardi, Hugo Capucci Jr., Jaquelina Maria Imprizi, Joana Scheidecker Rebelo dos Santos,

Laís Schalch, Leonor Gonçalves Simões, Maria de Souza Oliveira Tavares,

Maria Helena de Castro Lima, Renata Violante, Ricardo Mendes Antas Junior,

Roberto Cattani, Selma Venco, Silvia Andrade da Silva Telles,

Sonia Regina Martins, Walkiria Rigolon

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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Caro(a) trabalhador(a),

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do

Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação

seu próprio negócio.

atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico,

e excelentes cidadãos para a sociedade.

Boa sorte e um ótimo curso!

Paulo Alexandre Barbosa

Ciência e Tecnologia

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Caro(a) trabalhador(a),

das pessoas.

uma empresa, seja como autônomo, seja cuidando do próprio negócio.

conteúdos gerais

raciocinar de forma lógica, entre outros saberes.

conteúdos

específicos

de acordo com as características de cada região ou cidade.

Este caderno traz os temas Comunicar é preciso, Fazendo contas e ABC da

.

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Em Comunicar é preciso

falar, escrever, ler, ouvir e se comunicar mesmo sem o uso de palavras.

No tema Fazendo contas

Finalmente, ao falarmos em , pretendemos que você entre

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Comunicar é preciso

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Caro(a) trabalhador(a),

O tema deste módulo é comunicação. Veremos as várias formas de nos comunicarmos no trabalho e na vida pessoal, assim como compreender um texto, redigir um bilhete ou uma carta etc.Nós nos comunicamos todos os dias, não é mesmo? E fazemos isso de modo tão na-tural que, muitas vezes, nem nos perguntamos se estamos utilizando a melhor forma de comunicação ou, ainda, se podemos falar ou escrever de determinada maneira em qualquer situação. Você já pensou nisso? Tenha pensado ou não, é importante saber como melhorar a escrita e a forma de falar. Este módulo de comunicação é muito útil para todos e muito importante para quem procura trabalho ou emprego.

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Unidade 1 A linguagem falada e a linguagem escrita

Nesta unidade vamos tratar das diferenças entre a linguagem que se fala e a linguagem que se escreve. Quando queremos nos comunicar, precisamos pensar na situação em que estamos: o que vamos dizer? Para quem? Como? Sabendo isso, podemos, então, escolher a melhor maneira de nos expressarmos. Por exemplo: você escreveria uma carta para sua(seu) namorada(o) da mesma forma como escreveria para seu chefe? Embora as duas cartas possam ter estrutura parecida – ou seja, indicação de local e data, saudação, assunto, despedida e assinatura –, a linguagem utilizada em cada uma delas tem de ser adequada à situação. Já pensou falar com seu chefe do mesmo jeito como fala com seu amor? Isso também pode acontecer quando precisamos decidir se vamos falar ou escrever. É o que veremos a seguir.

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Vamos pensar: o que nos distingue dos outros animais? Uma das diferenças é que, por sermos racionais (temos a capacidade de pensar, racio-cinar), podemos escolher e planejar a melhor forma de nos comunicarmos com os outros. Os animais irracionais, não.

É a linguagem

não verbal, como o código dos sinais de trânsito, das obras de arte

e que aparece em alguns programas de TV.

Viu como nos comunicamos o tempo todo? Por gestos, movimentos, olhares, caretas, desenhos, pela fala, pela escrita… Para cada situação há uma linguagem que facilita a comunicação entre as pessoas. É por meio da linguagem que expressamos pensamentos, saberes, ideias, dúvidas, situações vividas, emoções etc.Sempre que queremos nos comunicar devemos pensar e selecionar a linguagem mais adequada para que os outros entendam o que pretendemos dizer. Imagine a seguinte situação: você está dirigindo e vê um carro andando com a porta aberta. O que você faz? Buzina para chamar a atenção do motorista e gesticula com a mão para mostrar a ele que a porta está aberta, certo? Para agradecer, o motorista faz outro gesto, levantando a mão, por exemplo.

Atividade 1 – Para diferenciar a linguagem que se fala da linguagem que se escreveFaça de conta que um colega lhe pediu para entregar o bilhete abaixo à sua chefe, avisando que terá de faltar ao trabalho para ir ao médico.

Amanham num vou trabaiá porque vou tê de vortá nu dotor

Joao por cauza da dor nas costas. Depois levo

atestado. Heleno

Dona ludis,

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1 Forme um grupo com mais dois colegas. Vocês vão discutir as questões a seguir. a) Heleno fez bem ao avisar que faltaria ao trabalho? b) A forma de avisar – por meio de um bilhete – foi a mais adequada? E a maneira

como a mensagem está escrita? c) Ele poderia ter avisado de outro modo? Qual?

Quando temos algo a dizer, devemos pensar em qual é a melhor forma de nos co-municar, se por escrito, por telefone ou pessoalmente. Sendo possível, parece mais adequado um funcionário avisar o chefe pessoalmente de que vai precisar faltar ao trabalho. Isso mostra responsabilidade e permite que o chefe se organize, evitando prejudicar o serviço.

2 Agora, sozinho, pense: você escreveria o bilhete de outra forma? Como? Escreva-o de seu jeito, em seu caderno.

Ao decidirmos escrever em vez de conversar, conforme fez Heleno, temos de ;car atentos à escrita correta das palavras. Hoje há cada vez mais textos para ler e também precisamos escrever muito mais. Uma mensagem escrita corretamente ajuda o leitor a compreender com mais facilidade o que queremos dizer, além de demonstrar nossos conhecimentos sobre a linguagem escrita. Quando escrevemos, é muito importante, ainda, que a nossa letra seja legível a ;m de que outras pessoas consigam entendê-la. Isso também facilita a leitura.

Em sua opinião, sua letra é legível?

HELENO

Heleno

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Atividade 2 – Uma forma de comunicação para cada situação

Em uma conversa com amigos ou familiares, ;camos à vontade para, por exemplo, usar gírias. Quando precisamos falar com alguém que conhecemos pouco ou fazer uma apresentação a um grupo de pessoas no trabalho, na escola, numa associação do bairro, devemos ;car atentos à nossa forma de falar. 1 Pense na seguinte situação: quando você está em casa e o telefone toca, como cos-

tuma atendê-lo? Escreva abaixo.

2 Agora, imagine que você trabalha num escritório de engenharia chamado Enge-peq. Escreva qual você acha que seria o jeito mais adequado de atender ao telefone.

Leia suas respostas em voz alta para os colegas, comparando-as com as deles. Esse exercício mostra que a forma como atendemos ao telefone também pode variar de acordo com a situação em que nos encontramos. Geralmente, no local de trabalho, devemos falar ao telefone de maneira mais formal e cortês do que quando estamos em casa. O ideal é usar expressões como:

por favor; ou ; (quando é um homem que fala) ou (quando é uma

mulher que fala); .

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Comparando a linguagem que falamos com a que escrevemos, imagine que alguém ligou para seu trabalho querendo falar com o gerente. Você avisa que ele não está no momento e pergunta à pessoa se ela quer deixar algum recado. Ela responde:— Ah, quero, sim. Aqui é o Mário. Diga para o Anselmo que a reunião de hoje à tarde foi remarcada para amanhã, às 8 horas. Peça para ele me ligar dizendo se poderá ir ou não. Converse com seu professor sobre a melhor maneira possível de você escrever esse recado. 3 Responda no caderno: que informações não poderiam faltar no recado? 4 Registre, também no caderno, como você deixaria o recado para o gerente Ansel-

mo. No trabalho precisamos, muitas vezes, escrever recados de ligações telefônicas ou mesmo de um departamento para outro. É importante organizarmos bem os recados escritos. Lembre-se: use letra legível – para que as outras pessoas não te-nham di;culdade de ler; seja claro nas informações que você quer passar (isto é, na organização da mensagem); anote a data, o horário da ligação, quem ligou e qual foi o recado. Se você não for entregá-lo pessoalmente, anote seu nome para o destinatário saber quem o escreveu.

Usamos o bilhete quando queremos registrar mensagens curtas e para assuntos que não sejam sigilosos (isto é, aqueles que todos podem conhecer). O bilhete deve trazer o assunto principal de maneira clara e direta. Se o tema for con;dencial ou mais longo, é melhor esperarmos a pessoa para falar diretamente com ela ou deixarmos a mensagem em um envelope fechado.

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Lembre-se: no ambiente de trabalho, alguns bilhetes ou cartas costumam conter mensagens importantes, como comunicados, informações com valores e números, soli-citação de materiais, pedidos etc.Vimos que para escrever um bilhete é necessário clareza, precisão, objetividade e, acima de tudo, transmitir a infor-mação corretamente, sem deixar nenhuma dúvida. Ou-tros textos, porém, dependendo de sua ;nalidade, podem ser construídos de formas diferentes. É o caso das

. Nesses textos, os versos costumam ser carregados de emo-ção: uma poesia sobre um amor não correspondido pode ser delicada, triste ou rancorosa. É importante conhecer o que é e como se escreve poesia porque, podemos dizer, ela é um tipo de escrita viva, re-digida sem utilidade prática, além de emocionar o leitor. Em geral, os poemas são escritos em versos (linhas do poe-ma), que formam estrofes (blocos de versos) e, geralmen-te, apresentam rima.

Atividade 3 – Diferentes estilos de poesias 1 Leia o trecho do poema Aos poetas clássicos, de Patativa do

Assaré (nome artístico de Antônio Gonçalves da Silva).

Sou um caboco rocêro, Sem letra e sem istrução; O meu verso tem o chêro Da poêra do sertão; Vivo nesta solidade Bem distante da cidade Onde a ciença guverna. Tudo meu é naturá, Não sou capaz de gostá Da poesia moderna.

Do que trata o poema? Discuta a respeito com três colegas e anote no caderno o que vocês concluíram.

Você conhece cordel? A literatura de cordel é uma forma de expressão popular do interior do Nordeste, principalmen-te Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. São aqueles ver-sos declamados em fei-ras públicas e impressos em pequenos folhetos de papel-jornal, com ca-pa ilustrada, que ficam expostos em varais de corda, daí o nome de lite-ratura de cordel.

Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assa-ré, nasceu em 5 de mar-ço de 1909, na Serra de Santana, no município de Assaré, sul do Ceará. Ele frequentou a escola por apenas seis meses, mas recebeu premiações de várias universidades por seu talento para fazer versos. Morreu em julho de 2002.

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O poeta usou uma linguagem popular regional, ou seja, ele escreveu da forma como falava. Pesquise na internet ou na biblioteca outros textos de Patativa do Assaré, assim você poderá conhecer mais o trabalho desse poeta.

2 Leia agora um outro tipo de poesia, escrita por Casimi-ro de Abreu, e escreva no seu caderno uma poesia que fale da sua infância.

Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que "ores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

No caso das poesias, escrever como se fala

Mas alguns textos exigem a linguagem escrita formal, como veremos a seguir.

O texto em destaque na página ao lado trata de leis. As leis não podem conter gírias, expressões regionais nem palavras que estão na moda. São sempre redigidas de maneira formal, obedecendo às regras de ortografia e gramática da língua.

Ortografia é a escrita correta das palavras, como você vai ver na Unidade 3.

Gramática é o conjunto de regras sobre o uso adequado de uma língua.

O poeta Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João, atual distri-to de Casimiro de Abreu (RJ), em 1839. Filho de um rico comerciante por-tuguês, em 1843 seguiu com o pai para Lisboa, em Portugal, onde per-maneceu até 1857. Em 1859, publicou seu livro de poemas As primave-ras. Morreu em 1860, aos 21 anos, na mesma fazen-da em que nasceu.

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Quem escreve leis precisa antecipar as dúvidas que possam aparecer, explicando tudo em detalhes. Esses textos usam uma linguagem que não estamos acostumados a ouvir ou a ler. Além disso, é comum que eles citem leis anteriores, o que ajuda a complicar um pouquinho mais o entendimento. Uma lei é organizada em artigos, parágrafos, incisos e alíneas, e é essa forma de escrever que a diferencia de outros textos. Quando precisamos entender um texto legal, podemos procurar a ajuda de um advogado ou de um sindicato, por exemplo. As leis são muito importantes, pois tratam de nossos direitos como cidadãos.

Atividade 4 – Entendendo a escrita da leiAgora, com a ajuda de seu professor, leia atentamente o texto abaixo.

DECRETO No 3.361 DE 10 DE FEVEREIRO DE 2000.

Regulamenta dispositivos da Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dis-põe sobre a pro!ssão de empregado doméstico, para facultar o acesso do empregado doméstico ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e ao Programa do Seguro-Desemprego.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, com as alterações introduzidas pela Medida Provisória no 1.986-2, de 10 de fevereiro de 2000,

DECRETA:

Art. 1o – O empregado doméstico poderá ser incluído no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, de que trata a Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, mediante requeri-mento do empregador, a partir da competência março do ano 2000.

Art. 2o – A inclusão do empregado doméstico no FGTS é irretratável com relação ao res-pectivo vínculo contratual e sujeita o empregador às obrigações e penalidades previstas na Lei no 8.036, de 1990.

Art. 3o – O benefício do seguro-desemprego de que trata a Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, será concedido ao trabalhador, vinculado ao FGTS, que tiver trabalhado como doméstico por um período mínimo de quinze meses nos últimos vinte e quatro meses, con-tados da data de sua dispensa sem justa causa.

1 O que você achou da leitura que acabou de fazer? Foi fácil ou difícil? Discuta com seus colegas de classe e escreva sua opinião no caderno.

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2 Releia o artigo 1o, localize as informações principais e compare-o com o texto se-guinte, reescrito com outras palavras.

Artigo 1o – Os empregados domésticos terão direito ao FGTS a partir de 20 de março de 2000. Basta que seu empregador preencha o requerimento.

3 Agora é sua vez! Leia os artigos 2o e 3o, encontre as principais informações e, no caderno, reescreva-os com suas palavras.

O conhecimento da ordem alfabética é muito importante para encontrarmos mais rapidamente uma palavra no dicionário, o nome de uma rua num guia, o nome de uma pessoa na lista de aprovados de um concurso, para organizarmos uma agenda telefônica, entre outras possibilidades. Que tal exercitar esse conhecimento?

Atividade 5 – Organizando uma lista 1 Localize e sublinhe na relação a seguir as palavras: sapato, endereço, mesa.

2 Agora, localize e sublinhe as mesmas palavras na relação abaixo.

Viu como é mais fácil localizar palavras quando elas estão em ordem alfabética? Vamos aprofundar um pouco esse conhecimento.

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3 Escreva no caderno, em ordem alfabética, seu nome completo e os nomes de qua-tro colegas de classe.

4 Imagine que você precisa fazer um cartaz com os nomes do quadro abaixo. Colo-que-os em ordem alfabética.

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O dicionário é um grande aliado para quem pretende se comunicar bem, seja falando, seja escrevendo. Muitas pessoas dizem, popularmente, que o dicionário é “o pai dos burros”. Mas pense bem: consultamos um dicio-nário quando pretendemos escrever adequadamente e compreender melhor o signi;cado das palavras; isso é coisa de pessoas inteligentes, que querem aprender sempre mais, concorda? No dicionário encontramos os vários sentidos que um mesmo vocábulo pode ter. Ele está organizado em or-dem alfabética a ;m de facilitar a localização das pala-vras que procuramos.

Atividade 6 – Usando o dicionário…Procure no dicionário o que querem dizer as palavras listadas abaixo. Elas foram reti-radas do texto da atividade 4, na ordem e na forma em que aparecem. Anote somente o signi;cado relacionado com o texto.

Facultar:

Confere:

Irretratável:

Penalidade:

Benefício:

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Cuidado!

e, portanto, precisamos buscar o sentido da palavra no texto do qual

Essa frase bem simples pode ser uma orientação para uma costureira ou fazer parte de uma receita de sobremesa.

Atividade 7 – As gírias 1 Você tem o hábito de usar gírias? Escreva nas linhas abaixo as que você conhece ou

costuma usar.

2 Discuta com o professor e os colegas de classe como e quando você costuma falar gírias. Quando estamos em situações mais formais – no ambiente pro;ssional, na apresen-tação de um trabalho escolar, falando com nossos superiores (chefe, professor, auto-ridades etc.) –, não é apropriado usarmos gírias; devemos falar de forma que todos compreendam o que estamos querendo dizer. A seguir, veja por quê.

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O que é gíria na gramática? “É uma linguagem típica de um grupo social e pode se caracterizar por bairro, gueto, pro!ssão, idade, classe social e por diversas coisas”, explica o professor de lín-gua portuguesa Pasquale Cipro Neto. “A gíria sempre existiu e sempre vai existir. A gíria não é nenhum problema. Agora, se a pessoa quiser se comunicar fora do gueto dela, ela terá que se comunicar como a socie-dade se comunica.”

Portanto, se estiver em casa, numa roda de amigos ou num estádio de futebol, você pode ;car tranquilo e utilizar gí-rias se quiser. Mas, no ambiente de trabalho, evite usá-las.

Atividade 8 – O que aprendemos até aquiVamos exercitar o que aprendemos nesta unidade? As frases da coluna à esquerda do quadro abaixo estão em linguagem falada. Escreva-as em linguagem escrita, que é mais formal, conforme o exemplo.

Você sabe o que significa gueto? No passado, es-se era o nome dado aos lugares na Europa onde viviam os judeus, que foram expulsos de seus lugares de origem e se viram obrigados a morar em pontos isolados, sem convívio com outras pes-soas que não fossem da mesma religião. Hoje, a palavra gueto ganhou um novo sentido e pode ser usada como sinônimo de tribo, que costuma deno-minar um grupo específi-co de pessoas.

Linguagem falada Linguagem escrita

E aí, como é que tá? Olá, como vai?

A gente vamos no cinema.

A festa foi mó legal.

Cadê minha bolsa?

O cara ;cou bravo.

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Unidade 2 Você tem a palavra“Quem não se comunica se trumbica.”

Se você tem mais de 40 anos, provavelmente já ouviu essa frase. Quem costumava dizê-la era Chacrinha (nome artístico de Abelardo Barbosa), famoso comunicador da TV no período de 1956 a 1988. O modo como nos comunicamos pode facilitar ou dificultar nossa vida. Vimos na unidade 1 que, quando queremos nos comunicar com alguém, devemos considerar com quem vamos falar, analisando qual a melhor forma de nos expressarmos. É muito importante estarmos atentos à maneira como falamos em público, para que todos possam entender nossa mensagem. Não podemos nos comunicar sempre da mesma forma. Por exemplo: quando vão ao estádio de futebol ou a uma cerimônia de casamento, as pessoas se comportam de jeitos diferentes. Nossa linguagem deve se adequar à situação em que nos encontramos, combinado?

Atividade 1 – Como repassar informaçõesImagine a seguinte situação: seu chefe pede que você explique a um novo funcionário as regras de uso do telefone. 1 Leia com bastante atenção as instruções a seguir. Depois, pense na melhor maneira

de informar essas regras ao novo funcionário e apresente oralmente sua explicação para os colegas de classe.

2 Registre no caderno como ;cou sua apresentação.

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Camarão que dorme a ondadad lelel vevevavavComer e coçar é só começar

Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Rir é o melhor rerer médio

A pressa é inimiga dadad perfeição

ÁgÁgÁ ugug a mole em pedrdrd a dudud rarar tatat nana totot batetet atétét que fufuf ruru arar

Algumas expressões que costumamos usar e ouvir têm origens interessantes que vale a pena conhecer. Você já ouviu dizer: Há duas versões para o surgimento dessa expressão. Uma delas é que a palavra eira dá nome a um terreno cimentado ou de chão batido onde, antigamente, os lavradores co-locavam os grãos de cereais (trigo, por exemplo) para secar. Já a palavra beira refere-se à beirada, ao cantinho da eira. Quando uma eira não tinha beira, o vento levava os grãos e tudo se perdia. A outra explicação é que o telhado dos casarões antigos das pessoas ricas tinha três partes: a eira, a beira e a tribeira. As casas mais pobres apresentavam telhados simples, apenas com a tribeira, ;cando, assim, sem eira nem beira. Seja qual for a origem, essa expressão passou a signi;car “sem recursos, na miséria”. Então, a frase “João não tem eira nem beira” quer dizer que João não tem dinheiro su;ciente para sobreviver. Muitas vezes usamos essas combinações de palavras sem analisar seu sentido e aca-bamos ofendendo as pessoas. Quando dizemos, por exemplo, “Pau que nasce torto morre torto” ou “Filho de peixe peixinho é”, pensamos sobre o que exatamente esses ditados populares querem dizer?

Atividade 2 – Uso de expressões 1 Você costuma utilizar esse tipo de expressão? Sim? Então escreva alguns exem-

plos no caderno.

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2 Procure se lembrar de alguma situação em que você ou alguém usou um ditado popular. Conte para o professor e os colegas.

3 Qual foi a situação contada na classe que você achou mais interessante? Escreva a história no caderno.

4 Que outros ditados populares você conhece? Registre-os no caderno. Anote tam-bém o sentido em que eles são usados.

Você já deve ter percebido que a língua portuguesa se apresenta de variadas formas, com muitos sotaques e estilos diferentes. Quem vive no meio rural não fala igual ao habitante da cidade. Paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos, paraenses, baianos, ama-

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zonenses, todos possuem seu jeito próprio de falar. Devemos respeitar essas diferen-ças, lembrando que elas são vários retratos de nosso país e que nenhuma é melhor ou mais correta que as demais. Mas, em qualquer lugar do Brasil, quando vamos à escola ou começamos a trabalhar, tomamos contato com outra linguagem: a linguagem formal, ou culta. Ela foi esco-lhida como modelo nos ambientes de trabalho e nos meios de comunicação (rádio, jornais, televisão), por exemplo. Assim, aprender a linguagem formal é ampliar seus saberes sobre os modos de comunicação oral ou escrita.

Atividade 3 – Linguagem formal? 1 Considerando o uso da linguagem formal, leia as frases a seguir. Elas estão corretas?

Reescreva cada uma delas, corrigindo o que for necessário. a) Ele quer que o relatório seje digitado hoje.

b) Esteje na reunião às 9 horas da manhã.

c) Ele pediu para mim fazer um recibo.

d) Eu vou estar enviando o meu currículo até amanhã.

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e) Fazem dois anos que eu estou trabalhando.

f) O mendingo pediu pão com mortandela.

g) A gente vamos no centro.

h) Coloque menas farinha no bolo.

Como empregar a linguagem culta? Vamos tomar como exemplos as palavras seje e esteje. Você já ouviu falar em conjugação de verbos? Um mesmo verbo pode ser usado de várias formas, chamadas tempos verbais (“Eu ”, “Você salada?”).

Verbo é a palavra que indica ação, estado, fenômeno da natureza,

“Quero

“O dia está

“Dançamos

“Choveu

Um dos tempos para conjugarmos o verbo é o O nome dá a impressão de que é coisa difícil, mas não é. Quer ver como se conjuga o verbo nesse tempo?

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Que eu seja Que tu sejas Que ele seja Que nós sejamos Que vós sejais Que eles sejam

Exemplo: Para marceneiro, preciso aprender me-

lhor o sistema métrico. O mesmo acontece com o verbo

Que eu esteja Que tu estejas Que ele esteja Que nós estejamos Que vós estejais Que eles estejam

Exemplo: Para no trabalho às 8h00, preciso sair

de casa às 6h30. E o que você acha da frase “Ele pediu para mim fazer

um recibo”? O correto é: “para fazer”. Veja outro exemplo:

Tem alguma coisa para comer? Perceba como a frase anterior é diferente da seguinte:

Falta para ter um emprego. Não seria estranho falar: “Falta para eu ter um emprego”? Mesmo quando usamos a linguagem formal, será que

podemos escrever de mais de um jeito? Veja os dois exemplos abaixo: Nesta empresa tem 138 funcionários. Nesta empresa há 138 funcionários.

CuriosidadeVocê sabia que certa vez um radialista fez confu-são e trocou a palavra granizo (chuva de pedri-nhas de gelo) pela palavra granito (pedra usada em pisos e pias de cozinha)? Ele disse: “Uma chuva de granito atingiu a cidade”. Já pensou se chovesse pedras de granito?

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2 Converse com três colegas sobre qual dessas frases seria mais adequada para o dire-tor de uma empresa usar durante uma entrevista ao jornal local.

3 Copie abaixo a frase que vocês consideraram mais adequada. Depois, discuta sua escolha com o professor.

Dependendo da situação, os verbos (tem) e (há) querem dizer a mesma coisa. Nesses casos, podemos utilizar um ou outro. Mas o verbo haver torna a comu-nicação mais formal. As duas formas do exemplo estão corretas; é só uma questão de analisar o que ;ca melhor em cada situação ou contexto.

Existem muitas variações na língua falada e escrita. Com o passar do tempo, a lingua-gem também se transforma. Você já ouviu falar em estrangeirismo? É o uso de palavras ou expressões de outra língua, de outro idioma, que passamos a usar como se fossem da língua portuguesa. Con;ra o exemplo a seguir.Se falamos: “Me dá um hot dog, moço!”, tanto o vendedor como qualquer outra pessoa que estiver passando entenderá o pedido.E isso não acontece apenas com expressões “importadas” do inglês. Usamos palavras francesas, italianas…Veja só: jiu-jítsu (japonês), abajur (do francês abat-jour), pizza (italiano).Algumas dessas palavras já fazem parte do nosso dicionário. Outras entraram em nos-so vocabulário há pouco tempo e ainda não fazem parte do nosso dicionário. No entanto, o uso exagerado de palavras estrangeiras acaba desvalorizando a língua portuguesa. Na letra de seu Samba do approach, Zeca Baleiro faz uma brincadeira com o uso exage-rado de certos termos estrangeiros. Leia abaixo um trecho da letra da canção.

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approach Zeca Baleiro

Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu ando de ferryboat…

Eu tenho savoir-faire Meu temperamento é light Minha casa é hi-tech Toda hora rola um insight Já fui fã do Jethro Tull

Hoje me amarro no Slash Minha vida agora é cool Meu passado é que foi trash…

Vamos ler agora um texto sobre o encontro da verdade com a mentira. Ele tem tudo a ver com o falar, ou seja, a oralidade, tema central desta unidade.

A verdade e a mentiraA verdade marcou um encontro com a mentira. A verda-de chegou na hora, pontual e certa. A mentira chegou atrasada, e se justi!cou: “Minhas pernas são curtas e bambas. Mas não conte a ninguém”. A verdade nada disse. Apenas sorriu.

A mentira prosseguiu: “O que você quer de mim? Eu sou bonita, você é feia, eu sou jovem, você é velha, eu sou extrovertida, você é tímida, eu sou agradável, você é de-sagradável, eu sou, en!m, aquilo que as pessoas querem. Posso ser qualquer coisa, estar em qualquer lugar, posso fazer tudo o que quero e, francamente, não vejo o porquê de estar aqui, nesse momento, perdendo meu tempo com alguém que não é bem-aceita em todos os lugares. O que você quer de mim, a!nal?”, disse a mentira com a voz ligeiramente esganiçada.

Para saber mais…Na França, as pessoas costumam pronunciar as palavras estrangeiras com sotaque local. Esse hábito pode ser uma forma de valorizar o idioma do país, a chamada língua mãe.

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A verdade, com voz límpida e cristalina, respondeu apenas: “Quero lhe dizer que, apesar de sua beleza e formosura, eles querem a mim. As pessoas buscam a mim, mesmo quando encontram você”. Na hora de ir embora, sempre apressada, a mentira botou o casaco da verdade e saiu correndo. A verdade, para não passar frio, botou a roupa da mentira. E todo mundo achou que a verdade era a mentira e a mentira era a verdade. Mas foi só por um tempo: logo um vento soprou revelando as pernas curtas e bambas da mentira disfarçada.

Diléa Frate, Histórias para acordar, São Paulo, Companhia das Letrinhas, 1996.

Atividade 5 – Roda de conversa 1 Vamos agora organizar uma roda de conversa sobre o texto. Cada um pode

expressar oralmente o que entendeu. Alguém conhece outra história pareci-da? A turma deve sugerir o melhor ditado popular para ser colocado no final da história.

2 No texto, a mentira disse que possui qualidades, enquanto a verdade só tem defei-tos. Escreva no quadro as características citadas nessa comparação.

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Mentira Verdade

3 Por que você acha que, ao se atrasar para o encontro com a verdade, a mentira falou

que tem ? Você já ouviu essa expressão? Explique no caderno o que ela quer dizer.

4 A mentira a;rma: “Posso estar em qualquer lugar”. Diariamente vemos televisão, ou-vimos rádio, lemos notícias no jornal. Você acredita que tudo o que é dito ou escrito nesses meios de comunicação seja verdade? Por quê? Escreva sua opinião no caderno.

Geralmente, quando conversamos, damos nossa opinião, expressando nossos pontos de vista sobre diversos assuntos. Ao ouvirmos alguém comentar a atuação de um juiz num jogo de futebol, logo queremos opinar também, não é? Essas conversas podem até se transformar em discussão: um quer falar mais alto que o outro, todos falam ao mesmo tempo, e a comunicação ;ca complicada porque ninguém mais se escuta. Todos nós temos ideias a respeito do mundo. Mas podemos mudar de opinião de acordo com a situação que estamos vivendo ou quando passamos a ter mais informa-ções sobre determinado assunto. Alguns assuntos são bastante polêmicos, ou seja, acabam gerando muitas opiniões diferentes, ou controvérsias. Por exemplo: salários iguais para homens e mulheres, mesmas oportunidades de emprego para brancos e negros e exploração do trabalho infantil, entre outros.

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Você já deve ter assistido a um debate pela televisão ou mesmo ouvido algum pelo rádio, certo? Em geral, nesses programas, duas ou mais pessoas discutem determinado assunto, umas a favor, outras contra, e cada um dos participantes tem a oportunidade de apresentar seu ponto de vista e defendê-lo.

Atividade 6 – Ideias… 1 Forme um grupo com mais três colegas e debata com eles o tema escolhido por

seu professor. Lembrem-se das regras de uma boa conversa: quando alguém estiver falando, os outros precisam escutar com atenção. Todos devem ter a chance de opinar. Vamos lá!

2 Escreva o tema proposto para a discussão em equipe.

3 Anote as opiniões de seu grupo, mostrando as principais discordâncias entre vocês.

Atividade 7 – Vamos organizar um debate? 1 Você e seus colegas de classe, com a ajuda do professor, vão escolher o tema da

conversa. Lembrem-se de que deve ser um assunto polêmico. A leitura de jornais pode ajudar nessa escolha, pois eles abordam questões atuais e de interesse geral. a) Escolham dois alunos com opiniões contrárias para debater o tema.

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b) O professor será o mediador do debate. É ele quem vai: apresentar o assunto; fazer as perguntas a cada um dos debatedores; evitar que se desviem do as-sunto; controlar o tempo para que os dois tenham as mesmas oportunidades de se expressar e defender suas opiniões; encerrar o debate.

c) Dois alunos ;carão encarregados de registrar as principais ideias defendidas pelos debatedores: um deles anotará os argumentos do primeiro partici-pante; o outro, os argumentos do segundo.

d) Os demais alunos assistirão ao debate, podendo fa-zer perguntas aos participantes. Ao ;nal, todos ana-lisarão a discussão.

2 Registre no caderno: a) Qual foi o tema escolhido para o debate? b) Qual é a sua opinião a respeito do assunto debatido? c) Quais foram os principais argumentos utilizados

para defender as opiniões? 3 Imagine agora que você tenha de defender, num deba-

te, a ideia de que não pode haver desigualdades sociais entre brancos e negros nem entre homens e mulheres. Que argumentos você usaria? Anote-os no caderno.

Para saber mais… Sempre que surge um assunto polêmico, precisamos nos informar a respeito dele para definir nossa própria opinião. Geralmente os jornais convidam especialistas no tema para darem seu parecer. Eles escrevem um artigo expressando ideias e argumentos contra o assunto ou a favor dele. É importante observarmos como esses textos são escritos, pois eles nos ajudam a compreender como podemos expor e defender melhor nossas opiniões.

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Unidade 3 Registro escrito

A invenção da escrita foi uma grande conquista da humanidade, pois permitiu que as pessoas tivessem outra opção – além da fala – para se comunicar. Nesta unidade vamos tratar da escrita. Precisamos da escrita em muitas situações do dia a dia: preencher recibos, notas fiscais, fichas de solicitação de emprego, fichas de cadastro para abertura de crediário, envelopes e cheques; anotar receitas; fazer listas de compra no supermercado etc. Assim, para que possamos usá-la de modo eficiente, é importante que ela seja clara e objetiva. Afinal, se não tomarmos cuidado com o que escrevemos, teremos muitos problemas. Veja um exemplo na atividade 1.

Atividade 1 – Escrever e conferirFazia muito tempo Dona Maria queria colocar um lindo piso em sua cozinha. Espe-rou receber o 13o salário de sua aposentadoria e chamou Seu José, um antigo conhe-cido, para fazer o serviço. Antes de começar, Seu José mediu a cozinha e disse para Dona Maria que necessitaria de 10 caixas de cerâmica, 1 metro de areia, 3 pacotes de

Escriba sentado sobre os tornozelos. Egito, 4ª dinastia

Louvre, Paris. No antigo Egito, o escriba era a pessoa encarregada de copiar manuscritos e redigir as leis, por ordem do rei.

Elementos, de Euclides, que data do ano 888. Essa versão em grego foi escrita à mão.

RE

PR

OD

ÃO

RE

PR

OD

ÃO

RE

PR

OD

ÃO

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rejunte para piso e 6 sacos de cimento. Então, Dona Maria pediu para ele tomar nota desses materiais. Veja como ;cou a lista que Seu José escreveu:

6  caixas  de  piso

3  metros  de  areia

10  sacos  de  cimento

1  pacote  de  rejunte  para  piso

Dona Maria é uma senhora muito atenta e logo percebeu que Seu José havia feito alguma confusão. Então, foi conferir a lista com ele. Já pensou que prejuízo ela teria se não ;zesse isso? Portanto, em situações como essa, é preciso ter muita atenção e conferir o que está escrito. Faça, agora, os exercícios a seguir. 1 Seu amigo pediu que você o ajudasse a preencher um cheque para pagar os remé-

dios que comprou na Farmácia Boa Saúde. A compra totalizou R$ 75,12. Preencha o cheque para seu amigo. E não se esqueça de conferir!

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2 Preencha o recibo abaixo com as informações fornecidas por seu professor.

RECIBO

Recebi do(a) Sr(a). ______________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

a importância de R$ _________ , ____ (____________________________________________

______________________________________________________________________________ )

referente a _____________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_____________________ , ______ de _____________ de _______________

Nome __________________________________________________________

Assinatura _______________________________________________________

Dica Ao preencher documentos, use letra legível. Em alguns casos, é pedido que o preenchimento se-ja realizado em letra de forma a fim de facilitar a leitura. Atenção! Lembre-se também de sempre conferir o que você escreveu.

A pontuação tem papel importante na escrita, pois ela ajuda a dar sentido ao texto. Uma mesma frase pontuada de diferentes maneiras pode ganhar diferen-tes sentidos. Antigamente não existia pontuação, pois todo texto era lido para outras pessoas pelo próprio autor, que sabia o sentido que queria dar ao que havia escrito. Mas, com o passar do tempo, foi necessário criar os sinais de pontuação para que todos os leitores compreendessem o sentido que o autor quis dar a cada texto. Por muito tempo ensinou-se que a vírgula é usada para uma pausa breve, na respira-ção, e o ponto ;nal, para uma pausa longa. Ainda que isso aconteça quando estamos lendo, essas não são as funções da vírgula e do ponto ;nal. Se fosse assim, já pensou como seria o texto de uma pessoa que tem di;culdade para respirar?

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Atividade 2 – O lugar da pontuaçãoAlguma vez você já pensou em como a pontuação é importante para dar sentido ao texto? Veja as frases abaixo, que contêm as mesmas sequências de palavras, mas estão pontuadas de modos diferentes.

Minha chave sumiu, não está na bolsa. Minha chave sumiu? Não, está na bolsa.

Agora é sua vez! Pontue de forma diferente cada uma das frases a seguir, dando-lhes sentidos diferentes.

a) Preciso ir ao banco mais tarde antes de ir para a escola

b) Preciso ir ao banco mais tarde antes de ir para a escola

Quando deixamos uma mensagem escrita para alguém, precisamos pontuá-la ade-quadamente. Caso contrário, corremos o risco de não sermos compreendidos. Quer ver um exemplo de como isso pode ocorrer?

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Atividade 3 – Leia o seguinte recado: Valdomiro faça os depósitos depois do meio-dia almoce mas antes termine e

entregue o relatório 1 Como você compreendeu o recado? Converse com seus colegas de classe; compa-

rem o que todos entenderam dessa mensagem escrita sem pontuação. 2 Quem deixou essas ordens desejava que o funcionário só ;zesse os depósitos após

o meio-dia e que o relatório fosse entregue antes de ele ir almoçar. Forme dupla com um colega. Vocês devem pontuar o recado, deixando clara a

intenção de quem o escreveu.

Viu só como a falta de pontuação pode di;cultar a compreensão de uma mensagem escrita? A pontuação faz parte do que chamamos de

e seu uso ou não depende da intenção de quem escreve o texto, que irá se basear nas regras da gramática. As principais delas são as que dizem que

É escrever: correndo. O dia

É escrever: correndo. O dia

A questão é saber se a pontuação que você utiliza dá ao texto o sentido que você deseja. Converse com seu professor sobre essas regras.

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Atividade 4 – Para aprender a pontuar 1 O texto a seguir não tem nenhuma pontuação. Pontue-o como achar adequado,

dando sentido a ele. Se achar necessário, forme parágrafos. Reescreva o texto nas linhas a seguir. JÁ ESTÃO CLONANDO GENTE AS VACAS FICARAM LOUCAS JÁ

MENOS O CHUVEIRO NÃO O CHUVEIRO EM SI MAS A REGULA

PREOCUPADO COM ISSO

2 Agora compare a forma como você pontuou o texto com a de dois colegas. Todos pontuaram do mesmo modo?

O texto que você acabou de pontuar foi extraído da crônica Chuveiro, escrita por Mário Prata. Veja como ele decidiu usar a pontuação:

Já estão clonando gente. As vacas !caram loucas, já mando e-mail com imagem e som. Tudo evolui no mundo. Menos o chuveiro. Não o chuveiro em si, mas a regulagem da temperatura. Não existirá ninguém no mundo preocupado com isso?

Mário Prata, Minhas tudo, Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.

3 Compare a forma como você e o autor pontuaram o texto. Houve muitas diferenças?

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Na pontuação são utilizados outros sinais além da vírgula e do ponto-;nal: ponto de exclamação, ponto de interrogação, dois-pontos, ponto e vírgula, reticências, traves-são, aspas. Ela envolve também o uso de letras maiúsculas e minúsculas e do parágrafo. Uma forma de aprender a pontuar bem é ler bastante, um hábito que você deve culti-var. Podemos ler para nos informar, emocionar, divertir, estudar etc.

Atividade 5 – A escrita correta das palavras 1 Escreva as palavras que seu professor vai ditar.

2 Agora, preste atenção à correção e tire suas dúvidas.

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Algumas pessoas juntam palavras que são escritas separadamente. Veja com atenção

Escrevemos separadamente A partir De repente Em cima Por isso

Para nos comunicarmos bem pela escrita, além de utilizar letra legível, usar a pontuação de forma adequada e confe-rir sempre o texto depois de escrevê-lo, temos também de nos preocupar com a , ou seja, a escrita correta das palavras. Todos nós temos dúvidas sobre a escrita de algumas pala-vras: se escrevemos com Z ou com S, se usamos X ou CH, e assim por diante… Quando isso acontece, a melhor saída é consultar o dicionário. A;nal, ele é o pai dos inteligentes!

Atividade 6 – Teste seus conhecimentos de ortografia Vamos ver se você entende do assunto? 1 Leia as palavras abaixo e risque as que estiverem escritas

de forma errada.

Os filmes nacionais Cen-tral do Brasil e Narrado-res de Javé enfocam a realidade de cidadãos analfabetos que depen-dem da ajuda de quem sabe ler e escrever para se comunicar por meio de cartas e bilhetes. Vale a pena conferir.

Central do BrasilDireção: Walter Salles. Ano de lançamento: 1998. Elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pera, Sôia Lira, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Otávio Augusto, Stella Freitas, Caio Junqueira. Duração: 112 minutos.

Narradores de Javé Direção: Eliane Caffé. Ano de lançamento: 2003. Elenco: José Dumont, Matheus Nachtergaele, Nélson Dantas, Rui Resende, Gero Camilo, Luci Pereira, Nelson Xavier. Duração: 100 minutos.

RE

PR

OC

ÃO

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2 Fazer palavras cruzadas é um passatempo bem interessante que nos ajuda a man-ter a memória ativa e a treinar a ortogra;a. Que tal começar a praticar agora mesmo? Lembre-se: use sempre letras de forma e escreva apenas uma letra em cada quadradinho!

Continente de origem dos negros

O do carro é aceso à

noite

Doidos; malucos

Drope; caramelo

Planta contra

mau-olhado

Rua (abreviatura)

Sentido que permite cheirar

Dom, dádiva

Verbo saberna 1a pessoa do singular do presente

Forma de saudação

atual

CuriosidadeVocê sabia que escritores e jornalistas não escrevem seus textos de uma só vez? Eles escrevem, leem, revisam e escrevem de novo de

ou a notícia estão prontos, passam ainda pelos revisores, pessoas

Devemos aprender com eles a revisar nossos escritos antes de

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Unidade 4 Ampliação dos horizontesA vida moderna nos oferece várias possibilidades de comunicação rápida com pessoas do mundo todo. Podemos contatá-las com eficiência e rapidez por e-mail, fax, telefone, internet, videoconferência… Mesmo com todos esses meios eletrônicos, as formas mais tradicionais de correspondência, como cartas, bilhetes e requerimentos, ainda são bastante usadas.

Você já reparou que as cartas comerciais (de bancos, por exemplo), o;ciais (de órgãos públicos) e de cobrança usam linguagem formal? Geralmente, as instituições que as enviam têm modelos prontos e mudam apenas os dados das pessoas que vão rece-bê-las, pois as mensagens são as mesmas. No trabalho, muitas vezes temos também de escrever cartas utilizando modelos com linguagem formal. O tipo de linguagem usada numa carta depende da situação. Veja.

– para as cartas pessoais, que são aquelas que escrevemos para parentes, namorada(o) e amigos.

– para as cartas que escrevemos a autoridades, pessoas des-conhecidas e empresas. Veja o exemplo a seguir.

ANDRÉ SARMENTO

ISTOCKPHOTO

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Atividade 1 – Carta de solicitação de emprego

A/C é a abreviatura de “aos cuidados de”.

Empresa Ramos e Silva A/C Sra. Rosana de Almeida Departamento de Recursos HumanosPrezados Senhores,Dirijo-me a V.S.ªs com o intuito de preencher a vaga de Assistente Administrativo existente nesta empresa. Esclareço-lhes que me encontro preparado para exer-cer essa função, tendo em vista que já concluí o cur-so pro;ssionalizante de Assistente Administrativo. Aproveito para anexar meu currículo, no qual poderão ser constatados meu preparo, minhas aptidões e expe-riências pro;ssionais anteriores.Agradeço a atenção. Gervásio da Silva e Lima

2 Ajudem seu amigo a escrever a carta utilizando as seguintes informações: Nome do amigo: Maurício de Andrade. Nome da empresa: Merval Equipamentos Eletrônicos. Vaga disponível: eletricista. Experiência: trabalhou durante três anos como eletricista na empresa Elétrica Correia & Filhos, Fios e Cabos.

Escrevam a carta no caderno.

1 Forme dupla com um colega de classe. Vocês vão imaginar a seguinte situação: um amigo pediu ajuda para escrever uma carta solicitando emprego numa em-presa. Ele mostrou para vocês outra carta como modelo. Leiam esse texto antes de ajudá-lo a fazer o dele.

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Na carta que serviu de modelo, foi usada a abreviatura V.S.ªs. Você sabe o que ela sig-ni;ca? Signi;ca Vossas Senhorias, que é um pronome de tratamento, ou seja, a forma cerimoniosa que usamos no trato com pessoas. Dependendo a quem nos dirigimos, devemos utilizar um ou outro pronome de tra-tamento. Veja.

Pronomes de tratamento

Usamos para Abreviatura

Vossa Alteza Príncipes, princesas, duques, duquesas V. A.

Vossa Eminência Cardeais V. Em.ª

Vossa Excelência Altas autoridades do governo e do exército V. Ex.ª

Vossa Magni;cência Reitores de universidade V. Mag.ª

Vossa Majestade Reis, rainhas, imperadores, imperatrizes V. M.

Vossa Santidade Papa V. S.

Vossa Senhoria Tratamento cerimonioso V. S.ª

Senhor Tratamento formal Sr.

Senhora Tratamento formal Sra.

Você Tratamento familiar ou informal –

3 Agora, anote o pronome de tratamento que você usaria ao escrever para as pessoas listadas abaixo.

Para o presidente da República:

Para o governador de seu estado:

Para o rei da Espanha:

Para o vereador em que você votou:

Para o papa:

Para seu tio:

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Para saber mais… Quando vamos enviar uma carta pelo correio, devemos escrever no envelope o nome e o endereço completo do remetente e do destinatário. Remetente – Aquele que envia a carta. Você envia uma carta para seu irmão que mora no Piauí. Destinatário – Aquele que vai receber a carta. Seu irmão que mora no Piauí recebe uma carta sua. CEP – Sigla que significa Código de Endereçamento Postal e que faz parte do endereço. Nas cidades grandes, cada rua tem seu CEP. Ele ajuda na localização de ruas que podem ter o mesmo nome.

Observe como foi escrita a carta a seguir.

Fortaleza, 20 de janeiro de 2010.Loja Vem que é bom Aos cuidados do Gerente da Loja Envio-lhe esta carta para fazer a seguinte reclamação: Em 19/12/2009, comprei de sua loja um televisor da marca Flut. A entrega foi combinada para o dia 30 de dezembro. O pagamento foi feito em dinheiro, conforme cópia do comprovante que segue junto desta carta. Até agora, porém, não recebi a mercadoria, como foi prometido pela loja. Dessa forma, peço que cumpram com sua parte, entregando-me o televisor imediatamente. Caso eu não receba a mercadoria, procurarei um órgão de defesa do consumidor para que sejam tomadas as devidas providências, conforme manda o Código de Defesa do Consumidor. Atenciosamente, João da Silva

João da Silva citou na carta o Código de Defesa do Consu-midor. Você já ouviu falar dele? É uma lei que reúne regras com o objetivo de garantir os direitos dos consumidores. Mas, se você não conhecer seus direitos, como poderá rei-vindicá-los, como fez João?

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Atividade 2 – Nossos direitos! 1 Reúna-se em grupo com mais três colegas. Vocês devem pesquisar na internet ou

na biblioteca uma cartilha do Código de Defesa do Consumidor, que é um resumo da lei em uma linguagem mais simples.

2 Discutam com o restante da classe e com o professor quais são os direitos do consumidor.

Atividade 3 – As siglas Em algumas situações, como a abertura de um crediário, por exemplo, somos recebi-dos da seguinte maneira:

— Bom dia! O senhor trouxe RG, CPF, o comprovante de endereço e o número do INSS?

1 Leia as nomenclaturas a seguir, que são bastante utilizadas, e, com a ajuda do pro-fessor, escreva a sigla correspondente a cada uma delas. Aproveite também para analisar com seus colegas o signi;cado de cada nomenclatura.

Nomenclatura Sigla

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Cadastro da Pessoa Física

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

Confederação Brasileira de Futebol

Distrito Federal

Federação Brasileira de Bancos

Força Aérea Brasileira

Imposto de Renda

Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Instituto Brasileiro de Geogra;a e Estatística

Instituto de Pesos e Medidas

Produto Interno Bruto

Programa de Integração Social

Registro Geral

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2 Agora, encontre outras nomenclaturas e siglas em jornais ou revistas. Faça no ca-derno um quadro como o do exercício anterior e apresente-o para seus colegas.

Sigla é um tipo de abreviatura dos nomes de impostos, documentos,

Departamento de RH

INSS

Nós nos deparamos com siglas diariamente nos jornais, nas revistas, na televisão, em todos os lugares. Elas são importantes porque tornam

Como vimos na Unidade 2, o debate é uma maneira de defender ideias em que se usa a fala. Também podemos defender nossas convicções na forma escrita, expondo opi-niões por meio de argumentos claros a ;m de convencer aqueles com quem queremos nos comunicar. Leia com atenção o seguinte texto.

Unicef é a sigla de Fun-do das Nações Unidas para a Infância, um órgão de defesa dos direitos das crianças presente no mundo todo.

Pobreza causa trabalho infantilO trabalho infantil é repudiado por muitos, usufruído por outros tantos e exercido por cerca de 3,8 milhões de crianças e adolescentes no Brasil, o que vergonho-samente o coloca como o terceiro país da América La-tina que mais inviabiliza a infância, segundo dados do Unicef. As causas principais são a pobreza e o de-semprego crescentes, que acabam servindo como justi-!cativa para aqueles que empregam esses jovens ou mesmo os que se defrontam diariamente com meninos vendendo balas nos sinais, engraxando sapatos nos grandes centros, entregando pan"etos nos calçadões ou colhendo algodão nos campos. O fato é que muitos desses pequenos cidadãos são a favor de seu direito de trabalho, mas de forma digna, ao contrário da explo-ração a que são sujeitados.

Fonte: www.comciencia.br.

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Atividade 4 – Interpretando o textoResponda às questões a seguir no caderno. 1 O texto que você acabou de ler quer responder a uma pergunta, que chamamos

de ideia central. Converse com seus colegas e professor sobre a ideia central desse texto.

2 Que informações o texto nos traz sobre a quantidade de crianças que exercem o trabalho infantil no Brasil, segundo dados do Unicef?

3 Quais são os argumentos que o autor utiliza para informar o leitor sobre o traba-lho infantil?

O jornal é um meio de comunicação escrito bastante acessível e, geralmente, de fácil compreensão. Ele traz notícias nacionais e internacionais, classi;cados, horóscopo, meteorologia, serviços e cadernos de esporte, economia, política e cultura, entre ou-tros. Quem está à procura de trabalho costuma consultar a seção de classi;cados de empregos, na qual diversas empresas anunciam vagas. Existem também anúncios de compra e venda de automóveis, casas etc.

Atividade 5 – Os classificadosPara publicar um classi;cado, alguns jornais cobram uma taxa por número de li-nhas. É por isso que, em geral, esses anúncios trazem textos curtos e, muitas vezes, abreviaturas. 1 Pesquise em jornais alguns classi;cados de emprego ou de venda de automóveis. 2 Agora, use o espaço abaixo para elaborar um classi;cado como se estivesse venden-

do uma bicicleta.

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Chegamos ao ;m do módulo que trata da comunicação, mas em todas as outras partes deste livro a leitura e a escrita estão presentes. Ao exercitá-las você terá a oportunidade de continuar a re<etir, comparar, analisar, estudar… A leitura é uma fonte inesgotá-vel de saberes que ajudam a nos tornar pessoas cada vez melhores! Para encerrar este módulo vamos ler um texto de Campos de Queirós…

Existe tarefa mais importante realizada pela escola do que a de ensinar a ler e escrever?Havia uma descon;ança: o mundo não terminava onde os céus e a terra se encon-travam. A extensão do meu olhar não podia determinar a exata dimensão das coisas. Havia o depois. Havia o lugar de o sol se aninhar enquanto a noite se fazia. Havia um abrigo para a lua enquanto era dia. E o meu coração de menino se afogava em desesperança. Eu que não era marinheiro nem pássaro – sem barco ou asa. Um dia aprendi com Lili a decifrar as letras e suas somas. E a palavra se mostrou como suspeitava, para permitir silêncio e diálogo. Com as palavras eu ultrapassava a linha do horizonte. E o meu coração de menino se afagava em esperança. Ao virar uma página do livro eu dobrava uma esquina, escalava uma montanha, transpunha uma maré. Ao passar uma folha eu frequentava o fundo dos oceanos, transpirava em desertos para, em seguida, me fazer hóspede de outros corações. Pela leitura tem-perei minha pátria, bebi de minha cidade, enquanto, pacientemente, degustei dos meus desejos e limites. Assim, o livro passou a ser o meu porto, a minha porta, o meu cais, a minha rota. Pelo livro soube da história e criei os avessos, soube do homem e seus disfarces, soube das várias faces e dos tantos lugares de se olhar. No livro soube do Gênese e no livro leio novos testamentos do percurso. Ler é aventu-rar-se pelo universo inteiro.

Texto extraído da coletânea (módulo 3) do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental,

Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, MEC/SEF, 2005.

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