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Fazer a diferença Maio 2009 www.peninsula-press.com Angola Cabinda A província mais a norte de Angola deixou de estar isolada e começa agora a mudar a sua imagem unidimensional de enclave petrolífero. Cabinda, depois de enterrado o machado de guerra entre o governo e os separatistas, começa também a recolher os frutos da paz investindo na sua população e reivindicando o estatuto de plataforma económica emergente na região. Dossier Promocional CABINDA

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A província mais a norte de Angola deixou de estar isolada e começa agora a mudar a sua imagem unidimensional de enclave petrolífero. Cabinda, depois de enterrado o machado de guerra entre o governo e os separatistas, começa também a recolher os frutos da paz investindo na sua população e reivindicando o estatuto de plataforma económica emergente na região.

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Fazer a diferença

Maio 2009www.peninsula-press.com

A n g o l a

C a b i n d a

A província mais a norte de Angola deixou de estar isolada e começa agora a mudar a sua imagem unidimensional de enclave petrolífero. Cabinda, depois de enterrado o machado de guerra entre o governo e os separatistas, começa também a recolher os frutos da paz investindo na sua população e reivindicando o estatuto de plataforma económica emergente na região.

Dossier Promocional

CABINDA

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O enclave de Cabinda tem 265 mil habitantes erepresenta cerca de 70% das exportações petro-líferas de Angola. O seu isolamento geográfico doresto do país tem tido custos económicos e sociais.O projecto de construção da ponte, estimado em2,55 mil milhões de dólares (1,91 mil milhões deeuros) – o mais ambicioso alguma vez traçadopara Cabinda – vai permitir reduzir custos e aumentar o fluxo de pessoas e bens, cujo trans-porte é actualmente assegurado por via aérea oumarítima. A China Road and Bridge Corporationvai construir esta infra-estrutura de 19 quilóme-tros que atravessa a região de Muanda, na vizin-ha República Democrática do Congo, para pôrcobro, de uma vez por todas, ao isolamento doenclave.

Cabinda está também focalizada noutros aspectos-chave do desenvolvimento. A estratégiado governo provincial visa diversificar a base dasua economia para não estar unicamente depen-dente do petróleo. O governo acredita que odesenvolvimento do sector portuário, em para-lelo com o de outras indústrias como a madeira,o turismo e a hospitalidade, é a melhor maneirade atingir este objectivo. Em Janeiro de 2010,Angola recebe a Taça das Nações Africanas – o

principal campeonato de futebol do continenteafricano que funciona como prelúdio ao Mundialde Futebol a realizar no final desse ano na Áfri-ca do Sul – e Cabinda será uma das cidades an-fitriãs. A província prepara-se para esse momen-to de glória e para o fluxo de visitantes estrangei-ros. Estão em construção três novos hotéis – SanaCabinda, Cristo Rei e Três AAA –, que irão qua-se duplicar a sua capacidade hoteleira. Quandoa Taça terminar, os hotéis esperam poder dar res-posta ao crescimento no sector do turismo: Ca-binda tem um leque de actividades para ofereceraos visitantes que vai dos desportos aquáticos àpesca submarina, além de belas praias como asde Futila, Cabasango e Mandarin, onde a tempe-ratura média anual oscila entre os 22 e os 27graus centígrados.

Cabinda tenciona usar a sua localização estra-tégica no Oceano Atlântico para desenvolver umporto de águas profundas de nível mundial, quepossa, não só servir Angola, mas também os países vizinhos como a República do Congo e aRepública Democrática do Congo. A nova pla-taforma portuária inspira-se no modelo do Du-bai e, conforme prometido pelo governador pro-vincial José Aníbal Lopes Rocha, contará com

empresas privadas como principais operadores(ver entrevista nas páginas seguintes).

As autoridades de Cabinda estão actualmen-te a revitalizar as instalações existentes para integrar serviços-chave e reduzir o tempo de re-torno das embarcações. Um modelo one-stop vaidisponibilizar todo um leque de serviços: bancá-rios, aduaneiros, imigração e inspecção, saúde eveterinários. “A ideia é facilitar a vida aos clien-tes. Não terão de sair do porto para resolver oque quer que seja”, explica Artur Carvalho, ges-tor de operações do Porto de Cabinda. Marga-rida Arsénio, directora do departamento de ins-pecções acrescenta: “Dentro de algum tempo poderemos receber embarcações de grande por-te e, consequentemente, aumentar o volume denegócios em termos nacionais e internacionais”.A floresta é outro dos principais recursos da pro-víncia, especialmente a Mayombe. As autorida-des de Cabinda elegeram como prioridade odesenvolvimento dos recursos florestais para reforçar o tecido económico da região. Cabindajá exporta madeira, porém, a estratégia dedesenvolvimento do governo também visa criaruma indústria transformadora competitiva, bem como atrair investidores estrangeiros com

UMA COSTA COMMUITAS RIQUEZASA linha costeira de Cabinda tem mais para oferecer do que petróleo offshore.O enclave dispõe tam-bém de um porto estrategicamente localizado,que o governo provincial está a transformar numaimportante plataforma logística para gerir a carga destinada à região metropolitana de Kinsha-sa-Brazzaville,hoje com 15 milhões de habitantes.Está a ser construída uma enorme ponte paraligar Cabinda – separada do resto do país por uma estreita faixa de 40 quilómetros da RepúblicaDemocrática do Congo – a Angola,que deverá estar concluída em 2012.Até lá,a província tem pormeta diversificar a base da sua economia e melhorar as condições de vida da população,apostan-do na requalificação urbana,como é o caso do bairro “A Vitória é Certa”. POR RUI PAULO SILVA

Introdução

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know-how interessados em construir instalaçõesna região. O solo de Cabinda também se prestaà plantação de café e de coqueiros e à produçãode óleo de palma.

O resto do mundo continua, no entanto, aver Cabinda como um enclave petrolífero.Para o desenvolvimento onshore ser bem suce-dido terá que integrar o processo de transforma-ção social e de reconstrução hoje em curso emAngola. O projecto de reabilitação do bairro “AVitória é Certa”, em Cabinda, é um exemplo daambiciosa abordagem do governo desta provín-

cia. O plano de requalificação do bairro é emtudo vanguardista: respeita a arquitectura po-pular local e nenhuma das estruturas existentesserá demolida. O plano contempla, tanto a opi-nião da população local, recolhida através de entrevistas e de observações no terreno,como a perspectiva das diferentes autoridadesdo bairro.

Uma empresa brasileira com experiência namodernização de bairros de lata é responsávelpela implementação do projecto, que visa trans-formar, em dois anos, um bairro pobre e desor-

ganizado num local que garanta as necessidadesda população de “A Vitória é Certa” nas áreasda educação, saúde e cultura.

Enquanto as plataformas offshore das gran-des petrolíferas continuam a consolidar o esta-tuto de Cabinda como produtor de petróleo denível mundial, cujas reservas estão estimadas em30 anos, onshore, o betão prossegue os seusavanços. Um e outro retratam uma província nasenda do desenvolvimento económico e focali-zado na melhoria da qualidade de vida dos seushabitantes.

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Primeiro, reparar as infra-estruturas destruídas.Segundo, aliviar o trauma da guerra através da reconciliação nacional. Terceiro, vencer o comba-te contra a pobreza. Até agora, o programa temsido um sucesso. Tal como o presidente esperava,o país transformou-se num gigantesco estaleiro deconstrução.

Que progressos se têm registado em Cabinda?Tomemos o sector da água como exemplo. Quan-do iniciámos o programa de reconstrução, em2002, a nossa província consumia cerca de 118mil litros de água por hora. Era difícil viver na ci-dade de Cabinda porque não havia água suficien-te para todos. Hoje em dia, e graças aos investi-mentos feitos, conseguimos distribuir 979 mil litros de água por hora e abastecer inclusive osarredores da cidade. No caso da rede eléctrica, acapacidade instalada não ia além dos 4 MW, o que

também não chegava para todos. Actualmente, geramos perto de 62MW. Todos estes desenvolvi-mentos têm ajudado a melhorar a situação econó-mica e social da nossa província.

No que respeita aos cuidados de saúde, temoshoje centros de saúde a funcionar nos arredores dacidade e existe um plano de reestruturação doHospital Central de Cabinda, com vista a trans-formá-lo num centro de ensino. Está actualmen-te em construção o novo hospital regional paraservir a população da região norte da província.Temos ainda médicos e cuidados de saúde em to-das as comunas e municípios. E importa lembrarque os jovens são um pilar para o desenvolvimen-to de qualquer país.

Que medidas foram tomadas para melhorar oacesso à educação?Estão em curso diversos programas especiaispara estimular a educação. Asseguramos, diaria-mente, o almoço a mais de 90 mil crianças. No iní-cio do ano lectivo, distribuímos batas ou unifor-mes produzidos por empresas locais, bem comoum kit com material escolar. Todas as crianças deCabinda vão à escola.

Temos também a Universidade AgostinhoNeto, que oferece cursos em Ciências da Educa-ção, Direito e Economia. O pólo do município deBuco-Zau oferece ainda cursos na área da Psico-logia e da Pedagogia. No ano passado, foi criadaa Faculdade de Medicina. Além do ensino superiorpúblico, temos também três universidades priva-das: o Instituto Superior de Psicologia Aplicada(ISPA), a Lusíada e a Universidade Aberta. Todaselas têm alunos com bolsas financiadas pelo gover-no provincial, embora haja outros que estudam nacapital, Luanda, e no estrangeiro, em paísescomo os Estados Unidos, Cuba, Brasil, Portugal,França, Rússia, África do Sul, Namíbia e Repúbli-ca Democrática do Congo. Investimos cerca de 3

“CABINDA É MAIS DO QUE PETRÓLEO”

Cabinda é mais do que uma zona deextracção de petróleo e está hoje empenhadaem transformar-se numa plataforma de infra-estruturas para a região circundante, e ematrair investimentos para a indústria florestale do turismo. O governador de Cabinda, José Aníbal Lopes Rocha, mostra-se, no entanto, extremamente orgulhoso com o desenvolvimento social da sua província.

O presidente José Eduardo dos Santos conduziuAngola a uma “Nova Era”. Em que se traduziuesta “Nova Era” para Cabinda?Importa lembrar que este país foi devastado pelaguerra e que a sua economia esteve paralisada durante anos. Reposta a paz, o presidente e o go-verno estabeleceram três grandes objectivos inte-grados no programa de reconstrução nacional.

Entrevista

Peninsula Press entrevista Aníbal Rocha,Governador de Cabindapor Rui Paulo Silva

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milhões de dólares (2,25 mil milhões de euros) embolsas de estudo para formar técnicos locais no estrangeiro, muitos dos quais começam agora a regressar a Cabinda. Muitos dos serviços que ope-ramos são hoje geridos por profissionais cuja for-mação foi financiada pelo governo provincial.Queremos agora congregar estes esforços e cons-truir um campus universitário onde se concentremtodas as universidades e abrir uma escola de En-genharia que ofereça cursos de Ciências Informá-ticas e promova o estudo de todas as questões ligadas ao petróleo – duas áreas-chave no futuro.

Que pensa das infra-estruturas físicas de Cabinda?Reconstruímos a rede de estradas e as infra-estru-turas do aeroporto, e alcatroámos as auto-estra-das que ligam o Norte ao Sul. Cabinda tem um aeroporto equipado com tecnologia de última geração. É um modelo para o resto do país e,quem sabe, para todo o continente africano. Re-cebemos 300 voos por semana e esperamos poderreceber voos internacionais em 2010. Os nossosportos marítimos foram igualmente requalificadose já existem planos para iniciar a construção deum porto de águas profundas em Cabinda.

Qual é o objectivo estratégico de todos estesprojectos?A médio prazo, queremos transformar Cabindana plataforma logística de toda a região. A nossaprovíncia poderá, assim, servir quatro grandescentros comerciais localizados a 300-400 quilóme-

tros: Luanda, Kinshasa, Brazzaville e, eventual-mente, o Gabão. Acreditamos que a criação de umporto de águas profundas e de uma plataforma logística em Cabinda é uma aposta estrategica-mente importante, não só para Angola, como paratoda a região circundante.

Cabinda é, hoje, depois de Luanda, a provínciaque mais contribui para o orçamento nacional, istosem contar com as receitas do petróleo. É um mo-tivo de satisfação para nós e uma das razões que nosleva a dizer que Cabinda não é apenas petróleo.

Quais são os outros recursos naturais com po-tencial?A floresta de Mayombe, em Cabinda, tem vastos recursos. Reorganizámos o sector florestal e imple-mentámos um conjunto rigoroso de medidas regu-latórias, bem como políticas de supervisão, e os retornos têm sido bastante positivos. Também investimos fortemente nas telecomunicações. Cabinda está hoje ligada ao resto do mundo, nãosó via Internet, mas também através de um cabosubmarino que nos vai ligar às principais capitaiseuropeias. Além disso, dispomos de uma rede de te-lecomunicações móveis que cobre todos os muni-cípios da província.

Os investidores estrangeiros encontram emCabinda todas as infra-estruturas de que ne-cessitam para apoiar os seus investimentos?Temos criado infra-estruturas para receber os investidores. E temos aquilo a que chamo “áreaspor explorar” que carecem de investimento,

como a agricultura e a criação de gado, por exem-plo. Temos minério, ouro e madeira. Além disso,o projecto de transformar Cabinda numa platafor-ma logística regional vai traduzir-se em oportuni-dades para os investidores. Isto porque, embora oEstado financie o projecto, a maioria dos opera-dores vão ser empresas privadas. Estudámos omodelo do Dubai e é mais ou menos isso que ten-cionamos aplicar em Cabinda.

Também temos grande potencial ao nível doecoturismo. Além da floresta de Mayombe, temosoutros focos de interesse como a costa e as suaspraias magníficas, onde se podem desenvolverprojectos muito interessantes. Oferecemos incen-tivos ao investimento para manter os custos bai-xos, como a isenção fiscal sobre certo tipo de te-rrenos e a eliminação de comissões no caso do for-necimento de serviços como água e electricidade.

Estamos também a trabalhar no centro de des-envolvimento industrial de Futila, uma platafor-ma logística localizada junto das instalações petro-líferas do Malongo, onde existem numerosasoportunidades para se desenvolver serviços deapoio.

Estes indicadores são suficientemente apelati-vos para que os investidores se sintam motivadosa escolher Cabinda. Aliás, este é o momento cer-to para o fazerem. Já temos alguns investimentosprevistos para a indústria da hospitalidade, ondeexistem fortes carências. A isto acresce o facto de a exploração petrolífera também ser feita onshore e não apenas offshore, ou seja, é mais umrecurso a explorar.

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CABIN A PROVÍNCIA DAS OPORTUNIDADES

O romance Mayombe, do popularescritor angolano Pepetela, é umexcelente cartão de visita ao universo de Cabinda – uma porta de entrada para a história de uma província que muitos conhecem apenas pelopetróleo e uma forma de medir a visibilidade dessa mesma história.

Pepetela descreve vividamente a luta deguerrilha do Movimento Popular para aLibertação de Angola contra a potênciacolonial, Portugal, no ambiente mágico dafloresta.

Cabinda é um enclave geograficamen-te separado do resto de Angola. É uma das18 províncias do país, tem 7.283Km2 e265 mil habitantes. A capital provincial,também chamada Cabinda, inclui ainda os municípios de Cacongo, Buco-Zau e Belize.

Cabinda foi, em tempos, parte do anti-go reino do Congo. A Conferência de Ber-lim de 1884-85, na qual as potências coloniais dividiram o continente africano,entregou Cabinda a Portugal. A Bélgicaassumiu o controlo do que é hoje a Repú-blica Democrática do Congo (ex-Zaire) e a França passou a administrar a actualRepública do Congo.

Depois da independência de Angola,em 1975, a Frente de Libertação do Encla-ve de Cabinda (FLEC) reivindicou o direi-to à independência do território. Em 2007,a FLEC abandonou a reivindicação e pôsfim à luta armada assinando um acordo depaz e reconciliação com o governo de An-gola. O actual governador de Cabinda,José Aníbal Lopes Rocha, está em funçõesdesde 2002 depois de ter desempenhado ocargo de governador da província deLuanda.

Spotlight

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A população da província tem acesso a todos os níveis deeducação. Além do sistema público, estão presentes no territóriotrês universidades portuguesas: ISPA, Lusíada e UniversidadeAberta. O governador de Cabinda mostra-se orgulhoso com ofacto de todas as crianças do enclave terem acesso à educaçãopública. Em 2007, a província tinha 264 escolas públicas e 20instituições de ensino privadas, e um total de 4.173 professores.O governo provincial cobre os custos do material escolar,assegura as refeições dos mais jovens e atribui bolsas aestudantes universitários para estes estudarem no estrangeiro,tendo em vista o desenvolvimento das competências dosprofissionais locais.

Educação

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DAS

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Dos mistérios da floresta tropical de Mayombe àareia negra das suas belíssimas praias, Cabindatem tudo para fomentar o turismo em largaescala. Vista aérea de CabindaEm Cabinda, 65% da população tem menos de 25anos e, por esta razão, a educação e os cuidadosde saúde são importantes prioridades para aadministração.O porto de Cabinda desempenha um papel vitalpara a sua economia dado o isolamentogeográfico da província do resto de Angola.

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A rede de telecomunicações de Cabinda opera eficientemente. O sector energético, as estradas e os serviços sanitários estãotambém a ser alvo de melhoramentos. O governo provincial também procedeu à reabilitação do aeroporto: os voos regionaisaumentaram significativamente e prevê-se que os primeiros voos internacionais comecem a operar em 2010. O sector portuáriotem igualmente sido objecto de grandes investimentos para aumentar a sua capacidade e reduzir o tempo de retorno dasembarcações. A política do governo está especialmente focalizada na expansão das infra-estruturas públicas com vista à criaçãode uma plataforma logística que possa servir Cabinda e toda a região circundante.

Infra-estruturas

África

Cabinda

Angola

As instalações do hospital central de Cabinda estão a serrenovadas e encontra-se também em curso a construção de umnovo hospital no norte da província. Segundo dados de 2007,Cabinda dispõe de uma rede de 134 unidades de cuidados desaúde que engloba hospitais, clínicas e centros de saúde locais,emprega 2.381 profissionais nacionais e 41 expatriados. Em 2007,o hospital central admitiu 18.557 pacientes e prestou 96.478consultas, registando uma média diária de cerca de 264pacientes. As áreas mais procuradas foram a pediatria e aobstetrícia. As autoridades provinciais têm dado particularatenção aos cuidados de saúde e sublinham que esta políticapermitiu dotar todas as comunidades e municípios de cuidadosde saúde e equipas médicas.

Saúde

NO CENTRO DA REGIÃO

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Os especialistas acreditam que Angola vai con-solidar, nos próximos anos, a sua posição de líder na produção de petróleo. Segundo algu-mas estimativas, será um dos dez maiores pro-dutores em 2011 com mais de 3 milhões de bar-ris por dia. As reservas de Angola estão estima-das em 13,5 mil milhões de barris que poderãodurar mais de 30 anos. Outro activo importan-te: as petrolíferas preferem o crude de Angola,e de outros países africanos, por ter menos en-xofre do que as categorias produzidas no Médio Oriente.

Cabinda iniciou a produção de petróleo em1968 com uns modestos 30 mil barris por dia.No final de 2009, prevê-se que produza 620 milbarris por dia quando o campo petrolíferoTombwa/Landana, operado pela Chevron, ini-ciar a produção. A empresa americana tem pla-nos ambiciosos para Cabinda, onde prevê inves-tir 10 mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de

euros) até 2010. Parte deste valor vai financiar aconclusão do terminal de gás liquefeito, iniciadoem 2008, que terá uma capacidade de produçãode 5,2 milhões de toneladas por ano.

Cabinda tem vindo a diversificar a exploraçãoe produção petrolífera, até agora limitada à per-furação offshore. Um consórcio liderado pelaempresa australiana Roc Oil está, actualmente,a perfurar o poço Massambala-1 no Bloco Sul deCabinda, uma zona onshore. Este projecto vaiabrir uma nova frente e, muito provavelmente,impulsionar a exploração dos recursos da região.A Roc Oil detém uma participação de 60% noconsórcio com outros dois parceiros, Sonangol eForce, cada um com 20%. Entretanto, o consór-cio Cabinda Golf Oil Company, composto pelaSonangol, Eni, Total, Galp e Chevron, continuaa apostar no desenvolvimento offshore. A Che-vron opera nos Blocos Zero e 14, e detém umaparticipação de 39,2% e 31%, respectivamente.

A petrolífera nacional, Sonangol, reputada pelasua competência técnica, é o único concessioná-rio para a exploração de gás e petróleo no país.Além de negociar com os gigantes internacionais,a Sonangol fica igualmente com uma fatia do ne-gócio.

O papel de Angola enquanto produtor petro-lífero foi reconhecido este ano quando o minis-tro do Petróleo, José Maria Botelho de Vascon-celos, foi nomeado presidente da OPEP. A suanomeação confirma também a crescente impor-tância política de Angola, especialmente comocontraponto à Nigéria, o outro grande produtorafricano, que atravessa, actualmente, um perío-do de instabilidade. Botelho de Vasconcelos, em-bora tenha assumido a presidência da OPEP nummomento particularmente difícil, devido à que-da dos preços do petróleo, logrou consensos aonível de medidas-chave como a redução da pro-dução. R. P. S.

RESERVAS DE PETRÓLEOESTÃO PARA DURAR Cabinda: no mundo do petróleo é um nome que seassocia imediatamente ao ouro negro. A provínciadetém dois terços das reservas petrolíferas de Angola e a produção continua a crescer. Em 2008, Angola produziu dois milhões de barris por dia, superou a Nigéria e tornou-se no maior produtor de petróleo africano, aumentando a capacidade, face a2007, que se situou em 1,64 milhões de barrisde petróleo por dia. A produção será reduzidaeste ano, uma vez que Angola, hoje membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo(OPEP), ter de cumprir as decisões tomadas por este grupo. A influência de Angola não pára, contudo, de crescer: a presidência da OPEP está, este ano, nas suas mãos.

Recursos

Editor Stella KlauhsDirectora de projecto José PowellDirector de Pesquisa e Informação Emanuele GiustoRedacção Rui Paulo Silva

Tradução Ana PinaRevisão Ana GodinhoDesign Nuno Teixeira, Marta ConceiçãoFotografia Emanuele Giusto, SXC, Peninsula Press

USA Office 1050 Connecticut Avenue, NW. 10th floor, Suite 1000 Washington DC, 20036 - USA www.peninsula-press.com

Spain OfficePaseo de la Castellana, 95. 15 Planta 28046 Madrid - Spain Tel +34 91 418 50 32 [email protected]

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