cabeamento estruturado - projeto a instalação

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Cabeamento estruturado – desvendando cada passo: do projeto à instalação. Capítulo 1 – conceitos e retrospectiva histórica. - O Conceito “eletricamente balanceado” está relacionado à geometria física e propriedades dielétricas de um par de condutores trançados. Se dois condutores isolados são fisicamente idênticos em diâmetros, concentricidade, material dielétrico e são uniformemente trançados em comprimento, então dizemos que o par é eletricamente balanceado. O conceito de balanceamento aplica-se a condutores em um mesmo par e a pares de condutores trançados dentro de um mesmo cabo. ®ANSI/TIA 568-C.0 (Cabeamento de telecomunicações genérico para as dependências do cliente). ®ANSI/TIA 568-C.1 (Cabeamento de telecomunicações para edifícios comerciais). ®ANSI/TIA 568-C.2 (Cabeamento de telecomunicações em par balanceado e componentes). ®ANSI/TIA 568-C.3 (Componentes de cabeamento em fibra óptica). Capítulo 2 – Técnicas e subsistemas Subsistemas – Cabeamento horizontal, cabeamento de Backbone (campus ou edifícios), Área de trabalho, salas de Telecomunicações, sala de equipamentos e infra-estrutura de entrada. Cabeamento horizontal – É a parte que conecta um distribuidor de piso de uma sala de telecomunicações às tomadas de telecomunicações das áreas de trabalho do mesmo pavimento ou pavimento adjacente. Distribuidor de piso local que interliga o cabeamento horizontal com o backbone de edifício, lembrando que o cabeamento estruturado aceita no máximo 2 nível de ligação. O distribuidor de piso pode ser uma sala, um rack ou até mesmo um Shaft. - Quando o caminho é um duto, utilizado também para o fluxo de ar de ventilação e climatização, esta é uma instalação

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Cabeamento estruturado desvendando cada passo: do projeto instalao.

Captulo 1 conceitos e retrospectiva histrica.

- O Conceito eletricamente balanceado est relacionado geometria fsica e propriedades dieltricas de um par de condutores tranados. Se dois condutores isolados so fisicamente idnticos em dimetros, concentricidade, material dieltrico e so uniformemente tranados em comprimento, ento dizemos que o par eletricamente balanceado. O conceito de balanceamento aplica-se a condutores em um mesmo par e a pares de condutores tranados dentro de um mesmo cabo.

ANSI/TIA 568-C.0 (Cabeamento de telecomunicaes genrico para as dependncias do cliente).

ANSI/TIA 568-C.1 (Cabeamento de telecomunicaes para edifcios comerciais).

ANSI/TIA 568-C.2 (Cabeamento de telecomunicaes em par balanceado e componentes).

ANSI/TIA 568-C.3 (Componentes de cabeamento em fibra ptica).

Captulo 2 Tcnicas e subsistemas

Subsistemas Cabeamento horizontal, cabeamento de Backbone (campus ou edifcios), rea de trabalho, salas de Telecomunicaes, sala de equipamentos e infra-estrutura de entrada.

Cabeamento horizontal a parte que conecta um distribuidor de piso de uma sala de telecomunicaes s tomadas de telecomunicaes das reas de trabalho do mesmo pavimento ou pavimento adjacente.

Distribuidor de piso local que interliga o cabeamento horizontal com o backbone de edifcio, lembrando que o cabeamento estruturado aceita no mximo 2 nvel de ligao. O distribuidor de piso pode ser uma sala, um rack ou at mesmo um Shaft.

- Quando o caminho um duto, utilizado tambm para o fluxo de ar de ventilao e climatizao, esta uma instalao denominada plenum e os cabos devem atender aos requisitos dessas instalaes.

A duas formas permitidas para a interconexo do equipamento ativo de rede de dados ao cabeamento horizontal que so: Por Meio de Conexo Cruzada ou interconexo.

Conexo cruzada configura basicamente, pelo espelhamento das sadas do equipamento ativo em um patch painel ou grupos de panels de acordo com a quantidade de portas em questo.

Interconexo utilizado para conexo do equipamento ativo de rede ao cabeamento horizontal.

O Comprimento do cordo do usurio pode chegar at 20 metros na utilizao dos MUTOA.

MUTOA (MUTO) basicamente, uma caixa com varias sadas RJ45 localizadas proximo das reas de trabalho a serem atendidas em uma determinada zona. Uma caracteristica dessa configurao que os cordes dos usurios devem ser conectados diretamente s sadas do MUTOA sem nenhuma outra tomada entre eles.

O MUTOA deve ser instalado em uma posio fsica no escritrio aberto de modo que at 12 reas de trabalho possam ser atendidas.

O MUTOA deve ser montado em uma parte fixa do prdio.

Tanto o MUTOA quanto os cordes do usurio devem ser identificados, conforme requisitos da norma 606-A. O MUTOA deve ser identificado como um hardware de conexo e o cordo do usurio marcado em ambas as extremidades por meio de um identificador nico.

Os comprimentos mximos permitidos devem ser reconsiderados.Comprimento do cabeamento Horizontal (m)Total de cabos flexveis combinados (mximo) (m)Comprimento mximo permitido de cabo da rea de trabalho (m)Comprimento total do cabeamento horizontal (m)

24 AWG26 AWG24 AWG26 AWG24 AWG26 AWG

901085410098

851411979996

80181513119895

75221817149993

72252020159791

Cabeamento ptico centralizado conceito das redes FTTD (Fiber To The Desk) o qual consiste no cabeamento ptico conectando o equipamento ativo da rede ao distribuidor de edifcio e ento s estaes de trabalho de seus usurios diretamente, sem uso de conversores pticos/eltrico (Transeivers), ou seja, toda a rede baseada completamente em componentes pticos (ativo e passivo).

A implementao da tcnica de cabeamento em questo pode ser feita com os mtodos Interconexo/emenda ou Pull-through (passagem direta).

O mtodo de interconexo consiste na conexo do cabeamento horizontal ao equipamento ativo ptico sem o uso de distribuidor de piso. Essa conexo feita na sala de telecomunicaes que serve a rea de trabalho do cabeamento horizontal em questo. O comprimento mximo de 300m (Incluindo os cordes de equipamentos e os cordes dos usurios em ambas as extremidades, bem como os patch cords pticos no distribuidor de edifcios). O mtodo emenda possui as mesmas limitaes do mtodo interconexo, porm, em vez de uma interconexo entre os subsistemas de cabeamento horizontal e backbone, feita uma emenda ptica.

O Mtodo Pull-through, o cabo que sai do distribuidor ptico centralizado chega a tomada de telecomunicaes da rea de trabalho diretamente, sem nenhum bloqueio ou terminao intermediria. Nesse caso o cabo apenas passa pela sala de telecomunicaes. Nesse caso existe apenas o cabeamento horizontal e o comprimento mximo de 100 metros incluindo os cordes de manobras.

As fibras reconhecidas so: multmodo de 62,5/125m, multmodo 50/125m e multmodo 50/125m otimizada para laser (OM-3).

Os conectores reconhecidos so no padro 568SC (Conectores SC duplex) ou os SSF (Small Form Factor).

Cabeamento de Backbone a parte do sistema de cabeamento que interconecta salas de telecomunicaes, salas de equipamentos e infra-estrutura de entrada. A topologia adotada para implementao a estrela, com at dois nveis hierrquicos.

CD (campus distributor) Distribuidor de Campus.BD (Building distributor) Distribuidor de Edifcios.FD (Floor distributor) Distribuidor de Piso.

Cabos utilizados para backbone so: Cabo UTP 4 pares, Cabo F/UTP 4 pares, Cabo UTP multipares, Cabo ptico multmodo de 50/125m ou 62,5/125m e Cabo ptico Monomodo.

Backbone de Edifcio sistema de cabeamento que interconecta diferentes pavimentos dentro de um mesmo edifcio.

Backbone Campus sistema de cabeamento que interconecta dois ou mais edifcios em uma mesma rea.

Os sitemas de cabeamento mais sofisticado, bem como cabos e componentes, devem apresentar compatibilidade retroativa com sistemas de categoria inferiores, conforme as especificaes de normas pertinentes.

Se componentes de diferentes categorias forem combinados em um enlace permanente ou canal, essa combinao deve atender aos requisitos do elemento ou componente de menor categoria de desempenho presente no enlace ou canal.

Wire Map Tem como objetivo a verificao de terminao dos pares.

Atenuao a perda de potncia de um sinal devido sua propagao por um meio fsico qualquer.

Perda de Insero adotado para descrever uma atenuao de sinal ao longo dos canais, enlaces e componentes. Diferentemente da atenuao, a perda de insero no linearmente proporcional ao comprimento do cabo devido presena de componentes e segmentos de cabos que adicionam suas prprias perdas a um canal completo.

Diafonia (Crosstalk) rudo ou interferncia proveniente do acoplamento eletromagntico entre sinais que se propagam por pares adjacentes dentro de um mesmo cabo de pares balanceados.

Paradiafonia (Next) Diafonia medida na extremidade prxima fonte de interferncia.

Telediafonia (Fext) Diafonia medida na extremidade oposta fonte de interferncia.

H, basicamente, duas metodologias de teste de paradiafonia requerida pelas normas citadas, sendo o teste de paradiafonia par a par e o teste denominado powersum next ou PS-NEXT.

Teste Paradiafonia Par a Par As seis possveis combinaes de Next ente os quatro pares do cabo so medidos.

Teste de PowerSum (PS-NEXT) Somatrio de interferncias provenientes de cada um dos trs pares sobre o quarto par.

ACR (Attenuation to Crosstalk Ratio) Trata-se da relao Atenuao/paradiafonia importante indicador da relao sinal/rudo de um sistema de cabeamento. Pode ser medido par a par ou PS-ACR onde a somatrio de cada um dos trs pares so medidos.

ELFEXT relao entre a interferncia por telediafonia medida em um par de um cabo de pares tranados e a atenuao desse par. Pode-se entender que o ELFEXT uma relao atenuao/diafonia, (como o ACR)porm em que a interferncia por diafonia considerada a telediafonia

Alien Crosstalk Diafonia entre pares de cabos diferentes adjacentes. Esse tipo de interferncia ocorre em cabos agrupados em feixes e um dos principais impedimento da implementao da aplicao 1000BASE-T em cabos balanceados sem blindagem.

Velocidade Nominal de Propagao (NVP) coeficiente utilizado para determinar a velocidade de transmisso de sinais em cabos de cobre em relao velocidade da luz no vcuo. Este tambm um importante parmetro para a determinao do comprimento preciso de um enlace ou canal.

Perda de Retorno Trata-se da medida de todas a s reflexes causadas por anomalias de impedncia Caracterstica ao longo de um segmento de cabo.

A perda de retorno varia sensivelmente com a freqncia. Pequenas variaes no valor da impedncia caracterstica ao longo do segmento de cabo causam a perda de retorno. Os conectores utilizados nas terminaes dos segmentos de cabo causam perda de retorno. Atraso de Propagao o tempo que o sinal leva para propagar-se ao longo de um segmento de cabo entre um dado transmissor e um receptor.

Delay Skew expressa a diferena (em Tempo) entre os atrasos de propagao dos pares mas rpidos e mais lento em um cabo de quatro pares.

Nas Fibras Multimodos so classificadas como sendo ndice degrau ou gradual. Nas fibras MM ndice degrau, o sinal luminoso mais atenuado e distorcido que nas fibras MM ndice gradual.

A atenuao total de um enlace ptico determinada por vrios fatores, tais como: Absoro, Espalhamento, Qualidade das terminaes e fuses pticas e Raios de curvatura dos cabos pticos.

A Absoro de parte do sinal luminoso que se propaga pelo ncleo da fibra ocorre devido a impureza presentes no ncleo e depende do tipo de material usado na fabricao da fibra, bem como do comprimento de onda (Janela) que est sendo transmitido.

O Espalhamento ocorre de maneira oposta a absoro. Partculas presentes no ncleo das fibras so atingidas pelos sinais luminosos que se propagam por a e os refletem e/ou refratam dentro do ncleo, causando perdas adicionais e aumentando a atenuao total da fibra ptica.

As janelas de transmisso usadas na prtica so os comprimentos de onda de 850, 1300, 1310, 1550nm.

H, basicamente, dois tipos de fonte ptica; Fontes LED e Fontes laser.

As Fontes LED (construdas com diodos emissores de luz de alta preciso) transmitem sinais de luz nos comprimentos de onda de 850 e 1300nm e so normalmente usadas em sistemas de transmisso ptica que operam com fibras multmodo.

As fontes laser, que transmitem nos comprimentos de onda de 1310nm e 1550nm, so usadas, geralmente, em sistemas de transmisso ptica por meio de fibras monomodo j que podem alcanar distncias maiores de transmisso entre dois transceivers.

Tipo de Cabo pticoComprimento de OndaAtenuaoLargura de Banda Modal

50/125m Multimodo8503,5500

13001,5500

62,5/125m Multimodo8503,5160

13001,5500

Monomodo interno13101,0No se Aplica

15501,0No se Aplica

Monomodo externo13100,5No se Aplica

15500,5No se Aplica

Largura de Banda Modal a forma utilizada para a especificao de largura de banda de fibras pticas multmodo.

O Destranamento dos pares de categoria 3 ou inferiores no deve ser superior a 75mm e os de categoria 5 ou superiores no deve ser superior a 13mm.

Recomenda-se deixar uma sobra de 30cm para cabos balanceados nas WAs e 3m nas TRs e 1m para cabos pticos nas WAs e 3m nas TRs.

TGB o barramento de aterramento de telecomunicaes que deve estar presente nos espaos de telecomunicaes ao longo do edifcio para conexo do cabeamento de telecomunicaes ao seu sistema de aterramento.

TMGB o barramento de aterramento principal do sistema de aterramento de telecomunicaes do edifcio serve como extenso do eletrodo de aterramento do sistema de aterramento de telecomunicaes do edifcio.

TBB o barramento que interconecta todos os TGBs TMGB; este o segmento do cabo originado no barramento principal de aterramento de telecomunicaes do edifcio e distribudo ao longo do edifcio.

De acordo com a EIA-862, um enlace horizontal deve ser considerado para cada 25m de rea do andar em que o cabeamento horizontal instalado.

Ponto de Demarcao a interface entre a entrada de servios provenientes de seus provedores e o cabeamento dentro das dependncias do cliente.

O Comprimento mximo do cabo que se estende do ponto de demarcao at uma tomada de telecomunicaes nas dependncias do cliente de 150m.

ADO (Auxiliary Disconnect Outlet) Tomada de Desconexo Auxiliar Permite a desconexo de um provedor de servio ou acesso.

QD (Quadro de Distribuio) Deve ser instalado dentro da residncia e o cabeamento nas dependncias do cliente distribudo a partir desse elemento. Deve haver espao para a instalao de dispositivos de proteo dos circuitos que entram ou saem da residncia, devendo estar a 1,5m do QD. O QD pode conter um cross-connect passivo e tambm equipamentos ativos.

Os seguintes cabos so reconhecidos: Cabos de 4 pares, 100omhs, UTP Cat.5e e 6. Cabos coaxiais RG6, com trs ou quatro blindagens. Cabos coaxiais RG59 para distribuio dos sistemas de CFTV. Cabos pticos multmodo de 50/125m e 62,5/125m. Cabos pticos monomodo.

TIA-570-B determina que deva haver uma tomada de telecomunicao em cada ambiente a cada 3,7m ao longo do seu permetro. Tomadas adicionais devem ser consideradas de modo que nenhum ponto ao longo do permetro do espao fique a mais de 7,6m de distncia.

EXERCCIOS

Captulo 11 Qual o conceito do cabeamento estruturado?Cabeamento estruturado um sistema que envolve cabos e hardware de conexo (conforme definidos em normas) capaz de atender (por um perodo estimado de dez anos) s necessidades dos usurios desses ambientes sem um conhecimento prvio (ou com um conhecimento mnimo) das aplicaes e servios que sero usados em cada rea de trabalho; da mesma forma no seria necessrio saber onde estariam localizadas as reas de trabalho. Em outras palavras, um sistema de cabeamento estruturado pode ser projetado e instalado sem que se conheam, a priori, as posies de trabalho e os servios que sero usados em cada posio; por isso o cabeamento estruturado tambm denominado pr-cabeamento ou cabeamento genrico. Este o conceito de cabeamento estruturado, porm sabemos que com um conhecimento prvio das posies das reas de trabalho, bem como dos servios que sero implementados nelas, a tarefa de projetar e instalar um sistema de cabeamento torna-se muito mais fcil e o resultado muito mais satisfatrio. O conceito aplica-se principalmente ao construtor de um novo edifcio comercial que, em geral, no conhece as necessidades especficas de servios de telecomunicaes de seus usurios.

No entanto, sabemos que, se por um lado o cabeamento horizontal pode ser tratado como genrico (principalmente no que diz respeito categoria de desempenho escolhida), o backbone exige um bom conhecimento prvio das aplicaes que sero implementadas por ele, pois limites de distncias nestes casos so realmente crticos.

Outra definio fundamental de um sistema de cabeamento estruturado que todas as tomadas presentes nas reas de trabalho, bem como outras dependncias do edifcio, so de telecomunicaes e podem ser usadas para qualquer servio de telecomunicaes do edifcio independentemente de sua posio.

2 O que define uma topologia estrela de distribuio do cabeamento estruturado em um edifcio comercial?A topologia estrela aquela em que um segmento de cabo individual interliga cada estao de trabalho ao servidor ou data center em um sistema de cabeamento em edifcios comerciais.

3 O que so classes e categorias de desempenho?Categoria de desempenho uma especificao normalmente atribuda ao sistema de cabeamento propriamente dito, enquanto as classes se referem s aplicaes implementadas em um sistema de cabeamento. Por exemplo, uma aplicao Classe C requer um cabeamento Categoria 3 para ser implementada, uma aplicao Classe D requer um cabeamento Categoria 5e e assim por diante.

4 O que so e para que servem as tomadas de telecomunicaes em um edifcio comercial?So as tomadas instaladas nas reas de trabalho dos usurios dedicadas conexo de seus equipamentos terminais. Uma tomada de telecomunicaes (TO) pode ser usada em um cabeamento genrico para qualquer servio de telecomunicaes disponvel no edifcio desde que sua distribuio seja parte da infra-estrutura de cabeamento estruturado do edifcio.

5 Qual a principal aplicao dos cabos pticos nos sistemas de cabeamento estruturado?A principal aplicao dos cabos pticos em sistemas de cabeamento estruturado em edifcios comerciais na implementao dos subsistemas de backbone. Esses cabos so usados tanto no backbone de edifcio quanto no backbone de campus e podem ser do tipo multimodo ou monomodo. O emprego dos cabos pticos no subsistema de cabeamento horizontal est previsto e reconhecido por normas aplicveis, porm no muito comum na prtica. Quando usado no subsistema de cabeamento horizontal, o cabo ptico deve ser multimodo.

Captulo 2

01 Qual a aplicao de um sistema de cabeamento estruturado em edifcios comerciais?Os sistemas de cabeamento estruturado em edifcios comerciais aplicam-se infra-estrutura de distribuio de servios de telecomunicaes nas reas de trabalho. Os servios de telecomunicaes so, basicamente, dados, voz e imagem. Sistemas de controle de baixa tenso, como, por exemplo, aqueles utilizados em automao predial, tambm podem ser implementados por meio do cabeamento estruturado.

02 Quais so os subsistemas que formam um sistema de cabeamento estruturado?Os subsistemas de um sistema de cabeamento estruturado so: Cabeamento horizontal; Cabeamento de backbone (dividido em backbone de campus e backbone de edifcio); rea de trabalho.O cabeamento nos espaos de telecomunicaes tambm deve ser considerado; esses espaos so os seguintes: Salas de telecomunicaes; Sala de equipamentos; Infra-estrutura de entrada.

03 Esquematize o subsistema de distribuio horizontal?O cabeamento horizontal a parte do sistema de cabeamento que conecta um distribuidor de piso de uma sala de telecomunicaes s tomadas de telecomunicaes das reas de trabalho do mesmo pavimento ou pavimento adjacente. O cabeamento horizontal assim denominado devido ao fato de compreender os segmentos de cabos que so lanados horizontalmente entre as reas de trabalho e as salas de telecomunicaes. importante salientar que esses segmentos de cabos (horizontais) podem ser lanados tambm na vertical dentro de um edifcio sem que isso descaracterize uma distribuio horizontal, como estabelecido em normas tcnicas pertinentes.

04 Quais so os dois mtodos de conectividade permitidos por normas aplicveis para a conexo de equipamentos ativos a ambos os subsistemas de cabeamento horizontal e de Backbone?H duas formas permitidas para a interconexo do equipamento ativo de rede de dados (os switches, por exemplo) ao cabeamento horizontal, que so: por meio de conexes cruzadas, ou por meio de interconexes.

A conexo cruzada se configura, basicamente, pelo espelhamento das sadas do equipamento ativo em um patch panel ou grupos de patch panels de acordo com a quantidade de portas em questo. Esse tipo de configurao oferece a possibilidade de separao entre os equipamentos ativos da rede (switches, por exemplo) e os componentes de distribuio do cabeamento (patch panels, por exemplo). Essa separao pode ser requerida por questes associadas segurana, uma vez que os switches podem estar montados em um gabinete com porta e fechadura e, portanto, com acesso limitado, enquanto os patch panels so montados, em geral, em racks abertos e, conseqentemente, com acesso menos limitado. Essa configurao no muito comum por questo de custos e tambm pelo fato de ambos os equipamentos da rede (ativos e passivos) estarem localizados, normalmente, em salas fechadas e com acesso limitado. Uma aplicao comum da configurao de conexo cruzada a conexo de uma central de PABX aos patch panels ou blocos de conexo para a distribuio dos servios de voz pelo edifcio. Essa configurao necessria no caso dos equipamentos ativos de voz, porque eles no oferecem padres de conexo compatveis com aqueles usados nos edifcios comerciais (RJ45, blocos S110, blocos Krone etc.).

Outra finalidade importante da conexo cruzada a interconexo dos subsistemas de cabeamento de backbone e horizontal O mtodo de interconexo, pode tambm ser utilizado para a conexo do equipamento ativo de rede ao cabeamento horizontal. Neste caso, os equipamentos ativos tm as extremidades dos patch cords (cordes de equipamentos) diretamente conectadas em suas sadas RJ45 e as outras s respectivas portas do patch panel correspondente. Esse mtodo de conexo do equipamento ativo ao cabeamento horizontal largamente utilizado na prtica por sua favorvel relao custo/benefcio e previsto e aceito pelas normas aplicveis.

Independentemente do mtodo de conexo escolhido pelo projetista, todas as limitaes em comprimento anteriormente citadas para o subsistema de cabeamento horizontal devem ser respeitadas.

05 Descreva os limites mnimo e mximo definidos por normas no subsistema de cabeamento horizontal . Considere a tcnica de cabeamento em edifcios abertos?As normas estabelecem limites mximo e mnimo para o comprimento do subsistema de cabeamento horizontal. Os limites mximos, como sabemos, so 90m para a configurao enlace permanente (que no inclui cordes e jumpers) e 100m para a configurao canal (que inclui os cordes e jumpers).

Para assegurar a confiabilidade do sistema devido perda de retorno quando um ponto de consolidao utilizado em uma dada instalao, h algumas recomendaes importantes com relao a distncias mnimas entre o distribuidor de piso e o ponto de consolidao (15 metros) e entre o CP e a tomada de telecomunicaes da rea de trabalho (5 metros).

06 Quais so as duas tcnicas de conectividade adotadas no cabeamento de edifcios abertos?As tcnicas de conectividade so: MUTO ou MuTOA (Multiuser Telecommunications Outlet Assembly) ou tomada de telecomunicaes multiusurio; CP (Consolidation Point) ou ponto de consolidao.

07 Esquematize a distribuio de backbone. Quais so os tipos de backbone comumente encontrados em edifcios ou grupos de edifcios comerciais?A topologia adotada para a implementao do backbone a estrela com at dois nveis hierrquicos. Essa topologia foi selecionada por oferecer arranjo fsico para cabeamento flexvel, lgico e econmico de modo que uma ampla variedade de aplicaes possa ser implementada no sistema, inclusive aquelas que requerem uma topologia diferente da estrela (barramento ou anel).Os tipos de backbone so: Backbone de edifcio - Quando o backbone do sistema de cabeamento interconecta diferentes pavimentos dentro de um mesmo edifcio. Backbone de campus - Quando o backbone de um sistema de cabeamento interconecta dois ou mais edifcios em uma mesma rea (campus).

08 Cite os meios fsicos aceitos no subsistema de backbone de edifcios comerciais. Quais so seus limites em distncias?Os cabos reconhecidos pelos padres para a implementao do subsistema de backbone so os seguintes: Cabo UTP (Unshielded Twisted Pair) de quatro pares, 100; Cabo F/UTP (Foiled/Unshielded Twisted Pair) de quatro pares, 100; Cabo UTP de mltiplos pares; Cabo ptico multimodo 62,5/125m ou 50/125m; Cabo ptico monomodo.As categorias de desempenho dos cabos metlicos reconhecidas pelos padres so 3, 5e (Enhanced), 6 e Categoria 7/Classe F, com uma ressalva com relao aos cabos multipares que s podem ser utilizados para aplicaes de voz (telefonia) e podem ser de categorias inferiores nestes casos.

A tabela a seguir apresenta os comprimentos mximos de canais para o subsistema de backbone (de edifcio e de campus) para diferentes tipos de cabo. Essas distncias se aplicam ao cabeamento entre um distribuidor de campus e qualquer distribuidor de piso em um edifcio comercial. Esses limites de distncia esto definidos nas normas NBR-14565:2007, ISO/IEC 11801:2002 2 edio e ANSI/TIA/EIA-568-B.1.

Tipo de cabo Distncia (m) Descrio/aplicao

Fibras monomodo 3000 Cabos OS-1

Fibras multimodo 2000 Cabos de 50/125 ou 62,5/125

Cabos balanceados Classe A 2000 Voz, PABX (at 100kHz)

Cabos balanceados Classe B 200 RDSI (at 1MHz)

Cabos balanceados Classes C, D, E e F 100 Alta velocidade (at 600MHz)

09 O que largura de banda modal e a que tipo de meio fsico est associada?Trata-se da largura de banda associada s fibras pticas multimodo. A largura de banda modal, expressa em MHz.km (produto MHz vezes km), apresenta uma relao de banda que se pode utilizar em uma dada fibra em analogia largura de banda eltrica que se aplica a cabos de cobre. Assim, a largura de banda disponvel em uma fibra multimodo ser dependente da distncia, da mesma forma que para os cabos de cobre.

10 Qual a principal diferena entre uma sala de equipamento (ER) e uma sala de telecomunicaes (TR)?As salas de equipamentos tipicamente contm uma grande parte dos equipamentos de telecomunicaes, terminao de cabos, bem como distribuidores de um sistema de cabeamento. A sala de equipamentos (ER, Equipment Room) normalmente um espao projetado para atender a um edifcio inteiro ou mesmo um campus inteiro, enquanto uma sala de telecomunicaes projetada para atender a pavimentos individuais em um nico edifcio.

No entanto, uma ou todas as funes de uma sala de telecomunicaes podem ser providas em uma sala de equipamentos de acordo com as caractersticas da instalao. Em um sistema de cabeamento estruturado uma sala de equipamentos pode conter tanto o distribuidor de campus quanto o distribuidor de edifcio em um backbone com hierarquia. Normalmente, o distribuidor de campus (CD) instalado na sala de equipamentos junto com o PABX, bem como outros equipamentos ativos da rede de dados, quando necessrio. O mais comum ter o PABX do edifcio instalado nesse espao.

11 Quais so as normas mais usadas como referencia para o projeto e instalao de um sistema de cabeamento estruturado em edifcios comerciais?So a norma brasileira (NBR-14565:2007), a norma internacional ISO/IEC 11801:2002 2 edio e a srie de normas americanas ANSI/TIA/EIA-568-B (B.1,B.2 e B.3).

12 Onde est localizado o distribuidor de campus em um edifcio comercial e qual sua principal funo?O distribuidor de campus aquele responsvel pela distribuio do backbone de campus, backbone que interconecta um ou mais edifcios em um mesmo sistema de cabeamento. O distribuidor de campus localiza-se, tipicamente, na sala de equipamentos (ER) do edifcio principal da rede (aquele que origina o backbone de campus para os demais edifcios de um dado campus).

13 Explique a diferena entre os cabos de cobre UTP, F/UTP e SF/UTP?UTP so os cabos de pares tranados sem blindagem; os cabos F/UTP so aqueles cujos pares no so blindados, porm so todos envolvidos em uma blindagem geral. S/FTP so cabos cujos pares so blindados individualmente e ainda envolvidos em uma blindagem geral. A tabela seguinte apresenta os aspectos construtivos desses tipos de cabos.

14 Qual a topologia de distribuio de cabos nos subsistemas horizontal e de backbone?Topologia estrela, de acordo com as especificaes de normas pertinentes.

15 Quais so os mtodos empregados no cabeamento centralizado ptico? Explique.A implementao da tcnica de cabeamento centralizado ptico pode ser feita utilizando os seguintes mtodos: interconexo/emenda; pull-through (passagem direta).O mtodo de interconexo esquematizado na Figura 2.7 consiste na conexo do cabeamento horizontal ao equipamento ativo ptico sem o uso de um distribuidor de piso. Essa conexo feita na sala de telecomunicaes que serve a rea de trabalho do cabeamento horizontal em questo.

Captulo 3

1 Que parmetro devem ser medidos na certificao do cabeamento em cobre?Para o cabeamento em cobre, os seguintes parmetros eltricos e mecnicos devem ser verificados em um procedimento de certificao de acordo com normas aplicveis: Configurao de terminao (wire map). Comprimento. Perda de insero (atenuao). Paradiafonia (NEXT, Near End Crosstalk). PS-NEXT (powersum NEXT). ACR (Attenuation to Crosstalk Ratio), Relao atenuao/paradiafonia. ELFEXT (Equal Level Far End Crosstalk), Telediafonia de nvel equalizado. PS-ELFEXT (powersum ELFEXT). Perda de retorno. Atraso de propagao. Delay Skew (desvio de atraso de propagao)

2 O que split-pair ou falha por pares divididos?Split-pair a falha mais sria em termos de degradao do sinal transmitido pelo cabo entre dois pontos e de difcil diagnstico sem o uso de um equipamento de certificao de cabeamento em mos. Trata-se de um problema significativo de terminao de um segmento de cabo balanceado por descaracterizar a configurao de pares para os pares que so divididos quando isso ocorre. Nestes casos, os pares se comportam como condutores paralelos e perdem, conseqentemente, o balanceamento. O split-pair afeta de forma negativa o parmetro diafonia (crosstalk).

3 Por que os pares dos cabos balanceados no so terminados em ordem direta nas tomadas padro RJ45?Para que as posies dos pares terminados nessas tomadas correspondam aos padres de telefonia existente, inicialmente terminados em tomadas e plugues RJ- 11.

4 Os adaptadores que permitem a conexo de mais de um dispositivo em uma dada rea de trabalho tm seu uso permitido em sistemas de cabeamento estruturado pelas normas aplicveis? Justifique sua resposta.Sim. Esses adaptadores so permitidos sempre e quando utilizados externamente ao enlace permanente de modo que, ao serem retirados, o enlace mantenha sua integridade. Em outras palavras, esses adaptadores no podem ser parte permanente de um canal em um sistema de cabeamento estruturado baseado em normas.

5 Como o comprimento medido em um teste de certificao do cabeamento de cobre?O comprimento um parmetro fsico que deve ser verificado em campo durante os testes de certificao do cabeamento instalado e fortemente dependente da velocidade nominal de propagao. O equipamento de teste gera um sinal de teste de caractersticas conhecidas (amplitude e fase). Esse sinal transmitido pelo meio e quando chega ao final da linha pode sofrer os seguintes efeitos:a) Ser refletido, mantendo a fase original se a linha estiver aberta.b) Ser refletido com uma defasagem de 180 graus se a linha estiver em curtocircuito.c) Ser absorvido pela carga se ela tiver uma impedncia de mesmo valor que a impedncia caracterstica do cabo.Assim, por meio da tcnica conhecida como reflectometria, o equipamento de teste injeta um sinal que varre o segmento de cabo sob teste e, ao ser refletido de volta ao equipamento de teste, este calcula o comprimento do cabo a partir do tempo de ida e volta do sinal de teste. Em sistemas de cabeamento estruturado o uso de um valor adequado (preciso) da NVP para um dado cabo sob teste permite obter valores de comprimentos medidos mais precisos tambm.

6 O que atenuao? Explique detalhadamente.Atenuao a perda de potncia de um sinal devido sua propagao por um meio fsico qualquer. Essa perda de potncia de sinal em cabos de cobre ocorre devido s perdas resistivas dos condutores ao longo da linha (aumento da resistncia em funo do comprimento), capacitncia mtua entre os condutores em um par e capacitncia entre os condutores e a terra. A atenuao expressa em dB (decibel) por unidade de comprimento para um dado segmento de cabo. Um dB dez vezes o logaritmo na base dez da relao entre a potncia do sinal presente na entrada de um circuito e o sinal da sada. A atenuao pode ser tambm a relao entre a potncia do sinal recebido e sua potncia original (sinal transmitido) em um canal de comunicao. A atenuao calculada como dez vezes o logaritmo na base dez da potncia do sinal recebido pela potncia do sinal transmitido. Uma relao de potncia de 2:1 corresponde a uma atenuao de 3dB. Observe que, sendo a atenuao uma funo logartmica, quando esse valor aumenta em 3dB, a relao entre as potncias recebida e transmitida cai pela metade ou seu nmero (em dB) dobra. Em outras palavras, cada vez que a relao entre potncias dobra, temos um valor absoluto de atenuao de 3dB. A tabela seguinte apresenta algumas relaes interessantes entre potncias recebida e transmitida.

Relao de potnciaLog na base10 dB

2 para 10,3013

10 para 11,00010

20 para 11,30113

40 para 11,60016

100 para 12,00020

200 para 12,30123

1000 para 13,00030

7 O efeito de linha cruzada conseqncia de um tipo de interferncia eletromagntica. Descreva como essa interferncia ocorre em sistema de cabeamento estruturado em cobre.O efeito de linha cruzada tambm conhecido como diafonia e ocorre devido aos mecanismos de acoplamento indutivo e capacitivo. o maior fator limitativo de desempenho em sistemas de comunicao digital que utilizam o cabo de pares tranados como meio de transmisso, como o caso dos sistemas de cabeamento estruturado. Em outras palavras, a diafonia pode ser entendida como a interferncia (eletromagntica) entre informaes (dados, voz, imagem etc.) que se propagam por diferentes pares dentro de um cabo UTP, F/UTP e outros.A diafonia entre dois pares em um cabo UTP ou F/UTP depende de vrios fatores, entre eles, aspectos construtivos do cabo como bitola dos condutores, passo de toro (relao de entrelaamento do par), material empregado no isolante e simetria entre os pares. A interferncia por diafonia no pode ser eliminada, mas pode ser reduzida por: Uso de terminaes balanceadas; Entrelaamento dos pares com diferentes passos de toro dentro do mesmo cabo; Fabricao do cabo de modo a otimizar seu desempenho em termos eltricos; Uso de cabos blindados para minimizar a interferncia entre pares de cabos vizinhos em um mesmo encaminhamento; Prticas de instalao baseadas em normas aplicveis.Uma preocupao especial dispensada aos efeitos da diafonia, bem como seu controle em sistemas de cabeamento estruturado. A diafonia pode apresentarse sob duas formas distintas, a paradiafonia (NEXT, Near End Crosstalk) e a telediafonia (FEXT, Far End Crosstalk). A diafonia medida no par interferido (aquele que sofre o efeito da interferncia), na mesma extremidade em que se encontra o par interferente (aquele que causa a interferncia) onde est a fonte de rudo, denomina-se paradiafonia ou NEXT.Da mesma forma, a diafonia medida no par interferido, na extremidade oposta quela onde se encontra a fonte de rudo no par interferente, denomina-se telediafonia ou FEXT. Esses mecanismos de interferncia podem ser observados na Figura 3.1.

Pela figura nota-se que a interferncia por NEXT ou FEXT exatamente a mesma em termos eltricos. A nica diferena a referncia do ponto de medio dela, ou seja, se a interferncia for medida na mesma extremidade em que se encontra o sinal causador da interferncia, esta recebe o nome de paradiafonia ou NEXT; se a interferncia for medida na extremidade oposta quela em que se encontra o sinal que a gera, esta recebe o nome de telediafonia ou FEXT. Os prefixos para (prximo) e tele (distante) que antecedem a palavra diafonia servem, exatamente, para dar a noo de referncia da interferncia em questo. O mesmo se aplica aos termos em ingls, ou seja, near (prximo) e far (distante) antes da palavra crosstalk (diafonia).

8 O que metodologia par a par de testes determinado para certos parmetros eltricos? Que parmetros podem ser medidos aplicando essa metodologia de teste?Os testes realizados com base na metodologia par a par so basicamente aplicados aos parmetros de diafonia (NEXT e FEXT), bem como suas relaes (ACR e ELFEXT). Em um teste de diafonia par a par, as seis possveis combinaes de NEXT e FEXT entre os quatro pares do cabo de pares tranados so medidas. Para isso, o equipamento de teste aplica um sinal conhecido em um dado par e mede sua interferncia no par adjacente para cada uma das combinaes possveis.

Essa metodologia de teste foi a primeira a ser estabelecida para a certificao de Categoria 5 de uma instalao de cabeamento estruturado. Pelo fato de as aplicaes de dados disponveis no utilizarem mais do que dois pares do cabo (um para transmisso e outro para recepo) nesses sistemas, essa metodologia foi suficiente para a certificao e testes de conformidade do cabeamento. Quando comearam as discusses e os trabalhos do IEEE para a definio do Fast Ethernet (Ethernet a 100Mb/s) sobre cabeamento Categoria 5 e, mais tarde, do Gigabit Ethernet (Ethernet a 1000 Mb/s) sobre cabeamento Categorias 5 e 5e (Enhanced), concluiu-se que seriam necessrios os quatro pares dos cabos de pares tranados para a implementao desses padres. Desta forma, os testes par a par, que consideravam que os pares do cabo seriam utilizados sempre aos pares, passariam a ser insuficientes para atestar o desempenho do sistema de cabos para o novo padro de rede local, principalmente para o Gigabit Ethernet que opera no modo full-duplex utilizando os quatro pares dos cabos UTP, F/UTP ou S/FTP.

9 Explique o parmetro ACR e como ele pode ser usado para qualificar um sistema de cabeamento?ACR (Attenuation to Crosstalk Ratio) um importante indicador da relao sinal rudo de um sistema de cabeamento. Este um parmetro obtido a partir da medio da paradiafonia (NEXT) e da atenuao. A resposta de ACR pode ser analisada da mesma forma que a resposta de SNR (Signal to Noise Ratio, Relao Sinal/Rudo) de um sistema de comunicao. Em outras palavras, quanto maior a distncia (ou a diferena) entre os valores de atenuao e a paradiafonia para uma dada freqncia, melhor a resposta de ACR do canal. Analogamente, quanto menor a distncia (ou diferena) entre essas curvas para uma dada freqncia, pior a resposta de ACR do canal. A interpretao desse comportamento que, quanto menor o valor de ACR (em dB), mais importante a interferncia de paradiafonia (rudo) acoplada ao canal (h que considerar que a resposta de atenuao fixa e funo da freqncia e do material empregado em sua construo). Assim, quanto maior o valor do ACR (em dB), menor a interferncia por paradiafonia (rudo) acoplada ao canal. Por isso dizemos que o ACR um tipo de SNR para um dado enlace ou canal, porm em que a contribuio de rudo devido paradiafonia.

Quando a distncia (ou diferena) entre as curvas de respostas de atenuao e paradiafonia zero (ACR=0dB), dizemos que, teoricamente, chegamos a um ponto de indeciso do sistema em estabelecer uma comunicao vivel entre um transmissor e um receptor. Na prtica, sabemos que nessas condies no h como estabelecer tal comunicao. Quando as curvas de respostas de atenuao e paradiafonia se cruzam (ACR