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Série Promoção da Saúde No. 4 Escolas Promotoras de Saúde Fortalecimento da Iniciativa Regional Estratégias e Linhas de Ação 2003-2012 E S C O L A S P R O M O T O R A S D E S A Ú D E

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Série Promoção da Saúde No. 4

EscolasPromotoras

de SaúdeFortalecimento da Iniciativa Regional

Estratégias e Linhas de Ação 2003-2012

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Escolas Promotoras

de SaúdeFortalecimento da Iniciativa Regional

Estratégias e Linhas de Ação 2003-2012

Série Promoção da Saúde No. 4 (Originale en Espagnol)

Washington, DC

Maio de 2003

Unidade de Espaços SaudáveisÁrea de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental

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Biblioteca Sede OPAS – Catalogação na fonte

Ippolito-Shepherd, JosefaEscolas Promotoras de Saúde—Fortalecimento da Iniciativa Regional

Estratégias e linhas de ação 2003-2012.Washington, D.C: OPAS, © 2006.(Série Promoção da Saúde Nº 4) -- 72 p.

ISBN 92 75 72693 0

I. Título II. Mantilla Castellanos, LeonardoIII. Cerqueira, Maria Teresa IV. Série

1. SAÚDE ESCOLAR2. PROMOÇÃO DA SAÚDE3. EDUCAÇÃO EM SAÚDE4. SERVIÇOS DE SAÚDE ESCOLAR5. AMÉRICA LATINA

NLM WA 350

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As solicitações para reproduzir ou traduzir tudo ou parte

desta publicação deverão ser dirigidas à:

Unidade de Espaços Saudáveis

Área de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental,

Organização Pan-Americana da Saúde,

525 Twenty-third Street,

N.W., Washington, D.C.

20037, E.U.A.

Texto preparado por: Dra. Josefa Ippolito-Shepherd, PhD

Assessora Regional em Promoção da Saúde e Educação para a Saúde e

Leonardo Mantilla Castellanos, MDConsultor em Saúde Mental e Desenvolvimento Psicosocial

de Crianças e Adolescentes

Coordenação técnica:Dra. Josefa Ippolito-Shepherd, PhD

Direção geral:Dra. María Teresa Cerqueira, PhD

Chefe, Unidade de Espaços Saudáveis

Desenho gráfico:Alejandro Levy

Coordenação de desenho:Centro de Assessoria em Saúde do Adolescente

ULTRAdesigns.com

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Reconhecimentos PrefácioIntroduçãoApresentação

1. Condições de saúde da população em idadeescolar na América Latina e no Caribe

2. Perspectiva geral e situação atual dosprogramas de saúde escolar na América Latina e no Caribe

2.1 Perspectiva geral2.2 Situação atual dos programas de saúde

escolar

3. A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde

3.1 Como surgiu e em que consiste a Iniciativa?

3.2 Estratégia Operativa da Organização parapôr em andamento a Iniciativa Regional

3.3 Redes Latino-Americana e Caribenha deEscolas Promotoras de Saúde 3.3.1 Rede Latino-Americana de Escolas

Promotoras de Saúde (RLEPS)3.3.2 Rede Caribenha de Escolas

Promotoras de Saúde (RCEPS)3.4 Acreditação de Escolas Promotoras de

Saúde

4. Marco Conceitual

4.1 O que é uma Escola Promotora de Saúde?4.2 Declarações internacionais e alguns

enfoques teóricos nos quais sefundamentam a Iniciativa EscolasPromotoras de Saúde

5. Estratégias e Linhas de Ação 2003-20125.1 Advocacia dos programas de saúde

escolar e a difusão da Iniciativa RegionalEscolas Promotoras de Saúde

5.2 Apoio à institucionalização da EstratégiaEscolas Promotoras de Saúde e aformulação de políticas públicassaudáveis nas comunidades educativas

5.3 Fortalecimento da participação de atoreschaves na gestão dos programas de saúdeescolar

5.4 Fortalecimento da capacidade dosEstados Membros para a gestão daEstratégia Escolas Promotoras de Saúde

5.5 Apoio à investigação para odesenvolvimento dos programas de saúde escolar

5.6 Mobilização de recursos

BibliografiaAnexo: Participantes na Reunião de Especialistas da

Saúde Escolar, Washington,DC 2-4 de outubro de 2002

CONTEÚDOi

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As Escolas Promotoras de Saúde estimulam o sentidode responsabilidade social em meninos, meninas ejovens, desenvolvendo neles e nelas a capacidade deresolver conflitos através do diálogo e da negociação,como fatores preventivos da violência e instrumentos deconvivência harmônica.

Meninos, meninas e jovens desejam sentir-se úteis eestão dispostos a trabalhar na comunidade, nos hospitais,com pessoas idosas ou com crianças pequenas. Estas ati-vidades, que estimulam seu espírito de compromissosocial e comunitário, e ao mesmo tempo lhes permiteutilizar o tempo livre de forma criativa, resultarão maisefetivas quanto mais integradas estiverem no processode aprendizado escolar.

Escolas Promotoras de Saúde Entornos saudáveis e melhor saúde para as gerações futuras

Organização Pan-Americana da Saúde, 1998

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Agradecemos a todos aqueles que, com suas valiosascontribuições, observações e sugestões, cooperaram dealguma forma para enriquecer e melhorar este documento.Nosso reconhecimento especial, em primeira instância, épara o pequeno grupo de colegas e profissionais constitu-ído por: Blanca Patricia Mantilla, Amanda Bravo, VerónikaMolina, Gloria Briceño, Karina Cimmino, Nereida Arjona,María Paz Guzmán, Daniele Pompei, Sergio Meressman,Carlos dos Santos Silva e Benjamín Puertas, que paciente egenerosamente reuniram-se conosco, depois de um inten-so dia de trabalho durante a III Reunião da Rede Latino-Americana de Escolas Promotoras da Saúde, realizada emQuito, Equador, de 10 a 13 de setembro de 2002, para revi-sar em conjunto uma versão preliminar do presente Planode Ação.

Com base na retroalimentação antecipadamente forneci-da pelo mencionado grupo, foram efetuados ajustes, e pre-parada uma nova versão do documento, apresentada ediscutida durante a Reunião de Especialistas em Saúde Esco-lar, realizada na sede da Organização em Washington, entreos dias 2 e 4 de outubro de 2002. Nosso agradecimento sin-cero à equipe de profissionais e convidados (as) especiais dosdiversos países, assim como aos funcionários da própriaOrganização, que de forma tão entusiasta e assumida partici-param nesta jornada de trabalho (a lista completa de partici-pantes encontra-se no Anexo correspondente), trazendocontribuições a partir de suas diversas experiências e áreas deconhecimento, até a validade e consenso desta proposta.

Desejamos também expressar o nosso reconhecimen-to e gratidão à Dra. María Teresa Cerqueira, chefe da Uni-dade de Entornos Saudáveis da Área de DesenvolvimentoSustentável e Saúde Ambiental, não apenas pelo apoiodado à realização das atividades necessárias para o pre-paro deste documento e revisão da sua versão final, mastambém pela sua liderança e entusiasmo permanentes notrabalho na Região, em benefício da promoção de saúdeno âmbito escolar.

Apresentamos nosso reconhecimento a Carlos dosSantos Silva e Nora Zamith Ribeiro Campos pela revisãoda tradução do texto, feita por Maria Dolores CaamañoLeiria.

Por último, ainda que por isso não menos importante,o nosso reconhecimento mais fervoroso aos professores,pais, mães, diretores escolares, meninas, meninos, equi-pes de trabalhadores da saúde e outros profissionais que,dia após dia, com o seu trabalho, fazem das Escolas Pro-motoras de Saúde uma realidade tangível em diferentesrecantos da América Latina e do Caribe. Seu entusiasmo,interesse e convicção para avançar este trabalho, fre-qüentemente no meio da pobreza e outras condiçõesadversas, constituem motivação e grande estímulo paratodas as pessoas comprometidas em melhorar as condi-ções de saúde e educação, a qualidade de vida e as opor-tunidades de desenvolvimento integral da população emidade escolar.

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RECONHECIMENTOS

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Nunca antes na história das nações da América Lati-na e do Caribe, uma proporção tão significativa de meni-nas e meninos em idade escolar havia tido acesso àescola, e a oportunidade de completar, pelo menos, aeducação fundamental básica.

Esta situação destaca a função transcendental quetêm as instituições educativas na transformação dascomunidades locais e na formação de mulheres ehomens mais solidários, críticos e capazes de enfrentarcom sucesso os desafios do mundo contemporâneo ede viver uma vida plena e saudável.

Ainda que as relações entre saúde e educação sejammúltiplas e inseparáveis, talvez o elemento comum maisimportante é que ambas compartilham as aspirações eobjetivos do desenvolvimento humano observados naspolíticas internacionais de Educação para Todos, Saúdepara Todos, e As Metas do Milênio para o Desenvolvi-mento. A partir desta perspectiva ampla e integral, saú-de e educação são, ao mesmo tempo, fonte epré-requisito do bem-estar, do desenvolvimento huma-no e da riqueza social, econômica e espiritual de indiví-duos e povos.

As Escolas Promotoras de Saúde constituem umagrande estratégia de promoção da saúde no âmbitoescolar e um mecanismo articulado de esforços e recur-sos multissetoriais, orientados para o melhoramento dascondições de saúde e bem-estar, ampliando assim asoportunidades para um aprendizado de qualidade e odesenvolvimento humano sustentável, para todos osintegrantes das comunidades educativas.

Desde o lançamento formal da Iniciativa Regional em1995, as Escolas Promotoras da Saúde têm demonstradoo imenso potencial que possuem como comunidadessaudáveis, contribuindo para a conquista de objetivoscomuns em diferentes setores sociais, em especial, saú-de e educação. Tais setores podem, juntos , conseguir: aadoção de políticas escolares saudáveis; a criação emanutenção de entornos físicos seguros e saudáveis; oaprimoramento de culturas escolares harmônicas, eqüi-tativas, livres de qualquer forma de violência ou discri-minação, e que facilitem o processo de ensino eaprendizado; o desenvolvimento e implementação decurrículos de educação para a saúde que transcendam asimples transmissão didática de informação e promovamo aprendizado participativo das atitudes, dos valores edas habilidades necessárias para viver uma vida saudávele contribuir para o cuidado da saúde das demais pesso-as; o fortalecimento da participação social e o respeitoaos direitos humanos e liberdades fundamentais; e oacesso adequado a serviços de qualidade para a preven-ção e tratamento de doenças.

O Plano Estratégico que se apresenta neste docu-mento reflete a visão da Organização Pan-Americana daSaúde para o fortalecimento da Iniciativa Regionaldurante os próximos dez anos. Fazemos uma nova con-vocação a todos os Estados Membros para que conti-nuem avançando no melhoramento da saúde equalidade da educação de todos os meninos, meninas ejovens em idade escolar, por meio das Escolas Promoto-ras de Saúde.

Mirta Roses PeriagoDiretora

Organização Pan-Americana da Saúde

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PREFÁCIO

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As Metas do Milênio para o Desenvolvimento (MDM)adotadas na 55.ª Assembléia Geral da ONU representam umcompromisso mundial na luta para reduzir a pobreza e ainiqüidade na distribuição da renda dentro e entre os EstadosMembros. Neste magno compromisso, o setor saúde estáimplicado diretamente na conquista de três grandes metas: aredução da mortalidade materna (MDM No. 5) e infantil(MDM No. 4 ), e a redução da AIDS e outras doenças trans-missíveis (MDM No. 6).

Adicionalmente, o setor saúde tem a grande responsabi-lidade de colaborar com outros setores na conquista dasdemais metas. Especialmente na redução da pobreza e dafome (MDM No. 1), é indispensável promover o desenvolvi-mento humano e social sustentável, mediante o aumento desegurança alimentar e nutricional, assim como o uso e a dis-tribuição da renda. Por outro lado, em duas das metas serequer uma estreita colaboração entre os setores saúde eeducação: na de garantir a educação fundamental completapara meninos e meninas (MDM No. 2), assim como na elimi-nação da disparidade por gênero na educação fundamental(MDM No. 3).

As MDM se relacionam entre si de tal forma que osucesso de uma requer avanços significativos nas outras.Esta interdependência das metas obriga a que a capacidadedos países seja fortalecida para pôr em andamento estraté-gias que sustentem os processos de desenvolvimentohumano e social a longo prazo, o qual requer o fortaleci-mento da capacidade das instituições para elaborar proces-sos de planificação participativa e intersetorial, assim comoa sua implementação e avaliação. Neste sentido, também éfundamental fortalecer a capacidade dos países para imple-mentar estratégias integrais e integradoras, como as EscolasPromotoras de Saúde, assegurando uma continuidademaior dos processos.

A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde(IREPS) tem o grande desafio, também a oportunidade, decontribuir para a conquista das Metas de Desenvolvimen-to do Milênio. No contexto dos compromissos do setorsocial, tanto a saúde como a educação têm um compro-misso inevitável na conquista das metas mencionadas,especialmente as seguintes:

1. Erradicação da Pobreza e da Fome, onde é precisoincrementar o nível educativo da população. As Esco-las Promotoras de Saúde (EPS) podem apoiar com odesenvolvimento de hortas escolares que contribuampara a nutrição dos estudantes e a erradicação dafome neste grupo etário.

2. Educação primária universal, cujo principal desafio éconseguir a educação completa para todos os meni-nos e meninas nas comunidades desfavorecidas, redu-zindo assim as iniqüidades dentro e entre os países daRegião.

3. Igualdade de gênero e valorização da mulher. As EPStêm o grande desafio de contribuir para a eliminaçãoda disparidade por gênero na educação secundária.

4. Redução da mortalidade infantil, mediante educaçãopara a saúde na escola e a educação com pais e mãesde família, usando Habilidades para a Vida e outrosenfoques, capacitando o corpo docente e preparandomateriais para a alfabetização em saúde.

5. Melhoramento da saúde materna. Através das EPS,pode-se fortalecer, mediante o enfoque de Habilida-des para a Vida, a formação de jovens, antes de sair doensino fundamental, em aspectos relacionados com asaúde sexual e reproductiva.

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INTRODUÇÃO

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Outro estudo recente indicou que os fatores de riscoque os jovens enfrentam no seu desenvolvimento são detal magnitude que se não forem conseguidos ambientesmais saudáveis e uma etapa de crescimento e desenvol-vimento na infância com menos riscos, a Região não serácapaz de avançar no desenvolvimento econômico esocial e certamente não alcançará as MDM1. Calcula-seque cerca da metade de meninos (as) e adolescentes naAmérica Latina (AL) já experimentaram algum tipo de fra-casso durante o seu desenvolvimento. Os cálculos sebasearam na mortalidade infantil, informações de crian-ças entre 11 e 16 anos não matriculadas na escola, e jovensentre 17 e 18 anos, desempregados e não escolarizados.Esta conclusão do Informativo sobre Índices de Fracassosem Jovens da América Latina10 revela, uma vez mais, anecessidade de fortalecer a capacidade dos países para acriação de ambientes físicos e psicossociais mais saudá-veis e solidários. O setor saúde tem a responsabilidade decolaborar com o setor educativo para enfrentar o grandedesafio que é estabelecido por esta situação, para mel-horar a saúde da população em idade escolar, oferecen-do oportunidades educativas e ambientes saudáveis quegarantam melhor desempenho no aprendizado e diminuao fracasso escolar. O informativo citado anteriormentemostra, com toda a clareza, que é urgente reduzir os ris-cos que levam ao fracasso, já experimentado pela meta-de das meninas(os) na AL, se o que se deseja é fortalecera capacidade da Região para competir no mercado ealcançar o melhoramento dos índices de desenvolvimen-to humano e social.

Diversas experiências na Região são animadoras eilustram como é possível avançar nas MDM medianteestratégias integradoras como a Iniciativa Regional Esco-las Promotoras de Saúde. Tal Iniciativa é produto devários anos de consenso e desenvolveu-se com base nasexperiências dos países com o propósito de ter um mar-

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6. Luta contra o HIV/AIDS. De forma similar ao itemanterior, esta meta pode ser atingida mediante ainclusão do componente de Habilidades para a Vidanos programas de educação para a saúde e a forma-ção da população jovem, antes de sair do ensino fun-damental e médio, e a inclusão de aspectosrelacionados com a saúde sexual e reprodutiva.

7. Garantir sustentabilidade ambiental. As EPS podemintegrar e atualizar os conteúdos e metodologias noensino da saúde ambiental dentro do currículo esco-lar, assim como também reforçar os grupos ecológi-cos e a liderança dos jovens no cuidado do ambiente.

8. Aliança global para o desenvolvimento. As EPS são umcenário propício para o ensino, desde tenra idade, dosprincípios e valores fundamentais de convívio, solida-riedade, democracia e participação social.

O Banco Mundial fez uma análise sobre a probabilida-de de conquista das MDM na América Latina, da qual seconcluiu que dita probabilidade é muito baixa na maioriados casos e que as intervenções em saúde tem uma altís-sima prioridade. A análise das MDM revelou, uma vezmais, que a capacidade para implementar estratégiasintegrais de promoção da saúde, envolvendo a sociedadecivil e diversos setores num esforço planificado em con-junto, continua sendo deficiente em muitos países daAmérica Latina e do Caribe, motivo pelo qual o seu for-talecimento é ainda mais urgente. A conquista das MDMexige aprofundar e fortalecer os mecanismos de distri-buição eqüitativa de renda, descentralizando e democra-tizando as decisões. As MDM são uma oportunidade paraestabelecer acordos sociais entre todos os setores e coma sociedade civil para conseguir o desenvolvimentohumano e social sustentável.

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co integrador das ações de saúde escolar. Em termosoperativos é relativamente nova, já que vem sendo expe-rimentada apenas desde 1995. Nos países onde ocorreuavaliação, os resultados mostram que a Iniciativa é bemsucedida, produz melhorias nos ambientes escolares, naqualidade e nos resultados da educação para a saúde e,geralmente, é bem qualificada pelos professores e geren-tes do setor educativo.

A Iniciativa foi avaliada na sua totalidade no Chile.Diversos componentes foram avaliados em outros países:na Colômbia, avaliou-se a educação em Habilidades paraa Vida; no Brasil e Argentina, avaliou-se o módulo sobre aviolência e a educação para uma boa convivência. NaColômbia, o setor educativo vem implementando a edu-cação para a paz com resultados importantes para umaproveitamento escolar melhor e uma educação em saú-de mais integral, por estar baseada no desenvolvimentode habilidades e destrezas. Os estudantes reforçam a suaauto-estima e mostram maior confiança em si mesmos eao enfrentar situações difíceis. Observa-se maior capaci-dade para resolver os conflitos através do diálogo, assimcomo mais respeito e tolerância.

Na Venezuela e Costa Rica, avaliou-se o módulo sobreo tabaco; no Panamá, o componente de alimentação enutrição; em El Salvador, avaliou-se a saúde oral e, na Nica-rágua, avaliaram-se as redes sociais de apoio, o trabalhovoluntário dos estudantes e a coordenação entre a escolae a comunidade. O fortalecimento da Rede de ProteçãoSocial na Nicarágua é fundamental, já que apóia as famíliaspara matricular e manter os meninos e meninas na escola,contribui para a melhoria da alimentação, o acesso aos ser-viços de saúde, e fortalece a orientação das mães em saú-de sexual e reprodutiva.

No Equador, avaliou-se a Iniciativa na sua totalidade nos“Cantones de Loja”, assim como os módulos educativos pro-duzidos pelo Projeto de Espaços Saudáveis. A experiênciaestá sendo desenvolvida em grande escala pelo Ministério deEducação do Equador com o apoio do Ministério da Saúde ea OPS/OMS. No México, uma adaptação da Iniciativa também está sendo realizada em grande escala no programade Comunidades Educativas Saudáveis da Secretaria de Saúde, onde, além do “Programa Progresa“, que consiste namelhoria da alimentação, acesso a serviços de saúde eaumento da assistência escolar , resulta em lições importan-tes para o melhoramento do desenvolvimento humano esocial. O “Programa Progresa” conseguiu aumentar o uso dosserviços de atenção primária para os menores de cinco anos,além de diminuir a evasão escolar, inclusive nos municípioscom maior índice de pobreza.

As Estratégias e Linhas de Ação propostas neste docu-mento para a Iniciativa Regional Escolas Promotoras deSaúde, durante o período 2003 – 2012, são produtos daanálise das experiências geradas nestes 6 – 7 anos, assimcomo o resultado de múltiplas consultas e reuniões, naconstrução de uma proposta em conjunto com os res-ponsáveis da promoção de saúde e a saúde escolar dossetores Saúde e Educação, as organizações não governa-mentais e as Universidades que trabalham nesta área. Éassim que entregamos este documento para que sirva dediretriz no esforço e compromisso contínuos de melho-rar a saúde e o aproveitamento escolar, assegurandoespaços sociais sadios e fatores protetores que facilitema prática de hábitos e estilos de vida mais saudáveis.

María Teresa CerqueiraChefe

Unidade de Entornos Saudáveis

Área de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental

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O presente Plano Estratégico para o Fortalecimentoda Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde,durante o período 2003 – 2012, é o resultado de um lon-go processo de análise da situação atual da EstratégiaEscolas Promotoras de Saúde na América Latina e noCaribe, e das necessidades de meninos, meninas e jovense dos países da Região, assim como de discussão, con-senso, e avaliação final com um grupo de profissionais,principalmente dos setores saúde e educação, comampla experiência na gestão da estratégia e dos progra-mas de saúde escolar nos países da Região.

Além do contato freqüente com os responsáveis daestratégia nos países, muitos dos quais tive a oportunida-de de visitar durante os últimos dois anos, cumprindo astarefas de colaboração técnica próprias da Organização,a visão sobre o estado de desenvolvimento das EscolasPromotoras de Saúde (EPS) nas Américas enriqueceu-semediante a valiosa informação compartilhada na III Reu-nião da Rede Latino-Americana de EPS e na I Reunião eCriação da Rede Caribenha de EPS, assim como a infor-mação com a qual contribuíram os 17 países que, entre2001 e 2002, responderam a Pesquisa Regional sobre asEPS na América Latina.

Com base no conhecimento da situação até omomento, foi elaborada a versão preliminar do PlanoEstratégico, submetida a uma primeira sessão de discus-são com um grupo de especialistas, os quais participaramna III Reunião da Rede Latino- Americana de Escolas Pro-motoras de Saúde, celebrada em Quito, Equador, de 10 a13 de setembro do corrente ano. Tanto a retroalimenta-ção do grupo informal de consulta, como as apresenta-ções e contribuições dos 135 representantes dos 19 paísese outros convidados que assistiram à reunião de Quito

serviram para atualizar a análise da situação e fazer asmodificações correspondentes ao Plano Estratégico.

A jornada de discussão final realizou-se de 2 a 4 deoutubro de 2002 na sede da Organização Pan-Americanada Saúde, em Washington, DC, durante a Reunião deEspecialistas em Saúde Escolar, da qual participaram pro-fissionais de vários países da Região, destacados convida-dos especiais e funcionários da própria Organização,especialmente dos diferentes programas da Divisão dePromoção e Proteção de Saúde.

Nenhum documento poderia incorporar na sua tota-lidade as contribuições e sugestões de todas e de cadauma das pessoas que, de forma tão entusiasta e desinte-ressada, participaram nos processos descritos anterior-mente. Confiamos, porém, que esta versão final do PlanoEstratégico retrate com a maior fidelidade possível osacordos e elementos fundamentais que foram discutidos.

A primeira seção do documento contém uma resenhasobre as condições de saúde na população em idadeescolar na América Latina e no Caribe, enquanto que asegunda oferece uma perspectiva geral e uma resumidadescrição da situação atual dos programas de saúdeescolar na Região.

A terceira seção está dedicada à síntese dos antece-dentes mais importantes da Iniciativa Regional EscolasPromotoras de Saúde, a descrição da estratégia operativada Organização Pan-Americana da Saúde para pôr emandamento tal Iniciativa, o resumo sobre o desenvolvi-mento das Redes Latino-Americana e Caribenha de Esco-las Promotoras de Saúde e os mecanismos de acreditaçãode EPS.

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APRESENTAÇÃO

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Na quarta seção, estão resumidos alguns dos aspec-tos teóricos e conceituais mais importantes em que sefundamenta o marco conceitual da Estratégia EscolasPromotoras de Saúde e a Iniciativa Regional. Por último,na 5ª seção do documento, são apresentadas as seis gran-des estratégias e as linhas de ação correspondentes que,no seu conjunto, constituem o Plano Estratégico para ofortalecimento da Iniciativa Regional durante os próxi-mos dez anos.

Desejamos que este Plano Estratégico contribua efi-cazmente para o propósito da Iniciativa Regional dasEscolas Promotoras de Saúde de articular esforços erecursos regionais, nacionais e locais em benefício domelhoramento das condições de saúde e possibilidadesde bem-estar e desenvolvimento integral da populaçãoem idade escolar e da comunidade educativa em todosos Estados Membros.

Josefa Ippolito-ShepherdAssessora Regional em Promoção da Saúde e Educação

para a Saúde

Unidade de Entornos Saudáveis

Área de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental

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1.programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participaprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saúde educação promoção prnutrição initiativa regionale colaboração sector saúde educaçãpromoção participação programas nutrição initiativa colaboração setor saúde educação promoção participprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúdeducação promoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoção participação programas nutrição incolaboração setor saúde educação promoção participaregional colaboração setores saúde educação promoção pr

CONDIÇÕES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO EM IDADE ESCOLAR NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE

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Há nas Américas uma população de mais de 220 mil-hões de crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e18 anos, dos quais 27 milhões vivem nos países da RegiãoAndina; 53 milhões, no Brasil e no Cone Sul; 41 milhões, noMéxico, América Central e no Caribe de língua hispânica;2 milhões, no Caribe de língua inglesa; e 103 milhões nosEstados Unidos da América do Norte e Canadá2.

Os projetos indicam que durante os próximos 40anos, a população em idade escolar menor de 15 anospermanecerá constante3. Numa era de inovações perma-nentes e acesso crescente ao mundo da tecnologia, opotencial de contribuição desta população para o desen-volvimento material, cultural e espiritual da Região é ili-mitado; porém, se os países fracassam em satisfazer assuas necessidades de saúde, educação e desenvolvimen-to humano integral, suas esperanças e expectativas,poderão ter um enorme efeito desestabilizador nos sis-temas político, social e econômico das nações.

Durante o último decênio do século XX, avanços con-sideráveis foram realizados para melhorar alguns proble-mas que tradicionalmente têm afetado meninos, meninase jovens na Região. As principais conquistas foram feitasno campo dos direitos sociais (saúde, nutrição e educa-ção), em grande medida como resultado do estímulointernacional dado, em 1990, pela Reunião Mundial daInfância (Cumbre Mundial de la Infancia4).

Quase todos os países da América Latina e do Caribeconseguiram aumentar a expectativa de vida e diminuir amortalidade infantil, principalmente como resultado docontrole das doenças transmissíveis mediante a amplia-ção das coberturas de vacinação e a melhora dos serviçosde água potável e saneamento básico. A poliomielite, por

exemplo, foi erradicada do Continente, de onde não seinformam casos desde 1991. A partir desse ano, conse-guiu-se diminuir em 98% a incidência do sarampo e em99% a mortalidade por esta causa5.

Não obstante, os avanços não têm sido uniformes emtodos os países e nem sempre se correlacionam com onível de desenvolvimento alcançado. Persistem mesmoassim, dentro dos próprios países, enormes desigualda-des relacionadas com o nível sócio-econômico, a locali-zação geográfica ou a origem étnica dos diferentesgrupos de população, entre outros fatores.

Apesar das conquistas durante os últimos anos, aindahá muitos problemas e desafios que ameaçam as possibi-lidades de desenvolvimento saudável dos meninos, meni-nas e jovens na América Latina e no Caribe. O perfil dascondições de saúde da população infantil e juvenil se ela-bora no contexto específico de grandes iniqüidadessociais, econômicas, geográficas, étnicas, de gênero e noacesso a serviços básicos como saúde e educação queainda prevalecem e caracterizam a Região.

Um estudo recente adverte que o clima gerado pelosatuais modelos de desenvolvimento está configurandoos acontecimentos sociais e econômicos do século pre-sente de tal forma que as possibilidades para conseguirmaiores progressos a curto, médio e longo prazo serãolimitadas, impedindo, com isso, alcançar os benefíciosesperados do investimento social que se fez durante osúltimos anos, e aumentando a tendência à iniqüidadeentre os países e no interior dos mesmos4.

A saúde e o bem-estar são conceitos sociais e popu-lacionais, mais do que individuais. Nos grupos de popula-

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· Mortes provocadas por doenças que poderiam serevitadas mediante a vacinação adequada, ou comoconseqüência de desnutrição, condições de vidainadequadas, falta de água potável e ausência desaneamento básico.

· Mortes ocasionadas por afecções que poderiam tersido tratadas com sucesso mediante o acesso ade-quado a serviços de saúde de boa qualidade; e

· Mortes ocasionadas pela violência, sejam por açãodireta (homicídios) ou por negligência (acidentes).

Apesar de obtidos avanços importantes em prol dadiminuição da desnutrição infantil na América Latina e noCaribe, as taxas de deficiência de micronutrientes e des-nutrição crônica continuam altas, especialmente emalguns países de população numerosa, havendo tambémelevadas taxas de mortalidade infantil. Calcula-se que noano 2000 perto de 36% dos menores de 2 anos da Regiãoestavam em situação de alto risco em termos nutricio-nais, especialmente nas zonas rurais, onde inclusive a pro-porção foi maior (46%). Uma conseqüência típica dadesnutrição é que, através de variáveis neuropsicológicasintermediárias, afeta consideravelmente o rendimentoescolar. Adicionalmente, as crianças desnutridas não fre-qüentam a escola com regularidade, repetem o ano comfreqüência, ou a abandonam completamente. Como con-seqüência, uma das causas principais da diminuição daeficiência e eficácia dos sistemas educativos4 é a desnu-trição infantil.

Na América Latina e no Caribe, os problemas de saúdedos adolescentes e jovens diferem bastante dos problemasda população infantil, e se associam principalmente com asmudanças físicas e psicossociais que caracterizam esta eta-

ção onde há grandes desigualdades sociais e econômicasentre os indivíduos, os níveis de saúde e bem-estar (físi-co, cognitivo e psicossocial) são inferiores aos das comu-nidades onde as diferenças são menores; isto vemressaltar o papel fundamental desempenhado pela faltade eqüidade como um fator determinante da saúde5.

Pobreza, exclusão, vulnerabilidade social, falta deoportunidades, trabalho infantil, violência intrafamiliar eviolência sócio-político (incluindo a migração forçada)são outros fatores que ameaçam a vida e o desenvolvi-mento saudável de milhares de meninos, meninas ejovens na Região, onde mais da metade vive na pobreza.

O perfil sanitário dos países da América Latina e doCaribe se caracteriza, além disso, pela chamada transiçãoepidemiológica, a superposição ou acumulação de dife-rentes tipos de enfermidade e a distribuição desigual des-tas na população. Ainda que durante os últimos anos, namaioria dos países, tenha havido uma transição gradativada carga de doenças do grupo de doenças transmissíveisaos grupos das não transmissíveis e das causas externas,as primeiras não foram eliminadas por completo.

Em muitas comunidades, onde as afecções mortais típi-cas da infância diminuíram ou se eliminaram, estas foramsubstituídas por lesões (acidentes, lesões provocadas),doenças mentais e problemas associados com o comporta-mento, afecções crônicas, doenças reincidentes como atuberculose e outros problemas de saúde originados emfatores psicossociais e ambientais preventivos. Estima-seque perto de 600.000 crianças e adolescentes aindamorrem a cada ano em Ibero- América como conseqüênciade afecções que poderiam ter sido prevenidas. Essas afecçõ-es podem agrupar-se em três grandes categorias4:

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pa do ciclo evolutivo, com as condições do entorno que osrodeia, e com o apoio e as oportunidades que recebem dasociedade a qual pertencem.

A adolescência é um período da vida cheio de opor-tunidades e riscos, e dependendo do tipo de adolescên-cia que uma pessoa vive, pode ter conseqüências a longoprazo nela própria e na sociedade. Apesar do progressodos últimos anos, a saúde, o desenvolvimento integral e,em certas ocasiões, até a própria vida de muitos adoles-centes e jovens do Continente encontram-se seriamenteameaçados. Diferenciando-se de outros grupos de popu-lação de menor idade, os adolescentes e jovens morremprincipalmente em conseqüência de atos de violência(acidentes, homicídios e suicídios) que causam, emmédia, 40% das mortes neste grupo. A mortalidade émaior no sexo masculino e nos adolescentes e jovensentre 15 e 24 anos de idade.6

Além das conseqüências éticas e a perda econômicaque representa, a mortalidade neste grupo tem repercus-sões psicossociais enormes: para cada criança ou adoles-cente que morre em conseqüência de um acidente ou atoviolento, 15 sofrem seqüelas graves e outros 30 ou 40 pre-cisarão tratamento médico, psicológico ou de reabilita-ção. Os acidentes automobilísticos são a causa principalda morte violenta de adolescentes em Íbero-América. Ohomicídio é uma causa de mortalidade, particularmenteimportante, na Colômbia, onde causa 54% das mortesneste grupo etário, em comparação com o Equador onderepresenta apenas 11% do total.4

Ainda que a informação disponível sugira que naAmérica Latina em geral a taxa de fertilidade nas adoles-centes seja menor agora do que há 30 anos, esta tendên-

cia não se manteve durante a última década, e é possívelinclusive que esteja aumentando novamente4. Os paísesque têm a taxa de fertilidade adolescente mais alta são:Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador e Venezue-la. Em geral, os países da América Central têm uma taxade fertilidade maior ( 87 x 1000 ) do que os países do Cari-be (78 x 1000 ) e os da América do Sul ( 75 x 1000 )7.

A fertilidade elevada em adolescentes é um problema desaúde pública por várias razões. Em primeiro lugar, pelas con-seqüências negativas que podem ocasionar aos pais adoles-centes, especialmente às mães. Freqüentemente, obriga osjovens a abandonarem a escola, o que diminui consideravel-mente o tempo dedicado às atividades de sua formação;estimula a entrada precoce e prejudicial dos jovens no mer-cado de trabalho; implica em riscos para a saúde, especial-mente quando as gestações acontecem numa idade menor,e conduz a uniões conjugais frágeis. Pode haver tambémconseqüências negativas nos filhos de pais adolescentes,relacionadas com a imaturidade biológica corporal da mãe ea menor condição psicossocial para assumir a criação dos fil-hos, assim como um risco maior de lares desfeitos e de múl-tiplas carências associadas à pobreza.

A população adolescente enfrenta os riscos que envol-vem uma iniciação precoce das relações sexuais no con-texto de uma grande vulnerabilidade. Conseqüentemente,problemas como as infecções de transmissão sexual quasesempre afetam os adolescentes e as adolescentes de for-ma mais severa. Há informação, por exemplo, de que anual-mente 15% de adolescentes entre 15 e 19 anos contraemtricomoníase, clamídia, gonorréia ou sífilis8.

De acordo com um informe recente, 1.660.000 pesso-as infectaram-se com o HIV/AIDS na América Latina, das

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perpcpernpcpeipecr6

quais aproximadamente 37.600 são meninos e meninas de0 a 14 anos de idade9. Geralmente, a América Latina apre-senta algumas diferenças no que se refere à evolução daepidemia e taxas de infecção mais baixas que em outrasregiões do mundo, ainda que exista uma franca tendênciaao aumento, especialmente na sub-região do Caribe.

O flagelo do HIV/AIDS afeta com maior intensidade apopulação jovem: metade de todos os casos novos é deadolescentes e jovens entre 15 e 24 anos e a média poridade dos casos novos tem descido de 32 anos, em 1983,para 25 anos, em 1992. Estima-se que do total de homensinfectados, 29% no Brasil e 31% em Honduras têm entre 10e 19 anos, e que na República Dominicana, Guatemala,Haiti, Honduras e Panamá, mais de 1% da população entre15 e 24 anos de idade é soropositivo4.

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2.programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participaprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saúde educação promoção prnutrição initiativa regionale colaboração sector saúde educaçãpromoção participação programas nutrição initiativa colaboração setor saúde educação promoção participprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúdeducação promoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoção participação programas nutrição incolaboração setor saúde educação promoção participaregional colaboração setores saúde educação promoção pr

PERSPECTIVA GERAL E SITUAÇÃOATUAL DOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLAR NA AMÉRICA LATINAE NO CARIBE

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Existe uma trajetória de várias décadas de programasde saúde escolar na América Latina e no Caribe, e emconsonância com as práticas vigentes em outras regiõesdo mundo. Até a década de oitenta e início de noventa,tais programas caracterizaram-se por uma forte tendên-cia à concentração de esforços para melhorar condiçõesde higiene e saneamento básico, prevenção de doençastransmissíveis, tratamento de doenças específicas e reali-zação periódica e indiscriminada de exames médicos ouprovas de triagem (“screening”).

Freqüentemente, as comunidades educativas foramsobrecarregadas de múltiplas intervenções desarticula-das, dirigidas à solução de problemas ou objetivos espe-cíficos, sem que houvesse estratégias operativas clarasque facilitassem a integração dos diferentes componen-tes (políticas, educação para a saúde, serviços de saúde enutrição, etc.) dentro de um marco conceitual que per-mitisse avançar na conquista de objetivos comuns e rele-vantes para os diferentes setores, especialmente saúde eeducação.

Tradicionalmente, os programas de saúde escolareram considerados responsabilidade exclusiva do setorsaúde e as escolas como simples “receptoras passivas”das intervenções, quase sempre esporádicas (jornadas devacinação, campanhas de saúde, palestras ou conferên-cias sobre doenças específicas, entre outras) e realizadaspor agentes externos à comunidade educativa.

É evidente que o contexto deste modelo vertical,“medicalizado” e “assistencialista”, no qual as escolas

eram consideradas pontos passivos (“populações submis-sas”) das ações do setor saúde, nem os integrantes daprópria comunidade escolar, nem as equipes locais desaúde ou outros membros da comunidade em geral exer-ciam maior influência nas decisões sobre o conteúdo ouenfoque de tais intervenções10. Freqüentemente, os pro-gramas de saúde escolar mostravam as prioridades dasadministrações centrais ou agências financiadoras, aoinvés das verdadeiras necessidades ou expectativas dascomunidades escolares.

No marco deste enfoque “medicalizado” – com ênfasenas ações de caráter preventivo e assistencial – a saúde dapopulação escolar continuava sendo compreendida maisem termos de ausência de doença, do que como o resul-tado de um processo de transformação coletiva dos fato-res determinantes de saúde e o bem-estar, no qual osprofissionais da saúde e todos os membros da comunida-de escolar podem e devem converter-se em atores ativos.

A educação para a saúde, que de uma ou outra formasempre fez parte dos programas de saúde nas escolas,caracterizou-se fundamentalmente pela transmissão didáti-ca de informação sobre temas isolados (relacionados, geral-mente, com doenças específicas ou aspectos físicos dasaúde) e não como o desenvolvimento de habilidades oudestrezas para viver uma vida plena e saudável. Ainda haviauma grande omissão em incluir nos programas educativoscertos temas como sexualidade humana ou saúde mental;além disso, temas como suicídio ou violência não eramconsiderados assuntos de saúde pública11.

De fato, os resultados de uma análise comparativarealizada ao final dos anos oitenta, incluindo mais de trin-ta estudos de caso em 20 países da Região das Américas,

2.1 PERSPECTIVA GERAL

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entre saúde e desenvolvimento. A saúde é consideradaagora não apenas um componente fundamental do pro-cesso de desenvolvimento, como também, essencialmen-te, sua razão de ser13. A partir desta perspectiva, a saúde éantes de tudo um processo social, já que depende e éresultante de todas aquelas ações que realizam, a favorou contra, os diversos atores sociais e políticos que inter-vêm sobre as condições de vida da população. A dimi-nuição dos níveis de pobreza e o progresso nodesenvolvimento econômico dos países só são possíveisquando os cidadãos têm a liberdade ou a oportunidadede acesso à educação básica e ao cuidado da saúde14.

A tendência à descentralização e desconcentração dopoder, que redefine o papel do Estado no âmbito de saú-de, também tem contribuído para destacar a importânciade novos atores e espaços na gestão do saudável, no mar-co das territorialidades e no setor privado. A definição donovo papel do Estado conduziu à reflexão sobre as relaçõ-es entre este, a democratização de seus papéis e a partici-pação da população na tomada de decisões. Isto temimplicado no fortalecimento das comunidades ou espaçoslocais*, no reconhecimento de suas particularidades étni-cas e culturais, na luta por um grau maior de autonomia ena demanda de uma maior participação das mesmas nodesenvolvimento das políticas e programas de saúde.

É no meio deste panorama complexo de novas rela-ções e formas de administração pública e de uma nova

mostraram que os conteúdos, os enfoques educativos e ametodologia da educação para a saúde nos diversos paí-ses que participaram eram verticais, baseados nos danosà saúde e nas causas de doença e morte. O estudo tam-bém revelou a falta de enfoques novos para o desenvol-vimento de materiais educativos12.

Ainda que no início do Novo Milênio estas tendênciasnão tenham desaparecido por completo dos programasde saúde escolar na América Latina e no Caribe, é indis-cutível que progressos consideráveis vem sendo obtidosem todos os países, na direção de um enfoque integral dasaúde nas escolas. Durante as últimas duas décadas, aRegião tem sido cenário de processos importantes detransformação e mudanças que espelham as mega-ten-dências relacionadas com a globalização e internaciona-lização da economia, as estratégias de descentralização edesconcentração do poder, a redução do aparato estatal,a crise dos paradigmas em saúde e a abertura de novos ecrescentes espaços de participação social. De umamaneira ou de outra, todos estes fatores incidiram na for-ma de conceber a saúde pública em geral, assim como asaúde escolar e a prestação de ditos serviços.

As reformas dos setores saúde e educação, pelasquais estão atravessando a maioria dos países nas Améri-cas, têm fortalecido a estratégia de promoção de saúde,estimulando a flexibilidade nos currículos escolares eaumentando a autonomia das comunidades escolares,criando assim novas oportunidades e espaços institucio-nais para os programas de saúde escolar com enfoqueintegral.

A mudança de paradigmas de saúde significou, entreoutras coisas, um consenso maior sobre a estreita relação

* É no nível local onde tem lugar boa parte das ações de promoção desaúde e praticamente, todas as ações de prevenção e recuperação, poisalém de ser a realidade local – proximidade da vida diária das pessoas– é onde se produzem e se resolvem a maioria dos problemas de saúdeda população, sujeito e objeto de saúde pública.

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visão de saúde coletiva na América Latina e no Caribe,que o papel crucial das comunidades escolares no mel-horamento das condições de saúde, bem-estar e desen-volvimento integral de meninos, meninas e jovens vemadquirindo progressivamente maior reconhecimento eprotagonismo.

A Iniciativa Regional da Organização Pan-Americana deSaúde tem contribuído de forma ininterrupta, desde o seulançamento em 1995, para a difusão em todos os EstadosMembros do modelo de Escolas Promotoras de Saúde (EPS)como uma estratégia integral e integradora para o forneci-mento de serviços de saúde escolar que transcendam aatenção médica tradicional e se fundamentem em açõesde promoção da saúde no âmbito escolar.

A Terceira Reunião da Rede Latino-Americana deEscolas Promotoras de Saúde (Quito, de 10 a 13 de setem-bro de 2002) colocou em evidência que, na atualidade,todas as sub-regiões e países do Continente são, semexceção e em maior ou menor grau de desenvolvimento,cenários de experiência e inovações importantes em saú-de escolar com enfoque integral.

Na América Central, por exemplo, além da execuçãoda estratégia Escolas Promotoras de Saúde em quasetodos os países da sub-região, faz dois anos que se vemtrabalhando na articulação da mencionada estratégia e ocomponente de Segurança Alimentar e Nutricional como desenvolvimento humano sustentável, nos âmbitosregional, nacional e municipal. Esta iniciativa foi apresen-tada e aprovada na V Reunião Regular do Conselho Edu-cativo e Cultural Centro-Americano (CECC), organizadaem Antigua, Guatemala, de 06 a 08 de outubro de 2002.Um esforço conjunto da OPS/OMS e do Instituto de

Nutrição de Centro América e Panamá (INCAP) permitiurecentemente completar a documentação da experiênciade sete países da sub-região* na implementação da estra-tégia Escolas Promotoras de Saúde15.

No Município do Rio de Janeiro, o “Projeto nesta Escolaeu Fico”, que começou a se desenvolver em 1999 nas comu-nidades de baixa renda, procura melhorar o ambiente deaprendizagem nas escolas desfavorecidas mediante umacombinação de atividades artísticas, esportivas e culturais,dentro do contexto histórico e social da comunidade. Oprojeto, que atualmente conta com uma rede de 120 Esco-las Promotoras de Saúde, está avançando gradativamenteem direção à consolidação dos mecanismos necessáriospara transformar-se numa grande iniciativa que cubra toda arede de escolas públicas municipais16.

No Chile, o Ministério da Educação realizou um pro-grama integral de saúde escolar que oferece exames gra-tuitos de postura, audição e visão, junto com outrosbenefícios. Os docentes têm a responsabilidade de reali-zar o primeiro exame nas crianças, mecanismo que temsido um fator de suma importância para garantir a igual-dade de acesso aos serviços do programa, assim comopara o sucesso do tratamento diário dado aos estudantese dos serviços de acompanhamento17.

Em Barbados, Chile, Colômbia e Costa Rica vem-setrabalhando na educação em habilidades psicossociais(Habilidades para a Vida) como um componente impor-tante dos programas de saúde escolar e nas atividades deeducação para a saúde das Escolas Promotoras de Saúde.

* Belice, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua ePanamá.

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· Promoção da coordenação e colaboração multisseto-rial, assim como uma compreensão maior sobre a saú-de escolar e a educação para a vida em família.

· Realização de uma análise das necessidades em cincopaíses, e de uma investigação sobre a saúde dos ado-lescentes em nove países.

· Desenvolvimento de um novo marco conceitual noqual são fundamentadas as ações de educação para asaúde e a vida em família, com ênfase no enfoque dehabilidades e a criação de ambientes de apoio. Omarco conceitual procura condensar e re-enfocarmúltiplos problemas de saúde, próprios dos escolaresem cinco grandes áreas temáticas:

• alimentação saudável e bom estado físico; • proteção da saúde sexual e reprodutiva; • desenvolvimento de habilidades para o manejo do

mundo emocional e as relações interpessoais; • manejo do meio ambiente; • conservação de estilos de vida e ambientes mais

saudáveis.

· Advocacia das intervenções na saúde e no âmbitoescolar e educação para a vida em família, e apoiopara o desenvolvimento de políticas do setor saúdeem oito países, mediante a realização de oficinas inter-setoriais (com a inclusão de organizações não governa-mentais e universidades da Região) e estímulo ao diálogo.

· Capacitação de docentes e educadores de adultos nacomunidade, a fim de aumentar a capacidade dorecurso humano na aplicação de estratégias dentroda educação em habilidades para a vida, e garan-tir a sustentação da Iniciativa.

Por sua parte, os países de fala inglesa da região doCaribe, associados hoje em dia na Comunidade Cariben-ha* (CARICOM), também constituem, na atualidade, umasub-região do Continente muito ativa no campo da pro-moção de saúde no âmbito escolar.

Nos últimos 15 anos, tem havido um reconhecimentomaior do impacto negativo que podem ter sobre a saúde,o bem-estar, o desenvolvimento e as oportunidades parao aprendizado da população infantil e juvenil do Caribe,os fatores de risco e as novas ameaças relacionadas comas mudanças complexas nos padrões sócio-econômicos eculturais que experimentam as famílias e as comunidadescaribenhas em geral. Conseqüentemente, produziu-setambém uma aceitação progressiva, por parte dos setoressaúde e educação, da necessidade de fortalecer o papelda escola na reformulação dos valores e práticas relacio-nadas com a saúde18.

Com a finalidade de enfrentar esta situação, e aomesmo tempo evitar a falta de coordenação intersetoriale interagencial, e a duplicação de ações que caracterizoudiversas intervenções no passado, desde 1997 deu-seandamento, em vários países membros do CARICOM, auma iniciativa de saúde e educação para a saúde no âmbi-to escolar (“Health and Family Life Education”- HFLE),coordenada pela UNICEF, e que conta com o apoio téc-nico da Organização Pan-Americana da Saúde e o respal-do dos Ministérios da Saúde e da Educação19.

Seguem alguns dos aspectos mais relevantes destaIniciativa19:

* Na atualidade, o corpo de membros em CARICOM inclui não só ospaíses de fala inglesa da Região do Caribe, mas também os membrosassociados, constituídos pelos territórios britânicos de ultramar, Haiti eSuriname.

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· Criação de uma base de dados sobre os materiais edu-cativos de apoio disponíveis na Região do Caribe.

No futuro, a Iniciativa Caribenha deverá enfrentardesafios como19:

· Desenvolver argumentos sólidos que facilitem a coor-denação multissetorial, a advocacia, a ampliação e ofortalecimento das políticas e o apoio da Iniciativa deeducação para a saúde e a vida em família.

· Revitalizar e fortalecer os mecanismos que garantama continuidade da coordenação multissetorial noâmbito nacional, especialmente a plena participaçãodo setor educação.

· Revisar o desenho da estratégia de capacitação econtinuá-la, com a finalidade de aumentar a integra-ção do enfoque de habilidades para a vida nas univer-sidades e centros de formação de docentes.

· Desenvolver normas e padrões que sirvam como pon-tos de referência para identificar e orientar os paísesem relação às habilidades e conhecimentos, e o apoiomínimo requerido para a conquista dos objetivos daIniciativa de educação para a saúde e a vida em família.

· Continuar desenvolvendo a base de dados sobre osmateriais de apoio disponíveis no Caribe.

2.2SITUAÇÃO ATUAL DOSPROGRAMAS DE SAÚDEESCOLAR

Com a finalidade de conhecer o estado atual de desen-volvimento da Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saú-de (IREPS) e dispor de uma base de dados que permita realizarfuturas análises comparativas e uma planificação de acordocom as necessidades dos Estados Membros, a IREPS, Progra-ma de Saúde da Família e População, Divisão de Promoção eProteção de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúdedelinearam e aplicaram, no ano 2001, uma pesquisa (“As Esco-las Promotoras de Saúde na América Latina”) de caráter auto-administrativo, em 19 países da América Latina e do Caribe20.

O questionário, respondido por 17 países* (porcenta-gem de resposta de 90%), foi estruturado com base nasseguintes dimensões: informação geral sobre o contextodo país, políticas de saúde escolar, coordenação interse-torial, capacitação, pesquisa e avaliação, financiamento,educação para a saúde, ambientes saudáveis, serviços desaúde e alimentação, participação e publicações.

Na tabela, a seguir, apresenta-se uma síntese dos princi-pais resultados e conclusões da pesquisa, com base nainformação fornecida pelos 17 países que a responderam.

* Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador,El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru,República Dominicana e Uruguai.

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Variáveis

Políticas e planosnacionais depromoção desaúde dapopulação emidade escolar

Financiamento deprogramas eatividades de saúdeescolar

Principais achados e conclusões

· 94% dos países contam com políticas orienta-

das à promoção de saúde da população em ida-

de escolar e em 82% deles existem políticas

específicas relacionadas com a estratégia Esco-

las Promotoras de Saúde (EPS).

· 82% dos países dispõem de planos de saúde

escolar (principalmente de aplicação em esco-

las primárias) e 57% destes incluem ações rela-

cionadas com os três componentes da

estratégia EPS ( educação para a saúde, criação

de ambientes saudáveis e serviços de saúde e

nutrição).

· 94% dos países contam hoje em dia com pro-

gramas de saúde escolar ,

· Apenas 30% dos países informaram que dispõ-

em de orçamentos específicos para financiar os

programas de saúde escolar.

· As organizações não governamentais (nacionais

ou locais) apóiam o financiamento de tais ativi-

dades em 71% dos casos.

AS ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE NA AMÉRICA LATINA

RESULTADO DA PESQUISA 200120

Comentários adicionais

· A existência de políticas públicas, normas técni-

cas e científicas e planos de ação dirigidos espe-

cificamente à promoção e atenção de saúde da

população infantil e juvenil em idade escolar

constituem um indicador do grau de posiciona-

mento da saúde escolar nas agendas públicas e

sanitárias dos países da Região.

· Nem sempre o reconhecimento da saúde esco-

lar como um tema importante ou a existência

de políticas nacionais significam a consignação

dos recursos necessários.

· É evidente o papel crucial que desempenham as

ONG no desenvolvimento dos programas de

saúde escolar nos países; por isso, a sua partici-

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Mecanismos decoordenaçãomultissetorial parao apoio dapromoção desaúde no âmbitoescolar

Grau de difusão do enfoque de Escolas Promotorasde Saúde (EPS)

· Menos de um terço dos países (29,4%) informou

empréstimos ou financiamento de organismos

internacionais como o Banco Mundial ou o Ban-

co Interamericano de Desenvolvimento (BID)

para o apoio dos programas de saúde escolar.

· 65% dos países têm Comissões Nacionais Mistas

de saúde escolar, porcentagem que se eleva a

75% quando são consideradas outras modalida-

des de trabalho intersetorial diferentes das

comissões (por exemplo, comitês técnicos

intersetoriais ou grupos mistos) que estão em

funcionamento nos países.

· 94% dos países estão desenvolvendo a estraté-

gia EPS.

· Em quase todos os casos (90%) a estratégia EPS

implementa-se nas escolas públicas de educa-

ção primária nas zonas urbanas.

· O grau de difusão da estratégia (estimado na pro-

porção de EPS em relação ao total de escolas) é

bastante heterogêneo, com média de 16,3%.

· Enquanto que em alguns países, como o Para-

guai, a estratégia ainda se encontra numa etapa

pação (mediante alianças estratégicas ou outros

mecanismos) deve sempre ser considerada nos

planos de ação.

· Em geral, a formação de Comissões Nacionais

Mistas demonstrou ser um mecanismo facilita-

dor da coordenação intersetorial embora em

certas ocasiões, seu enfoque ou o dos acordos

entre os ministérios ser demasiado “burocratiza-

do” e pouco efetivo.17

· Os países identificaram a dificuldade para o tra-

balho intersetorial como uma das principais

barreiras que ainda persistem para o desenvolvi-

mento da estratégia EPS, razão pela qual se

requer consolidar os mecanismos formais exis-

tentes e explorar novas formas de fortalecer a

coordenação multissetorial efetiva.

· Uma conquista importante da Iniciativa Regio-

nal é ter contribuído, nos 7 anos desde o seu

lançamento, para a difusão continental do

modelo de Escolas Promotoras de Saúde como

estratégia para a promoção de saúde no âmbito

escolar.

· É importante continuar fortalecendo a difusão

da estratégia no interior dos países, com a fina-

lidade de aumentar a cobertura nacional das

EPS.

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· Ë necessário estimular a criação de redes nacio-

nais de EPS nos países onde ainda não foram

conformadas, assim como dinamizar a gestão

das já existentes, incluídas as Latino-Americana

e Caribenha.

· Convém destacar que, em alguns casos, como

ocorre há 4 anos nos países da América Central

ainda que não se tenha constituído formalmen-

te uma rede de EPS , na prática se desenvolvem

mecanismos efetivos de intercâmbio de expe-

riências e cooperação horizonta.

· O conteúdo dos programas de saúde escolar

nos países da Região é heterogêneo e, em mui-

tos casos, não há um consenso claro sobre os

componentes que devem ser incluídos em tais

programas.17

Conformação e participação nasredes Nacionais eInternacionais deEPS

Componentes dosprogramas desaúde escolar

inicial, em outros, como o Chile, Colômbia, El

Salvador ou México, as EPS alcançaram uma

difusão nacional maior. Em El Salvador, por

exemplo, o programa de “Escolas Saudáveis”

teve a cobertura aumentada de 124 escolas, no

“Departamento de La Libertad” em 1996, para

3.593 escolas, em quatorze departamentos, em

1999.17

· 29% dos países conformaram redes nacionais de

EPS.

· 47% dos países participam atualmente na Rede

Latino-Americana de EPS.

· A oferta de serviços de saúde no âmbito escolar

nos países da Região é ampla e inclui ações e

intervenções relacionadas com: implementação

de políticas saudáveis, criação de ambientes

escolares saudáveis, promoção e educação para

a saúde, serviços escolares preventivos e de

atenção da doença e programas de nutrição e

complementação alimentar (ver a descrição

detalhada dos resultados por componente, nos

4 itens seguintes, (sombreados da tabela). Mas,

o enfoque, o conteúdo e a articulação destes

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17

· Cada vez mais, há clareza sobre a enorme

importância que têm os ambientes esco-

lares físico e psicossocial na saúde inte-

gral (incluída a nutrição) e o aprendizado

dos estudantes21, razão pela qual é neces-

sário não apenas continuar trabalhando

no desenvolvimento deste componente,

mas também no sistema de monitora-

mento e avaliação das ações.

· Vale a pena destacar a difusão crescen-

te que teve a educação em habilidades

para a vida em muitos países da Região,

em alguns dos quais como México,

Costa Rica, Colômbia, Chile ou Argenti-

na conta-se agora com projetos de

vários anos de duração, que estão per-

mitindo acumular experiências e lições

muito valiosas sobre a aplicação deste

enfoque no contexto específico da

América Latina.

Políticas saudáveisno âmbito escolar

Ambientes escolaresSaudáveis

Educação para asaúde

elementos diferentes variam consideravelmente de um

lugar para outro.

· 70% dos países informaram que existem políticas enca-

minhadas para evitar o tabagismo na escola e em 64% há

programas de prevenção à violência no âmbito escolar.

· A informação específica disponível na maioria dos paí-

ses , sobre as condições de higiene e saneamento bási-

co nas escolas , é escassa e deficiente.

· Há grandes disparidades entre os países da Região em

relação a quantidade de escolas que têm acesso à água

e água potável, e pelo menos na metade dos que dis-

põem desta informação, a cobertura de tais serviços é

baixa ou insatisfatória.

· 100% dos países informaram que a educação para a saú-

de está incluída nos programas escolares, quase sempre

(88%) como um eixo transversal.

· Existe uma gama muito ampla de temas tratados nas

atividades de educação para a saúde, por exemplo: uso

de drogas (94%); higiene pessoal, saúde sexual e repro-

dutiva, educação física e esportes (88%); HIV/AIDS, ali-

mentação e nutrição, utilização dos serviços de saúde

(82%); auto-estima, imunizações, manejo de desperdí-

cios, habilidades para a vida (70%).

· A maior parte dos países informou que os programas

escolares incluem atividades para a prática do exercício

físico e a recreação (76% contam com programas espe-

cíficos, e em 86% dos casos o tema é abordado como

um conteúdo curricular).

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18

Ofertas de serviçosescolarespreventivos,atenção à doença enutrição oucomplementaçãonutricional

· 76% dos países contam com pautas definidas

pelos Ministérios da Saúde ou Educação sobre

os serviços médicos que a população escolar

deve receber, os quais quase sempre incluem

controles médicos periódicos e vacinação e,

numa proporção muito baixa, outras interven-

ções como: detecção precoce da escoliose,

atendimento psicológico ou tratamento gineco-

lógico.

· Ainda que não se possa generalizar, a prestação

destes serviços tende a se realizar combinando

modalidades dentro e fora da escola, e geral-

mente, são os profissionais de setor saúde os

responsáveis pela coordenação dos mesmos.

· Os docentes também cumprem importantes

funções na prestação destes serviços, especial-

mente nas atividades relacionadas com a detec-

ção precoce de problemas de comportamento,

dificuldades de aprendizado ou doenças físicas

e a derivação para a valorização ou tratamento

especializado; parecem estar realizando contro-

les de peso e altura, ou triagem (“screening”)

visual ou auditiva em menor proporção.

· Os programas de nutrição ou complementação

alimentar também estiveram, quase sempre,

estreitamente relacionados com os programas de

saúde escolar. Em países como El Salvador, Bolí-

via, Brasil, Equador, e em algumas províncias da

Argentina existe uma legislação específica que

inclui ditos programas como parte das estratégias

nacionais de segurança alimentar, enquanto que

· Um estudo recente destaca o fato de que ape-

sar das provas de triagem terem feito parte da

tradição dos programas de saúde escolar em

muitos países da Região, durante décadas, exis-

te agora uma forte tendência para explorar

alternativas mais efetivas frente à prática

comum de triagem universal, indiscriminada, e

que não se faz acompanhar dos respectivos

mecanismos de referência e solução definitiva

dos problemas detectados17 .

· A maior parte dos países conta com uma eleva-

da porcentagem de escolas que possuem refei-

tórios escolares, o que destaca a oportunidade

que têm as EPS de realizar ações relacionadas

com a nutrição e a educação nos hábitos ali-

mentares.

· Em El Salvador colocou-se à prova uma modali-

dade diferente que consiste na entrega de um

bônus alimentar, transferível a organizações

comunitárias ou escolares para sua administra-

ção e a compra local da merenda escolar. A ava-

liação desta iniciativa mostrou que o uso do

bônus, no lugar da entrega de alimentos crus, é

um incentivo para a economia local, além de

permitir uma variação maior no cardápio22.

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19

Formação derecursos humanosem promoção desaúde no âmbitoescolar

Monitoramento,acompanhamentoe avaliação dosprogramas desaúde escolar

Investigação

outros esquemas de descentralização destes pro-

gramas17 estão tão sendo postos à prova.

· 70% dos países informaram a existência de pro-

gramas de capacitação de profissionais em

temas relacionados com a saúde escolar ainda

que, apenas Cuba, Equador e México contem

com uma especialização aprovada nesse campo.

· Os profissionais que mais se capacitam nestes

temas pertencem à área da saúde (enfermagem

e medicina), embora em 65% dos países já exis-

tam docentes com formação específica em saú-

de escolar ou os que são responsáveis pela

estratégia EPS, a maioria deles vinculada ao

âmbito da educação primária.

· Ainda que quase 71% dos países tenham respon-

dido que dispõem de métodos de avaliação da

estratégia EPS (principalmente do tipo qualitati-

vo, de processo e resultado ou fontes de avalia-

ção ou acompanhamento), só alguns têm

modelos disponíveis para a avaliação do impac-

to. Quase todos os países mencionaram a

necessidade de melhorar e aplicar tais mecanis-

mos de avaliação de forma mais sistemática.

· A porcentagem de países que informaram sobre

projetos de investigação em temas relacionados

com a promoção da saúde no âmbito escol é

baixo (41,2%), assim como os que dispõem de

sistemas de vigilância de comportamentos de

risco em escolares (35%) ou realizaram pesquisas

sobre práticas de risco (41,2%).

· Um estudo recente destacou experiências

interessantes e inovadoras nesta área que

estão sendo levadas adiante em algumas

regiões do continente. No Chile, por exemplo,

desenvolveram-se programas específicos para

a formação de docentes, de profissionais da

saúde e inclusive um programa de educação

a distância17.

· O acompanhamento e a avaliação continuam sen-

do o “tendão de Aquiles” de muitos programas de

saúde escolar e nutrição, na maioria dos países.

· O resultado claro é que a informação fundamen-

tada cientificamente sobre intervenções bem

sucedidas no âmbito escolar e proveniente dos

países da América Latina e do Caribe é escassa,

ao contrário da originada nos Estados Unidos da

América do Norte e na Europa. Não é apenas a

necessidade de investigar mais e documentar

melhor as experiências, mas sim fazer melhor

uso da informação já existente e que ela esteja

disponível a um número maior de pessoas. Foi

sugerido, por exemplo, usar a Internet criativa-

mente no campo da saúde escolar como um dos

meios de divulgar informação relevante14.

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· Capacitar recursos humanos em promoção de saúdeno âmbito escolar.

· Institucionalizar a estratégia Escolas Promotoras deSaúde.

· Propiciar o intercâmbio de experiências.

· Melhorar os mecanismos de acompanhamento esupervisão das escolas participantes.

· Melhorar o abastecimento de materiais de apoiodidático às escolas.

· Fortalecer a participação comunitária nas escolas.

· Aumentar a difusão da estratégia Escolas Promotorasde Saúde; e

· Melhorar os processos de acreditação e certificaçãodas Escolas Promotoras de Saúde.

Principais barreiras (em ordem decrescente de impor-tância) para o desenvolvimento da estratégia EscolasPromotoras de Saúde, de acordo com a informação depesquisa regional:

· Escassez de recursos humanos (equipes de saúde eeducação sobrecarregadas de atividades) e financeiros.

• Baixo grau de consciência dos líderes políticos sobrea importância dos programas de saúde escolar, e insu-ficiente respaldo aos mesmos.

• Dificuldade de trabalhar de forma coordenada comoutros setores.

• Infra-estrutura inadequada ou insuficiente.

• Problemas relacionados com a administração pública(burocracia, descontinuidade das equipes técnicas epouca sustentação dos projetos).

• Capacitação insatisfatória de recursos humanos.

• Dificuldade para inserir a promoção de saúde nosprogramas escolares.

Ações prioritárias (em ordem decrescente de impor-tância) para o fortalecimento da estratégia EscolasPromotoras de Saúde, de acordo com a informação depesquisa regional:

· Aumentar a disponibilidade de recursos humanos efinanceiros

· Consolidar e melhorar os mecanismos de coordena-ção intersetorial.

20

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3.programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participaprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saúde educação promoção prnutrição initiativa regionale colaboração sector saúde educaçãpromoção participação programas nutrição initiativa colaboração setor saúde educação promoção participprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúdeducação promoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saúde educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoção participação programas nutrição incolaboração setor saúde educação promoção participaregional colaboração setores saúde educação promoção pr

A INICIATIVA REGIONAL ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE

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23

A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde daOrganização Pan-Americana da Saúde surgiu formalmen-te em 1995, em resposta à situação dos programas de saú-de escolar, identificados nos países da Região dasAméricas, e como resultado do compromisso da Organi-zação desde a década de oitenta, com a promoção e aeducação para a saúde com enfoque integral no âmbitoescolar24.

A iniciativa de desenvolver e fortalecer a promoçãoe a educação para a saúde nas escolas, com uma pers-pectiva integral e a partir da experiência Latino-America-na, foi proposta pela Organização e aceita durante aReunião de Consulta sobre este tema, realizada em 1993em Costa Rica. A reunião foi assistida por representantesdos setores, saúde e educação de 12 países e membros deorganizações internacionais como: UNICEF, UNESCO,UNFPA, e a União Internacional de Promoção e Educaçãopara a Saúde23 – UIPES. Nesta reunião foram feitas reco-mendações aos Governos dos Estados Membros para odesenvolvimento da Iniciativa Regional, e estabelecidosseus propósitos e ações principais*.

A Iniciativa, que por sua vez se constitui no amplocontexto do enfoque regional de municípios e comunida-des pela saúde25, destina-se a facilitar a articulação e

mobilização multissetorial de recursos regionais, sub-regionais e nacionais destinados à promoção da saúdenas comunidades educativas mediante a Estratégia Esco-las Promotoras de Saúde, com a finalidade de apoiar acriação de condições propícias ao aprendizado e desen-volvimento humano integral, a melhoria da qualidade devida e o bem-estar coletivo dos meninos, meninas, jovense demais membros das comunidades educativas.

A Iniciativa se fundamenta numa visão integral e noenfoque multidisciplinar que considera as pessoas nocontexto de sua vida cotidiana na família, na comunida-de e na sociedade. Fomenta o desenvolvimento de con-hecimentos, capacidades e atitudes para que as pessoaspossam cuidar da sua saúde e a dos outros, reduzindo aomínimo os comportamentos de risco. Promove uma aná-lise crítica e reflexiva de valores, comportamentos, con-dições sociais e modos de vida, com o objetivo defortalecer aqueles fatores que favorecem a saúde e o des-envolvimento humano, e de ajudar os membros da comu-nidade escolar a tomar decisões para promover a própriasaúde e a dos demais.26, 27

A Iniciativa Regional contribui para estabelecer rela-ções sociais de eqüidade entre os sexos, ao alentar oespírito cívico e a democracia e ao reforçar as tradiçõesde solidariedade e espírito comunitário. Advoga a pro-moção e proteção dos direitos humanos nas escolas e asliberdades fundamentais, em conformidade com as regrasinternacionais, gerais e padronizadas dos direitos huma-nos que protegem meninos, meninas, adolescentes e

3.1 COMO SURGIU E EM QUE CONSISTE A INICIATIVA?

A educação para a saúde no âmbito escolar é um direito fundamental de todos os meninos e meninas. A saúde estáentranhavelmente ligada ao aproveitamento escolar, à quali-dade de vida e à produtividade econômica. Ao adquirirem econstruírem conhecimentos sobre a saúde infantil e a juven-tude, são adquiridos valores, aptidões, destrezas e práticasnecessárias para a vida sã. No processo a capacidade de formar e fortalecer comportamentos e hábitos salutares éadquirida. Neste sentido, meninos, meninas, e jovens se trans-formam em sujeitos capazes de influenciar mudanças embenefício da saúde de suas comunidades.

OPAS, 199523

* As memórias completas da Reunião de Consulta realizada naUniversidade Nacional Heredia, Costa Rica (1993), inclusive as recomen-dações aos Estados Membros na Região das Américas, aparecem con-signadas na publicação “Educação para a Saúde no Âmbito Escolar: UmaPerspectiva Integral” (OPS / OMS Série HSS / SILOS No. 37, 1995).

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24

boração e difusão de material informativo e promo-cional e participação em foros internacionais.

· Colaboração técnica aos países para a consolidaçãode mecanismos de coordenação intersetorial (Comis-sões Nacionais integradas por representantes de saú-de, educação e outros setores) para o fomento desaúde escolar com enfoque integral, e para pôr emandamento a estratégia Escolas Promotoras de Saúde.

· Colaboração técnica aos países para a análise e atua-lização de políticas conjuntas dos setores saúde e edu-cação e a elaboração dos respectivos planos de ação.

· Colaboração técnica para o fortalecimento da capaci-dade institucional dos países para a gestão dos pro-gramas e atividades de saúde escolar com enfoqueintegral, mediante atividades de capacitação de pro-fissionais dos setores saúde e educação.

· Apoio à conformação de Redes Nacionais de EscolasPromotoras de Saúde nos países da Região, comomecanismo facilitador do intercâmbio de informação,conhecimentos e experiências no interior dos pró-prios países.

· Criação das Redes Latino-Americana e Caribenha deEscolas Promotoras de Saúde com a finalidade defacilitar o intercâmbio de informação, conhecimentose experiências entre os diferentes países da Regiãodas Américas, assim como apoiar a organização e odesenvolvimento das Escolas Promotoras de Saúde eas redes em cada país.

jovens*, em especial aqueles que se encontram em situa-ções de maior vulnerabilidade (a população infantil ejuvenil com deficiências físicas ou mentais, ou ainda emcaso de deslocamentos forçados, por exemplo).

3.2ESTRATÉGIA OPERATIVA DA ORGANIZAÇÃO PARAPÔR EM ANDAMENTO A INICIATIVA REGIONAL

Desde seu lançamento formal, em 1995, a estratégiaoperativa da OPS/OMS para a implementação daIniciativa nas Américas tem focalizado seus esforços nasseguintes linhas de ação prioritárias:

· Advocacia dos programas de saúde escolar com enfo-que integral e difusão do conceito de Escolas Promo-toras de Saúde nos países da Região, mediante arealização de reuniões regionais e sub-regionais, ela-

* Organismos internacionais diferentes estabeleceram padrões espe-ciais para a promoção e proteção dos direitos civis, políticos, econômi-cos, sociais e culturais e as liberdades fundamentais de meninos,meninas, adolescentes e jovens (Declaração dos Direitos da Criança ,A.G. res. 1386 [XIV], 14 N.U. GAOR Supp. [No. 16], p. 19, ONU Doc. A/4354[1959] e o Estatuto sobre os Direitos da Criança, A.G. res. 44/25, anexo,44. N.U. GAOR Supp. [No. 49] p. 167, ONU Doc. A/44/49 [1989] , queentrou em vigor em 02 de setembro de 1990. Geralmente, estes direitose liberdades fundamentais incluem : o direito à vida, a um nome e a umanacionalidade, à liberdade de pensamento, religião e associação, odireito à integridade pessoal, à garantia judicial, à saúde e à educação,entre outros.

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25

· Apoio à difusão e inclusão do enfoque de Habilidadespara a Vida como um componente dos programas deeducação para a saúde com enfoque integral noâmbito escolar.

· Desenvolvimento, difusão e apoio à aplicação de instru-mentos para o diagnóstico e análise rápidos da capacida-de dos países para a implementação e avaliação deprogramas amplos de saúde escolar com enfoque integral.

· Apoio para o desenvolvimento, validação e aplicaçãode instrumentos para a investigação e vigilância daspráticas de risco e fatores protetores em escolares.

· Apoio para o desenvolvimento do Consórcio Inter-Americano de Universidades e Centros de Formaçãode Equipes em Educação para a Saúde e Promoção daSaúde.

· Criação de alianças estratégicas com outras agênciasinternacionais e o setor privado ( por exemplo, a “Inicia-tiva Conjunta da Organização Pan-Americana da Saúdee o Banco Mundial para a Saúde Escolar e Nutrição naAmérica Latina e no Caribe”, em 1997) com a finalidadede apoiar estratégias efetivas para a gestão de progra-mas de saúde escolar com enfoque integral.

Apesar da forma pela qual os diferentes países daRegião têm dado andamento à estratégia EscolasPromotora de Saúde, realçada por diversas interpretaçõese adaptações da mesma, em função do perfil dasnecessidades e problemas da população em idade escolarou por suas prioridades e recursos disponíveis, em termosgerais, essa estratégia tem incluído as seguintes grandeslinhas de ação23:

· Desenvolvimento de acordos e políticas conjuntasentre os setores (principalmente saúde e educação) oque inclui atividades de mobilização e comunicaçãosocial para fomentar o diálogo entre os setoressociais e a população sobre as prioridades em saúdeescolar, assim como a formação de consenso, aliançase pactos sociais para apoiar a difusão da estratégiaEscolas Promotoras de Saúde.

· Consolidação de mecanismos de coordenação emdiferentes níveis, incluída a ativação ou a formação deComissões Mistas para a elaboração conjunta de aná-lise de situação e planejamento de trabalho, realiza-ção do acompanhamento e avaliação das atividades.

· Gestão dos programas de saúde escolar.

· Capacitação de docentes e profissionais de saúde emtemas relacionados com a saúde escolar.

· Produção de materiais educativos e para a advocaciada estratégia.

· Realização de ações coordenadas entre escolas, servi-ços de saúde e organizações comunitárias queincluem fomentar e facilitar a participação comunitá-ria em torno da promoção da saúde, envolver os líde-res da comunidade e autoridades locais, e fomentar oplanejamento participativo local para incorporar apromoção da saúde nos planos locais de desenvolvi-mento.

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26

sentantes de todos os países da América Latina, comexceção da Argentina e do México, e a participação dedelegados de agências internacionais, organizações nãogovernamentais e do setor privado.

A missão da RLEPS consiste em apoiar a organizaçãoe desenvolvimento das Escolas Promotoras de Saúde e asredes em cada país da Região, assim como facilitar ointercâmbio das suas experiências, apoiando a abertura econstituição de vias de comunicação multidirecional quese entrelacem e sejam convergentes em pontos de inte-resse para o aperfeiçoamento da educação e da saúde noâmbito escolar29.

O funcionamento da RLEPS se baseia nos seguintesparâmetros:

· Organiza-se como estrutura que agrupa instituições eorganismos dos diversos setores que promovem asaúde dos integrantes de diversas comunidades esco-lares em todos os países da Região.

· Está aberta à livre filiação de todas as instituições ede todos os países.

· Responde às particularidades da Região e às dos paí-ses membros.

· Centra-se nas necessidades dos educandos e temuma visão integral da educação para a saúde.

· Compromete-se com o desenvolvimento integral dainfância e da adolescência.

3.3REDES LATINO-AMERICANA E CARIBENHADE ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE

3.3.1 REDE LATINO-AMERICANA DE ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE (RLEPS)

A Rede Latino-Americana de Escolas Promotoras deSaúde (RLEPS) teve a sua origem na Conferência Européiasobre Educação Sanitária e Promoção, organizada emEstrasburgo, em 1990. Posteriormente no Chile, em 1995,durante o Congresso de Saúde Escolar, foi decidida a suacriação formal, efetivada em 1996, em São José (CostaRica), com a participação de representantes da Argentina,Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador,Guatemala, México e Panamá, e também membros daRede Espanhola e dos Centros Colaboradores da OMSem saúde escolar (Centro de Desenvolvimento Educacio-nal e os Centros dos Estados Unidos da América do Nor-te para Prevenção e Controle de Doenças)28.

Na atualidade, 20 países da América Latina fazem par-te da RLEPS, cuja segunda reunião realizou-se no Méxicoem 1998, sendo assistida por todos os países da AméricaLatina, inclusive Cuba e República Dominicana. A terceirareunião foi realizada de 10 a 13 de setembro de 2002 nacidade de Quito (Equador), com a assistência de repre-

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As principais estratégias de trabalho da RLEPS são:A RLEPS procura alcançar os seguintes propósitos:

27

· Difusão do marco conceitual e operativo da Iniciativa de pro-

moção da saúde nas escolas.

· Promoção da saúde no âmbito escolar mediante a educação

para a saúde, a criação e cuidado de ambientes saudáveis e da

oferta de serviços de saúde.

· Desenvolvimento de metodologias de avaliação dos processos

de promoção da saúde nas escolas.

· Fortalecimento de mecanismos de coordenação intersetorial,

com inclusão de comissões mistas.

· Fomento da participação da comunidade escolar, do corpo ins-

titucional, da população e das autoridades locais.

· Impulso à formação e ao funcionamento de redes nacionais de

Escolas Promotoras de Saúde.

· Criação e desenvolvimento de redes de trabalho, que promo-

vam e facilitem o intercâmbio de conhecimentos e experiên-

cias sobre a promoção da saúde nas escolas e entre as redes

nacionais.

· Fortalecimento das redes nacionais e a expansão das Escolas

Promotoras de Saúde entre os países Membros.

· Promover o desenvolvimento e a capacitação de recursos

humanos, técnicos e educativos nas áreas de promoção da saú-

de, educação para a saúde, participação comunitária, planifica-

ção e gestão de projetos multissetoriais e outras ações em

favor da saúde daqueles que estudam, ensinam e trabalham na

escola.

· Apoiar a elaboração de materiais educativos para a promoção

da saúde nas escolas e estabelecer estratégias para a sua análi-

se e intercâmbio.

· Promover o intercâmbio de experiências de educação e pro-

moção da saúde no âmbito escolar, assim como difundir pro-

gramas bem sucedidos e estimular o debate crítico.

· Impulsionar a avaliação tanto das ações de promoção de saúde

no âmbito escolar, finalizadas no marco da Rede, quanto do

próprio processo de desenvolvimento da Rede.

· Fomentar a investigação aplicada à promoção da saúde em con-

junto com universidades, organismos de governo, organizações

não governamentais, entidades civis e o setor privado.

· Organizar fóruns, oficinas, grupos de trabalho, seminários e

outros eventos que permitam o estudo, a análise e o debate

sobre o conteúdo e a metodologia de promoção da saúde nas

escolas.

· Alentar o interesse de políticos, setor privado e sociedade civil

pelas Escolas Promotoras de Saúde.

· Elaborar um boletim informativo, com a colaboração de todos os

países membros, que contenha as experiências e progressos da

promoção de saúde nas escolas e redes nacionais.

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28

· Limitações para atingir os objetivos de capacitação eeducação continuada.

· Falta de experiência na dinâmica do trabalho em rede.

Durante sua Terceira Reunião realizada em Quito (Equa-dor), foi decidido, com base na análise dos aspectos críti-cos do funcionamento da RLEPS, fortalecer a sua gestão,tendo em conta as seguintes e principais recomendações31:

· Incluir na estrutura da Rede Latino-Americana deEscolas Promotoras de Saúde e também nas redesnacionais de Escolas Promotoras de Saúde, outrossetores convergentes com a proposta, sejam governa-mentais ou não, além dos setores saúde e educação.

· Modificar a estrutura organizadora da RLEPS para quea Presidência do Conselho Geral seja eleita a partir deum trio de países proposto pelos participantes emcada reunião da rede.

· Modificar a estrutura, funções e responsabilidades daRLEPS, para que o país eleito pela Assembléia para assumira Presidência do Conselho Geral seja o encarregado decoordenar as atividades necessárias a esta reestruturação.

· Fortalecer o sentido de pertencimento e identidadeinstitucional da RLEPS, mediante uma estratégia queinclua a construção e difusão da sua imagem corpora-tiva e a promoção dos vínculos interpessoais e inter-profissionais entre seus integrantes, em um marco derespeito à diversidade cultural.

· Mobilizar recursos financeiros que permitam o fun-cionamento adequado da RLEPS.

A seguir, são apresentadas resumidamente algumasdas insuficiências percebidas no funcionamento da ativi-dade da RLEPS desde sua criação, as quais foram discuti-das durante a Primeira Reunião Constitutiva da RedeCaribenha de Escolas Promotoras de Saúde, realizada emBridgetown, Barbados, de 26 a 28 de novembro de 200130:

· Falta de fontes de financiamento contínuo.

· Dificuldade para coordenar ações (requer bastantetempo).

· Alta e freqüente rotatividade dos representantes dospaíses.

· Apoio insuficiente e inconstante por parte dos governos.

· Limitações para obter uma comunicação efetiva.

· Conhecimento insuficiente das experiências locais.

· Duplicação de atividades.

· Desenvolvimento insuficiente das redes nacionais deEPS.

· Desconhecimento da existência da RLEPS nos paísesmembros.

· Escassa participação de novos atores (setor privado,organizações não governamentais, universidades) noprocesso.

· Concentração da responsabilidade em um ou doispontos focais de um único país.

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29

· Desenvolver o plano de ação da RLEPS de acordocom os procedimentos gerais estabelecidos em Qui-to e criar grupos ou comitês de trabalho nas áreas deformação e capacitação de recursos humanos, comu-nicação e conexão.

Os representantes dos 19 países que assistiram à Ter-ceira Reunião da Rede Latino-Americana de Escolas Pro-motoras de Saúde elegeram Porto Rico, por maioria, paraassumir a sede da IV Reunião e a Presidência do Consel-ho Geral da RLEPS, designação que foi aceita pelos dele-gados oficiais deste país.

3.3.2 REDE CARIBENHA DE ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE (RCEPS)

Com a finalidade de continuar apoiando os países doCaribe na difusão e fortalecimento dos programas de saúdeescolar, dentro do contexto específico das características eidentidade cultural, recursos e prioridades, realizou-se nacidade de Bridgetown, Barbados, em novembro de 2001, areunião constitutiva da Rede Caribenha de Escolas Promo-toras de Saúde, sendo assistida por representantes dasBahamas, Barbados, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica,Porto Rico, São Vicente e as Granadinas, Santa Lucia, SãoCristovão e Neves, Suriname, e Trinidad e Tobago.

As redes de Escolas Promotoras de Saúde da AméricaLatina e do Caribe oferecem oportunidades de continuaro diálogo sobre promoção da saúde e educação para asaúde em todos os âmbitos, e facilitar o intercâmbio deidéias, recursos e experiências para nutrir o compromissoe entusiasmo dos distintos interessados33.

Os objetivos da Rede Caribenha são32:

· Apoiar os países da sub-região no melhoramentodas condições de saúde e desenvolvimento dapopulação infantil e juvenil em idade escolar.

· Apoiar os países do Caribe na implementação depolíticas saudáveis no âmbito escolar.

· Fortalecer vínculos mediante a organização e par-ticipação comunitária.

· Aumentar a participação de pais e mães de famí-lia na saúde e no bem-estar de crianças e adoles-centes, com a finalidade de facilitar a aquisição econservação de estilos saudáveis de vida.

· Divulgar conhecimentos e práticas bem sucedidasde promoção e educação para a saúde com rela-ção a escolas livres de tabaco, educação sexual,alimentação e nutrição, atividade física, preven-ção de uso de drogas, educação em Habilidadespara a Vida, entornos saudáveis (livres de violên-cia), prevenção do suicídio, saúde mental, estilossaudáveis de vida, etc.

· Oferecer incentivos para uma colaboração maisestreita entre os Ministérios da Saúde e da Educa-ção, com o propósito de conseguir o desenvolvi-mento saudável de meninos, meninas e jovens.

· Advogar e promover o valor agregado que tem a exis-tência de uma Rede Caribenha de Escolas Promotorasde Saúde, entre todos os sócios estratégicos, espe-cialmente quem já esteja trabalhando temas relacio-nados com a promoção de saúde nas escolas.

· Fortalecer a capacidade do Ministério da Saúde eo da Educação para promover a Iniciativa EscolasPromotoras de Saúde.

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3.4ACREDITAÇÃO DEESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDE

Com base nas diretrizes gerais da Iniciativa EscolasPromotoras de Saúde, os países têm avançado no proces-so de definição de critérios e procedimentos para a acre-ditação das Escolas Promotoras de Saúde. Em termosgerais, os procedimentos incluem normas sobre requisi-tos mínimos, certificação por parte dos Ministérios daSaúde e da Educação, atividades de monitoramento eacompanhamento, requisitos de informação e período deacreditação, ainda que os esquemas variem muito de paísa país. No quadro a seguir, apresenta-se o exemplo doChile.

30

* Exemplo do Chile

CRITÉRIOS PARA A ACREDITAÇÃO DE UMAESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE*

Processo de Planejamento

A Escola deve reunir pelo menos três dos seguintes elementos:

· Processo definido para advocacia ou documento de compro-

misso para o desenvolvimento da Iniciativa.

· Grupo de trabalho para implementação da Iniciativa e coorde-

nação com outros setores, onde há participação de represen-

tantes dos administradores escolares, docentes, pais e mães de

família, estudantes e associação de pais e mestres.

· Avaliação de necessidades ou plano de ação de pelo menos um

ano.

· Inclusão do programa de saúde escolar no plano de ação da

comunidade, no projeto educativo institucional ou nos planos

nacionais regulares.

Atividades de Promoção de Saúde

A escola deve ter pelo menos um programa, em três das seguintes

áreas prioritárias:

· Alimentação saudável (lanchonetes, cantinas ou refeitórios

saudáveis).

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· Educação física (ampliação das horas dedicadas à atividade físi-

ca, recreação e esportes, melhoramento dos espaços físicos).

· Fatores psicossociais protetores (afetividade e sexualidade,

educação em Habilidades para a Vida, relações interpessoais).

· Uso de tabaco, álcool e outras drogas (declaração de espaços

livres de tabaco, atividades educativas, prevenção).

· Promoção de saúde bucal (instalação de espaços adequados

para a escovação [“escovódromo”] ,atividades educativas).

· Ambiente escolar saudável (melhoramento dos espaços físicos,

educação ambiental, criação e conservação de áreas verdes).

Participantes nos programas

A escola deve incorporar pelo menos três participantes dos seguin-

tes representantes:

· Pessoal de administração escolar.

· Professores.

· Alunos.

· Pais e mães de família.

· Representantes da comunidade.

31

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pp

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4.programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição inregionale colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participaprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saúde educação promoção prnutrição initiativa regionale colaboração sector saúde educaçãpromoção participação programas nutrição initiativa colaboração setor saúde educação promoção participprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúdeducação promoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saúde educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoção participação programas nutrição incolaboração setor saúde educação promoção participaregional colaboração setores saúde educação promoção pr

MARCO CONCEITUAL

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35

A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúdetem como meta o fortalecimento do desenvolvimentohumano sustentável de meninos, meninas, adolescentes ejovens, no contexto do âmbito escolar. O marco concei-tual no qual se fundamenta tal iniciativa tem duas basesprincipais. A primeira delas diz respeito às Declarações eOrientações de Promoção de Saúde *, que oferecem ogrande marco de referência geral da proposta EscolasPromotoras de Saúde. A segunda inclui as consideraçõespertinentes ao binômio saúde e educação, assim comooutros setores sociais, o contexto e as experiências dospaíses na América Latina e no Caribe, os programas desaúde escolar existentes, e particularmente os conheci-mentos científicos e técnicos sobre saúde e educação emnível mundial, inclusive teorias, modelos e ações educa-tivas que permitam identificar as práticas apropriadas,eficazes e afetivas para o desenvolvimento de programasintegrais de saúde escolar nos âmbitos regional, nacionale local.

O desenvolvimento das estratégias e linhas de açãopropostas para o fortalecimento da Iniciativa Regionaldurante o Período 2003 – 2012 sustenta-se no trabalhopor meio de redes, e na participação comunitária, espe-cialmente da comunidade educativa, as quais por sua vezse canalizam através dos três pilares das Escolas Promo-toras de Saúde (educação para a saúde com enfoqueintegral; entornos escolares saudáveis; e serviços escola-

res de saúde, alimentação e vida ativa). Com o propósitode facilitar o desenvolvimento humano sustentável, étambém proposto o trabalho permanente em políticaspúblicas saudáveis, como um elemento comum e trans-versal aos três pilares da Iniciativa Regional.

O diagrama da página seguinte ilustra a forma comose articulam os elementos principais do marco conceitualda Iniciativa Regional, os quais são descritos em detalhe,a seguir, nesta seção do documento.

4.1O QUE É UMA ESCOLAPROMOTORA DE SAÚDE ?

O modelo de Escolas Promotoras de Saúde (EPS),difundido desde 1995 pela Organização Pan-Americanada Saúde na Região das Américas através da IniciativaRegional, é uma estratégia de promoção de saúde noâmbito escolar, que se fundamenta no desenvolvimentoarticulado e sinérgico de três componentes principais34:

· educação para a saúde com enfoque integral

· criação e manutenção de entornos e ambientes sau-dáveis

· provisão de serviços de saúde, nutrição saudável evida ativa.

INTRODUÇÃO

* Carta de Ottawa (1986), Declaração de Adelaide (1988), Declaração deSundswall (1991), Declaração de Bogotá 1992), Conferência do Caribe(1993), Declaração de Jakarta (1997), Declaração do México (2000), eConferência do Chile (2002).

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36

MARCO CONCEITUALINICIATIVA REGIONAL ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE

DESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTÁVEL

Teorias, Modelos e Ação Educativa

POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS

Educaçãopara aSaúde

EntornosSaudáveis

Serviçosde Saúde

REDES E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

ESTRATÉGIA E LINHAS DE AÇÃO 2003 -2012

DECLARAÇÕES E ORIENTAÇÕES

Contextos e Experiências

Binômio Saúde e EducaçãoOutros Setores

Programas de Saúde Integral das e dos Escolares

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pouca ou nenhuma relação com a realidade do estudanteem seus entornos familiar e comunitário, e que enfatizamaspectos cognitivos e didáticos do processo educativo comescassa valorização ou franco desconhecimento dos proces-sos afetivos e da inteligência emocional; além disso, nãolevam em conta a participação dos estudantes e outrosmembros da comunidade escolar na seleção de temas e naavaliação do processo de ensino e aprendizado, e dão poucaatenção ao uso de técnicas interativas e participativas quecontribuem para fazer da experiência educativa um processomais agradável e de maior impacto para todos os envolvidos.

Os programas de educação para a saúde nas escolas sãointegrais quando38:

· Inspiram-se num paradigma que considera a saúdecomo fonte de bem-estar e desenvolvimento susten-tável e não como a simples ausência de doença.

· Utilizam todas as oportunidades disponíveis (dentro efora da comunidade educativa, educação formal einformal, métodos tradicionais ou alternativos) paradesenvolver processos de educação para a saúde.

· Fortalecem a capacidade dos estudantes (“empodera-mento”) para transformar as condições determinantesda saúde.

· Promovem a interação entre escola, comunidade, paise mães de família, e os serviços de saúde disponíveisno local.

· Promovem o desenvolvimento e conservação deambientes escolares saudáveis.

Educação para a saúde com enfoque integral

Os sistemas de educação formal dos países constituemum cenário ideal para a realização de ações educativas coma população em idade escolar durante etapas formativasmuito importantes de sua vida, pois se parte do reconheci-mento de que meninos, meninas, adolescentes e jovens sãoos atores sociais do amanhã, e que as escolas são uma ins-tância onde os estudantes podem ter acesso à informação,ao conhecimento, exemplo e apoio necessários ao desen-volvimento de hábitos e estilos de vida saudáveis35.

Há evidência científica que demonstra que os programasde prevenção às doenças que se centram principal ou exclu-sivamente na transmissão de informação e conhecimentossão pouco efetivos36, razão pela qual as intervenções educa-tivas para o fomento da saúde no âmbito escolar devemlevar em conta a grande diversidade de fatores que influen-ciam o comportamento humano. Mesmo assim, devem fun-damentar-se numa visão multidisciplinar e integral de saúdeque inclua a análise dos fatores sociais, políticos e econômi-cos que afetam a vida cotidiana.

Conseqüentemente, este componente da estratégiaprocura fortalecer a capacidade (“empoderamento”) demeninos, meninas e jovens, mediante processos educati-vos estruturados nas escolas que lhes facilite adquirir epôr em prática os conhecimentos, atitudes, valores, habi-lidades e competências necessárias à promoção e prote-ção da própria saúde, a de sua família e a da comunidade.

Um dos grandes desafios para educadores e sanitaristasconsiste em transcender os enfoques tradicionais de abordara educação para a saúde, enfoques esses caracterizados peloensino de conteúdos isolados de temas de saúde que têm

37

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38

No novo Milênio*, meninos, meninas e jovens preci-sam de uma verdadeira educação para a vida, orientadapara o desenvolvimento de sua capacidade inata deaprender a ser, aprender a aprender, aprender a fazer,aprender a conviver39, e aprender a empreender40, e aofortalecimento das diferentes destrezas e competênciasnecessárias para enfrentar, com sucesso, exigências e des-afios de um mundo cada vez mais complexo.

Esta situação requer uma educação participativa elibertadora que desenvolva a capacidade analítica einvestigativa, num ambiente positivo e criativo, e que for-taleça o respeito aos direitos humanos, a eqüidade, e osvalores solidários, contribuindo assim para a formação dehomens e mulheres com auto-estima, autonomia, cons-ciência e compromisso social35.

Neste sentido, o enfoque de Habilidades para a Vida,com ênfase no desenvolvimento de destrezas e capacida-des psicossociais, vem obtendo, a cada dia, maior aceita-ção e difusão nos países da Região, constituindo umavaliosa ferramenta para continuar apoiando os processosde educação para a saúde no âmbito escolar41.

A educação em Habilidades para a Vida tem comoobjetivo principal o desenvolvimento e fortalecimento

* As Metas do Milênio para o Desenvolvimento (MDM), adotadas na 55a.Assembléia Geral da ONU, representam um compromisso mundial, naluta para reduzir a pobreza e a iniqüidade na distribuição de renda den-tro e entre os Estados Membros. O setor saúde está empenhado naconquista de três grandes metas: a redução da mortalidade materna einfantil (MDM Nos. 4 e 5 ) e a redução do HIV/AIDS e outras doençastransmissíveis (MDM No. 6). Além disso, o setor saúde tem a responsa-bilidade de colaborar com outros setores na conquista das demaismetas.

Uma Escola Promotora de Saúde :

· Implementa políticas que apóiam a dignidade e o bem-estar

individual e coletivo e oferecem múltiplas oportunidades de

crescimento e desenvolvimento para meninos, meninas e

adolescentes, dentro do contexto de aprendizagem e do

sucesso da comunidade escolar (incluídos docentes, estudan-

tes e suas famílias).

· Põe em andamento estratégias que fomentam e apóiam a

aprendizagem e a saúde, utilizando-se de todos os meios e

recursos disponíveis, e envolvendo o pessoal do setor saúde

e educação e líderes comunitários no desenvolvimento de

atividades escolares planificadas (ex.: educação para a saúde

com enfoque integral e treinamento de Habilidades para a

vida; fortalecimento de fatores protetores e diminuição de

comportamentos de risco; facilitação do acesso a serviços de

saúde escolar, nutrição e educação física).

· Envolve todos os membros da escola e da comunidade (inclu-

ídos professores, pais, estudantes, líderes e organizações não

governamentais) na tomada de decisões e na execução das

intervenções para a promoção da aprendizagem, no fomento

de estilos de vida saudável e na realização de projetos comu-

nitários de promoção de saúde.

· Tem um plano de trabalho para a melhoria do ambiente esco-

lar físico e psicossocial e seus entornos (ex: normas e regula-

mentos para ambientes livres de tabaco, drogas, abuso e

qualquer forma de violência; acesso à água potável e instala-

ções sanitárias; alimentos saudáveis), tentando dar exemplo

mediante a criação de ambientes escolares saudáveis e o des-

envolvimento de atividades que sejam planificadas fora do

ambiente escolar para a comunidade.

· Implementa ações para avaliar e melhorar a saúde dos estu-

dantes, da comunidade educativa, das famílias e dos mem-

bros da comunidade em geral e trabalha com os líderes

comunitários para garantir o acesso à nutrição, à atividade

física, à administração, aos serviços de saúde e de referência.

· Oferece treinamento relevante e efetivo e material educativo

a docentes e estudantes.

· Tem um comitê local de educação e saúde no qual partici-

pam ativamente as associações de pais, as organizações não

governamentais e outras organizações na comunidade.

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o fato de que uma só intervenção —a educação em Habi-lidades para a Vida— permita abordar múltiplos objeti-vos, interesses e prioridades comuns a diversos setoressociais, como a promoção da saúde (desenvolvimento deatitudes pessoais), a prevenção de problemas psicosso-ciais e a promoção do desenvolvimento humano integral.

Os programas atuais de educação para a saúde nasescolas devem prestar atenção, igualmente, nos aspectosrelacionados com a alfabetização em saúde (“health lite-racy”*) e o seu potencial de contribuir para os objetivosde promoção da saúde e prevenção de doença nas dife-rentes etapas do ciclo evolutivo.

Como parte dos possíveis conteúdos temáticos da“alfabetização em saúde” por meio das escolas, seria ade-quado incluir a educação no que se refere aos direitoshumanos básicos e às liberdades fundamentais de todosos meninos, meninas e jovens em geral, especialmentedaqueles que pertencem aos grupos mais vulneráveis ouexcluídos (por exemplo: meninos e meninas com afecçõ-es crônicas ou deficiências de qualquer tipo, vítimas deconflitos armados, refugiados , entre outros).

de um grupo genérico de habilidades psicossociais quetêm aplicação numa ampla variedade de situações coti-dianas e de risco, próprias da vida de meninos, meninas ejovens. Ainda que existam diversas formas de classificartais habilidades42, a Organização Mundial da Saúde con-cluiu que são relevantes, em qualquer contexto sociocul-tural43, as dez que se seguem :

Saber tomar melhores decisões ou ter a capacidadede “dizer não”, por exemplo, são habilidades psicossociaisimportantes que podem ajudar meninas, meninos ejovens a resistir à pressão do grupo de pares ou amigospara iniciar-se no consumo de substâncias psicoativas outabagismo. Não obstante, estas mesmas habilidades tam-bém podem constituir um fator protetor no caso desituações de risco, relacionadas com a vida sexual dosadolescentes e jovens.

Algumas das características pessoais identificadas emmeninos e meninas resilientes44, como por exemplo auto-nomia, empatia, controle de emoções e impulsos, ouhabilidade para compreender e analisar situações, podemser desenvolvidas ou fortalecidas mediante intervençõesde educação em Habilidades para a Vida nas escolas.

Constitui uma das principais fortalezas deste enfoque

Conhecimento de si mesmo (a) Empatia

Comunicação efetiva (assertiva) Relacionamentos interpessoais

Tomada de decisões Solução de problemas

Pensamento criativo Pensamento crítico

Manejo de emoções e sen-timentos

Manejo de tensões e estresse

39

* Sobre o conceito de “health literacy” ( de aplicação relativamenterecente no campo da saúde pública) existem diversas definições, como aadotada nos objetivos da US Healthy People 2010, onde se afirma que aalfabetização em saúde consiste na “capacidade para obter, interpretar ecompreender informação básica sobre a saúde e os serviços, e a capaci-dade para usar tal informação e serviços para o melhoramento das con-dições de saúde” (US Healthy People 2010 Objetives). Durante a VConferência Mundial de Promoção de Saúde (México, 2000), foi decididoincorporar no conceito outras dimensões do desenvolvimento comunitá-rio e dar ênfase à alfabetização em saúde, não apenas como uma carac-terística pessoal e sim como um fator determinante da saúde pública(Ilona S. Kickbusch, Health Literacy: Adressing the health and educationdivide February 2001).

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É fundamental educar meninas, meninos e jovens paraque tenham uma vida saudável, a partir do conhecimentoe apropriação dos direitos humanos e liberdades funda-mentais, e neste sentido as instituições educativas consti-tuem um cenário ideal. Existem vínculos muitoimportantes por explorar entre direitos humanos e pro-moção e educação para a saúde, dentro do contexto de“empoderamento” e participação social das Escolas Pro-motoras de Saúde.

As atividades de educação para a saúde nas escolasque intercalam o uso de métodos e estratégias de apren-dizado participativo e interativo, como os enfoquesCriança à Criança ou Jovem a Jovem, estimulam os estu-dantes a assumir um papel ativo na promoção e proteçãode saúde, entre os meninos e meninas da mesma idade,suas famílias e comunidades, inclusive as crianças e jovensque estão fora do sistema escolar45.

É evidente que num continente como o das Américas,com tão extraordinária diversidade cultural e fonte de ricasexperiências pedagógicas inovadoras, não pode haver umaúnica forma de planificar e levar a cabo as atividades deeducação para a saúde nas escolas. Não obstante, em ter-mos gerais, o planejamento e o desenvolvimento de umprograma integral de educação para a saúde requer o diag-nóstico de necessidades, o desenvolvimento curricular, apreparação de material didático, a formação, capacitação eatualização de docentes, a investigação, o monitoramentoe a avaliação, e a difusão da informação37.

É recomendável que tais programas*:

· Integrem um currículo escolar com base nas priorida-des nacionais, regionais e locais de saúde pública,

concebidas nos termos de: conhecimentos, atitudes,valores e habilidades necessárias para o desenvolvi-mento de estilos saudáveis de vida.

· Enfatizem os fatores protetores da saúde (inclusive apromoção da resiliência), as práticas e fatores de risco.

· Incluam o componente de educação em habilidades ecapacidades psicossociais (Habilidades para a Vida).

· Apliquem novos métodos de educação para a saúdeque complementem o aprendizado nas aulas,mediante o reforço transcurricular e as atividades noâmbito escolar e na comunidade.

Ainda que habitualmente a educação física faça parteda educação para a saúde e esteja centrada na prática deesportes e no desenvolvimento de destrezas motrizes,recentemente vem recobrando força o movimento inter-nacional para promover o aperfeiçoamento do estado físi-co durante todas as etapas do ciclo vital. A educação físicae as atividades recreativas oferecem oportunidades adicio-nais para a promoção da vida ativa e da saúde física e men-tal nas escolas e colégios.

Criação e preservação de entornos e ambientes saudáveis

A criação de entornos saudáveis é outro componentefundamental na promoção de saúde no âmbito escolar,intercalando duas dimensões diferentes e complementares:

* Extraído e adaptado da “World Health Organization (1997) PromotingHealth through Schools. Report of a WHO Expert Committee onComprehensive School Health Education and Promotion. WHO TechnicalReport Series 870. Geneva: WHO.”

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so que as nações tiveram na reforma de seus sistemassanitários. O modelo de “higiene escolar”, inspirado emexperiências européias, no início do século passado, foievoluindo até chegar aos programas escolares com ainclusão de campanhas massivas de vacinação e temas deeducação para a saúde e, posteriormente, ao desenho deintervenções de corte mais integral onde a saúde e a edu-cação se transformam em sócios ativos na conquista deobjetivos e metas comuns17.

A provisão de serviços de saúde, uma alimentaçãosaudável e uma vida ativa para os escolares devem serorganizadas de acordo com políticas, mecanismos,modelos e conteúdos relevantes que respondam àsnecessidades dos escolares, e também com os recursosprevistos em cada caso (país, região ou município) para aatenção da saúde da população em geral. Neste sentido,uma Escola Promotora de Saúde:

· Orienta a comunidade educativa para que os escola-res tenham acesso a todas as ações de prevenção(imunizações, avaliação visual e auditiva, saúde bucal,saúde mental e administração, entre outros) e trata-mento de doença, alimentação e nutrição aos quaistêm direito dentro dos mecanismos previstos no sis-tema sanitário vigente.

· Organiza, em coordenação com a rede de serviçoslocais disponíveis, a prestação direta de serviços de

· Dimensão física. Refere-se ao entorno físico onde seensina e se aprende, o qual deve garantir as condiçõ-es mínimas de segurança e saneamento básico (água,serviços sanitários) que favoreçam a saúde, o bem-estar eo desenvolvimento do potencial máximo demeninos, meninas e demais membros da comunidadeeducativa. As condições do entorno físico de umaescola, as condições que apóiem o cuidado com oambiente e as políticas relacionadas com o seu uso(espaços livres de tabaco, tipos de alimentos vendi-dos na cantina escolar, por exemplo) podem ter umpotente efeito reforçativo ou contraditório de outrasmensagens de promoção da saúde implementadas noâmbito escolar38.

· Dimensão psicosocial. Uma Escola Promotora deSaúde procura promover a adaptação de um clima deinteração harmônica, agradável, respeitadora dosdireitos humanos, eqüitativa, e livre de qualquer for-ma de violência entre os seus membros, através doensino da tolerância, democracia e solidariedade.Cada vez mais, está evidente a enorme importânciada qualidade do microclima psicossocial dentro dasala de aula (bom relacionamento, ausência de brigas,grupos de pares ) no rendimento acadêmico dos estu-dantes e no desempenho dos próprios docentes*.

Provisão de serviços de saúde, alimentação saudável evida ativa

A prestação de serviços de saúde no âmbito escolartem uma longa trajetória na Região das Américas. Ao lon-go dos anos, os enfoques e modelos foram se caracteri-zando por uma enorme diversidade de país a país,ocasionando fundamentalmente mudanças nas tendên-cias de saúde pública, e as diferentes formas de progres-

* Resultados do Primeiro Estudo Internacional Comparado deMatemática, Linguagem, e Fatores Associados, realizado peloLaboratório latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educaçãoem doze países da América Latina (UNESCO,1998). Para maiores infor-mações sobre esta investigação, pode ser consultado o site Web daUNESCO-OREALC: <www.unesco.cl>.

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saúde (incluídos os serviços de alimentação, nutriçãoe vida ativa) dentro da escola, sempre que isto se con-sidere pertinente e de acordo com as políticas esta-belecidas, o modelo vigente para a prestação deserviços sanitários, os recursos disponíveis para talfinalidade e o contexto sócio-cultural.

· Exerce vigilância da qualidade e oportunidade dosserviços de saúde (incluídos os de alimentação, nutri-ção e vida ativa) que estudantes e demais membrosda comunidade educativa recebem.

· Informa e educa a comunidade educativa sobre osdireitos e deveres dos escolares e dos demais mem-bros dentro do sistema sanitário ao qual pertencem.

· Participa na vigilância epidemiológica das condiçõesde risco e fatores protetores para a saúde aos quaisestá exposta a comunidade educativa.

4.2DECLARAÇÕESINTERNACIONAIS EENFOQUES TEÓRICOS NOSQUAIS SE FUNDAMENTA AINICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDE

As Escolas Promotoras de Saúde são, essencialmente,uma grande estratégia de promoção de saúde no âmbitoescolar e, em conseqüência, constituem uma aplicação,no entorno específico das comunidades educativas, dasteorias, bases científicas, modelos e ferramentas nosquais se fundamenta a promoção de saúde. Portanto,referir-se ao marco conceitual das Escolas Promotoras deSaúde significa, principalmente, considerar os elementosmais importantes do marco conceitual da própria pro-moção de saúde46.

Como estratégia de saúde pública, a promoção ocupa-se de uma ampla gama de áreas sociais que são críticas parao melhoramento da saúde dos povos, o desenvolvimentohumano e a qualidade de vida. A promoção de saúdeamplia o marco operante da estratégia de atenção primáriae contribui para alcançar os objetivos de “Saúde paraTodos”, fortalecendo a capacidade das pessoas para optar

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«A saúde se cria e se vive no marco da vida cotidiana: nos

centros de ensino, de trabalho e de recreio. A saúde é o

resultado dos cuidados que uma pessoa dispensa a si mesma

e aos demais, da capacidade de tomar decisões e controlar a

própria vida e de garantir que a sociedade na qual se vive

ofereça a todos os seus membros a possibilidade de usufruir

um bom estado de saúde.»

Carta de Ottawa, 1986

e manter estilos saudáveis de vida e participar nas açõescomunitárias necessárias para ter uma vida saudável.

A promoção inspira-se principalmente, ainda que nãoseja de forma exclusiva, nas propostas essenciais da cartade Ottawa (1986)47 e nas sucessivas conferências interna-cionais e regionais, onde foram analisados distintos aspec-tos críticos para melhorar as condições de saúde edesenvolvimento das pessoas e das comunidades. Assim,por exemplo, na Segunda Conferência, realizada em Ade-laide (Austrália, 1988), destacou-se o papel fundamentaldas políticas públicas saudáveis, e na Terceira Conferência,em Sundsval (Suécia, 1991), enfatizou-se a interdependênciaentre a saúde e o ambiente nas suas diferentes dimensões(físicas, culturais, econômicas e políticas).

Durante a Conferência de Santa Fé de Bogotá (Colômbia,1992), discutiu-se a importância da solidariedade e a eqüida-de como condições indispensáveis para a saúde e o desen-volvimento e, além disso, lamentou-se a repercussão daviolência na saúde dos indivíduos e das comunidades. NaConferência de Promoção de Saúde do Caribe (Trinidad eTobago, 1993), enfatizou-se a promoção e proteção da saú-de, identificaram-se estratégias para a realização de ativida-des intersetoriais, e fez-se um chamado para renovar ocompromisso de participação comunitária nos processos dedecisão, comunicação social e maior eqüidade em saúde.

Posteriormente, durante a Conferência de Jakarta (Indoné-sia, 1997), considerada como a Quarta Conferência Internacio-nal sobre Promoção de Saúde, depois de Ottawa,demonstrou-se a necessidade de avançar na luta contra apobreza e outros determinantes de saúde, nos países em des-envolvimento. Do mesmo modo, foram ressaltadas a mobiliza-ção de setores privados e a formação de alianças estratégicas19.

A Quinta Conferência Internacional sobre Promoção deSaúde, realizada na Cidade do México (2000), considerou apromoção do desenvolvimento sanitário e social como umdever primordial e uma responsabilidade dos governos aserem compartilhados por todos os demais setores dasociedade, concluindo que a promoção da saúde deve serum componente fundamental das políticas e programas desaúde em todos os países, na busca de eqüidade e de umasaúde melhor para todos, propondo, entre outros aspec-tos, o desenvolvimento das seguintes ações13:

· Situar a promoção da saúde como prioridade funda-mental das políticas e programas de saúde locais,regionais, nacionais, e internacionais.

· Exercer o papel de liderança para assegurar a partici-pação ativa de todos os setores e da sociedade civil naaplicação de medidas para a promoção de saúde.

· Apoiar o preparo de planos de ação no âmbito nacio-nal para a promoção da saúde.

· Estabelecer ou fortalecer redes nacionais e internacio-nais que promovam a saúde.

Com a finalidade de passar da teoria à prática, ealcançar os objetivos próprios da promoção da saúde, acarta de Ottawa (1986) propôs que as ações de promoçãosejam fundamentadas no desenvolvimento das seguintescinco grandes áreas estratégicas:

· Formulação de políticas públicas que promovam asaúde em todos os setores e níveis da sociedade(políticas públicas saudáveis).

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· Criação de entornos favoráveis (ambientes físicos,sociais, econômicos, políticos, culturais) para a saúdee o bem-estar.

· Fortalecimento das ações comunitárias e da partici-pação das pessoas nas decisões e nas ações de pro-moção da saúde.

· Desenvolvimento das atitudes pessoais necessárias auma vida saudável.

· Reorientação dos serviços de saúde para dar maiorimportância à promoção de saúde.

A aplicação deste marco estratégico geral, no qual seapóia a promoção da saúde no contexto de cenários ouentornos específicos, tem servido para direcionar o desenvolvimento de importantes propostas internacio-nais de saúde pública como as de “cidades ou municípiossaudáveis” e “escolas saudáveis ou promotoras de saúde”.

Conceitualmente a promoção da saúde se nutre de umaenorme diversidade de teorias e modelos que têm funda-mento na investigação científica originada em diferentes dis-ciplinas e latitudes, especialmente nos Estados Unidos daAmérica do Norte e na Europa, com exceções notáveis comoa investigação no campo da ação Participativa (Fals Borda1988-91) e a teoria da educação participativa (Freire 1970-74),que se desenvolveram na América Latina. Não obstante, estáclaro que é preciso intensificar as investigações com a finali-dade de desenvolver teorias, modelos e processos para asintervenções em saúde dentro do contexto social, econômi-co e cultural específico da América Latina e do Caribe.

Alguns dos enfoques teóricos mais importantes, assimcomo a sua relação com as áreas de promoção da saúde, seapresentam esquematizados no quadro a seguir48:

* O quadro se baseia na informação contida no documento “Communication, Education and Participation: A Framework and Guided Action”, elaboradoem 1996 pelas Doutoras María Teresa Cerqueira e Gloria Coe, na época Assessoras Regionais em Participação Social e Educação para a Saúde e emComunicação Social, respectivamente.

Marco de referência ÊnfaseÁrea estratégica de la promoção da saúde

· Teorias políticas sobre o desenvolvimentocomunitário participativo

· Redes de apoio social de base comunitária

· Teorias sobre o desenvolvimento cogniti-vo centrado em quem aprende

· Teorias sobre a modificação do comporta-mento

· Explicam o fortalecimento da capacidade(“capacity building” ), a organizaçãodemocrática e os estilos de administra-ção

· Facilitam a comunicação interpessoal e oconsenso sobre estilos de vida saudável

· Descrevem e explicam o processo de aqui-sição e atualização de valores, conheci-mentos e habilidades

· Descrevem e explicam o processo deadoção de estilos de vida saudável emnível individual e comunitário

· Criação de entornos ou ambientes deapoio à vida saudável

· Fortalecimento da ação comunitária

· Desenvolvimento de atitudes ou habili-dades necessárias para uma vida saudá-vel

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Teorias Políticas sobre o desenvolvimento comunitá-rio participativo

O empoderamento (“empowerment”) é um conceitofundamental na prática da organização comunitária e nodesenvolvimento participativo e refere-se à capacidadeque as pessoas têm para tomar decisões e finalizar açõesindividualmente ou coletivamente. Implica acesso e con-trole sobre os recursos necessários.

Em termos de empoderamento individual, refere-seàs características psicológicas de auto-estima, confiançaem si mesmo e uma boa dose de controle para conseguira meta ou um objetivo pessoal. Em termos de empode-ramento comunitário, refere-se às características deorganização social, contatos e alianças entre grupos depressão, influência nos níveis políticos e de decisão eco-nômica, de tal forma que se consiga a meta ou o interes-se do grupo ou comunidade35 .

Dentro do marco de promoção da saúde, o termo“empoderamento” refere-se também ao processo deação social que promove a participação de pessoas,organizações e comunidades em direção a metas de des-envolvimento do controle individual e comunitário, efi-ciência política, melhora da qualidade de vida emcomunidade e justiça social.

O processo de empoderamento implica desenvolvi-mento de competências e treinamento de habilidadespara negociar, conduzir conflitos, construir consenso ealianças estratégicas.

Na medida em que as comunidades fortalecem a suacapacidade de tomar decisões e resolver problemas

mediante ação coletiva, as mudanças se refletirão noaumento dos indicadores de qualidade de vida e na redu-ção de taxas de problemas sociais e de saúde. As comu-nidades que se vêm fortalecendo desta forma podemtrabalhar para modificar os fatores de risco e as condiçõ-es que ocultam muitos problemas de saúde. Estas comu-nidades são a força que impulsiona a promoção depolíticas públicas que facilitam os estilos de vida saudá-veis.

Redes de apoio social de base comunitária

O desenvolvimento de comunidades competentesfreqüentemente envolve a aplicação de princípios eenfoques derivados das teorias de apoio social e confor-mação de redes com base na comunidade, cujas técnicasse usam para: identificar os líderes naturais dentro deuma comunidade; compreender os padrões comunitá-rios; identificar grupos de alto risco; e envolver os mem-bros das redes na avaliação das necessidades nas própriascomunidades para que empreendam as ações necessáriaspara melhorar a qualidade de vida e criar ambientes deapoio dentro da comunidade.

As redes de apoio social desempenham uma funçãovital na promoção dos estilos individuais e coletivos devida saudável, seja estimulando, ou desalentando o com-portamento orientado para a saúde e o bem-estar.

Teorias sobre desenvolvimento cognitivo centrado emquem aprende

Muitos dos pilares atuais sobre desenvolvimento cogni-tivo se devem ao trabalho pioneiro de Jean Piaget, que nadécada de trinta defendeu que o desenvolvimento cogniti-

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vo nos seres humanos progride ao longo de uma série deetapas (sensório-motor, pré-operacional, de operações con-cretas, e de operações formais), como resultado da inter-ação permanente entre os fatores biológicos e aexperiência, e que em cada uma delas a pessoa adquire acapacidade de compreender o mundo de forma cada vezmais complexa e sofisticada49.

É evidente que, sete décadas depois, muitas das pro-postas iniciais de Piaget foram revisadas e atualizadas à luzdos resultados de pesquisas científicas recentes. Por exem-plo, as seis fases, nas quais o autor subdividiu o período sen-sório-motor, classificam-se hoje em quatro, com pontoscríticos de transição aos 3, 8, 12, e 18 meses de idade, queparecem coincidir com mudança no processo de amadure-cimento cerebral relacionados com as ondas cerebrais, osciclos do sono e a percepção, os quais não tinham sidoesclarecidos na época de Piaget49.

É certo que é necessário contextualizar o trabalho cien-tífico de Piaget. Não resta a menor dúvida de que a sua con-tribuição ao desenvolvimento da teoria do conhecimentofoi enorme, e que muito serviu para assentar as bases dodesenvolvimento das teorias da educação. Em primeirolugar, Piaget demonstrou claramente que o conhecimentotem como função transformar a realidade, não apenasadquirir informação. Em segundo lugar, destacou que muitoda psicologia do condutismo e da ciência cognitiva negavaa importância dos sentimentos. A experiência humanaenvolve o pensamento, o cognitivo, a ação, a psicomotrici-dade e o afetivo. Piaget assinalou que somente quandoestas três dimensões são consideradas em conjunto, oaprendizado de cada experiência tem sentido, enriquece e“empodera” o indivíduo 50.

Durante anos, considerou-se que envolver pessoas emexperiências construtivas de aprendizado é um aspectoessencial para o melhoramento da qualidade de vida, tantoindividual quanto coletiva. Os marcos de referência de des-envolvimento cognitivo centrado em quem aprende, que sefundamentam principalmente nas teorias de educação deadultos (Knowles 1981-1984), pedagogia crítica (Freire 1970 -1974) e aprendizado social (Bandura 1986), são chaves para ofortalecimento da capacidade no âmbito local.

Os modelos de educação popular para a saúde, basea-dos na pedagogia crítica, centram-se no empoderamentodos membros da comunidade para que possam identificarproblemas e implementar as soluções necessárias para mel-horar a qualidade de vida.

Em grande medida, o fundamento teórico da educaçãopara a saúde e a capacitação dos trabalhadores da saúdederivaram-se da educação de adultos na zona rural. Osmodelos mais efetivos assumem que uma pessoa que este-ja aprendendo, se ela estiver bem motivada, pode benefi-ciar-se de uma vasta experiência de vida; por isso, muitosprogramas enfatizam a importância de um clima de respei-to mútuo, colaboração, reciprocidade, confiança, apoio,franqueza e autenticidade.

Teorias sobre a mudança do comportamento

Tentar compreender o que determina que uma pessoaqueira ou não optar por um estilo de vida saudável temsido tema de investigação científica de diversas discipli-nas. Algumas das teorias utilizadas com freqüência paraexplicar este processo são as relacionadas com os mode-los sobre a modificação do comportamento por etapas eas teorias da persuasão.

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que possam produzi-la, agirá de forma racional sempre equando perceber que o comportamento recomendado éefetivo.

A Teoria do Aprendizado Social de Bandura sugereque as pessoas se comprometem na modificação docomportamento sempre e quando:

• Considerem que são competentes para adotar o novocomportamento, ou seja, se percebem como indiví-duos eficientes.

• Acreditem que os resultados do comportamentoserão positivos.

O Modelo PRECEDE-PROCEDE52 vem sendo usadocom sucesso em programas de promoção da saúde eeducação para a saúde no âmbito escolar, enfatizando odesenvolvimento de habilidades e destrezas dos estu-dantes. Leva em conta os fatores determinantes da saúdee serve de guia no planejamento de programas e inter-venções de promoção da saúde e educação para a saúde,facilitando o planejamento, a implementação e avaliaçãointegral de programas e, também, o desenvolvimento depolíticas e legislação. O modelo enfatiza que a saúde e ascondutas estão determinadas por múltiplos fatores e queas ações multissetoriais e multidisciplinares são funda-mentais para conseguir mudanças de condutas.

O modelo consta de cinco fases de diagnóstico, umafase de execução e três de avaliação. As fases de diag-nóstico incluem:

1. Diagnóstico social de necessidades, desejos e percep-ções.

As teorias sobre a mudança do comportamento sus-tentam que adotar comportamentos saudáveis é um pro-cesso no qual as pessoas progridem ao longo de váriasetapas, até que o novo comportamento chegue a fazerparte da vida cotidiana.

As teorias e modelos da persuasão oferecem umamplo marco de referência para a compreensão do com-portamento humano e seus determinantes, e serviramcomo bases para a investigação científica nas disciplinasrelacionadas com as ciências da saúde e a planificação,implementação e avaliação de atividades de comunicaçãoe educação para a saúde. Dentro deste campo destacam-se duas, por sua solidez e ampla difusão transcultural.

O Modelo de Crenças em Saúde formulou-se na déca-da dos cinqüenta, a partir de uma experiência de partici-pação pública em um programa de triagem (screening)para a tuberculose. A análise das diferentes forças e fato-res que influenciaram a participação deu origem ao des-envolvimento do modelo, o qual se baseia em trêsfatores essenciais51:

· A disponibilidade da pessoa para considerar mudan-ças em seu comportamento, com a finalidade de evi-tar a doença ou reduzir ao máximo os riscos à saúde.

· A presença e intensidade de forças no entorno dapessoa que estimulam a mudança e a facilitam.

· Os comportamentos em si mesmos.

Este modelo se baseia na presunção de que, se a pes-soa tem acesso à informação sobre a gravidade de umadoença e tem a sensibilidade em relação às condições

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2. Diagnóstico epidemiológico da situação e os proble-mas de saúde mais freqüentes.

3. Diagnóstico de condutas e do entorno.

4. Diagnóstico das condições de condutas predisponen-tes (conhecimentos, atitudes, crenças, valores e per-cepções que facilitam ou limitam o processo demudança), que reforçam (recompensas e retroalimen-tação), que facilitam e afetam o comportamento(habilidades sociais, recursos disponíveis, barreirasque podem favorecer a conduta desejada e limitar aindesejada).

5. Diagnóstico do ambiente administrativo e político,que avalia a capacidade organizadora, gerencial, e osrecursos disponíveis para o desenvolvimento e imple-mentação de programas que possam influenciar osfatores da conduta desejada.

O grande desafio para aqueles que trabalham em pro-moção de saúde no âmbito escolar consiste na aplicaçãocriativa destes marcos teóricos, assim como de muitosoutros, para o melhoramento da qualidade de vida e asoportunidades para o aprendizado e o desenvolvimentosaudável da população em idade escolar.

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5.programas nutrição initiativa regionale colaboração sector saúeducação promoção participação programas nutrição iregionale colaboração setor saúde educação promoção participação programas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúde educação promoção participaprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setoeducação promoção participação programas nutrição iniciatiregional colaboração setores saúde educação promoção prnutrição initiativa regionale colaboração sector saúde educaçãpromoção participação programas nutrição initiativa colaboração setor saúde educação promoção participprogramas nutrição iniciativa regional colaboração setor saúdeducação promoção participação programas niniciativa regional colaboração setor saúde educação promoçãoparticipação programas nutrição iniciativa regional colaboeducação promoção participação programas nutrição icolaboração setor saúde educação promoção participaregional colaboração setores saúde educação promoção pr

ESTRATÉGIAS E LINHAS DE AÇÃO2003-2012

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A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde éum mecanismo estratégico de advocacia, articulação emobilização social, multissetorial e interagencial derecursos para o fortalecimento das capacidades regio-nais, nacionais e locais, necessárias para a promoção desaúde, a criação de condições propícias para o aprendi-zado e o desenvolvimento humano integral, e o melhora-mento da qualidade de vida e o bem-estar coletivo demeninos, meninas, jovens e demais membros das comu-nidades educativas.

O presente plano estratégico para o fortalecimentoda Iniciativa durante o período 2003 a 2012 foi formuladotendo-se em conta a situação atual dos programas desaúde escolar e o grau de progresso na implementaçãoda estratégia na Região, dentro do marco geral das áreasprioritárias de cooperação técnica da Organização para omesmo período53, e as estabelecidas pela Divisão de Pro-moção e Proteção da Saúde (HPP) para a criação e forta-lecimento de capacidade técnica em matéria depromoção da saúde54.

O plano apóia-se no desenvolvimento de seis estra-tégias principais e suas correspondentes linhas de ação,descritas a seguir, e que se apresentam de forma resumi-da na tabela ao final desta seção.

ADVOCACIA DOSPROGRAMAS DE SAÚDEESCOLAR E DIFUSÃO DAINICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDE

Uma das conquistas mais significativas da IniciativaRegional Escolas Promotoras de Saúde é ter contribuído,durante os últimos sete anos, para que as necessidadesintegrais da população infantil e juvenil em idade escolartenham agora uma visão mais ampla nas agendas políti-cas, sócio-econômicas e de saúde pública dos EstadosMembros. Do mesmo modo, a Iniciativa promoveu umacompreensão continental maior sobre a indissolubilidadedo binômio saúde-educação e o potencial estratégicoque têm as escolas no fomento da saúde, do desenvolvi-mento sustentável, e do crescimento sócio-econômico eespiritual dos povos.

Não obstante o parágrafo anterior, e apesar das con-quistas obtidas, a advocacia das intervenções integrais noâmbito escolar deve continuar sendo uma das priorida-des da Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde.Um desafio persistente para a consolidação da mesma naRegião consiste em envolver a sociedade no seu conjun-to, as agências internacionais, os setores público e priva-do, os meios de comunicação, as instâncias de decisãopolítica, os docentes, os estudantes e os pais e mães defamília na definição de prioridades e mobilização dos

5.1

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Principais linhas de ação:

· Fortalecer a consciência de líderes políticos e funcio-nários dos Estados Membros responsáveis pelas deci-sões nos Ministérios da Saúde, da Educação e outrossetores, de líderes de opinião e atores estratégicos vin-culados aos setores não-governamentais*, sobre ocompromisso de continuar progredindo nos objetivosdas políticas internacionais “Saúde para Todos” e “Edu-cação para Todos” (EFA-2015), e sobre o potencial dasEscolas Promotoras de Saúde, a fim de contribuir efi-cientemente para a conquista desses objetivos comuns.

· Fortalecer a capacidade técnica das ComissõesNacionais de Saúde Escolar, para promover eficiente-mente, a estratégia Escolas Promotoras de Saúde.

· Apoiar o desenvolvimento e a difusão de estratégiasde informação, educação e comunicação social (IEC)e materiais inovadores, para a advocacia dos progra-mas de saúde escolar e a promoção da estratégiaEscolas Promotoras de Saúde.

recursos humanos e materiais requeridos para a realiza-ção das atividades.

Conseqüentemente, durante os próximos dez anos, aIniciativa continuará apoiando estratégias regionais esub-regionais, destinadas a incrementar a valorizaçãosocial dos programas integrais de saúde escolar, o com-promisso político e os recursos disponíveis para tais pro-gramas. Além disso, dará destaque à colaboração técnicada Organização no fortalecimento da capacidade deadvocacia nos próprios países, especialmente das Comis-sões Nacionais e outros atores interessados e responsá-veis por impulsionar a causa em favor dos programasintegrais de saúde escolar.

Os defensores da saúde escolar precisam ter umavisão clara sobre as ações mencionadas e a forma decolocá-las em andamento dentro do contexto específicode cada país, e também dispor de ferramentas técnicaspara formular propostas e gerar recursos e informaçãofundamentada em evidência científica. A ampla divulga-ção de tal informação, bem como os resultados das pes-quisas têm um impacto considerável na determinação deprioridades e no trabalho das diferentes instituições eagências38.

* Instituições de educação superior e formadoras de recursos humanos;agremiações científicas e profissionais; sindicatos dos professores;meios massivos de comunicação; organizações não governamentais eoutros grupos de advocacia.

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APOIO ÀINSTITUCIONALIZAÇÃO DAESTRATÉGIA ESCOLASPROMOTORAS DE SAÚDE EA FORMULAÇÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICASSAUDÁVEIS NASCOMUNIDADES EDUCATIVAS

No contexto sócio-político e administrativo dos pro-cessos crescentes de descentralização e reforma dos seto-res saúde e educação na América Latina, cada vez mais asprioridades se estabelecem e se definem nos cenárioslocais, onde também se distribuem (ou não) os respectivosrecursos. A ausência de políticas claras, que garantam aprioridade indiscutível de promoção da saúde escolar nasagendas públicas e econômicas dos países, províncias emunicípios, ou das próprias comunidades educativas,impede com freqüência que experiências bem sucedidasrecebam o financiamento necessário, como conseqüênciada vontade variável das administrações vigentes.

A sustentação da estratégia Escolas Promotoras deSaúde requer políticas explícitas de compromisso com asaúde, a educação e o desenvolvimento humano susten-tável, através das comunidades educativas, não só no

âmbito das administrações nacionais, senão mediante asua inclusão nos planos de desenvolvimento regional emunicipal. Da mesma forma, é importante avançar na ins-titucionalização da estratégia, mediante sua articulaçãocom os Projetos Educativos Institucionais (PEI).

A Iniciativa Regional continuará fortalecendo a capa-cidade técnica dos Estados Membros para que avancemna formulação e atualização de políticas e planos de açãocombinados multissetorialmente, assim como na inclusãoda saúde escolar com enfoque integral e a estratégiaEscolas Promotoras de Saúde nos planos e projetos insti-tucionais das comunidades educativas.

Por outro lado, a experiência acumulada durante qua-se uma década demonstra que as Escolas Promotoras deSaúde constituem uma estratégia efetiva para impulsio-nar a difusão, adoção, auditoria social e avaliação de polí-ticas saudáveis no âmbito escolar. Um dos objetivoscentrais da estratégia é facilitar a convergência de açõescomplementares em benefício da saúde, da educação eda qualidade de vida das comunidades, motivo pelo quala Iniciativa promoverá, em coordenação com outras Divi-sões, Programas e Centros da Organização*, CentrosColaboradores da OPS/OMS, Ministérios da Saúde e daEducação e outros atores chaves, a difusão e formulaçãoparticipativa de políticas que contribuam para a conquis-ta destes objetivos nas Escolas Promotoras de Saúde.

Principais linhas de ação:

· Oferecer colaboração técnica aos Estados Membrospara a elaboração de diretrizes e instrumentos que

5.2

* CPC, CLAP, CFNI, INCAP e CEPIS

55

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FORTALECIMENTO DAPARTICIPAÇÃO DE ATORES– CHAVES NA GESTÃODOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLAR

O melhoramento das condições de saúde, qualidadede vida, bem-estar e oportunidades de aprendizado edesenvolvimento da população em idade escolar edemais membros das comunidades educativas não é res-ponsabilidade exclusiva de um setor apenas, e requer ocompromisso e articulação de recursos e esforços dacomunidade, dos diferentes setores e níveis da adminis-tração pública (especialmente no âmbito local ou muni-cipal), das organizações não-governamentais e agênciasde cooperação internacional. A multissetorialidade éimprescindível para a mobilização de vontades, a defini-ção de soluções e a realização das ações55.

Ainda que mais de 65% dos países da Região já dis-ponham de mecanismos de coordenação intersetorial20,estes precisam ainda ser consolidados e fortalecidos.Durante os próximos dez anos, a Iniciativa da Organiza-ção procurará estimular os Estados Membros para quetais mecanismos e estratégias incluam todos os setoresresponsáveis pela saúde, educação e desenvolvimentodos escolares, e não somente saúde e educação, e paraque esses mecanismos se traduzam na capacidade denegociar e acertar agendas comuns, marcos conceituais eoperativos compartilhados e relevantes para todos, eintervenções convergentes e complementares.

facilitem a ação multissetorial e fortalecimento depolíticas e planos de ação, orientados para a promo-ção de saúde escolar e a difusão da estratégia EscolasPromotoras de Saúde.

· Apoiar a elaboração e divulgação de diretrizes e ins-trumentos que facilitem a inclusão da estratégia Esco-las Promotoras de Saúde nos planos e projetosinstitucionais das comunidades educativas.

· Advogar, em coordenação com outras Áreas, Unida-des, Representações e Centros da Organização, Cen-tros Colaboradores da OPS/OMS e Ministérios daSaúde, Educação e outros setores, pela difusão, ado-ção, auditoria social e avaliação de políticas saudá-veis no âmbito escolar.

5.3

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A formação de redes tem demonstrado ser uma estra-tégia efetiva para impulsionar a promoção dos programasescolares com enfoque integral nos âmbitos regional(Rede Latino-Americana e Caribenha de Escolas Promo-toras de Saúde) e dos próprios países (Redes Nacionaisde Escolas Promotoras de Saúde); por isso, esta Iniciativacontinuará apoiando a sua difusão e a mobilização dosrecursos necessários para dinamizar a sua gestão.

Principais linhas de ação:

· Apoiar a conformação ou o fortalecimento da capaci-dade resolutiva das Comissões Nacionais de SaúdeEscolar nos países da Região, que ainda não tenhamsido estabelecidas, e consolidar as já existentesmediante estratégias de capacitação, difusão deinformação pertinente e intercâmbio de conhecimen-tos e experiências.

· Oferecer colaboração técnica aos países da Região,para o desenvolvimento de linhas que facilitem aação multissetorial de marcos conceituais e planosestratégicos compartilhados. para o desenho, execu-ção e avaliação de programas de saúde escolar, quepossam ser aplicados nos âmbitos nacional, regional emunicipal.

· Impulsionar a criação de Redes Nacionais de EscolasPromotoras de Saúde e dinamizar a sua gestão,mediante estratégias que facilitem a divulgação deinformação relevante, o intercâmbio de conhecimen-tos, a documentação e difusão de experiências bemsucedidas, e a pesquisa aplicada à promoção da saú-de no âmbito escolar.

· Dinamizar a gestão das Redes Latino-Americana eCaribenha de Escolas Promotoras de Saúde ( RLCEPS )mediante difusão de informação sobre programas emodelos bem sucedidos de intervenção nas escolas,facilitação do debate e intercâmbio de conhecimen-tos e experiências, fomento da pesquisa aplicada, epromoção do desenvolvimento e capacitação derecursos humanos, em áreas críticas para a saúdeescolar.

· Criar e consolidar alianças estratégicas com agênciasdiferentes do sistema de Nações Unidas, Centros daOrganização, Centros Colaboradores da OPS/OMS,organizações não governamentais e outras instituiçõ-es, com a finalidade de fortalecer a Iniciativa RegionalEscolas Promotoras de Saúde nos Países Membros.

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social e, eventualmente, assumir funções como pessoasadultas56; por isso, a difusão e o fortalecimento da capa-cidade técnica para o esboço, execução e avaliação deintervenções orientadas para a promoção da competên-cia psicossocial e a educação em atitudes para a vidaconstituem, também, uma prioridade dentro desta Inicia-tiva Regional

Principais linhas de ação:

· Identificar nos países, as instituições (acadêmicas,agências de governo, organizações não-governamen-tais) com credibilidade, liderança e experiência empromoção da saúde no âmbito escolar, com a finali-dade de fortalecer a sua capacidade técnica, gestão etrabalho coordenado como centros facilitadores nosseus próprios países e sub-regiões.

· Promover a inclusão do componente de promoção dasaúde no âmbito escolar nos planos curriculares dasinstituições formadoras de recursos humanos em saú-de e educação nos Estados Membros.

· Apoiar o desenvolvimento, execução e avaliação deprogramas e metodologias inovadoras para a educa-ção contínua de profissionais de saúde, educação eoutros setores relacionados, no que se refere aosaspectos conceituais, técnicos e operativos dos pro-gramas de saúde escolar.

· Estabelecer, com a colaboração de agências interna-cionais*, Centros da Organização, Centros Colabora-

FORTALECIMENTO DACAPACIDADE DOSESTADOS MEMBROS PARAA GESTÃO DA ESTRATÉGIAESCOLAS PROMOTORASDE SAÚDE

Em resposta ao perfil de necessidades e problemas,identificados pelos países da Região, para a gestão bemsucedida de programas de saúde escolar com enfoqueintegral e a estratégia Escolas Promotoras de Saúde, a Ini-ciativa Regional apoiará a capacitação de recursos huma-nos e institucionais (centros facilitadores) existentes nosEstados Membros e fortalecerá as associações, para a cola-boração técnica entre os diferentes países e sub-regiões.

A situação de escassez crônica de pessoal (profissio-nais dos setores saúde e educação) com treinamento emsaúde escolar, a alta rotatividade de funcionários e tra-balhadores, bem como os custos elevados dos processosde capacitação obrigam, igualmente, a procura e avalia-ção de estratégias inovadoras e de significativo custo-benefício que permitam aumentar o recurso humanodisponível nos países.

O desenvolvimento saudável da população infantil ejuvenil requer que se satisfaçam as necessidades básicas ea aquisição das habilidades e competências (inclusive aspsicossociais) necessárias para negociar com o entorno

5.4

* UNESCO, UNICEF, WFP, Banco Mundial e Banco Inter-Americano deDesenvolvimento, entre outras.

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dores da OPS/OMS, instituições acadêmicas (Consór-cio Interamericano de Universidades e Centros deFormação de Pessoal em Educação para a Saúde ePromoção de Saúde—CIUEPS) e outros sócios poten-ciais, mecanismos para a formação superior de profis-sionais da saúde e educação em saúde escolar.

· Oferecer colaboração técnica aos países para o mel-horamento dos sistemas e mecanismos de acreditaçãodas Escolas Promotoras de Saúde, de acordo com seuspróprios critérios, prioridades e recursos.

· Apoiar a difusão, inclusão e avaliação do componen-te de habilidades psicossociais ( Habilidades para aVida ) nos programas de educação para a saúde dasEscolas Promotoras de Saúde.

5.5APOIO À INVESTIGAÇÃOPARA O DESENVOLVIMENTODOS PROGRAMAS DESAÚDE ESCOLAR

O fomento da investigação visando à avaliação (deprocesso e impacto) dos programas de saúde escolar comenfoque integral, a vigilância de práticas de risco e fato-res protetores nos escolares, e a análise periódica (pes-quisa a cada dois anos) do grau de progresso nodesenvolvimento da Iniciativa Regional Escolas Promoto-

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ras de Saúde nos países são outras prioridades deste pla-no estratégico.

Do ponto de vista da investigação, a ampliação decobertura e o melhoramento da qualidade dos programasescolares nos Estados Membros devem sustentar-se nadivulgação ampla de informação fundamentada em evi-dência científica, na análise e uso racional da informaçãodisponível nos diferentes âmbitos de decisão (especial-mente no municipal) e numa participação maior das pró-prias comunidades educativas nos processos deavaliação. Determinar quais são as intervenções que cau-sam os maiores benefícios com menor custo no âmbitoescolar constitui uma prioridade, assim como a difusãode tal informação para apoiar o trabalho permanente deadvocacia e a tomada de decisões.

Com o propósito de fomentar e apoiar a investigaçãoaplicada no campo da saúde escolar, a Iniciativa promo-verá a mobilização de recursos, a criação e fortalecimen-to de associações estratégicas com diferentes sócios ealiados potenciais , e o desenvolvimento de protocolosde investigação.

Principais linhas de ação :

· Definir e impulsionar uma agenda regional de prio-ridades em investigação aplicada nos programas desaúde escolar com enfoque integral e a IniciativaRegional Escolas Promotoras de Saúde, em coorde-nação com os países, outras Áreas, Unidades,Representações e Centros da Organização, agên-cias de cooperação internacional, instituições acadêmicas (Consórcio Interamericano de Universi-dades e Centros de Formação de Pessoal em Edu-

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5.6MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

A promoção da saúde no âmbito escolar implica açõese responsabilidades complexas que escapam à competên-cia de um só setor ou agência; por isso, torna-se impres-cindível a capacidade de mobilizar vontades e recursos enegociar propostas combinadas multissetorialmente.

A mobilização de recursos a favor dos programas desaúde escolar está estreitamente relacionada com o tra-balho de advocacia e o posicionamento de tais progra-mas nas agendas públicas e no centro de interesse dasociedade em geral. Existe um ponto comum entre estaslinhas de ação onde são indispensáveis estratégias inova-doras de comunicação e traquejo social, com a finalidadede incrementar a consciência global sobre o valor da saú-de e da educação como sócios ativos na promoção dodesenvolvimento humano sustentável, da estabilidadesocial e do progresso espiritual e econômico dos povos.

A Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúdecontinuará administrando a mobilização de recursos ins-titucionais e externos, destinados à execução das distin-tas estratégias e linhas de ação propostas neste plano,em apoio às iniciativas nos Estados Membros e à Gerên-cia Regional da própria Iniciativa.

cação para a Saúde e Promoção de Saúde) e outrossócios potenciais.

· Colaborar com agências do sistema de Nações Uni-das*, organizações não governamentais e instituiçõesacadêmicas no desenvolvimento colaborativo de pro-tocolos de investigação e instrumentos para a vigilân-cia de práticas de risco e fatores protetores napopulação em idade escolar.

· Oferecer colaboração técnica aos países da Regiãopara pôr em andamento protocolos de vigilância depráticas de risco e fatores protetores em escolares.

· Aplicar a cada dois anos a pesquisa sobre o grau dedesenvolvimento das Escolas Promotoras de Saúde naAmérica Latina e divulgar os resultados, em colabora-ção com os pontos focais de promoção da saúde, nasrepresentações da OPS/OMS, nos Ministérios da Saú-de e da Educação, e outros sócios potenciais nos paí-ses da Região.

· Difundir entre os Estados Membros informação fun-damentada em evidência científica que facilite ainvestigação em aspectos relacionados com os dife-rentes componentes dos programas integrais de saú-de escolar e a Iniciativa Regional Escolas Promotorasde saúde.

· Validar o marco conceitual da Iniciativa Regional combase nos resultados da investigação e o conhecimen-to da situação das Escolas Promotoras de Saúde nosEstados Membros.

* UNESCO, UNICEF, WFP, OMS, FACO, CDC y UNFPA, entre outras.

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Principais linhas de ação:

· Elaborar propostas regionais, sub-regionais e nacio-nais para a mobilização de recursos internacionaisque contribuam com a difusão da Iniciativa RegionalEscolas Promotoras de Saúde e a execução das ativi-dades previstas nos países, de acordo com as suasnecessidades e a situação atual das comunidadeseducativas.

· Criar e consolidar alianças com agências do sistema deNações Unidas, organizações não governamentais, osetor privado e outros sócios estratégicos, com a finali-dade de mobilizar os recursos necessários para fortale-cer as ações de promoção de saúde no âmbito escolarna Região e minimizar a duplicação de esforços e asobrecarga dos profissionais nos Estados Membros.

FORTALECIMENTO DA INICIATIVA REGIONALESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE

PLANO DE AÇÃO 2003 - 2012

Estratégia

1. Advocacia dos programas de saúde escolar

Linhas de Ação

• Fortalecimento da consciência de líderes políticos, responsáveis

por tomadas de decisão nos diferentes setores, líderes de opinião

e outros atores estratégicos vinculados aos setores não-governa-

mentais, sobre a importância dos programas de saúde escolar.

• Aumento da capacidade técnica das Comissões Nacionais de Saúde

escolar para promover a estratégia Escolas Promotoras de Saúde.

• Desenvolvimento e difusão de estratégias de comunicação social e

materiais inovadores para as atividades de advocacia dos progra-

mas de saúde escolar.

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2. Institucionalização da estratégia Escolas Promo-toras de Saúde e formulação de políticas saudá-veis nas comunidades educativas

3. Participação de atores chaves na gestão dos pro-gramas de saúde escolar

4. Fortalecimento da capacidade técnica dos países

• Fortalecimento da combinação multissetorial para o desenvolvi-

mento de políticas e planos conjuntos de promoção de saúde

escolar.

• Fomento da inclusão da estratégia Escolas Promotoras de Saúde nos

planos e projetos das instituições educativas.

• Promoção da difusão, aplicação, auditoria social e avaliação de polí-

ticas saudáveis no âmbito escolar.

• Apoio para a conformação ou consolidação de Comissões

Nacionais de Saúde Escolar nos países da Região.

• Promoção da elaboração multissetorial de marcos conceituais e

planos estratégicos compartilhados para a gestão dos programas de

saúde escolar.

• Apoio para a criação e dinamização da gestão das Redes Nacionais

de Escolas Promotoras de Saúde.

• Dinamização da gestão das Redes Latino-Americana e Caribenha de

Escolas Promotoras de Saúde.

• Criação e consolidação de alianças interagenciais estratégicas para

o fortalecimento da Iniciativa Regional.

• Identificação de recursos institucionais existentes na Região e forta-

lecimento de sua gestão como centros facilitadores de promoção de

saúde escolar nos distintos países e sub-regiões.

• Fomento da inclusão do componente de promoção da saúde escolar

nos planos curriculares das instituições formadoras de recursos

humanos em saúde e educação.

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5. Investigação

• Promoção de programas e metodologias inovadoras para a educação

contínua de profissionais em temas de saúde escolar.

• Apoio no desenvolvimento de mecanismos para a formação superior

de profissionais de saúde e educação em saúde escolar, em coorde-

nação com distintos sócios potenciais.

• Apoio para o melhoramento dos sistemas e mecanismos de acredita-

ção das Escolas Promotoras de Saúde.

• Promoção da inclusão do componente de habilidades psicossociais

nos programas de educação para a saúde das Escolas Promotoras de

Saúde.

• Fomento da investigação aplicada nos programas de saúde escolar.

• Desenvolvimento colaborador de protocolos de investigação e ins-

trumentos para a vigilância de práticas de risco e fatores proteto-

res na população em idade escolar.

• Apoio para a aplicação de protocolos de vigilância de práticas de

risco e fatores protetores na população em idade escolar.

• Aplicação a cada dois anos de pesquisa regional sobre as Escolas

Promotoras de Saúde na América Latina.

• Difusão de informação científica atualizada na área de saúde escolar.

• Validação do marco conceitual da Iniciativa Regional com base em

evidência científica e informação sobre a situação dos programas

de saúde escolar nos países.

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6. Mobilização de recursos • Elaboração de propostas regionais e sub-regionais.

• Desenvolvimento de alianças com sócios estratégicos para a

mobilização regional e sub-regional de recursos.

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BIBLIOGRAFIA

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39 Programa de la Naciones Unidas para el Desarrollo(1998) Educación: La Agenda del Siglo XXI. Hacia unDesarrollo Humano. Bogotá: Tercer Mundo Editores.

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41 Mantilla, L (2000) Habilidades para la Vida: Una pro-puesta educativa para la promoción del desarrollo huma-no y la prevención de problemas psicosociales. Bogotá,Colombia.

42 Mangrulkar, L, C Vince Whitman, and M Posner (2001)Life Skills Approach to Child and Adolescent HealthyHuman Development. Washington, DC: PAHO/WHO.

43 World Health Organization (1999) Life Skills Educationin Schools (WHO/MNH/PSF/93, 7A. Rev.2). Geneva:WHO.

67

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53 Organización Panamericana de la Salud (2002) PlanEstratégico de la Oficina Sanitaria Panamericana para elperíodo 2003-2007. Documento CSP26/10. Washington,DC: OPS/OMS.

54 Organización Panamericana de la Salud (2001) Fortale-cimiento de la planificación de la Promoción de la Saluden las Américas. Documento CE128/17. Washington, DC:OPS/OMS.

55 Suárez, J y M Márquez (2002) Proyectos locales dePromoción de la Salud. Nuevos escenarios para el desar-rollo de la salud pública. Documento de archivo del Cen-tro de Documentación e Información “Doctor LuisErnesto Giraldo”. Representación OPS/OMS en Cuba.

56 World Health Organization (1999) Programming forAdolescent Health and Development. Technical ReportNo. 889. Geneva: WHO.

68

44 Organización Panamericana de la Salud (2000) Manualde identificación y promoción de la resiliencia en niños yadolescentes. Washington, DC : OPS/OMS.

45 The Child-to-Child Trust (1997) Health Promotion inOur Schools. London: The Child-to-Child Trust-UNICEF.

46 Kickbusch, I (2003) The Contribution of the WorldHealth Organization to a New Public Health and HealthPromotion. AJPH (March 2003) Vol. 93, No. 3, pp 383-388.

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50 Piaget, J (1926) The Language and Thought of theChild. New York: Harcourt Brace.

51 Dignnan, MB and PA Carr (1992) Program Planning forHealth Education and Promotion. Philadelphia.

52 Green, LW and MW Kreuter (1991) Health PromotionPlanning. An Educational and Environmental Approach.Second Edition. Mayfield Publishing Company.

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Dr. Andy Thomas AndersonOntario Institute for Studies in EducationUniversity of Toronto252 Bloor Street WestToronto, OntarioM5S 1V6CanadaTel. 416-978-2992E-Mail: [email protected]

Lic. Amanda Josefina BravoCoordinadora Pedagógica NacionalFe y Alegría ColombiaDiagonal 34 No. 4 - 94Bogotá, ColombiaTel. 323-7775E-Mail: [email protected]

Mrs. Carmen Dardano NewmanFood and Nutrition OfficerFood and Agriculture Organization (FAO)P.O. Box 631-CBridgetown, BarbadosTel. 246-426-7110E-Mail: [email protected]

Dr. Carlos dos Santos SilvaGerente do Programa de Saúde Escolar daSecretaria Municipal de Saúde Escolar do Rio de Janeiro/BrasilRua Afonso Cavalcanti, 455/850Cidade NovaRio de Janeiro/RJ, BrasilTel. 55-21-250-32-222Fax: 55-21-22734240E-Mail: [email protected]

Lic. Irene Diana GojmanDirectora de CASSA(Centro de Asesoramiento en Salud Adolescente)Peña 2709 7to. Piso1425 Buenos Aires, ArgentinaTel. 4805-6217E-Mail: [email protected]

Mr. Charles GollmarTeam Leader School Health/Youth Health PromotionWHO/ NPHAve Appia 20 Geneva, SwitzerlandTel. 41-22-791-3581E-Mail: [email protected]

Dra. María Paz Guzmán LlonaEncargada del Programa Nacional de Salud del EstudianteRed de Apoyo al EstudianteMinisterio de Educación (JUNAEB)Antonio Varas, 153, ProvidenciaSantiago, ChileTel. 235-9898 ext. 226E-Mail: [email protected]

Dra. Blanca Patricia Mantilla UribeDirectoraInstituto PROINAPSAUniversidad Industrial de SantanderCarrera 32 No. 29-31 Piso 3ºFacultad de SaludBucaramanga, ColombiaTel. 7-645-0006 - Ext.3156E-mail: [email protected]

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ANEXO PARTICIPANTES EM REUNIÃO DE ESPECIALISTASDE SAÚDE ESCOLARWASHINGTON, DC, 2–4 DE OUTUBRO DE 2002

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Sr. Alfredo Rojas-FigueroaOficial de ProgramasUNESCOOficina Regional de EducaciónEnrique Delpiano 2058Santiago, ChileTel. 562-655-1050 ext. 43E-Mail: [email protected]

Dr. Antonio SáezAsociación Iberoamericana de Salud Escolar y UniversitariaC/Pilar de Zaragoza, No. 32-2º DCHAMadrid, EspañaTel. 34-91-725-0919E-Mail: [email protected]

Dra. Aída Verónica Simán de BetancourtDirectora de Desarrollo Humano y Coordinadora Ejecuti-va de Escuela SaludableSecretaría Nacional de la FamiliaCalle José Martí # 15, Col. EscalónSan Salvador, El SalvadorTel. 503-263-4090E-Mail: [email protected]

Mr. Kiene WernerRepresentativeUnited NationsWorld Food Programme (PMA)2175 K Street, N.W., Suite 350Washington, DC 20009Tel. 202-653-2029E-Mail: [email protected]/OMS

70

Dr. Leonardo MantillaAsesor Fe y Alegría ColombiaCarrera 8 # 49-25 Consultorio 705Bogotá, ColombiaTel. 2-219621E-Mail: [email protected]

Sr. Juan Carlos Melero IbáñezResponsable de PrevenciónEDEX / Centro de Recursos ComunitariosParticular de Indautxu, 948011 Bilbao EspañaTel. 34-94-442-5784E-Mail: [email protected]

Mrs. Paula MorganInternational Program CoordinatorCenters for Disease Control and Prevention CDC/DASH4770 Buford Hwy. N.E. MS-K-29Atlanta, GA 30002Tel. 770-488-6107E-Mail: [email protected]

Sr. Jesús A. Pérez-Arróspide GarcíaDirector del Observatorio Vasco de la JuventudPresidente de la Fundación "Vivir sin Drogas"Gregorio de la Revilla 22, entreplanta, Dto. 3, 48011 BilbaoEspañaTel. 94-441-8582

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Dra. Maria Teresa CerqueiraDirectoraDivisión de Promoción y Protección de la SaludOrganización Panamericana de la Salud525-23rd. Street NWWashington, DC 20037202-974-3243Fax: 202-974-3640E-Mail: [email protected]

Dr. Ernest PateCoordinadorPrograma de Salud de la Familia y PoblaciónDivisión de Promoción y Protección de Salud525 Twenty-third St, NWWashington, DC 20037Tel: 202-974-3466E-Mail: [email protected]

Dra. Josefa Ippolito-ShepherdAsesora Regional en Educación para la SaludPrograma de Salud de la Familia y PoblaciónDivisión de Promoción y Protección de Salud525-23rd. Street, NWWashington, DC 20037202-974-3639Fax: 202-974-3631E-Mail: [email protected]

Dr. Lenor AmstrongStudent InternHealth-Promoting Schools Regional InitiativeFamily Health and Population ProgramDivision of Health Promotion and Protection525-23 Street, NWWashington, DC 20037

Ms. Christine BocageNutritionistCaribbean Food and Nutrition Institutec/o UWI, AugustineTrinidad1-868-663-1544Fax: 1-868-663-1544E-Mail: [email protected]

Ms. Patricia BrandonAdviser in Health Promotion and Health EducationPAHO Office of the Caribbean Program CoordinationDayrells, St. Michael, P.O Box 508Barbados246-426-3860Fax: 246-436-9779E-Mail: [email protected]

Lic. Lourdes MindreauAsesora, Atención Primaria Ambiental CEPIS/OPSLos Pinos 259 Urb. Camacho-La MolinaLima, Perú511-437-1077Fax: 511-437-8289

71

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Lic. Veronika MolinaGerente EducaciónINCAP/ OPSPO Box 1188Guatemala, Guatemala502-440-9722Fax: 502-473-6529E-Mail: [email protected]

Lic. Karina CimminoConsultoraHealth-Promoting Schools Regional InitiativeFamily Health and Population ProgramDivision of Health Promotion and Protection525-23 Street, NWWashington, DC 20037

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Série Promoção da Saúde No. 4

EscolasPromotoras

de SaúdeFortalecimento da Iniciativa Regional

Estratégias e Linhas de Ação 2003-2012

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