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PROGRAMA RENDA ACESSÍVEL CONCESSÕES Caderno Técnico conceito edição de 13 novembro 2019

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Page 1: C O N C E S S Õ E S Caderno Técnico · 2020. 7. 22. · Caderno Técnico conceito edição de 13 novembro 2019. Equipa do Caderno Técnico 2 Ana Cristina Correia Arquiteta André

PROGRAMA RENDA ACESSÍVELC O N C E S S Õ E S

Caderno Técnico

conceito

edição de 13 novembro 2019

Page 2: C O N C E S S Õ E S Caderno Técnico · 2020. 7. 22. · Caderno Técnico conceito edição de 13 novembro 2019. Equipa do Caderno Técnico 2 Ana Cristina Correia Arquiteta André

Equipa do Caderno Técnico

2

Ana Cristina Correia

Arquiteta

André Mendes

Arquiteto

Paulo Fontainha

Arquiteto

Raul Moura

Arquiteto

Editor do Caderno Técnico

João Veríssimo

Arquiteto

Ricardo Veludo

Engenheiro do Território

Coordenador GTPRA

atualmente Vereador do Urbanismo

Sara Ribeiro

Arquiteta

Coordenadora Adjunta GTPRA

© L

uís

Cat

arin

o

Sofia Rocha

Engenheira do Território

(ausente da fotografia)

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Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível | 13 novembro 2019

Volume #01 - Conceito

As Famílias 5

Conhecer as famílias 7

O Habitat 9

Um dia a dia gratificante 10

A comunidade 10

O lar 11

A habitação como serviço 11

O Bairro 13

O espírito do lugar 14

Ecossistema residencial 14

O espaço de todos 15

Sustentabilidade urbana 15

O Edifício 17

A receção 19

Chegar a casa 21

A casa 23A eficiência organizacionalOs espaços sociaisA VarandaOs espaços húmidos

Eficiência ambiental e confortoAlternativas de otimizaçãoAs áreas das casas PRATipo T1, T2, T3 e T4Acabamentos

Volume #02 - Operações

Localizações 5

1 Benfica 7

2 Rua de São Lázaro 15

3 Paço da Rainha 27

4 Rua Gomes Freire 35

5 Olaias 47

6 Vale de Santo António 53

6a Vila Macieira (VSA) 59

7 Belém 69

8 Rua Inácio Pardelha Sanchez 77

9 Lumiar 81

10 Parque das Nações 89

11 Alto d’Ajuda 97

12 Bairro das Furnas 103

13 Bairro da Flamenga 107

14 Marvila 111

15 Bairro do Condado 119

16 Alto do Restelo 125

Índice

3

Documento de trabalho da Câmara Municipal de Lisboa

Edição e Produção: Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível

Versão: 13 novembro 2019

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As famílias são conjuntos de pessoas que residem no mesmo alojamento, mesmo que sejam compostas por apenas uma pessoa (famílias unipessoais).

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Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível | 13 novembro 2019

As Famílias

5

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6

Os valores usados nestes gráficos provêm do estudo de opinião da Gfk / Câmara Municipal de Lisboa (2016) sobre a “Procura potencial de habitação no concelho de Lisboa – Março de 2016”, com a exceção dos abaixo enumerados.

(1) Agregados que se candidataram na 18ª edição da Renda Convencionada, mais os agregados constantes na Lista Homologada Definitiva (Março de 2018, abrangendo todas as listas provisórias desde Maio de 2017) e ainda os candidatos ao Subsídio Municipal de Arrendamento em Outubro de 2018.

(2) Rendimento disponível correspondente à 2ª e 9ª classe de rendimento (média entre os rendimentos disponíveis dos agregados compreendidos entre o Percentil 10 e 20 e entre o percentil 80 e 90 de rendimentos das famílias residentes na Área Metropolitana de Lisboa (INE, ICOR 2018).

(3) Mediana das rendas contratadas no concelho de Lisboa (INE 2S 2018).

(4) As famílias são um conjunto de pessoas que residem no meso alojamento, mesmo que sejam compostas por apenas uma pessoa (famílias unipessoais)

(5) Considera-se inacessível um encargo com rendas de mercado para cada tipologia de habitação (fonte: Mediana das rendas contratadas INE 2S 2018), superiores a 30% do Rendimento mensal disponível de cada tipo de família (fonte: INE ICOR 2018).

Arrendar ou comprar? O que é mais atrativo para as famílias de classe média em Lisboa?(estudo de opinião Gfk / CML 2016)

Preços da habitação em Lisboa e poder de compra das famílias na AML:▪ Rendimentos disponíveis mensais dos agregados familiares na AML ▪ Rendas calculadas com base em 30% de taxa de esforço mensal▪ Rendas mensais no mercado livre (INE, ICOR 2018).

Qual é a procura potencial de habitação em Lisboa pela classe média da AML?(estudo de opinião Gfk / CML 2016)

Procura potencial

classe média

ARRENDAMENTO + COMPRA

25 000

Procura potencial

classe média

ARRENDAMENTO

16 000

Procura registada na CML(1)7 200

Fatores de atratividade para viver em Lisboa

▪ Relações de vizinhança;

▪ Proximidade aos familiares e cuidadores;

▪ Proximidade a transportes públicos;

▪ Proximidade ao local de trabalho;

▪ Proximidade a lojas de comércio de proximidade;

▪ Vida social (restaurantes, bares, cafés…);

▪ Proximidade a equipamentos culturais (cinema, teatro, museus);

▪ Prestígio;

▪ Espaços verdes, jardins, praças.

2 684 € (entre o percentil 80 e 90)

815 € (entre o percentil 10 e 20)

805 €

245 €

T3 - 1088 €

T0 - 667 €

T1 - 866 €

T2 - 935 €

Rendimentos disponíveis mensais (em duodécimos) dos agregados familiares da AML em 2018 (2)

renda acessível:30% de taxa de esforço mensal (em duodécimos) dos agregados familiares da AML em 2018

Mediana das rendas de

mercado, 2S 2018 (3)

T1 T3

T2

Qual é o nível de acesso das famílias (4) ao mercado de arrendamento livre? (5)

100% acessível

100% inacessível

Percentagem das famílias COM acesso ao mercado de arrendamento livre (ex. 20%)

Percentagem das famílias SEM acesso ao mercado de arrendamento livre (ex. 80%)

57%

29%

11%

arrendar?

10%

30%

40%

arrendar com opção de compra?

20%

muito atrativo

nada atrativo

ns/nr

13%

37%

37%

comprar?

17%

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Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível | 13 novembro 2019

Conhecer as famílias

7

O Programa Renda Acessível (PRA) é uma

intervenção pública do Município de Lisboa que

visa prosseguir objetivos de desenvolvimento

patentes nos instrumentos de planeamento do

Município e minimizar os efeitos negativos de

falhas no mercado habitacional no concelho de

Lisboa, designadamente:

▪ Disparidade entre preços de mercado da

habitação e a capacidade financeira das

famílias. Apenas as famílias com rendimentos

acima da classe média conseguem

normalmente aos preços de mercado.

Alguns tipos de famílias têm maiores

dificuldades no acesso à habitação:

▪ Famílias monoparentais (um adulto com

uma criança dependente);

▪ Famílias unipessoais (um adulto);

▪ Famílias numerosas com 3 ou mais

crianças (ou adultos ) a cargo, embora com

muito menor expressão quantitativa do que

as duas situações acima referidas.

▪ Oferta insuficiente de fogos para

arrendamento no mercado face à dimensão

da procura em Lisboa. A procura estimada

para arrendamento em Lisboa pela classe

média da AML era de 16 000 famílias em

2016.

▪ Inadequação das características das

habitações disponíveis, e ou do habitat, às

características e necessidades das famílias.

problemas

quotidiano

desejos

solucionar ou

evitar problemas

produtos e

serviços

gerar

benefícios

FAMÍLIASconhecer e segmentar

tipos de famílias(rendimento, composição do agregado e estilos de vida)

HABITAT e CASASdefinir proposta de valor

para cada segmento

Conhecer as famílias e projetar habitat e habitações estimulantes, adequadas e acessíveis(adaptado da imagem; fonte:Osterwalder, Alex, et. al (2015) Value Proposition Design)

estudos de opinião:▪ quantitativos▪ qualitativos

estudos estatísticos:▪ demografia▪ rendimentos das famílias▪ mercado habitacional de Lisboa

estudos e projetos▪ urbanísticos▪ arquitetónicos▪ engenharia▪ económicos▪ mobilidade▪ sustentabilidade ambiental

* É uma zona com casas adequadas às minhas disponibilidades / capacidades financeiras (posso pagar o valor ou é o único valor que posso pagar)

** Valores medidos através de uma escala de 0 a 10, em que 0 significa “Não me identifico nada e 10 significa “Identifico-me totalmente”

Para mim a família é uma das componentes mais importantes da minha vida

Gosto de viver num bairro em que posso ir a pé com os meus filhos ao parque infantil,

ou pois é próximo de equip. de apoio a idosos, pessoas com necessidades especiais

Para mim os amigos são uma das componentes mais importantes da minha vida

Para mim o trabalho é uma das componentes mais importantes da minha vida

Escolhi o local onde vivo atualmente pois é relativamente próximo

do meu trabalho/do local onde estudo

Gosto de passar o tempo livre em casa

Gosto de ir às compras, passear a ver lojas

Gosto de sair com frequência para conviver, ir jantar fora,

ir à noite a um bar, a uma discoteca

Para mim a definição de um dia bem passado

é ir ao cinema, ou teatro, museus

Tenho um estilo de vida saudável e ativo,

com prática regular de exercício físico, desportos

Prefiro viver em bairros antigos / bairros históricos

Prefiro viver em bairros de prestígio

1%

1%

1%

3%

10%

9%

13%

20%

21%

24%

32%

36%

69%

49%

38%

34%

38%

16%

18%

11%

6%

8%

8%

5%

L5B (% 0 a 4)** T2B (% 9+10)**

Com o que é que se identificam as famílias da AML?

O que motivou as famílias da AML na escolha da atual casa/zona residencial?

▪ Relações sócio afetivas

▪ Envolvente urbana

▪ Razões económicas *

▪ Proximidade de equipamentos de suporte

▪ A casa em si

▪ Outros motivos 9%

2%

35%

36%

59%

69%

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Um habitat é um ecossistema onde uma determinada espécie vive e onde pode encontrar alimento, abrigo, proteção e companheiros para reprodução.

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O Habitat

9

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Os residentes nos edifícios do ProgramaRenda Acessível têm acesso a instalações eserviços compartilhados, entre os quais sedestacam as creches, os espaços para co-working ou as salas multiusos para reuniões efestas, as hortas urbanas e o estacionamentopartilhado.

Ao estarem inseridos em lugares consolidadosde Lisboa e desenhados a pensar nasnecessidades dos vários tipos de famílias, osresidentes gozam do comércio, serviços eequipamentos de proximidade que, a somaraos outros, simplificam as rotinas doquotidiano e tornam a vida mais estimulante.

Os espaços verdes são uma constante emtodas as operações, quer na forma depequenos jardins e pracetas nos lugares maiscentrais da cidade, quer na forma de grandesjardins e parques, por vezes inseridos noscorredores ecológicos de Lisboa.

Acresce ainda uma estratégia paralela emsoluções de mobilidade com uma grandeconsciência social (passe navegante) quepromove a diversidade na oferta de modos detransporte público e privado, tanto ativos comopassivos.

Um dos objetivos do Programa RendaAcessível é proporcionar o acesso a atividadesdo quotidiano num raio de 10 minutos a pé decasa. Isto permite reduzir a pressão sobre ostransportes e tem benefícios mensuráveis nasaúde, na qualidade de vida dos residentes eno ambiente.

Um dia a dia gratificante

10

As pessoas procuram interação social erelações significativas. Os projetosurbanos, dos edifícios e das casas,procuram gerar ambientes férteis para odesenvolvimentos de relações emcomunidade de bairro, de vizinhança e defamília – espaços para a vidacompartilhada. O princípio consiste emcombinar a vida privada com espaços eserviços compartilhados, quer ao nível doedifício quer ao nível da rua, podendofuncionar enquanto extensão da casa,permitindo que as pessoas se identifiquemcom o lugar, integrando uma comunidadecoesa e vibrante e desfrutando de umestilo de vida social em que vivem.

Afinal de contas, as pessoas não estão sóà procura de uma casa. As pessoasdesejam fazer parte de uma comunidadeonde se vive, se trabalha e aprende, sediverte e descansa, se cresce e envelhece;no fundo uma comunidade onde se procuraser feliz.

Na prática a escolha do sítio onde cada umquer morar é a escolha da comunidade quequer integrar e dos espaços que querpartilhar. Os espaços compartilhadoscomeçam na rua, na praça, no jardim eprologam-se nas lojas dos edifícios, nosseus espaços de receção e outras zonascomuns.

O bairro e a comunidade são os principaisfatores na escolha da habitação.

A comunidade

atividades do quotidiano a 10 min. a

pé de casa

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A vida contemporânea para os jovens adultosafasta-se da necessidade da propriedade dascoisas e abraça a partilha.

Assistimos à emergência de uma geração queacede, no dia a dia, e sempre através dotelemóvel, à música no Spotify e no You Tube,em vez de comprar CDs, que acede aos modosde transporte públicos ou partilhados (bicicletasGira e Jump, scooters Cooltra, carros DriveNow), em vez de comprar veículos.

A habitação, para o arrendatário, tende a deixarde ser imobiliário para se afirmar como serviço,como já acontece com o segmento dosestudantes universitários (residênciasuniversitárias), para os idosos ativos(residências sénior), para trabalhadoresnormalmente deslocados (serviced apartments)e tem como referências estaminais osfamilistérios de Guise e Fourrier no século XIX.

A habitação como serviço permite atransferência de atividades normalmentedesenvolvidas no espaço da casa, a qual seprolonga agora para espaços partilhados noedifício e fora dele, bem como a criação deeconomias de escala, de eficiência produtiva ede maior adaptação às conveniências dehorário e preferências de cada família,conduzindo a uma tendência de redução dosencargos globais com a habitação.

A habitação como serviço aumenta orendimento disponível das famílias, liberta-as dedividas aos bancos, cria emprego e tempo paraviver e disfrutar de uma cidade como Lisboa.

Habitação como ServiçoHousing as a Service (HaaS)

11

Ao espaço privado onde dentro do habitatinscrevemos a nossa existência individuale familiar chamamos lar.

O lar deve materializar uma combinaçãointeligente de espaços para a socializaçãofamiliar, para receber quem nos visita eoutros espaços onde nos preparamospara os outros e onde nos reencontramoscom o Eu.

É o espaço privado e reservado paraprojetar a personalidade através daapropriação.

O lar corresponde ainda ao domicílioprivado cuja inviolabilidade é protegidapela Constituição da República.

A temporalidade do lar deixou de ser aduração de uma vida. A relaçãocontemporânea com o lar de hoje e deamanhã tem de comportar a simplicidadede um login para se adaptar a umaelevada mobilidade laboral e a uma maioramplitude geográfica de possibilidades delocais para residir e trabalhar,extravasando o bairro, a cidade e o paísde origem.

O Lar

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O Bairro

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A identidade de Lisboa resulta da suamultiplicidade de sítios ou lugares, comdiferentes culturas, formas, memórias eespíritos, que foram sido mantidos ou surgindoao longo do crescimento da cidade.

A criação urbanística e arquitetónica não podeapenas responder a um problema funcional, oua uma carência, tem que ser capaz deincorporar aspetos de “caracter” na criação deum ambiente urbano, com que os residentesse consigam identificar, e onde se sintam‘parte’.

A simples (mas complexa) definição do limitede cada área de intervenção pode ser o inicioda definição do seu carater, na forma como serelaciona com a envolvente:

▪ continuando-a, rematando-a ou assumindo-se diferente, com uma nova identidadeurbana;

▪ desenvolvendo-se sobre si, com um sentidode interioridade, expandindo-se no território,em direção a uma referencia na paisagemurbana (o rio, um monumento), oufundindo-se na topografia, sobre um vale,ou uma colina.

Quando a forma arquitetónica e urbanaentende, e cria regra na forma de relação como território, os seus limites, a sua história, assuas memórias e as suas culturas, reforça-se oentendimento do “espirito ou dos espíritos dolugar”, e reforça-se também a identificação decada um com cada lugar.

O Espírito do Lugar

14

Cada nova intervenção na cidade criacondições para uma vida estimulante emLisboa. Tem por isso em consideração asatisfação de todas as necessidades deproximidade para o dia a dia dos novos edos atuais residentes: creches, jardins deinfância, escolas, campos de jogos,centros para idosos, centros de saúde,comércio, serviços e opções demobilidade. Isto é um ecossistema daComunidade.

Tornar a cidade acessível, não passaapenas pela redução do encargo com ahabitação, passa também por oferecerdisponibilidade e acesso a tudo o que énecessário para o quotidiano, tornando-omais conveniente e libertando tempo.

As maiores áreas de intervençãooferecem usos mistos e comportam alocalização de funções urbanasestruturantes bem como a disponibilidadede espaços para atividades económicas egrandes equipamentos que servem toda acidade.

Ecossistema da Comunidade

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O Programa Renda Acessível implementasoluções concretas de sustentabilidadeurbana, definidas como prioridades deplaneamento e gestão no Plano DiretorMunicipal (2012) e na Estratégia Municipalde Adaptação às Alterações Climáticas(2017):

▪ Promove a sustentabilidade das novasoperações desde a sua fase de conceçãoinicial, considerando os novos desafios daeficiência energético-ambiental ao nível dosedifícios e espaço público e oaproveitamento local de recursos;

▪ Fomenta o controlo na origem e apermeabilidade do solo no desenho doespaço público, de modo a privilegiar o cicloda água e reduzir o escoamento superficial;

▪ Beneficia da presença da água no desenhodo espaço público para fazer face a eventosextremos de precipitação intensa;

▪ Integra no desenho urbano eixos de brisasde ar fresco para ventilar o espaço públiconos períodos mais quentes;

▪ Promove a eficiência energética nossistemas de iluminação pública, iluminaçãosemafórica e outras estruturas urbanas;

▪ Integra o modelo de mobilidade urbanasustentável no desenho do espaço público;

▪ Escolhe materiais para o espaço públicocujas as características não contribuem deforma adversa para o efeito “ilha de calor”.

Sustentabilidade ambiental urbana

15

Se cada casa é o espaço privado de cadafamília, a rua, o largo, a praça, o jardim e oparque urbano são os espaços de todos.

O espaço público é por excelência o local deconvivência e de encontro com ‘os outros’,onde se constrói e partilham memórias queconferem um significado emocional coletivo.

Alguns elementos morfológicos da cidade, como orio, os pontos de vista panorâmicos oferecidos pelaorografia e pelo desenho da cidade, a vida e oscostumes dos residentes são especialmenterelevantes para a uniqueness de Lisboa, de cadabairro e de cada sítio. Os jardins e em especial osparques urbanos assumem-se como espaçosexistenciais, de reduzida normatividadecomportamental, permitindo um encontro mais fácilcom o ‘Eu’, uma ligação à natureza e uma espéciede encontro com o ‘paraíso’. É por isso que sãocentrais nas intervenções para oferta de habitação.

O desenho do espaço público comporta aindaa função de prolongamento das casas onde aspessoas exercem a sua vida em comunidade.

As ruas, os largos e as praças para além deassegurarem funções de circulação foramconcebidos para a fruição da cidade eencontro entre pessoas:▪ com a segurança e o conforto necessário

aos percursos pedonais e clicáveis;▪ com áreas de estadia, como esplanadase jardins;▪ com áreas monitorizáveis à distância, onde as

criançaspossam brincar em segurança;▪ com espaços para o encontro no dia a dia

reforçando um sentido de comunidade.

O espaço de todos

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O Edifício

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Imagem inspiracional para Vila Macieira (VSA) Imagem inspiracional para Marvila

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Receção – espaço de transição

A receção é o espaço de transição entre oespaço exterior (público) e as habitações(privado).

A iluminação natural, associada à escolhade materiais e de peças de artecontemporânea, conferem ao espaço umanoção de conforto e de qualidade.

Nos edifícios de maior dimensão, areceção tem um posto de trabalho onde ozelador tem ligação ao sistema desegurança e de gestão centralizada doedifício para segurança e comodidade dosresidentes.

Acessibilidade universal

A acessibilidade é universal em todos osespaços privativos e comuns do edifício,assim como na sua envolvente exterior.

Correio e contadores

Em regra, os recetáculos postais estãocolocados na fachada do edifício parapermitir a distribuição do correio peloexterior e a sua recolha pelo interior.

Sempre que tecnicamente viável, oscontadores de água e eletricidade estãoinstalados num compartimento com acessopela receção.

Espaço de utilização múltipla

Este espaço pode ter diversos tipos deutilização (reuniões e festas de residentes,espaços para co-working) e procura estarlocalizado perto da receção e de forma apermitir o acesso direto ao exterior (jardim,terraço, etc.).

A receção

19

Imagem inspiracional para Benfica

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Sinalética

A identificação dos pisos, das habitações eoutras áreas no edifício recorre a umasinalética clara, intuitiva e devidamenteintegrada no desenho de cada espaço.

Para atender aos cegos e ambliopes, asinalética recorre a texturas e cores vivas, deacordo com as limitações destes residentes.

20

Imagem inspiracional para Vila Macieira (VSA)Imagem de referência

Imagem de referência

Imagem de referência

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Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível | 13 novembro 2019

Acessos

Em regra, os acessos às habitações são feitospor galeria coberta e escadas exteriores eelevadores que beneficiam de iluminação eventilação naturais.

As galerias estão dimensionadas de modo apermitirem a acessibilidade universal e seguraa todas as casas e a proporcionarem umaestadia informal no exterior.

Os edifícios do Programa Renda Acessível têmtodos, com a exceção das reabilitações,acessibilidade universal ao edifício e às casas.

Chegar a casa

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Imagem inspiracional para Marvila Imagem de referência

Imagem de referência

planta esquemática do acesso em galeria às casas

planta esquemática do acesso universal à casa

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A eficiência organizacional

n + hab. PRA

Somatório das áreas de circulação gera

mais habitações PRA

medida de eficáciacasa PRA

AUPRA

a eliminação das áreas de circulação nas habitações gera área para se construírem mais habitações PRA e manter o espaço exterior privativo

AUstd

casa standard

área circulação interna

área social

área privativa

área exterior privativa

evolução concetual para a casa PRA

Passo 1: eliminar as áreas de circulação e

redistribuir a área privativa

Passo 2: reorganizar a área privativa em torno da área social

0% espaços exclusivo a circulações

100% espaços habitáveis

100% espaço exterior privativo

AUHS

habitação social

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Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível | 13 novembro 2019

A casa é o espaço da vida privada decada pessoa e de cada família. Deve porisso atender às necessidades própriasde cada fase da vida pessoal e familiar.Neste sentido foi concebida umatipologia de habitações capaz desatisfazer as necessidades dosdiferentes tipos de composição familiar ede estilos de vida.

Por outro lado foram introduzidaspossibilidades mais amplas de adaptaçãoe de relação entre espaços interiores,permitindo distintas configurações paradistintos momentos do ciclo de vida diáriaou semanal.

Entendeu-se que cada casa é tanto maisflexível / adaptável, quanto mais ampla,quanto mais funcione como um “openspace”, não estando a suacompartimentação física limitada / fixadaàs “funções” convencionadas para o diaa dia de uma família.

Quanto mais flexível for a casa, maiornúmero de tipologias familiares servirá,podendo adaptar-se às diferentescomposições, dinâmicas, necessidades ehábitos.

Para cada casa optou-se por umaorganização espacial em torno do espaçocentral de sala e cozinha, podendo todosos espaços (quartos) funcionar noprolongamento ou mesmo na união unsdos outros.

Casas com o mesmo desenho, ou amesma casa, poderá assim organizar-sede várias formas, adaptando-se àsnecessidades de cada família, ou àevolução das necessidades da mesmafamília ao longo do dia e da semana.

A casa responde ainda a um programaque emerge das seguintes funções:

▪ Intelectuais e do trabalho (espaçode escritório ou oficina) de onderesulta abertura para soluçõespartilhadas.

▪ Relação com o meio ambienteenvolvente e afirmação decompromisso com a natureza(varandas com material vegetal,hortas urbanas)

▪ De construção reservada do ‘Eu’para ‘Os outros’ (casa de banho ecozinha) como formas de equilíbrio devida mais "abstrata" e de auto-equipamento essencial num quadrosócio-profissional sentido comocompetitivo.

▪ De necessidades básicas , tais comolavagens e tratamento de roupa e dacasa, ou, ainda, de circulação deinformação relevante sobre a vida noHabitat são vistas (quase) comonaturalmente partilháveis.

A casa

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Imagem inspiracional para Benfica

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Imagem inspiracional de um T1 tipo com paredes divisórias (em cima) e com painéis divisórios (em baixo)

T1

T3

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Imagem inspiracional de um T3 tipo com paredes divisórias (em cima) e com painéis divisórios (em baixo)

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A adaptabilidade das casas PRA

Com os quartos na envolvente da sala, a casapode adaptar-se às necessidades e formas devida dos residentes ao longo do tempo. Assim,a casa, tanto pode ser um espaço totalmentecompartimentado, como pode ser um espaçoamplo e fluido sem paredes, onde os usosdefinem os espaços (exceto na I.S.).

Ligação ao exterior

A relação com a envolvente é realçada nasala, através da colocação de vãos amplosque ajudam a qualificar o espaço interior nascomponentes espacial, térmica, visual eacústica.

Nas tipologias em galeria, a organizaçãoespacial da casa permite a ventilaçãotransversal da casa.

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Com compartimentação fixa

Sem compartimentação fixa

Imagem inspiracional para Restelo

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Sala – espaço de distribuição

Da apropriação dos espaços da casa com osvários usos (estar, comer, cozinhar, dormir)resultam zonas que definem os percursosentre os diferentes usos. A sala, em torno daqual se organiza a casa, é o espaço dedistribuição que permite eliminar as áreas deuso exclusivo para circulação interior.

Sala e cozinha

A relação entre a sala e cozinha é decontiguidade, sendo que os dois espaçosfuncionam no prolongamento um do outro,com a possibilidade de união e separação.

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Espaços sociais da casa

Imagem inspiracional para Parque das Nações

planta de circulações na casa

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Um espaço exterior privativo

A varanda, presente em todas as casas PRA,funciona como um prolongamento da sala parao exterior.

Conforto e eficiência energética

A proteção visual e solar deste espaço exteriorprivativo (e da galeria) é feita com recurso aelementos modulares de fachada e a umaescolha de materiais ajustados a cada situação.

A combinação dos elementos horizontaisprojetados (galeria e varanda) com oselementos verticais de composição da fachada(módulos verticais) oferecem uma proteçãomuito eficaz para o controlo dos ganhossolares passivos no interior das casas.

Composição das fachadas

A utilização destes elementos permiteassegurar uma linguagem arquitetónicauniforme para todo o edifício ao seremaplicados em todas as fachadas.

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A varanda

Fachada com blocos cerâmicos, tipo cóbógó Fachada com painéis translúcidos (vidro, acrílico, malha metálica) Fachada com estrutura de cabos de aço para suporte de plantas

planta esquemática da localização da varanda

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Modulação e concentração

Em regra, as zonas húmidas da casa (cozinha eI.S.) estão concentradas de modo a partilharemas mesmas corretes, reduzindo os custos deconstrução e de manutenção. Sempre quepossível estas coretes são acessíveis parainspeção e manutenção, de preferência a partirdo exterior da casa.

Esta abordagem de projeto representatambém numa poupança assinalável de áreabruta em benefício da área útil da casa.

Acessibilidade

Todas as casas têm uma I.S. acessível,composta por uma banheira ou base de duchesem ressalto no pavimento, uma sanitasuspensa e um lavatório.

Para viabilizar estas I.S. foi retirado o bidé esubstituído por um duche sanitário junto àsanita.

A cozinha aberta permite um acesso semrestrições.

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Espaços húmidos da casa

Imagem inspiracional para Lumiar Imagem inspiracional para Benfica planta de acessibilidade à I.S. e à cozinha

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A Estratégia Municipal para a Adaptação àsAlterações Climáticas avisa que Lisboa irátestemunhar um aumento da temperatura médiaanual (+1 a 4ºC no final do século) e sazonal (+2a 5ºC no Outono), bem como um aumento donúmero de dias com temperaturas muito altas (≥35ºC) e de noites tropicais (≥ 20ºC).

As medidas de eficiência energética introduzidasnos projetos vão no sentido de aumentar aresiliência passiva dos edifícios através dodesenho bioclimático, assegurando o confortodas famílias a baixo custo energético. Estesedifícios com necessidades energéticas quasenulas (NZEB) geram mais de 50% da energiaprimária a partir das energias renováveisintegradas no edifício e no espaço público.

As medidas poupadoras no consumo de águapotável são complementadas pela reutilização daságuas cinzentas e pluviais para usos nãopotáveis.

A escolha de materiais de origem local, aestandardização e replicabilidade de soluçõesconstrutivas, e a reutilização / reciclagem sãopassos importantes para combater o desperdício.

O Programa Renda Acessível incentiva osConcessionários das operações a ir além dalegislação sobre eficiência ambiental dosedifícios. O Concessionário que apresentar, coma conclusão da obra, um certificado desustentabilidade reconhecido, das edificações eobras de urbanização abrangidas pelaconcessão, pode beneficiar de uma prorrogaçãoda duração do contrato de concessão.

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Eficiência e conforto ambiental

Os edifícios PRA são concebidos econstruídos para serem duráveis, fáceis eeconómicos de se construir e se manter,sem comprometer a sua qualidadeambiental, espacial e estética.

Neste sentido, sempre que seja técnica eeconomicamente mais vantajoso, sãoutilizadas soluções construtivas quepermitam a modularidade, a pré-fabricaçãoin-situ e/ou ambiente fabril. Isto começa nautilização dos módulos para os armários decozinha, passando pela pré-fabricação demódulos de I.S. que são simplesmentecolocados prontos na casa, à construçãoem túnel das casas propriamente ditas.

Para otimizar estes processos, o recurso asistemas de informação tipo BIM (BuildingInformation Model) é encorajado nas fasesde projeto e planeamento de obra parasimular antecipadamente a execução daobra, e assim minimizar riscos eperturbações ao cumprimento de prazos erequisitos de qualidade.

O combate ao desperdício em obra, quepode ir até 30% dos custos em materiais éprioritário. A escolha de soluçõesconstrutivas que reduzam o desperdício dematéria prima e de materiais játransformados (ex. painéis de madeira) éfortemente encorajado desde a fase deprojeto afim de reduzir a pegada decarbono das operações PRA, assim comoos custos.

Alternativas de otimização

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RGEU

Todas as áreas úteis de todos oscompartimentos de todas as casas PRA estãoem conformidade com as áreas estipuladas noRGEU, para cada tipologia habitacional.

Portaria 65/2019

As áreas brutas dos edifícios PRA estãoinscritas nos máximos definidos na Portaria65/2019 de 19 de fevereiro que regula osparâmetros de área e os custos de construçãoda habitação a custos controlados, de modo apoder gozar dos benefícios fiscais efinanceiros do IHRU, nomeadamente o IVA àtaxa reduzida de 6%.

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As áreas das casas PRA

TAU: total área útil mínima no RGEUTAB: total área bruta mínima no RGEUP65: total área bruta máxima na Portaria 65/2019 |

T1P65 +6%+12%

SATABTAURGEU: 34 m2

TABPRA : 52 m2

TABP65 : 73 m2 10m2 6m2 4m2 10,5m2 3,5m2

T2P65 +6% +12%

SATABTAURGEU: 47 m2

TABPRA : 72 m2

TABP65 : 95 m2 12m2 6m2 6m2 10,5m2 9m2 3,5m2

T3P65 +6% +12%

SATABTAURGEU: 59 m2

TABPRA : 91 m2

TABP65 : 117 m2 12m2 6m2 6m2 10,5m2 9m2 9m2 4,5m2

T0P65

+6%

+12%

SATABTAURGEU: 22,5 m2

TABPRA : 35 m2

TABP65 : 57 m2 10m2 6m2 6m2 3,5m2

T4 SATAB

P65 +6% +12%TAURGEU: 69,5 m2

TABPRA : 105 m2

TABP65 : 128 m2 12m2 6m2 6m2 10,5m2 9m2 9m2 6,5m2 4,5m2

Relação entre as áreas do RGEU e da Portaria 65/2019

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Tipo T1com paredes divisórias

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Tipo T1sem paredes divisórias

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Tipo T2com paredes divisórias

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Tipo T2sem paredes divisórias

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Tipo T3com paredes divisórias

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Tipo T3sem paredes divisórias

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Tipo T4com paredes divisórias

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Tipo T4sem paredes divisórias

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Fachada cobogó

Blocos cerâmicos tipo cobogó de dimensão variada

Parede pintada

Fachada metálica

Chapa metálica ondulada perfurada tipo aço cortene

Fachada de vidro

Painéis de blocos de vidro ou perfis de vidro em U

Remate das lajes e pilares pintados

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Acabamentos - fachadas

Fachada verde

Vegetação vertical suportada por cabos de aço fixados à estrutura metálica

da fachada, pintada

Fachada de madeira

Réguas de madeira laminada montadas sobre estrutura metálica

Parede em lajetas de pedra ou similar

Fachada de azulejo

Painéis de azulejos (2 cores) colocados aleatoriamente

Remate das lajes e pilares pintados

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Acabamentos – interioreszonas húmidas

I.S.

Paredes com azulejo nas zonas húmidas e reboco pintado

Pavimento em mosaico hidráulico

Cozinha

Móveis em melamina

Parede em azulejo nas zonas húmidas e reboco pintado

Pavimento em betão afagado

I.S.

Paredes com azulejo nas zonas húmidas e reboco pintado

Pavimento pintado com tinta epóxi

Imagem inspiracional para LumiarImagem inspiracional para Benfica Imagem inspiracional para Vila Macieira (VSA)

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Acabamentos – interiores zonas secas

sala

Paredes e tetos pintados

Pavimento em cimento afagado

sala

Paredes e tetos pintados

Pavimento pintada com tinta epóxi

quarto

Paredes e tetos pintados

Pavimento em madeira

Imagem inspiracional para LumiarImagem inspiracional para Vila Macieira (VSA)Imagem contratual da Rua de São Lázaro

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Acabamentos – vestíbulo

vestíbulo

Paredes em betão aparente descofrado e chapa metálica perfurada

Tetos em betão aparente descofrado

Pavimento em mosaico hidráulico

vestíbulo

Paredes com reboco em gesso lavado

Tetos em betão aparente descofrado

Pavimento pintado com tinta epóxi

vestíbulo

Paredes em painel de madeira lacada

Tetos em betão aparente descofrado

Pavimento em micro-cimento

Imagem inspiracional para Vila Macieira (VSA)Imagem inspiracional para BenficaImagem inspiracionais para Laranjeiras

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Sempre que técnica e economicamentemais vantajoso, são utilizadas soluçõesconstrutivas que tirem vantagem damodularidade das plantas e promovamsistemas de pré-fabricação in-situ (tipotúnel) e/ou ambiente fabril (módulos). Paratal o desenho das plantas obedece a umamétrica compatível com o transporterodoviário.

A outra escala, a padronização ereplicabilidade das soluções propostas,permitem a utilização dos módulos dearmários standard no caso das cozinhas, oumesmo de módulos completos no caso dasinstalações sanitárias que sãotransportados e colocados prontos na casa.

Modularidade e pré-fabricação

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T1T2T4

Pré-fabricação em ambiente fabril

Pré-fabricação in-situ

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Elaborado por:

Grupo de Trabalho de Gestão Programa Renda Acessível, Câmara Municipal de Lisboa

Núcleo Programa Renda Acessível Concessões, Lisboa Ocidental SRU, E.M., S.A.