budismo e cristianismo em diálogo – um ensaio

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78 Estudos Teológicos, 42(2):78-84, 2002 Budismo e cristianismo em diálogo – um ensaio (versão revista e resumida) Gottfried Brakemeier* Resumo: Nem tudo é antagonismo nas religiões. Há também afinidades. Antes de discutir as diferenças, cabe atentar para o que as religiões têm em comum. A partir daí, devem e podem ser identificadas também as divergências. A exposição abaixo procura construir pontes entre budismo e cristianismo sem deixar de mostrar onde se separam os caminhos. Resumen: Ni todo es antagonismo entre religiones. Hay también afinidad. Antes de discutir las diferencias, cabe considerar aquello que las religiones tienen en común. A partir de ello, deben y pueden ser identificadas tambien las divergencias. Lo expuesto, aquí, procura construir puentes entre budismo e cristianismo sin dejar de mostrar donde es que se separan los caminos. Abstract: Not everything is antagonism among religions. There are also affinities. Before discussing the differences, it is worth paying attention to what the religions have in common. From this the differences can and should be identified. The exposition below seeks to build bridges between Buddhism and Christianity without avoiding to show where the paths separate. * Professor de Ecumenismo na Escola Superior de Teologia de São Leopoldo/RS. E-mail: [email protected]

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    Estudos Teolgicos, 42(2):78-84, 2002

    Budismo e cristianismo em dilogo um ensaio(verso revista e resumida)

    Gottfried Brakemeier*

    Resumo: Nem tudo antagonismo nas religies. H tambm afinidades. Antes dediscutir as diferenas, cabe atentar para o que as religies tm em comum. A partirda, devem e podem ser identificadas tambm as divergncias. A exposio abaixoprocura construir pontes entre budismo e cristianismo sem deixar de mostrar ondese separam os caminhos.

    Resumen: Ni todo es antagonismo entre religiones. Hay tambin afinidad. Antes dediscutir las diferencias, cabe considerar aquello que las religiones tienen en comn.A partir de ello, deben y pueden ser identificadas tambien las divergencias. Loexpuesto, aqu, procura construir puentes entre budismo e cristianismo sin dejar demostrar donde es que se separan los caminos.

    Abstract: Not everything is antagonism among religions. There are also affinities.Before discussing the differences, it is worth paying attention to what the religionshave in common. From this the differences can and should be identified. Theexposition below seeks to build bridges between Buddhism and Christianity withoutavoiding to show where the paths separate.

    * Professor de Ecumenismo na Escola Superior de Teologia de So Leopoldo/RS. E-mail:[email protected]

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    1 - Questes de princpio1. Ainda novo o imperativo do dilogo inter-religioso no conti-

    nente latino-americano. Ele reflexo da nova situao, acarretada por glo-balizao e pluralismo religioso. As religies se avizinharam e devem acharformas de conviver, neutralizando o potencial conflituoso inerente ao con-fronto com o diferente. Tornar-se-iam mentirosas se no demonstrassem asalvao de que se dizem portadoras mediante o engajamento em favor dapaz na terra. Assim sendo, o despreparo para o dilogo no desculpa parase esquivar da tarefa. Acolho a ocasio desta semana acadmica para apre-sentar um primeiro ensaio.

    2. O propsito dificultado por outros fatores ainda. Cristianismo ebudismo parecem ser por demais assimtricos para permitir a constru-o de pontes. Costuma-se inserir o budismo nas religies chamadas msti-cas, enquanto o cristianismo faria parte da categoria das profticas. Almdisso, o universo budista se apresenta em grande nmero de correntes. Dis-tingue-se o Hinaiana, isto , o budismo do pequeno veculo, do Mahaia-na, o do grande veculo. Existe o budismo tibetano, o tntrico, o zen-budismo e ainda outros, cada qual com suas peculiaridades. Discute-se in-clusive se budismo religio ou filosofia. Mas tambm aqui o argumento nose presta a libi para fugir do dilogo. Budismo religio, sem dvida alguma,com identidade prpria e denominador comum que une as variantes. E temno cristianismo um de seus importantes parceiros.

    3. Falamos do que nos sagrado e do que constitui a nossa mais pro-funda convico. Isto confere ao dilogo religioso singular paixo. Mesmoassim, deve ser conduzido no respeito mtuo. Dilogo autntico no suporta adiscriminao do parceiro ou sua desmoralizao. Pretende desarmar os an-tagonismos, produzir consensos ou, se isto no for possvel, exercitar a tole-rncia. Queremos chegar perto uns dos outros, mesmo quando no podemosdeixar de formular perguntas crticas. Na sociedade globalizada, coexis-tncia j no basta. Devemos achar formas de convivncia que se ali-cercem em algo comum. Por isso, vejamos, em primeiro lugar, as afinidades,para depois tratar tambm dos dissensos. Comunho humana dever tolerara oposio, mesmo que lhe seja espinho na carne.

    2 - Budismo e cristianismo: afinidades1. O budismo, ao pretender a redeno do ser humano dos cativeiros

    que o prendem, por excelncia uma religio salvacionista. Apregoa a ilu-minao, o despertar, o conhecimento das quatro verdades santas e o nobre

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    caminho ctuplo como meio para alcanar o objetivo. Buda pessoa ilumi-nada. Sabe que o mal nasce do apego aparncia do ser, da gula por vida efelicidade. Salvao, assim possvel concluir, se processa como desmundi-alizao, como um soltar-se, como um apagar do eu, como imerso nonirvana, isto , no vcuo, onde nada mais o prende. O nirvana comoestao final do ser humano depois de rompido o ciclo das reencarnaes suscetvel de descries variadas. Mas o paraso espera do ser humano,o horizonte de toda lide. A despeito das diferenas entre as concepes es-catolgicas crists e a esperana budista, comum a elas a convico deque o ser humano necessita de salvao. No mundo existe negatividade de-mais para que ele seja aceito tal como est. Somente uma iluminao sal-vfica (cf. Ef 5.14) vai permitir ao ser humano fugir do que lhe diminui eaniquila a existncia. Nisto, cristianismo e budismo concordam.

    2. Tambm no que diz respeito ao desapego, h paralelos a indicar.Diz a Bblia que no temos aqui morada permanente (Hb 13.14). Tudo transitrio, e nada definitivamente nosso. Por isso, o apstolo Paulo reco-menda possuir como se no possussemos, ter como se no tivssemos, poisa aparncia deste mundo passa (1 Co 7.29s.). Algo semelhante vale paraas paixes da carne. Quem prender o corao s coisas fteis deste mun-do ver frustrados seus anseios. Tambm na Bblia o mau desejo responsa-bilizado por desventura e desgraa. Ele est na raiz de males como o assas-sinato, o adultrio, a idolatria e outros. Se esses desejos controlarem o serhumano, viveremos segundo a carne e no conforme o esprito. No prender-se a este mundo, mas aprender a largar as coisas, nisto budismo e cristianis-mo novamente a despeito de certas diferenas so unnimes.

    3. Tanto a tradio judaico-crist quanto a budista prezam a sabedo-ria. A Bblia depositria de uma enorme tradio sapiencial. O mesmo valepara as tradies budistas. A sabedoria se distingue da cincia. No perguntaapenas pelo que se pode saber, pergunta antes pelo que convm, pelo queimporta, pelo que d certo. Ela resulta de experincias de vida. A prpriabiografia de Sidarta Gautama, o fundador do budismo e venerado como Buda,o ilustra. Ele levou tempo at encontrar o caminho da perfeio, que, segundoa sua descoberta, o caminho mdio, afastado dos extremos de ambos oslados. Na Bblia, ns temos a sabedoria de Jesus de Nazar, a sabedoriaacumulada do povo de Israel, a sabedoria da primeira cristandade, para aqual o Esprito Santo no era apenas o Esprito da verdade, mas tambm dasabedoria (Ef 1.17). Esse tema poder ser assunto palpitante na agenda dodilogo budista-cristo com a possibilidade de convergncias substanciais ede enorme relevncia justamente num mundo to estpido como o dos scu-los XX e XXI.

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    4. As convergncias so particularmente flagrantes quando se con-templa a tica budista. Ela oferece numerosos paralelos com o que o NovoTestamento qualifica como os frutos do Esprito (Gl 5.22s.). O caminho daperfeio, seguindo a senda ctupla, pretende pureza de inteno em todosos sentidos. F pura, linguagem pura, ao pura... Disse Jesus: Bem-aven-turados os puros de corao, porque vero a Deus. (Mt 5.8). Para ele,assim como para a cristandade posterior, a pureza j no mais possui nature-za ritual, mas moral. No cdigo tico budista, no faltam virtudes to cen-trais para o cristianismo como a misericrdia, a generosidade, a pacincia, oamor, o respeito ao outro e a proteo vida. Em questes de tica, portanto,existem fortes proximidades, devendo-se admitir que budistas, especialmenteos monges, no que diz respeito conduta moral, podem tirar vantagens sobremuitssimos cristos.

    5. Seja reiterado que se trata de tangentes, no de concepes exa-tamente coincidentes. Pois o que parece ser igual insere-se em referenciaisdistintos, mudando o significado. No entanto, h responsabilidades comunsdas religies. Devem trabalhar todas a mesma realidade humana, buscar res-postas conjuntas e elaborar regras de convivncia. A descoberta das seme-lhanas certamente facilitar a tolerncia em assuntos divergentes.

    3 - Diferenas e questionamentosCristianismo e budismo representam vias distintas em que est em

    jogo nada menos do que salvao. Que isto? As respostas divergem.Exemplifico em trs blocos temticos:

    1. O primeiro diz respeito a Deus. Diz-se que o budismo religioatia ou, no mnimo, agnstica. Assim tambm o li em artigo publicado narevista Superinteressante de maro deste ano. Mas isto verdade apenascom algumas srias restries. Pois se Deus designa aquela realidade ltimaque carrega o universo e lhe d razo e rumo, se Deus concebido comosendo o Alfa e o mega (Ap 1.8), o incio e o fim, ento tambm o budismofala de Deus. Tambm ele conhece algo absoluto, fundamental, eterno. Omelhor termo que o descreve darma. Possui significados mltiplos, masdesigna essencialmente a ordem csmica, a lei que rege o universo e qual oser humano deve adequar-se. Inclui o carma das pessoas, isto , o saldoacumulado das aes humanas que define o modo da reencarnao. Pode-sedizer tranqilamente que a realidade ltima a determinar o cosmo essa lei, ada causa e do efeito, do nascer e do morrer, da retribuio pelas obras. Nessalei, assim ouso afirmar, est a divindade budista.

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    2. A f crist pensa diferente. A realidade fundante do cosmo no uma lei, e, sim, uma vontade. No incio de todas as coisas est umpropsito, uma inteno, um sentido. E este de natureza amorosa. A fcrist de modo algum cega frente frieza do universo e s leis que ocomandam. No jogo csmico, Deus est em nenhuma evidncia. A f cristsabe do deus absconditus, do Deus oculto em suas obras. Mesmo assim,ela arrisca a crer que seja o amor a fora fundante do cosmo, certeza estaque lhe foi aberta por Jesus Cristo. Quem contempla a realidade com essesolhos perceber outra coisa do que uma lei impiedosa, uma ordem fria, umaestrutura impessoal. Deus no lei, Deus amor (1 Jo 4.16). Isto fazalguma diferena. O ser humano convidado a saber-se sustentado em to-das as desgraas pelo poder do amor, na vida e na morte. Por isso mesmo,existe perdo. E misericrdia no se resume em imperativo tico. realidadeexperimental, anterior ao compromisso. Tambm a f crist sabe que Deusno pode ser imaginado maneira humana. Deus Esprito (Jo 4.24). Toda-via, mesmo com essa ressalva, existe a possibilidade de se dirigir a Deus emorao, como filhos a seu pai amado. Pois, se Deus vontade, ento tambmo Esprito assume caractersticas de pessoalidade. A maneira de falar sobreDeus no nada opcional. Verdade, ou melhor, vida est em jogo e umamaneira de existir. O dilogo cristo-budista exemplo para tanto.

    3. Passo para o segundo exemplo: o budismo apregoa o sofrimentocomo o mal maior da humanidade. Oferece vias para super-lo, conduzin-do assim felicidade, respectivamente, perfeio. A f crist no afirmaexatamente a mesma coisa. No enxerga no sofrimento, mas no pecado acausa ltima da desgraa humana. Sofrimento efeito colateral do pecado.Se interpreto bem, o budismo poderia at mesmo concordar com tal afirma-o, pois atribui o sofrimento a fatores subjacentes como o apego vida, oengano por sobre a natureza do eu, etc. Mesmo assim, no h identidadede causa. O pecado coisa bem mais sria, grave e contundente do que aignorncia relativa essncia das coisas e o frentico anseio por vida. Peca-do o desejo assassino do ser humano, o dio a Deus e criatura o que nobudismo no tem paralelo. Pergunto: ser que o budismo no diminui a gravi-dade do mal neste mundo e se ilude quanto natureza prfida do ser huma-no? O ser humano precisa ser salvo de qu? Do sofrimento apenas ou dealguma enfermidade mais profunda, de um cncer a lhe corroer a vida?

    4. Tambm o cristianismo anseia pela superao do sofrimento. Bem-aventurados os que choram, porque sero consolados, diz Jesus. O reino deDeus consiste em justia, paz e alegria, onde tudo o que atribula o ser humanopertencer em definitivo ao passado. No entanto, evitar o sofrimento portodos os meios no pode ser, por ora, a meta da existncia crist. Pois impor-

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    ta distinguir o sofrimento evitvel, suprfluo, criminoso e o sofrimento a serassumido por causa do amor. Quem ama se torna vulnervel, passvel de dor.Apatia mata o amor. Por isso mesmo, Jesus enfrentou a cruz e no fugiu.Julgou que seu amor exigia tomar esse clice amargo. Amor sem sofrimentono tem mais em vista o prximo ou a pessoa amada. Ter em vista somentea si prprio e a sua perfeio. uma pergunta que eu tenho ao budismo:como pretende salvaguardar a autenticidade do amor sem a disposio paraassumir sofrimento?

    5. A tica budista pretende o bem do prximo. No causar prejuzo vida alheia, no escandalizar, contribuir para a paz no mundo tudo isto sonobres princpios budistas. O sbio budista apregoa a serenidade impassvelda pessoa iluminada. Como conjugar isso com a natureza do amor? Ademais,amor somente por amor se aprende. A lei csmica no ama. No h Deusmisericordioso que agarre a mo do fraco e lhe perdoe as dvidas. Salvao,no budismo, acontece como auto-salvao. o que me faz perguntar se,a despeito do rigor tico, admirvel no budismo, ou justamente por causa domesmo, o mundo budista no , em ltima instncia, frio e impiedoso.

    6. Isso me leva ao terceiro exemplo. No budismo, o bem alheio fundamentalmente efeito colateral do esforo da pessoa por sua pr-pria perfeio. No centro da ateno est a libertao do indivduo da pragadas sucessivas reencarnaes e o alcanar do nirvana. Como vimos, todauma sabedoria que serve a este objetivo. Chama a ateno, porm, que obudismo no tem perspectivas de salvao para o mundo. De certa for-ma, o budismo apoltico, se entendermos poltica no sentido do zelo pelacausa pblica. Pois o mundo passa. No oferece salvao. Esta se processa,antes, como negao do mundo. No tem por meta a vida, mas o dissolver-se na vacuidade. O mundo no merece empenho em sua preservao. Obudismo no conhece criao. Isto redunda, se vejo bem, numa viso alta-mente negativa da realidade. Conforme a Bblia, este mundo, apesar do pe-cado, no consiste num s grande vale de lgrimas. So lembradas as mara-vilhas da criao, encorajando a desfrutar os lados belos da vida. Este mundo amado por Deus (Jo 3.16). Eis por que o ser humano est encarregado degerenciar a criao divina, de cultivar o jardim de den e de assumir respon-sabilidade poltica e social. Como define o budismo a responsabilidade p-blica num estado democrtico?

    7. Na f crist, encontram-se unidas a esperana individual na for-ma da ressurreio dos mortos e a esperana coletiva na forma da esperan-a por novos cus e nova terra (2 Pe 3.13; Ap 21.1s.), ou seja, na forma daesperana pela vinda do reino de Deus. A conjugao das perspectivas nem

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    sempre tem sido fcil. Mas ambas so inseparveis. No existe salvaoindividual em sociedade arruinada, assim como a renovao da sociedadeexige a responsabilidade individual. O indivduo sempre membro de umacomunho da qual no pode isolar-se. No percebi algo anlogo a esta dial-tica na religio budista.

    4 - Observaes conclusivas

    1. O budismo goza de renovada atratividade no Ocidente. H muitosfatores que lhe explicam o fascnio. Sem dispor de anlise acurada, eu pode-ria mencionar a beleza de seus smbolos, o misticismo, a disciplina, a riquezade ritos meditativos, o estilo de vida alternativo. Tambm sua natureza apo-ltica se insere nesse quadro. Ela uma das causas da afamada tolernciabudista. A questo-chave se permanece a abertura para o dilogo e para aprestao de contas sobre a qualidade salvfica das propostas. Atrativida-de em si no nenhum critrio da verdade. O cristianismo est crescendo naChina, por exemplo, onde o budismo tem bem maior tradio do que o credocristo.

    2. Onde, ento, est a verdade? Quem tem razo: Sidarta Gautama, oBuda, ou Jesus de Nazar, o Cristo? No h como demonstrar a verdade,pois no se trata de teoremas geomtricos, e, sim, de verdades religiosas,existenciais, verdades da vida. Mais uma vez o resultado vai comprovar aqualidade da proposta. Sublinho que se trata do resultado do uso, no doabuso da prtica da f. Cristos, por demais vezes, tm desacreditado oevangelho pela traio ao mesmo. Para o budismo tal experincia deve serigualmente familiar. O que preciso avaliar so as conseqncias do quechamamos o discurso fundante de uma religio, no suas perverseshistricas. Pois somente assim estaremos prximos verdade de que portadora. Esta verdade, alis, por si s tem fora de persuaso. Deixemosas verdades concorrer umas com as outras para que elas mesmas mostremseu poder salvfico. Considerando ser limitada a nossa capacidade de juzo, oexame final da mesma ser escatolgico. Somente a chegada da perfeiovai revelar, em definitivo, a verdade da f. At l vamos dialogar, como bonsvizinhos, e testar-nos mutuamente os discursos e as prticas.