bruna srutkowiski santos

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  • 7/23/2019 Bruna Srutkowiski Santos

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    Anais Eletrnico

    VVIIIIEEPPCCCCEEnnccoonnttrrooIInntteerrnnaacciioonnaallddeePPrroodduuooCCiieennttffiiccaaCCeessuummaarrCESUMAR Centro Universitrio de Maring

    Editora CESUMARMaring Paran - Brasil

    RECUPERACO E PRESERVAO DE NASCENTES: UMAALTERNATIVA DE MELHORIA SCIOAMBIENTAL PARA PEQUENOS

    AGRICULTORES DA COMUNIDADE BARREIRO DAS FRUTAS- CAMPOMOURO- PR

    Bruna Srutkowiski Santos , Jefferson de Queiroz Crispim

    RESUMO: O projeto n 573504/2008-3 do conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico(CNPQ) fomentou a tcnica de conservao de nascentes na comunidade Barreiro das Frutas no municpiode Campo Mouro. Entre os inmeros problemas ambientais que o Brasil vem vivenciando, a degradaodas nascentes vem sendo uma das grandes preocupaes pautadas em todo o mundo, pois cada vez maisos desmatamentos prximos aos cursos dgua ocorrem de forma desenfreada e extinguindo os mananciaiscausando srias conseqncias na qual pode ser prejudicial a toda humanidade. Neste contexto, o projetobeneficiou cinco estabelecimentos agrcolas da comunidade Barreiro das Frutas.

    PALAVRAS-CHAVE:Agricultores,nascente, recuperao.

    1 INTRODUONo passado, a produo acelerada e a busca pelo crescimento global degradaram

    significativamente o meio ambiente dentre as conseqncias causadas possveldestacar o desmatamento para a produo industrial e a poluio de rios, provocandosrios danos ao meio ambiente.

    Da gua doce total existente no nosso planeta, cerca de 68,9% encontra-se nasgeleiras, calotas polares ou em regies montanhosas; 30% so guas subterrneas; 0,9% compe a umidade do solo e pntanos; e apenas 0,3% constitui a poro superficial dagua doce presente em rios e lagos (MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p. 17).

    Diante desta problemtica de extrema importncia a preservao da gua desde

    sua nascente, para que haja a garantia da sua qualidade para o consumo. O acesso gua um direito humano fundamental (MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p. 11).Portanto toda pessoa deve ter gua potvel em quantidade suficiente, com custoacessvel e fisicamente disponvel, para usos pessoais e domsticos, conforme previstona legislao brasileira.

    Acadmica do Curso de Geografia da Faculdade Estadual de Cincias e Letras de Campo Mouro FECILCAM PR. Bolsista do Programa de Iniciao Cientifica (PIC). [email protected] Orientador, Professor Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Faculdade Estadual Cincias e Letras deCampo Mouro FECILCAM PR [email protected]

    ISBN 978-85-8084-055-125 a 28 de Outubro de 2011

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    Editora CESUMARMaring Paran - Brasil

    Segundo a Organizao Mundial de Sade - OMS, para cada R$1,00 investido emsaneamento bsico, economiza- se de R$ 4,00 a R$5,00 em gastos com sade pblica.Nesse sentido, preservar a qualidade da gua promover a sade dos seres humanos.

    Desta forma o desenvolvimento de tcnicas para recuperao de nascente doscursos de gua no so apenas atitudes que satisfazem a legislao ou propiciam acomunidade do aproveitamento das guas para as mais variadas atitudes humanas, masso, acima de tudo, aes concretas em favor da vida, desta e das futuras geraes donosso planeta.

    Entende-se por nascente o afloramento do lenol fretico, que vai dar origem auma fonte de gua de acmulo (represa), ou cursos dgua (regatos, ribeires e rios)(CALHEIROS, 2004, p. 13). Em virtude de seu valor inestimvel, deve ser tratado comcuidado todo especial.

    A nascente ideal aquela que fornece gua de boa qualidade, abundante econtnua, localizada prxima do local de uso e de cota topogrfica elevada, possibilitandosua distribuio por gravidade, sem gasto de energia.

    No entanto, as nascentes, cursos dgua e represas, embora distintas entre si porvrias particularidades, apresentam como pontos bsicos o controle da eroso do solo pormeio de estruturas fsicas e barreiras vegetais de conteno, minimizao decontaminao qumica e biolgica e aes mitigadoras de perdas de gua por evaporao

    e consumo pelas plantas (CALHEIROS, 2004).A devastao das matas ciliares tem contribudo para assoreamento, o aumento daturbidez das guas, o desequilbrio do regime das cheias, a eroso das margens degrande nmero de cursos dgua, alm do comprometimento da fauna silvestre(OLIVEIRA-FILHO 1994)

    2 MATERIAL E MTODO

    Para o processo de recuperao e proteo das nascentes foram utilizadas rochasbaslticas, canos PVC de 100 mm, solo peneirado, cimento, retirada do excesso deresduos orgnicos da rea de entorno da nascente, em seguida constri-se um banco depedras, que auxiliar na retirada das impurezas da gua, e na seqncia o preparo deuma massa, misturando-se o cimento com solo peneirado na proporo de 3 x 1 ou seja,trs partes de solo para uma de cimento, com o qual confeccionou-se uma camadaprotetora fechando completamente essa fonte. Esta tcnica conhecida como solo-cimento e o objetivo impermeabilizar a nascente e garantir a sade dos usurios, poismuitas vezes, os animais defecam prximo ou no interior das nascentes, entrada deinsetos e queda de folhas que apodrecem, alterando seu padro de potabilidade, alm doassoreamento destas fontes muitas vezes causadas por movimento de solos e eroso.

    Sendo assim, a vegetao de extrema importncia para que haja a proteo dosolo, evitando ento eroses, desmoronamentos de encostas e assoreamento dos corposdgua, ou seja, contribuindo para a preservao do solo. A preservao da coberturaflorestal tambm traz diversos benefcios ao homem, como a conservao dabiodiversidade que gera benefcios sociais, fornece inimigos naturais contra pragas edoenas no cultivo agrcola, atenua mudanas climticas, e conseqentemente, os seusefeitos, ajuda a controlar as enchentes, entre outros (BENEDITO, 2001).

    3 RESULTADO E DISCUSSO

    Os resultados obtidos foram o envolvimento dos agricultores com os trabalhosdesempenhados, resultado de trabalhos de educao Ambiental e reunies peridicascom as famlias. A proteo das nascentes desempenha o papel de evitar a contaminao

    direta por agrotxicos e tambm insetos e animais. A alegria estampada na face dos

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    agricultores aps o trmino de conservao das nascentes e a discusso de melhoriasque cada um apresenta, relembrando o antes e observando o futuro mostra o grau deaprendizado com a educao Ambiental e refora que as questes ambientais quandotrabalhadas minuciosamente e envolvendo a comunidade, os resultados so excelentes.

    A gua das nascentes reduziu totalmente a entrada de materiais alctones (vindosde outros ambientes), entrada de insetos, entre outros, melhorando a qualidade dasguas servidas aos agricultores que antes eram obtidas de nascentes totalmenteexpostas.

    4 CONCLUSO

    No Brasil, embora a gua seja considerada recursos abundantes existem reasmuito carentes a ponto de transform-la em um bem limitado s necessidades do homem.Normalmente, a sua escassez muito mais grave em regies onde o desenvolvimentoocorreu de forma desordenada, provocando a deteriorao das guas disponveis, devidoao lanamento indiscriminado de esgotos domsticos, despejos industriais, agrotxicos eoutros poluentes (MOITA & CUDO, 1991)

    As nascentes so enquadradas como rea de preservao permanente (APP) eprotegidas pelo Cdigo Florestal (Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965). Sendo

    assim, a conservao de nascente por meio da vegetao ripria e da tcnica conhecidacomo solo-cimento impermeabiliza e impede a alterao de potabilidade. Este trabalhopermitiu atingir famlias de pequenos agricultores e reduzir impactos sobre os recursoshdricos melhorando a qualidade de vida das famlias envolvidas e divulgao dostrabalhos realizados pelos prprios agricultores beneficiados pelo sistema.

    REFERNCIAS

    Benedito, C. O municpio e o meio ambiente: das reas de preservao permanente.Piracicaba, 2001. 29 p. Monografia (Trabalho de Concluso de Curso) Escola deEngenharia de Piracicaba, Fundao Municipal de Ensino de Piracicaba.

    BRASIL. Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965.

    CALHEIROS, R. O. et al. Preservao e recuperao de nascentes. Comit de BaciasHidrogrficas. Piracicaba, 2004.

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE. gua: Manual de Uso. Implementando o PlanoNacional de Recursos Hdricos. 2 Edio. Braslia: Grfica da Repblica, 2008. 110 p.

    MOITA, R.; CUDO, K. Aspectos gerais da qualidade da gua no Brasil. In: REUNIOTCNICA SOBRE QUALIDADE DA GUA PARA CONSUMO HUMANO E SADE NOBRASIL, 1991, Braslia. Anais... Braslia: Ministrio da Sade, Secretaria do MeioAmbiente, 1991. p.1-6.

    OLIVEIRA-FILHO, A. T. Estudos ecolgicos da vegetao como subsdios paraprogramas de revegetao com espcies nativas: uma proposta metodolgica.Lavras - MG, Rev. Cerne, 1 (1):64 a 72. 1994.