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15 UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Celso Cardoso de Lima BROCHAMENTO INTERNO DO BRAÇO DE ARTICULAÇÃO DE AÇO ABNT 1045 FORJADO Taubaté-SP 2006

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15

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Celso Cardoso de Lima

BROCHAMENTO INTERNO DO BRAÇO DE

ARTICULAÇÃO DE AÇO ABNT 1045 FORJADO

Taubaté-SP

2006

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16

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Celso Cardoso de Lima

BROCHAMENTO INTERNO DO BRAÇO DE

ARTICULAÇÃO DE AÇO ABNT 1045 FORJADO

Dissertação apresentada para obtenção do

Título de Mestre em Engenharia Mecânica do

Departamento de Engenharia Mecânica da

Universidade de Taubaté.

Área de Concentração: Tecnologia de

Materiais e Processos de Fabricação.

Orientador:

Prof. Dr. Gilberto Walter Arenas Miranda

Taubaté-SP

2006

17

L732i

Lima, Celso Cardoso de.

Brochamento interno do braço de articulação de aço ABNT 1045 forjado.

/ Celso Cardoso de Lima. – Taubaté: Unitau, 2006.

113 f. il; 30 cm.

Dissertação (Mestrado) – Universidade de Taubaté. Faculdade de

Engenharia Mecânica. Tecnologia de Materiais e Processos de Fabricação.

Orientador: Prof. Dr. Gilberto Walter Arenas Miranda.

1. Forjamento. 2. Brochamento. 3. Usinabilidade

I. Universidade de Taubaté. Departamento de Engenharia Mecânica.

II. Título.

18

À MINHA ESPOSA

Fiel companheira de trabalho

AO MEU FILHO

Um exemplo modesto de trabalho

19

AGRADECIMENTOS

Á PROFª.DRA. Ana Paula Rosifini Alves que me concedeu a oportunidade e incentivo para a

obtenção deste título.

Aos amigos coordenadores da produção da Yamaha Srs. Takahisa Gokita, Cássio Bianchi

Machado, Wagner Valentini, Armando Antonio Caseiro Rodrigues, Mauro Augusto de Souza,

que concederam a oportunidade do desenvolvimento de todo o trabalho de pesquisa e os

colaboradores José Carlos Costa, Aparecido Cruz Clementino e Daniel Alcântara pelo

suporte.

Ao meu orientador o Profº. Dr. Gilberto Walter Arenas Miranda, pelo apoio e incentivo para o

término deste mestrado.

Ao Profº. Dr. Anselmo Monteiro Ilkiu pelas orientações de alguns testes e a cooperação do

Sr. José Arauto Ribeiro pela ajuda e disposição quanto à utilização dos equipamentos de

análise de estrutura.

Aos amigos coordenadores do laboratório físico da Yamaha Srs. Luiz Alves, Agnaldo

Santana, Claudemir, Anderson, Lucimar, que incentivaram com seus equipamentos o

desenvolvimento de todo o trabalho.

Ao amigo Carlos Nunes de Oliveira da Corneta Ltda., que executou os ensaios de dureza.

20

“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita

os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa

vontade e perseverança”.

Faço do meu dever o meu prazer.

Celso C. Lima

21

Resumo

A Indústria na busca da competitividade tem racionalizado seus processos de

produção, buscado a integração entre as fases de desenvolvimento do produto e operações de

usinagem visando um melhor custo beneficio. Dentro deste enfoque o processo de usinagem

por brochamento surge como uma solução natural para determinado tipo de operações. O

processo utiliza ferramenta de desbaste, semi-acabamento e acabamento em seqüência. A

eficiência do processo está no aumento da qualidade, redução de peças com anomalias,

redução de tempos operacionais, aumento da produtividade, redução de custos da peça

usinada e o alívio da tensão mental e física de trabalhadores por ser executada de forma

simplificada. O brochamento é um processo onde o complexo movimento vertical/horizontal

da mesa e de retorno da ferramenta é eliminado. A ferramenta monocortante é substituída por

uma multicortante, de perfil mais elaborado, que apresenta dentes espaçados com arestas de

corte em posições incrementais. Uma peça forjada que apresenta tensões internas não

aliviadas e na qual é exigida tolerância geométrica apertada na usinagem de furo, como a

cilindricidade, mesmo com a utilização do processo de brochamento não dá condição de

garantir a tolerância. Este trabalho visa mostrar os resultados obtidos no processo de

brochamento de furo em um braço de articulação, através da mudança da microestrutura do

aço forjado ABNT 1045, obtida através de tratamento térmico de normalização e revenimento

com controle apurado de temperatura para a produção de uma microestrutura definida, com

garantia de propriedades mecânicas como resistência e ductilidade. Como conseqüência, uma

melhoria na usinabilidade do material da peça foi obtida. Devido às variações de

produtividade da brocha, foram realizadas análises na estrutura do material, nos flancos e no

grau de acabamento superficial da ferramenta. Nos testes realizados em peças foram feitas

medições de: cilindricidade, potência média consumida, rugosidade e dureza.

Palavras Chave: Forjamento, Brochamento, Usinabilidade.

22

Abstract

The Industry in the search of the competitiveness has been rationalizing your

production processes, looked for the integration between the phases of development of the

product and machining operations seeking a better cost I benefit. Inside of this focus the

machining process for broaching appears as a natural solution for certain type of operations.

The process uses rough-hewing tool, semi-finish and finish in sequence. The efficiency of the

process is in the increase of the quality, reduction of pieces with anomalies, reduction of

operational times, I increase of the productivity, reduction of costs of the piece machining and

the relief of the workers' mental and physical tension for being executed in a simplified way.

The broaching is a process where the compound moves vertical/horizontal of the table and of

return of the tool it is eliminated. The tool mono-sharp is substituted by a multi-sharp, of

profile more elaborated, that presents teeth spaced with cut edges in positions you increase. A

wrought piece that not presents internal tensions alleviated and in which tight geometric

tolerance is demanded in the hole machining, as the cilindricity, even with the use of the

broaching process he/she doesn't give condition of guaranteeing the tolerance. This work

seeks to show the results obtained in the process of hole broaching in an articulation arm,

through the change of the microstructure of the forged steel ABNT 1045, obtained through

thermal treatment of normalization and tempering treatment with select control of temperature

for the production of a defined microstructure, with warranty of mechanical properties as

resistance and ductility. As consequence, an improvement in the machineability of the

material of the piece was obtained. Due to the variations of productivity of the brush, analyses

were accomplished in the structure of the material, in the flanks and in the degree of

superficial finish of the tool. In the tests accomplished in pieces they were made

measurements of: cilindricity consumed medium potency, roughness and hardness.

Key-words: Forging, Broaching, Machineability

23

Lista de Figuras

1.1 Gráfico demonstrativo de peças produzidas x peças não conforme....................................15

2.1 Efeito do encruamento (por trefilação) na Vida da ferramenta...........................................21

2.2 Comparação entre velocidades de corte nos aços C 1120 e B1112 e os respectivos acabamentos superficiais atingidos, para uma vida de 100 min..........................................22

3.1 Aço carbono hipereutetóides...............................................................................................28

4.1 Processo típico de brochamento interno..............................................................................32

4.2 Partes principais de uma brocha cilíndrica interna, segundo norma DIN 1415..................33

4.3 Formas de hastes de fixação de uma brocha interna de tração, conf. Norma DIN 1415.....33

4.4 Ângulos de ataque γ corte β e incidência α.........................................................................34

4.5 Desenvolvimento do passo..................................................................................................37

4.6 Avanço a com desenvolvimento do incremento (elevação)................................................37

4.7 Acomodação de cavacos entre dentes de uma brocha circular. (a) alojamento insuficiente, (b) alojamento suficiente.....................................................................................................38

4.8 Detalhes da geometria dos dentes de uma brocha com ranhuras de quebra-cavacos..........38

4.9 Demonstrativo do ângulo de alívio e bolsa de cavaco.........................................................39

4.10 Processo de brochamento interno e externo......................................................................41

4.11 Brochas típicas para o processo interno.............................................................................42

4.12 Perfis de dentes de desbastes de brochas internas.............................................................42

4.13 Evolução da forma de um furo com o processo do brochamento......................................43

4.14 Brochadeira Vertical..........................................................................................................47

4.15 Brochadeira Horizontal......................................................................................................47

5.1 Figura da matriz do braço de articulação............................................................................48

5.2 Braço de articulação............................................................................................................49

5.3 Brochadeira Nachi, origem Japão e os dados técnicos........................................................50

5.4 Ferramenta brocha introduzida no braço de articulação......................................................51

5.5 Controle dimensional com calibrador tampão do braço de articulação..............................52

5.6 Desenho esquemático da montagem da bucha no braço de articulação..............................53

5.7 Corpo de prova do Braço de articulação dividido em quatro partes; (c) análise visual e medição com o rugosímetro modelo SJ-400 Mitutoyo........................................................54

5.8 Desenho da ferramenta com os pontos de medição da potência.........................................54

5.9 Posição das micrografias no corpo de prova - Micrografias mostrando a estrutura do material na posição............................................................................................................. 56

6.1 Gráfico de Comparação Média de Dureza em HB entre a Superfície e o Núcleo do Braço de Articulação (1) forjado, temperado, revenido (2) forjado, normalizado, temperado e revenido...............................................................................................................................58

6.2 Micrografia com grãos grosseiros - Micrografia com grãos mais definidos.......................59

24

6.3 Gráfico Demonstrativo de Potência Consumida em kW no Braço de Articulação com aço ABNT 1045 (1) forjado, temperado e revenido e (2) forjado, normalizado, temperado e revenido...............................................................................................................................60

6.4 Gráfico demonstrativo de Cilindricidade do aço ABNT 1045 do Braço de Articulação (1) forjado, temperado e revenido (2)forjado, normalizado, temperado e revenido...............................................................................................................................60

6.5 Gráfico Resultante Médio das Rugosidades do Braço de Articulação após o processo de (1) forjamento, tempera, revenimento (2) forjamento, normalização, têmpera e revenimento.........................................................................................................................61

6.6 Desgaste da ferramenta nos dentes de acabamento com o tratamento normal e modificado...............................................................................................................................62

6.7 Gráfico Comparativo do desgaste dos dentes da brocha (1) forjamento, tempera, revenimento (2) forjamento, normalização, têmpera e revenimento...................................62

6.8 Gráfico Comparativo de Custo da Afiação e Ferramenta por peça produzida....................63

25

Lista de Tabelas

4.1 Valores orientativos para as penetrações de avanço por dentes asf (mm) para o brochamento.......................................................................................................................36

4.2 Pressão específica de corte Kc [N/mm2].............................................................................36

4.3 Velocidade de corte conforme o tipo de material...............................................................40

4.4 Relação de materiais e a velocidade de corte com uma brocha de aço rápido...................40

4.5 Indicação de líquidos de corte para diversos materiais a serem brochados........................45

5.1 Mudança executada no tratamento térmico da peça (braço de articulação).......................56

6.1 Demonstrativo dos resultados das condições de usinagem................................................63

26

Sumário

1.0 Introdução............................................................................................................................15

2.1 Usinabilidade dos Materiais................................................................................................18

2.2 Ensaio de Usinabilidade......................................................................................................18

2.3 Índice de usinabilidade (I.U.)..............................................................................................19

2.4 Usinabilidade e as propriedades do material.......................................................................20

2.5 Fatores metalúrgicos que afetam a usinabilidade dos aços.................................................20

2.6 Ensaios de usinabilidade baseados na produtividade..........................................................22

3.1 Forjamento e tratamento térmico.........................................................................................23

3.2 Tratamento térmico..............................................................................................................25

3.2.1 Recozimento.....................................................................................................................26

3.2.2 Normalização....................................................................................................................27

3.2.3 Têmpera............................................................................................................................28

3.2.4 Revenimento ....................................................................................................................29

3.2.5 Coalescimento...................................................................................................................29

4.0 Brochamento........................................................................................................................30

4.2 Ferramenta brocha...............................................................................................................32

4.2.1 Nomenclatura de uma brocha...........................................................................................34

4.2.2 Cavaco..............................................................................................................................37

4.2.3 Geometria de corte...........................................................................................................38

4.2.4 Velocidade de corte..........................................................................................................39

4.2.5 Classificação das brochas.................................................................................................40

4.2.6 Tipos de brochas...............................................................................................................41

4.2.7 Materiais para confecção da brocha.................................................................................44

4.2.8 Fluídos usados no brochamento........................................................................................44

4.3 Vantagens do brochamento.................................................................................................45

4.3.1 Razões da alta produtividade............................................................................................45

4.3.2 Produção...........................................................................................................................46

4.3.3 Pela seqüência de corte.....................................................................................................46

4.3.4 Pela função........................................................................................................................46

4.4 Brochadeira..........................................................................................................................46

4.4.1 Brochadeiras Verticais......................................................................................................46

4.4.2 Brochadeiras Horizontais..................................................................................................47

5.0 Procedimento Experimental.................................................................................................48

27

5.1 Obtenção dos corpos de prova.............................................................................................48

5.2 Brochadeira no processo......................................................................................................50

5.3 Ferramenta, Geometria de corte, comprimento, condições de usinagem............................50

5.4 Condições de usinagem.......................................................................................................51

5.5 Tratamento Térmico normal e modificado braço de articulação.........................................55

5.6 Instrumentos e medições......................................................................................................56

6.0 Resultados e discussões.......................................................................................................58

6.1 Dureza estrutural..................................................................................................................58

6.2 Avaliação da micrografia.....................................................................................................58

6.3 Potência consumida.............................................................................................................59

6.4 Avaliação da cilindricidade ................................................................................................60

6.5 Avaliação da rugosidade......................................................................................................60

6.6 Desgaste da brocha..............................................................................................................61

6.7 Comparação de vida e custo de afiação...............................................................................63

7.0 Conclusões...........................................................................................................................64

Referências bibliográficas...................................................................................................65

28

Introdução Motivação

De acordo com a Figura 01 o levantamento de dados referente o Braço de Articulação

no período do mês de Abril de 2004 até o mês de Julho de 2005, teve sua produção de 37454

peças tem uma não conformidade de 3186 peças. Isso representa uma perda de R$ 45.000,00

com um percentual de 8.5% de prejuízo, o que nos levou a motivação e realização da

melhoria deste processo.

Figura 1.1 – Gráfico demonstrativo de peças produzidas x peças não conforme

Este trabalho foi desenvolvido, visando à melhoria do processo de brochamento

utilizado na empresa Yamaha Motor do Brasil Ltda., fabricante de componentes para motores.

No Brasil foi originalmente criada em 1970, para importar e distribuir motocicletas e prestar

serviços de suporte ao mercado nacional.

Com novas perspectivas de mercado, foram ampliados gradativamente seus

investimentos no país, passando a absorver novos processos com a nacionalização progressiva

de componentes mecânicos do produto, já que para o mercado interno de motocicletas o

princípio é o da verticalização dos processos.

29

Entre os desafios estava a necessidade de se obterem processos mais produtivos e

econômicos, visto que, com a globalização e a crescente queda das barreiras entre os

mercados, existe uma previsão de crescimento para os próximos anos, em função das

condições econômicas favoráveis do país, devido ao perfil sócio-econômico da população.

Um desses processos é o brochamento que faz parte de uma cadeia produtiva crescente na

usinagem da indústria automobilística.

A vida útil da ferramenta nos processos de usinagem é um dos fatores que tem

influência na produtividade e nos custos da produção, por isso, as empresas preocupadas em

reduzir seus custos, buscam meios para poder obter um aumento da mesma, sem alterar a

qualidade do produto. No processo de brochamento reveste-se ainda de uma maior

importância em função do alto custo da ferramenta.

O material é removido da peça pelos dentes que entram em ação um atrás de outro

através de movimento relativo, normalmente linear, da ferramenta em relação à peça. O

progresso do trabalho de brochar, como também a forma e dimensões das superfícies

brochadas, são determinadas pela construção da ferramenta.

A direção de movimento normalmente é horizontal ou vertical sendo interno ou

externo, dependendo do trabalho em um furo ou em uma forma externa. No brochamento

interno a ferramenta é tirada ou empurrada por um furo ou perfil pré-determinado, já no

brochamento externo a ferramenta é guiada numa condição satisfatória.

O processo de brochamento se caracteriza pelo aumento da qualidade do produto,

redução de não conformidades, redução de tempos operacionais, aumento da produtividade,

redução de custos e alívio da tensão mental e física dos trabalhadores envolvidos.

A importância e os benefícios financeiros conseqüentes do processo de brochamento

mesmo que sendo aplicados timidamente, tem apresentado crescimento bastante significativo.

Mesmo havendo um grau de complexidade técnica, o investimento proporciona custo

benefício.

Para tal situação, o presente trabalho foi realizado explorando a importância da

aplicação do processo do brochamento em relação ao comportamento estrutural do material

aço ABNT 1045 forjado, na usinagem de furo em braço de articulação tomando-se como

ponto de partida o baixo rendimento da ferramenta e as perdas produtivas.

A mudança do tratamento térmico inicial pelo tratamento térmico de normalização

para reduzir as tensões internas sofridas durante a conformação plástica, bem como,

tratamento de revenimento com controle de temperatura apurado para a produção de uma

microestrutura definida com garantia de propriedades mecânicas, como resistência e

30

ductilidade, trouxeram como conseqüência uma melhoria na usinabilidade do material. A

ferramenta utilizada foi uma brocha cilíndrica diâmetro 20 mm de aço rápido sinterizado

ASPM 30 com um metro de comprimento.

Devido às variações de produtividade da brocha, foram realizados diversos testes em

estruturas dos materiais, realizados e analisados os flancos da ferramenta e o grau de

acabamento superficial das mesmas.

Os testes realizados foram feitos medições de, cilindricidade, potência média consumida,

rugosidade e desgastes máximos dos flancos.

De acordo com os dados da Fiesp, o processo do brochamento representa nos nossos

dias 8% na usinagem da indústria automobilística.

Este trabalho tem por objetivo demonstrar que a estrutura do material é de extrema

importância no processo de usinagem por brochamento. A escolha dos tratamentos térmicos

adequados pode resultar como será apresentado em aumento substantivo da vida da

ferramenta, melhoria da qualidade dos furos realizados e consequentemente têm grande

economia na usinagem dos furos.

Finalmente, para atingir o objetivo descrito, este trabalho está dividido nos seguintes

capítulos:

• Capítulo 1: Introdução

• Capítulo 2: Usinabilidade dos Materiais

• Capítulo 3: Forjamento e tratamento térmico

• Capítulo 4: Brochamento

31

Capítulo 2

Usinabilidade dos Materiais

2.1 Generalidades

A usinabilidade é uma forma de expressão bastante difundida no mundo da usinagem

que co-relaciona variáveis como a complexidade e a importância da propriedade do material

da peça e a ferramenta de corte em seus processos. De acordo com uma coletânea de autores,

Ferraresi(1) (2003); Stipkovik(2) (1970); Diniz et al(3) (2005); Arfeld et al(4) (1977); a definição

para usinabilidade pode ser apresentada da seguinte forma:

A usinabilidade de um metal é definida como grandeza tecnológica, expressa por meio

de um valor numérico comparativo (índice de usinabilidade ou porcentagem), um conjunto de

propriedades de usinagem de metal, em relação a outro tomado como padrão. Estando

intimamente ligado sendo o comportamento dos materiais durante o corte com ferramenta,

não podendo definir de forma independente da ferramenta de corte e vice-versa.

As propriedades de usinagem estabelecidas são: acabamento superficial da peça,

capacidade produtiva da máquina, o resultado característico do cavaco, temperatura de corte,

força de corte.

2.2 Ensaio de Usinabilidade

Há várias formas de adquirir parâmetros de medição da usinabilidade. Um dos meios

de adquirir esse parâmetro é usinar um material junto com outro material, tomado como

padrão, até o fim da vida da ferramenta ou até um ponto aceitável do desgaste da ferramenta,

com diversas velocidades de corte tomando como referencia da vida útil da ferramenta, por

exemplo, 20 minutos ou 60 minutos. O índice de usinabilidade (I.U.) é dado pela relação

(Velocidade de corte Vc 20 ou Velocidade de corte Vc 60) do material usinado no ensaio em

relação ao mostrado como padrão.

32

2.3 Índice de usinabilidade (I.U.)

20(padrão) Vc

ensaiado 20(mat. VcUI

).. = (2.1)

O material utilizado como padrão mais usual é o aço AISI B1112, (SAE 1112), (DIN

1651) dureza “Brinell” 179-229, resistência à ruptura σr = 362,846 Mpa e alongamento δ =

25%, material considerado com um índice 100% de usinabilidade quando usinado com uma

velocidade de 54 m/min com um fluído adequado. A propriedade de usinagem obtida como

critério de usinabilidade é a medição da vida da ferramenta.

Existem também outros tipos de ensaios de curta duração, utilizado como critério a

força de usinagem o acabamento de superfície, etc. No critério de curta duração, são levadas

em conta como condições forçadas de usinagem como material com cortes interrompidos ou a

utilização da ferramenta tenha pouca resistência ao desgaste, de forma que os ensaios possam

ser realizados em um curto espaço de tempo.

Quanto aos ensaios de força de usinagem e acabamento de superfície da peça, não são

baseados na vida da ferramenta, são considerados também de curta duração, usinando apenas

um passo da mesma, pode-se obter os valores desejados, desprezando o crescimento do

desgaste até o término de vida da ferramenta.

De acordo com Stipkovik(2) (1970), foi assim que a associação das siderúrgicas da

Alemanha simplificou e determinou alguns controles de condições de usinabilidade como:

1. Ensaios de duração da ferramenta

2. Ensaios com velocidade de corte

3. Ensaios com força de corte

4. Ensaios de formação de cavaco

Um dos itens mais usuais e rápidos é o aumento gradativo da velocidade de corte.

Segundo Ferraresi(1) (2003), a usinabilidade de um metal é expressa segundo um valor

de corte, características do cavaco, freqüência e amplitude de variação da força de usinagem,

grau de recalque, coeficiente volumétrico e forma de cavaco. Demais metais como o aço

C1109 com dureza entre 137 a 166 HB, tem um índice de usinabilidade de 85%. O aço 4137

com dureza 187 a 229 HB possui um índice de usinabilidade de 60%.

Segundo Ferraresi(1) (2003), Sorensen (1948) analisou e determinou a usinabilidade em

aços carbono é a partir da composição química e propriedades mecânicas que é representada

pela usinabilidade relativa M dada por:

33

(2.2)

Onde A1, K1, K2 e K3 são constantes, δ é o alongamento e σt a resistência à ruptura (K

constante da equação de Taylor).

2.4 Usinabilidade e as propriedades do material

Segundo Diniz et al(3)., (2005) a dureza e a resistência mecânica, ductilidade,

condutividade térmica e o encruamento são fatores muito importantes no comportamento da

usinabilidade de um determinado material. Outros fatores que visa à melhoria da mesma é a

quantidade de inclusões, aditivos, partículas duras.

Os fatores principais que valorizam uma boa usinabilidade são a baixa dureza e a

resistência mecânica do material. Um material que se deforma bastante plasticamente antes de

romper é caracterizado como dúctil, quando a ductilidade for muito baixa terá problemas,

como a formação de micro partículas nas arestas de corte das ferramentas.

2.5 Fatores metalúrgicos que afetam a usinabilidade dos aços

Segundo Chiaverini(5) (1988), os altos valores de dureza representam dificuldades na

usinagem, porém os valores médio e baixo facilitam a boa relação com a usinabilidade, mas

as medidas de valores de dureza não serviriam como base para determinação de uma

verdadeira usinabilidade. Dos fatores metalúrgicos dos aços que caracteriza a usinagem é a

dureza; e dentro de todos os testes normalmente realizados foi constatado que aços com baixo

teor de carbono e alta ductilidade, têm tendência à formação da aresta postiça de corte (APC),

reduzindo a vida útil da ferramenta e a deterioração do acabamento superficial da peça

usinada.

Com um aumento percentual de carbono, aumenta a dureza, diminui a ductilidade

dificultando assim a usinabilidade. Um valor médio de 200 HB caracteriza um número ideal

para a dureza do aço na usinabilidade, na medida em que diminui esta dureza há tendências de

formação de APC na ferramenta.

Quando o valor é maior, há desgaste da ferramenta via abrasão, tendo um aspecto

negativo na usinabilidade. Um dos meios de melhorar a usinabilidade em aços de baixo

3211 .%.

KKCKAM tσσσσ

δδδδ −−+=

34

carbono (aços com dureza menor que 200 HB) é promover um encruamento através de um

processo de conformação a frio.

O encruamento é a resultante do aumento da resistência de um metal, dependendo do

nível da deformação plástica e da habilidade em que o material tende a encruar. Um

determinado material que possui um índice baixo de encruamento requer pouca energia

durante a usinagem para formação de cavaco.

Devido ao índice de encruamento, as formações de APC são bem evidenciadas e, para

isso, se faz necessário o uso de ferramentas com ângulos de fuga bem maiores e as arestas de

corte bem positivas, a fim de que o APC seja pequeno. O mesmo ou ponta crescida é a

inclusão do material usinado sobre a ponta da ferramenta, devido às altas temperaturas que se

formam no processo de corte.

Um material que sofre encruamento antes do processo de usinagem, a exemplo da

conformação mecânica, diminui a ductilidade e a zona plástica, consequentemente se reduz à

possibilidade da formação de material soldado na aresta da ferramenta. A magnitude desse

endurecimento depende da redução de área, da temperatura e do índice de deformação

imposta pelo processo, e também, da forma pela qual o material é usinado.

O encruamento de materiais submetidos a uma seqüência de deformação plástica em

diferentes direções ou de naturezas distintas é diferente do causado por uma deformação que

não varia, alterando-se a forma pela qual o material é deformado, pode-se alterar o

encruamento. Na Figura 2.1 abaixo temos um exemplo de um aço ABNT 1016 que após o

processo de trefilação, estando com a dureza de 125 HB passou para 180HB.

Aço 1016 Laminado a Quente – 124 – 128 HB

Aço 1016 Trefilado a Frio – 174 – 183 HB

Usinagem emdesbaste

Usinagem emacabamento

Furo grandesdiâmetros

Furo pequenosdiâmetros

Operação

Trefilação a frio Laminação a quente

Figura 2.1 - Efeito do encruamento (por trefilação) na Vida da ferramenta (Diniz et al(3).

2005).

35

2.6 Ensaios de usinabilidade baseados na produtividade

Segundo Murphy e Aylward(6) (1960) a comparação da produtividade de um material

de teste em relação ao material considerado padrão, é tomada como parâmetro à vida da

ferramenta de 6 a 8 horas, considerando o acabamento superficial da mesma. A comparação

produtiva determina dois tipos de metais sendo aço C1120 e B1120, considerando

flexibilidades na escolha da ferramenta e afiações, determinando fatores consideráveis como

acabamento superficial e a produtividade.

O comportamento do aço C 1120 demonstrou ser superior 33% ao aço B 1112,

correspondendo a um índice de usinabilidade de 133 (critério velocidade de corte/vida), sendo

considerado o aço B1112 a referência o índice 100, tomado como padrão.

C 1120 47m /min

B 1112 36 - 38m/min

Veloc. de corte para

uma vida de 100 min.

C 1120 133%

B 1112 100 - 105 %

Índice de

usinabilidade

baseado no aço

B 1112= 100%

C 1120 2,9 - 5,3 µm

B 1112 1,30 - 1,32 µm

Rugosidade média

Rmax

C 1120 75%

B 1112 100%

Índices comerciais

de usinabilidade

Figura 2.2 - Comparação entre velocidades de corte nos aços C 1120 e B1112 e os respectivos acabamentos superficiais atingidos, para uma vida de 100 minutos (Murphy e Aylward(6), 1960).

De acordo com a Figura 2.2, mesmo sendo possível usinar ambos os aços em idênticas

condições, eles não apresentam o mesmo índice de usinabilidade, em virtude da diferença do

acabamento superficial. Um dos principais comportamentos desta diferença são os teores de

fósforo (Murphy e Aylward(6), 1960).

36

Capítulo 3.0

Forjamento e Tratamento Térmico

3.1 Generalidades

Segundo Bresciani et al(7)., (1997), o processo de conformação mecânico tem crescido

muito na indústria de manufatura. Ao contrário do processo de fundição que envasa o material

líquido, o forjamento tem necessidade de matrizes para cada tipo de produto com prensas de

elevada capacidade produtiva, fora os problemas de logística do material quente.

Segundo Duesing, e Stodt(8) (1954), a matéria prima básica recebe em primeiro lugar

um aquecimento prévio (até 650ºC), a seguir é levada até temperatura de forja e finalmente há

um período de compensação para o aquecimento em profundidade. Durante a forja formam-se

amassados por causa da oxidação (escamas ou resíduos) que consistem de óxido de protóxido

de ferro.

Segundo Yang e Osakada(9) (1993), forjamento é a transformação de um material

através de um processo de conformação em diversas formas geométricas com deformações

plásticas que são classificados em forjamento quente, morno e frio.

Segundo Button(10) (1998), o processo de forjamento, apresenta diversas variações de

acordo com a temperatura, livre ou em matriz fechada, com ou sem rebarba, em prensa ou

martelo, e processos compostos como o swaging e o cross-rolling. A conformação plástica

tem amplamente conquistado diversos tipos de mercado de manufatura tanto nas etapas

intermediárias e finais como ferramentas manuais, instrumentos cirúrgicos, componentes de

máquinas e automóveis, e outros.

Segundo Johnson(11) (1992), para o processo de forjamento as condições iniciais

adequadas para o pré-processamento exigem um bom fornecimento de temperatura,

velocidade, atrito e propriedades do material a conformar, obtendo-se resultados em termos de

distribuições de deformações, tensões e temperaturas no produto e nas ferramentas que

permitam avaliar possíveis problemas durante o processo como, por exemplo, defeitos nas

peças conformadas.

Segundo Lange(12) (1985) a conformação plástica tem apresentado tensões que geram

discordâncias cristalinas, causando encruamento gerado pela compressão, tração, combinados

37

por tração e compressão, flexão e cisalhamento. Outro fator que contribui para a discordância

cristalina é a variação do controle de temperatura (quente, morno, frio, isotérmico).

Segundo Fujikawa e Ishii(13) (1995), o processo de forjamento a quente distingue-se

pela faixa de temperatura na qual são realizados, isto é, faixas nas quais ocorrem os

mecanismos de recuperação e recristalização.

Segundo Belur e Grandhi(14) (2004) durante o forjamento a quente, o blank é aquecido

a uma temperatura elevada, forjado na forma exigida e esfriado. De certo modo, as peças a

serem forjadas obedecem às tolerâncias especificadas, porém algumas não, sendo

retrabalhadas, quando não sucateadas.

Segundo Dieter(15) (1981), o endurecimento por deformação é um importante meio de

aumento de resistência mecânica de materiais que não correspondem a tratamentos térmicos.

Segundo Stodt(16) (1950), defeitos de fabricação são, por exemplo: granulação grossa

devido a trincas longas ou excesso de aquecimento, ou pela formação de batidas, gretas

provocadas por tensões, queimaduras, contextura defeituosa das fibras, gretas por flexão, etc.

O tratamento térmico depois da forja é especialmente indicado para estas correções sendo um

recozimento abaixo da zona crítica e acima uma normalização conforme norma DIN 7528.

O reforjamento significa aplainar e alisar as formas previamente forjadas e a

calibração das peças. A precisão de dimensões que pode ser alcançada no forjamento de

peças brutas é reduzida, podendo tomar como referência a norma DIN 7168 (discrepâncias

admissíveis para dimensões sem dados de tolerância), tolerâncias mais exatas aumentam

consideravelmente os custos do forjamento.

Recuperar peças forjadas exige um custo extra da produção, que tem como objetivo

maior criar parâmetros para evitar incertezas no campo da formação do metal reduzindo

variação geométrica e custos de produção relacionados. De acordo com tal situação, a

tecnologia nos proporciona exercícios de simulação através de computador com a análise de

elementos finitos (FEA) que são baseados em modelos físicos, mas não levam em conta as

incertezas que acontecem durante a fabricação.

Através do desenvolvimento da técnica industrial, são proporcionados com segurança

alguns parâmetros críticos que devem ser realizados antes de um bom forjamento.

• Temperatura inicial do (material a ser processado) antes de forjar;

• Variações no forjamento no controle da prensa;

• Comprimento do golpe;

• Efeitos térmicos;

38

• Propriedades Materiais;

• Expansão térmica;

• Tensão do fluxo;

• Recristalização do material;

• Posicionamento e balanço do material a ser processado no estampo.

As altas temperaturas proporcionam uma escamação no mesmo formando um óxido

muito frágil e também uma camada escalonada distante da parte forjada. A fricção entre o

material a ser processado e o estampo proporcionam cargas que produzem partes com

defeitos.

É por isso que a quantidade e a qualidade de lubrificação ajudam muito para melhorar

partes forjadas em suas dimensões finais. O coeficiente de transferência de calor é que

determina parte do esfriamento, que varia de 0,01 a 0,09 kW/m2 k, e determina seu efeito nas

dimensões de partes finais depois do ar resfriado, segundo Altan e Ahmetoglu (1996).

Segundo Burkhardt e Stumpp(17) (1964), no forjamento o material é recalcado no

sentido da força no interior de uma matriz, de maneira a preenchê-la, diminuindo a altura e

aumentando a largura. As matrizes se compõem de uma parte superior e uma parte inferior,

que se fecham durante o forjamento, quando necessário previr a formação de uma rebarba.

As rebarbas que se formam durante a forja são eliminadas pelas prensas rebarbadoras

com cortes de rebarbar, estando o material na disposição adequada de fixação, seguido pela

tolerância estabelecida na norma DIN 7524.

A vantagem do forjamento entre matrizes deve-se ao fato que peças com tolerâncias

apertadas saem uniformes e a desvantagem está no custo realmente elevado das matrizes.

Sendo empregado este processo de forjamento apenas para produções em série ou em massa.

3.2 Tratamento Térmico

Segundo Colpaert(18) (1974), o tratamento térmico é a cinética que forma um conjunto

de operações de aquecimento e resfriamento a que são submetidos os aços, sob condições

controladas de temperatura, tempo, atmosfera e velocidade de esfriamento, conforme o

diagrama de fases TTT (Tempo, Temperatura, Transformação).

O tratamento térmico é bastante utilizado em aços de alto teor de carbono ou com

elementos de liga, sendo seus principais objetivos:

• Aumentar ou diminuir a dureza;

39

• Aumentar a resistência mecânica;

• Melhorar a resistência ao desgaste, à corrosão, ao calor;

• Modificar propriedades elétricas e magnéticas;

• Remover tensões internas, provenientes, por exemplo, de resfriamentos desiguais;

• Melhorar a ductilidade, o processo e as propriedades de corte.

Segundo Chiaverini(5) (1988), os principais parâmetros de influência nos tratamentos térmicos são:

• Aquecimento: geralmente realizado a temperaturas acima das críticas, para uma completa

“austenização” do aço. Esta austenização é o ponto de partida para as transformações

posteriores desejadas, que vão acontecer em função da velocidade de resfriamento;

• Tempo de permanência à temperatura de aquecimento: deve ser o estritamente necessário

para se obter uma temperatura uniforme através de toda a seção do aço;

• Velocidade de resfriamento: é o fator mais importante, pois é o que efetivamente vai

determinar à estrutura e consequentemente as propriedades finais desejadas.

Segundo Chiaverini(5) (1988), Colpaert(18) (1974), as siderúrgicas e demais indústrias

escolhem os meios de resfriamento ainda em função da massa e da forma da peça. Dentre os

tratamentos térmicos mais utilizados, encontram-se o recozimento, a normalização, a têmpera

e o revenimento.

3.2.1 Recozimento

A velocidade de esfriamento é sempre lenta e o aquecimento é feito a temperaturas

superiores à crítica. É utilizado quando se deseja remover tensões devido a tratamentos de

conformação realizados a frio ou a quente, tais como o forjamento e a laminação; Através do

recozimento temos:

1. Diminuição da dureza para melhorar a usinabilidade do aço.

2. Alteração das propriedades mecânicas.

3. Ajustar do tamanho do grão.

40

3.2.2 Normalização

A normalização é um tratamento semelhante ao anterior quanto aos objetivos, à

diferença consiste no fato de que o resfriamento posterior é menos lento. Visa refinar a

granulação grosseira de peças de aço fundido, que são também aplicadas em peças depois de

laminadas ou forjadas, ou seja, na maioria dos produtos siderúrgicos.

É também usada como tratamento preliminar a tempera e ao revenido, visando

produzir uma estrutura mais uniforme e reduzir empenamentos. Com este processo obtém-se

comumente uma granulação mais fina do que com o esfriamento do forno.

No estado normalizado, as durezas, bem como os limites de escoamento e resistência

são um pouco mais elevadas do que no estado plenamente recozido, ao passo que o

alongamento e a estricção sofrem ligeira diminuição. A causa dessas alterações reside no fato

de não se processar completamente a separação da ferrita, que deveria separar-se na zona

crítica.

A austenita transforma-se então em uma perlita lamelar muito fina, que contém mais

ferrita do que a proporção normal. A avaliação do teor de carbono pelo aspecto micrográfico

torna-se neste caso impraticável, porque a textura se assemelha à de um aço com teor muito

mais elevado.

Da mesma forma, certas propriedades mecânicas de um determinado aço, como por

exemplo, a resistência à tração (804,145 Mpa), o alongamento diâmetro 10 (13%), a dureza

Brinell (225) diferem dos valores habitualmente encontrados nos ensaios dos aços recozidos,

com igual teor de carbono. O efeito da normalização é tanto mais intenso, quanto maior o teor

de carbono e o de manganês e quanto menor a espessura da peça.

Um aquecimento a temperaturas mais elevadas promoveria a difusão da cementita na

austenita e, durante o esfriamento lento, essa cementita se precipitaria de novo, não se

alterando substancialmente o resultado final. A têmpera realizada pouco acima da zona crítica

produz uma dureza tão alta quanto a resultante de têmperas a temperaturas maiores, sem criar

tensões internas intensas, devido ao excesso de carbono.

A normalização busca obter uma granulação mais fina, e por isso é preciso ultrapassar

a zona crítica para que possa receber completamente a rede de cementita existente, e no

subseqüente esfriamento ao ar, formando assim, uma dispersão fina de carbonetos.

Normalmente em seguida, se faz um recozimento para esferoidizar a cementita. Os

41

aços hipereutetóides só podem ser recozidos ou temperados, quando sua cementita está

esferoidizada e não nos contornos dos grãos.

Figura 3.1 – (a) Aço carbono hipereutetóide, Granulação graúda (Colpaert(18), 1974). (b) Aço carbono normalizado com granulação mais miúda (Colpaert(18), 1974).

De acordo com a Figura 3.1, os aços diferenciam-se entre si pela forma, tamanho e

uniformidade dos grãos que o compõem e, é claro, por sua composição química. Esta pode ser

alterada em função do interesse de sua aplicação final, obtendo-se através da adição de

determinados elementos químicos, aços com diferentes graus de resistência mecânica,

soldabilidade, ductilidade, resistência à corrosão, entre outros.

De maneira geral, os aços possuem excelentes propriedades mecânicas: resistem bem à

tração, à compressão, à flexão, e como é um material homogêneo, pode ser laminado, forjado,

estampado, estriado, e suas propriedades podem ainda ser modificadas por tratamentos

térmicos ou químicos.

3.2.3 Têmpera

Consiste no resfriamento rápido da peça de uma temperatura superior à crítica, com a

finalidade de se obter uma estrutura com alta dureza (denominada estrutura martensítica).

Embora a obtenção deste tipo de estrutura leve a um aumento do limite de resistência à tração

do aço, bem como de sua dureza, há também uma redução da maleabilidade e o aparecimento

de tensões internas.

Procuram-se atenuar estes inconvenientes através do revenido.

42

3.2.4 Revenimento

O revenimento geralmente sucede à têmpera, pois além de aliviar ou remover tensões

internas, corrige a excessiva dureza e fragilidade do material e aumenta a maleabilidade e a

resistência ao choque. A temperatura de aquecimento é inferior zona crítica, e os constituintes

obtidos dependem da temperatura a que se aquece a peça.

3.2.5 Coalescimento

O coalescimento acontece quando a temperatura de revenimento se aproxima demais

da zona crítica e permanece muitas horas na sua vizinhança, faz com que as partículas de

cementita agrupem-se em partículas maiores, formando glóbulos facilmente visíveis em

microscópio, classificados como cementita coalescidas ou esferoidizada. O coalescimento

chega a reduzir a dureza do aço quase pela metade da que possuía no estado recozido,

permitindo assim uma economia apreciável na usinagem de aços de elevado teor de carbono

(materiais extra duros, hipereutetóides), tornando assim uma operação de esforços muito

menor, podendo ser executado com ferramentas comuns e máquinas mais leves.

Fatos experimentais evidenciam que APC não depende da ferramenta e sim do

material usinado e o mecanismo de sua formação e desaparecimento está ligado intimamente

à temperatura de corte, o que não constitui em si uma explicação, a origem do APC deve ser

encontrada nas propriedades físicas do material usinado afetadas pela temperatura de corte.

43

Capítulo 4.0

Brochamento

4.1 Generalidades

A operação de brochamento, brocheamento ou brochagem consiste no arranque de

material da peça por uma sucessão progressiva e linear de corte, a ferramenta é denominada

brocha, a máquina que executa esta operação é denominada brochadeira ou brochadora. A

seguir são apresentadas algumas definições de brochamento.

Segundo Schartz(19) (1951), no processo de escareação a ferramenta é puxada ou

empurrada (ferramenta interna) por um furo ou encostada em uma superfície lateral

(ferramenta externa), quando os dentes de corte são virados para trás e de altura crescente

cortam uma superfície delineada.

Segundo Dalmaso(20) (2005), é uma operação voltada para a produção de grandes lotes,

pois cada operação exige o projeto e a execução de uma ferramenta própria, complexa e de

alto custo. A usinagem por brochamento é um processo que produz furos em todas as formas

geométricas, rasgos de chaveta, estriados ou perfis irregulares internos e externos.

Segundo Lautec(21) (2005), a operação toda é completada em um único passo, onde

desbaste e acabamento são subseqüentes.

Segundo editorial Mundo Mecânico(22) (1985), na usinagem com brocha o complexo

movimento vertical/horizontal da mesa e de retorno da ferramenta são eliminados, a

ferramenta monocortante é substituída por uma ferramenta multicortante, de perfil mais

elaborado, que apresenta uma série de dentes espaçados a uma distância p (passo) e com

arestas de corte em posições incrementais de valor pré-fixado.

Segundo Forst(23) (1973) brochar é um processo cortante de formar figuras

geométricas, pois, a ferramenta brocha consiste em vários dentes um atrás do outro, que têm

uma elevação definida em relação aos dentes precedentes.

Segundo Stemmer(24) (1992) brochamento é um processo de usinagem em que o

movimento de corte é basicamente linear, como no aplainamento, caracterizando-se, porém

pelo emprego de uma ferramenta de múltiplos dentes, de alturas crescentes, dispostos em

série, denominada Brocha (“broach”, que por sua vez vem do latim “brocus”). Provido de

uma saliência em forma de dente, é relativamente comprida, podendo ser forçada por

44

compressão ou tração através de um furo (brochamento interno), ou arrastada sobre a

superfície de uma peça, brochamento externo ou de superfície.

O material é afastado da peça trabalhada por dentes que vêm em ação um atrás do

outro através de movimento relativo, normalmente linear da ferramenta em relação à peça

trabalhada. A espessura das fatias de cavaco removidas é dependente da elevação dos dentes.

Brochando num processo helicoidal há um círculo de movimento rotativo em torno do

eixo longitudinal do brochado, que se sobrepõe no movimento linear. O progresso do trabalho

de brochar, como também a forma e dimensões das superfícies brochadas, são determinadas

pela construção do brochado e anexos.

O processo permite a ferramenta ou a peça de trabalho ser movida, cujas direções

normalmente são horizontais ou verticais. É possível distinguir entre brochamento interno

(furo) e externo, durante o processo de brochamento interno a ferramenta pode ser tirada ou

empurrada por um furo através de um perfil pré-determinado, no processo externo, as

ferramentas são fixadas em guia.

A operação de brochamento teve origem nos Estados Unidos sendo patenteada

em 1873, sendo a primeira máquina de brocheamento externo contruída em 1882.

Posteriormente o processo teve um grande desenvolvimento com a indústria

automobilística, sendo atualmente aplicada em quase toda indústria de produção em

série.

A operação de brochamento torna-se semelhante a modelagem com dentes múltiplos,

cujos furos são circulares, quadrados ou com formas irregulares, que são usados em máquinas

de superfícies internas e externas, e de dentes de engrenagens internas. As penetrações de

avanço são da ordem de 0,06 a 0,15 mm de modo que as espessuras maiores resultam no

emprego de uma ferramenta com um número elevado de dentes em série, exigindo máquinas

com curso maior.

Brochar é um importante processo na produção de itens com superfícies bem acabadas

e com precisão dimensional. O brochamento compete favoravelmente com outros processos

como furação, fresamento, retificação e alargamento.

Embora brochar tende a ser caro, o custo é justificado em função da elevada

quantidade de peças a serem produzidas. O bom acabamento conseguido pelo

brochamento explica-se pelo grande número de dentes da brocha, cada dente remove

uma camada de material relativamente fina, porém, a camada total de material

removida pode ser espessa.

45

A disposição conveniente dos dentes na brocha permite realizar

simultaneamente a operação de desbaste, de semiacabamento e de acabamento da peça.

Figura 4.1 - Processo típico de brochamento interno (Schneder(25), 2003)

Conforme a Figura 4.1 mostra o processo de brochamento externo, onde a ferramenta

pode ser puxada ou empurrada pela superfície da peça de trabalho, ou a superfície pode

mover-se de encontro à ferramenta. Já no processo de brochamento interno a peça requer um

furo onde a ferramenta é inserida.

4.2 Ferramenta brocha

Conforme a Figura 4.2, uma brocha é uma única ferramenta de muitos pontos

incrementais (tamanhos em constante desenvolvimento) nas quais seus cortes se encerram em

um final paralelo dentro do formato solicitado, embora muitas ferramentas possuam dentes

fixados diagonalmente, chamados de corte complementar segundo norma DIN 1415 (Forst(23)

– 1973).

46

Figura 4.2 - Partes principais de uma brocha cilíndrica interna (Usp/processos(26), 2005).

O puxador final é a parte da brocha onde se conecta o dispositivo de tração da

brochadeira. Sua forma depende do tipo de fixação permitida pela máquina. Há vários

padrões, como é mostrado na Figura 4.3:

Figura 4.3 - Formas de hastes de fixação de uma brocha interna de tração, segundo Norma

DIN 1415 (Usp/processos(26), 2005).

47

4.2.1 Nomenclatura de uma brocha � Guia frontal - é o início da haste que possui um fixador para a cabeça do puxador da

máquina que é fechado quando solicitado o brochamento. O guia frontal assegura

corretamente o alinhamento axial da ferramenta no início do furo.

� Comprimento - o comprimento de uma ferramenta de brochar é determinado pela quantia

de material a ser removido e pelo limite de trabalho uma máquina.

� Guia traseiro - o guia traseiro mantém o alinhamento final quando os dentes atravessam o

furo da peça. Nas ferramentas redondas o diâmetro do piloto é ligeiramente menor que os

dentes finais.

� Dentes cortantes - dentes cortantes são normalmente divididos em três seções separadas ao

longo do comprimento da ferramenta: os dentes de desbaste, dentes de semi-acabamento e

dentes de acabamento. Os dentes de desbaste são os primeiros proporcionalmente menores da

ferramenta. Os dentes subseqüentes têm aumentos progressivos em tamanho, inclusive o

último dente do desbaste.

A diferença em altura entre cada dente, é normalmente maior na seção de desbaste da

ferramenta, menor na seção de semi-acabamento, porém na seção de acabamento todos os

dentes são do mesmo tamanho.

Na Figura 4.4, o ângulo de ataque γ de cada dente é determinado conforme o tipo de

material da peça a ser produzida. Exemplo: um aço dúctil requer maiores ângulos, já um aço

frágil requer um ângulo de ataque menor.

Figura 4.4 - Ângulos de ataque γ corte β e incidência α (Usp/processos(26), 2005).

� Largura do dente - a largura do dente possui uma folga ou ângulo de retorno que apóia a

aresta cortante contra tensões, proporcionando uma redução de atrito. Já nos dentes de

desbaste e semi-desbaste, a largura inteira é avaliada com o ângulo de retorno. A parte interna

48

da câmara intermediada atrás da extremidade do corte é frequentemente reta, de forma que,

repetindo afiações da face cortante não interfira, alterando o tamanho do dente.

� Passo entre dente: A distância entre os dentes é determinada pelo comprimento do corte e

pelo tipo de material da peça. Um passo relativamente grande nos dentes de desbaste pode ser

requerido quando uma maior fatia de cavaco deve ser removida já nos dentes semi-

acabamento, os dentes podem ser menores, para reduzir o comprimento total da ferramenta de

brochar.

O passo é calculado de forma que dois ou mais dentes cortem simultaneamente,

impedindo o acúmulo de cavaco na câmara (mau acabamento na superfície), que aumenta a

rugosidade.

Determinação do passo de uma brocha:

Passo dos dentes “p”

O passo depende de:

1) Comprimento a ser brochado “L”

2) Espessura do cavaco “profundidade de corte”

3) Material da peça

A equação 4.1 mostra a relação do material a ser brochado com a equação 4.2 o

esforço de corte no brochamento.

)(75,1 mmLp = (4.1)

Fc = Kc. asf .ap .p

L(N) (4.2)

Onde:

Kc = Pressão especifica de corte

asf = Penetração de avanço por aresta da ferramenta (mm)

ap = Penetração passiva

L/p = Número de dentes em corte simultâneo

De acordo com a Tabela 4.1 e 4.2 para cada tipo de material e suas respectivas

resistências mecânicas, os avanços por dentes devem seguir uma orientação com a finalidade

de não criar situação para um esforço no corte da ferramenta ou uma peça fora da

conformidade devido ao grau de acabamento superficial.

49

Tabela 4.1 - Valores orientativos para as penetrações de avanço por dentes asf (mm) para o brochamento (Stemmer(24), 1992).

Material Penetração de avanço por dente asf

[mm] Desbaste com escalonamento em altura lateral acabamento

Aço duro ≥ 900 N/mm2 0,03 - 0,05 0,10 - 0,30 0,01 Aço meio duro ≤ 800 N/mm2 0,03 - 0,08 0,25 - 0,75 0,01 Aço fundido 0,06 - 0,10 0,25 - 0,75 0,01 Ferro Fundido maleável 0,06 - 0,12 0,25 - 0,75 0,01 Ferro Fundido cinzento macio 0,15 - 0,25 0,30 - 1,00 0,01 Ferro Fundido cinzento duro 0,07 - 0,12 0,25 - 0,75 0,01

Latão 0,10 - 0,30 Não aplicado 0,01

Bronze fundido 0,10 - 0,30 ““ 0,01 Zinco (fundido sob pressão) 0,10 - 0,25 ““ 0,02 Ligas de alumínio de laminação (com cobre) 0,10 - 0,20 ““ 0,02 Ligas de alumínio de fundição (com Si) 0,10 - 0,20 ““ 0,02 Mg fundido sob pressão 0,20 - 0,40 ““ 0,02

Tabela 4.2 Pressão específica de corte Kc [N/mm2] (Stemmer(24), 1992)

Material Penetração de avanço por dente (mm) 0,5 0,25 0,1 0,05 0,012

Aço macio 2070 2210 2540 3440 6300 Aços ligados 2900 3090 3740 4800 7700 Ferro fundido 1840 1900 2360 3100 5740 FºFº maleável 1660 1690 2040 2740 5100 Alumínio 980 1050 1270 1620 2640 Latão 840 890 1050 1270 1760 Bronze 1050 1120 1390 1760 2900 Zn fund. Sob pressão 1210 1240 1330 1550 2250

� Força máxima na operação de Brochamento pode ser calculada pela expressão (4.3), tem-

se que A=área de material removida, re=resistência específica de corte e n=número de

dentes em corte simultâneo. Com a forma dos dentes varia, o valor de A também varia e

consequentemente o valor da força também. Além disso, há a variação do número de

dentes em corte simultâneo quando n não é inteiro, gerando uma flutuação.

Fmáx [kg] = A[mm2 ] * re [kg / mm2 ] * n (4.3)

� Incremento (elevação) do dente – Conforme a Figura 4.5 e 4.6 a profundidade do

incremento do dente está relacionada à elevação do mesmo, o passo e o material da peça.

50

Figura 4.5 - Desenvolvimento do passo (Usp/processos(26), 2005).

(a) (b)

Figura 4.6 - Avanço a com desenvolvimento do incremento (elevação) (Usp/processos(26),

2005).

Classificação das nomenclaturas

I – Incremento (elevação) radial é o valor que cada dente apresenta para corte.

P – Passo compreendido entre duas facas;

4.2.2 Cavaco

O raio da raiz do dente é projetado de forma que o cavaco enrole dentro da câmara,

ocupando o espaço existente, conforme Figura 4.7 item (b). Quando for projetada a brocha,

toda a atenção deve ser dada para facilitar a quebra e o cisalhamento do cavaco, inserindo

quebra-cavacos e evitando-se relevos negativos.

� Carga da fatia do cavaco: Cada dente corta uma fatia de material (espessura fixa),

designada como taxa que o operador não pode mudar. Em outros processos de usinagem o

operador pode alterar a espessura do material removido. A espessura de cada fatia de cavaco a

ser tirada é determinada no projeto da ferramenta em função do material da peça e o ângulo de

ataque.

Materiais maleáveis produzem fatias de cavacos espirais, já os materiais frágeis

produzem cavacos em flocos.

51

Figura 4.7 - Acomodação de cavacos entre dentes de uma brocha circular. (a) alojamento

insuficiente, (b) alojamento suficiente (Ferraresi(1), 2003).

� Quebra cavacos - o entalhe conforme a Figura 4.8, chamado de quebra cavaco, é usado em

ferramentas de brochar, para eliminar o empacotamento de lamelas de cavaco e facilitar a sua

remoção. No curso da ferramenta com o mesmo diâmetro na parte do semi-acabamento estão

os dentes com quebra cavacos que são vitais em ferramentas do tipo brocha. Sem os quebra-

cavacos, existe uma tendência de se formar um anel na câmara dos dentes e que

eventualmente pode causar quebra da ferramenta.

Figura 4.8 - Detalhes da geometria dos dentes de uma brocha com ranhuras de quebra-cavacos

(Usp/processos(26), 2005).

4.2.3 Geometria de Corte

� Ângulo de cisalhamento ou superfície de folga: Com os ângulos bem projetados melhora-

se a remoção do material e o acabamento superficial, evitando-se que a ferramenta crie

vibrações. Quando duas superfícies adjacentes são simultaneamente cortadas, o ângulo de

52

cisalhamento é um fator muito importante para a remoção de fatias de cavacos, que previne o

aglomeramento das mesmas dentro da interseção dos dentes cortantes.

� Alívio lateral – conforme a Figura 4.9 ao brochar aberturas, a ferramenta durante o corte

leva para dentro de suas câmaras todas as lamelas de cavaco produzidas em todo o

comprimento da peça. Os dentes da ferramenta quando entram em atrito nas laterais durante o

processo, causam um desgaste rápido. Um único ângulo de alívio em cada dente faz a

diferença.

Figura 4.9 - Demonstrativo do ângulo de alívio e bolsa de cavaco (Usp/processos(26), 2005)

� O núcleo (bolsa de cavacos) de uma brocha apresenta enfraquecimento devido à

profundidade “s”, em relação ao perfil do dente, onde são utilizadas soluções na confecção

através da relação com o passo (t) conforme o tipo de material a ser brochado de acordo com

a recomendação do manual Klingelnberg segundo Ferraresi(1) (2003).

• s = 0,36 t para aço duro

• s = 0,4 t para aço doce e ferro fundido duro

• s = 0 , 4 5 t para ferro fundido, bronze e latão.

• s = 0 ,5 t pa ra a lumínio

Mesmo com as devidas recomendações do Manual Klingelnberg, as formas dos

perfis dependem de cada fabricante, por não haver um norma técnica definitiva a respeito. Por

isso é que a escolha correta do passo dos dentes “t” é de grande importância.

4.2.4 Velocidade de corte

A velocidade de corte no brochamento é determinada em função de vários elementos,

como o perfil da aresta cortante, os ângulos de incidência de corte, o material da peça, a

profundidade de corte etc. A tabela 5.3 mostra a relação entre diferentes materiais e a

velocidade de corte com uma brocha de aço rápido.

Ângulo de alivio

Bolsa de cavaco

53

Tabela 4.3 - Velocidade de corte conforme o tipo de material (Usp/processos(26), 2005)

Para brochas de outros materiais, essas velocidades devem ser multiplicadas pelos

fatores da tabela 4.4, em função da dureza do material da peça que será brochada.

Tabela 4.4- Relação de materiais e a velocidade de corte com uma brocha de aço rápido

(Usp/processos(26), 2005). FATORES DE MULTIPLICAÇÃO DOS VALORES DA VELOCIDADE DE CORTE (m/min)

DUREZA BRINELL DO MATERIAL DA PEÇA MATERIAL DA BROCHA

até 160 160 - 220 220 - 360 Aço ao carbono 0,50 0,50 0,50 Aço rápido 1,00 1,00 1,00 Aço rápido, com 5% de cobalto 1,10 1,15 1,20 Aço rápido, com 8% de cobalto 1,15 1,25 1,30 Aço rápido, com 12% de cobalto 1,25 1,40 1,50 Ligas ultra-rápidas (Stellite, Crobalt, Rexalloy) 1,60 1,80 2,00 Carbetos sinterizados (Firthite, Carboloy, Kennametal, etc.)* 2,00 - 2,50 2,5 - 3,00 3,50 - 4,00

* Utilizar os fatores maiores quando usina aço, e os menores para os demais materiais. Esses valores são considerados conservadores, podendo, na prática, ser ultrapassados, porém, é preferível iniciar com velocidades moderadas.

4.2.5 Classificação das brochas

Durante a operação de brochamento devem trabalhar pelo menos dois dentes

dentro do produto.

� Pelo tipo de superfície a usinar:

• interna

• externa ou de superfície

� Pelo modo de aplicação da força de corte:

• compressão

• tração

• giratória

54

� Pela forma de construção:

• sólida

• em seções ou anéis

• com dentes postiços

• tipo pote

� Pela disposição das arestas:

• ortogonais ao eixo da brocha

• oblíquos ao eixo da brocha

4.2.6 Tipos de brochas

Existem dois tipos de sistema de acionamento de brochas, o de empurrar e o de puxar. A segunda divisão é interna e externa.

� Brochamento interno: É uma operação que permite modificar um furo vazado e

transformar o perfil de uma peça.

� Brochamento externo (ou de superfície): É uma operação feita sobre as superfícies

externas de uma peça, dando acabamento ou semi-acabamento a seus perfis.

A Figura 4.10 apresenta os dois tipos de brochamento interno e externo.

Figura 4.10 - Processo de brochamento interno e externo (Usp/processos(26), 2005)

O processo do brochamento interno considerado o mais comum, consiste na

transformação de um furo redondo em um furo de perfil qualquer de maneira progressiva. Na

55

Figura 4.11 é mostrado vários tipos de brochas, e exemplos de formas produzidas por cada

uma.

Figura 4.11 - Brochas típicas para o processo interno (Schneder(25), 2003)

No brochamento de furos em material proveniente da fundição, as solicitações

mecânicas do processo modificam a estrutura, tornando os grãos do material deformados,

criando resistência, diminuindo o escoamento e apresentando sua forma principalmente

estrutura (CFC) cúbica de face centrada e (TCC) cúbica de corpo tetragonal, que apresentam

uma superfície endurecida. Quando as peças não sofrem uma normalização, de acordo

com a Figura 4.12 são desenvolvidas ferramentas de corte não lineares, tornando dentes de

desbastes das brochas internas em cortes rotativos como hexagonal, radial e múltiplas

ranhuras.

Figura 4.12 - Perfis de dentes de desbastes de brochas internas (Stemmer(24), 1992).

Na figura 4.13 há exemplos onde se pode perceber a evolução da forma do furo, no

exemplo à esquerda o furo ganha gradualmente quatro ranhuras. No exemplo central o furo

evolui para uma forma com seis pontas e finalmente no exemplo da direita pode-se observar

que o furo redondo evolui para um furo quadrado.

56

Figura 4.13 - Evolução da forma de um furo com o processo do brochamento

(Usp/processos(26), 2005).

Ambos são usados para a obtenção de uma larga gama de formas, desde superfícies

planas ou furos redondos até formas bastante complexas, tanto externas como internas, em

peças pequenas ou grandes, dos mais variados materiais. Para o brochamento interno, é

necessário que a peça tenha um furo prévio, que pode ser obtido por fundição, forjamento,

puncionamento, furação ou mandrilhado, e que tenha dimensões suficientes para a inserção da

brocha. Furos cegos podem ser brochados, desde que tenham uma recessão de diâmetro maior

do que o furo a ser brochado e, profundidade suficiente para passagem da brocha e alojamento

dos cavacos.

Neste caso emprega-se uma série de brochas curtas do tipo de compressão. Uma

infinidade de formas pode ser obtida por brochamento interno, como furos redondos,

quadrados, sextavados, estriados, contornos diversos bem como rasgos de chaveta,

engrenagens.

� Brochamento h e l i c o i d a l : Permite também a execução de ranhuras em forma de

hélice, que podem ser elaboradas de duas maneiras distintas:

• A peça é fixa e a brocha tem dois movimentos: translação e rotação;

• A peça tem o movimento de rotação e a brocha de translação.

O aplicativo do processo também tem uso intensivo na produção de raias helicoidais

em canos de armas e canhões.

� Brochas de empurrar e puxar: O empurrão no brochamento deve ser relativamente curto,

usado em uma coluna de compressão simples. É frequentemente usado para quantidade de

produção baixa (Ferraresi(1), 2003).

� Brochando canal: O brochamento de canais é exclusivo no processo de brochamento em

base plana. Ajustes podem ser feitos facilmente para produzir canais com profundidades

diferentes com o uso de diversas ferramentas, quando um alto volume de produção é

57

requerido, existindo possibilidades de abrir dois ou mais canais simultaneamente, desta forma

pode-se afirmar que o brochamento de canal é mais rápido e mais econômico do que o

processo de fresamento.

4.2.7 – Materiais para confecção da brocha Segundo Ferraseri(1) (2003), as brochas são geralmente executadas de aço

rápido, de composição W 18%, Cr 4%, Va 1%. São tratadas termicamente, para se

obter uma dureza Rockwell C 63 a 65, são recomendados os seguintes tipos de aços-

rápidos:

• S 12-1-2- W 12%, Cr 4%, Va 2,5%, Mo 0,7%, C 0,85%

• S 18-1-2-5- W 18%, Cr 4%, Va 1,5%, Mo 0,7%, Co 5%,C 0,80%

• S 18-1-2-10-W 18%,Cr 4%,Va 1,5%,Mo 0,7%, Co 10%, C 0,75%

• S 18-0-1-W 18%, Cr 4%, Va1%, C0,75%.

A adição de cobalto no aço rápido permite maior vida da ferramenta, sendo

recomendável nos casos de grande produção.Como materiais nacionais, citam-se por

exemplo os aços Villares:

• VW - Super (W 18%, Cr 4%, V 1%)

• VWM 2 (W 6%, Cr 2%, V 2% , Mo 4%)

• VWK-5 (W 14%, Cr 4%, V 2%, Co 5%)

• VWK-10 (W 18%, Cr 4%, V 2%, Mo 1%, Co 10%)

Em certos casos empregam-se o metal duro, principalmente nos dentes de

acabamento. Isto permite maior velocidade de trabalho, além de melhor conservação

das tolerâncias da brocha.

4.2.8 - Fluidos usados no brochamento

Durante a operação de brochamento, devem ser empregados fluidos para refrigeração

do corte. As funções específicas que eles desempenham são:

• lubrificar as cavidades dos dentes da brocha, reduzindo o atrito entre o cavaco e a

ferramenta e diminuindo o desgaste

• absorver o calor gerado durante o corte pelo atrito da plataforma dos dentes da brocha

sobre a superfície da peça

58

• remover os cavacos que ficam impregnados nos dentes da brocha

Segundo Usp/processos(26) 2005, a importância desses fluidos no processo proporciona o

aumento da vida útil da ferramenta evitando a aderência do material removido na aresta de

corte da mesma. A tabela 4.5 indica os líquidos ideais para cada tipo de material no processo

de brochamento.

Tabela 4.5 - Indicação de líquidos de corte para diversos materiais a serem brochados (Usp/processos(26), 2005).

Refrigeração de corte

Materiais brochados Líquidos para o corte

Aço sem ou com pouca liga Óleo mineral com base de enxofre ou mistura de óleos graxos Óleo vegetal com aditivos de extrema pressão

Aços inoxidáveis ou com alta percentagem de ligas

Óleo mineral com base de enxofre e tetracoloreto de carbono

Ferro fundido Latões – Bronze

Óleo solúvel e parafina ou trabalhos a seco Óleo solúvel puro ou óleo mineral com base de enxofre

Ligas leves Óleo solúvel (ligas pouco siliciosas) Óleo mineral (ligas siliciosas)

4.3 Vantagens do brochamento

Segundo Stemmer(24) (1992), o processo do brochamento apresenta vantagens como:

• Tolerâncias estreitas de usinagem e bom acabamento superficial

• Capacidade de produzir formas variadas externas e internas

• Vida longa da ferramenta: a produção pode atingir 2.000 a 10.000 peças entre afiações

• Produção econômica: o custo da ferramenta é alto, porém o custo por peça é baixo.

• Alta produtividade: a remoção do cavaco é bem rápida, pois vários dentes atuam ao

mesmo tempo, em seqüência continua.

• A operação é realizada em uma só passada fazendo-se desbaste e acabamento.

4.3.1 Razões da alta produtividade

• Os vários dentes atuam numa seqüência contínua muito próxima, assegurando uma

remoção bastante rápida do material.

• A realização, numa única passagem da brocha, das operações de desbaste e

acabamento, e até mesmo de alisamento ou calibragem.

• A precisão e a qualidade superficial obtida permitem eliminar a necessidade de

operações posteriores de acabamento.

59

4.3.2 Produção

Brochas bem projetadas, executadas e utilizadas com o devido cuidado, são

ferramentas que tem a vida útil bastante longa, porque a velocidade de corte é baixa e o

trabalho é distribuído entre muitos dentes.

4.3.3 Pela seqüência de corte:

• Escalonamento em alturas crescentes

• Escalonamento lateral, com corte progressivo

• Escalonamento combinado

4.3.4 Pela função:

Para rasgos de chaveta, furos redondos, rendentado, ranhurado, ranhurado helicoidal,

raiado e alisamento.

4.4 Brochadeira

Segundo Usp/processos(26) (2005) - a necessidade e a exigência de uma determinada

produção são alguns dos fatores que determinam o tipo de ferramenta cortante para um

específico tipo de trabalho, determinando o tipo de máquina brochadeira a ser utilizado. A

brochadeira distingue-se das outras máquinas ferramentas pelo fato de apenas prover a força e

a velocidade de corte, uma vez de que o avanço decorre da própria construção da brocha.

A exceção é o brochamento helicoidal, na qual a máquina prevê ainda o movimento

giratório. A brochadeira consiste basicamente de um mecanismo capaz de produzir o

movimento relativo entre a ferramenta e a peça, que normalmente é linear.

A grande maioria das máquinas é acionada hidraulicamente devido a grande força

necessária no processo.

4.4.1 - Brochadeiras Verticais

De acordo com a Figura 4.14, as máquinas verticais ocupam menos espaço e normalmente

trabalham com compressão da ferramenta, porém algumas máquinas trabalham com

compressão e tração simultaneamente.

60

Figura 4.14 Brochadeira Vertical (Stemmer(24), 1992).

4.4.2 - Brochadeiras Horizontais

De acordo com a Figura 4.15, as máquinas horizontais são as mais utilizadas devido à

possibilidade de utilizar ferramentas longas, trazendo vantagens em termos de produtividade.

Normalmente trabalham apenas com força de tração na ferramenta.

Figura 4.15 - Brochadeira horizontal (Stemmer(24), 1992)

61

Capítulo 5.0

Procedimento Experimental

5.1 Corpo de prova

Os corpos de prova foram forjados a partir do material ABNT 1045 com composição

química % C 0,42-0,50- % Mn 0,60-0,90 - % S 0,05 máx. que possui uma forma cilíndrica

tipo tarugo com diâmetro de 50 mm x 300 mm de comprimento. O processo do forjamento

possui suas peculiaridades que são fundamentais para uma boa conformação, principalmente

no aço. Dentre elas está à temperatura aplicada na ferramenta.

Antes do trabalho é aplicada na ferramenta uma temperatura mínima de 600ºC

evitando que o material da peça incandescente grude na base e, se a ferramenta estiver fria,

poderão ocorrerão trincas, causando acidentes durante as batidas. O aquecimento é realizado

através de um forno contínuo que queima GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

Após a retirada do mesmo do forno, é feita a remoção da casca, oriunda da oxidação,

para evitar a má conformação do produto e o comprometimento da qualidade da base da

ferramenta. O processo de forjamento desde o início até o final do braço de articulação sofre

16 (dezesseis) batidas, tempo no qual o blank não pode diminuir muita temperatura.

Nos processos de conformação a quente a temperatura de trabalho deve ficar acima da

temperatura de recristalização do material, caso contrário o mesmo apresentará pequenas

trincas, principalmente nas nervuras. A Figura 5.1 mostra a matriz inferior utilizado no

forjamento do braço de articulação.

Figura 5.1 - Figura da matriz do braço de articulação (Relay)

62

Devido à velocidade do processo do forjamento, a perda de temperatura por radiação é

importante, podendo comprometer a qualidade final do produto. O braço de articulação é uma

peça em aço carbono ABNT 1045 forjado que apresenta forma assimétrica conforme

mostrado na Figura 5.2.

Figura 5.2 - Braço de articulação (relay)

� Dureza

Para o estudo da quase totalidade do comportamento da conformação mecânica no

processo do brochamento, foi realizado ensaio que demonstra o comportamento da

deformação da estrutura cristalina. O processo se inicia na remoção da casca dura do forjado

com cinta de lixa em óxido de alumínio grana 60, nos dois lados da mesma, sendo uma para

apoio na base do durômetro, e outro lado para continuidade do processo para medição.

A extremidade contínua do processo é usada com um conjunto de tecido tipo lona em

forma de roda, com aglomerado de pó abrasivo em óxido de alumínio grana 150, para semi-

acabamento da superfície e para continuidade do processo de medição. Por último, é

executado o processo de acabamento, com um conjunto de tecido lona com tergal, usando

uma massa de polir nº. 02 e uma massa de lustrar a base de cera de carnaúba nº. 01.

Para a medição de dureza da peça foi utilizado um durômetro modelo Wizhard duro

SI-001-DDB Mitutoyo, apoiando a peça na mesa do equipamento. Aproximando a ponta de

penetração, que conforme a especificação técnica do produto (ABNT 1045 –289 HB) utiliza-

63

se uma esfera de aço ou tungstênio com diâmetro de 10 mm, (conforme a norma SAE J-417b)

para aços com uma carga de 29419,95 N ou esfera de aço ou tungstênio, com diâmetro de 2,5

mm com carga de 1837,50 N.

5.2 Brochadeira no processo A brochadeira utilizada no processo de acabamento dos furos do braço de articulação

foi uma máquina de tração e compressão hidráulica de marca Nachi modelo NUV-10-14

conforme figura 5.3.

Figura 5.3 - Brochadeira Nachi, origem Japão e os dados técnicos.

5.3 Ferramenta de Corte

A ferramenta possui um diâmetro de 20 mm x 1000 mm de comprimento com dentes

de desbaste, semi-acabamento e acabamento sendo confeccionada em aço rápido sinterizado,

marca Erestil Sinter ASP 2030, conforme norma AISI-M36 ou DIN HS6-5-3-8 com dureza

média 66.6 HRC, possuindo uma aresta de corte, com um ângulo de ataque de 17º e 2º de

ângulo de incidência sendo considerada como uma ferramenta de alto rendimento.

64

5.4 Condições de Usinagem

Em função do tipo do material empregado e suas características estruturais foram

estabelecidos uma velocidade média de 3,0 a 4,0 m/min.

Conforme a Figura 5.4 o dispositivo de apoio utilizado foi confeccionado em aço

temperado e retificado, montado e fixado com parafuso na base superior da máquina, para

acomodação do braço de articulação e para a execução do processo de brochamento. A

ferramenta brocha já presa na máquina é introduzida no furo da peça, sendo executada a

seguir a operação de brochamento.

Figura 5.4 - Ferramenta brocha introduzida no braço de articulação

Conforme a Figura 5.5 para realizar o controle dimensional, utiliza-se um calibrador

tampão passa e não-passa, que determina o campo de tolerância permissível, sendo um

instrumento de fácil e rápido manuseio.

65

Figura 5.5 - Controle dimensional com calibrador tampão do braço de articulação (Relay)

Para garantia do controle realizado, os instrumentos (calibradores tampão) passam por

um sistema de aferição no qual são apoiados em uma base de referência (desempeno). Nesta

base é montando um traçador de altura e uma ponta com sensor que envia sinal para aparelho

analógico, e que indica o grau de desgaste do instrumento, o qual em função do seu uso é

submetido a desgastes por atrito.

A medida encontrada na brocha era de Ø 20,018 mm, estando dentro do especificado

de 021,0005,020 +

−Ø , a mesma por ter um ângulo de corte de 17º, dentro das condições atuais, foi a

que representou maior produtividade com 3500 peças produzidas. Para aço forjado ABNT

1045 com tensões acumuladas, não tem muitas opções de condições favoráveis de corte,

limitando entre 3 a 4 m/min, devido o fio de corte deforma-se em média 0,3 a 0,4 mm,

medido no contracer. Abaixo destas condições a peça ovaliza muito devido à alta temperatura

dificultando a penetração do calibrador passa - não passa e acima a produtividade é baixa.

Foram selecionadas algumas peças não conforme no controle dimensional, que fora

usado o calibrador tampão do lado passa e submetidas a um controle de tolerância geométrica

de cilindricidade. A avaliação da mesma foi definida por e ISO/DIS1101: 1996 com uma

tolerância de 21 µm sendo considerada como correta, se a diferença entre as distâncias radiais

for igual ou menor do que a tolerância especificada.

De acordo com o projeto da motocicleta, a tolerância máxima especificada da

cilindricidade no braço da articulação é 21 µm, porque os esforços solicitados axialmente

fazem com que a bucha montada no interior do braço esteja sujeita a deforma-se por falta de

contato pleno em sua circunferência. Criando assim pontos de tensões isolados e sujeitos à

micro trincas tanto no braço como na bucha, conforme a Figura 5.6.

66

Figura 5.6 - Desenho esquemático da montagem da bucha no braço de articulação.

O fluído de corte desenvolvido foi um óleo integral vegetal com viscosidade 22 cSt

Cekstoke, sendo de extrema pressão e contendo aditivos especiais. Ponto de fulgor acima de

218ºC, ponto de ebulição (> 240ºC) da marca Blaser. Por ser uma usinagem com 42 mm de

comprimento, uma estrutura cristalina considerada desordenada devido às deformações

mecânicas, e uma usinagem severa após a furação, a superfície tende a ficar com uma dureza

mais elevada que o restante da peça.

A refrigeração possui características físicas com a finalidade de inibir bem a criação

do APC, porém com a insistência do uso da ferramenta, forma-se um embotamento (honning),

a peça esquenta muito, perdendo assim as propriedades como refrigeração. Conforme o

resultado dimensional encontrado na ferramenta, a peça não deveria apresentar um furo

ovalizado, com isso, pode-se descartar a ferramenta como a fonte do problema gerado na

peça.

De acordo com o esta situação, foram realizados testes de rugosidade baseados na

norma NBR 8404 da ABNT por meio de um rugosímetro modelo SURF-TEST SJ 400 marca

Mitutoyo. O equipamento que possui um sensor de medição com filtro mecânico SKID, sendo

possível com este equipamento medir rugosidade em peças planas com ondulações e

cilíndricas com locais de difícil aceso com compensação de raio.

Três peças foram divididas em quatro partes eqüidistantes e, em três pontos em seu

comprimento, tendo sido feita a medição da rugosidade no sentido perpendicular a usinagem,

conforme Figura 5.7. Estas peças foram submetidas previamente a um tratamento térmico de

têmpera e revenimento.

67

Figura 5.7 - (a) e (b) Corpo de prova do Braço de articulação dividido em quatro partes; (c)

análise visual e medição com o rugosímetro modelo SJ-400 Mitutoyo.

Devido a situação de esforço da ferramenta durante o processo, foi calculada através

da expressão (5.1) a corrente (A) durante os testes com um alicate amperímetro digital modelo

Clamp ET-3102 marca Minipa-Usa, os dados de corrente (A) foram multiplicados pela tensão

da rede (380 V), considerada como constante sendo transformada em potência consumida

(kW) através da equação:

1000

cos...3 ϕϕϕϕAVkW = (5.1)

Foram usinadas dez amostras e medida a potência consumida (kW) em quatro pontos

eqüidistantes da ferramenta conforme a Figura 5.8.

Figura 5.8 - Desenho da ferramenta com os pontos de medição da potência

68

Durante o processo do brochamento houve muita deformação estrutural, sendo

necessário à realização da análise de micrografia no corpo de prova dividido em seis pontos

conforme a figura 5.9..

(a)

(b)

Figura 5.9 – a) posição das micrografias no corpo de prova b) Micrografias mostrando a estrutura do material nas posições mostradas em a)

Na Figura 5.9 - Pode-se verificar na periferia da peça a presença de perlita envolvida

por uma rede ferrítica, devido à deformação e o superaquecimento durante a conformação

mecânica, observa-se ainda a formação de uma rede cristalina heterogênea, com durezas

médias localizadas na superfície em até 300 HB e no núcleo de 293 HB.

5.5 Tratamento Térmico normal e modificado braço de articulação

Em função as baixas produtividades e dificuldades encontradas durante o processo de

usinagem por brochamento, foram estudadas e realizadas um tratamento térmico diferenciado

de normalização após o processo do forjamento, removendo as tensões internas devido a

conformação mecânica, adquirindo um melhoramento em suas propriedades mecânicas como

69

resistência e ductilidade. Foi alterado o controle de temperatura no revenimento para 450ºC,

produzindo uma microestrutura definida, adquirindo uma qualidade melhor à usinalibidade,

conforme a Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Mudança executada no tratamento térmico da peça (braço de articulação)

Tratamento Normal Tratamento Modificado

---------------------------------------- Normalização a 900±10oC/20min Tempera a 860±10oC/90 min Tempera a 860±10oC/90 min Resfriamento em óleo Resfriamento em óleo Revenimento a 350 oC/180min Revenimento a 450 oC/180min Resfriamento ao ar livre Resfriamento ao ar livre Dureza na superfície e núcleo de 290 HB Dureza na superfície e núcleo de 270 HB Tamanho de grão conforme norma ASTM de 2 a 3

Tamanho de grão conforme norma ASTM de 7 a 8

5.6 Instrumentação e Medições

Serão evidenciados os instrumentos e equipamentos utilizados na realização do

trabalho. Serão executados os ensaios abaixo indicado na situação atual e posterior ao

melhoramento do produto.

• Composição química da estrutura

• Cilindricidade

• Potência consumida

• Dureza

• Rugosidade

• Análise da estrutura do material da peça

• Desgaste da ferramenta

Segue abaixo a relação de equipamentos utilizados na pesquisa:

• Espectrofotômetro por difração de raios-X

(Element analyser tipo JSX-3000 Maker: Jeol de origem Japão).

• Brochadeira modelo NUV 10-14 Nachi, origem Japão.

• Aparelho aferidor análogo marca Marposs modelo E18.

70

• Equipamento de medição de cilindricidade tipo Roundtest Extreme RA-2000 CNC

Marca Mitutoyo.

• Micrômetro digital modelo 293-806 marca Mitutoyo.

• Alicate amperímetro digital modelo Clamp ET 3102 marca Minipa, de procedência

americana.

• Rugosímetro modelo Surf-test SJ-400 Mitutoyo.

• Lixadeira de cinta marca Rebel modelo 3000 ECA.

• Lixadeira Jowa modelo PSB de coluna.

• Politriz marca Jowa modelo PSB de coluna.

• Durômetro Mitutoyo modelo Wizhard Duro SI-001-DDB.

• Lupa Marca Peak modelo Nº200940 HB-40x.

• Microscópio Olympus Tókio PME IE-04/6.

71

Capítulo 6.0

Resultados e Discussões

6.1 Dureza estrutural

Devido ao nível de deformação plástica exigida na situação anterior, houve um

aumento muito grande de energia, criando muita resistência que determinou o nível de

encruamento, reduzindo a área da ductilidade. De acordo com a Figura 6.1 a dureza

apresentou uma redução de 5% na superfície e 3% no núcleo após o melhoramento, uma vez

aplicada à normalização a tendência é mexer na estrutura, mas com o equilíbrio da

temperatura e tempo do revenimento, foi possível deixar dentro da tolerância especificada,

tendo o aço uma microestrutura definida e dureza média de 270 HB na superfície e núcleo,

melhorando a qualidade da usinabilidade.

270

280

290

300

310

320

330

DU

RE

ZA

HB

Média Superficie 325 302 299 288 287 285

Média Núcleo 315 299 295 286 283 281

Especificado 287 287 287 287 287 287

Média Superficie 280 282 284 289 284 282

Média Núcleo 282 283 284 286 285 284

Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03 Ponto 04 Ponto 05 Ponto 06

Figura 6.1 - Gráfico de Comparação Média de Dureza em HB entre a Superfície e o Núcleo do Braço de Articulação (1) forjado, temperado, revenido (2) forjado, normalizado, temperado e revenido.

6.2 Avaliação da Micrografia

Por ser uma peça que sofre deformação mecânica através do processo de forjamento

apresenta uma forma característica de estrutura não homogênea. Foi analisada a micrografia

Superfície Redução 5,0%

Núcleo Redução 3,0%

72

dos corpos de prova e encontrado uma rede cristalina desorientada com diversos pontos de

flexões (rugas).

(a) (b)

Figura 6.2 – (a) Micrografia com grãos grosseiros (b) Micrografia com grãos mais definidos

Na figura 6.2 a análise da micrografia foi avaliado a estrutura entre o núcleo e a

extremidade, encontrando uma granulação grosseira média de 84 µm, que após o

melhoramento resultou em uma microestrutura mais definida em média 48 µm com uma

redução de 43%, obtendo uma melhor usinabilidade.

6.3 Potência Consumida

Nota-se que na Figura 6.3 a potência média apresentava um consumo de 3,485 kW

passando para 3,400 kW, demonstrando uma redução de 2,44%. Os dados coletados

(Ampéres) serviram de base para o cálculo da potência em kilowatts, considerando-se uma

tensão constante no valor de 380 Volts.

Devido ao acúmulo de energia, o material concentra uma resistência mecânica maior,

aumentando assim a potência consumida, o esforço de corte demonstra uma aparente variação

da estrutura do material (falta de homogeneidade). De acordo com Ratnapuli(27) (1982), os

sólidos do aço forjado por não serem uma rede cristalina regular, devido à formação desta

fusão, apresentam um fenômeno da anisotropia que consiste em ter propriedades como

ductilidade, tenacidade e limite de fadiga, sendo menores na direção transversal que na

direção longitudinal, o mesmo não ocorrendo com os limites de escoamento e de resistência,

que apresentam valores praticamente iguais.

400x 400x

73

3,438

3,4963,478 3,472

3,485 3,493 3,496 3,500 3,494 3,490

3,400 3,3943,402 3,398

3,390 3,390 3,384

3,412

3,544

3,394

3,300

3,350

3,400

3,450

3,500

3,550

3,600kW

Média(1) 3,438 3,496 3,478 3,472 3,485 3,493 3,496 3,500 3,494 3,490

Média(2) 3,400 3,394 3,394 3,402 3,398 3,390 3,390 3,384 3,412 3,544

Pç 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 6.3 - Gráfico Demonstrativo de Potência Consumida em kW no Braço de Articulação com aço ABNT 1045 (1) forjado, temperado e revenido e (2) forjado, normalizado, temperado e revenido.

6.4 Avaliação da Cilindricidade

Observando a Figura 6.4 nota-se que na situação anterior, a cilindricidade apresentava

uma ovalização média de 27 µm e, após o melhoramento o processo não ofereceu resistência

à ferramenta, resultando em uma redução de 49%, apresentando um erro de forma de 14 µm

em média.

12,55613,886

15,48215,365

23,545

28,671

33,79

27,254

21212121

10

15

20

25

30

UN

IDA

DE

S E

M M

ICR

ON

S

Medidas em µm 12,556 13,886 15,365 15,482

Medidas em µm 27,254 23,545 28,671 33,79

Toler.solicitada 21 21 21 21

Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4

Figura 6.4 - Gráfico demonstrativo de Cilindricidade do aço ABNT 1045 do Braço de Articulação (1) forjado, temperado e revenido (2)forjado, normalizado,temperado e revenido

REDUÇÃO 49%

REDUÇÃO 2,44%

74

6.5 Avaliação da Rugosidade

Os resultados obtidos em testes realizados com um lote de 1000 peças, a rugosidade

apresentou uma redução média 46,30%.

1,21

1,341,38

1,06

1,16 1,17

1,33

1,19

1,29

1,04

1,24

1,15

0,61

0,8

0,610,66

0,74

0,620,65

0,82

0,56

0,64

0,29

0,76

0,26

0,46

0,66

0,86

1,06

1,26

Un

ida

de R

a (

µm

)

PONTOS

1 1,21 1,34 1,38 1,06

2 1,16 1,17 1,33 1,19

3 1,29 1,04 1,24 1,15

1 0,61 0,8 0,61 0,66

2 0,74 0,62 0,76 0,65

3 0,82 0,56 0,64 0,29

FRAÇÃO 01 FRAÇÃO 02 FRAÇÃO 03 FRAÇÃO 04

Figura 6.5 - Gráfico Resultante Média das Rugosidades do Braço de Articulação após o processo de (1) forjamento, tempera, revenimento (2) forjamento, normalização, têmpera e revenimento - Média das rugosidades Ra em µm medidas em quatro pontos de três corpos de prova. De acordo com a Figura 6.5 no revenimento a temperatura passou de 350ºC para

450ºC, obtendo o aço uma microestrutura definida, melhorando a qualidade da usinabilidade,

um grau de acabamento de 1,27 para 0,67 Ra e aumentando rendimento das arestas das

ferramentas. Pode-se dizer que houve uma solubilização benéfica e uma boa deformabilidade

das inclusões de sulfetos de manganês, contribuindo para a melhoria da usinabilidade e

aumento da vida da ferramenta, o que melhorou a produtividade do processo de brochamento.

6.6 Desgaste da brocha

Quanto à ferramenta, com o tratamento normal apresentou desgastes e deformações

por abrasão dos perfis das facas de corte, prejudicando sensivelmente o grau de acabamento

dos furos usinados, sendo necessário remover na afiação da ferramenta até 0.35mm de

material. O desgaste da brocha mostrou forma irregular e entalhada devido ao aumento da

dureza ser acima do valor médio de 200 HB, considerado de boa usinabilidade.

REDUÇÃO 46.30%

75

Outra possível causa é constituída pela presença de inclusões abrasivas extremamente

duras que provocam a formação de micro lascas na aresta de corte da ferramenta, tornando o

corte interrompido. A Figura 6.6 mostra o grau de desgastes das facas da ferramenta na área

de acabamento com tratamento normal e modificado.

Figura 6.6 – Desgaste da ferramenta nos dentes de acabamento com o tratamento normal e modificado

99

42

34

611

30

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Un

idad

e e

m µ

m

Sit. Atual 99 42 34

Sit. Proposto 6 11 3

Desbaste Semi-Acabamento Acabamento

Figura 6.7 – Gráfico Comparativo do desgaste dos dentes da brocha (1) forjamento, tempera, revenimento (2) forjamento, normalização, têmpera e revenimento.

O resultado verificado na Figura 6.7 após o tratamento térmico modificado, apresentou

uma redução de 88% no consumo da ferramenta, obtendo pequenos desgastes sem

deformações nas facas de corte, melhorando o grau de acabamento dos furos usinados e a

REDUÇÃO DO

CONSUMO EM 88%

76

remoção de material na afiação, que passou para somente 0.15 mm, trazendo como

conseqüência um prolongamento da vida útil da ferramenta.

6.7 Comparação de vida e custo de Afiação

Conforme o demonstrativo na Tabela 6.1, após o melhoramento houve uma redução

no custo das afiações em 77% de R$ 240,00 para R$ 170,00 e o custo por peças produzido

uma redução de 63,20% passando de R$ 0,68 para R$ 0,25

Tabela 6.1 Demonstrativo dos resultados das condições de usinagem

0,48

0,11

0,68

0,25

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

R$

Custo de afiação por peça produzida 0,48 0,11

Custo da ferramenta por peça produzida 0,68 0,25

Antes Depois

Figura 6.8 – Gráfico Comparativo de Custo da Afiação e Ferramenta por peça produzida

Na situação anterior o custo da afiação era maior devido ao tempo de máquina usado

para a correção das craterizações e ajustes facas, após o melhoramento o custo da afiação foi

reduzido por não haver mais problemas de craterizações e ajustes no passo.

AFIAÇÃO Redução 77%

FERRAMENTA Redução 63,2%

77

7.0 Conclusões

• O comportamento e as propriedades mecânicas dos aços dependem, não somente da sua

composição química, mas também de como a estrutura reticular se apresenta em função

dos tratamentos térmicos a que são submetidos.

• A cilindricidade da peça melhorou 49% após o tratamento modificado.

• A redução da potência consumida mostrou uma variação da estrutura do material após o

tratamento térmico modificado.

• A rugosidade média, após o tratamento térmico modificado apresentou uma melhoria de

46,3%.

• A dureza apresentou uma melhoria média de 5% na superfície e de 3% no núcleo após o

tratamento térmico modificado, considerando que o corte no corpo de prova não

apresente alterações.

• Houve uma nítida melhora no desgaste por abrasão da ferramenta e em conseqüência

um aumento da sua vida útil.

• O controle sobre a estrutura cristalina durante o processo de tratamento modificado

resultou numa maior produtividade da ferramenta brocha, garantindo a qualidade do

produto com um menor custo por peça.

• A condição inicial da austenita determina o desenvolvimento da microestrutura final e,

conseqüentemente, das propriedades mecânicas finais do aço. Assim, o comportamento

e as três propriedades mecânicas dos aços dependem, não somente da natureza da

decomposição da austenita no resfriamento contínuo (a fase final do aço), mas também

da cinética de reaustenitização.

• A fase austenítica também é homogênea ou heterogênea, e, ainda, de seu tamanho de

grão, da taxa de aquecimento, da presença de inclusões não metálicas e da distribuição

das fases.

• O controle sobre a estrutura cristalina durante os processos resultou numa maior

produtividade da ferramenta brocha, garantindo a qualidade do produto com um menor

custo por peça.

78

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