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Breve introdução

Por ocasião da montagem de uma de minhas exposições fotográficas, fiz a seguinte afirmação: O ato de fotografar é, antes de tudo, um exercício de aprender a ver.

É um aprendizado que não termina no click. Na verdade, não termina nunca.Ainda que se olhe para a mesma coisa, ela se apresenta cada vez de uma maneira diferente.Já se vão quarenta anos de experiência com fotografia e ainda afirmo que estou aprendendo.

Os exemplos aqui reunidos não irão resolver todas as eventuais dificuldades na realização de fotos.Mas é um bom passo para auxiliar na obtenção de resultados.

Espero também que promova a curiosidade, a dúvida, o diálogo, para que possamos adicionar novasinformações que contemple as necessidades.

Attilio Grecchi

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Sumário

A importância da luz...............................................................................................................................................4

Organização do espaço para fotografar.................................................................................................................4

O uso da luz natural e fluorescente........................................................................................................................4

Usando o flash........................................................................................................................................................5

A câmera na função manual...................................................................................................................................6

Exemplos de fotos e esquemas de organização....................................................................................................7

Fazendo uso do flash da própria câmera...............................................................................................................9

A questão da resolução........................................................................................................................................11

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A importância da luz

Fotografar é o ato de registrar com uma máquina fotográfica, uma situação, um momento, um objeto, uma pessoa. Aperta-se o botão disparador e "click" está consumado o registro.

Nem sempre temos a sorte de que esse registro represente aquilo que enxergamos na realidade. Mas alguns pequenos cuidados, antes do click, podem melhorar muito o resultado de nossas fotos.

O significado da palavra fotografia (escrita com luz) é também a essência da imagem. A luz é a condição sem a qual não é possível a existência da imagem.

Escrever bem com a luz vai fazer a diferença entre uma boa e uma não tão boa foto. Não é necessário um estúdio, nem uma máquina sofisticada para se obter uma boa foto. O mais importante é o controle da luz, conforme veremos nos exemplos a seguir.

Se a luz é a essência, a qualidade dela determina a qualidade de uma boa imagem, ou seja, uma boa luz gera uma boa imagem.

Organização do espaço para fotografar

O enquadramento do que pretendemos mostrar também é importante. Devemos buscar o equilíbrio dos objetos que fazem parte da foto. Eliminar o que não interessa mostrando um fundo limpo, numa imagem que concentre o olhar do observador no que queremos que ele veja.

A ilustração sugere como organizar o espaço apropriado para se fotografar um objeto, apresentando um fundo limpo. O papel pode ser aquele usado em flip chart. Prenda o papel na parede com fita adesiva e apoie uma parte sobre a mesa, deixando uma curva na junção

parede/mesa. Vale todo tipo de improviso para se atingir o objetivo. O set fotográfico não precisa ser bonito mas o resultado da foto sim.

O uso da luz natural e fluorescente

O flash da câmera, quando apontado diretamente para o assunto, vai produzir uma forte luz com sombra, contraste e brilhos acentuados. A luz ideal é a do dia, na sombra que se apresenta difusa e com bom contraste.

Pode-se fotografar também no sol, mas, é preciso proteger o objeto da incidência direta da luz usando, por exemplo, um tecido branco, como uma tenda. Se não for possível, procure uma sala mais clara.

As câmeras digitais possuem auto ajuste para os diferentes tipos de luz e a lâmpada fluorescente pode se tornar uma opção.

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A maior inconveniência dessa iluminação é o fato de vir sempre de cima para baixo, por estar invariavelmente presa ao teto. Se fotografarmos um cubo sob essa luz, a face frontal e as faces laterais terão pouca luz e a superior muita. Uma calha extra com lâmpadas do mesmo tipo, preferencialmente luz do dia, pode se transformar em iluminador auxiliar, corrigindo a falta da luz na horizontal. Equilibrar as luzes é a receita certa para um bom resultado. Melhor com duas calhas e papel vegetal colocado na frente das lâmpadas para proporcionar uma luz difusa.

Usando o flashNa impossibilidade das alternativas anteriores, vamos ao uso do flash da câmera.

Câmeras fotográficas que possuem o flash separado como acessório, são mais adaptáveis às condições de trabalho. Como já vimos anteriormente, a luz direta produzida pelo flash, não é boa, portanto é importante atenuar e dar difusão usando papel vegetal. Mesmo assim, caso a predominância de luz seja do flash, é possível observar um pouco de sombra, que pode ser minimizada por um pouco de luz provinda de uma janela.

Como encontrar o equilíbrio dessas luzes com uma câmera simples? Se ela for do tipo totalmente automática, há muito pouco o que fazer. Em geral, ainda que automática, possui funções de preset que possibilitam o ajuste, função slow, que sincroniza o flash em velocidades de captação mais lentas. Este preset é normalmente mostrado nos manuais como exemplo de foto noturna, onde aparece o fundo com luzes do ambiente e no primeiro plano uma pessoa iluminada pelo flash. Neste preset a câmera busca o equilíbrio das duas luzes podendo assim ficar a contento.

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A Câmera na função manual

As câmeras que possuem a função manual podem ser ajustadas da seguinte forma:

− Selecione a função manual e ajuste o diafragma para uma abertura mediana.

− Ajuste a velocidade de exposição até que zere o valor na escala EV.

− Ligue o flash e faça a foto.

Alguns pequenos ajustes poderão ser feitos tendo como premissa que a velocidade vá interferir no acerto da luz do ambiente, e o diafragma no acerto da luz do flash. Abaixo o visor da câmera com as informações técnicas.

Os flashes separados costumam ter a cabeça móvel jogando a luz para frente ou para cima em ângulos ajustáveis do zero a noventa graus. Isso permite rebater a luz ajudando consideravelmente na obtenção de bons resultados. Na foto, observe que, o flash não está direcionado para o objeto e o papel vegetal envolve a frente, dispersando a luz.

O resultado da foto feita com a pequena câmera amadora de cinco megapixels foi muito bom, tendo em vista que apenas alguns cuidados com a luz foram tomados. Porém, é possível melhorar ainda mais essa foto com adição da luz do dia, ou um

segundo flash com fotocélula para sincronismo com o da câmera.

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Neste caso, por termos duas fontes de luz intensa e branca, não é necessário que se faça a medição da luz ambiente, pois só a luz dos

flashes é suficiente para atingir a intensidade necessária.

Exemplos de fotos e esquemas de organização

Fechar as laterais à esquerda e à direita do objeto com placas de isopor em ângulo, de modo a refletir a luz para o objeto, produz excelentes fotos. O canto da parede também pode ajudar na qualidade das fotos. Na foto seguinte as paredes suportaram papel branco de fundo e lateral. O papel vegetal ficou sobre o objeto para difundir a luz do segundo flash acima deste, que por sua vez foi fixado

de forma improvisada, como fica claro na imagem. O primeiro flash estava junto à máquina fotográfica.

Como foi visto anteriormente, o que vale é o resultado e para chegar lá às vezes é preciso improvisar.

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Pequenos objetos, pequenos “estúdios”, um cantinho da mesa serve para a montagem de um set, tudo fica mais “apertado” e mais próximo. Um tripé é recomendável para evitar tremer no momento do click. Neste caso, uma luminária fluorescente de mesa será mais útil e apropriada do que a grande calha.

Quando o objeto for pequeno, é preciso colocar a câmera na função macro para o ajuste de foco nas distâncias mais

próximas. Em geral o ícone que simboliza essa função é o de uma flor. Em algumas câmeras a função macro é selecionada no menu.

A luz existente na parte interna da carcaça do micro motor, foi conseguida com a luminária de mesa. A luz de baixo, que eliminou sombra deixando o objeto flutuar, é da pequena mesa de visualização de slides. O restante da luz é proveniente do flash da câmera e do rebatedor aluminizado, posto angulado para refletir a luz do flash para o objeto. A folha de alumínio de uso na culinária doméstica também serve nessa ocasião. Pode parecer que seja um pouco complicado, mas, como a foto digital não tem o custo do filme e o resultado pode ser visto em seguida, vale a pena buscar a qualidade.

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A fotografia de objetos é sempre um

desafio. Mostrar a textura ou o brilho da

superfície ou a transparência, exigem

procedimentos diferentes.

Isso torna a fotografia instigante e o bom

resultado nos dá muito prazer.

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A primeira foto, (do pãozinho) foi feita conforme mostra a ilustração, é visível a luz da janela na lateral direita do objeto e o reflexo do rebatedor sobre a superfície do aço inox da mesa e a luz frontal do flash. Observe, na ilustração, que o flash está apontado para o rebatedor, mas ilumina o objeto por causa do papel vegetal que esparrama a luz.

Fazendo uso do flash da própria câmeraNão havendo possibilidade de uso de flashes extra corpo da câmera fotográfica, ainda podemos melhorar um pouquinho a luz do flash incorporado. Podemos prender o papel vegetal conforme as fotos mostram, tomando o cuidado de não obstruir nenhum sensor, o que poderia impedir alguma leitura feita pela câmera.

Nessa situação é importante contar com outras fontes de luz, como já foi mencionado nos exemplos anteriores, especialmente a luz do dia.

Na ilustração abaixo, vemos uma janela à esquerda e um rebatedor à direita. Um bom rebatedor pode ser uma placa de isopor com um dos lados revestido com alumínio laminado.

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Se faltar luz em cima do objeto, use um rebatedor como na foto do micro motor. Considerando que o ângulo formado pela mesa e a parede é de 90º, um rebatedor colocado acima do objeto a 45º irá refletir a luz do flash na superfície superior do objeto. A foto do set montado para fotografar o micro motor, mostra o rebatedor de alumínio fazendo exatamente esse papel.

Quando criança é comum brincarmos com espelhos, jogando a luz do sol em qualquer lugar sombreado, não deixa de ser a mesma coisa o uso do rebatedor. A diferença é que com o sol enxerga-se para onde a luz está sendo dirigida. Com a luz do flash é impossível enxergar numa fração de tempo tão curta. Na dúvida o espelho pode ajudar. Colocando-o tão paralelo quanto possível à superfície que se deseja iluminar, e olhando do ponto de vista da câmera, deve-se enxergar no espelho a imagem do rebatedor. Ainda poderá não estar angulado

corretamente, mas, estamos no caminho correto.

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Todas as fotos usadas nas ilustrações deste manual, foram feitas da forma como estamos orientando. Quase todas têm apenas duas fontes de luz.

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A questão da resolução

A quantidade de megapixels (ou MP) das câmeras acabou se tornando a referência na qualidade das imagens para muita gente. Mas a afirmação de que quanto mais significa tanto melhor pode não ser verdadeira. Um telefone celular com 8 MP não tem imagem de qualidade superior à câmera fotográfica de 6 MP. Nem uma câmera amadora de 16 MP tem imagem melhor do que uma profissional de 12 MP. O que faz a diferença? O tamanho do sensor, a quantidade de Bits usados no processamento da informação, o formato do arquivo (JPG, TIF, RAW), o componente óptico, enfim, é uma somatória de quesitos que não pode ser resumido apenas em MP. O sensor, por exemplo, do celular não é maior que a cabeça de um pequeno prego, o da máquina fotográfica amadora é menor que a unha do dedinho, o da câmera profissional é do tamanho de uma moeda de um real.

Podemos afirmar que 12 MP será melhor que 10 MP se os equipamentos estiverem no mesmo nível técnico. Entre duas câmeras amadoras de características semelhantes, será melhor, no quesito qualidade de imagem, a que tiver maior quantidade de MP. O que é megapixel? Pixel é a menor unidade de informação que compõe a imagem e megapixel é o conjunto de um milhão dessas unidades. Se a câmera é de 16 MP a imagem da foto terá 5.000 pixels no lado maior, por 3.200 pixels no lado menor, que multiplicados resultam 16.000.000 de pixels. Essa mesma foto tem a dimensão de 176,39 por 112,89 centímetros com 72 DPI (dots per inch - pontos por polegada) ou 42,33 por 27,09 centímetros com 300 DPI.

Agora temos mais um termo, o DPI. Resumindo de forma simples para facilitar o entendimento, o Pixel está para a tecnologia digital, assim como o DPI está para a tecnologia de impressão. Enquanto a imagem estiver no meio digital a linguagem é pixel e as cores básicas são o vermelho, o verde e o azul (RGB). Quando mandamos essa mesma

imagem para a impressora jato de tinta, aí passa a ser DPI e as cores básicas são ciano, magenta, amarelo e o preto (CMYK).

A foto aberta em um programa de tratamento de imagem em geral mostra sua resolução em 72 DPI. Mudar os parâmetros, DPI e tamanho da imagem, é fácil. Porém, deve-se observar a manutenção da proporção. Ao aumentar a resolução perdemos no tamanho e vise versa, o software faz automaticamente esse acerto quando programado.

Para finalizar é bom ter como procedimento os seguintes ajustes:

− Fotos para gráficas - no tamanho igual ao impresso final ou maior, resolução 300 DPI, arquivo TIF, ambiente de cor CMYK.

− Fotos para laboratório fotográfico - no tamanho padrão dos papéis fotográficos, resolução 300 DPI, arquivo JPG, ambiente de cor RGB.

− Fotos para internet/e-mail - tamanho de 20cm máximo 30 cm, 72 DPI, arquivo JPG, ambiente de cor RGB.

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CRÉDITOS

Conteúdo, Fotografias e ilustraçõesAttilio Grecchi

[email protected]

SENAI SP

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