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BREVE GUIA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES

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BREVE GUIADOS DIREITOSDOS TRABALHADORES

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4 Nota introdutória

6 Conselhos gerais Se vais procurar ou já tens emprego | Se estás desempregado ou em situação iminente de desemprego | Se és imigrante

14 Regulamentação legal do trabalho Direitos e garantias do trabalhador

16 Férias Direito a férias | Aquisição do direito a férias | Duração do período de férias

18 Faltas Noção | Tipos de faltas

20 Principais tipos de contratos de trabalho Contrato por tempo indeterminado ou sem termo | Contrato de trabalho a termo certo | Contrato de trabalho a termo incerto | Contrato de trabalho temporário | Contrato de trabalho a tempo parcial

23 Diferença entre contrato de trabalho e contrato de prestação de serviços

Índice

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4 Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

NOTA INTRODUTÓRIAA Marcha pelo Emprego é uma iniciativa do

Bloco de Esquerda que pretende realçar os direitos de cidadania dos trabalhadores, onde o direito ao tra-balho é um direito inalienável da pessoa humana.

Ter um emprego com direitos não é nem pode ser um “luxo” na nossa sociedade. Este é o combate do Bloco de Esquerda contra uma globalização capitalista e contra um governo Sócrates que desumaniza a nossa sociedade, onde cresce a pobreza, a exclusão social e o desemprego. Durante 17 dias, a Marcha percorre parte do país para apresentar propostas e soluções, mostrando que a criação de empregos com direitos é a questão social mais importante e a prioridade para a economia e para a democracia.

Este Guia pretende ser um simples contributo de informação para os trabalhadores, tor-nando mais acessível o conhecimento e o exercício dos direitos e das normas que regulam as relações de trabalho em Portugal. O Guia destina-se a contribuir para tornar os trabalhadores portugueses mais exigentes e mais atentos ao cumprimento dos seus direitos.

A Marcha pelo Emprego é uma iniciativa do Bloco de Esquerda que pretende realçar os direitos de cidadania dos trabalhadores, onde o direito ao tra-balho é um direito inalienável da pessoa humana.

Ter um emprego com direitos não é nem pode ser um “luxo” na nossa sociedade. Este é o combate do Bloco de Esquerda contra uma globalização capitalista e contra um governo Sócrates que desumaniza a nossa sociedade, onde cresce a pobreza, a exclusão social e o desemprego. Durante 17 dias, a Marcha percorre parte do país para apresentar propostas e soluções, mostrando que a criação de empregos com direitos é a questão social mais importante e a prioridade para a economia e

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Nota: Este Guia não dispensa nem substitui:

(1) a análise cuidada das normas jurídicas em causa;

(2) consulta do Contrato Colectivo, ou do Acordo de Empresa, geralmente mais favo-ráveis do que a lei geral;

(3) a consulta junto da Comissão de Trabalhadores ou do Sindicato;

Para salvaguardares os teus direitos, antes de agires ou reagires, procura sempre informar-te sobre a melhor forma para o fazeres.

Tem em conta que em qualquer momento a legislação pode sofrer alteração.

CONSULTA :www.netemprego.gov.pt (Net Emprego)

www.inovjovem.gov.pt (Programa Inov Jovem)

www.igt.idict.gov.pt (Inspecção Geral do Trabalho)

www.iefp.pt (Inst. Emprego e Formação Profi ss.)

http://www.isp.pt/NR/exeres/8A60DB15-4D0B-4F0B-B003-FAC27DEB20E7.htm (Fundo de aci-dentes de trabalho)

www.ishst.pt (Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho)

www.seg-social.pt (Segurança Social)

www.acime.gov.pt (Alto Comissário para a Imigra-ção e Minorias Étnicas)

Linha Verde do Bloco de Esquerda – Grátis, das 14h às 19h: 800204027

www.cgtp.pt (CGTP-IN)

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Conselhos geraisSe vais procurar ou já tens emprego

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7Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

Não assines papéis em branco ou com coisas que não sabes o que são.

Todas as profi ssões estão inseridas num contrato colectivo de trabalho (CCT), ou num acordo de em-presa (AE), estabelecido entre os sindicatos e as as-sociações patronais, sempre mais favoráveis que a lei geral de trabalho (código). Procura-o no Sindicato ou na Comissão de Trabalhadores da empresa.

Horário e local de trabalho, salário, o teu contrato individual de trabalho (com termo certo, sem termo, com termo incerto...) estão defi nidos nesse contrato colectivo ou acordo de empresa.

O período de experiência e as funções e categorias profi ssionais, que defi nem as tuas funções na em-presa, também estão no contrato colectivo

Se estás contratado a prazo (a termo certo ou incer-to) e se fores despedido:

— Tens que receber por escrito o aviso de despe-dimento com um determinado prazo legal.

— Tens direito a uma indemnização por cada mês de trabalho, pagamento de férias não gozadas, parte proporcional do subsídio de férias e Natal.

Só podes ser despedido com justa causa. Nas em-presas com menos de 10 trabalhadores pode ser dispensada a nota de culpa.

Há várias formas legais de despedimento: colectivo, extinção do posto de trabalho, por caducidade do contrato, individual após processo disciplinar... tudo está regulamentado na lei – ninguém pode ser des-pedido verbalmente, sem justa causa ou por motivos políticos, ideológicos ou de fi liação sindical.

Horas extras, subsídios de trabalho nocturno ou por turnos, subsídio de almoço... são matérias também regulamentadas em CCT ou AE.

Os descontos para a segurança social são obriga-tórios. O trabalhador paga 11% e o patrão 23,75%. Verifi ca na Segurança Social a listagem dos des-contos. Disso depende o teu subsídio de doença, desemprego, reforma...

Não descontar para a Segurança Social, ou descon-tar abaixo do valor real do salário, vai baixar-te o va-lor do subsídio de desemprego, doença, reforma...

Não pode haver discriminações por razão de sexo, raça, etnia, orientação sexual, religião...

Sindicaliza-te. No Sindicato informar-te-ão da me-lhor maneira de o fazeres.

Conselhos geraisSe vais procurar ou já tens emprego

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Se estás desempregado ou em situação iminente de desemprego

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9Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

Deves ter consciência que, sempre que se verifi ca uma relação laboral entre empregado e entidade empregadora, existe um contrato individual de trabalho, mesmo que este não apresente a forma escrita.

Nunca deves assinar qualquer documento que te seja apresentado e que te suscite a menor dúvida, ou unicamente porque para isso foste pressionado. Antes de assinar, deves aconselhar-te de preferência com o Sindicato, Comissão de Trabalhadores, Inspecção-Geral do Trabalho, Tribunal de Trabalho.

A atribuição de prestações de desemprego (subsídio de desemprego ou subsídio social de desem-prego) implica que a situação de desemprego seja involuntária, isto é, que não seja resultado de iniciativa do trabalhador ou mútuo acordo, exceptuando-se a rescisão com justa causa. Deves verifi car na declaração passada pela entidade empregadora (Modelo 346) se o motivo da cessação do contrato está correcto.

Verifi cando-se a situação de desemprego, deves exigir da entidade empregadora a referida declara-ção (Modelo 346), o mais rápido possível, visto que o período de prestações de desemprego a atribuir só terá início com a entrega dessa declaração. Caso a entidade patronal se recuse a preencher o Modelo 346 ou não indique o motivo real do despedimento, deves solicitar à empresa o seu correcto preenchimento através de carta registada com aviso de recepção; passados 5 dias úteis de ausência de resposta, a Inspecção-Geral do Trabalho pode e deve substituir-se à entidade patronal no preenchimento do Modelo 346.

Durante o período de inscrição no Centro de Emprego (da tua área de residência), deves aí com-parecer, sempre que para tal sejas convocado, pois se o não fi zeres poderás ser objecto de anulação da respectiva inscrição ou, tratando-se de subsidiado, veres o teu subsídio cortado.

Sempre que inicies um novo período de trabalho, deves comunicar esse facto ao Centro de Em-prego e à Segurança Social no prazo de 5 dias, de forma a vincular a entidade empregadora à entrega das respectivas contribuições.

Se estás desempregado ou em situação iminente de desemprego

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Se és imigrante

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11Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

A situação dos imigrantes é sempre mais complicada que a dos portugueses. Desconhecimento da língua, do país, das leis... tudo complica. No momento em que fazemos este folheto vão estar em dis-cussão no parlamento novas leis de imigração. Por isso, a primeira regra é: dirige-te a uma Associação de Imigrantes, associa-te e informa-te.

Se és trabalhador imigrante tens direitos iguais aos portugueses, mas tens que ter um contrato de trabalho escrito. Estão dispensados desta formalidade os cidadãos nacionais dos países membros do Espaço Económico Europeu.

ESTÁS (OU NÃO) EM SITUAÇÃO IRREGULAR?

Se entraste em Portugal sem nenhum tipo de visto; se o visto turístico já terminou a sua validade; se não estás inscrito em qualquer processo de legalização; se não tiveres um fi lho nascido e registado em Portugal até 12/03/2003 — em todos este casos estás em situação irregular.

O QUE DEVES FAZER SE JÁ ESTIVERES EM SITUAÇÃO IRREGULAR?

Vai a uma Associação, a menos que estejas em condições de pedir o prolongamento do visto turís-tico. Não acredites nas promessas de um qualquer patrão. Informa-te antes.

TENS PROBLEMAS DE INJUSTIÇA NO TRABALHO?

Não há distinção entre trabalhador em situação legal ou ilegal: sobre dívidas patronais de salários, subsídios de férias e Natal, indemnização por despedimento sem justa causa... dirige-te ao Sindicato ou à Associação.

Se és imigrante

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12 Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

QUE CUIDADOS DEVES TER NAS RENOVAÇÕES E LEGALIZAÇÕES?

Cuidado com o fi m dos prazos, as multas são muito elevadas. Atenção que há novas regras para renovação e legalização. É necessário teres um contrato de trabalho válido – ou certifi cação de uma asso-ciação e os descontos para a segurança social em dia; se estiveres desempregado, inscreve-te no Centro de Emprego da área de residência. Informa-te.

QUEM TEM DIREITO AO REAGRUPAMENTO OU REUNIÃO FAMILIAR?

Todos os imigrantes que disponham de um Visto de Trabalho ou Autorização de Residência em Portugal e pessoas em união de facto. Mas há novas condições, informa-te.

OS MEUS FAMILIARES PODEM TRABALHAR LEGALMENTE?

Sim, mas há condições diferentes para os que têm apenas Visto de Estada Temporária e os que entraram ao abrigo do reagrupamento familiar, com Autorização de Residência. Informa-te das suas con-dições específi cas.

TENHO DIREITO A ASSISTÊNCIA MÉDICA NO SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE – SNS?

Sim, num Centro de Saúde ou num Hospital (em caso de urgência), estes serviços não podem recu-sar-te a assistência por razões ligadas a nacionalidade, falta de meios económicos, falta de legalização ou outra. Trata de obter o cartão de utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para ti e para toda a família.

OS MEUS FILHOS TÊM DIREITO A FREQUENTAR A ESCOLA PÚBLICA?

Sim, em qualquer circunstância, qualquer que seja a nacionalidade ou a situação legal dos pais.

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13Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

TENHO DIREITO A SUBSÍDIOS?

Sim, desde que tenhas a tua situação regularizada junto da Segurança Social, subsídio de desem-prego, de funeral, de maternidade e paternidade.

HÁ PROTECÇÃO EM ZONA INTERNACIONAL DO AEROPORTO?

Deve-se exigir um advogado e um tradutor. Só deves assinar os autos em presença do teu defensor e depois de ter compreendido bem o teor dos mesmos;

NOTAS SOBRE DOCUMENTOS IMPORTANTES:

Número de Contribuinte: para abrir contas bancárias, pagar impostos (IRS...) é pedido nos Serviços de Finanças ou Lojas do Cidadão.

Certifi cado do Registo Criminal: para renovação das autorizações e vistos, solicitado pelo próprio, pessoalmente em várias entidades. Informa-te

SITES ONDE ENCONTRAR ALGUMA INFORMAÇÃO ÚTIL:www.cgtp.pt (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses)www.iefp.pt (Instituto do Emprego e Formação Profi ssional)www.netemprego.gov.pt (Net Emprego)www.inovjovem.gov.pt (Programa Inov Jovem)www.igt.idict.gov.pt (Inspecção Geral do Trabalho)www.ishst.pt (Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho)www.seg-social.pt (Segurança Social)www.tst.gov.br (Tribunal Superior do Trabalho)www.acime.gov.pt (Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas)

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NORMAS APLICÁVEIS

Actualmente, o diploma fundamental do regime jurídico do contrato individual de trabalho é o Código do Trabalho, aprovado pela Lei no 99/2003 de 27 de Agosto (o Código Bagão Félix). Mas, em relação a cada caso concreto, teremos de considerar outras fontes dos direitos e obrigações quer dos trabalhadores quer dos empregadores. São elas os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho aplicáveis ao sector e também os contratos individuais de trabalho se revestirem a forma escrita, sempre obrigatória nos contratos a termo.

Anote-se que há uma hierarquia entre estas fontes a respeitar: o contrato individual de trabalho não pode dispor contra as outras duas e os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho não podem ir contra a lei geral. Admitem-se excepções, se estas forem mais favoráveis ao trabalhador.

Indicamos resumidamente alguns dos aspectos mais relevantes do regime jurídico do contrato individual de trabalho decorrente da lei geral e que, pelo seu carácter genérico, se aplicam a todos os trabalhadores que prestam serviço subordinado.

REGULAMENTAÇÃO LEGAL DO TRABALHO

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15Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

DIREITOS E GARANTIAS DOS TRABALHADORES:

— À retribuição da sua prestação laboral: salário, pagamento de férias, subsídio de férias e de Natal;

— A gozar férias e feriados;

— À fi xação do tempo de trabalho;

— A que o seu vencimento não seja diminuído;

— A não baixar de categoria;

— A não ser transferido para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos na lei;

— Ao exercício dos seus direitos, sindicais e outros, bem como a não ser despedido ou sofrer sanções por causa desse exercício;

— A inscrição na Segurança Social;

— A não ser obrigado a adquirir bens ou utilizar serviços indicados pela entidade patronal;

— À segurança e higiene no local de trabalho;

— À manutenção do contrato de trabalho em caso de transmissão do estabelecimento;

— A não ser despedido sem justa causa;

— A fazer greve.

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16 Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

FÉRIAS

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17Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

DIREITO A FÉRIAS

Os trabalhadores tem direito a um período de férias remuneradas em cada ano civil e que, em regra, se reporta ao trabalho prestado no ano civil anterior, não estando, porém, sujeito à assiduidade ou efectividade de serviço, à excepção dos casos expressamente previstos na lei. * Este direito é irrenunciável e, como tal, não pode ser substituído por qualquer compensação económica ou outra, salvo nos casos previstos na lei.

AQUISIÇÃO DO DIREITO A FÉRIAS

O direito a férias adquire-se com a celebração do Contrato de Trabalho e vence-se, em regra, no dia 1 de Janeiro de cada ano civil. No ano da admissão o/a trabalhador/a tem direito, após 6 meses de prestação de trabalho, a gozar 2 dias úteis de férias por cada mês de duração do contrato, no máximo de 20 dias úteis. Se o ano civil terminar antes do/a trabalhador/a ter prestado os 6 meses de trabalho ou antes de gozadas as férias a que teve direito, o/a trabalhador/a poderá gozá-las até 30 de Junho do ano seguinte.

DURAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS

O período anual de férias tem a duração mínima de 22 dias úteis (consideram-se dias úteis, mesmo para os/as trabalhadores/as por turnos, os dias de semana de 2.a a 6.a feira, com excepção dos feriados). O período de férias dos 22 dias úteis pode ser maior no caso de o/a trabalhador/a não ter faltas ou de estas serem justifi cadas, nos seguintes termos: 25 dias – até ao máximo de um dia de falta ou de faltas a dois meios-dias; 24 dias – até ao máximo de dois dias de faltas ou de faltas a quatro meios-dias; 23 dias – até ao máximo de três dias de faltas ou de faltas a 6 meios-dias. As férias não podem ter início em dia de descanso semanal dos trabalhadores. O trabalhador pode renunciar parcialmente ao direito a férias, recebendo a retribuição e o subsídio de férias respectivo, desde que goze, no mínimo, 20 dias úteis.

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FALTAS

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19Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

NOÇÃO

Falta é a ausência do trabalhador durante o período de trabalho diário a que está obrigado. Nos casos de ausência por períodos inferiores ao que está obrigado, os respectivos tempos são adicionados até perfa-zerem um dia completo de trabalho (só nessa altura serão descontados). No caso dos períodos de trabalho diário não serem uniformes, considera-se, como dia completo de trabalho, o de menor duração.

TIPOS DE FALTAS:

Justifi cadas e Injustifi cadas

As faltas justifi cadas podem ser com remuneração ou sem remuneração.

Faltas Justifi cadas com remuneração: casamento – 15 dias seguidos; morte de cônjuge, pais, sogros, fi lhos, enteados, padrasto ou madrasta, genro ou nora e de pessoa que viva em união de facto ou em economia comum com o trabalhador – 5 dias seguidos; morte de irmãos, cunhados, avós, netos, bisavós e bisnetos – 2 dias seguidos. Prestação de provas em estabelecimentos de ensino; as faltas dadas pelos trabalhadores eleitos para as estruturas de representação colectiva; as faltas dadas por candidatos a eleições para cargos públicos, durante o período legal da respectiva campanha eleitoral (direito a retribuição somente às faltas relativas a 1/3 do período de duração da campanha eleitoral, só podendo o trabalhador faltar meios dias ou dias completos com aviso prévio de 48 horas); as dadas pelo responsável por educação de menor para deslocação à escola (período máximo de 4 horas, uma vez por trimestre); as que por lei forem como tal qualifi cadas (desde que não ultrapassem 30 dias por ano).

Faltas justifi cadas sem remuneração: por motivo de doença (se o trabalhador benefi ciar de um regime de segurança social de protecção na doença); por motivo de acidente de trabalho (se o trabalhador tiver direito a qualquer subsídio de seguro); as autorizadas ou aprovadas pela entidade empregadora.

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PRINCIPAISTIPOS DE CONTRATOS DE TRABALHO

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21Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

Contrato por tempo indeterminado ou sem termo (é um contrato efectivo).

Não tem duração prevista, durando até cessar por qualquer das formas indicadas na lei. O contrato não requer forma escrita (pode tê-la, mas não é obrigatório). Todos os contratos de trabalho que não sejam celebrados por escrito presumem-se celebrados por tempo indeterminado.

Contrato de trabalho a termo certo (dura pelo período acordado).

O Contrato de Trabalho a termo certo dura pelo período acordado, não podendo exceder os três anos, incluindo renovações, nem ser renovado mais do que duas vezes. - Porém, decorrido o perí-odo de três anos ou verifi cado o número máximo de renovações, o contrato pode ser objecto de uma outra renovação desde que a duração não seja inferior a um ano nem superior a três anos. - A duração máxima do contrato a termo certo, incluindo renovações, não pode exceder dois anos nos casos de lançamento de uma nova actividade de duração incerta, bem como de início de laboração de uma empresa ou estabelecimento ou tratando-se de contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de desempregados de longa duração, salvo se se tratar de trabalhadores à procura de primeiro emprego cuja contratação a termo não pode exceder 18 meses.

Contrato de trabalho a termo incerto (dura pelo período igual à causa que justifi cou a cele bração)

O Contrato de Trabalho a termo incerto dura por todo o tempo necessário para a substituição do trabalhador ausente ou para a conclusão da actividade, tarefa, obra ou projecto cuja execução justifi cou a celebração. Considera-se contratado sem termo o trabalhador que permaneça no desempenho da sua tarefa.

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22 Breve Guia dos Direitos dos Trabalhadores

Contrato de trabalho temporário

É um contrato celebrado entre um trabalhador e uma empresa de trabalho temporário que dura pelo período acordado, pelo qual o trabalhador se obriga a prestar trabalho a uma outra empresa. É celebrado, por forma escrita, a termo certo ou incerto e dura pelo prazo acordado.

Contrato de trabalho a tempo parcial

É um tipo de contrato que pode ser celebrado por tempo in determinado ou a termo, seguindo a forma escrita em qualquer dos casos. O que o distingue é a duração do horário de trabalho.

Considera-se trabalho a tempo parcial o que corresponde a um período normal de trabalho semanal igual ou inferior a 75% do praticado a tempo completo numa situação comparável. O trabalho a tempo parcial pode ser prestado em todos ou em alguns dias da semana, sem prejuízo do descanso semanal e devendo o número de dias de trabalho ser fi xado por acordo.

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DIFERENÇA ENTRE CONTRATO DE TRABALHO E CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Contrato de Trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, sob a autoridade e direcção destas. Contrato de Prestação de Serviços é aquele em que uma das partes se obriga a proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou sem retribuição. Presume-se, porém, que as partes celebraram um Contrato de Trabalho, sempre que o trabalhador, ainda que entregue à entidade patronal mensalmente um recibo verde, cumulativamente: — Esteja na dependência do benefi ciário da actividade; — Esteja inserido na sua estrutura organizativa; — Realize a sua prestação sob as ordens, direcção e fi scalização deste.

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Adere ao Bloco de Esquerda.O Bloco de Esquerda é a esquerda socialista que

combate o capitalismo e a exploração.

Notícias, debates, rádio, TV alternativa, livraria, em ESQUERDA www.esquerda.netSede Nacional: Av. Almirante Reis, 131, 2º, 1150-015 Lisboa|[email protected]|Tel: 213 510 510|Fax 213 510 519|Tel:966299247/918712444

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O Bloco é a força da esquerda de confiança.

Junta-te ao Bloco de Esquerda para fazeres esta força nova, para a

tua luta, para a vitória dos trabalhadores.

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Fotos de Paulete Matos à excepção da pág. 8 (Patrice Leclerc)

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