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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO BÁRBARA SANTOS VIEIRA ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL POR MEIO DOS PROGRAMAS ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO (PAP/PAT) Niterói, RJ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

BÁRBARA SANTOS VIEIRA

ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE

PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL POR MEIO DOS PROGRAMAS

ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO (PAP/PAT)

Niterói, RJ

2016

BÁRBARA SANTOS VIEIRA

ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE

PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL POR MEIO DOS PROGRAMAS

ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO (PAP/PAT)

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao Curso de

Graduação em Engenharia de Petróleo

da Escola de Engenharia da

Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção

do Grau de Bacharel em Engenharia

de Petróleo.

Orientadores:

Rogério Fernandes de Lacerda

Nonato José Rei da Costa Junior

Niterói, RJ

2016

BÁRBARA SANTOS VIEIRA

ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL POR MEIO DOS PROGRAMAS

ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO (PAP/PAT)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia de Petróleo da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia de Petróleo

Aprovado em 22 de Dezembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ Prof. Rogério Fernandes de Lacerda – UFF

Orientador

_________________________________________________ Geólogo Nonato José Rei da Costa Junior – Especialista em Regulação da ANP

Orientador

_________________________________________________ Engenheira Paula Garcia Silva

NITERÓI, RJ - BRASIL

DEZEMBRO DE 2016

Dedico este trabalho ao meu pai e

à minha mãe: aqueles que me amaram

acima de tudo e que sempre acreditaram

e lutaram pelo possível e impossível pra

eu chegar até aqui.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o

Princípio e o Fim, o Único, Eterno e Infinito.

Aos meus pais, por sempre acreditarem e sempre buscarem algo muito maior

do que o convencional, do que era o aceitável para nossa família. A eles, que me

educaram e abdicaram de infinitas coisas para eu estar aqui hoje, finalizando minha

faculdade em uma universidade federal. A eles, que me fizeram ser sempre melhor e

que sempre foram os melhores pais do mundo.

Ao meu irmão, por todo amor, carinho, respeito e empatia. Meu “coisa”

preferido. Obrigada por me ensinar a ser mais paciente e mais amável.

A Rosane, por toda força irrefutável que me deu e acreditou quando até

mesmo eu desconfiei. Por preencher meu coração de fé e me apresentar um modo

de crer diferente do meu mundo, que só me adicionou e reacendeu a esperança

dentro de mim. A Juju e ao Gabi, que sempre são só amor comigo e me acolheram

como se eu fosse da família.

A Carol e ao Tião, afilhados que sempre transbordaram de energia positiva,

amor e confiança, que acreditaram e torceram por mim em todos os momentos da

minha faculdade. A minha tia Neuza, que deu a força inicial pra eu começar tudo

isso, me ensinando lições de amor e de resignação. A Catarina e ao Marcelo, primos

que me inspiraram, motivaram e me mostraram o lado bom da Engenharia.

Aos meus amores de UFF, aqueles que me viram chorar, me viram rir,

cuidaram das minhas notas, das minhas ressacas e de todas as minhas emoções

nos anos da minha faculdade: Ipatinga, pelo grande companheirismo e pelo enorme

carinho de sempre; Sarah, que me ensinou a conviver em harmonia com as

adversidades; Menas, pelos incontáveis almoços e companhia no CineUFF; Joana,

pelo guarda roupa e mãe compartilhados; Ramon, Marcella e Carlos Alberto (com

carinho: Kakito-moreno), pela amizade construída no início da faculdade, mas que

levarei pro resto da vida.

As minhas amigas lindas da veterinária, que passaram comigo meus

melhores momentos de descontração na faculdade e aguentaram meus berreiros

sempre com os melhores ombros, sorrisos e conselhos: Elo, Jéssica, Mairota, Dani,

Gabi, Gi e ao intruso que mais foi amado e acolhido por elas: Galhardo, que sempre

teve paciência demais comigo, obrigada por me querer sempre bem. Amo muito

vocês!!

Aos meus novos chamegos, que ganhei no fim da faculdade e que não vivo

mais sem: Jejé, Rebecca e Mari. Obrigada por me darem a chance de estar

presente na vida de vocês e de se preocuparem comigo a todo o momento.

A Moniquinha, minha amiga/irmã que mais ilumina minha vida. Sem ela meu

mundo seria em preto e branco. Obrigada minha “tchuca”. A Mari e tia Marina, por

sempre me incentivarem a correr atrás dos meus objetivos, fazendo com que eles

crescessem e se multiplicassem. As minhas amigas do Recreio, que mesmo

distante, fizeram parte da minha história e fazem parte do meu coração.

A toda minha família: primos que me incentivaram, acreditaram e mandaram

pensamentos positivos durante meu curso. Aos meus tios, em especial a tia Rita,

com suas orações cheias de força e fé, que ajudaram a me reenguer no momento

em que mais precisei. Aos meus avós, em Manaus e em Itobi, por todas as férias

maravilhosas e cheias de amor que eu pude ter.

Aos meus professores maravilhosos que tive a honra de ter na UFF. A Neuci

e a Suelen, pelo carinho imenso e pelas inúmeras ajudas prestadas.

A Paulinha, minha amiga, engenheira maravilhosa e que mais me ajudou a

dar andamento nesse TCC. Obrigada pela amizade e por ter acreditado em mim.

Ao Felippe, por todo o zelo, carinho e fé. Por toda a paciência no período final

da minha faculdade. A ele, que passou o momento mais complicado do meu TCC ao

meu lado, me dando um amor imensurável, transbordando de amor a minha vida.

Obrigada por me ensinar a ser cada dia melhor.

Ao meu orientador, Rogério, que tenho profunda admiração e que me deu

tempo e liberdade pra eu poder desenvolver meu projeto.

Aos meus orientadores da ANP, Tabita, por ter me dado esse projeto e ter

acreditado que seria possível, e Nonato, por toda a disponibilidade, ajuda,

esclarecimentos e zelo comigo e com meu trabalho.

Sou muito grata a todos vocês e eu espero que um dia eu consiga retribuir

todo amor, tempo, atenção, passeios e felicidades que eu tive a honra de ter ao lado

de vocês.

RESUMO

Apesar dos enormes avanços na busca por energias renováveis, diante do cenário

energético mundial observa-se que a fonte mais utilizada atualmente ainda provém

dos hidrocarbonetos. Por se tratar de um recurso finito, os países que possuem

reservas comerciais de petróleo e gás natural costumam desenvolver um extenso

aparato legal (leis, regulamentos, dentre outros) para regular sua exploração e

produção, principalmente onde essas atividades não se configuram em monopólio

da União. A Lei nº 9.478, também conhecida como a “Lei do Petróleo”, instituiu, em

1997, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que,

por sua vez, se tornou responsável por promover a regulação, a contratação e a

fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás

natural e dos biocombustíveis. Dessa forma, o Estado exerce, através da ANP, um

poder central na regulação, buscando constantemente aperfeiçoar seus

procedimentos técnicos e, sobretudo, regulatórios, tendo como resultado a criação,

dentre diversos instrumentos legais, de portarias e resoluções. O presente trabalho

tem como objetivo analisar o arcabouço legal existente e a atuação dos órgãos

responsáveis pela regulação da atividade petrolífera tanto no Brasil quanto na

Noruega e, com base nos resultados, propor melhorias nos Programas Anuais de

Produção (PAP) e de Trabalho e Orçamento (PAT), criados no ano 2000 pelas

Portarias ANP nº 100 e 123. A escolha da Noruega se deu por conta da similaridade

da sua regulamentação com a do Brasil, além de ser atual e reconhecida

internacionalmente como referência.

Palavras-chave: programas anuais, Lei do Petróleo, regulação, ANP.

ABSTRACT

In spite of the enormous advances in the search for renewable energies, the most

used source in the world currently still comes from hydrocarbons. As a finite

resource, countries that have commercial oil and natural gas reserves usually

develop an extensive legal apparatus (laws, regulations, among others) to regulate

their exploitation and production, especially where these activities do not constitute a

monopoly. The Law nº. 9,478, also known as the "Petroleum Law", established, in

1997, the National Agency for Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP), became

responsible for promoting regulation, contracting and supervising the economic

activities that are part of the oil, natural gas and biofuels industry. In this way, the

State exercises, through the ANP, a central power in regulation, seeking constantly

to improve its technical and regulatory procedures, resulting in the creation, among

several legal instruments, ordinances and resolutions. The present work aims to

analyze the existing legal framework and the performance of the organ responsible

for regulating oil activity in Brazil and Norway and, based on the results, propose

improvements in the Annual Production Programs (PAP) and Annual Work and

Budget Program (PAT), created in 2000 by Ordinance ANP nº 100 and 123. The

choice of Norway was due to the similarity of its regulations with Brazil regulation,

besides being current and internationally recognized as a reference.

Keywords: annual programs, Oil Law, regulation, ANP.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Áreas incluídas no contrato de cessão onerosa ......................................... 20

Figura 2: Fluxograma do Plano de Desenvolvimento ................................................ 27

Figura 3: Fluxograma do BAR ................................................................................... 29

Figura 4: Fluxograma dos prazos relativos ao PAP .................................................. 35

Figura 5: Fluxograma dos prazos relativos ao PAT ................................................... 36

Figura 6: Áreas da Norwegian Continental Shelf (NCS) ............................................ 57

Figura 7: Organização estatal das atividades petrolíferas da Noruega ..................... 59

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cabeçalho que precede todas as planilhas do PAP e do PAT ................. 38

Tabela 2 - Previsões de Produção de Petróleo e Gás Natural .................................. 39

Tabela 3 - Previsão de Movimentação de Gás Natural ............................................. 40

Tabela 4 - Previsão de Produção e Movimentação de Água .................................... 41

Tabela 5 - Previsão de Queimas e Perdas de Gás Natural ....................................... 43

Tabela 6 - Planilha de Observações dos Pilotos dos Queimadores presente no PAP

.................................................................................................................................. 43

Tabela 7 - Previsão de Injeção de Fluidos Especiais ................................................ 44

Tabela 8 - Anexo do PAP .......................................................................................... 45

Tabela 9 - Cronograma de Atividades do PAT .......................................................... 47

Tabela 10 - Cronograma de Atividades do PAT (continuação) ................................. 48

Tabela 11 - Orçamento do PAT ................................................................................. 48

Tabela 12 - Perfuração de Poços - PAT .................................................................... 49

Tabela 13 - Estimativa de Reservas e Recursos de Petróleo e Gás Natural ............ 66

Tabela 14 - Comparação dos volumes com o PDO .................................................. 67

Tabela 15 - Reservas Maduras ................................................................................. 67

Tabela 16 - Taxa de Recuperação de Petróleo ......................................................... 68

Tabela 17 - Poços Produtores Temporariamente Fechados ..................................... 70

Tabela 18 - Período de perfuração, conclusão e intervenção dos próximos 5 anos . 71

Tabela 19 - Indicadores de Desempenho na Área de Perfuração ............................. 72

Tabela 20 - Indicadores de Desempenho por Instalação. ......................................... 73

Tabela 21 - Ambições de crescimento ...................................................................... 75

Tabela 22 - Tabela Comparativa entre as Regulações da Noruega e do Brasil em

Relação à Queima de Gás ........................................................................................ 77

LISTA DE ABREVIATURAS

ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ASR Annual Status Report

BAR Boletim Anual de Reservas

BMP Boletim Mensal de Produção

BOE Barris de Óleo Equivalente

CIIP Condensate Initially In Place

CNP Conselho Nacional do Petróleo

CNPE Conselho Nacional de Política Energética

EEA European Economic Area

EOR Enhanced Oil Recovery

G&G Geologia e Geofísica

GIIP Gas Initially In Place

IOR Improved Oil Recovery

JOA Joint Operating Agreement

LRP Longterm Plan

MFIN Ministry of Finance

MME Ministério de Minas e Energia

MPE Ministry of Petroleum and Energy

MSLA Ministry of Labour and Social Affairs

MTC Ministry of Transport and Communications

NCA Norwegian Coastal Administration

NCS Norwegian Continental Shelf

NEA Norwegian Environment Agency

NGL Natural Gas Liquid

NPD Norwegian Petroleum Directorate

OIIP Oil Initially In Place

OMM Operation, Maintenance and Modification

PAD Plano de Avaliação de Descoberta

PAP Programa Anual de Produção

PAT Programa Anual de Trabalho e Orçamento

PD Plano de Desenvolvimento

PDO Plan for Development and Operation

PEM Programa Exploratório Mínimo

PIO Plans for Installation and Operation

PPSA Pré-Sal Petróleo S.A.

PRMS Petroleum Resources Management System

PSA Petroleum Safety Authority

RNB Revised National Budget RTR Regulamento Técnico de Estimativa de Recursos e Reservas de

Petróleo e Gás Natural

SDFI State’s Direct Financial Interest

SSMA Segurança, Saúde e Meio Ambiente

TLD Teste de Longa Duração

UPGN Unidades de Processamento de Gás Natural

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 14

1.1 Introdução ....................................................................................................... 14

1.2 Objetivo ........................................................................................................... 15

1.3 Estrutura do Trabalho ..................................................................................... 15

2 REGULAÇÃO DO BRASIL ............................................................................ 16

2.1 Modelo Atual de Regulação ............................................................................ 17

2.2 O Conceito de Campo .................................................................................... 23

2.3 O arcabouço legal do acompanhamento das Atividades de Produção ........... 24

2.4 A Regulação da Fase de Produção ................................................................ 26

2.5 O Papel da ANP ............................................................................................. 29

3 PROGRAMAS ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO –

BRASIL .......................................................................................................... 33

3.1 Fundamentação Legal .................................................................................... 33

3.2 Programa Anual de Produção (PAP) .............................................................. 38

3.3 Programa Anual de Trabalho e Orçamento (PAT) .......................................... 45

3.3.1 Levantamento Geológico e Geofísico (G&G) .................................................. 50

3.3.2 Estudos de Reservatório ................................................................................. 51

3.3.3 Projetos de Sistema de Produção .................................................................. 51

3.3.4 Perfuração ...................................................................................................... 51

3.3.5 Completação ................................................................................................... 52

3.3.6 Elevação Artificial ........................................................................................... 52

3.3.7 Sistema de Coleta de Produção ..................................................................... 53

3.3.8 Unidades de Produção (marítimas ou terrestres) ........................................... 53

3.3.9 Sistema de Escoamento da Produção ............................................................ 54

3.3.10 Segurança Operacional .................................................................................. 54

3.3.11 Proteção Ambiental ........................................................................................ 54

3.3.12 Desativação do Campo................................................................................... 55

4 REGULAÇÃO DA NORUEGA ....................................................................... 56

4.1 Organização do Estado .................................................................................. 56

4.2 Regulações ..................................................................................................... 60

4.3 Relatórios de Produção de Petróleo ............................................................... 63

4.4 O Annual Status Report (ASR) ....................................................................... 64

4.4.1 Status Geral do Campo .................................................................................. 65

4.4.2 Reservatório ................................................................................................... 65

4.4.3 Produção e Injeção ......................................................................................... 68

4.4.4 Perfuração, Completação e Intervenção......................................................... 69

4.4.5 Operação, Manutenção e Modificação ........................................................... 72

4.4.6 Meio Ambiente ................................................................................................ 74

4.4.7 Campo e Área em Desenvolvimento .............................................................. 74

4.4.8 Exploração, Prospecções e Abandono ........................................................... 75

5 ANÁLISE COMPARATIVA ............................................................................ 76

5.1 Previsão de Produção, de Injeção e de Movimentação de Fluidos ................ 76

5.2 Queimas de Gás Natural ................................................................................ 76

5.3 Reservas ......................................................................................................... 78

5.4 IOR/EOR ......................................................................................................... 78

5.5 Projetos Despriorizados .................................................................................. 79

5.6 Previsão de Aumento e Declínio da Produção ............................................... 79

5.7 Previsão de Eficiências Operacionais ............................................................. 79

5.8 Previsão de Perfuração de Poços .................................................................. 79

5.9 Poços Fechados na Concessão ..................................................................... 80

5.10 Plano de Abandono ........................................................................................ 80

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 81

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 83

14

1 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

1.1 Introdução

Em países em que as jazidas de hidrocarbonetos pertencem à União e a sua

exploração e produção ocorre por meio de concessões às empresas privadas, faz-se

necessária uma regulação forte e clara, além de um órgão regulador atuante.

Ao se iniciar um processo de regulação torna-se essencial que se defina,

primeiramente, quem terá as atribuições e responsabilidades de regular a atividade

em questão. Na maioria das vezes este papel fica a cargo do ministério de minas e

energia.

Em última instância, quando não há um órgão regulador específico, as

empresas estatais tomam para si essa responsabilidade. Essa última opção é a

menos atrativa, pois, mesmo se tratando de uma estatal, esta pode vir a colocar os

interesses da empresa acima dos da União.

No Brasil, o monopólio da PETROBRAS foi extinto em 1997, com a criação da

Lei nº 9.478, também conhecida como a “Lei do Petróleo”. A partir deste momento

as empresas nacionais e estrangeiras começam a participar das atividades de

exploração e produção de petróleo no território nacional.

Além disso, nesta mesma lei foram criados o Conselho Nacional de Política

Energética (CNPE) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP), órgão de autarquia federal, vinculado ao Ministério de Minas

e Energia, cuja finalidade é promover a regulação, contratação e a fiscalização das

atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, gás natural e

biocombustíveis (ART 8º, LEI 9.478, de 6 de AGOSTO de 1997).

Em geral, os países fazem uso da legislação primária, como é o caso da Lei

do Petróleo, para atribuir a um responsável o poder da regulação do uso dos

recursos energéticos. Todavia, estas leis não tratam de questões específicas, mas

sim, de toda a cadeia produtiva do petróleo. Com isso, faz-se mister a

implementação de uma legislação secundária, como, por exemplo, regulamentos

especiais que podem ser revistos constantemente, de forma a acompanhar a

evolução das tecnologias que envolvem o setor petrolífero.

Dentro os diversos instrumentos de fiscalização das atividades de

desenvolvimento e produção de petróleo no Brasil, criados pela ANP nos últimos

15

anos, os Programas Anuais de Produção (PAP) e Anual de Trabalho e Orçamento

(PAT), merecem destaque e serão tratados neste trabalho.

1.2 Objetivo

O objetivo do presente trabalho é sugerir uma nova estrutura de requisitos

técnicos para os Programas Anuais de Produção, Trabalho e Orçamento criados

pela ANP no ano 2000. Esta proposta foi realizada visando o aperfeiçoamento da

fiscalização das atividades de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural

no Brasil e teve como base o estudo de regulamentações de outros países que são

considerados referências mundiais na área de petróleo e gás natural.

Assim, foi escolhida a regulamentação da Noruega devido à similaridade do

Annual Status Report (ASR), exigido às empresas pelo órgão regulador norueguês,

aos supracitados programas anuais brasileiros.

1.3 Estrutura do Trabalho

O presente trabalho está estruturado em sete capítulos, incluindo esta

introdução, a conclusão e a bibliografia. O segundo capítulo aborda as principais leis

brasileiras responsáveis pelas mudanças ocorridas no marco regulatório para o setor

petrolífero no Brasil. Apresenta ainda os conceitos básicos da regulação e os

principais meios de fiscalização da produção de petróleo do Brasil.

O terceiro capítulo aborda as bases legais dos documentos estudados neste

trabalho, constantes das suas respectivas portarias da ANP. O quarto capítulo

apresenta o estudo de caso da Noruega, bem como sua estrutura regulatória e o

documento similar ao encontrado no Brasil.

E, finalmente, o quinto capítulo contém as considerações finais a respeito do

tema, com a comparação dos documentos de fiscalização existentes no Brasil e na

Noruega.

Cabe alertar que as cláusulas contratuais consideradas neste trabalho são

provenientes do Contrato de Concessão da 13ª Rodada de Licitações da ANP. Tal

esclarecimento se faz necessário considerando que as cláusulas podem variar de

contrato para contrato.

16

2 REGULAÇÃO DO BRASIL

Durante o período monárquico, a corte portuguesa outorgava concessões

para a exploração das riquezas do subsolo brasileira, sendo necessário pagamento

pelo direito de realizar a sua exploração. Em 24 de fevereiro de 1891, esse sistema

mudou devido à promulgação da primeira Constituição Republicana, que foi

responsável pela introdução de uma legislação voltada para o setor petrolífero do

Brasil. Em seu artigo 72 estava previsto que as minas pertenciam aos proprietários

do solo, ou seja, estes possuíam direitos sobre os recursos minerais presentes em

suas propriedades, exceto em caso de desapropriação por necessidade ou utilidade

pública, mediante prévia indenização (BRASIL, 2016).

Em 16 de julho de 1934 houve a promulgação da segunda Constituição

Republicana, retirando a propriedade privada dos recursos do subsolo, de forma que

o direito de exploração passou a ser outorgada por meio de autorizações ou

concessões federais. Esta medida partiu do Decreto n° 24.642/1934, que criou o

Código de Minas e explicitou, em seu artigo 97, que os estados e a União tinham

posse das jazidas de petróleo e gases naturais presentes em território nacional. No

entanto, o proprietário do solo tinha garantida a preferência na concessão da lavra

ou coparticipação nos lucros, no caso em que a área era concedida a outrem.

A Constituição de 1937 manteve o sistema de distinção das riquezas

existentes no solo e no subsolo, além de conferir concessões ou autorizações para

as atividades de aproveitamento industrial de minas e jazidas apenas aos brasileiros

ou empresas organizadas no Brasil, ressaltando o conteúdo nacionalista sobre os

recursos minerais.

O Decreto-Lei n° 395 de 29 de abril de 1938, criou o Conselho Nacional do

Petróleo (CNP), órgão subordinado diretamente ao presidente da república, e

delegou ao governo federal a competência de autorizar, regular e controlar a

exportação, o transporte, a distribuição e o comércio de petróleo e seus derivados,

no território nacional (BRASIL, 2016).

Ademais, a indústria de refino do petróleo nacional e importado foi

nacionalizada, uma vez que o decreto determinou que as empresas do ramo

deveriam ter capital social, direção e gerência confiadas exclusivamente a brasileiros

natos, o que acabou fortalecendo a legislação nacionalista para a indústria do

petróleo no Brasil.

17

Já a Constituição de 1946 não resultou em grandes alterações para a

indústria do petróleo, uma vez que manteve as mesmas restrições do texto

constitucional anterior.

Em 03 de outubro 1953 foi promulgada a Lei n° 2.004, que definiu, como

monopólio da União, a pesquisa e a produção das jazidas de petróleo, de outros

hidrocarbonetos fluidos e de gases raros existentes em território nacional, assim

como o refino e o transporte do óleo bruto e seus derivados produzidos no país e

gases raros de qualquer origem. Tal definição gerou um novo cenário político

nacional para o setor de petróleo.

Essa lei redefiniu as atribuições do CNP e criou a empresa estatal brasileira

Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS. O CNP passou a ser o órgão de orientação

e fiscalização, responsável por exercer o monopólio da União sobre as jazidas de

hidrocarbonetos, enquanto a PETROBRAS passou a atuar como o órgão de

execução do monopólio sobre a pesquisa, a lavra, a refinação, o comércio e o

transporte de petróleo e seus derivados, sendo uma empresa com participação

majoritária da União.

Foi determinado, também através da Lei n° 2.004/53, que a PETROBRAS e

suas subsidiárias deveriam pagar, obrigatoriamente, devida indenização sobre o

volume de óleo e gás extraídos ou produzidos a partir do xisto aos estados e

territórios onde fizessem a lavra de petróleo e xisto betuminoso e a extração de gás

natural.

Em 24 de janeiro de 1967 foi promulgada a constituição que sancionou o

monopólio de pesquisa e produção de petróleo em território nacional, conforme

disposto em seu artigo 162. Esta reafirmou que os recursos minerais constituíam

propriedade distinta da do solo e ratificou que brasileiros ou sociedades organizadas

no Brasil teriam exclusividade à autorização ou concessão federal para exploração e

aproveitamento dos mesmos.

2.1 Modelo Atual de Regulação

A Constituição que vigora atualmente foi promulgada em 5 de outubro de

1988. Em seu artigo 177 está disposto que constituem monopólio da União:

18

“I – A pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e

gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II – A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III – A importação e exportação dos produtos e

derivados básicos resultantes das atividades previstas

nos incisos anteriores;

IV – O transporte marítimo do petróleo bruto de

origem nacional ou de derivados básicos de petróleo

produzidos no país, bem assim o transporte, por meio de

conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural

de qualquer origem;

V – A pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o

reprocessamento, a industrialização e o comércio de

minérios e minerais nucleares e seus derivados.”

(BRASIL, 2016).

No entanto, uma nova redação aplicada ao artigo 177 resultou na Emenda

Constitucional n° 09, de 9 de novembro de 1995. Esta foi responsável pelo

surgimento de um novo marco regulatório na indústria do petróleo e gás natural.

Ainda que os depósitos de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos

existentes no território nacional tenham sido mantidos como propriedade exclusiva

da União, foi permitido que outras empresas constituídas sob as leis brasileiras

pudessem atuar nas atividades econômicas ligadas ao setor energético, encerrando

o monopólio exercido pela PETROBRAS.

A Lei n° 9.478, promulgada em 6 de agosto de 1997, consolidou o

encerramento do exercício de tal monopólio. Conhecida como a Lei do Petróleo,

esta gerou um diferente desenho para a política energética nacional, dispondo sobre

as atividades relativas ao monopólio do petróleo e definindo atribuições para a

PETROBRAS.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Agência Nacional do

Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) foram criados e estabeleceu-se o

modelo de concessão, bem como foram definidos os critérios para cálculo e

cobrança das participações governamentais e de terceiros, aplicadas nas atividades

de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.

19

O CNPE recebeu a função de formular políticas responsáveis por promover,

de modo racional, o aproveitamento de energia no Brasil, depois da aprovação do

Presidente da República. Para o contrato de concessão, o CNPE passou a aprovar

as rodadas de licitação promovidas pela ANP e as áreas a serem ofertados, com

vistas à contratação das atividades de exploração e produção de petróleo e gás

natural.

Determinou-se também que, sob o contrato de concessão, a empresa ou

consórcio contratado pela União assumiria sempre os riscos e custos referentes às

operações realizadas, ou seja, deveriam arcar com qualquer tipo de prejuízo que

pudesse ocorrer, sem ter o direito de pagamento, reembolso ou indenização.

O artigo 3° da Lei do Petróleo prevê que pertencem à União os depósitos de

petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos existentes no território

nacional. Sendo assim, cabe ao concessionário a propriedade do petróleo e gás

natural somente após a passagem do hidrocarboneto pelo ponto de medição fiscal.

Ficou determinada também a proibição do uso de qualquer outro recurso natural

porventura presente na área concedida, salvo quando autorizado, de acordo com a

legislação brasileira.

Em 30 de junho de 2010, a Lei n° 12.276 estabeleceu, em seu artigo 1°, que a

União fica autorizada a ceder onerosamente à PETROBRAS, dispensada a licitação,

o exercício das atividades de pesquisa e lavra de petróleo, de gás natural e de

outros hidrocarbonetos fluidos de que trata o inciso I do artigo 177 da Constituição

Federal, em áreas não concedidas localizadas no pré-sal1.

A mesma lei determinou também que a PETROBRAS deveria extrair o

número de barris equivalentes de petróleo definido em respectivo contrato de

cessão, não podendo tal número exceder a 5.000.000.000 (cinco bilhões) de barris

de óleo equivalente (boe). Adicionalmente, aumentou-se a participação acionária da

União na empresa.

A região de contrato de cessão onerosa é mostrada na Figura 1.

1 Área do pré-sal: região do subsolo formada por um prisma vertical de profundidade indeterminada, com

superfície poligonal definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices, bem como outras regiões que

venham a ser delimitadas, de acordo com a evolução do conhecimento geológico (BRASIL, 2016).

20

Figura 1: Áreas incluídas no contrato de cessão onerosa

Fonte: Petrobras (2016)

21

Ademais, incluiu-se como atribuição da ANP a regulação e fiscalização das

atividades que a PETROBRAS exercerá, conforme previsto em seu artigo 7°:

“Art. 7° Caberá à ANP regular e fiscalizar as

atividades a serem realizadas pela Petrobras com base

nesta lei, aplicando-se, no que couber, o disposto na lei n°

9.478, de 6 de agosto de 1997.”.

Após o processo de capitalização (venda de ações) da empresa, a

participação total da União, que antes estava abaixo de 40%, aumentou para 47,8%

do capital social da companhia.

Em 24 de junho de 2014 foi determinado pelo CNPE que o volume excedente

da cessão onerosa em quatro áreas do pré-sal seria produzido exclusivamente pela

PETROBRAS no regime de partilha. Essas áreas são Búzios (Franco), Entorno de

Iara, Florim e Nordeste de Tupi. Segundo a ANP, os volumes excedentes estão

estimados entre 9,8 e 15,2 bilhões de barris.

O regime de partilha de produção em áreas do pré-sal e em áreas

estratégicas2 foi definido pela Lei n° 12.351, de 22 de dezembro de 2010. Neste tipo

de regime, a exploração, avaliação, desenvolvimento e produção de petróleo, gás

natural e outros hidrocarbonetos fluidos ocorrem por conta e risco do contratado.

Quando há descoberta comercial, o contratado adquire o direito à apropriação do

custo em óleo3 do volume da produção correspondente aos royalties4 devidos, e de

parcela do excedente em óleo5, na proporção, condições e prazos estabelecidos em

contrato.

Nesse momento o CNPE recebeu novas atribuições, dentre elas a decisão de

contratar diretamente a PETROBRAS em alguma área do polígono do pré-sal ou de

2 Área estratégica: região de interesse para o desenvolvimento nacional, caracterizada pelo baixo risco

exploratório e elevado potencial de produção hidrocarbonetos. (BRASIL, 2016). 3 Custo em óleo: Parcela da produção hidrocarbonetos, correspondente aos custos e aos investimentos

realizados pelo contratado na execução das atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e

desativação das instalações. (BRASIL, 2016). 4 Royalties: Correspondem a uma compensação financeira paga pelos concessionários na etapa de produção,

em montante correspondente a dez por cento da produção de petróleo ou gás natural. A ANP poderá prever,

no edital de licitação correspondente, a redução do valor dos royalties para um montante correspondente a, no

mínimo, cinco por cento da produção. (BRASIL, 2016). 5 Excedente em óleo: Parcela da produção de hidrocarbonetos a ser repartida entre a União e o contratado,

resultante da diferença entre o volume total da produção e as parcelas relativas ao custo em óleo, aos royalties

devidos e, quando exigível, à participação de que trata o art. 43. (BRASIL, 2016).

22

realizar licitação na modalidade leilão. Em caso de licitação, que obedece às normas

expedidas pela ANP e ao respectivo edital, é vencedora a empresa que oferecer a

proposta mais vantajosa segundo o critério da oferta de maior excedente em óleo

para a União.

Coube ao Ministério de Minas e Energia (MME) propor ao CNPE a

participação mínima que a PETROBRAS possuirá no consórcio vencedor, que não

poderá ser inferior a 30%.

Em 2 de agosto de 2010 a Lei n° 12.304 autorizou a criação da empresa

pública chamada Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural

S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), vinculada ao MME, com prazo de duração

indeterminado. Entretanto, sua efetiva criação só ocorreu em 1° de agosto de 2013,

pelo Decreto n° 8.063.

A PPSA tem por objeto a gestão dos contratos de partilha de produção

celebrados pelo MME e a gestão dos contratos para a comercialização de petróleo,

de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos da União de forma a maximizar o

resultado econômico e observar as melhores práticas da indústria do petróleo. A

empresa não é responsável pela execução, direta ou indireta, das atividades de

exploração, desenvolvimento, produção e comercialização de petróleo, de gás

natural e de outros hidrocarbonetos fluidos.

O artigo 4° da Lei 12.304/2010 prevê as principais atribuições da PPSA, tais

como:

“(...)

III - Analisar dados sísmicos fornecidos pela ANP e

pelos contratados sob o regime de partilha de produção;

IV - Representar a União nos procedimentos de

individualização da produção e nos acordos decorrentes,

nos casos em que as jazidas da área do pré-sal e das

áreas estratégicas se estendam por áreas não concedidas

ou não contratadas sob o regime de partilha de produção.

(...)”.

Vale ressaltar que a PPSA terá o poder de vetar os programas de exploração

das empresas vencedoras, além de monitorar e auditar os custos e investimentos

relacionados ao contrato de partilha de produção.

23

2.2 O Conceito de Campo

A Lei do Petróleo, de 1997, que além de consolidar o encerramento do

exercício de monopólio, estabeleceu em seu artigo 6°, das definições técnicas, que:

“(...)

XIII – Bloco: parte de uma bacia sedimentar,

formada por um prisma vertical de profundidade

indeterminada, com superfície poligonal definida pelas

coordenadas geográficas de seus vértices, onde são

desenvolvidas atividades de exploração ou produção de

petróleo e gás natural;

XIV – Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área

produtora de petróleo ou gás natural, a partir de um

reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a

profundidades variáveis, abrangendo instalações e

equipamentos destinados à produção.

(...)”.

Em 18 de março de 2015 a Resolução ANP nº 17/2015 definiu, em seu art. 2º,

que a área do campo “é a área circunscrita pelo polígono que define o Campo, por

ocasião da aprovação do Plano de Desenvolvimento”.

Contudo, para o completo entendimento da definição de campo é necessário

conhecer as fases de exploração e de produção das áreas de concessão. Tais fases

estão previstas nos contratos de concessão das áreas licitadas pela ANP, ou das

áreas do pré-sal e das áreas estratégicas, contratadas por meio do regime de

partilha de produção, conforme legislação específica (Lei n° 12.351/2010). Após o

pagamento do bônus de assinatura e submissão das garantias financeiras,

necessárias para assegurar o cumprimento do Programa Exploratório Mínimo (PEM)

ofertado, o concessionário e a Agência celebram o contrato das áreas licitadas.

Como a licitação precede a fase de exploração, as áreas ofertadas são chamadas,

geralmente, de blocos exploratórios.

24

Segundo a Lei 9.478/97, diante de qualquer descoberta de petróleo ou gás

natural, o contratado deve comunicar à ANP, em caráter exclusivo e por escrito, em

um prazo de 72 (setenta e duas) horas, a avaliação de descoberta. Esta avaliação

ocorre apenas na fase de exploração e, posteriormente, é sujeita a um Plano de

Avaliação de Descoberta (PAD). A partir da aprovação do PAD, o contratado deve

enviar o Relatório Final de Avaliação de Descoberta, no qual indica e justifica

eventual proposta de retenção da área de desenvolvimento da descoberta

comercial.

Em seguida, a Declaração de Comercialidade é apresentada à ANP e a área

delimitada como comercial passa a ser chamada de campo. Este é o início da Fase

de Desenvolvimento, que dura o tempo suficiente apenas para a construção dos

equipamentos necessários à produção do campo e cujo escopo e cronograma

deverão constar do Plano de Desenvolvimento (PD), a ser apresentado em até 180

(cento e oitenta) dias a contar da Declaração de Comercialidade, e dos Programas

Anuais de Produção, de Trabalho e Orçamento, os quais devem ser entregues em

até 60 (sessenta) dias anteriormente à data prevista para o início da produção

(Parágrafo 11.5 da Cláusula Décima Primeira do Contrato de Concessão).

Uma vez declarada a comercialidade, começa a contagem do prazo da Fase

de Produção, a qual tem uma duração contratual de 27 (vinte e sete) anos, podendo

este tempo ser prorrogado pela ANP.

2.3 O arcabouço legal do acompanhamento das Atividades de Produção

A Lei do Petróleo estabelece a regulação da fase de produção do petróleo no

Brasil. Nela são explicitados todos os parâmetros que limitam essa fase, além de

conferir especificações à mesma.

Conforme o seu artigo 21º, todos os direitos de exploração e produção em

território nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva,

pertencem à União. A ANP é responsável pela administração, ressalvadas as

competências de outros órgãos e entidades expressamente estabelecidas em lei,

nos termos do seu artigo 8º.

A ANP celebra com o concessionário os contratos de concessão, precedidos

de licitação, para a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás

natural, como previsto no artigo 23º desta mesma lei. De acordo com o artigo 24º,

25

esses contratos devem prever duas fases: a de exploração e a de produção.

Incluem-se na fase de exploração as atividades de avaliação de eventual descoberta

de petróleo ou gás natural, para a verificação de sua comercialidade, enquanto que

a fase de produção contempla as atividades de desenvolvimento e a produção

propriamente dita.

Conforme o artigo 25 da Lei do Petróleo, somente as empresas que atendem

aos requisitos técnicos, econômicos e jurídicos estabelecidos pela ANP podem obter

concessão para a exploração e produção hidrocarbonetos. O artigo 26 prevê que a

concessão implica, para o concessionário, a obrigação de explorar a área por sua

conta e risco. Em caso de êxito, deverá produzir as jazidas de petróleo e/ou gás

natural descobertas e consideradas comerciais, conferindo-lhe a propriedade desses

bens, depois de extraídos e pagos os encargos relativos aos tributos incidentes e

das participações legais ou contratuais correspondentes.

Havendo a Declaração de Comercialidade, o concessionário deve então

submeter à aprovação da ANP os planos e projetos de desenvolvimento e produção,

que por sua vez, emitirá seu parecer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias.

Caso a ANP não se manifeste, tais documentos são considerados automaticamente

aprovados por decurso de prazo.

A data de início da produção de cada campo deve ocorrer no prazo máximo

de cinco anos, contados da data de apresentação da Declaração de Comercialidade,

prorrogáveis a critério da ANP. O concessionário, por sua vez, deve manter a ANP

atualizada quanto à previsão de início da produção de cada campo, tendo que

comunicar o seu efetivo inicio no prazo máximo de 24 (vinte a quatro) horas após a

sua ocorrência (Parágrafo 11.1.2 da Cláusula Décima Primeira do Contrato de

Concessão).

Os mecanismos de acompanhamento das atividades de produção são

previstos na Lei do Petróleo e/ou nos Contratos de Concessão. A sua forma e

conteúdo, contudo, são estabelecidos, em sua maioria, por meio de portarias e

resoluções específicas. São esses instrumentos que garantem a efetiva regulação e

fiscalização da fase de produção de petróleo e gás natural no Brasil.

26

2.4 A Regulação da Fase de Produção

De acordo com a Lei n° 9.478/97 e os contratos atualmente vigentes na ANP,

há cinco instrumentos de acompanhamento e fiscalização das atividades de

produção nos campos de petróleo no Brasil.

A primeira deles é o Plano de Desenvolvimento (artigo 44 da Lei do Petróleo),

apresentado à ANP pelo concessionário em um prazo máximo de 180 (cento e

oitenta) dias contados à partir da data da Declaração de Comercialidade. Este

documento é exigido pela Cláusula Décima do Contrato de Concessão e

regulamentado pela Resolução ANP n° 17, de 18 de março de 2015.

Os documentos subsequentes ao PD são os Programas Anuais de Produção

e de Trabalho e Orçamento. O PAP é exigido pela Cláusula Décima Primeira do

Contrato de Concessão e regulamentado pela Portaria ANP nº 100/2000. No caso

do PAT, ele está previsto na Cláusula Décima Sexta e é regulamentado pela

Portaria ANP nº 123/2000. Ambos os documentos são apresentados anualmente até

o dia 31 de outubro de cada ano, podendo ser revisados pelo contratado, desde que

tal revisão seja acordada entre as partes.

O PAP relativo ao ano civil em que a produção tiver início deverá ser entregue

pelo concessionário à ANP com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias da data

de início da produção prevista (Parágrafo 11.5 da Cláusula Décima Primeira do

Contrato de Concessão).

O Boletim Anual de Reservas (BAR), que compõem os mecanismos de

acompanhamento das reservas de petróleo e de gás natural no Brasil, é exigido e

regulamentado pela Resolução ANP nº 47/2014, e deve ser apresentado até o dia

31 de janeiro de cada ano.

Por último, o Boletim Mensal de Produção (BMP) é o instrumento de

acompanhamento mensal dos volumes de petróleo e gás natural efetivamente

produzidos em cada campo. Este é exigido pelo Parágrafo 12.2 da Cláusula Décima

Segunda do Contrato de Concessão e não possui nenhuma regulamentação

específica.

A Figura 2 ilustra o fluxograma relativo à entrega, análise e aprovação do PD

pela ANP.

27

Figura 2: Fluxograma do Plano de Desenvolvimento

Fonte: ANP (2016)

28

No PD deve ser especificado o programa de trabalho e respectivos

investimentos necessários às etapas de desenvolvimento e de produção de toda a

vida produtiva de uma ou mais áreas onde houve descoberta de hidrocarbonetos.

Adicionalmente, são apresentadas as curvas de previsão de produção até o prazo

final do contrato de concessão ou do exaurimento da jazida, sendo considerado

como encerramento da produção o que vier primeiro.

É imprescindível para que a ANP conheça e acompanhe o desenvolvimento

do campo através do PD, pois é um documento que agrupa informações de caráter

técnico, operacional, econômico e ambiental relacionados à explotação do mesmo,

incluindo seu abandono.

As previsões de produção e movimentação de todos os fluidos oriundos do

processo de produção de cada campo também são discriminadas no PAP. Já o PAT

apresenta o conjunto de todas as atividades previstas para serem realizadas pelo

contratado no decorrer de um ano civil, incluindo o detalhamento dos investimentos

necessários a cada uma delas. O concessionário deve apresentar ambos os

documentos até o dia 31 de outubro de cada ano civil na forma da legislação

aplicável.

As previsões de produção de hidrocarbonetos, referentes ao ano subsequente

à entrega dos programas anuais, são detalhadas mensalmente, enquanto que os

dados dos quatro anos posteriores são detahalhadas anualmente. Para as outras

previsões do PAP (de movimentação de água, gás natural e fluidos especiais), os

dados são reportados apenas para o ano de sua vigência.

Os BMPs são apresentados até o dia 15 de cada mês, a partir do mês

seguinte àquele em que ocorrer a data de início da produção de cada campo. Estes

são enviados pelos concessionários contemplando os volumes de petróleo e gás

natural efetivamente produzidos em cada um dos seus campos durante o mês

anterior à sua apresentação. Estes documentos são comparados às informações

constantes do PAP com o objetivo de verificar a sua conformidade com a previsão

de produção e é analisado para averiguar a consistência das informações prestadas,

uma vez que as participações governamentais são calculadas com base nos

volumes ali reportados.

29

O BAR deve ser entregue até o dia 31 de cada ano civil, contemplando o

volume original in situ6, reservas provadas, reservas prováveis, reservas possíveis,

recursos contingentes, produção acumulada, injeção acumulada de gás Natural,

estoque de gás natural e retirada do estoque de gás natural.

A Resolução ANP n° 47, de 5 de setembro de 2014, estabelece o

Regulamento Técnico de Estimativa de Recursos e Reservas de Petróleo e Gás

Natural (RTR) e sistematiza critérios para a apropriação das reservas.

A resolução estabelece que sejam seguidas as diretrizes do Petroleum

Resources Management System (PRMS) para os critérios de estimativa,

classificação e categorização dos recursos e reservas, podeendo ser utilizado outro

guia notoriamente reconhecido que o suceda.

Os projetos são classificados por probabilidade de comercialidade e por nível

de incerteza quanto aos volumes recuperáveis. As reservas são informadas por

campo e detalhadas por reservatórios e por tipo de hidrocarboneto. A Figura 3 ilustra

o fluxograma relativo à entrega e análise do BAR.

Figura 3: Fluxograma do BAR

Fonte: ANP (2016)

2.5 O Papel da ANP

Embora a ANP tenha sido criada em agosto de 1997 pela Lei do Petróleo,

apenas pelo Decreto n° 2.455, em 1998, ela foi, de fato, implantada. Nos termos do

artigo 8° da Lei n° 9.478/97, a ANP tem como finalidade regular, contratar e fiscalizar

as atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e do

6 Quantidade original de petróleo ou gás natural contida no reservatório antes de qualquer produção e/ou injeção

de petróleo ou gás natural.

30

biocombustível. Dentre as atribuições da ANP, previstas nesta mesma lei, vale

destacar:

“I – Implementar, em sua esfera de atribuições, a

política nacional de petróleo, gás natural e

biocombustíveis, contida na política energética nacional,

nos termos do capítulo I desta lei, com ênfase na garantia

do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e

seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território

nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores

quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;

(Redação dada pela lei n° 11.097, de 2005);

II – Promover estudos visando à delimitação de

blocos, para efeito de concessão ou contratação sob o

regime de partilha de produção das atividades de

exploração, desenvolvimento e produção; (Redação dada

pela lei n° 12.351, de 2010);

III – Regular a execução de serviços de geologia e

geofísica aplicados à prospecção petrolífera, visando ao

levantamento de dados técnicos, destinados à

comercialização, em bases não-exclusivas;

IV – Elaborar os editais e promover as licitações

para a concessão de exploração, desenvolvimento e

produção, celebrando os contratos delas decorrentes e

fiscalizando a sua execução;

VII – Fiscalizar diretamente e de forma concorrente

nos termos da lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,

ou mediante convênios com órgãos dos estados e do

Distrito Federal as atividades integrantes da indústria do

petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, bem como

aplicar as sanções administrativas e pecuniárias previstas

em lei, regulamento ou contrato; (Redação dada pela lei

n° 11.909, de 2009);

31

VIII – Instruir processo com vistas à declaração de

utilidade pública, para fins de desapropriação e instituição

de servidão administrativa, das áreas necessárias à

exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e

gás natural, construção de refinarias, de dutos e de

terminais;

IX – Fazer cumprir as boas práticas de

conservação e uso racional do petróleo, gás natural, seus

derivados e biocombustíveis e de preservação do meio

ambiente; (Redação dada pela lei n° 11.097, de 2005);

XII – Consolidar anualmente as informações sobre

as reservas nacionais de petróleo e gás natural

transmitidas pelas empresas, responsabilizando-se por

sua divulgação;

XIV – Articular-se com os outros órgãos

reguladores do setor energético sobre matérias de

interesse comum, inclusive para efeito de apoio técnico ao

CNPE;

XVI – Regular e autorizar as atividades

relacionadas à produção, à importação, à exportação, à

armazenagem, à estocagem, ao transporte, à

transferência, à distribuição, à revenda e à

comercialização de biocombustíveis, assim como

avaliação de conformidade e certificação de sua

qualidade, fiscalizando-as diretamente ou mediante

convênios com outros órgãos da União, estados, Distrito

Federal ou municípios;” (Redação dada pela lei n° 12.490,

de 2011).

Na Lei n° 12.351/2010 as atribuições da ANP para áreas do regime de

partilha são pontuadas em seu artigo 11, definido a seguir:

32

“I – Promover estudos técnicos para subsidiar o

Ministério de Minas e Energia na delimitação dos blocos

que serão objeto de contrato de partilha de produção;

II – Elaborar e submeter à aprovação do Ministério

de Minas e Energia as minutas dos contratos de partilha

de produção e dos editais, no caso de licitação;

III – Promover as licitações previstas no inciso II do

artigo 8° desta lei;

IV – Fazer cumprir as melhores práticas da

indústria do petróleo;

V – Analisar e aprovar, de acordo com o disposto

no inciso IV deste artigo, os planos de exploração, de

avaliação e de desenvolvimento da produção, bem como

os programas anuais de trabalho e de produção relativos

aos contratos de partilha de produção; e

VI – Regular e fiscalizar as atividades realizadas

sob o regime de partilha de produção, nos termos

do inciso VII do artigo 8 da lei no 9.478, de 6 de agosto de

1997.”.

Assim, fica sob a responsabilidade da ANP a regulação, contratação e

fiscalização de toda a cadeia produtiva de petróleo no Brasil.

33

3 PROGRAMAS ANUAIS DE PRODUÇÃO, TRABALHO E ORÇAMENTO –

BRASIL

Este capítulo apresenta os procedimentos, os fundamentos e o conteúdo

mínimo previsto para os programas anuais, de acordo com suas respectivas

portarias da ANP. Além disso, seguem apresentadas as definições, procedimentos

de aprovação, execução e revisão dos referidos programas, conforme os contratos

de concessão firmados entre a ANP e as empresas.

3.1 Fundamentação Legal

A forma de apresentação e o conteúdo do Programa Anual de Produção e do

Programa Anual de Trabalho e Orçamento estão estabelecidos nos regulamentos

técnicos anexos às portarias ANP n° 100, de 21 de junho de 2000, e n° 123, de 19

de julho de 2000, respectivamente. Ambos os regulamentos foram aprovados pelo

Diretor Geral da ANP à época para os campos de petróleo e gás natural, com a

finalidade de acompanhamento e fiscalização das atividades de produção, conforme

o estabelecido no art. 43, inciso VII, da Lei nº 9.478/97.

O contrato de concessão é o instrumento que exige a apresentação do PAP e

do PAT por parte dos concessionários à ANP, estabelecendo prazos. O não

cumprimento das disposições nele contido implica em aplicação das penalidades

previstas na Lei nº 9.847/99, de 26 de outubro de 1999, e no Decreto nº 2.953, de 28

de janeiro de 1999.

Tendo como base o Contrato de Concessão da 13ª Rodada de Licitações da

ANP, o PAP é exigido pela Cláusula Décima Primeira e o PAT está previsto na

Cláusula Décima Sexta.

De acordo com o Parágrafo 11.2 da Cláusula Décima Primeira do supracitado

contrato, o PAP deve estar em conformidade com o PD do campo, com a legislação

aplicável e com as melhores práticas da indústria do petróleo. Este último é definido

pelo Parágrafo 1.3.30 da Cláusula Primeira do contrato:

“Melhores Práticas da Indústria do Petróleo: Os

melhores e mais seguros procedimentos e tecnologias

disponíveis na indústria do petróleo e gás natural em todo

34

o mundo, que permitam: (a) garantir a segurança

operacional das instalações, preservando a vida,

integridade física e saúde humana; (b) preservar o meio-

ambiente e proteger as comunidades adjacentes; (c)

evitar ou reduzir ao máximo os riscos de vazamento de

petróleo, gás natural, derivados e outros produtos

químicos que possam ser prejudiciais ao meio ambiente;

(d) a conservação de recursos petrolíferos e gasíferos, o

que implica a utilização de métodos e processos

adequados à maximização da recuperação de

hidrocarbonetos de forma técnica, econômica e

ambientalmente sustentável, com o correspondente

controle do declínio de reservas, e à minimização das

perdas na superfície; (e) minimizar o consumo de

recursos naturais nas operações. Para a execução das

melhores práticas da indústria do petróleo, os

concessionários devem tomar as normas expedidas pela

ANP e pelos demais órgãos públicos brasileiros como

ponto de partida, incorporando padrões técnicos e

recomendações de organismos e associações da

indústria do petróleo reconhecidos internacionalmente,

sempre que tais medidas aumentem as chances de que

os objetivos listados acima sejam alcançados.”.

Ambos os documentos devem ser apresentado até o dia 31 de outubro de

cada ano. O PAP relativo ao ano civil em que a produção tiver início deverá ser

entregue pelo concessionário à ANP com antecedência mínima de 60 (sessenta)

dias da data de início da produção prevista. A produção de Teste de Longa Duração7

(TLDs) realizados ainda durante a Fase de Exploração também ensejam a

apresentação dos programas anuais.

7 Teste de Longa Duração: teste de poço, realizado com a finalidade exclusiva de obtenção de dados e

informações para conhecimento dos Reservatórios, com tempo total de fluxo superior a 72 (setenta e duas)

horas. (Parágrafo 1.3.52 da Cláusula Primeira do Contrato de Concessão).

35

Em caso de aprovação da continuidade da produção, sem interrupção, após

um TLD, deve ser apresentada uma revisão dos programas com a antecedência

mínima de 60 (sessenta) dias do término previsto para este teste (Parágrafo 11.6 da

Cláusula Décima Primeira do Contrato de Concessão).

A ANP dispõe de 30 (trinta) dias, contados do recebimento dos programas,

para aprová-los ou solicitar ao concessionário quaisquer modificações que julgar

cabíveis. Caso o concessionário esteja de acordo, deve reapresentar os programas

contemplando tais alterações também no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data

solicitação. Este prazo é válido, também, para qualquer revisão subsequente.

Em caso de desacordo, tais modificações podem ser discutidas com a

Agência, visando ajustá-las para serem incorporadas ao documento, naquilo em que

a ANP entender pertinente e de acordo com as melhores práticas da indústria do

petróleo.

Se essa discordância ocorrer no início do período a que se refere o PAP

vigente, é determinado ao concessionário que este mantenha, em qualquer mês e

até a definição final do programa, o nível de produção mais baixo entre aqueles

propostos pelo mesmo e pela ANP. Revisões dos programas anuais podem ser

acordadas entre as partes a qualquer momento durante a vigência do contrato

(Parágrafo 11.11. da Cláusula Décima Primeira do Contrato de Concessão).

A Figura 4 ilustra o fluxograma dos prazos a serem respeitados de acordo

com as datas de aprovação e de revisão do PAP.

Figura 4: Fluxograma dos prazos relativos ao PAP

Fonte: ANP (2016)

36

Os parágrafos 16.1 e 16.2 da Cláusula Décima Sexta do Contrato de

Concessão estabelece que o PAT deve estar em estrita concordância com os

demais planos e programas de trabalho e investimento exigidos e aprovados.

O primeiro programa a ser entregue cobre o restante do ano em curso e é

apresentado pelo concessionário no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data

de assinatura do contrato de concessão. No caso de faltarem menos de 90

(noventa) dias para o final do ano em curso, ele deve contemplar também,

separadamente, o ano imediatamente seguinte. Nos próximos anos o PAT deve

então ser apresentado até 31 de outubro de cada ano, em conjunto com o PAP.

Assim como ocorre no PAP, a ANP também conta com 30 (trinta) dias para

aprovar o PAT ou para solicitar ao concessionário quaisquer modificações. Se

solicitadas, o concessionário tem 30 (trinta) dias, contados da data da referida

requisição, para reapresentar o programa com as alterações requeridas, devendo

cumprir com o programa em que as mudanças foram efetuadas (Parágrafo 16.4 da

Cláusula Décima Sexta do Contrato de Concessão).

Segundo o Parágrafo 16.5 da Cláusula Décima Sexta do Contrato de

Concessão, a apresentação do PAT, bem como de suas revisões e alterações, de

nenhum modo deve prejudicar, invalidar ou diminuir as obrigações assumidas pelo

concessionário nos termos do contrato de concessão assinado.

A Figura 5 mostra o fluxograma dos prazos relativos ao PAT.

Figura 5: Fluxograma dos prazos relativos ao PAT

Fonte: ANP (2016)

Os regulamentos técnicos do PAP e do PAT estabelecem os procedimentos,

os fundamentos e seus conteúdos mínimos, de que trata o contrato de concessão e

37

definem procedimentos para aprovação, execução e revisão destes programas. Eles

são aplicáveis às Etapas de Desenvolvimento e Produção (D&P) e aos poços

submetidos aos TLDs durante a fase de exploração, devidamente aprovados pela

ANP (ANP, 2016).

Tanto o PAP quanto o PAT são preparados de acordo com as determinações

contidas nos regulamentos, além de conter informações em abrangência e

profundidade suficientes para permitir à ANP avaliar a concordância dos mesmos

com o PD ou PD Complementar, aprovados para o campo ou, se for o caso, com a

última revisão aprovada pela ANP (ANP, 2016).

De acordo com a Portaria n° 78, de 15 de abril de 2013, a Diretoria-Geral da

ANP resolveu:

“Art. 1º Delegar competência, observado o Plano

de Desenvolvimento aprovado pela Diretoria Colegiada,

ao titular da Superintendência de Desenvolvimento e

Produção e, nos seus impedimentos, a seu substituto

legal, para praticar os seguintes atos administrativos,

consultando previamente a Procuradoria-Geral, sempre

que houver matéria controversa:

I - Aprovar o Programa Anual da Produção para os

campos de petróleo e gás natural, conforme Portaria

ANP nº 100/2000;

II - Aprovar o Programa Anual de Trabalho e

Orçamento para os campos de petróleo e gás natural,

conforme Portaria ANP nº 123/2000.” (ANP, 2016).

O PAP, assim como o PAT, deve ser revisto sempre que houver uma

modificação do PD, aprovada pela ANP, que resulte em mudanças nos dados aos

quais os regulamentos técnicos competem.

Tais revisões só podem alterar as previsões a partir do mês subsequente ao

da solicitação da revisão pelo concessionário, devendo ser mantidos, para os meses

anteriores a este, as previsões anteriormente aprovadas para o campo (ANP, 2016).

38

3.2 Programa Anual de Produção (PAP)

O Programa Anual de Produção consiste de cinco planilhas e um anexo,

contendo dados sobre as previsões de produção e movimentação de petróleo, gás

natural, água e outros fluidos e resíduos para cada um dos campos produtores. Em

adicional, constam as previsões de queimas e perdas de gás natural e de injeção de

fluidos especiais. O anexo deve conter informações complementares, tais como as

justificativas para as variações de previsão de produção de petróleo, gás natural e

água em relação ao total anual previsto no PD do campo (ANP, 2016).

Todas as folhas do PAP e do PAT, assim como os anexos, são precedidas

de um cabeçalho que contém informações gerais do campo. Nele são informados o

nome e a sigla do campo, o número do contrato, o nome da companhia operadora,

além da data de emissão do documento, o município e o estado que se localiza o

campo e qual a etapa em que o mesmo se encontra.

A Tabela 1 mostra o modelo do cabeçalho a ser preenchido em todas as

folhas do PAP e do PAT.

Tabela 1 - Cabeçalho que precede todas as planilhas do PAP e do PAT

Fonte: ANP (2016)

As previsões de produção e movimentação de fluidos são fornecidas em

valores médios mensais para o ano considerado e médias anuais para os quatro

anos subsequentes. Os rateios e apropriações das previsões de produção são

considerados mecanismos aplicáveis, se devidamente justificados, diante da

impossibilidade da apuração direta do volume. Os volumes são estimados nas

condições de pressão absoluta de 0,101325 MPa e de temperatura de 20ºC (ANP,

2016).

Os dados relativos às previsões de produção de petróleo e gás são exibidos

na primeira planilha apresentada no PAP e correspondem aos volumes que

39

efetivamente se espera produzir em cada campo. No caso do petróleo, os volumes

podem ser subdivididos em condensado e óleo, quando for o caso. As previsões de

produção de gás natural, por sua vez, são subdivididas em gás associado e não

associado. Incluem, quando aplicável, o volume de gás obtido dos estoques

injetados nos reservatórios dos campos com a finalidade de armazenamento (ANP,

2016).

A Tabela 2 ilustra a planilha das previsões de produção de petróleo e gás

natural presente no PAP.

Tabela 2 - Previsões de Produção de Petróleo e Gás Natural

Fonte: ANP (2016)

As previsões de movimentação de gás natural de cada campo estão

apresentadas na segunda planilha do PAP e nela são informados os volumes de gás

a serem recebidos ou transferidos para outros campos. Enquadra-se na categoria de

transferido/recebido todo volume destinado ou recebido de outros campos com a

finalidade de injeção (recuperação secundária ou armazenamento) ou consumo em

atividades não compartilhadas com o campo de origem, ou seja, atividades próprias

do campo de destino.

O volume recebido pelo campo deve ser rateado proporcionalmente aos

volumes escoados de cada campo à montante do ponto de derivação e alocado a

cada campo de origem, na categoria de transferido.

Além disso, é informado o volume de gás a ser consumido tanto no processo

produtivo do próprio campo (em motores, turbinas, geradores, caldeiras, fornos,

40

fornalhas, tratadores e desaeração) quanto em áreas que compartilham as mesmas

instalações de produção (separação, tratamento, compressão). Deve ser calculado,

proporcionalmente, aos volumes equivalentes de petróleo e gás produzidos e

alocados a cada um dos campos (ANP, 2016).

São informados como gás disponível os volumes absorvidos nas Unidades de

Processamento de Gás Natural8 (UPGN), utilizados no transporte e no refino e os

destinados à venda (ANP, 2016).

A Tabela 3 ilustra a planilha das previsões de movimentação de gás natural

do PAP.

Tabela 3 - Previsão de Movimentação de Gás Natural

Fonte: ANP (2016)

Os dados relativos às previsões de produção de água associada ao petróleo

correspondem aos volumes que efetivamente se espera produzir em cada campo e

são detalhadas na terceira planilha do PAP. São informados os volumes recebidos

de outros campos ou captados na superfície ou em subsuperfície (doce ou salgada)

com a finalidade de injeção (ANP, 2016).

São informadas também as previsões de volumes de injeção de água apenas

com a finalidade de recuperação secundária em reservatórios. Adicionalmente,

constam as previsões dos volumes de água produzida a serem descartados em

poços (subsuperfície) e descartados em superfície, além dos volumes a serem

transferidos para fora da área do campo.

A previsão de produção e movimentação de água está ilustrada na Tabela 4

(ANP, 2016).

8 Instalação industrial que objetiva realizar a separação das frações pesadas (propano em mais pesados) existentes no gás

natural, do metano e etano, gerando GLP e gasolina natural (C5+) (ANP, 2016).

41

Tabela 4 - Previsão de Produção e Movimentação de Água

Fonte: ANP (2016)

A previsão de queimas e perdas de gás natural é regulamentada pelo

Regulamento Técnico anexo à Portaria ANP n° 249, de 3 de novembro de 2000, que

define:

“(...)

4.1 Queimas de gás natural - significa o ato de

queimar em flares um determinado volume de gás natural.

4.2 Perdas de gás natural - significa o ato de

ventilar no meio ambiente um determinado volume de gás

natural.

(...)”

Os volumes previstos de queimas e perdas são apresentados na quarta

planilha do PAP, e são dispostas conforme os seguintes critérios:

a) Segurança: previsão do volume de gás natural a ser queimado nos

pilotos dos queimadores de segurança9 (flares), incluindo o volume

mínimo para manter a pressão positiva nos queimadores, nos pilotos

dos queimadores dos fornos, das fornalhas, dos tratadores, das

caldeiras e nos pilotos de outros equipamentos, desde que ligados às

operações nas fases de exploração e produção de petróleo e gás

natural.

9 Equipamento utilizado para a queima de gases residuais. É utilizado na operação normal da unidade industrial e é

dimensionado para queimar todo o gás gerado na pior situação de emergência. (ANP, 2016).

42

b) Manutenção programada: previsões dos volumes de gás natural

associado a serem queimados ou ventilados no meio ambiente em

função de paradas programadas para manutenção preventiva de

estações ou de unidades compressoras, de unidades de tratamento de

gás, ou de sistemas periféricos aos sistemas de gás.

c) Obras em andamento: previsões dos volumes de gás natural associado

a serem queimados ou ventilados no meio ambiente, cujo

aproveitamento depende de conclusão de instalações que se

encontram em construção para este fim.

d) Baixa produção de gás: previsões dos volumes de gás natural

associado a serem queimados ou ventilados no meio ambiente, em

consequência da produção total do campo ser insuficiente para o seu

aproveitamento. Devendo ser informadas as razões que levaram o

enquadramento do campo como de baixa produção e as justificativas

para o não aproveitamento.

e) Contaminação: previsões dos volumes de gás natural a serem

queimados ou ventilados no meio ambiente por conter contaminantes

em teores tais que não possam ser utilizados. Devendo ser informadas

as razões que levaram a este enquadramento, bem como as medidas

tomadas para minimizar o impacto ambiental e salvaguardar as

condições de saúde ocupacional.

f) Economicidade: previsões dos volumes de gás natural associado a

serem queimados ou ventilados no meio ambiente, cuja utilização ou

injeção inviabiliza economicamente a produção do campo (petróleo e

gás como um todo).

g) Ventilação em tanque: previsão do volume de gás natural associado

ventilado em tanques terrestres ou em navios armazenadores,

proveniente do último estágio de separação em vasos de pressão.

h) Outros: previsões dos volumes de gás natural a serem queimados ou

ventilados no meio ambiente por motivos diferentes das categorias

anteriores. Devendo ser informadas as razões que levaram a este

enquadramento. (ANP, 2016).

43

Apesar da previsão de queima de gás natural ser informada de forma

totalizada na planilha de movimentação do PAP, ela é detalhada na planilha de

queimas e perdas de gás conforme a sua motivação, como mostra a Tabela 5.

Tabela 5 - Previsão de Queimas e Perdas de Gás Natural

Fonte: ANP (2016)

Adicionalmente à Tabela 5, mas em uma planilha separada, deve ser

informada a quantidade de queimadores e equipamentos existentes nas estações

terrestres e nas plataformas marítimas. Também é informado o volume total médio

mensal de queima nos pilotos, que inclui o volume mínimo para manter a pressão

positiva nos queimadores, observados os limites constantes da Portaria ANP n°

249/2000. A Tabela 6 mostra as observações pertinentes aos pilotos dos

queimadores de segurança, presente no PAP.

Tabela 6 - Planilha de Observações dos Pilotos dos Queimadores presente no PAP

Fonte: ANP (2016)

São informadas na quinta planilha do PAP as previsões de injeção de fluidos

especiais no campo, tais como CO2, N2, vapor ou polímeros. Qualquer outro fluido

44

utilizado deve ser especificado, de forma adicional, na coluna de “outros”, estando

incluído nesta categoria a injeção de petróleos leves (ANP, 2016).

A previsão de injeção de fluidos especiais está ilustrada na Tabela 7.

Tabela 7 - Previsão de Injeção de Fluidos Especiais

Fonte: ANP (2016)

O anexo presente no PAP contém, essencialmente, informações

complementares às das cinco planilhas principais do documento. Além disso, nele

são informados o número e nome das estações coletoras, das plataformas de

produção utilizadas pelo campo e o local de destino da água transferida (outro

campo, terminal, refinarias, etc.).

O anexo também deve conter justificativas relativas às variações superiores a

10%, para mais ou para menos, nas previsões de produção de petróleo, gás natural

e água em relação ao total previsto no PD do campo.

Há ainda informações das previsões de produção (volumes ou pesos) de

borras, incrustações, materiais radioativos e metais, além das sucatas que poderão

ser geradas no processo produtivo de petróleo e gás natural. Contém também

informações relativas aos locais de disposições finais para cada um dos resíduos

previstos. A Tabela 8 mostra o anexo que deve ser enviado no PAP (ANP, 2016).

45

Tabela 8 - Anexo do PAP

Fonte: ANP (2016)

As variações maiores que 15%, para mais ou para menos, nas previsões de

produção com relação ao programa do ano anterior também demandam justificativa

técnica.

3.3 Programa Anual de Trabalho e Orçamento (PAT)

O Programa Anual de Trabalho e Orçamento consiste de três planilhas e um

anexo contendo informações relativas ao cronograma de atividades, ao orçamento e

à perfuração de poços para cada campo ou módulo do campo quando se tratar de

desenvolvimento modular10.

Na primeira planilha do PAT encontra-se o cronograma de atividades. A cada

atividade prevista para ocorrer num mesmo período, o documento contém:

10 Desenvolvimento concebido em módulos individualizados, geralmente considerando Unidades de Produção distintas

(Resolução ANP nº 17/2015).

46

a) Os quantitativos físicos totais para o ano base do PAT;

b) O quantitativo físico das atividades a serem realizadas anualmente

durante os quatro anos seguintes;

c) A indicação de um “X” nas células correspondentes ao período de duração

da atividade.

As Tabelas 9 e 10 ilustram a primeira planilha do PAT, referente ao

cronograma de atividades de cada campo.

47

Tabela 9 - Cronograma de Atividades do PAT

Fonte: ANP (2016)

48

Tabela 10 - Cronograma de Atividades do PAT (continuação)

Fonte: ANP (2016)

Na segunda planilha é apresentado o orçamento (bens e serviços) do PAT,

expressos em milhares de reais. Este deve ser referente a todas as atividades que

estão previstas para ocorrer no período considerado.

O quantitativo orçamentário deve refletir o cronograma de investimentos

(regime de competência) previstos para o desenvolvimento do campo e/ou aqueles

previstos para a etapa de produção.

A Tabela 11 mostra o quadro de orçamento, de acordo com as mesmas

atividades presentes na primeira planilha do PAT.

Tabela 11 - Orçamento do PAT

Fonte: ANP (2016)

49

A relação dos poços a serem perfurados durante o primeiro ano é informada

na terceira planilha do PAT. Os seguintes critérios são exigidos nesta planilha:

a) Número de ordem: número sequencial, a partir de 001, que designa a

ordem em que o poço será perfurado no ano em questão;

b) Sigla ou prefixo: identificação do poço, de acordo com o regulamento

técnico de codificação de poços;

c) Coordenadas da cabeça do poço: coordenadas geográficas em graus,

minutos e segundos decimais, com quatro casas, referenciadas ao

DATUM vigente, que localizam o poço no campo;

d) Coordenadas do objetivo principal: coordenadas geográficas, em graus,

minutos e segundos decimais, com quatro casas, referenciadas ao

DATUM vigente, que localizam o objetivo no reservatório;

e) Categoria: classificação do poço, quanto à categoria, de acordo com o

regulamento técnico de codificação de poços;

f) Tipo: classificação do poço, quanto ao tipo, de acordo com o Regulamento

Técnico de Codificação de Poços;

g) Profundidade final: profundidade em metros atingida pelo poço, tanto a

vertical quanto a medida a partir da mesa rotativa;

h) Altimetria ou batimetria: lâmina d´agua da locação, em metros, no caso de

locação marítima;

i) Coluna de produção: diâmetro nominal da coluna de produção

(polegadas).

Na Tabela 12 deve ser informada a lista de poços a serem perfurados no 1º

ano do PAT de referência, de acordo com os critérios citados anteriormente.

Tabela 12 - Perfuração de Poços - PAT

Fonte: ANP (2016)

50

Os investimentos e as atividades físicas de instalações compartilhadas por

mais de um campo constam no PAT do campo em que estas instalações utilizadas

estão alocadas. Os outros campos que compartilham tais instalações são

informados no anexo do PAT, onde se encontram as informações complementares

(ANP, 2016).

Este anexo apresenta a quantidade e o investimento total dos bens ou

serviços que, quando individualmente considerados, tem valor superior a R$ 2

milhões. Além disso, estão presentes os comentários sobre aspectos relevantes de

cada um dos itens considerados.

As atividades em desacordo (físico ou orçamentário) com as planejadas no

PD do campo, atualizado e aprovado pela ANP, são informadas junto às suas

respectivas justificativas (ANP, 2016).

Os investimentos relacionados com a segurança operacional e proteção

ambiental são informados em separado, mesmo que estejam dispersos nas diversas

etapas do empreendimento (ANP, 2016).

Todas as atividades previstas no cronograma de atividades possuem suas

correspondentes previsões de investimento na planilha de orçamento, nos trimestres

em que ocorrerem para o primeiro ano e para os quatro anos seguintes.

De acordo com o cronograma de atividades, as seguintes operações devem

ser reportadas: levantamento geológico e geofísico, estudos de reservatórios,

projetos do sistema de produção, perfuração, completação, elevação artificial,

sistema de coleta da produção, unidades de produção, sistema de escoamento da

produção, segurança operacional, proteção ambiental, desativação do campo. Estas

operações serão especificadas a seguir.

3.3.1 Levantamento Geológico e Geofísico (G&G)

No cronograma de atividades deve indicada a existência de previsão de

realização de levantamentos sísmicos com vistas à caracterização de reservatórios e

monitoramento de fluidos (indicando as áreas a serem cobertas) e de atividades de

processamento (relativos à computação e ao tratamento de dados sismográficos) e

interpretação (relativos a trabalhos de integração e interpretação), separadamente.

51

É apresentada uma previsão dos investimentos correspondentes a estas

atividades físicas. Informações adicionais, como a malha e o tempo de registro de

cada levantamento, devem ser adicionadas, caso haja necessidade.

3.3.2 Estudos de Reservatório

É apresentado o cronograma de realização de estudos de reservatórios,

objetivando o desenvolvimento da produção, controle e avaliação do desempenho

dos reservatórios, avaliação do potencial de produção e projetos de recuperação

melhorada. Adicionalmente, são informados os investimentos previstos a serem

gastos nos estudos de reservatórios, em testemunhagens, testes de formação e

análises de comportamento de fases (PVT).

3.3.3 Projetos de Sistema de Produção

Apresenta-se a realização de qualquer outro tipo de projeto de engenharia

ligado ao desenvolvimento do campo. Algumas informações complementares, como

os aspectos relevantes ligados ao estudo de reservatório ou aos projetos de

engenharia, também devem ser adicionadas.

3.3.4 Perfuração

São informados os quantitativos físicos dos poços a serem perfurados em

cada trimestre e o respectivo cronograma, detalhando de acordo com as suas

finalidades, a saber: poço produtor (petróleo ou gás natural), poço injetor (água, gás

natural, vapor, CO2 ou N2) ou outros (poços-guia, poços de captação ou descarte de

água, etc.).

Os investimentos totais relativos à perfuração (com o preparo de locações,

perfuração, revestimento e cimentação, perfilagens, teste de formação,

testemunhagens, amostras laterais e outros) também devem ser listados, qualquer

que seja sua finalidade.

É indicada a relação dos poços a serem perfurados somente durante o

primeiro ano, de acordo com o detalhamento e instruções contidas na própria

52

planilha. No tópico de informações complementares são apresentados os aspectos

relevantes previstos em relação à perfuração dos poços, tais como perfuração de

zonas críticas (camadas de sal, alta temperatura e alta pressão etc.), profundidades

elevadas, características especiais de cimentação, poços especiais (radiais,

multilaterais, horizontais e de longo alcance), poços delgados, perfuração com fluido

aerado e utilização de fluidos especiais não considerados no PD.

3.3.5 Completação

É informada a quantidade total, e o respectivo cronograma, dos poços a

serem completados e/ou recompletados, bem como os investimentos previstos para

cada operação (acondicionamento do revestimento, correção de cimentação,

canhoneio, instalação de coluna de produção/injeção e acessórios, árvore de natal,

estimulação, operações com nitrogênio, operações com wire-line, pescarias,

perfilagens, etc.).

Os aspectos relevantes previstos em relação à completação/recompletação

dos poços, tais como completação múltipla, uso de métodos ou equipamentos

especiais (gravel pack, coil tubing, registradores de fundo, etc.), uso de fluidos

especiais, árvores de natal com características especiais, reversão de poços e

completações com características especiais, são informados no campo “informações

complementares”.

3.3.6 Elevação Artificial

Apresenta-se a quantidade total de poços, e o respectivo cronograma, para os

quais existe a previsão de instalação de métodos de elevação artificial e/ou

mudanças do método existente (elevação pelo gás – gas lift, bombeio mecânico,

bombeio centrífugo, bombeio hidráulico, etc.), além de indicar o total dos

investimentos previstos para estas operações.

Caso haja necessidade, deve-se informar os aspectos relevantes sobre estas

atividades.

53

3.3.7 Sistema de Coleta de Produção

São apresentados os quantitativos físicos do sistema de coleta de produção,

desde os poços até as estações/plataformas coletoras, detalhados conforme os itens

a seguir (sendo que o cronograma da atividade de cada item deve discriminar as

etapas de construção, montagem e instalação): linhas (surgência, elevação artificial,

injeção, auxiliares, umbilicais, etc.), manifolds submarinos, risers, dentro outros.

Deve ser informado o total dos investimentos destinados às operações

citadas anteriormente, incluindo gastos com eletrificação e automação. É também

necessário especificar os quantitativos físicos relativos a instalações não

convencionais no sistema de coleta, tais como separadores submarinos, estações

de bombeamento multifásico, etc.

Aspectos relevantes sobre o sistema de coleta da produção, eletrificação e

automação são adicionados, caso necessário.

3.3.8 Unidades de Produção (marítimas ou terrestres)

São apresentados os cronogramas de construção e montagem e o de

instalação para cada uma das unidades de produção.

Quando não se tratar de projeto global, os investimentos em cada uma das

unidades marítimas de produção são detalhados conforme os seguintes itens:

estrutura marítima, sistema de amarração e ancoragem, plantas de processo e

utilidades.

Plantas de processo e utilidades correspondem à implantação de todas as

etapas do processamento dos fluidos (petróleo, gás natural e água), ou seja, sistema

de separação, tratamento de petróleo, injeção de gás e água e compressão para

elevação artificial, tratamento de gás natural (dessulfurização, desidratação etc.),

tratamento de água para injeção, estações de vapor e demais utilidades.

No caso das unidades de produção terrestre, é apresentado o total de

investimentos previstos para a instalação de cada uma das unidades, considerando,

entre outros, obras civis, plantas de processo e utilidades. No tópico “Informações

Complementares” apresentam-se os aspectos relevantes sobre a construção e

instalação das unidades de produção.

54

3.3.9 Sistema de Escoamento da Produção

São indicados os cronogramas de fabricação, construção e instalação do

sistema de escoamento da produção, discriminando de acordo com os seguintes

itens: oleodutos, gasodutos, compressores, unidades de armazenamento (unidades

flutuantes e tancagem terrestre) e outros (refere-se a bombas, aquadutos, tancagem

de água e unidades móveis de escoamento). É apresentado, também, o total dos

investimentos previstos para estas atividades.

Nas informações complementares são, geralmente, informados os destinos

do petróleo, condensado e gás natural produzidos, assim como outros aspectos

relevantes sobre o sistema de escoamento e estocagem, no âmbito da concessão

(ANP, 2016).

3.3.10 Segurança Operacional

O cronograma de projetos voltados para segurança operacional é

apresentado. É informado todo o investimento, seja parte integrante de cada etapa

do empreendimento ou como projetos especiais, a ser aplicado em instalações e

equipamentos destinados à segurança operacional. O levantamento deve considerar

os gastos em: equipamentos de salvatagem, proteção ativa e passiva de incêndio,

detecção de vazamentos de gás, sistemas de prevenção a explosões, equipamentos

de resposta a vazamentos, dentre outros (ANP, 2016).

Caso haja necessidade, pode-se incluir os aspectos relevantes sobre estas

atividades.

3.3.11 Proteção Ambiental

É informado o cronograma de projetos voltados para proteção ambiental e

indicado todo o investimento a ser aplicado em cada etapa do empreendimento e em

projetos especiais, assim como em equipamentos destinados à proteção ambiental

da área do campo.

São considerando os seguintes gastos: tratamento e descarte de lamas,

fluidos e cascalhos de perfuração, tratamento de efluentes, resíduos e emissões,

55

descarte de água, construção de diques, valetamento e outras barreiras, prevenção

de contaminação de aquíferos e cursos d’água, prevenção de danos aos

ecossistemas sensíveis, tratamento e disposição de borras e outros resíduos

oleosos, disposição de materiais com incrustações radioativas, disposição de

materiais tóxicos ou perigosos, disposição/reciclagem de sucata, planos e

programas ambientais (mitigação dos danos, comunicação social, educação

ambiental, respostas a emergências etc.), programas de restauração e reabilitação

de áreas e de compensação financeira, dentre outros.

Adicionalmente, são informados os locais de disposição final dos resíduos

oriundos do processo produtivo de cada campo e outros aspectos relevantes sobre o

sistema de proteção ambiental.

3.3.12 Desativação do Campo

O quantitativo físico e o correspondente cronograma previstos para a

desativação do campo são apresentados, detalhados conforme os seguintes itens:

arrasamento e abandono de poços, retirada de equipamentos, recuperação de

áreas, dentre outros.

Deve-se informar o total de investimentos previstos para estas operações, além

de indicar informações adicionais contendo os aspectos relevantes sobre o

abandono do campo (ANP, 2016).

56

4 REGULAÇÃO DA NORUEGA

Neste capítulo será apresentada a estrutura organizacional do estado

norueguês, bem como a regulação das atividades petrolíferas na Noruega. O

documento similar ao PAT e ao PAP do Brasil, chamado de Annual Status Report

(ASR), é descrito nesta sessão, de forma a promover uma visão comparativa entre

as orientações de fiscalização da produção de petróleo e gás natural dos dois

países.

4.1 Organização do Estado

O Stortinget (parlamento norueguês) define a estrutura regulatória para

atividades petrolíferas na Noruega. Isto é feito, em parte, através da adoção de

legislação.

Projetos de desenvolvimento principais e questões que envolvem princípios

fundamentais devem ser deliberados no parlamento. O Stortinget também

supervisiona o governo e administração pública (NPD, p. 29, 2014).

O governo exerce autoridade executiva sobre a política do petróleo, sendo o

responsável perante o parlamento, que é auxiliado pelos ministérios, diretórios

subordinados e autoridades de supervisão. A política petrolífera norueguesa é

distribuída da seguinte forma:

a) Ministério do Petróleo e da Energia – Ministry of Petroleum and Energy

(MPE): responsável pela gestão dos recursos e do setor como um todo, bem

como propriedade do Estado na Statoil e na Petoro AS, que é o administrador

do Interesse Financeiro Direto do Estado – State’s Direct Financial Interest

(SDFI);

b) Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais – Ministry of Labour and Social

Affairs (MLSA): responsável pelo ambiente de trabalho e segurança;

c) Ministério das Finanças – Ministry of Finance (MFIN): responsável pela

tributação petrolífera;

d) Ministério dos Transportes e Comunicações – Ministry of Transport and

Communications (MTC): responsável pela prevenção de derramamento de

óleo;

57

e) Ministério do Clima e Meio Ambiente – Ministry of Climate and Environment:

responsável pela salvaguarda do ambiente externo (NPD, p. 29, 2014).

O Diretório Norueguês de Petróleo – Norwegian Petroleum Directorate (NPD)

é um diretório subordinado ao MPE que desempenha um papel fundamental no

sistema de gestão de petróleo e é um importante órgão consultivo para o MPE. O

NPD exerce autoridade administrativa em conjunto com a exploração e produção de

jazidas de hidrocarbonetos existentes na Plataforma Continental Norueguesa –

Norwegian Continental Shelf (NCS), ilustrada na Figura 6. Isto também inclui

autoridade para estipular regulamentos e tomar decisões em conformidade com os

regulamentos voltados para as atividades petrolíferas (NPD, p.29, 2014).

Figura 6: Áreas da Norwegian Continental Shelf (NCS)

Fonte: Norwegian Petroleum Directorate (2014)

58

A Gassco AS é uma empresa estatal responsável pelo transporte de gás na

NCS. A empresa é a operadora da Gassled. Petoro AS, que também é uma

empresa estatal que lida com os aspectos comerciais da SDFI, em nome do Estado.

A Statoil ASA é uma empresa internacional, da qual o Estado, através do MPE,

detém 67% das ações (NPD, p.29, 2014).

A Autoridade de Segurança do Petróleo – Petroleum Safety Authority (PSA) é

responsável pela segurança operacional e técnica do ambiente de trabalho nas

atividades petrolíferas, inclusive pelo preparo para eventuais emergências

(PRACTICAL LAW, 2014).

A Administração da Costa Norueguesa – Norwegian Coastal Administration

(NCA) é responsável pela prevenção de derramamento de óleo. Já a Agência

Ambiental Norueguesa - Norwegian Environment Agency (NEA) tem como função o

acompanhamento da Lei de Controle da Poluição – Pollution Control Act (NPD, p.

30, 2014).

A Figura 7 ilustra a organização estatal das atividades petrolíferas na

Noruega.

59

Figura 7: Organização estatal das atividades petrolíferas da Noruega

Fonte: NPD, p. 31 (2014)

Parlamento

Governo

MPE

NPD

Petoro AS

Gassco AS

Statoil ASA

MLSA

PSA

MFIN

Administração Fiscal de Petróleo

Fundo de Pensão do Governo

MTC

NCA

Ministério do Clima e Meio

Ambiente

NEA

60

4.2 Regulações

Na Noruega, o setor de upstream é fortemente regulamentado pela Lei do

Petróleo n° 72, de 29 de novembro de 1996. Esta lei foi alterada pela última vez em

24 de junho de 2011, pela Lei n° 38 e por regulações de segurança e do petróleo

(NPD, 2016a).

A estrutura judicial estabelece o sistema de licenciamento norueguês e

administra todas as atividades de exploração e produção na plataforma continental

norueguesa. Esse sistema confere aos participantes o direito exclusivo de

exploração, perfuração e produção de hidrocarbonetos dentro de uma área

geográfica delimitada, isto é, áreas cobertas pela licença, e o direito à propriedade

do óleo e do gás produzidos. Tal direito é cabível dentro do quadro da licença de

produção e da legislação aplicável (PRACTICAL LAW, 2014).

Nos termos da lei e do regulamento do petróleo, previsto pelo Decreto Real n°

653, de 27 de Junho de 1997, e alterado pela última vez pelo Decreto Real n° 729,

de 2 de julho de 2012, as licenças podem ser concedidas para a exploração,

produção e transporte de petróleo (NPD, 2016b).

A Lei do Petróleo atesta que o Estado possui o direito de propriedade dos

depósitos de petróleo na NCS. Aprovações oficiais e licenças são necessárias em

todas as fases das atividades petrolíferas (NPD, p.28, 2014).

A licença de produção pode ser concedida a um órgão corporativo registrado

no Registro Norueguês de Empresas Comerciais – Norwegian Register of Business

Enterprises, na medida em que outros requisitos não são aplicáveis devido a

acordos internacionais, de acordo com a legislação norueguesa. Além disso, pode

ser concedida a uma pessoa física domiciliada em um estado do Espaço Econômico

Europeu – European Economic Area (EEA) (PRACTICAL LAW, 2014).

Um sistema de pré-qualificação das empresas é utilizado pelas autoridades,

de forma que as licenças de produção só são concedidas para as empresas pré-

qualificadas. A pré-qualificação é avaliada pelo MPE, pelo NPD e pela PSA, e

determina se as empresas são técnica e financeiramente capazes de assumir as

obrigações de ser um participante ou operador (NPD, p.28, 2014).

Antes de uma licença ser concedida para exploração ou produção, a área

onde será realizada a atividade deve ser aberta para as atividades petrolíferas.

61

Neste contexto, uma avaliação de impacto deve ser preparada, considerando tanto

os fatores financeiros quanto os sociais e ambientais (NPD, p.28, 2014).

Normalmente, as licenças de produção são concedidas por meio de rodadas

de licenciamento. O NPD prepara orientações sobre como formular o pedido e o

MPE concede as licenças de produção para um grupo de empresas, com base nas

candidaturas recebidas. O mesmo designa um operador para a joint venture, que

será responsável pelas atividades operacionais autorizadas pela licença. O grupo

licenciado também funciona como um sistema de controle interno na licença de

produção, onde o papel de cada licenciado é monitorar o trabalho realizado pelo

operador (NPD, p. 28, 2014).

O Acordo de Operações Conjuntas – Joint Operating Agreement11 (JOA),

inegociável padrão norueguês, deve ser executado pelos participantes para que a

licença de produção seja efetivada. Dessa forma, estabelece uma joint venture não

incorporada (ICLG, 2016).

A licença de produção é responsável, também, pela regulação das obrigações

e direitos das empresas relacionados ao Estado norueguês. O documento

complementa os requisitos da Lei do Petróleo, além de detalhar seus termos e

condições. Esta garante às empresas o direito exclusivo de exploração e produção

de petróleo na área geográfica delimitada pela licença. Os licenciados, assim,

tornam-se os donos da produção de petróleo desta área (NPD, p. 28, 2014).

O período inicial da licença de produção tem validade de até 10 (dez) anos e

é denominado período de exploração. Nesta fase, é realizado um compromisso de

trabalho que inclui um mapeamento geológico e geofísico preliminar e/ou perfuração

de poços exploratórios. Esta licença pode ser abandonada assim que o

compromisso de trabalho for cumprido, caso os licenciados concordem. No caso dos

licenciados optarem pela continuação do trabalho na licença de produção, ela entra

no período de extensão, que é o período para o desenvolvimento do campo (NPD, p.

28, 2014).

No caso de uma empresa determinar que o campo é comercialmente viável,

ela é obrigada a promover, de forma prudente, o desenvolvimento e produção das

reservas provadas de petróleo. Isto significa que a empresa é responsável pela

11 ROSA apud RIBEIRO: “O JOA é um instrumento básico, que permite às partes associadas, em função de um contrato de

exploração com o país hospedeiro ou seu representante, concretizar a união de recursos, a partilha de despesas e a

minimização dos riscos em um empreendimento”. (ROSA, Alberto, 2013)

62

promoção e implementação de novos projetos, enquanto as autoridades concedem

a aprovação final para iniciar o processo (NPD, p. 28, 2014).

A empresa deve encaminhar, para aprovação do MPE, um Plano de

Desenvolvimento e Operação – Plan for Development and Operation (PDO) assim

que um novo campo estiver pronto para ser explorado.

Um ponto importante do PDO é a avaliação de impacto, disponibilizada para

consulta de várias organizações que possam ser afetadas pelo desenvolvimento.

Esta avaliação demonstra de que maneira o meio ambiente, a atividade de pesca e

a sociedade norueguesa serão afetados pelo desenvolvimento do campo. Assim, os

projetos de gerenciamento dos recursos são realizados de forma prudente, de forma

que as consequências para outros interesses públicos gerais se tornem aceitáveis.

O licenciado pode documentar, se for o caso, que o desenvolvimento é

coberto por uma avaliação adequada do impacto existente. O MPE possui um guia

elaborado para os PDOs e para os Planos de Instalação e Operação – Plans for

Installation and Operation (PIO), que tem como principal objetivo esclarecer os

regulamentos e as expectativas das autoridades quanto aos desenvolvedores da

NCS (NPD, p. 28, 2014).

A Lei do Petróleo exige que os licenciados enviem um plano de abandono ao

MPE, de dois a cinco anos antes da licença expirar ou de ser abandonada, ou antes

da utilização de uma instalação de abandono.

O plano de abandono deve ter duas seções principais: uma avaliação de

impacto e uma seção de descarte. A avaliação de impacto fornece uma visão geral

das consequências esperadas pelo abandono no meio ambiente e outros fatores. A

seção de descarte deve incluir propostas de como realizar a interrupção das

atividades de petróleo em um campo (NPD, p. 29, 2014).

Além da Lei do Petróleo, a Convenção OSPAR12 (Convenção para a Proteção

do Meio Ambiente Marinho do Atlântico Nordeste) também regula a eliminação das

instalações petrolíferas norueguesas. Sob esta Convenção, apenas um pequeno

número de instalações pode ser abandonado no local (NPD, p. 29, 2014).

Os licenciados são responsáveis por danos causados pela poluição, sem

levar em conta as falhas. As atividades petrolíferas devem ser conduzidas de uma

12 OSPAR é assim chamado por causa das convenções originais de Oslo e de Paris ("OS" para Oslo e "PAR" para

Paris) (OSPAR, 2016).

63

forma prudente para garantir que um elevado nível de segurança possa ser

desenvolvido e mantido em todas as fases, em consonância com o contínuo

desenvolvimento tecnológico e organizacional (NPD, p. 29, 2014).

4.3 Relatórios de Produção de Petróleo

Os Relatórios de Produção de Petróleo são regulados pela seção 10-4 da Lei

do Petróleo, pelas seções 27, 48 e 49 do Regulamento do Petróleo e nas seções 27

e 28 do Regulamento de Gestão de Recursos – Resource Management Regulations

(NPD, 2013).

O Regulamento de Gestão de Recursos, em sua seção 27, exige os relatórios

diários e mensais durante a produção de petróleo. Os relatórios diários devem

conter informações relativas aos parâmetros de produção mais importantes, tal como

a taxa de produção bruto/líquido, e deve ser reportado diretamente ao NPD. Já os

relatórios mensais da seção 28 deste mesmo regulamento preveem os seguintes

dados de volume a serem informados:

a) Volumes de Produção:

Por poço e instalação;

Comercializável alocado por instalação/campo (valor ajustado);

Importação/exportação por unidade/estrutura;

Consumido (chama, combustível, diesel etc.) por unidade/estrutura.

b) Volumes de Injeção:

Por poço e instalação.

c) Volumes em estoque:

Quantidades no fim do mês.

d) Volume Vendido:

Gás por proprietário e comprador;

Óleo, gás natural líquido e condensado por navio. (NPD, 2013).

Os licenciados são legalmente responsáveis pelo cumprimento das

obrigações de apresentação de informação. Em circunstâncias normais, o operador

da licença de produção de um campo relata os dados em nome do grupo licenciado

(NPD, 2013).

64

Os volumes produzidos e injetados de fluidos devem ser fornecidos para cada

campo individualmente (conforme listado no “Fact Pages” do NPD). Caso não

possam ser medidos separadamente, os números relatados devem refletir as

quantidades alocadas aprovadas. O relatório trimestral de vendas deve ser enviado

ao MPE, de acordo com a seção 49 do Regulamento do Petróleo (NPD, 2013).

4.4 O Annual Status Report (ASR)

Na seção 47 da Regulação do Petróleo da Noruega e na Seção 29 do

Regulamento de Gestão de Recursos encontra-se definido o relatório similar ao PAP

e ao PAT do Brasil, chamado de Relatório de Status Anual (Annual Status Report).

Ele é apresentado ao NPD até o dia 1° de novembro de cada ano.

O ASR constitui a base para avaliar se um campo é operado de acordo com

as condições prévias dos regulamentos das autoridades. Isto é, se a produção é

realizada de tal maneira que o volume máximo de petróleo presente nos depósitos

seja produzido, conforme os prudentes princípios técnicos e financeiros, e se a

recuperação é realizada de modo a evitar a perda de petróleo ou energia do

reservatório, conforme seção 4-1 da Lei do Petróleo (NPD, p.2, 2015).

O ASR é um suporte para a licença de produção, complementando relatórios

das autoridades usados na Revisão do Orçamento Nacional – Revised National

Budget (RNB). Este documento fornece informações para as autoridades relativas

ao campo, além de uma explicação a respeito de quaisquer possíveis desvios

relativos à licença de produção existente e às previsões apresentadas. Isso inclui

pré-condições, suposições e incertezas associadas a estas estimativas (NPD, p.2,

2015).

O documento deve conter também os planos relevantes e possíveis medidas

para a recuperação ideal durante a vida útil remanescente do campo. Os dados em

qualquer outro formato como, por exemplo, perfis de novos poços, não devem ser

incluídos (NPD, p. 2, 2015).

As informações atualizadas de outros documentos, como no caso do Plano de

Gestão do Reservatório – Reservoir Management Plan – e do Plano de Longo Prazo

– Longterm Plan (LRP), podem ser incluídas no ASR, usando o modelo apresentado

pelo NPD (NPD, p. 2, 2015).

65

Os seguintes dados devem ser reportados no ASR: status geral do campo,

reservatórios, produção e injeção, perfuração, completação e intervenção,

operações, manutenções e modificações, meio ambiente, campo, área de

desenvolvimento, exploração e prospecção e, por fim, o abandono.

Cada uma destas operações será especificada, a seguir, de acordo com o

status atual do campo, os planos e metas a serem cumpridos no ano seguinte e a

descrição dos recursos a serem direcionados para a recuperação melhorada

(Enhanced Oil Recovery – EOR13) e para o aumento da recuperação (Improved Oil

Recovery – IOR14).

4.4.1 Status Geral do Campo

O Status Geral do Campo contém um breve resumo dos planos globais para o

campo e as principais atividades futuras, a curto e longo prazo. Além disso, possui

uma descrição dos principais desafios que possam justificar o aumento ou a

diminuição da atenção dada ao campo. Nesta seção, o licenciado deve elaborar

avaliações da estratégia de produção e listar as soluções técnicas implantadas

desde o relatório anterior e descrever o plano para o próximo período, incluindo as

medidas tomadas ou previstas para tratar questões identificadas (NPD, p. 6, 2015).

4.4.2 Reservatório

Os dados de reservatório são definidos em duas subdivisões. A primeira

contém a descrição do reservatório, com um breve resumo das questões relevantes

relacionadas ao seu comportamento e à principal estratégia atual para sua gestão.

Nesta parte é necessário anexar um resumo cobrindo nova coleta de dados, novo

mapeamento, interpretações e estudos/projetos de investigação concluídos no ano

anterior.

13 Nas últimas décadas, os métodos de recuperação secundária foram geralmente classificados em métodos

convencionais e métodos especiais de recuperação secundária. Na língua inglesa são conhecidos como EOR (Enhanced Oil Recovery) (ROSA, Adalberto, 2011).

14 Recentemente alguns autores utilizam o termo IOR (Improved Oil Recovery), pois engloba os antigos métodos

de EOR e quaisquer outros métodos ou técnicas não convencionais que visam aumentar a recuperação e/ou acelerar a produção em relação à produção primária e/ou secundária (ROSA, Adalberto, 2011).

66

A segunda subdivisão a ser abordada é relativa às reservas e recursos, com a

finalidade de mostrar uma visão geral do crescimento das reservas no campo e

explicar as variações significativas nos volums originais in situ e nas reservas

recuperáveis de petróleo, de condensado e de gás natural. É preciso explicar as

alterações nas estimativas e nas categorias de recursos reportados no RNB, em

comparação com o relatório do ano anterior.

Os dados apresentados das estimativas de reserva são de avaliações

probabilísticas da simulação Monte Carlo. Esta simulação calcula as seguintes

estimativas:

a) Estimativa otimista e possível, representada pelo P10;

b) Estimativa média ou mais provável, representada pelo P50. O teorema

do limite central indica que a estimativa P50 tem mais chance de

ocorrer do que as estimativas P90 e P10;

c) Estimativa pessimista e provada, representada pelo P90. Significa que

90% das estimativas excedem a estimativa P90, isto é, possui 10% de

chance de ocorrer.

Novos recursos provados na área da licença que contém o campo devem ser

mencionados. A Tabela 13 ilustra as estimativas de reservas e recursos de óleo,

condensado e gás natural a serem apresentadas anualmente no ASR. As siglas da

tabela representam o volume de óleo original in situ (Oil Initially In Place – OIIP), o

volume de condensado original in situ (Condensate Initially In Place – CIIP) e o

volume de gás original in situ (Gas Initially In Place – GIIP) (NPD, p. 7, 2015).

Tabela 13 - Estimativa de Reservas e Recursos de Petróleo e Gás Natural

Fonte: ASR (2015)

67

Os volumes das reservas de gás, Gás Natural Liquefeito – Natural Gas Liquid

(NGL), óleo e condensado do ano do ASR são comparados com os dados

informados no PDO, como mostra a Tabela 14. Os volumes de óleo e gás

acumulados de reservas maduras, com e sem riscos, são comparadas com os

valores de meta (para o ano seguinte) e os valores relativos a dois e sete anos

depois, ilustrados na Tabela 15. (NPD, p. 7, 2015).

Tabela 14 - Comparação dos volumes com o PDO

Fonte: ASR (2015)

Tabela 15 - Reservas Maduras

Fonte: ASR (2015)

É feita a descrição dos recursos direcionados para o IOR e para o EOR, em

uma visão global, do ano subsequente (como meta) e do ano após transcorrido um

período de sete anos. Os dados são descritos por reservatório/formação e trazem

suas respectivas taxa de recuperação, como mostra a Tabela 16 (NPD, p. 8, 2015).

68

Tabela 16 - Taxa de Recuperação de Petróleo

Fonte: ASR (2015)

4.4.3 Produção e Injeção

O licenciado apresenta um breve relato de como as atividades (produção,

injeção, controle de pressão) foram cumpridas e quais fatores significativos

causaram desvios. Os perfis de produção, de injeção e de controle de pressão dos

reservatórios são apresentados na forma de gráfico. O perfil de produção é

comparado com a licença de produção atual e quaisquer desvios são explicados.

Para os campos com a licença especial de produção de gás, o ASR é

fornecido a partir do dia 1° de outubro (início do ano de gás). São resumidas as

alterações na licença de produção e as mudanças relativas às previsões e

condições relatadas no RNB do ano anterior. Isso também inclui atualizações em

relação às possíveis licenças especiais de produção gás.

Em relação aos planos e metas, o licenciado inclui uma descrição da

estratégia de produção para as atividades planejadas para o próximo ano e as

previsões básicas de produção. Além disso, inclui uma descrição do

desenvolvimento esperado para as pressões dos reservatórios. É necessário

explicar se as mudanças podem ocorrer dentro da licença de produção especial em

vigor para o gás.

Em relação à gestão do reservatório, são descritos os principais desafios e

elementos-chaves relacionados aos planos de IOR, em uma perspectiva de curto e

longo prazo, além dos tipos de atividades (de coleta de dados, estudos, trabalho

modelo, estratégia de produção, novos poços, etc.) que foram realizadas no ano

anterior.

69

Os principais desafios relacionados ao EOR também são relatados em curto e

longo prazo, junto às principais atividades que contribuíram para qualificar essas

tecnologias, durante o ano anterior ao ASR. É necessário listar os métodos

relevantes, tanto os novos, adicionados durante o ano, quanto os que deixaram de

ser relevantes.

Em relação aos dados adquiridos e aos estudos que foram realizados durante

o ano anterior (análises sobre as potencialidades, trabalho de laboratório,

simulações, estudos comerciais), são descritas todas as atividades planejadas e não

realizadas, acompanhadas de seus respectivos motivos. Por fim, são descritos

também os planos futuros, com listagem de todas as atividades nas áreas de testes

pilotos e de testes de campo em relação ao EOR (NPD, p. 9-12, 2015).

4.4.4 Perfuração, Completação e Intervenção

Nesta seção do ASR deve estar descrito o programa de perfuração previsto

para o campo, as atividades do poço (como plugback15 de zonas do reservatório),

registro de produção e qualquer nova tecnologia de poço que possa ter sido usada,

sendo geralmente apresentada em tabelas. Novos poços são ilustrados em um

mapa em anexo.

A situação atual do cronograma de perfurações é apresentada em

comparação com a perfuração planejada no relatório do ano anterior, com as

respectivas explicações dos desvios. Quanto às previsões do programa de

perfuração para o ano do ASR, há um breve resumo de como a capacidade das

plataformas (plataformas fixas, jackups, floaters, etc.) tem sido utilizada para os

diferentes fins de perfuração.

O uso de equipamento de perfuração deve ser descrito de acordo com as

principais atividades, em vista de melhorar o desempenho da plataforma. Dessa

forma, é necessário descrever a frequência com que os poços foram testados e a

modalidade de teste (teste de poço, teste separador, único ou múltiplos testes).

15 Vedação da extremidade inferior de um poço (no fundo) para evitar a entrada de líquidos (insumo) desta

parte do poço.

70

São citados os poços de produção que passaram a maior parte do ano

fechados e, consequentemente, a produção perdida, além dos motivos para o

fechamento dos poços e as ações e planos traçados, como mostra a Tabela 17.

Tabela 17 - Poços Produtores Temporariamente Fechados

Fonte: ASR (2015)

Como meta, é descrita uma visão detalhada do planejamento e atividades de

novos poços para os próximos dois anos. Essas informações devem incluir testes,

amostragem, registro de produção, intervenções, etc.

Projetos de poço e suas atividades são previstos para os cinco anos

subsequentes ao ASR, juntamente com os planos para melhorar o desempenho da

plataforma, além de discriminar os dias comprometidos com a perfuração,

completação e intervenção no período.

A Tabela 18 mostra o período de perfuração, conclusão e intervenção nos

cinco anos subsequentes.

71

Tabela 18 - Período de perfuração, conclusão e intervenção dos próximos 5 anos

Fonte: ASR (2015)

Deve-se informar se o campo possui, ou há previsão de realizar, testes de

novas tecnologias (pilotos) na área de perfuração, completação e intervenção. Além

disso, descrever como é medido o desempenho do campo nessas três áreas. Alguns

desses indicadores são apresentados na Tabela 19 (NPD, p. 12-15, 2015).

72

Tabela 19 - Indicadores de Desempenho na Área de Perfuração

Fonte: ASR (2015)

4.4.5 Operação, Manutenção e Modificação

Os dados relativos à Operação, Manutenção e Modificação (Operation,

Maintenance and Modification – OMM) incluem atividades ligadas à preparação

operacional, operações ordinárias, manutenção, manutenção de poços,

modificações e outras atividades operacionais, tais como operações e manutenção

submarinas, serviços de plataforma, administração, Segurança, Saúde e Meio

Ambiente (SSMA), gestão do reservatório e desenvolvimento de negócios.

Informações sobre logística, processamento externo e transporte de petróleo e gás

entre os campos também podem ser incluídas.

Diferentes medidas na área da OMM podem aumentar o desempenho geral

de um campo ou instalação. Potenciais medidas podem incluir conceitos integrados

de operação, mudanças organizacionais, novos equipamentos, novas filosofias de

contrato, grandes modificações, aumento de competências, aumento das

capacidades, novas estratégias de manutenção e outros. Coordenação com outras

áreas (como logística, por exemplo) também pode ser considerada (NPD, p. 15,

2015).

73

A redução dos custos unitários, a maior regularidade e o aumento da

produção, além das tarifas reduzidas para processamento externo e para o

transporte, são possíveis efeitos de tais medidas (NPD, p. 15, 2015).

É fornecido um breve resumo da situação atual e das atividades em processo

dentro da área de OMM. Além disso, são descritos e analisados os principais

desafios (fatores que impactaram a regularidade) e explicações relativas aos planos

que não foram cumpridos no ano. Desligamentos inesperados significativos devem

ser explicados.

São evidenciadas as principais dificuldades previstas para o futuro e as metas

planejadas, ou que se encontrem em execução, para enfrentar tais desafios. O ASR

apresenta a descrição do uso de novos modelos de tecnologias, métodos, conceitos

organizacionais ou empresariais que estejam previstos para o campo.

São expostos os indicadores de desempenho, fazendo referência ao ano

atual (plano e previsão), à meta para o ano seguinte e para dois anos subsequentes,

sendo os dados separados por instalação. A Tabela 20 mostra esses indicadores de

desempenho (NPD, p. 15-17, 2015).

Tabela 20 - Indicadores de Desempenho por Instalação.

Fonte: ASR (2015)

74

4.4.6 Meio Ambiente

Em relação ao meio ambiente, diferentes iniciativas podem aumentar o

desempenho ambiental global de um campo ou de uma instalação. Possíveis

medidas podem incluir a eletrificação da costa, maior eficiência de energia, redução

da queima, redução do uso de produtos químicos, dentre outros (NPD, p. 17, 2015).

Um dos possíveis efeitos das diferentes medidas ambientais é a redução das

descargas para o mar. Por outro lado, também pode haver um conflito de interesse

como, por exemplo, entre estratégias de produção/injeção e o desempenho

ambiental. Muitas medidas ambientais podem também acarretar em desafios

econômicos.

No ASR, as principais questões ambientais são comparadas ao relatório

entregue no ano anterior. Em adicional, é necessário informar os incidentes

importantes na área, além de suas explicações e/ou quais planos foram ou não

cumpridos neste ano.

São descritos os principais desafios identificados para o futuro e quais ações

são planejadas ou implantadas para enfrentar tais dificuldades. São enunciados o

uso de novas tecnologias, de projetos pilotos e de pesquisa e desenvolvimento,

relacionados ao meio ambiente. É necessário especificar (brevemente) até que

ponto esta tecnologia é nova (para o operador, para o campo ou para o NCS).

O relatório descreve como o desempenho ambiental é acompanhado e que

tipos de indicadores chave são utilizados. Também é detalhado o status, as metas e

as ambições dos indicadores de desempenho no ano anterior do ASR (NPD, p. 18,

2015).

4.4.7 Campo e Área em Desenvolvimento

Em relação ao campo e à área em desenvolvimento, devem ser descritos,

brevemente, projetos-chave que fazem parte dos planos futuros para o campo (por

exemplo, a exportação de gás diferido, atualizações de capacidade e evolução da

área), além de seus principais desafios (NPD, p. 19, 2015).

75

4.4.8 Exploração, Prospecções e Abandono

São explicadas as principais atividades de exploração, os desafios e as

explicações sobre desvios entre as atividades previstas e realizadas para o ano do

ASR.

O ASR deve informar os elementos-chave na estratégia de exploração para

os três anos subsequentes. Os principais desafios e fatores críticos de sucesso para

a realização do potencial de exploração também devem ser apresentados. Além

disso, são reportadas as ambições de crescimento dos recursos de exploração para

o período entre 5 e 10 anos posteriores ao relatório, como mostrado na Tabela 21.

(NPD, p. 19, 2015).

Tabela 21 - Ambições de crescimento

Fonte: ASR (2015)

Em relação aos volumes de terceiros, caso sejam relevantes, é necessário

descrever fatores especiais associados ao petróleo, tais como à qualidade do óleo

recebido, os problemas de capacidade, aumento dos custos cobrados e outros.

Quaisquer medidas aplicadas ou iniciadas, relacionadas a estes volumes, também

devem ser discutidas (NPD, p. 20, 2015).

Por fim, é necessário informar quaisquer planos para o abandono das

instalações nos próximos anos, além de informar a vida útil das mesmas, se houver

diferenças na previsão de conclusão de produção (NPD, p. 21, 2015).

76

5 ANÁLISE COMPARATIVA

O presente capítulo realiza uma análise comparativa entre as orientações de

regulação da produção de petróleo e gás natural do Brasil e da Noruega. Há uma

divisão de tópicos, onde foram abordados os pontos em comum e em disparidade

entre os dois países.

5.1 Previsão de Produção, de Injeção e de Movimentação de Fluidos

No PAP, os volumes informados para cada um dos campos são apenas os de

previsão de produção/injeção e movimentação dos fluidos. São fornecidos em

valores médios mensais para o ano considerado e médias anuais para os quatro

anos subsequentes.

No caso do Annual Status Report da Noruega, todo o volume de fluido

produzido no ano anterior é apresentado juntamente com os dados estimados no

PDO. As previsões de produção são informadas por reservatório e são relativas ao

ano posterior (meta) e ao ano depois de transcorridos sete anos.

Além disso, no ASR são informados os perfis de produção, de injeção e de

controle de pressão dos reservatórios, além de descrever o desenvolvimento

esperado para estas pressões. Já o Programa Anual de Produção não apresenta

esse controle anual das pressões e não confronta os volumes produzidos com os

apresentados no Plano de Desenvolvimento.

5.2 Queimas de Gás Natural

No que diz respeito às queimas de gás natural, a Tabela 22 exibe as

diferenças entre as regulações do Brasil e Noruega.

77

Tabela 22 - Tabela Comparativa entre as Regulações da Noruega e do Brasil em Relação à Queima de Gás

Fonte: The World Bank, modificado (2016)

Item Noruega Brasil

Tipo de Operação Produção marítima Produção terrestre e marítima

Órgão Regulador

NPD (do inglês Norwegian

Petroleum Directorate, que

faz parte do Ministério de

Petróleo e Energia)

ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis, vinculada ao

Ministério de Minas e Energia)

Orientações Gerais

ou Autorizações

Caso a Caso?

Autorizações Caso a Caso

Há orientações gerais através da PANP nº

249/2000, definindo as queimas não

sujetas à autorização e pagamente de

royalties. Os demais casos são regulados

caso a caso.

Meta anual de

queima para a

indústria do

petróleo?

Não Não, as metas são dadas por concessão.

Queimas Rotineiras

permitidas por Lei?

Não, as queimas rotineiras

geralmente não são

permitidas em qualquer

cenário econômico. Em

alguns casos raros podem

garantir uma inexigibilidade

de autorização.

Em alguns casos as queimas rotineiras

são autorizadas através da PANP ANP nº

249/2000, como por exemplo, as queimas

de segurança. Em outros casos, como

manutenção programada, as queimas

devem ser autorizadas pela ANP.

Limites de Queima

para cada

instalação?

SimLimites de Queima são dados por

Concessão

Planos de

Desenvolvimento

requerem

aprovações?

Sim. As aprovações são

dadas somente se houver

aproveitamento do gás

associado.

Sim, as aprovações podem ser dadas

quando justifica-se o não aproveitamento,

principalmente devido à realidade da

produção terrestre.

Estudo de Impacto

Ambiental requerido?

Sim. Cada novo

desenvolvimento requer um

EIA que descreve todos os

impactos ambientais e

ações de mitigação. O EIA

torna-se público

Sim. As emissões de licenças de

instalação pelos órgãos ambientais

estaduais e pelo IBAMA requerem EIA, de

acordo com a Resolução Conama nº

001/86. O EIA é de acesso restrito, mas o

RIMA (relatório de impacto ambiental) é de

acesso público.

Incentivos Fiscais? Não Não

Taxas de emissões? Sim, taxação de CO2. Não

Penalidades para

violação dos

regulamentos?

Não Sim

78

A Noruega não possui uma meta anual e nem penalidades para a queima de

gás natural. As queimas rotineiras geralmente não são permitidas em qualquer

cenário econômico. Em alguns casos raros, podem resultar em uma inexigibilidade

de autorização (LOUREIRO, 2013).

Embora não tenha uma regulamentação direcionada à queima de gás, a

Noruega possui uma grande preocupação com relação ao CO2, uma vez que possui

uma taxação relativa à sua emissão. Como consequência dessa taxação, a queima

de gás natural é reduzida significativamente. (LOUREIRO, 2013).

Por outro lado, no Brasil, as metas e limites de queimas de gás natural são

dados por concessão. Em alguns casos, as queimas rotineiras, como, por exemplo,

as queimas de segurança, são previstas na Portaria ANP nº 249/2000. Em outros

casos, como manutenção programada, as queimas devem ser autorizadas

previamente pela ANP (LOUREIRO, 2013).

Embora no Brasil não tenha a taxação de CO2, como ocorre na Noruega, as

concessionárias estão também sujeitas a penalidades caso infrinjam o regulamento

e/ou autorizações da ANP (LOUREIRO, 2013).

5.3 Reservas

O licenciado apresenta no ASR da Noruega os volumes prováveis de

reservas de óleo, de condensado e de gás natural.

No Brasil, a apresentação destes dados probabilísticos ocorre tanto no PD

quanto no BAR. Entretanto, não são exigidos no âmbito do PAP e do PAT.

Assim, é utilizado em ambos os países a mesma forma de estimar e reportar

os dados probabilísticos de reserva. Contudo, na Noruega estes dados são

fornecidos no Annual Status Report e não possui regulamentação específica, como

no Brasil.

5.4 IOR/EOR

A Noruega possui um compromisso de relatar anualmente, pelo ASR, o que

está sendo estudado de IOR/EOR, de aspectos de reservatório e de eficiência

operacional, buscando o aumento do fator de recuperação dos campos e a extensão

da sua vida produtiva. No PAP e PAT essas questões não são abordadas.

79

5.5 Projetos Despriorizados

Observa-se que na regulamentação norueguesa há uma grande preocupação

em descrever os principais desafios que possam justificar o aumento ou a

diminuição da atenção dada ao campo. O que não se observa no Brasil.

5.6 Previsão de Aumento e Declínio da Produção

No PAP só são justificadas as variações nas previsões de produção que

ultrapassam 10% dos volumes constantes do Plano de Desenvolvimento e a

variações superiores a 15% em relação ao PAP do ano anterior. No ASR quaisquer

desvios demandam explicações.

5.7 Previsão de Eficiências Operacionais

Na Noruega, a previsão de eficiências operacionais é realizada considerando

os três anos subsequentes ao ASR. São indicados os números de poços que

produziram para atingir o desempenho desejado com a perfuração, com a

completação e com a intervenção nos poços. Também são enunciados os dias

comprometidos com os projetos, discriminado por plataforma e para os cinco anos

subsequentes.

Já no Brasil as informações relativas às eficiências operacionais são

informadas apenas no Plano de Desenvolvimento, não fazendo parte do escopo do

PAP.

5.8 Previsão de Perfuração de Poços

A relação dos poços a serem perfurados durante o primeiro ano é observada

na terceira planilha do PAT. São informadas as atividades relacionadas aos poços e

outros dados como, as coordenadas da cabeça de cada um dos mesmos, as

coordenadas dos objetivos principais, colunas de produção, profundidades finais,

dentre outros dados já citados anteriormente.

Na Noruega, essas informações também são apresentadas, além de conter

dados relativos a qualquer nova tecnologia de poço que possa ter sido usada. O

80

status de perfuração é apresentado e comparado com o planejamento de perfuração

do relatório do ano anterior, com as respectivas explicações de possíveis desvios.

5.9 Poços Fechados na Concessão

Observa-se que o ASR da Noruega cita os poços de produção que passaram

a maior parte do ano fechados e, consequentemente, a produção não realizada. São

justificados os motivos para fechamento do poço e as ações e planos traçados.

O PAP e o PAT não apresentam informações a respeito de poços fechados

na concessão.

5.10 Plano de Abandono

No ASR é informado o plano de abandono das instalações, previsto para

ocorrer nos próximos anos. Isto se deve à restrição, promovida pela convenção

OSPAR, do número de instalações norueguesas que podem ser abandonadas no

local.

No que se trata de desativação de campos de petróleo no Brasil, são

apresentados no PAT os dados relativos ao arrasamento e abandono de poços, à

retirada de equipamentos, à recuperação de áreas, bem como seus respectivos

orçamentos.

81

6 CONCLUSÃO

Ao término do presente trabalho foi possível verificar a grande importância

dos programas anuais no acompanhamento das atividades de desenvolvimento e

produção dos campos petrolíferos e gaseíferos brasileiros.

O Plano de Desenvolvimento tem como objetivo principal apresentar uma

concepção geral dos projetos que a empresa pretende implantar no campo. Este

geralmente contém informações ainda muito preliminares, uma vez que deve ser

confeccionado em até 180 (cento e oitenta) dias após a Declaração de

Comercialidade de uma determinada área, ou seja, quando o concessionário

adquiriu ainda poucos dados. Além disso, o documento tem que contemplar toda a

vida produtiva da concessão, de forma que as previsões ali contidas, depois de

transcorrido certo tempo, tendem a não mais retratar a sua realidade. A sua contínua

revisão também não é aconselhável, devido, sobretudo, à sua complexidade e

grande extensão.

Os programas anuais, por sua vez, são documentos mais simples e

apresentam previsões apenas para o quinquênio. Adicionalmente, a sua atualização

anual os tornam mais fidedignos à realidade do campo, podendo considerá-los os

instrumentos mais indicados para a fiscalização do campo. Não obstante, a sua

revisão pode ser acordada entre as partes (empresa e ANP) em qualquer momento

durante a vigência do Contrato de Concessão.

A comparação dos volumes previstos de produção nos programas anuais com

a produção efetivamente realizada e reportada nos Boletins Mensais de Produção se

apresenta como uma forma eficaz de verificar se a explotação das reservas está

sendo realizada de maneira eficiente e obedecendo às melhores práticas da

indústria do petróleo.

Esta pesquisa teve por objetivo propor uma nova estrutura de requisitos

técnicos para os Programas Anuais de Produção e de Trabalho e Orçamento. Para

isso, foi utilizado o Annual Status Report regulamentação similar da Noruega, que foi

analisado e confrontado aos regulamentos brasileiros a fim de aperfeiçoar a

fiscalização das atividades de desenvolvimento e produção de petróleo brasileira.

O estudo permitiu enunciar as semelhanças e diferenças entre os

documentos de ambos os países no que se refere às orientações de fiscalização.

82

Com base na comparação realizada, conclui-se que alguns dados,

imprescindíveis na regulação norueguesa, podem ser agregados à regulamentação

do PAP e do PAT, em uma futura revisão. São elas:

Justificativas para os projetos que foram despriorizados;

Justificativas para qualquer desvio na produção;

A eficiência operacional por unidade de produção, que já é informado no

Plano de Desenvolvimento;

A situação atual do cronograma de perfuração de poços que foi proposto

no ano anterior;

Estudos de IOR/ EOR, aspectos de reservatório e eficiência operacional;

Informações sobre os poços fechados na concessão (incluindo os volumes

perdidos de produção), motivação e previsão de retorno;

Dados de pressão dos reservatórios.

Esta proposta visa um melhor monitoramento do campo e estaria de acordo

com uma das mais atuais e reconhecidas regulações de petróleo do mundo, a

regulação da Noruega.

83

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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