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Brasília – DF 2002 Série B. Textos Básicos de Saúde

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Brasília – DF

2002

Série B. Textos Básicos de Saúde

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2002. Ministério da Saúde.É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.Série B. Textos Básicos de SaúdeTiragem: 1.500 exemplares

Barjas NegriMinistro de Estado de SaúdeSilvandira Paiva FernandesChefe de GabineteCláudio Duarte da FonsecaSecretário de Políticas de SaúdeBeatriz Helena Carvalho TessDiretora do Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde

Elaboração, distribuição e informações:MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Políticas de SaúdeDepartamento de Ciência e Tecnologia em SaúdeEsplanada dos Ministérios, bloco G, 7.º andar, salas 717/725CEP: 70058-900, Brasília – DFTel.: (61) 315 3394E-mail: [email protected] page: http://www.saude.gov.br/sps/areastecnicas/ctecnologia/home.htm

Projeto de Cooperação Técnica – Unesco n.° 914BRA2000.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde.Diretrizes para Planejamento de Ações de Ciência e Tecnologia em Saúde. / Ministério da Saúde, Secretaria de

Políticas de Saúde, Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

76 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde).

ISBN 85-334-0657-6

1. Pesquisa. 2. Prestação de Cuidados de Saúde. 3. Desenvolvimento Tecnológico. I. Brasil. Ministério da Saúde.II. Brasil. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde. III. Título. IV. Série.

NLM Q 180

Catalogação na fonte – Editora MS

EDITORA MSDocumentação e InformaçãoSIA, Trecho 4, Lotes 540/610CEP: 71200-040, Brasília – DFTels.: (61) 233 1774/2020 Fax: (61) 233 9558E-mail: [email protected]

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Beatriz Helena Carvalho Tess - Decit/SPS/MSAlbertino Alexandre Maciel Filho - Decit/SPS/MSAristel Gomes Bordini Fagundes - SPS/MSCesar Pinheiro Jacoby - Decit/SPS/MSCláudia Simone Costa da Cunha - Decit/SPS/MSElisa Cazue Sudo - Decit/SPS/MSFlávia Tavares Silva Elias - Decit/SPS/MSGiselle Silva Calado - Decit/SPS/MSLúcia Fernandes Aleixo - Decit/SPS/MSMaria Fernanda Sardella Alvim - Decit/SPS/MS

Alcidina Magalhães da Cunha Costa - Decit/SPS/MSAntonio Agenor Briquet de LemosErmenegyldo Munhoz Junior - Secretaria-Executiva/MSJoão Carlos Saraiva Pinheiro - Decit/SPS/MS

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Profissionais de saúde e pesquisadores têm-se manifestado, em vários fóruns,sobre a importância e a necessidade de sistematizar as diretrizes norteadoras deações de ciência e tecnologia em saúde, no sentido de complementar a PolíticaNacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e contribuir para a suaimplementação e alcance dos seus objetivos. São inúmeros e variados osargumentos e evidências que confirmam a importância estratégica dodesenvolvimento científico e tecnológico para a saúde.

A elaboração deste documento fundamentou-se na Lei 8.080/90, que definiucomo atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS) o incremento dodesenvolvimento científico e tecnológico. Fundamentou-se, também, nasrecomendações da 1ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde(1994) e nas experiências dos profissionais atuantes na área e, no seu processo,contou com a generosa e inestimável colaboração de gestores e profissionais desaúde, bem como atores do sistema de ciência, tecnologia e inovação.

Trata-se de um instrumento de planejamento. Nele, encontram-se definidasas diretrizes orientadoras das ações recomendadas pelo Ministério da Saúde.Entretanto, se o seu conteúdo não contempla objetivos, metas, cronogramas eorçamentos, é porque esses itens são próprios do desenho de planos, programas,projetos e atividades que deverão compor os passos seguintes na implementaçãodas diretrizes aqui apresentadas.

Finalmente, é mister enfatizar que a sua implementação, para que se efetive,dependerá da atuação conjunta das três esferas de gestão do Sistema Único deSaúde e da sua articulação com os sistemas de ciência, tecnologia e inovação ede educação, segmentos da sociedade civil e do setor produtivo. A parceria écondição fundamental para o alcance dos nossos objetivos comuns, conferindo

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maior eficiência na condução das ações e no aprimoramento dos serviços dosistema de saúde. E conseqüentemente, na melhor qualidade de vida da nossapopulação, especialmente das comunidades até então menos favorecidas noacesso às novas tecnologias.

Beatriz Helena Carvalho TessDiretora do Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde

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A Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde tem comouma das prioridades a reorientação de políticas para melhor atender aosprincípios do Sistema Único de Saúde. Assim, o Departamento de Ciência eTecnologia em Saúde elaborou o documento Diretrizes para Planejamentode Ações de Ciência e Tecnologia em Saúde.

O principal objetivo deste documento é servir de referência para aformulação e implementação de planos, programas, projetos e atividades deciência e tecnologia dirigidos à compreensão e solução dos problemas desaúde do país. Trata-se, também, de uma oportunidade de aproximaçãoentre os gestores do sistema de saúde, órgãos de fomento, comunidadecientífica, sociedade civil e setor produtivo, no sentido de gerar e aplicarconhecimentos e tecnologias voltados à implementação de políticas de saúde.

Outrossim, esta publicação não poderia – e não seria essa a suapretensão – esgotar a questão em si. Com ela, sim, o Ministério da Saúdevem oferecer a sua contribuição para a maior legitimidade do papel da ciênciae da tecnologia na construção de uma política de saúde atenta e comprometidacom os princípios do SUS – universalidade, integralidade e eqüidade noacesso à saúde.

Cláudio Duarte da FonsecaSecretário de Políticas de Saúde

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Lista de siglas1 Introdução2 Justificativa3 Diretrizes

3.1 Definição de prioridades de pesquisa edesenvolvimento tecnológico em saúde

3.2 Reorientação do modelo de fomento à pesquisae ao desenvolvimento tecnológico em saúde

3.3 Organização e disseminação de informação emciência e tecnologia em saúde

3.4 Desenvolvimento institucional em ciência etecnologia no SUS

3.5 Fortalecimento das organizações de ciência etecnologia em saúde

3.6 Formação e capacitação de recursos humanos emciência e tecnologia em saúde

3.7 Redução das disparidades regionais emciência e tecnologia em saúde

3.8 Apoio ao desenvolvimento de inovaçõestecnológicas em saúde

3.9 Promoção da avaliação de tecnologias em saúde3.10 Promoção da bioética na gestão e da ética em

pesquisas em saúde3.11 Promoção de ações de biossegurança em saúde

4 Responsabilidades e Parcerias5 Acompanhamento e AvaliaçãoGlossárioBibliografia consultada

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ANS Agência Nacional de Saúde SuplementarAnvisa Agência Nacional de Vigilância SanitáriaATS Avaliação de Tecnologias em SaúdeCapes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCEP Comitê de Ética em PesquisaCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoC&T Ciência e TecnologiaCT&I Ciência, Tecnologia e InovaçãoC&T/S Ciência e Tecnologia em SaúdeCTNBio Comissão Técnica Nacional de BiossegurançaDecit Departamento de Ciência e Tecnologia em SaúdeFAP Fundação de Amparo à PesquisaFinep Financiadora de Estudos e ProjetosFiocruz Fundação Oswaldo CruzFunasa Fundação Nacional de SaúdeMCT Ministério da Ciência e TecnologiaMEC Ministério da EducaçãoOpas Organização Pan-Americana da SaúdeP&D Pesquisa e DesenvolvimentoSES Secretaria Estadual de SaúdeSPS Secretaria de Políticas de SaúdeSUS Sistema Único de SaúdeTS Tecnologias em Saúde

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O desenvolvimento científico e tecnológico, norteado por padrões deexcelência, ética e eqüidade, é fundamental para o aprimoramento do SUS epara a melhoria da qualidade de vida da população. As ações de desenvolvimentocientífico e tecnológico incluem:

• definir e promover pesquisas orientadas para compreensão e resoluçãodos problemas de saúde;

• divulgar os conhecimentos científicos e tecnológicos e promover suautilização no processo decisório de gestores, agências de regulação,profissionais e usuários do sistema de saúde;

• promover o desenvolvimento e a incorporação de inovações tecnológicasprioritárias e custo-efetivas para o setor saúde;

• ampliar o acesso da população às tecnologias efetivas na proteção,promoção e recuperação da saúde; e

• articular continuamente os três níveis de governo (federal, estadual emunicipal) e estabelecer parcerias entre os setores público e privado, e asorganizações da sociedade civil.

A Constituição e a Lei Orgânica de Saúde (Lei 8.080/90) definem comoatribuição do SUS o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimentocientífico e tecnológico. Mais recentemente, a 11ª Conferência Nacional de Saúde(2000) e a 1ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (2001)recomendaram a definição de diretrizes para a ciência e tecnologia emsaúde (C&T/S).

O Ministério da Saúde apresenta, neste documento, um conjunto de diretrizesque deverão ser operacionalizadas por meio da definição ou redefinição de planos,programas, projetos, atividades e ações. A divulgação destas diretrizes possibilitaráa participação da sociedade no acompanhamento e avaliação das açõesdesenvolvidas.

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Como coordenador federal do SUS, importante demandante e usuário dosresultados e produtos do desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, oMinistério da Saúde desempenha papel fundamental na implementação de açõesdecorrentes dessas diretrizes. Nesse contexto, o Departamento de Ciência eTecnologia em Saúde (Decit), da Secretaria de Políticas de Saúde (SPS), destaca-se como um dos principais articuladores entre os componentes dos sistemasnacionais de saúde e de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

As recomendações da 1ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia emSaúde (1994) e as experiências vivenciadas pelos gestores de C&T/S desdeentão foram a base de elaboração das diretrizes que ora são apresentadas. Oprocesso de sua elaboração contou com ampla participação de gestores do SUSe organizações de C&T/S. Nesse processo foram levadas em consideração aoportunidade e a exeqüibilidade das diretrizes e sua coerência com as políticasnacionais de saúde e de CT&I.

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Nas últimas décadas, o país alcançou progressos na área da saúde, graças àspolíticas setoriais efetivas, ao trabalho dos profissionais e pesquisadores e aosavanços tecnológicos. Contudo, persistem desafios para o acesso universal,equânime e integral às ações e aos serviços de saúde.

O quadro sanitário brasileiro apresenta diferentes perfis epidemiológicos.Aqui prevalecem tanto enfermidades infecciosas e parasitárias, quanto doençascrônicas não-transmissíveis, como as doenças cardiovasculares e as neoplasias.Recaem também sobre o sistema de saúde demandas geradas pela migraçãopara os centros urbanos. É na periferia desses centros que, geralmente,aglomera-se a população de migrantes, sem que disponha de moradia adequadae da necessária infra-estrutura de serviços de saneamento. Nesse quadro sanitárioassumem posição de crescente importância os acidentes e as violências comocausas de morbimortalidade.

Entre as conquistas relevantes alcançadas estão a ampliação do acesso àsmedidas de prevenção e controle e aos próprios serviços de saúde. Tais conquistas,associadas ao desenvolvimento e adoção de novas tecnologias, promoveramaumento na expectativa de vida. Assim, vem crescendo o número de idosos napopulação como um todo, que demandam ações e serviços específicos. Apesarda expressiva ampliação da oferta de serviços pelo sistema, que englobaestabelecimentos públicos e privados, onde se encontram desde unidades deatenção básica até centros hospitalares de alta complexidade, ainda há parcelasda população excluídas de algum tipo de atenção à saúde.

Ao lado desses desafios há aqueles inerentes à consolidação do SUS, em quese destacam a gestão descentralizada e a transformação do modelo atual, centradoprincipalmente no hospital e na doença. Essa transformação é um processocomplexo que envolve tanto a formação dos profissionais de saúde quanto aeducação da população.

Neste cenário, a C&T/S assume o papel de poderoso instrumento para acompreensão e resolução de desafios e obstáculos que, de diferentes modos,comprometem a saúde da população. Dispõe-se hoje de um vasto potencial

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favorável ao desenvolvimento de ações de C&T/S efetivamente voltadas paraas prioridades da população. Contribuem para isso a experiência acumuladapelo SUS, o estágio alcançado em seu processo de implantação e o conjunto deprofissionais e instituições de ensino e pesquisa do setor. Entre as instituiçõesque promovem ações de C&T são exemplos importantes: o Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), ambos vinculados ao Ministério da Ciência eTecnologia (MCT); a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes) vinculada ao Ministério da Educação (MEC); as fundações deamparo à pesquisa (FAPs), as universidades e os institutos de pesquisa, além dosórgãos do Ministério da Saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),Instituto Evandro Chagas/Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Centro deReferência Prof. Hélio Fraga/Funasa, Centro Nacional de Primatas/Funasa eInstituto Nacional de Câncer (Inca).

Apesar dessa capacidade setorial e nacional, não se alcançou ainda aconstituição de um efetivo sistema orgânico de C&T/S. A articulação entre osistema de saúde e o sistema de CT&I é ainda incipiente e frágil. Isso tem levadoa um quadro desfavorável, cujos principais componentes são: a insuficienteatenção dada aos problemas de saúde prioritários; o financiamento escasso,instável e direcionado de modo difuso; a pouca disseminação e incorporação doconhecimento científico nas ações e serviços de saúde; a concentração em poucasregiões dos grupos de pesquisa e sistemas de pós-graduação; a lacuna entre asatividades de ensino, pesquisa e produção; e a desarticulação entre as ações degoverno, comunidade científica, órgãos financiadores e setor privado.

A limitada atenção dada aos problemas prioritários de saúde evidencia aimportância de serem desenvolvidas estratégias que possibilitem a sistematizaçãodas necessidades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o setor.Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1996), além de consolidar asaúde como setor privilegiado de políticas sociais, nações como o Brasil precisamrapidamente desenvolver alternativas metodológicas e tecnológicas para a soluçãodos seus problemas de saúde.

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Ao lado da insuficiente correspondência entre os resultados gerados e asdemandas de saúde, estão dificuldades concernentes ao modelo de fomento dasações C&T/S. O modelo de fomento vigente tem se mostrado pouco eficiente,caracterizando-se pela escassez, pulverização e instabilidade dos recursosfinanceiros e pela insuficiência dos programas de indução para áreas prioritáriasda saúde.

Verifica-se, ainda, que é reduzida a incorporação de conhecimentos etecnologias às ações e serviços de saúde. Entre as causas importantes disso estãoa falta de sistematização das informações de C&T/S e o insatisfatório processode sua difusão. As informações de C&T/S incluem o conhecimento do estadoem que se encontra a produção científica e tecnológica, a capacidade institucionalinstalada e os recursos humanos disponíveis, bem como projetos de pesquisasem andamento. Apesar de várias iniciativas bem sucedidas, como as dos bancosde dados do MCT e do MEC e as bibliotecas virtuais do Centro Latino-Americanoe do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), ainda persistemlacunas, principalmente quanto à sistematização apropriada das informações demodo a atender às diferentes necessidades de diferentes usuários. É preciso quehaja, portanto, uma sistematização das informações e dos mecanismos dedisseminação sobre C&T/S que forneçam subsídios para a tomada de decisõesno SUS.

No âmbito do desenvolvimento institucional, a C&T no SUS caracteriza-sepela baixa articulação com os sistemas de CT&I e de educação e instabilidadedas estruturas de coordenação das ações de C&T/S. Em relação às organizaçõesexecutoras de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, é essencial fortalecer osmodelos de gestão para superar obstáculos à geração de conhecimentos etecnologias prioritárias.

Torna-se necessário, ainda, rever a organização institucional de C&T/S noâmbito da gestão nacional do SUS, a fim de que se assegurem a coordenação ea execução de ações voltadas para a resolução dos problemas verificados na

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gestão do sistema. É preciso implementar, monitorar e avaliar políticaspúblicas de C&T/S.

No âmbito estadual, a função de incrementar o desenvolvimento científico etecnológico ainda aparece de forma insatisfatória na agenda dos gestores. Aspectocompreensível, quando se verificam outras urgências causadas por problemasimediatos dos serviços. No entanto, em virtude da nova conformação dassecretarias estaduais de saúde (SES), no desenvolvimento de ações regulatóriasdo sistema de saúde, a área de C&T torna-se estratégica para subsidiar a tomadade decisões em relação aos problemas de saúde e da gestão do sistema.

Por outro lado, persistem problemas na organização das instâncias executorasde ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. É perceptível a necessidadede transformações profundas em suas estruturas, para que tenham os meiosadequados para enfrentar os desafios que hoje se impõem. Entre tais desafiosestão a pressão crescente exercida pela sociedade no sentido de que sejamutilizados os conhecimentos disponíveis, a intensificação da competição entreorganizações de C&T/S, e a necessidade que cada vez mais têm elas de identificarfontes alternativas que possam financiar suas pesquisas.

Uma questão relevante nesse contexto refere-se aos recursos humanos parao processo de desenvolvimento científico e tecnológico em saúde. Em que pesemas importantes contribuições das instâncias atuantes na formação de recursoshumanos, como a Capes e o CNPq, novas questões permanecem sem resposta,tais como a urgência na formação de novos perfis ocupacionais, decorrentes dasprofundas transformações na organização do trabalho; a insuficiência de formaçãode recursos humanos em áreas estratégicas do conhecimento; a necessidade decapacitação e atualização dos recursos humanos existentes; e a ampliação dasiniciativas de fixação de pessoal nas regiões mais desprovidas. Tais obstáculosnecessitam ser superados por meio de maior articulação entre os programasexistentes e a adoção de novos mecanismos.

Outra questão relevante diz respeito à significativa concentração das atividadesde C&T em poucas regiões. Há uma concentração evidentemente excessiva de

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cursos de pós-graduação nas regiões Sul e Sudeste, embora existam, nas demaisregiões, grupos de pesquisadores e instituições de alto nível que, sem dúvida,proporcionam contexto favorável para uma vigorosa ação de fortalecimento eampliação horizontal da capacitação em C&T/S. A inclusão do desequilíbrioregional do desenvolvimento científico e tecnológico no rol das prioridadesnacionais, imprimindo maior ênfase, por exemplo, às aplicações práticas doconhecimento científico acumulado, deverá levar ao desenvolvimento do setorde C&T/S nas diferentes regiões, com o fortalecimento ou surgimento de centrosde pesquisa.

No Brasil, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico raramente conseguemdesenvolver todas as fases essenciais à validação de seus resultados. Em últimainstância, isso obsta a consecução de resultados passíveis de incorporação àspolíticas e serviços de saúde. Essa situação decorre, entre outros fatores, dainsuficiência de recursos financeiros; insatisfatória organização das instituiçõesfomentadoras e executoras de pesquisa e desenvolvimento (P&D); precariedadedos mecanismos de planejamento, financiamento, gerenciamento e avaliaçãoda pesquisa; pouca familiaridade com o sistema de proteção à propriedadeintelectual; e incipiente articulação entre instituições de pesquisa e o setorprodutivo. Esses fatores dificultam a desejável proteção, transferência ecomercialização dos resultados da pesquisa, a repartição dos benefícios gerados,a sustentabilidade das instituições de pesquisa e a otimização dos recursosdespendidos.

Soma-se a esses fatores a incorporação de tecnologias, que pressiona o sistemade saúde, levando ao aumento dos gastos e à necessidade de atualização dosinstrumentos de regulamentação, adequação de recursos humanos e investimentosem infra-estrutura. Em alguns casos, as inovações tecnológicas não sãoadequadamente avaliadas quanto à segurança e à relação custo-efetividade antesde serem incorporadas pelos serviços. Nesse contexto, a estruturação de instânciasde avaliação de tecnologias em saúde (ATS), com a função de subsidiar asdecisões para definição das políticas a serem adotadas, representa um instrumentofundamental para enfrentar esses desafios.

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O respeito aos princípios éticos em pesquisa é um dos pilares dodesenvolvimento científico e tecnológico em saúde. Apesar dos importantesavanços no sistema de revisão ética das pesquisas envolvendo seres humanos,ainda são necessárias ações para seu aprimoramento, com ênfase nofortalecimento institucional dos comitês de ética em pesquisa (CEPs) e naampliação da atuação local das entidades de controle social.

O desenvolvimento científico e tecnológico suscita dilemas bioéticos, comrepercussão na sociedade, como, por exemplo, o mapeamento e uso do genomahumano. A discussão sobre a correta alocação dos recursos financeiros tambémé outro tema que suscita conotações éticas. Uma abordagem pluralista parasubsidiar as discussões pode ser propiciada pela bioética, um novo marcoconceitual da filosofia, criada para dirimir conflitos de interesses e valores.

As atividades de desenvolvimento científico e tecnológico em saúdenecessitam da eficiente adoção de medidas voltadas à prevenção, redução oueliminação de riscos a elas inerentes, tanto no que tange à saúde das pessoas quetrabalham nesse setor quanto à proteção do meio ambiente. No Brasil, as açõesde biossegurança no âmbito de P&D carecem de fortalecimento, sendo sensívela necessidade de promover a obediência às normas vigentes, o desenvolvimentoe capacitação de recursos humanos para a área, bem como superar as deficiênciasde infra-estrutura existentes.

Ao longo dos últimos anos, iniciativas buscaram identificar caminhos viáveispara superação dessas dificuldades. Entre elas, os Encontros Setoriais:Contribuições de C&T para Área Social em Saúde, da Academia Brasileira deCiências (ABC) e a 1ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde,ambos realizados em 1994, promoveram reflexões que permitiram conhecer osprincipais desafios à construção das inter-relações do SUS com o sistema nacionalde CT&I e, em última análise, a promoção das ações de C&T/S, cujos resultadostragam benefício para a saúde da população.

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Este documento traz uma sistematização e proposição de diretrizes deplanejamento que deverão orientar a permanente adequação da produçãocientífica e tecnológica nacional às necessidades do SUS, tendo como eixoestratégico a articulação dos setores produtores de conhecimento (comunidadecientífica, órgãos de fomento e financiamento) com as demandas do setor saúde.

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Diretrizes de planejamento são implementadas por meio de planos, programas,projetos, atividades e ações, e devem ocorrer no âmbito das três esferas de gestãodo SUS, e em parceria com os sistemas de CT&I e de educação. Para cada umadas diretrizes, deverão ser desenvolvidas ações de natureza político-institucional,reguladora, gerencial e educativa.

As diretrizes para planejamento das ações de C&T/S listadas a seguir estãoestreitamente interligadas, de modo que muitas das estratégias e ações relacionam-se com mais de uma diretriz:

• Definição de prioridades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico emsaúde.

• Reorientação do modelo de fomento à pesquisa e ao desenvolvimentotecnológico em saúde.

• Organização e disseminação de informação em C&T/S.

• Desenvolvimento institucional em C&T no SUS.

• Fortalecimento das organizações de C&T/S.

• Formação e capacitação de recursos humanos em C&T/S.

• Redução das disparidades regionais em C&T/S.

• Apoio ao desenvolvimento de inovações tecnológicas em saúde.

• Promoção da avaliação de tecnologias em saúde.

• Promoção da bioética na gestão e da ética em pesquisas em saúde.

• Promoção de ações de biossegurança em saúde.

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3.1 Definição de prioridades de pesquisa e desenvolvimentotecnológico em saúde

Esta diretriz objetiva nortear a geração de novos conhecimentos e tecnologiascomo subsídio às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dapopulação.

A definição de prioridades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico deveocorrer em sintonia com as ações prioritárias em saúde, com base em instrumentosadotados para orientar as ações do SUS, como a Agenda Nacional de Saúde.Para sua implementação, é imprescindível que nisso se envolvam os principaisatores dos sistemas de saúde, CT&I e educação, a saber, gestores e gerentes doMinistério da Saúde e de outras instâncias do SUS, como as secretarias estaduaise municipais de saúde, pesquisadores, profissionais de saúde, financiadores erepresentantes do setor produtivo e da sociedade civil.

As prioridades serão explicitadas na Agenda Nacional de Prioridades dePesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde. Para sua elaboração devemser utilizados instrumentos estruturados, a exemplo do apresentado no documentoProposta de metodologia para elaboração da Agenda Nacional de Prioridadesde Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde. A metodologia aí contidadeve ser discutida e validada pelo sistema de saúde. Ela propõe a construção deduas pautas de prioridades: de sistemas e serviços de saúde, e de doenças eagravos à saúde.

Os estados e os municípios devem elaborar suas agendas de prioridades empesquisa e desenvolvimento tecnológico a partir de suas necessidades, de maneiracomplementar e em consonância com as bases estabelecidas pela agenda nacional.

A metodologia para definição de prioridades de pesquisa e desenvolvimentotecnológico deve contemplar os princípios de integração com o SUS, amplaparticipação dos atores envolvidos e viabilidade, flexibilidade e continuidadena sua aplicação. No processo de definição das prioridades, contemplar-se-ãoos seguintes critérios:

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• gravidade ou urgência do problema de saúde;

• dimensão da população sob risco;

• conhecimentos e tecnologias disponíveis, e o potencial de intervençãonos fatores determinantes do problema de saúde;

• capacidade instalada e potencial de crescimento do campo de pesquisapara compreender e propor soluções para o problema de saúde; e

• impacto esperado dos resultados da pesquisa e desenvolvimentotecnológico tendo em vista o objetivo de universalidade das ações e reduçãodas desigualdades.

A relação entre demanda espontânea e definição pactuada de prioridadesmerece ser equacionada, para melhor atendimento das atuais e futurasnecessidades da saúde.

As prioridades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico devem abrangeras diversas áreas do conhecimento, além das ciências da saúde e biológicas,bem como as diferentes tipologias na sua abordagem – pesquisas básica,epidemiológica, clínica e avaliativa.

3.2 Reorientação do modelo de fomento à pesquisa e aodesenvolvimento tecnológico em saúde

O modelo de fomento deve dirigir investimentos para geração deconhecimentos e tecnologias orientados para a compreensão e superação dosproblemas prioritários de saúde. Para tanto, delineiam-se as seguintes estratégias:

• promoção da articulação entre as instâncias de gestão e instituições depesquisa do SUS, organizações de C&T/S e os órgãos de fomento;

• ampliação e otimização dos recursos financeiros para fomento de pesquisae desenvolvimento tecnológico na área de saúde; e

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• criação de mecanismos de financiamento vinculados aos resultados eimpactos da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico no SUS.

O novo modelo terá como elementos norteadores as agendas de prioridadesde pesquisa e desenvolvimento tecnológico e o estímulo ao desenvolvimentoregional. Será imprescindível a efetiva articulação dos gestores do SUS comos órgãos de fomento (CNPq, Finep, Capes e as FAPs), a exemplo daparticipação do Ministério da Saúde e outras instâncias do SUS nos comitêsgestores desses órgãos.

Nesse contexto, as diversas instâncias do SUS ficarão responsáveis pelaindução de pesquisas prioritárias por meio de mecanismos transparentes, zelandosempre pela relevância, mérito científico, princípios éticos e aplicabilidade dosresultados. Regras serão definidas sobre os direitos de propriedade intelectual eo acesso público aos produtos das pesquisas financiadas pelo SUS (banco dedados, metodologia e instrumentos das pesquisas).

No âmbito do Ministério da Saúde, será definido programa coordenado defomento que contemplará os componentes de indução, análise e seleção,contratação e financiamento, monitoramento da execução, avaliação, e uso dosresultados. O programa será operacionalizado diretamente pelo Ministério daSaúde ou por órgãos de fomento. Outra estratégia considerada no modelo deindução será a parceria das secretarias estaduais e municipais de saúde com asFAPs.

No esforço de aumentar e consolidar o fomento às ações de C&T/S, torna-senecessária a busca de novas fontes de recursos, como os fundos setoriais desaúde e biotecnologia do MCT, a implementação de medidas de incentivo aosinvestimentos privados, nacionais e internacionais, além da parceria dasuniversidades e institutos de pesquisa com o setor produtivo. No tangente aoSUS, os incentivos a ações de ensino e pesquisa em hospitais universitáriosdevem ser ampliados e supervisionados, para atender às prioridades de pesquisae desenvolvimento tecnológico.

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Tão importante quanto a ampliação é a otimização dos recursos financeirosexistentes, mediante revisões periódicas dos mecanismos de seleção,financiamento, monitoramento e avaliação dos resultados dos projetos de pesquisae desenvolvimento tecnológico. O adequado planejamento das ações deve basear-se em um sistema integrado de informações em C&T/S, para aprimorar atransparência nos gastos e a disseminação e uso dos resultados da pesquisa.

No processo de monitoramento dos projetos, devem ser desenvolvidosmecanismos para acompanhar o cumprimento dos acordos firmados sobredireitos autorais e de patente, bem como dos princípios éticos em pesquisasenvolvendo seres humanos.

3.3 Organização e disseminação de informação em ciênciae tecnologia em saúde

Entre as informações de interesse para a gestão de C&T/S destacam-se:publicações científicas em saúde pública; projetos de pesquisa e desenvolvimentotecnológico em andamento; banco de consultores de áreas de interesse do SUS,como avaliação de sistemas e serviços de saúde; fontes de financiamento deações em C&T/S; e oferta de cursos em áreas estratégicas de C&T/S.

A organização e divulgação dessas informações são essenciais para oplanejamento, execução e avaliação das ações em saúde, a fim de:

• subsidiar a atualização das agendas de saúde e as decisões gerenciais eoperacionais do sistema de saúde;

• definir prioridades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico;

• avaliar a produção de C&T/S, segundo as prioridades das agendas depesquisa e desenvolvimento tecnológico em saúde;

• promover a difusão de conhecimento e tecnologias;

• promover o desenvolvimento institucional para pesquisa edesenvolvimento tecnológico em saúde; e

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• apoiar o controle social da produção científica e tecnológica em saúde,com enfoque na sua relevância para a promoção da saúde e qualidadede vida.

Para consecução desta diretriz deve ser levada em consideração a importânciada integração das informações de saúde e C&T, bem como a adequação dosmecanismos de comunicação aos diferentes públicos-alvo (gestores do SUS,profissionais de saúde e usuários). A proposição das seguintes ações merecedestaque:

• identificação de sistemas de informações de interesse para C&T/S;

• estruturação de um sistema de informações sobre pesquisas financiadaspelo Ministério da Saúde e outras instâncias do SUS;

• definição de mecanismos gerenciais para a produção, tratamento edivulgação de informações;

• promoção de programas de capacitação de recursos humanos para análise,interpretação e uso das informações técnico-científicas;

• integração com iniciativas nacionais e internacionais de disseminação deinformações técnico-científicas, tais como sistemas em rede, bibliotecasvirtuais, páginas na internet, e publicações periódicas em geral; e

• criação de mecanismos de coleta e disseminação de informações sobretecnologias inovadoras – produtos, processos, procedimentos,metodologias, modelos de gestão e de atenção à saúde – desenvolvidasno sistema de saúde.

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3.4 Desenvolvimento institucional em ciência e tecnologiano SUS

A utilização da C&T como instrumento de aprimoramento do SUS pressupõea institucionalização da C&T/S mediante a construção de estruturas em todos osníveis do SUS. Essa estruturação deve seguir o modelo de sistema único,descentralizado, integrado e regionalizado. Para a implementação desta diretriz,destacam-se duas estratégias:

• fortalecimento institucional de C&T/S no âmbito da gestão federal doSUS, responsável pela coordenação e avaliação das ações de C&T nosistema, garantindo a estabilidade administrativo-gerencial,sustentabilidade financeira e continuidade no planejamento e execuçãode programas e ações; e

• apoio à criação e fortalecimento de instâncias estaduais de C&T/S pelaimplementação de infra-estrutura, qualificação de recursos humanos econsolidação de instrumentos jurídico-institucionais, que assegurem acoordenação de ações, de acordo com os níveis de competência eorganização. A esfera municipal será estimulada a desenvolver estratégiassemelhantes na sua área de atuação.

Serão direcionados esforços para instrumentalização dos gestores de saúdepara o exercício das novas atribuições. A capacitação em gestão tecnológica emsaúde deverá contribuir para a construção de uma cultura institucional emC&T/S, que respalde as funções de coordenação e acompanhamento das ações.

A promoção contínua da articulação entre a comunidade científica, os órgãosde fomento e as instâncias do SUS, será fundamental para otimização de esforçosna produção, difusão e uso do conhecimento e tecnologias. Entre as estratégiasde articulação, destaca-se a criação de instâncias colegiadas (conselhos, comissõesou câmaras técnicas) como mecanismos de aproximação dos sistemas de saúdee de CT&I.

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O desenvolvimento institucional em C&T no SUS compreende, também, ofortalecimento das organizações de C&T/S vinculadas ao sistema (instituiçõesdo Ministério da Saúde, institutos de pesquisa das secretarias de saúde, hospitaisuniversitários, unidades de referência ou colaboradoras credenciadas peloMinistério da Saúde).

3.5 Fortalecimento das organizações de ciência etecnologia em saúde

Esta diretriz objetiva promover o aprimoramento da capacidade de respostadas organizações de C&T/S para cooperar com as diversas diretrizespreconizadas, em especial a agenda de prioridades de pesquisa e desenvolvimentotecnológico em saúde. Nesse sentido, essas organizações deverão implementar:

• modelos de gestão orientados pelo planejamento estratégico;

• infra-estrutura adequada para pesquisa e desenvolvimento tecnológico;

• normas operacionais em conformidade com os padrões nacionais einternacionais de boas práticas clínicas, de laboratório e de produção,entre outros; e

• instrumentos de articulação com o SUS e o setor produtivo.

Para tanto, o governo federal deve apoiar os gestores das organizações deC&T/S no aprimoramento de:

• processos de planejamento, seleção, financiamento, monitoramento eavaliação da produção científica e tecnológica;

• gestão da propriedade intelectual, pela definição de regras institucionaispara titularidade de patentes e marcas, difusão de informações, instalaçãode serviços de suporte, capacitação de recursos humanos e articulaçãocom o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI); e

• programas de incentivo à inovação e transferência de tecnologias.

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As organizações devem elaborar planos de gestão em C&T/S a partir dodiagnóstico de sua vocação e competências, recursos humanos e infra-estruturafísica disponíveis, e sua inserção no contexto das prioridades de C&T/S.

A interação das organizações de C&T/S com o setor produtivo deve serformalizada institucionalmente, por meio de instrumentos normativos relativosa financiamento, responsabilidades, ética e propriedade intelectual.

As organizações de C&T/S vinculadas ao SUS devem ser fortalecidas nasações voltadas para pesquisas e tecnologias prioritárias, inclusive a avaliação desistemas e serviços de saúde, custo-efetividade das políticas públicas e tecnologias,bem como formação e capacitação de recursos humanos.

3.6 Formação e capacitação de recursos humanos emciência e tecnologia em saúde

Para a plena consecução desta diretriz, será necessário o reforço dosmecanismos de articulação entre setores de desenvolvimento de recursos humanosdo SUS, órgãos de fomento e instituições de ensino integrantes dos sistemas deCT&I e de educação, de maneira a garantir a formação e capacitação deprofissionais de saúde, gestores e pesquisadores. Será primordial identificar ademanda de recursos humanos suscitada pelas prioridades de pesquisa edesenvolvimento tecnológico e pelos processos de aplicação do conhecimentoe incorporação de tecnologias no sistema de saúde.

A formação e capacitação de profissionais devem interagir com iniciativasnacionais e internacionais. Cursos de curta e média duração, pós-graduação eeducação à distância são algumas das estratégias que podem ser adotadas. Devem-se, ainda, implementar programas de caráter multiprofissional e interdisciplinarque atendam às diretrizes preconizadas neste documento, destinados aos seguintespúblicos-alvo:

• profissionais e gestores de saúde: programas de capacitação para gestãotecnológica em saúde (gestão do conhecimento, gestão de projetos,

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informação em C&T/S, avaliação e uso de tecnologias em saúde),metodologia científica, epidemiologia, estatística, desenvolvimento dehabilidades para demandar pesquisas e elaborar síntese da produçãocientífica, entre outros;

• profissionais de nível médio e técnico do sistema de saúde: capacitaçãoque contemple o uso adequado das tecnologias de saúde, apoio às pesquisasdesenvolvidas nos serviços, entre outros; e

• pesquisadores e gestores das organizações de C&T/S: programas decapacitação em metodologia científica, elaboração de projetos paracaptação de recursos financeiros, gestão de projetos, gestão doconhecimento e da inovação tecnológica, ética em pesquisa, gestão dapropriedade intelectual, biossegurança, entre outros.

Programas de pós-graduação, em áreas de interesse do SUS, entre eles osmestrados profissionalizantes, devem ser especialmente apoiados de forma aqualificar pesquisadores e gestores dos sistemas de saúde e de CT&I. Os institutosde pesquisa do SUS, devida à sua proximidade com as demandas do sistema desaúde, serão estimulados a participar no processo de formação e capacitação derecursos humanos.

Como forma de aferir a efetividade dos programas de formação e capacitação,é fundamental a adoção de estratégias de avaliação dos cursos e do desempenhodos egressos, além da promoção da educação continuada.

3.7 Redução das disparidades regionais em ciência etecnologia em saúde

As estratégias para redução das disparidades regionais em C&T/S devemser definidas com base na identificação das necessidades prioritárias locais, dodiagnóstico da capacidade instalada do setor produtivo e das organizações deC&T/S (grupos de pesquisa, programas de pós-graduação e CEPs) e da avaliaçãode suas vocações e limitações.

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Além da tão importante articulação entre os diversos setores do governo esegmentos da sociedade, fazem-se necessárias as seguintes ações:

• elaboração de planos institucionais de fortalecimento da infra-estrutura equalificação de recursos humanos, para gestão tecnológica e aumento dacompetitividade na captação de recursos financeiros;

• criação de mecanismos de fixação de pesquisadores nos estados ondehouver menor capacidade instalada;

• promoção das atividades de P&D em saúde no setor produtivo local; e

• promoção de projetos cooperativos entre as organizações de C&T/S locaiscom grupos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico mais avançadosdo país e do exterior.

O apoio a incentivos regionais que viabilizem essas ações deve serempreendido de forma complementar às iniciativas dos sistemas de CT&I e deeducação e àquelas voltadas para o setor empresarial.

3.8 Apoio ao desenvolvimento de inovações tecnológicasem saúde

O apoio ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores em saúdedeve contemplar ações voltadas para:

• promoção da capacidade de inovação das organizações de C&T/S e dasempresas no desenvolvimento de tecnologias prioritárias para o SUS;

• criação de mecanismos de articulação entre governo, setor produtivo eorganizações de C&T/S, como a formação de projetos cooperativos eredes para o desenvolvimento de tecnologias; e

• incentivo às inovações nas estratégias de intervenção do SUS, instrumentose modelos de gestão, sistemas de informações em saúde, entre outros.

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As ações devem ser articuladas e complementares com iniciativas emandamento em instituições como o MCT e seus órgãos, Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) e as FAPs.

A utilização do planejamento estratégico das ações é relevante para odesenvolvimento das inovações tecnológicas em saúde, na identificação deinstituições/empresas potencialmente inovadoras, avaliação de viabilidade/riscosdos projetos, definição de objetivos e metas, entre outros, de forma a aumentaro potencial de alcance dos resultados almejados.

O desenvolvimento de produtos (medicamentos, imunobiológicos,hemoderivados, testes diagnósticos, equipamentos) e processos inovadores deveatender às prioridades de saúde pública, entre as quais se destacam as doençasnegligenciadas. As inovações tecnológicas devem, ainda, atender aos padrõesde qualidade e segurança dos órgãos reguladores.

A promoção da capacidade de inovação das organizações de C&T/S e dasempresas deve abranger as áreas de gestão tecnológica e empresarial, recursoshumanos, tecnologia industrial básica (metrologia, normalização e avaliação deconformidade), estudos de prospecção tecnológica, propriedade intelectual, entreoutros. Deve-se apoiar a criação de mecanismos que favoreçam a formação e amobilidade ou intercâmbio de pesquisadores com as empresas.

Devem ser desenvolvidas estratégias de incentivos fiscais e financeiros parainovações no setor saúde, a partir do diagnóstico das limitações das políticasexistentes no país. Deve também ser utilizado o poder de compra do Estado, emtodas as instâncias do SUS, para aumentar a capacidade de inovação em áreasprioritárias.

Projetos de cooperação internacional em pesquisa e inovação são importantesoportunidades para superação de limitações do sistema de C&T/S do país e

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devem ser estimulados, principalmente na transferência de tecnologia ecapacitação de recursos humanos.

3.9 Promoção da avaliação de tecnologias em saúde (ATS)A ATS é uma forma de investigação integrada que analisa as conseqüências

clínicas, sociais e éticas do emprego das tecnologias, tais como: equipamentos,medicamentos, testes diagnósticos, imunobiológicos, procedimentos eorganização de serviços.

A ATS utiliza metodologia de revisão sistemática e interpretação dasinformações científicas disponíveis. O processo de avaliação pode apontar anecessidade de realização de pesquisas voltadas para preencher lacunas noconhecimento sobre tecnologias.

A avaliação pode ser realizada nas diferentes fases do ciclo de vida dastecnologias (inovação, difusão inicial, incorporação, uso disseminado eabandono), de acordo com as necessidades do sistema de saúde.

Setores específicos para ATS devem ser estruturados no SUS e nasorganizações de C&T/S, com os seguintes objetivos:

• subsidiar as instâncias de decisão do sistema quanto à incorporação e usode tecnologias em saúde (TS), com base em critérios de segurança,efetividade, impacto econômico e social, prioridades de saúde pública,características regionais, otimização dos recursos e o princípio de eqüidade;

• respaldar a elaboração de protocolos clínicos e terapêuticos;

• subsidiar a prática clínica e as intervenções em saúde coletiva, promovendoo uso de evidências científicas;

• orientar os usuários e trabalhadores do sistema de saúde sobre a segurançae os benefícios associados às tecnologias; e

• promover a cultura da ATS no SUS.

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Para a estruturação dos setores de avaliação tecnológica, é fundamental:

• definir um modelo de atuação em ATS para o Ministério da Saúde,pactuado entre seus órgãos;

• estabelecer as competências de cada setor de ATS no âmbito das trêsesferas do SUS;

• apoiar a criação de grupos especializados em ATS nas organizações deC&T/S, para atendimento das demandas do SUS;

• estimular a capacitação de recursos humanos nas áreas de epidemiologia,estatística, avaliação de políticas públicas, economia da saúde, entre outros;

• definir critérios para priorização das avaliações e elaborar guiasmetodológicos para realização de ATS; e

• promover a integração entre as instâncias envolvidas na incorporação eutilização de TS nos serviços.

A estruturação de instâncias de ATS no SUS e nas organizações de C&T/Sdeve prever a formação de redes, coordenadas pelo Ministério da Saúde, paraharmonização de conceitos e metodologias, intercâmbio de informações,capacitação de recursos humanos e complementaridade das ações. Os projetosde cooperação técnica internacional também deverão ser estimulados, visandoao intercâmbio de informações e à capacitação de recursos humanos.

3.10 Promoção da bioética na gestão e da ética em pesquisasem saúde

A alocação de recursos em saúde pública, a incorporação e o acesso àstecnologias, as perspectivas e conseqüências dos avanços científicos etecnológicos são alguns dos dilemas enfrentados pelos gestores em saúde. Abioética constitui ferramenta de reflexão sobre esses dilemas e apoio às decisõese deve ser inserida no processo de elaboração e implementação de políticaspúblicas de saúde.

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A bioética compreende, ainda, o respeito à dignidade e a segurança e proteçãodos indivíduos que participam de pesquisas. Para promover o cumprimento dosprincípios éticos em pesquisas envolvendo seres humanos é necessário atuarnas etapas de aprovação e desenvolvimento das pesquisas. As organizações deC&T/S, portanto, devem prever e desenvolver atividades no contexto da gestãotecnológica em saúde comprometidas com o atendimento desses princípios. Osprincipais objetivos desta diretriz são:

• promover a inserção da reflexão bioética no processo de elaboração eimplementação de políticas públicas de saúde;

• promover o aprimoramento do sistema de revisão e aprovação ética daspesquisas envolvendo seres humanos, observando-se a contribuição e opapel do Conselho Nacional de Saúde como instância de controle social;

• fortalecer o papel das organizações da sociedade civil nos CEPs e nadivulgação de informações pertinentes aos usuários; e

• ampliar o conhecimento dos pesquisadores e profissionais de saúde sobrebioética, inclusive ética em pesquisa.

Para promoção da bioética na gestão em saúde, as estratégias propostas sãoa criação de comissões de bioética nas três esferas do SUS, divulgação deinformações sobre o tema e capacitação de gestores.

Em relação ao sistema de revisão ética dos protocolos de pesquisas envolvendoseres humanos estão identificadas as necessidades de:

• aprimorar e fortalecer os dispositivos normativos, respeitando-se ascompetências legais dos diferentes órgãos do Ministério da Saúde;

• implementar ações nas organizações de C&T/S com a finalidade dedesenvolver competências na elaboração de projetos de pesquisa, provercondições adequadas ao desempenho dos CEPs e melhorar o acesso àsinformações sobre suas atividades;

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• implantar sistema de supervisão e auditoria nas organizações de C&T/S,buscando a padronização e a melhoria dos procedimentos; e

• ampliar os mecanismos de debate e atualização sobre os dilemas éticosem pesquisas, com a comunidade científica e a sociedade civil.

Nas investigações com animais, devem ser respeitados os princípiosinternacionais que buscam proteger os seus direitos. Uma das estratégias é oestímulo à criação de comissões de ética em pesquisa com animais, pelasorganizações de C&T/S.

3.11 Promoção de ações de biossegurança em saúdeA biossegurança é essencial para que as atividades de C&T/S sejam realizadas

de forma segura, por meio da prevenção, controle, redução ou eliminação dosriscos a que se expõem os profissionais envolvidos, a população e o meioambiente.

É fundamental a promoção das práticas de biossegurança para aimplementação das diretrizes deste documento. Sendo assim, será necessária aformulação de estratégias, por meio da Comissão de Biossegurança em Saúde,relativas às atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com materiaisque apresentem risco à saúde.

Adicionalmente, o Ministério da Saúde, por meio de seu representante legal,deverá contribuir com a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)na elaboração e implementação de normas relacionadas às atividades comorganismos geneticamente modificados (OGMs).

Para tanto, devem ser implementadas medidas destinadas a:

• promover a regulamentação da biossegurança na área da saúde;

• apoiar os setores do SUS na implementação de ações que promovam abiossegurança;

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• incentivar a atuação do Ministério da Saúde nos fóruns de debate e emdeliberações relativas à biossegurança;

• capacitar recursos humanos com ênfase na avaliação e manejo de riscopresente nas atividades de P&D em saúde;

• orientar as organizações de C&T/S na implementação de normas eprocedimentos de biossegurança em saúde;

• incentivar a adequação da infra-estrutura laboratorial visando à promoçãoda biossegurança em saúde;

• apoiar a criação de comissões de biossegurança em saúde nas organizaçõesde C&T/S e nos órgãos do sistema de saúde;

• implementar mecanismos para a ampla divulgação de informações sobrebiossegurança em saúde; e

• fortalecer a atuação do Brasil nas discussões internacionais referentes àbiossegurança em saúde.

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A implementação, acompanhamento e avaliação das diretrizes dependerãoda atuação das diferentes instâncias do SUS, e da articulação intersetorial,sobretudo com os órgãos dos sistemas de CT&I e de educação, bem como dasparcerias com a sociedade civil e setor produtivo.

O Ministério da Saúde, por sua vez, deverá articular ações conjuntas com ossetores privado e da administração pública que estejam, direta ou indiretamente,envolvidos com a implementação das diretrizes. Na esfera federal, sãoidentificados como parceiros:

• Ministério da Agricultura

• Ministério da Ciência e Tecnologia

• Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

• Ministério da Educação

• Ministério da Integração Nacional

• Ministério da Justiça

• Ministério do Meio Ambiente

• Ministério Público

• Ministério das Relações Exteriores

Para a implementação, acompanhamento e avaliação do desenvolvimentodas diretrizes, caberá ao Ministério da Saúde:

• Promover a elaboração e implementação dos planos, programas, projetos,atividades e ações decorrentes das diretrizes.

• Prestar cooperação técnica e financeira aos estados e municípios nas açõesorientadas pelas diretrizes.

• Coordenar o processo de definição de prioridades de pesquisa edesenvolvimento tecnológico em saúde.

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• Instituir mecanismos de indução à realização de pesquisa edesenvolvimento tecnológico prioritários em saúde.

• Organizar o sistema de informação em C&T/S a partir dos sistemas deinformações de saúde e de C&T.

• Promover a difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos em saúde,para aplicação ao SUS.

• Avaliar e promover a utilização de resultados de pesquisas financiadas oudesenvolvidas pelo Ministério da Saúde.

• Implantar mecanismos para o fortalecimento da área de C&T em instânciasgestoras do SUS e das organizações de C&T/S.

• Apoiar o desenvolvimento de inovações tecnológicas prioritárias para asaúde.

• Promover a cultura e a institucionalização da avaliação de tecnologiasem saúde na três esferas do SUS.

• Promover a capacitação de recursos humanos na área de C&T/S, articuladacom iniciativas desenvolvidas por instâncias nacionais e internacionais.

• Promover ações para redução dos desequilíbrios intra e inter-regionaisno desenvolvimento científico e tecnológico em saúde.

• Promover a reflexão bioética na gestão em saúde e o cumprimento dasnormas éticas para pesquisas em saúde.

• Definir estratégias de atuação em biossegurança para o SUS.

• Executar ações de C&T/S por meio das instituições do Ministério daSaúde.

• Promover a articulação interinstitucional entre os sistemas de saúde, CT&Ie educação, setor produtivo e sociedade civil.

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Os planos, programas, projetos, atividades e ações decorrentes das diretrizespropostas devem ser submetidos a avaliações sistemáticas com o objetivo deaprimorar os instrumentos de planejamento de ações de C&T/S.

Um dos aspectos essenciais do acompanhamento aqui preconizado será acompreensão do processo de estruturação e institucionalização das ações de C&T/S no âmbito do SUS e a aferição da efetividade do modelo de fomento induzidobaseado na definição de prioridades para a área de C&T/S. Essa abordagemdeverá permitir verificar em que a modificação pretendida na produção deconhecimento científico e desenvolvimento tecnológico produziu efeitos sobre atomada de decisão dos gestores do SUS, nas políticas públicas de saúde e nascondições de saúde da população.

Para o desenvolvimento do processo de acompanhamento e avaliação, serãoaplicadas metodologias específicas – quantitativas e qualitativas – , capazes deavaliar aspectos de eqüidade, efetividade, qualidade, eficiência, sustentabilidadee participação social nos planos, programas, projetos, atividades e ações de C&Tvoltados ao aprimoramento da saúde pública.

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Aplicação de conhecimento. Processo de incorporação do conhecimento aodesenvolvimento de novos produtos e serviços. (Global Change ConsultoresInternacionais Associados, 2001).

Atividades científicas e tecnológicas. Atividades de investigação, ensino eformação, assim como serviços científicos e técnicos relacionados com aprodução, promoção, difusão e aplicação dos conhecimentos em todos os camposda ciência e tecnologia. (Organization for Economic Co-Operation andDevelopment, 1994).

Avaliação de conformidade. Processo sistematizado, acompanhado e avaliadode forma a assegurar que um produto, serviço, processo ou profissional atendaa requisitos de normas ou regulamentos preestabelecidos. (Brasil. Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio, 2002).

Avaliação de tecnologias em saúde. Exercício complexo de pesquisa e produçãode informações com base em critérios de efetividade, custo, risco ou impacto doseu uso, éticos e de segurança, visando à seleção, aquisição, distribuição ou usoapropriado de tecnologias, inclusive a avaliação de sua necessidade.

Bioética. Ramo da filosofia que estuda os avanços das ciências da vida e da saúde,com ênfase nas implicações éticas das pesquisas científicas e das ações de saúde.(United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, 2001).

Biossegurança. Condição de segurança alcançada por um conjunto de açõesdestinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividadesque possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o meio ambiente.

Biotecnologia. Qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos,organismos vivos ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ouprocessos para utilização específica. (Brasil. Ministério do Meio Ambiente, 2002).

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Ciência. Processo organizado de geração de conhecimentos relativos ao universoe seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais concebidos por meioda pesquisa científica, seguindo as etapas da metodologia científica. (Adaptadode Organization for Economic Co-Operation and Development, 1994; Longo,1996 e Pinto, 2001).

Ciência e tecnologia. Conceito amplo que compreende ações conexas degeração, difusão e aplicação de conhecimentos em todos os campos do saber,inclusive educação, gestão, informação, normalização, patentes, estudos e outrasatividades ligadas à inovação e difusão tecnológica. (Adaptado de Organizationfor Economic Co-Operation and Development, 1994).

Ciência e tecnologia em saúde. Campo do conhecimento que busca, porintermédio da educação e fomento às pesquisas de natureza multidisciplinar,solucionar problemas de biologia, saúde humana no campo individual e coletivo,serviços e sistemas de saúde, visando promover avanços nas condições de saúdee vida da população. (Adaptado de Harvard-MIT, 2002).

Conhecimento científico. Acervo das informações acumuladas pela observaçãoe investigação científicas, bem como das leis, princípios e teorias decorrentes,que passaram pelo crivo de testes experimentais baseados na aplicação do métodocientífico e que conferem ao homem uma compreensão cada vez mais abrangentee unificada dos fenômenos naturais, assim como a possibilidade de uma utilizaçãoprática deste conhecimento. (Rey, 1999).

Desenvolvimento institucional em C&T/S. Conjunto de ações que objetiva amelhoria da eficiência institucional na área de C&T/S, com ênfase em gestãotecnológica, planejamento estratégico e operacional, modernização edescentralização administrativa, recursos humanos e infra-estrutura. (Adaptadode Fundação Oswaldo Cruz, 2002).

Desenvolvimento tecnológico. Desenvolvimento de produtos e processos porintermédio de um processo autônomo ou pela efetiva absorção de tecnologiasdesenvolvidas em outros países. (Finep, 1998).

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Difusão de tecnologias. Processo de propagação de uma inovação tecnológicaentre usuários potenciais (adoção de uma nova técnica) e seu melhoramento eadaptação contínua. Os processos de inovação e difusão de tecnologias sãointerdependentes e determinados pela interação usuário/produtor. (Adaptado deMartinez & Albornoz, 1998).

Doenças negligenciadas. Doenças que não recebem investimentos dascompanhias farmacêuticas porque afetam populações de países pobres.Medicamentos para essas doenças não dispõem de um mercado consumidoratraente, capaz de adquiri-los. É o caso, por exemplo, da leishmaniose, malária,doença de Chagas e tuberculose. (Médicos Sem Fronteiras, 2002).

Efetividade. Medida de impacto de tecnologias, a efetividade mede os benefíciosobtidos por uma população quando uma tecnologia é aplicada em condiçõesreais. O uso generalizado dessa medida depende da população a que se aplica atecnologia e as condições de sua aplicação, sendo muito relevante por aferir autilidade de uma tecnologia em condições práticas. (Adaptado de Chile.Ministerio de Salud, 2002).

Eficácia. Medida de impacto de tecnologias, a eficácia mede os benefícios obtidospor uma população quando nela se aplica, em condições ideais, uma tecnologiaem saúde. Sua determinação ocorre, fundamentalmente, de forma experimental;e sua validade é universal, sempre e quando não se modifiquem as condições deaplicação da intervenção. (Adaptado de Chile. Ministerio de Salud, 2002).

Ética em pesquisa. Termo utilizado de forma ampla, inclui diferentes assuntosrelevantes do ponto de vista da ética em pesquisa envolvendo seres humanos edemais seres vivos. Inclui o compartilhamento justo dos créditos de autoriaentre participantes de um grupo de pesquisa; o comportamento responsável nasubmissão ou revisão de pedidos de bolsas de pesquisa; e, com maior visibilidade,o tratamento responsável de sujeitos de pesquisa. (Adaptado de Onlineethics.org,2002).

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Fomento à pesquisa em saúde. Conjunto de ações que busca fortalecer, tantoem termos de recursos como da qualidade de gestão, a pesquisa em saúde nopaís. (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva; SociedadeBrasileira para o Progresso da Ciência, 2000).

Incorporação de tecnologia. Processo de introdução sistematizada de novastecnologias e procedimentos na prática clínica, ou orientação sobre seu usoapropriado caso sejam tecnologias ou procedimentos consagrados. (Adaptadode Chile. Ministerio de Salud, 2002).

Inovação. Introdução no mercado de produtos, processos, métodos ou sistemasnão existentes anteriormente ou com alguma característica nova e diferente dasaté então em vigor. (Financiadora de Estudos e Projetos, 2002).

Metrologia. Ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativosàs medições, qualquer que seja a incerteza em qualquer campo da ciência outecnologia. (Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, 2002).

Organismo geneticamente modificado. Organismo cujo material genético –DNA/RNA – tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética(Lei 8.974/95).

Organizações de C&T/S. Entidades organizadas e estreitamente relacionadascom a geração, o avanço, a difusão e a aplicação de conhecimento no campo dasaúde, cujas atividades envolvem: pesquisa científica, desenvolvimentoexperimental de produto ou processo, eventos técnicos e científicos, gestão dapesquisa científica e tecnológica, capacitação em ciência e tecnologia e serviçosde apoio à pesquisa. (Adaptado de Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo, 1998).

Patente. Título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo deutilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores, ou outras pessoasfísicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. (Brasil. Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio, 2000).

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Pesquisa. Processo de investigação metódica e sistemática de um determinadocampo ou domínio da realidade por meio de fundamentação teórica elevantamento rigoroso de dados empíricos, de modo a permitir uma teorizaçãoque resulte em ampliação do conhecimento. (Tramontin, 1994).

Pesquisa avaliativa. Tipo de pesquisa que aplica métodos científicos para analisara pertinência, os fundamentos teóricos, a produtividade, a eficiência e os efeitosde uma intervenção, assim como as relações existentes entre as intervenções e ocontexto em que elas se situam, com o objetivo de ajudar a tomada de decisão.(Contrandriopoulos et al., 1997). Exemplos: avaliação de intervenções em saúdepública, serviços e sistemas de saúde e políticas de saúde.

Pesquisa básica ou fundamental. Tipo de pesquisa, teórica ou experimental,que visa a contribuir, de forma original ou incremental, para a compreensão dosfatos e fenômenos observáveis e teorias, sem ter em vista o uso ou a aplicaçãoimediata. (Adaptado de Organization for Economic Co-Operation andDevelopment, 1994).

Pesquisa biomédica. Tipo de pesquisa realizado em organismos vivos compropósito de aplicação na saúde humana, como as efetuadas em farmacologia,toxicologia e bioquímica. (Adaptado Alano & Almario, 2000).

Pesquisa clínica. Tipo de pesquisa que segue métodos científicos aplicáveis aosseres humanos – denominados voluntários ou "sujeitos da pesquisa" –, sadiosou enfermos, de acordo com o objetivo da pesquisa. Quando realizada commedicamentos, tem como objetivo básico verificar efeitos, segurança e tolerância,relacionar efeitos adversos, além de analisar a absorção, distribuição, metabolismoe excreção dos princípios ativos. (Adaptado de Lousana, 2002).

Pesquisa e desenvolvimento. Conjunto de ações que envolve a geração deconhecimentos, a transformação dos conhecimentos em tecnologias e a adaptaçãode tecnologias existentes em novas tecnologias, na forma de produtos e processosacabados que atendam às necessidades do mercado.

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Pesquisa em saúde. Pesquisas cujos resultados são aplicados no setor saúde,voltados, em última instância, para a melhoria da saúde de indivíduos ou grupospopulacionais. Podem ser categorizadas por níveis de atuação científica ecompreendem os tipos de pesquisa básica, clínica, epidemiológica e avaliativa,além de pesquisas em outras áreas como economia, sociologia, antropologia,ecologia, demografia e ciências políticas. (Adaptado de World HealthOrganization, 1996).

Pesquisa epidemiológica. Tipo de pesquisa realizado por meio da produção,análise e interpretação de dados decorrentes da observação e quantificação deeventos relacionados à saúde e fenômenos correlatos, como os possíveisdeterminantes ou efeitos dos processos saúde-doença. (Adaptado de Rouquayrol& Almeida, 1999).

Projeto cooperativo. Projeto de pesquisa aplicado ao desenvolvimentotecnológico objetivando a busca de novos conhecimentos sobre determinadoproduto, sistema ou processo, ou de seus componentes, executado de formacooperativa entre instituições de P&D e empresas que participam com recursosfinanceiros e/ou técnicos, custeando ou executando partes do projeto e quepropiciem o fortalecimento do processo inovativo. (Brasil. Ministério da Ciênciae Tecnologia. Fundo Verde Amarelo, 2001).

Propriedade intelectual. Direito sobre bens imateriais resultantes damanifestação intelectual, invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, marcas,imagens e desenhos utilizados comercialmente. A propriedade intelectual divide-se em duas categorias: propriedade industrial e direito autoral. (Adaptado de DiBlasi,1982; World Intellectual Property Organization, 2002).

Prospecção tecnológica. Projeções sistemáticas, em longo prazo, do futuro daciência, tecnologia, economia e sociedade, com o propósito de identificar astecnologias emergentes que potencialmente produzirão os maiores benefícioseconômicos e sociais. (Adaptado de Organization for Economic Co-Operationand Development, 1994).

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Rede cooperativa. Rede de pesquisa cooperativa que integra pesquisadores dediferentes instituições e empresas, que tem por objetivo permitir a abordagemintegrada das ações dentro de um tema, em favor do processo inovativo,otimizando as sinergias e a aplicação de recursos e evitando a duplicidade e apulverização de iniciativas. (Brasil. Ministério da Ciência e Tecnologia. FundoVerde Amarelo, 2001).

Setor produtivo. Conjunto de arranjos organizacionais, privados ou públicos,envolvido no desenvolvimento e utilização de tecnologias na produção industrial.

Tecnologias. Técnicas, métodos, procedimentos, ferramentas, equipamentos einstalações que concorrem para a realização e obtenção de um ou vários produtos.São divididas em tecnologia de produto – cujos resultados são componentestangíveis e facilmente identificáveis – e tecnologia de processo – técnicas,métodos e procedimentos utilizados para se obter um determinado produto ouaprimorar processos de trabalho e gestão. (Adaptado de Instituto Brasileiro deInformação em Ciência e Tecnologia, 2000).

Tecnologias em saúde. Equipamentos, medicamentos, insumos e procedimentosutilizados na prestação de serviços de saúde, bem como as técnicas que dispõemsobre a infra-estrutura destes serviços e sua organização. (United States Congress,1982).

Transferência de tecnologia. Processo complexo onde o receptor, ao obter oucomprar uma tecnologia, absorve o conjunto de conhecimentos que lhe permitiráadaptá-la às condições locais, aperfeiçoá-la e, eventualmente, criar novatecnologia de forma autônoma. (Adaptado de Pinto, 2001).

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Participantes das reuniões para discussão das diretrizes descritas neste documento,entre agosto e outubro de 2002:

Adélia Aparecida Marçal dos Santos - AnvisaAirton Bento C. Castanheira - Secretaria-Executiva/MSAkira Homma - FiocruzAlfredo Schechtman - Secretaria de Assistência à Saúde/MSAmália Virgínia Froes Fonseca - SES/MGAna Cristina da M. Furniel - FiocruzAna Gabriela F. Sambiase - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde/MSAna Paula Brum Pizarro - FiocruzAna Paula Marques - SPS/MSAna Tapajós - Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde/MSAngela Christina Ferreira F. Calvente Aranda - SES/RJAngélica Rogério de Miranda Pontes - Decit/SPS/MSAntônia de Jesus Ângulo Tuesta - Decit/SPS/MSAri Bazilio da Silva - Secretaria-Executiva/MSBeatriz MacDowell Soares - AnvisaBruno H. da Câmara Pinto - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde/MSCarla Pintas Marques - Secretaria de Assistência à Saúde/MSCarlos Alberto P. Gomes - Assistência Farmacêutica/SPS/MSCélia Regina Rodrigues Gil - SPS/MSCelina Setsuko Kawano - SPS/MSCintia Moraes Borba - FiocruzClarice A. Petramale - AnvisaClaudia A. dos Santos - Secretaria de Assistência à Saúde/MS

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Cláudia C. Santiago Gomes - AnvisaClaudio Lucio Brasil Cunha - Secretaria de Assistência à Saúde /MSCristiane Jourdan - ANSCristiane Quental - FiocruzCristiana Vidigal Lopes - ANSDario Pinto Miranda - AnvisaDavid Tabak - FiocruzDenise Garrett - Pneumologia Sanitária/SPS/MSDimas Tadeu Covas - SES/SPEdneusa M. Nascimento - SPS/MSEduardo Costa - FiocruzEduardo Vieira Martins - FiocruzEdvaldo Batista de Sá - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde/MSEliane Cristina Pinto Moreira - Decit/SPS/MSEliane Lopes Zequini Araújo - SES/MSEliane Teixeira - SES/RJElias Rassi Neto - SPS/MSElisabetta Recine - Alimentação e Nutrição/SPS/MSEloan dos Santos Pinheiro - FiocruzEloisa Cabral de Oliveira - ANSEugênia M. S. Rodrigues - Promoção à Saúde/SPS/MSEuzenir Nunes Sarno - FiocruzEvelinda Trindade - AnvisaExpedito Luna - SES/SPFábio Dantas Fassini - ANSFernanda Rocha P. Santos - Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde/MSFilomena Kotaka - FunasaFlávia Cardoso de Melo - AnvisaFlávia Costa Figuereido - ANSFlávio Pereira Nunes - Funasa

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Francisco Campos - SPS/MSFrancisco Romeu Landi - Fórum Nacional das FAPs dos Estados e Distrito FederalGaldino Guttmann Bicho - AnvisaGeraldo A. da S. Filho - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde/MSGerson F. M. Pereira - Dermatologia Sanitária/SPS/MSGertrudes C. Rocha - Saúde do Trabalhador/SPS/MSHamilton S. Andrade Segundo - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da BahiaHelena Teixeira de Lima Barbosa - SES/PBHeloisa Maria Moreira da Rocha - SES/RJHerminio J. L. Mendes - ANSHilda Longhi - SES/DFHoëck Aureo de Souza Miranda - AnvisaIeda Frasson - Fundação de Ciência e Tecnologia/SCIlma Horsth Noronha - FiocruzInês Regina Ferreira - ANSIonara Ferreira da Silva - SES/RJIrani Ribeiro de Moura - Secretaria de Assistência à Saúde/MSÍtalo César Kircove - FiocruzIvens Lucio do Amaral Drumond - FunasaJacinta de F. S. Silva - Saúde do Trabalhador/SPS/MSJoana Angélica Simão Demarchi - SES/BAJoão Vechi - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato GrossoJorge Alexandre Silvestre - Secretaria de Assistência à Saúde/MSJorge Raimundo Nahas - Secretaria de Assistência à Saúde/MSJosé Carlos Barboza Filho - SES/BAJosé da Rocha Carvalheiro - SES/SPJosé Eduardo Pessoa de Andrade - FiocruzJosé Luiz Riani Costa - Saúde do Trabalhador/SPS/MSJosiano G. Chaves - Assistência Farmacêutica/SPS/MSKarin Brüning - Fiocruz

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Karina dos Santos Ruiz - Decit/SPS/MSKarla Santa Cruz Coelho - ANSKátia Carvalho Abreu - Promoção à Saúde/SPS/MSKatia Maria Peiselt da Silva - SES/RJKlício Luiz Rezende Brayner - SES/PBLea Camillo Coura - FiocruzLêda Maria de Vargas Rebello - ANSLiliana Lugarinho - ANSLiliana Rosicler Teixeira Nunes Fava - SES/TOLuis Fernando Rolim Sampaio - SPS/MSLuiz Carlos Pereira Jr. - SES/SPLuiz A. Marinho Pereira - Assistência Farmacêutica/SPS/MSLuzia Lamosa Arantes - ANSMabel Pimentel Vasconcelos - SES/MSManuel A. P. Sanches - FiocruzMarcelo Gouvêa Teixeira - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde /MSMárcia Arguelles Pantoja - SES/PAMárcia de Oliveira Teixeira - FiocruzMárcia Regina da Silva Freitas - SES/RJMárcia Santos Nogueira - AnvisaMarcos da Silva Freire - FiocruzMarcos Elizeu Marinho de Oliveira - SES/TOMarcus Vinicius Quito - SPS/MSMargarete M. Oliveira - Saúde do Adolescente/SPS/MSMaria Adelaide Millington - FunasaMaria Ângela de Avelar Nogueira - AnvisaMaria Angélica Cúria Cerveira - SPS/MSMaria Angélica F. Mesquita - ANSMaria do Socorro A. Lemos - Promoção à Saúde/SPS/MSMaria do Socorro Soares - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

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Maria Fernanda G. Macedo - FiocruzMaria Helena B. S. Abreu - ANSMaria Helena M. de Mendonça - FiocruzMaria José de Andrada Serpa - FiocruzMaria José Castro d'Almeida Lins - SES/ALMaria Lúcia Rosa Stefanini - SES/SPMaria Regina Fernandes de Oliveira - FunasaMaria Santos Nogueira - AnvisaMaria Tereza Correia Silva - ANSMarília Bernardes Marques - FiocruzMário César Althoff - FunasaMario Nelson Alves - SES/SCMauricio Vianna - ANSMauro Marcello C. Machado - FiocruzMilda Jodelis - DST AIDS/SPS/MSMirian Miranda Cohen - SES/RJMirna Barros Teixeira - Decit/SPS/MSMônica Nigri - ANSMyrna Sabino - SES/SPNara Azevedo - FiocruzNewton Wiederhecker - AnvisaNilton Luz Netto Jr. - Assistência Farmacêutica/SPS/MSNorma Suely de Oliveira Farias - SES/SPOsvaldo Augusto Brazil Sant'Anna - SES/SPPamela Diaz Bermudez - DST AIDS/SPS/MSPaulo Gadelha - FiocruzPaulo Mayorga - Assistência Farmacêutica/SPS/MSPedro Miguel dos Santos Neto - SPS/MSRenato Rocha Fonteles - Saúde Bucal/SPS/MSRenato Sérgio Cordeiro - Fiocruz

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Reus Coutinho Farias - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde/MSRoberto Padilha - SPS/MSSelma Regina de Andrade Marino - SES/SCSilas Guedes de Oliveira - Fundação de Medicina Tropical/AMSônia Dantas - Hipertensão e Diabetes/SPS/MSSônia Regina M. Barone - ANSSueli Moreira Rodrigues - Secretaria de Assistência à Saúde/MSTania de Giacomo do Lago - Saúde da Mulher/SPS/MSTatiana L. Sampaio - Hipertensão e Diabetes/SPS/MSTelma Abdalla de Oliveira Cardoso - FiocruzTisuko Sinto Rinaldi - Conselho Nacional de Secretários Municipais de SaúdeValdiléa Gonçalves Veloso dos Santos - SES/RJValéria Reis Almeida Pinto - SES/MGVasco Carvalho P. de Lima - SES/SPVera Lúcia Peixoto S. Mendes - Universidade Federal da BahiaVera M. B. Bacelar - AnvisaVitor Antonio Fortuna - FiocruzWanise Barroso - FiocruzZuleica Portela Albuquerque - Opas

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