brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 seleção de notícias · empresa do mercado mundial de...

48
Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

Upload: others

Post on 05-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

Page 2: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

cni.empauta.com

Valor Econômico | BRCNI

Para ministro, adesão futura do país ao tratado é possível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4BRASIL | DANIEL RITTNER

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Estatal sul-africana, PIC critica proposta da AB InBev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Alemã Merck unifica marcas e cria nova identidade mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Mercedes reafirma plano de investimento no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Retomada de venda externa é lenta para indústrias têxteis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Odebrecht planeja ampliar áreas de atuação em Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13EMPRESAS | RENATO ROSTÁS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

El Niño dá impulso ao preço das commodities agrícolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Coragem vence desesperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18EU & INVESTIMENTOS | CARLOS EDUARDO ROCHA

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Maria Clara R. M. do Prado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20MARIA CLARA R. M. DO PRADO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Câmbio turbina vendas de soja e milho da safra 2015/16 em MT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22AGRONEGÓCIOS | MARIANA CAETANO

Temas de Interesse | Competitividade

Bosch do Brasil exporta até para mercado chinês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24CAPA

Federações | FIESP

Acordo do Pacífico deve reduzir PIB de oito setores industriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25BRASIL | MARTA WATANABE

Page 3: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28EDITORIAL ECONÔMICO

Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

A incrível ameaça da Unasul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29NOTAS & INFORMAÇÕES

Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Aliança para o atraso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31NOTAS & INFORMAÇÕES

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35ECONOMIA | MÁRCIA DE CHIARA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39ECONOMIA | KEITH BRADSHER

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41MATIAS SPEKTOR

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42MERCADO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Sem título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44MERCADO

O Globo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Só um estado se salva da recessão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46ECONOMIA | MARCELLO CORREA

Page 4: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015CNI

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.4

Para ministro, adesão futura do país ao tratado épossível

BRASIL

Daniel Rittner

De Brasília

O ministro do Desenvolvimento, Armando Mon-teiro, considerou ontem possível a entrada do Brasilna Parceria Transpacífica (TPP). Segundo ele, há umreposicionamento em curso da política comercialbrasileira e é possível planejar uma adesão ao maiortratadodelivre comércio domundo,desdequese con-siga "harmonizar a posição" com os parceiros doMercosul e com o setor privado.

"É preciso que o Brasil construa as bases para fazeresse movimento", disse o ministro, depois de ter par-ticipado de seminário sobre promoção comercial, noItamaraty. Ele ponderou que não se trata de algo parao curto prazo, mas enfatizou que não vê o tratado fe-chado a novos sócios. "Podemos, a qualquer tempo,avaliando nossos interesses do ponto de vista es-tratégico e dos nossos parceiros, aderir a esse acordo.A questão não está colocada em perspectiva de curtoprazo, mas não descartamos."

Mesmo reconhecendo a importânciadaTPP, firmadapelos EUA e outros 11 países, entre eles Japão, Aus-trália, México e Chile, Monteiro disse que o governobrasileiro já tem tomado medidas concretas para di-namizar o comércio exterior. Lembrou os esforçospara acelerar o livre comércio com a Colômbia e Pe-ru, a abertura de negociações com o México para au-mentara lista deprodutos beneficiados por descontosnas tarifas de importação e acordos de con-vergência regulatória com os EUA.

Para o ministro, as exportações brasileiras já co-meçam a reagir à desvalorização do real. Um exem-plo é o crescimento acumulado de 6% no ano dasvendas de manufaturados para o mercado americano."Esse realinhamento cambial oferece grande opor-tunidade para o Brasil, sobretudo para compensar al-gumas desvantagens que ainda temos, relacionadasaos custos sistêmicos, como a infraestrutura e o custode capital."

O tratado, assinado na semana passada, jogou ga-solina nas discussões em tomo da demora doMercosul em fechar acordos de livre comércio quepermitam integrar as empresas brasileiras às cadeiasprodutivas globais. Levantamento da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI )aponta, por exemplo,que os 14 acordos já firmados pelo Brasil com des-conto integral ou parcial das alíquotas de importaçãodeseus parceiros - abrangemapenas 7% do comérciomundial.

O diretor de desenvolvimento industrial da CNI,Carlos Abijaodi, avalia que eventual ingresso dopaísnaTPP só se daria no longoprazo. Ele vê,porém,uma "mudança real" de postura do governo brasileiropara negociar novos tratados. Por isso, Abijaodi re-comendaquenãose vejamas declarações do ministroao pé da letra, mas como uma mensagem de interesse

Page 5: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015CNI

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.5

Continuação: Para ministro, adesão futura do país ao tratado é possível

e1 de"mangas arregaçadas" para, avançarnaárea co-mercial. "O bom é a sinalização e o reconhecimentoda necessidade de estarmos inseridos nos grandesblocos."

Monteiro reiterou a disposição do Mercosul em ace-lerar as negociações para um acordo de livre co-mercio com a União Européia. Segundo ele, o

governo procura agendar uma reunião entre mi-nistros do bloco sul-americano e da ComissãoEuropéia, a fim de oficializar a troca de ofertas de li-beralização comercial. A expectativa é que issoocorra em novembro.

Page 6: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.6

Estatal sul-africana, PIC critica proposta da ABInBev EMPRESAS

Bebidas

Cibelle Bouças

De São Paulo

A estatal sul-africana Public Investment Cor-poration (PIC), quarto maior acionista da fabricantede cerveja SABMiller, criticou ontem a proposta fei-ta pela Anheuser-Busch InBev (AB InBev), a maiorempresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller.

A PIC, que detém 3,14% da SABMiller, afirmou que"a preferência do PIC é que todos os acionistas sejamtratados igualmente e possam receber ações or-dinárias da AB InBev atualmente listadas em Bru-xelas, em vez de ações não cotadas na bolsa".

A proposta anunciada na terça-feira pela AB InBevprevê o pagamento de US$ 106 bilhões pela SAB-Miller (considerando US$ 2 bilhões em dividendos),com alternativa de pagamento em dinheiro

e ações para a fabricante de cigarros Altria e para aBevCo, empresa da família Santo Domingo - estesdois juntos detêm 41% da SABMiller. Por essa pro-posta, os acionistas receberiam ações não cotadas, novalor equivalente a 39,03 libras por ação, e não po-deriam se desfazer dos papéis por cinco anos.

Do total estimado para o capital da empresa, US$75,4 bilhões seriam pagos em dinheiro (incluindo os

dividendos). Os minoritários ficariam com US$ 65,2bilhões, enquanto Altria e BevCo receberiam US$10,2 bilhões em dinheiro e mais US$30,6 bilhões emações restritas da AB InBev, que só poderão ser ven-didas em cinco anos.

Essa trava de cinco anos deve fazer com que a maio-ria dos investidores institucionais opte pela oferta de44 libras por ação em dinheiro, segundo agências in-ternacionais. A PIC, por sua vez, informou que pre-fere receber seu pagamento em dinheiro e em ações.Também disse que é fundamental que a nova com-panhia fruto da fusão tenha uma unidade listada nabolsa de Joanesburgo.

Ontem, também se calculava quanto AB InBev eSAB pagariam em comissões aos "advisers" (con-selheiros) da operação. O montante, informou aBloomberg, pode chegar a US$ 235 milhões, se-gundo estimativa da Freeman & Co. AB InBev po-dería pagar de US$ 95 milhões a US$ 115 milhões. ASAB, de US$ 100 milhões e US$ 120 milhões.

Robey Warshaw, uma pequena empresa fundada hádois anos em Londres; emais JPMorgan Chase,Mor-gan Stanley e Goldman Sachs apoiaram a SAB-Miller. A AB InBev foi aconselhada por Lazard eDeutsche Bank.

AB InBev deve levantar ainda cerca de US$ 70 bi-lhões em financiamento com bancos como Bank ofAmerica e Santander.

Page 7: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.7

Alemã Merck unifica marcas e cria nova identidademundial

EMPRESAS

FarmacêuticaStella Fontes De São PauloUm dia após anunciar um novo executivo-chefe apartir de abril, a gigante alemã Merck lançou uma no-va identidade visual que consolida sua estratégia co-mo empresa global e unifica as marcas Serono eMillipore. A decisão está alinhada ao programa decrescimento "Fit for 2018", que prevê foco em ino-vação eem negócios orientados à tecnologia, alémdamodernização e expansão da sede, em Darmstadt,queamanheceu ontem já com anovacara do grupo. Oprocesso de renovação da marca em todas as ope-rações, ativos e embalagens de produtos, porém, de-ve se estender até 2018, quando a companhiacompleta 350 anos. "Essa é uma parte do processo detransformação iniciado há alguns anos, quando aMerck ainda era uma empresa muito voltada ao mer-cado europeu", disse ao Valor o presidente da Merckno Brasil, Guilherme Maradei. O realinhamento dosnegócios da farmacêutica teve início há cerca de dezanos e foi pautado principalmente por grandes aqui-sições, entre as quaisadaSerono eMillipore.Em bre-ve, essas duas marcas serão extintas e os negóciosque representam, debiofarmacêuticaeciências davi-da, seguirão como divisõesdo grupo Merck - que tem

ainda um terceiro negócio, de materiais de per-formance. Como resultado dessa estratégia, a Merckdobrou o faturamento, para mais de EUR 10 bilhões,e se posicionou entre os grandes laboratórios mun-diais. "O objetivo é passar uma ideia mais dinâmicado grupo, que hoje é global, com escritórios em 66países, e voltado à ciência e tecnologia", disse Ma-radei. A logomarca atual foi lançada em 2001. Aomesmo tempo em que apresentou o novo visual, aMerck inaugurou o centro de inovação de Darmstadte anunciou investimentos de EUR 1 bilhão até 2020na sede. Em comunicado, o executivo-chefe do gru-po, Karl-Ludwig Kley, destacou que a iniciativa dáorigem a "um berço de novas tecnologias que serãocapazes de transformar o mundo no longo prazo".Kley está à frente da farmacêutica desde 2007 e vai seaposentar. Ele será substituído por Stefan Os-chmann, hoje co-executivo-chefe, em abril do anoque vem. Conforme Maradei, no Brasil as mudançastambém foram colocadas em curso. Recém-chegadoao comando da subsidiária, o executivo conta queuma de suas metas é reiterar o comprometimento dogrupo com o país no longo prazo. "Reconhecemosque o momento não é bom [diante da crise eco-nômica], mas isso não muda nosso compromissocom o Brasil", afirmou. Em 2015, as vendas da Mer-ck no Brasil devem crescer em ritmo menor do que oregistrado em anos anteriores, mas acima do mer-cado em geral. Para 2016, a expectativa é a de retomoàs taxas de expansão de dois dígitos. Segundo Ma-radei, diversos fatores levaram o crescimento a umdígito neste ano, sobretudo o cancelamento ou a pos-tergação de compras pelo governo e maior descontopraticado pelas fabricantes de genéricos. Em 2015, o

Page 8: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.8

Continuação: Alemã Merck unifica marcas e cria nova identidade mundial

mercado farmacêutico deve crescer entre 10% e12%, depoisdealgunsanos dealtademais de15%, deacordo com a consultoria IMS Health. Esses índices,porém, são calculados sobre o preço de referênciados medicamentos e não consideram descontos con-cedidos, o que resulta em taxa real de crescimento in-ferior.

Page 9: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.9

Mercedes reafirma plano de investimento no Brasil EMPRESAS

Eduardo Laguna

De São Bernardo do Campo

Apesar da crise que derrubou a demanda por ca-minhões ao pior nível em nove anos, a Mer-cedesBenz, maior montadora de veículos comerciaisdo Brasil, reiterou ontem o plano de investir EUR500 milhões para "preparar" sua filial no país a umaaguardada recuperação do mercado no futuro - aindaque o prazo dessa retomada seja incerto para os pró-prios executivos do grupo.

"No passado, a economia brasileira trouxe re-sultados fantásticos. Vejo potencial no país porque oBrasil provou isso no passado. Estamos convencidosdequevai reagir", disse Stefan Buchner, chefe globalda divisão de caminhões da Mercedes, após par-ticipar de evento que apresentou a jornalistas os no-vos caminhões da marca nas linhas média,semipesadaeextrapesada, quechegamjunto com umaumento de 5% na tabela de preços da montadora.

"Vemos um futuro brilhante nos próximos anos. Paramim, a recuperação do mercado é uma questão de

tempo", acrescentou o executivo, citando a pujançado agronegócio ao justificar sua expectativa. Aindaque não tenha se arriscado a projetar quando a in-dústria de veículos de carga sairá do atoleiro, as de-clarações de Buchner deram um tom otimista a umsetor que tem convivido com notícias negativas háquase dois anos.

Em 2015, as vendas de caminhões no Brasil caem43,9%, levando aprodução aomenor patamar em do-ze anos. Não muito diferente à média da con-corrência, a Mercedes está vendendo 43% menos doque em 2014.

Mesmo assim, diretores da montadora garantiramque a empresa não vai tirar o pé do acelerador na exe-cução de projetos já aprovados. Pela cotação do euronaépoca em queos investimentos foram anunciados,a Mercedes tem, em reais, um orçamento de R$ 1,7bilhão a desembolsar no negócio de caminhões e ôni-bus entre 2014 e 2018. Não entra na conta os R$ 500milhões desembolsados na construção da fábrica quevai montar carros de luxo no interior paulista a partirde fevereiro.

Parte desse investimento teve seus frutos reveladosontem, com o lançamento de novos caminhões. Emtempos de vacas magras, o evento foi realizado na fá-brica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista,porque a montadora não quis gastar o dobro paraapresentar os modelos durante a Fenatran, o prin-cipal evento do setor, que acontece no mês que vemno pavilhão de exposições do Anhembi, na zona nor-te da capital paulista.

Mais do que desenvolver novos produtos, o pro-grama contempla a reorganização das atividades dasfábricas da Mercedes, na qual a produção do ca-minhão leve Accelo será transferida de Juiz de Fora,em Minas Gerais, para São Bernardo. A fábrica mi-neira, nessa reestruturação, passará a concentrar a

Page 10: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.10

Continuação: Mercedes reafirma plano de investimento no Brasil

produção das cabines de todos os modelos da mon-tadora.

Outra parcela significativa dos investimentos serádestinada à modernização da fábrica do ABC. Ao ali-nhar a unidade ao padrão tecnológico das melhoresfábricas da multinacional alemã no mundo, Buchnerrevelou que o objetivo é integrar o parque industrialpaulista à rede global de produção de caminhões dogrupo, a exemplo do que já acontece na fabricação demotores. A partir dessa estratégia, a produção bra-sileira teria condições, ao menos técnicas, de com-plementar operações da Mercedes na Europa, saindodo cerco da América do Sul, que absorve quase todasas exportações da filial brasileira. "Temos discutidointensamente como fazer isso com a equipe de ges-tores daqui", disse o executivo ao falar com jor-nalistas.

Philipp Schiemer, presidente da Mercedes no Brasil,vê risco de o setor não iniciar uma reação antes de2018, mas diz que; a despeito da recessão, a mon-tadora não vai abortar projetos já iniciados. "Projetosde fábricas ou novos produtos têm ciclo prolongado.Não se muda em um ano. Uma vez iniciado, não sepode parar", afirmou o executivo, acrescentando queadecisão de investimento também se fundamenta emobjetivos de longo prazo. "Olhamos para os pró-ximoscinco anos evemosquaissão as necessidades",disse Schiemer.

A montadora já colocou em prática o recente acordode adesão ao programa de proteção ao emprego (P-PE), o que lhe permite parar as atividades no ABC,semremuneraro dia de folga, uma vez por semana. Aferramenta, porém, não soluciona totalmente o pro-blema de ociosidade da fábrica, que gira ao redor de40%, enquanto o PPE acertado com os empregadosprevê areduçãoda jornada detrabalhoem até 20%.

Schiemer disse ontem que, pelo ritmo atual, a pro-dução no ABC precisa ser suspensa oito dias pormês,mais do queos quatro do PPE. A montadora, en-tão, poderá ter de fazer paradas adicionais às pre-vistas no programa, assumindo, contudo, nesse casotodo o custo das horas não trabalhadas. A Mercedesainda não fechou a programação das férias de fim deano, mas Schiemer adiantou que a montadora deveráfechar durante "boa parte" de dezembro. No ano pas-sado, quando as vendas de caminhões já estavam embaixa, a companhia interrompeu a produção no ABCe em Juiz de Fora (MG) durante todo o mês de de-zembro.

--

Em reais, filial tem um orçamento de R$ 1,7 bilhão adesembolsar no negócio de caminhões e ônibus até2018

Page 11: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.11

Retomada de venda externa é lenta para indústriastêxteis EMPRESAS

Iemi espera queda no consumo interno e prevê que a produção de artigos decama mesa e banho será 2,5% menor

Iemi espera queda no consumo interno e prevê que a produção de artigos decama mesa e banho será 2,5% menor

Cenários Apesar do dólar favorável, exportações deitens de cama, mesa e banho devem ter ligeiro recuoCibelle Bouças De São PauloO mercado de cama, mesa e banho, que no ano pas-sado produziu o equivalente a US$ 6,5 bilhões e ex-portou US$ 33 milhões vive mais um ano difícil. Omercado interno se retraiu e as vendas externas nãodão sinal de melhora. As indústrias do setor, que bus-caramavançarno mercadoexterno aproveitando aal-ta do dólar, ainda não obtiveram ganhos com ainiciativa. As empresas que se voltaram ao mercadodoméstico tiveram que ampliar os gastos com li-cenciamento e inovações, para atrair os con-sumidores. De acordo com dados da AssociaçãoBrasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit),no período de janeiro a agosto, as exportações de ar-tigos de cama, mesa e banho somaram 1.991 to-neladas e movimentaram US$ 19,86 milhões. Emvolume, houve queda de 3,7% em comparação aomesmo período de 2014. Em receita, a retração foi de14,36%. No período, as indústrias reduziram o preçomédio de exportação das peças em 11%. "Tem sidodifícil retomar as exportações. O mercado in-

ternacional não está muito receptivo", afirmou JoãoMarchewsky, presidente do conselho de ad-ministração e sócio controlador da catarinense Buet-tner. O executivo acrescentou que o esforço feitopela companhia até o momento rendeu contratos no-vos no mercado externo, mas a perspectiva é que ocrescimento das exportações se dê a partir do quartotrimestre. No segundo trimestre do ano, as ex-portações da Buettner atingiram R$ 7,07 milhões,com aumento de 21,5% em relação ao segundo tri-mestre de 2014. A receita líquida total da companhiaaumentou 13,4%, para R$ 32 milhões. A Buettner fe-chou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 6,6 mi-lhões, ante um prejuízo de R$ 5,9 milhões um anoantes, com elevação nas despesas.Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos eMarketing Industrial (Iemi), ponderou que as em-presas brasileiras ficaram muitos anos fora do varejointernacional de cama, mesa e banho e a retomada declientes é um processo demorado. "Neste momentoas indústrias começam a fazer entregas de teste, fazparte do processo de retomada da confiança", afir-mou. Para o analista, as empresas tendem a apre-sentar melhora nas exportações a partir de 2016. OIemi projeta para o ano de 2015 uma queda nas ex-portações de itens de cama, mesa e banho de 0,3%,para 15,4 milhões de peças, e queda de 5,5% nas im-portações, para 63,6 milhões de unidades. Oconsumo no país está estimado em 7973 milhões depeças, volume 2,8% inferior ao de 2014. A produçãonacional, segundo o Iemi, terá queda de 2,5% nesteano, para 749,1 milhões de unidades. Os resultadosdas companhias do setor refletem a dificuldade de re-tomada das exportações. A Karsten também relatou,no primeiro trimestre do ano, uma queda de 63,4%nas vendas externas, chegando a 107 toneladas deprodutos. No mercado interno, a queda foi de 38,2%,para 1,5 mil toneladas. A Karsten ainda não divulgouresultado do segundo e terceiro trimestres. A Teka,

Page 12: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.12

Continuação: Retomada de venda externa é lenta para indústrias têxteis

por sua vez, apresentou aumento de 64,6% nas ex-portações no segundo trimestre, com receita de RS3,8 milhões, montante 64,6% acima do registrado nomesmo período de 2014. Apesar do índice alto, omontante é baixo se comparado à líder no setor,Springs Global, controlada pela Coteminas.A Sprin-gs Global, dona das marcas Artex, Santista, MMar-tan e Casas Moysés, registrou no segundo trimestrereceita de R$ 199,8 milhões com vendas na Américado Norte, e crescimento de 34,4% ante igual períodode 2014. Sidnei Abreu, presidente da AssociaçãoBrasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), observou que acrise na economia brasileira também afeta o de-sempenho no mercado interno das indústrias. "Asempresas queapresentam crescimento são as quedão

alguma diferenciação aos seus produtos", disse. Umdesses casos é a catarinense Cia. Fabril Lepper, queconcentrou seu foco no segmento de produtos in-fantis, mantendo com isso um aumento de 8% nasvendas em relação ao ano passado. A Lepper fez umacordo com a Cartoon Networks para ampliar de 17para 23 o número de marcas infantis licenciadas paraprodução de toalhas e roupas de cama. Ênio AlfredoKohler,diretor comercialdaLepper, disse queas ven-das de produtos licenciados, que representavam 40%da receita da companhia em 2014, aumentaram para50% neste ano. "Essas linhas infantis têm sustentadoo nosso crescimento em 2015%", disse.

Page 13: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.13

Odebrecht planeja ampliar áreas de atuação emPortugal

EMPRESAS

Fábio Januário, diretor do grupo: além de obras, plano é vender produtospetroquímicos e etanol no mercado português

Fábio Januário, diretor do grupo: além de obras, plano é vender produtospetroquímicos e etanol no mercado português

Construção pesada

---

Renato Rostás

De São Paulo

-

A recuperação da economia portuguesa, após a aus-teridade imposta pelos credores no pós-crise fi-nanceira de 2008, pode abrir as portas para expansãode negócios da Odebrecht no país. Em entrevista aoValor, Fábio Januário, diretor da empreiteira para aregião que engloba Portugal, Emirados Árabes Uni-dos e Líbia, disse que oportunidades em in-fraestrutura portuária e ferroviária serão o foco, masque o grupo vai também tentar diversificar seus ne-gócios além de engenharia e construção.

Um dos objetivos da companhia é ramificar sua ati-vidade no mercado luso e fazê-lo uma base de entrada

para a região em termos de produtos in-dustrializados. O executivo afirmou que os prin-cipais setores seriam o petroquímico, o de etanol eparcerias entre portos e a Embraport, sociedade entrea Odebrecht TransPort e a Dubai Ports World, lo-calizada em Santos (SP).

No setor petroquímico, a Odebrecht possui 50,1% docapital com direito a voto da Braskem, a maior dasAméricas nesse ramo de atuação. O controle é di-vidido com a Petrobras, que detém 47%. No segundotrimestre, a companhia gerou 24% de sua receita lí-quida com exportações e mais 17% com vendas di-retas nos EstadosUnidos enaEuropa. Já em etanol, aatuação é por meio da Odebrecht Agroindustrial,com capacidade produtiva de 3 bilhões de litros deetanol por ano.

Para a Embraport, a parceria seria com novos portosque a brasileira pode investir no futuro. Isso está nohorizonte de Januário, já que essa seria uma lacunaainda a preencher na malha de infraestrutura do país.O interesse específico, no momento, é em um ter-minal no Barreiro, na margem sul do rio Tejo. "En-xergamos nossa atuação em Portugal a curto e médioprazo nos segmentos ainda com lacuna e que podemgerar riquezas para o país", disse. "As mais im-portantes são a portuária e a ferroviária."

O grupo chegou ao mercado português há 27 anos esempre aproveitouaproximidade com acomunidadeeuropeia, segundo o executivo. Dentre as obras des-tacadas pela empresa, surgem o metrô de Lisboa; aponte Vasco da Gama, sobre o rio Tejo; além de par-ticipações no sistema rodoviário. A única concessãoainda operada é a do Baixo Tejo, na capital.

Sobre o setor ferroviário, é expectativa da Odebrechtque o governo de Portugal lance, provavelmente no

Page 14: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.14

Continuação: Odebrecht planeja ampliar áreas de atuação em Portugal

ano que vem, um pacote considerado "significativo"pelo diretor da subsidiária. Essa perspectiva tem aver, dentre outro fatores -como a lacuna citada peloexecutivo na malha ferroviária - pelo recente rea-quecimento da economia portuguesa.

"Portugal vive um momento muito particular em suaeconomia. Entrou em recuperação com os credores eo processo de equilíbrio das contas fiscais, que é umdesafio, é satisfatório", afirmou Januário. "Já hásinalde retomada do crescimento e da redução do de-semprego e vamos continuar participando desse mo-mento."

Durante a crise que abalou não só Portugal, mas amaioria das nações europeias periféricas, o diretorconta que conquistar negócios era bem mais difícil.Com a recessão, o governo deixou de lançar pacotesde infraestrutura e a competição se acirrou, explica.A concorrência levou a quedas na rentabilidade dosprojetos e a Odebrecht adotou uma postura de maiorseletividade.

"Alguns 'players' [no mercado europeu] têm capitalaberto eatendem aseus acionistas.Então às vezes po-dem ser obrigados a repor carteira de ativos e, talvez,

enxerguem mais quantidade do que qualidade", dis-se.

Sobre operar novas concessões, Januário explica queo maior interesse da empresa - que funciona em Por-tugal por meio da Odebrecht Infraestrutura - seria emágua e saneamento, à medida em que existirem pro-jetos do governo nessas áreas.

O executivo também responde pelos negócios nosEmirados Árabes Unidos e na Líbia. Em Abu Dhabi,a empreiteira conquistou o contrato de uma estaçãode bombeamento de esgoto, que passa pelo meio dodeserto e vai cuidar de todo o sistema local.

Mas na Líbia a perspectiva é bem pior. "Temos doisgrandesprojetos, o do aeroporto internacional deTrí-poli [capital do país]eo terceiro anel rodoviário daci-dade", disse. "Desde a Primavera Árabe, contratosforam suspensos, há maior instabilidade e não con-seguimos retomar as obras. Negociamos com ossócios o encerramento desses contratos e queremosresolver esse assunto até o fim de 2016", acres-centou.

Page 15: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.15

El Niño dá impulso ao preço das commoditiesagrícolas

THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Lucy Craymer The Wall Street Journal, de HongKong ---O fenômeno climático El Nino está começando aele-var os preços das commodities agrícolas à medidaque seu impacto se espalha por importantes regiõesprodutoras, como a América do Sul e a Ásia. Os ser-viços meteorológicos dos Estados Unidos e da Aus-trália alertaram, nas últimas semanas, que o efeito doEl Niño pode ser o mais severo em quase 20 anos. Nofim da semana passada, a Agência Meteorológica doJapão afirmou que as temperaturas da superfície dooceano Pacífico estão "notavelmente acima do nor-mal" e alertou que elas podem até mesmo atingir oseu maior nível desde 1950. Os agricultores, por suavez, fazem alertas sobre o risco potencial para suaprodução. Produtores de açúcar do Brasil dizem quefortes chuvas podem reduzir o conteúdo de açúcar nacana. E na Austrália, Ásia e algumas regiões da Áfri-ca, agricultores dizem que a seca pode prejudicar sa-fras como as de óleo de palma, trigo, cacau e café.Vários preçosagrícolas já saltaram acima desuas mí-nimas devido aos receios de uma escassezrelacionada às condições climáticas. Nas últimas trêssemanas, os preços do açúcar subiram 31%, os dosprodutos lácteos avançaram 36%, os do óleo de pal-ma, 13,1% e o trigo ficou 6,1% mais caro. O El Ninoocorre quando os ventos do Pacífico equatorial per-dem força ou mudam de direção. Isso causa o aque-cimento daágua em uma vasta área, o quepor sua vezpode ter consequências meteorológicas no mundo to-do. Os consumidores de todos os países estãocomeçando a sentir os efeitos: os preços dos ali-mentos subiram em setembro em todo o mundo pelaprimeira vez em 18 meses, impulsionados pelos pre-ços mais altos do açúcar e dos lácteos, informou nasemana passada a Organização das Nações Unidaspara a Alimentação e a Agricultura (FAO). Algunsmoradores da Ásia estão sentindo o El Nino de formadiferente.

Page 16: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.16

Continuação: El Niño dá impulso ao preço das commodities agrícolas

Uma densa camada de fumaça paira sobre Cingapuradesde meados de agosto, provocada pela queimadadas florestas na Indonésia para o plantioda palma. Asqueimadasduraram mais queo normal devido às con-dições de seca causadas pelo El Nino, tornando seuimpacto "realmente tangível", diz Joseph In-calcaterra, economista do HSBC.O efeito totaldo fe-nômeno climático nos preços das commodities develevar ainda vários meses para ser conhecido. O El Ni-no só deve atingir seu auge depois do fim do ano epersistir em 2016. No passado, os preços das com-modities (excluindo combustíveis) subiram 5,3%em média nos 12 meses anteriores ao anúncio doevento do El Nino, segundo o Fundo Monetário In-ternacional. Ainda assim, várias instituições go-vernamentais do setor de alimentos em grandespaíses produtores da Ásia já reduziram suas pre-visões para 2016 por conta da seca inesperada. AAssociação de Café e Cacau do Vietnã, a Vicofa, es-tima que a produção de café vai cair de formasignificativa, embora não tenha especificado qual se-rá o provável impacto.A Associação Tailandesa de Exportadores de Arrozprevê que a produção de arroz vai ser entre 15% e20% menor. Augyawati Joe, porta-voz da As-sociação Indonésia de Óleo de Palma, disse que asplantações por toda a Indonésia estão registrandocondições mais secas que o normal, o que está atra-sando o desenvolvimento da planta. Além disso, apersistência das queimadaspara preparar as terras pa-ra o plantio tem provocado muita fumaça, o que podeprejudicar a produção neste fim de ano, diz a por-

ta-voz. Isso pode, por fim, afetar a oferta de óleo depalma, elevando os preços dessa commodity usadaem produtos que vão desde alimentos processados abatons. Em agosto, o preço do óleo de palma recuoupara seu nível mais baixo em seis anos. Ainda assim,pode levar cerca de seis meses para que o impacto to-tal na produção seja conhecido, diz Agus Purnomo,diretor-gerentedesustentabilidadedaprodutora Gol-den Agri-Resources, de Cingapura.Os produtores da Austrália também estão co-meçando a sentir o calor. No mês passado, o De-partamento de Agricultura e Recursos Hídricos daAustrália estimou que a produção de trigo no país nasafra 2015-16 atingirá 25,3 milhões de toneladas, 7%a mais que na safra anterior. Mas Tobin Gorey, eco-nomista especializado em agronegócios do bancoCommonwealth Bank of Australia, diz que a pro-dução pode ser até 2 milhões de toneladas menor de-vido a um volume de chuva abaixo do esperado emsetembro. Comas condições deseca alcançando tam-bém as regiões produtoras de trigo do Mar Negro epartes dos Estados Unidos, estão crescendo os re-ceios de um aperto na oferta global do produto. Osnegociadores australianos de trigo estão comprandocontratos futuros agora para garantir a dis-ponibilidade do grão nos embarques contratados pa-ra mais tarde nesta safra, uma prática que estáelevando os preços, diz Campbell Keene, gerente sê-nior do banco Rabobank, em Sydney.Os produtores brasileiros, enquanto isso, estão preo-cupados com o possível excesso de umidade. Chuvasacima do normal podem reduzir o conteúdo do açú-car na cana e diminuir o número de dias disponíveispara a colheita e o processamento. "Condições ad-versas no Brasil podem adoçar o cenário (de preços]para o açúcar", diz Michael Underhill, diretor de in-vestimentos da firma Capital Innovation. Apesar de aprodução de cana-de-açúcar ter subido 0,65% na sa-

Page 17: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.17

Continuação: El Niño dá impulso ao preço das commodities agrícolas

fra do Centro-Sul brasileiro em 2015-2016, a ofertade açúcar nesta safra caiu 7,28% até a segunda quin-zena de setembro, segundo relatório da Unica,associação do setor. Em relação ao mesmo períodode um ano atrás, a quantidade de açúcar produzidapor tonelada de cana recuou 7,88%. (ColaborouEduardo Magossi)

Page 18: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.18

Coragem vence desesperança EU & INVESTIMENTOS

Palavra do gestor

Carlos Eduardo Rocha

Em um passado não tão distante, vivemos um dilemaesperança e o medo. Com o discurso "a esperançavence o medo", um novo grupo político venceu aseleições.

E houve uma transição de poder bem-sucedida, dadoque a intensa desconfiança dos agentes de mercadoem relação ao novo governo foi dissipada por ine-quívocos sinais de ortodoxia e não ambiguidade depolítica econômica.

Como a história se repete, vivemos novamente umagrande desconfiança do mercado em relação ao go-verno, que estava focado na necessidade de um ajustefiscal robusto. O objetivoera fazer frente às crisesex-terna, causada pela queda nas commodities, e in-terna, após os contínuos estímulos ao crescimentoteremse esgotado, pela ausênciadecaixaepor nãote-rem gerado os resultados desejados.

Esta crise é, prioritariamente, política, pois não exis-te ajuste econômico sem uma coalização política.Como observamos, o Congresso vem se negando aaprovar um superávit primário que não seja ne-gociado e convergente com seus interesses. E o mer-cado, refém das decisões políticas, fica novamentecom o dilema entre a esperança e o medo, verificadopelas fortes aberturas de prêmio dos ativos e aversãoa risco por parte dos investidores.

A questão éque,quandoos gestoresficamentre o me-do e a esperança, podem gerar uma série de ine-ficiências no processo de investimento. Podemprovocar paralisia, quandoamudançano cenárioma-cro e a velocidade dos acontecimentos pedem umagestão ativa. Podem também acarretar leniência,quando a saída de ativos mais frágeis deve ser exe-

cutadaporqueagestão deriscoprecedeagestão dere-cursos. Podem ainda produzir distorções estatísticasmal compreendidas, pois variáveismacro, como aal-ta do dólar e dos juros, mudam o fundamento dosativos, fazendo a "esperança matemática", definidapelo valor esperado de uma experiência passada serepetir, se tomar pouco provável. E podem originarcovardia, com gestores acumulando, no longo prazo,grandes quantidades de caixa, quando na verdade re-cebem mandatos para se exporem ao risco e, se nãoencontrarem boas oportunidades, deveriam devolvero dinheiro aos investidores.

Nesses tempos de ausência de política com P maiús-culo, vale lembrar os ensinamentos de quem, talvez,nos deixou os maiores legados em termos de li-derança em ocasiões de provação, Winston Chur-chill: "Sucesso não é final, fracasso não é fatal, é acoragem para continuar que conta". Com isto, não es-tou dizendo que não se deve ter medo. Acredito quese deve ter muito medo.

A deterioração macro no Brasil foi muito grande.

Em momentos de estresse, a destruição de valor ace-lera, e acredito que esta crise pode ser pior do que asde 2008, oriunda de fatores exógenos, e de 2003, emque houve uma conversão política às boas práticaseconômicas com bases fiscais melhores.

Entretanto, coragem, em sua etimologia latina "co-raticum", écomposta por "cor", quesignificacoração(e sua origem e analogia econômica "credere", quecorresponde a crédito, confiança e compromisso) e"aticum", que significa ação. Acredito que devemosagir com muita responsabilidade e, dadas as in-certezas, priorizar a geração de "alfa", ou seja, "per-formar" em qualquer ambiente edireçãodo mercado.Em ações, se você quiser gerar alfa, deve investir em"empresas alfa". Empresas que crescem, obtêm altosretornos e lideram com ética, alinhamento de in-

Page 19: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.19

Continuação: Coragem vence desesperança

teresses e gestão de risco.

Na verdade, estou otimista e acredito que vivemosummomentorico para se extrairvalor, porqueos prê-mios e as distorções do mercado dilataram-se. Pareceincoerente porque fiz um discurso macro pessimista?"Um pessimista vê dificuldade em cada opor-tunidade, um otimista vê oportunidade em cada di-ficuldade", nos ensina novamente Churchill.

Carlos Eduardo Rocha (Duda) é sócio-fundador eresponsável pela área de asset management do bancode investimentos Brasil Plural.

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jor-nal Valor Econômico. 0 jornal não se responsabilizae nem pode ser responsabilizado pelas informaçõesacima ou por prejuízos de qualquer natureza em de-corrência do uso destas informações.

Page 20: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.20

Maria Clara R. M. do Prado MARIA CLARA R. M. DO PRADO

Retrocesso distributivo

Maria Clara R. M. do Prado

As conquistas sociais da era Lula, com toda a razãoefusivamente elogiadas no meio acadêmico in-ternacional, estão em processo de desaceleração. Oaumentodo desemprego éhoje o sinal mais visível datransição da era das vacas gordas, que perdurou pordez consecutivos anos - o PIB cresceu, em média,3,4% ao ano entre 2005 e 2014para o atual cenário depenúria econômica.

A previsão dos relatórios do FMI divulgados no en-contro anual que acaba de realizar-se em Lima nãodeixa dúvida de que uma tempestade maléfica pairasobre o Brasil, com perspectivas de alongar-se pormuitos meses. A previsão de que o PIB do país recue3% este ano e caia 1% em 2016 (FMI/outubro 2015)vem agravar substancialmente o estado de es-tagnação observado no ano passado. Fruto do ne-cessário arrocho do setor público - que no Brasilsempre toma a forma do aumento de impostos, ar-rastando para baixo o setor privado com poucosresultados práticos em função da queda da renda -edeuma conjuntura internacional nada amigável, tudocaminha na direção do reverso para pior dos in-dicadores sociais.

É difícil ter-se hoje uma avaliação acurada sobre osefeitos do ajuste fiscal no resultado das políticas so-ciais, mas começa a haver estudos com o objetivo demedir o impacto dadrásticaqueda observada nos pre-ços internacionais das commodities ao longo dos úl-timos quatro anos no comportamento da renda, emespecial nos países da América Latina, sabidamenteos maiores beneficiários do "boom" dos bens pri-mários e semimanufaturados.

O próprio FMI, no extenso relatório "Regional Eco-nomic Outlook - Western Hemisphere (oct/15) (Pa-

norama Econômico Regional - HemisférioOcidental) mostra a importância que teve o aumentodos preços das commodities na conquista da me-lhoria da distribuição de renda na América Latina. Apágina 44 do relatório menciona o levantamento rea-lizado em 154 países, com dados a partir dos anos 80,sobre a relação de causa e efeito entre aqueles dois fa-tores.

O resultado do estudo mostrou que 1% de aumentonos preços das commodities da América Latina estáassociado a um decréscimo de 0,5% da desigualdadeda renda na região, considerando o comportamentodo índice de Gini. O processo se dá por meio da me-lhoria da renda dos trabalhadores menos qua-lificados, estreitando assim, relativamente, adiferença com o ganho dos mais qualificados e, ain-da, através do aumento da capacidade fiscal para astransferências de cunho social.

Não se conhece os dados oficiais sobre os in-dicadores sociais de 2014. Todas as informações doIpeaData, que costuma compilar a série de in-formações naárea social, estão paradas em 2013. As-sim, só se sabe que o índice Gini atingiu a marca de0,527 no final daquele ano, mas não se sabe como fe-chou em 2014. As indicações, porém, são deestagnação no processo distributivo ou mesmo de re-cuo para uma piora do Gini.

Alguns dados oficiais na posição de 2013 já mostramalgum retrocesso com relação ao ano anterior. Porexemplo, é possível verificar o aumento de 2012 para2013 no porcentual de pessoas extremamente pobresno total da população, passando, respectivamente, de5,29% para 5,5%. Pela metodologia brasileira, os ex-tremamente pobres são aqueles que têm renda do-miciliarpercapita inferior à linha dapobreza, medidaem necessidades calóricas.

A estimativa do valor de uma cesta de alimentos com

Page 21: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.21

Continuação: Maria Clara R. M. do Prado

o mínimo de calorias necessárias para uma pessoa,consideradacomo o teto da linha daextrema pobreza,varia de cidade para cidade. O mais alto, no valor deR$ 156,91, é de Porto Alegre, enquanto que na árearural de Minas Gerais e do Espírito Santo encontra-seo valor mais baixo da cesta, de R$ 84,42. Vale des-tacar que esses valores aumentam com o impacto dainflação, estimada este ano em tomo de 9%.

Também já se observava em 2013 um arrefecimentono ritmo da maior participação dos 50% mais pobresna renda total, crescendo de 16,38%, em 2012, para16,42%.

Com a retração do PIB, a tendência de aumento da in-formalidade (atingiu 46,4% em 2013) também teráinfluência nos dados de distribuição de renda.

Quando o governo estiver disposto a divulgar os úl-timos dados dos indicadores sociais é que se poderáter ideia do tamanho do recuo com relação aos anosimediatamente anteriores. Por piores que sejam, noentanto, é preciso ressaltar que estarão longe da rea-lidade social do país do início da redemocratização,há 30 anos.

Ninguém pode abstrair o fato do Brasil ter atingidomuito antes do prazo e em grau expressivo a meta deredução da pobreza extrema e da fome traçada pelaONU dentro do programa "Objetivos de De-senvolvimento do Milênio", com destaque tambémpara a queda do analfabetismo na extrema pobreza.

Segundo a OCDE, em 1990, a chance de uma famílialiderada por um analfabeto estar em situação de po-breza extrema era 144 vezes maior que a família li-derada por uma pessoa de curso superior. Essa razãocaiu em 2012 para 11 vezes por família cujo chefe te-nha escolaridade superior. Um progresso estupendoem tão pouco tempo.

Muitas das conquistas sociais dos últimos quinzeanos vieram para ficar. A melhoria da frequência es-colar, que já cobre praticamente 100% das criançasdo ensinofundamental, éuma delas, contribuindopa-ra a melhor distribuição da renda no longo prazo.Mas é preciso insistir nos meios e nas formas que ga-rantem a queda da pobreza e o aumento da classe mé-dia. Entre todas, sem dúvida, a mais eficaz é ocrescimento do PIB.

--

O Brasil atingiu muito antes do prazo e em grau ex-pressivo a meta de redução da pobreza traçada pelaONU

--

Maria Clara R. M. do Prado, jornalista, é sócia di-retora da Cin - Comunicação Inteligente e autora dolivro B A Real História do Real". Escreve men-salmente às quintas-feiras. E-mail: [email protected]

Page 22: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.22

Câmbio turbina vendas de soja e milho da safra2015/16 em MT

AGRONEGÓCIOS

Grãos Quase metade das produçõesestimadasno Es-tado está comprometidaMariana Caetano De São PauloA comercialização antecipada das produções de sojae milho da safra 2015/16 continua acelerada em MatoGrosso, e quase metade das colheitas previstas já foinegociada pelos agricultores. A valorização do dó-lar, reforçada pelo repique de setembro que levou amoeda americana à casa dos R$ 4, continua a de-sempenhar um papel fundamental nesse rápido pro-gresso da comercialização, na medida em quesustenta os preços domésticos e compensa o aindabaixo patamar das cotações das duas commoditiesna bolsa de Chicago. Levantamento do Instituto Ma-to-grossense de Economia Agropecuária (Imea) in-dica queaté o iníciodeoutubro47,9% dasojaqueestásendo plantada no Estado e que será colhida apenasno início de 2016 já foi comercializada. No mesmoperíodo do ciclo passado, o percentual era de apenas15,9%. Da safra 2014/15, já colhida, resta pouco me-nos de 3% da oleaginosa a ser vendida. "O câmbio éque continua viabilizando essa conta, mantendo ba-rata [aos estrangeiros] a compra no Brasil", afirmouNei Chaves, da Focus Corretora de Mercadorias, dePrimavera do Leste (MT). Desde junho, quando asprimeiras vendas futuras de soja começaram, o dólarjá subiu quase 25% ante o real, conforme o Valor Da-

ta. No mesmo intervalo, os preços da commodity emChicago recuaram 13%, apesar da recente re-cuperação observada nos preços. Nesse contexto, asaca de 60 quilospara entrega entre fevereiro e marçode2016 está sendo negociada em Primaverado Lestea R$ 68, ou US$ 17. Em todo o Estado, o preço médioda soja disponível (colhida no ciclo 2014/15) atingiuR$ 66,09 por saca em setembro, enquanto o do grãosemeado em 2015/16 chegou a R$ 62,36. São osmaiores valores praticados para as respectivas tem-poradas, segundo o Imea.Chaves lembra que os de-mais fundamentos continuam ruins para os preços dasoja no mercado interno, especialmente em razão daoferta abundante que inundará o mercado em breve.Maior produtor mundial, os EUA estão colhendouma safra que deverá superar as 105 milhões de to-neladas, prevê o Departamento de Agricultura dopaís (USDA). No Brasil, a perspectiva da Com-panhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que ovolume ultrapasse 100 milhões de toneladas pela pri-meira vez. Segundo o Imea, as negociações da sojano país poderíam ter avançado mais, não fosse a ex-pectativa de novas altas do dólar, que deixariam ospreços domésticos ainda mais atraentes. "Uma es-tratégia arriscada, diante de preços aquecidos atual-mente, porém, podendo trazer novas oportunidadesde vendas", diz boletim do instituto.O adiantamento das vendas de milho em Mato Gros-so é proporcionalmente até mais expressivo que o dasoja. Também sob o impulso do dólar, os produtoresjá venderam 44,77% da safrinha de 2015/16, que serácolhidaapenas no segundo trimestre do anoquevem.Há umano,nãohavia negociações dasafrinha futura.Da temporada 2014/15, cuja colheita já terminou,

Page 23: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.23

Continuação: Câmbio turbina vendas de soja e milho da safra 2015/16 em MT

90,31% da produção está comprometida, também àfrente dos 70,60% do mesmo período do ano pas-sado. As negociações de milho nas últimas semanasesfriaram em função de questões logísticas, explicouChaves. "Houve reajuste no diesel, aumento da co-brança de pedágio na BR-163 e tudo isso encareceu ofrete. Assim, muitas empresas seguraram os ne-gócios para dar vazão ao que já tinham contratado".Mas, segundo o corretor, o ritmo de vendas já está

sendo retomado. Em Primavera do Leste, há ne-gócios saindo na casa dos R$ 20 a saca de 60 quilos.

Page 24: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Competitividade

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.24

Bosch do Brasil exporta até para mercado chinês CAPA

Assis Moreira De Renningen (Alemanha) ---No rastro da desvalorização de 40% do real só em2015, a alemã Bosch está conseguindo exportar au-topeças do Brasil até para a China. As vendas para omercado chinês ainda têm volume simbólico, masilustram como o câmbio melhorou acompetitividade e impulsiona vendas externas mes-mo para um cliente improvável e famoso pela pro-dução barata. Entre janeiro e agosto, as exportaçõesda Bosch do Brasil aumentaram 20%. Grande partedas transações é intra-grupo, do Brasil para aEuropa.Depois vêm as vendas para os EUA, de produtos co-mo bobinas de ignição. Também é a partir do Brasilque o grupo abastece a América Latina. A Bosch nãoé só autopeças. Inclui soluções para mobilidade, tec-nologia industrial, bens de consumo, energia e tec-nologias prediais. O grupo inaugurou ontem umnovo campus global de pesquisa em Renningen, per-to de Stuttgart, onde reunirá 1.700 "mentes criativas"em pesquisa aplicada para desenvolver produtos ino-vadores. Entre os projetos estão a condução

automática de veículos em rodovias por volta de2020. Página B3

Page 25: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Federações | FIESP

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.25

Acordo do Pacífico deve reduzir PIB de oito setoresindustriais

BRASIL

Comércio exterior Parceria Transpacífico (TPP) afe-tará exportações, diz FGV

Marta Watanabe

De São Paulo

A ParceriaTranspacífico (TPP), acordo concluídonasemana passada entre Estados Unidos, Canadá, Ja-pão e outros nove países, deve afetar as exportaçõesde segmentos importantes da indústria doméstica.Estudo do Centro de Comércio Global e In-vestimento daFundação Getulio Vargas (FGV) mos-tra que, dentre 16 setores da indústria detransformação, a TPP pode trazer perda no ProdutoInterno Bruto (PIB) para oito segmentos.

Os mais afetados seriam veículos e suas partes, comperda de1% do PIB do setoreequipamentos de trans-portes, com perda de 3%. Têxteis teriam redução de0,11%, produtos de couro e calçados, de 0,96%, en-

quanto ferro e aço teriam recuo de 0,32%. Alguns se-tores ganhariam porque a TPP pode acelerar ocrescimento de países da América do Sul integrantesdo acordo e elevar a demanda de produtos de algunssetores específicos, como equipamentos eletrônicos,que teriam alta de 0,91% no seu PIB, e de máquinas eequipamentos, com elevação pequena, de 0,08%.

Coordenado pelos professores Vera Thorstensen eLucas Ferraz, o estudoleva em conta liberalizaçãoto-tal de tarifas e 50% de redução das barreiras não ta-rifárias entre os países membros da TPP. Tambémparticiparam do estudoCarolinaMüller, RodolfoCa-bral, Belisa Eleoterio e Thiago Nogueira.

Composto por 12 países EUA, Japão, Austrália, Ca-nadá, México, Malásia , Chile, Nova Zelândia, Peru,Cingapura, Vietnã e Brunei -, o futuro bloco reúne800 milhões de consumidores e representa 40% doPIB mundial.

"Trata-se de um mega-acordo que tem potencial paraestabelecer novos padrões globais de regulação quevão além de tarifas, alcançando barreiras não ta-rifárias como exigências técnicas, sanitárias e fi-nanceiras", diz Welber Barrai, sócio da Barral MJorge e ex-secretário de Comércio Exterior. Para ele,as perdas estimadas hoje podem ser muito maiorespara alguns segmentos da indústria de trans-formação.

"Há alguns fatores dinâmicos, que podem fazer di-ferençaequenãose podeavaliar neste momento,por-que a TPP deve trazer novos padrões que ainda serãodefinidos em termos de barreiras não tarifárias, comexigências de novas certificações", destaca Barrai."Essas barreiras trazem custos e serão reduzidas paraquem está dentro do acordo e mais elevadas paraquem está fora. Com novos padrões, o impacto das

Page 26: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Federações | FIESP

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.26

Continuação: Acordo do Pacífico deve reduzir PIB de oito setores industriais

barreiras não tarifárias sobre a exportação da in-dústria doméstica pode ser muito maior."

A TPP, diz Vera , muda o cenário da regulação do co-mércio mundial. "Há uma mudança geoeconômica.Os Estados Unidos se fortalecem, com impacto paraa China." Há um esvaziamento, analisa, daOrganização Mundial do Comércio (OMC )e aperspectiva de novos padrões que poderão surgir daconvergência regulatória da TPP farão com que aUnião Européia (UE), preocupada com o mercadoasiático, tenha interesse em acelerar a negociaçãocom os Estados Unidos para a conclusão da ParceiraTransatlântica (TTIP).

A parceria entre americanos e europeus, ainda se-gundo estudo da FGV, pode reduzir em 5% as ex-portações do Brasil para EUA e UE e em 3,9% asimportações brasileiras originadas dessas duas re-giões, que atualmente respondem por 30% dosembarques brasileiros, segundo o Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"Isso afeta o Brasil e os demais emergentes que estãofora dessas negociações. Os padrões estabelecidosnessas parcerias irão ditar a regulação para todos" dizVera. Para ela, isso toma-se urgente ao Brasil buscaracelerar os acordos em negociação, como os de livrecomércio entre europeus e Mercosul.

"Precisamos atuar em várias frentes", declara Barrai."Além da negociação com a UE, é preciso apro-fundar os acordos com os países da América do Sul.O interesse nisso ficou claro nasemana passada, coma assinatura do acordo com a Colômbia que englobacomércio e investimentos." Para ele, é preciso tra-balhar no queéviávelepodeser negociadoem prazosmais curtos. "Acordos de facilitação decomércio não

resolvem tudo, mas são importante porque reduzemcustos."

Ontem, o titular do Mdic, Armando Monteiro, aven-tou a possibilidade de adesão futura do Brasil à TPP edisse que há necessidade de o Brasil "integrar-se deforma mais efetiva à rede de acordos internacionais"(ver reportagem ao lado).

Para Julio Gomes de Almeida, economista da Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-se-cretário de Política Econômica, o ministro aponta o"caminho certo", embora seja necessário que a pro-posta ganhe espaço e o Brasil consiga flexibilizaçãocom os parceiros do Mercosul.

O melhor caminho para o país, avalia Almeida, seriao multilateralismo. A convergência regulatória pormeio de acordos como TPP e TTIP, diz ele, tendem aaprofundar o desnível entre as regiões em relação àintegração nas cadeias globais de valor. A conclusãoda TTP, porém, toma necessário reduzir essa "de-fasagem" entre as iniciativas do Brasil e as ne-gociações das quais participam países da América doNorte, Ásia e Europa.

"É preciso lembrar que esses grandes acordos acon-tecem como resultado de fortes movimentos de gran-des empresas, cerca de 400 no mundo, responsáveispor 80% das cadeias globais de valor", destaca Al-meida. Para elas, diz, a convergência de padrões é um"sonho".

A vantagem do Brasil, diz o professor da Unicamp, éque boa parte dessas empresas possui pé no Brasil."A questão équeessas companhiasnãousamo Brasilcomo plataforma de exportação, mas essencialmentepara produção ao mercado doméstico." Para ele,

Page 27: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Federações | FIESP

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.27

Continuação: Acordo do Pacífico deve reduzir PIB de oito setores industriais

além de manutenção de câmbio favorável à ex-portação, iniciativas do Brasil no sentido de har-monização de regulação e de facilitação de comérciopodem fazer com que se desperte o interesse das em-presas em exportar pelo Brasil, inserindo o país nascadeias globais de valor.

Thomaz Zanotto, diretor de relações internacionais ede comércio exterior da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp ),diz que a entidade

deve propor ao governo a abertura de mecanismos deconsulta às negociações não só da TPP como daTTIP. Esses acordos, diz, estabelecem padrões quepodem ser interessantes para o Brasil e que con-vergem com normasqueo país já adota no campo tra-balhista e ambiental, por exemplo.

Page 28: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.28

Sem título EDITORIAL ECONÔMICO

Indústria tem queda profunda e generalizadaO comportamento da indústria de São Paulo, queabriga o parque industrialmais amplo ediversificadodo País, foideterminante para o recuo de6,9% dapro-dução do setor, entre os primeiros oito meses de 2014e de 2015, e de 9%, entre os meses de agosto dos doisanos. Mas, além de São Paulo, a crise industrial é tãogeneralizada e profunda que alcançou 10 das 14 re-giões objeto da Pesquisa Industrial Mensal Regionaldo IBGE. Com a exceção do Espírito Santo, que de-pende muito da área extrativa, mesmo nos locais on-de houve indicadores positivos estes foram poucoexpressivos. A indústria é o segmento mais afetadopela recessão, registrando recuo mais intenso que odo PIB. Se há um aspecto menos negativo nesse qua-dro desanimador é o de que, se confirmar o padrãohistórico, a indústria será o setor que mais ra-pidamente se recuperará, no futuro, quando o con-junto da economia retomar o crescimento. Nacomparação entre agosto de 2014 e agosto de 2015,em cinco Estados a queda foi superior a 10% - noAmazonas, o recuo foi de 13,8%, seguindo-se SãoPaulocom 12,9%, RioGrandedo Sul com 12,6%, Pa-raná com 11,4% e Ceará com 10,8%. Em São Paulo,

16 das 18 atividades pesquisadas caíram na com-paração anual, puxadaspelo declínio de32,6% no se-tor de veículos automotores, reboques e carrocerias -ou seja, na indústria automobilística. As atividadesde coque, derivados de petróleo e biocombustíveiscederam 114% eas dealimentícios, 5,9%. Caiu apro-dução de equipamentos de informática, produtos ele-trônicos e ópticos (-36,2%), de farmoquímicos efarmacêuticos (-18,8%), deprodutos deborracha edematerial plástico (-13,3%), de máquinas, aparelhos emateriais elétricos (-12,4%), de produtos de metal(-104%), de outros produtos químicos (-5,6%) e detêxteis (-20,8%). Quedas expressivas ocorreram emEstados onde o parque industrial é forte: Rio (-4%) eMinas (-4,7%). A indústria tem operado com tantadi-ficuldade que já começam a faltar produtos nas gôn-dolas dos supermercados, seja pelas difíceisnegociações de preço entre produtores, atacadistas evarejistas, seja pelo impacto da desvalorização doreal sobre os itens que dependem de insumos im-portados. A inflação, afinal, afeta crescentemente aprodução. Itens que já apresentavam declínio, comogasolina, óleo diesel e derivados, poderão ser aindamais atingidos com o impacto do reajuste de preços.

Page 29: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.29

A incrível ameaça da Unasul NOTAS & INFORMAÇÕES

Comose o Brasil fosse uma república bananeira, seminstituições democráticassólidasevulnerável acons-piratas e golpes cucarachos, o secretário-geral daUnião das Nações Sul-Americanas (Unasul), Er-nestoSamper, declarouqueaentidade respalda apre-sidente Dilma Rousseff e que pode expulsar o País daorganização caso o Congresso decida pelo im-peachment sem que haja uma "causa criminal".

Samper esteve no Brasil no último dia 13 e reuniu-secom Dilma no Planalto. Saiu do encontro dizendo-seconvicto de que Dilma é uma "pessoa honesta" e quefoi "eleita constitucionalmente", razão pela qual aUnasul espera "que todos os temas políticos sejamtratados dentro do Congresso em respeito à Cons-tituição eem respeito às normasuniversais sobre o di-reito de defesa".

A declaração de Samper sugere que o eventual im-peachment de Dilma está sendo urdido em des-respeito à Constituição - ou seja, ele insinuou que háum golpe em curso no Brasil. É exatamente esse odiscurso da própria Dilma, que nos últimos dias temtratado as articulações políticas contra ela no Con-gresso como se constituíssem a semente de um "gol-pe à paraguaia".

A tramóia, segundo o raciocínio de Dilma, agora res-paldado por Samper, visa a explorar as brechas doCongresso e a fragilidade da base governista para ar-quitetar a queda da petista, inventando pretextos su-postamente chancelados pela Constituição. Dilmaacredita que foi uma operação desse tipo que em2012 selou a sorte do então presidente do Paraguai,Fernando Lugo, que sofreu impeachment após umprocesso que durou pouco mais de 24 horas. Emboranenhuma lei paraguaia tenha sido violada no caso,Dilma e sua colega argentina, Cristina Kirchner, de-nunciaram o "golpe"earticularam asuspensão do Pa-raguai do Mercosul.

Agora, conforme ameaçou Samper, é o Brasil quecorre o risco de ser punido. O colombiano disse aojornal Valor que "existe uma cláusula democráticaque prevê que a Unasul deve intervir para evitar que,de uma maneira brusca, se altere a ordem cons-titucional".

É evidente que Samper não fala por si nem pela Una-sul. Ele fala por Dilma, que certamente quer usar aameaça diplomática vocalizada pelo secretário-geralda Unasul como mais um argumento a favor da ma-nutenção de seu mandato.

A Unasul é um dos grandes símbolos da temporadaburlesca que testemunhou a ascensão simultânea dolulopetismo, do chavismo edo kirchnerismonaAmé-rica Latina. Nasceu com a tarefa de defender os re-gimes bolivarianos contra todas as tentativas dedenunciar o retrocesso democrático que eles re-presentavam. Envernizada como instituição"democrática", a Unasul nada mais é do que um ins-trumento dos autocratas que pretendem se perpetuarno poder na Venezuela, no Equador e em outros can-tos latino-americanos.

Enquanto a Unasul se sentiu na obrigação de advertira oposição brasileira de que o País pode sofrer gravesconsequências diplomáticas se o processo de im-peachment for adiante, nenhuma palavra foidita pelobloco a respeito das inúmeras violências cometidaspelo governo da Venezuela contra os adversários doregime.

Às portas de uma eleição legislativa que, de acordocom todas as pesquisas, deve resultar em aca-chapante derrota do presidente Nicolás Maduro, re-crudesce a repressão à imprensa e aos opositoresvenezuelanos. E,para quenãohaja testemunhas,Ma-duro proibiu queacampanha eleitoraleavotaçãode6de dezembro sejam acompanhadas por observadoresindependentes. Somente os delegados da Unasul, to-

Page 30: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.30

Continuação: A incrível ameaça da Unasul

talmente submissos aos interesses chavistas, estãoautorizados a verificar a lisura do pleito.

Diante desse histórico, não surpreende que Dilma seagarre à Unasul para tentar conferir à defesa de seumandato um caráter transcendental. Mas, na re-

motíssima hipótese de que a ameaça se cumpra e oBrasil venha a ser excluído da Unasul em razão daeventual destituição de Dilma, pode-se dizer, con-forme apropriada expressão popular, que o Brasil te-rá matado dois coelhos com uma só paulada.

Page 31: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.31

Aliança para o atraso NOTAS & INFORMAÇÕES

Seainda valer algumacoisa oapoio dapresidenteDil-ma Rousseff, o candidato kirchnerista à presidênciadaArgentina, Daniel Scioli, tem motivo para estar sa-tisfeito. Ao deixar o gabinete no Palácio do Planalto,na terça-feira, ele disse ter recebido "bons augúrios"da presidente. Scioli mantém a liderança na disputa,segundo as pesquisas. Se tudo correr como desejamos governos dos dois países, a aliança entre petismo ekirchnerismo continuará produzindo frutos por al-guns anos. Até agora, os frutos foram a estagnaçãoeconômica dos dois países, a inflação crescente, apa-ralisia do Mercosul, uma diplomacia comercial nacontramão do mundo e uma porção de prejuízos parao Brasil, uma das maiores vítimas, provavelmente amaior, do protecionismo argentino. Mas o candidatooficialista à sucessão da presidente Cristina Kirchnerensaiou, ao falar à imprensa, duas boas notícias - outalvez nem tanto.

O governo de seu país, afirmou Scioli, deixará de exi-gir dos empresários a declaração jurada de im-portações, uma barreira contestada por váriosparceiros comerciais em processo iniciado em 2012.

Derrotada em 2014, a Argentina recorreu, sem re-sultado, e em janeiro deste ano saiu a decisão de-finitiva da Organização Mundial do Comércio(OMC ):será preciso eliminar a exigência ou sub-meter-se a retaliações. Por acordo com os EstadosUnidos, o iniciador da ação, definiu-se um prazo até31 de dezembro de 2015 para a solução do problema.

Empresas brasileiras poderão ser beneficiadas, masninguém terá de agradecer a intervenção do governobrasileiro, porque esse apoio nunca existiu. Apre-sentada a queixa inicial pelos Estados Unidos, vários

interessados aderiram ao processo: Arábia Saudita,Austrália, Canadá, China, Coréia, Equador, For-mosa, Guatemala, índia, Israel, Japão, Noruega, Suí-ça, Tailândia, Turquia e União Européia.

O Brasil, um dos mais afetados pelas barreiras co-merciais argentinas, manteve-se distante, em maisuma demonstração de tolerância ao protecionismodo vizinho. Os abusos da diplomacia comercial ar-gentina aumentaram a partir da crise iniciada em2008.

O governo brasileiro reclamou ocasionalmente, massempre acabou aceitando sem muita resistência asimposições do kirchnerismo. Da mesma forma, sem-pre aceitou prorrogar, e nos termos ditados pelo go-verno argentino, o acordo automotivo, adiandorepetidamente a liberalização do comércio de veí-culos e componentes no interior do Mercosul.Agora, nem há mais um prazo previsto para essa li-beralização.

E se for descumprida a promessa de extinção das de-clarações juradas? O Brasil nem sequer entrou na lis-ta de interessados no processo. A solução cumprir adeterminação da OMC ou sujeitar-se à retaliação -dependerá de países diretamente envolvidos na ação,como os Estados Unidos. Brasília dificilmente agiriacom firmeza para defender os interesses comerciaisdo País.

O Mercosul nunca funcionou de fato como área delivre-comércio, mas tem status de união aduaneira,um estágio superior de integração. Membros de umaunião aduaneira só podem celebrar acordos de liv-re-comércio em conjunto, por causa da tarifa externa

Page 32: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.32

Continuação: Aliança para o atraso

comum. A resistência argentina tem sido o principalobstáculo ao acordo com a União Européia, ne-gociado desde os anos 90. Segundo Scioli, há uma"predisposição" daArgentina detrabalhar com oBra-sil por esse acordo com os europeus, mas cuidandosempre de "proteção aos trabalhadores" argentinos.Ele fala como se o debatemal tivesse começado eain-da fosse preciso discutir longamente a troca de ofer-tas entre os blocos.

Há anos empresas brasileiras perdem espaço no mer-cado argentino. As barreiras têm prejudicado mais oBrasil que os exportadores da Ásia, a começar pelaChina, agora em posição de força como fonte de fi-nanciamentos e de investimentos para a Argentina.Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff torce pe-la continuidade do kirchnerismo e do Mercosul tra-vado pela Argentina.

Page 33: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.33

Sem título ECONOMIA

Será que a gigante de bebidas, comandada por bra-sileiros, ainda vai acabar comprando a Coca-Cola?

A batalha se estendeu por um mês, com muitas idas evindas. Em setembro, a SABMiller, segunda maiorcervejariado mundo,anunciou queestava sendo alvode uma investida por parte de sua maior concorrente,a AB InBev. Seguiram-se uma saraivada de ofertas,escaramuças na imprensa e conversas tensas a portasfechadas: entre os maiores acionistas da empresa es-tão uma gigante do tabaco, o elegante herdeiro da fa-mília mais rica da Colômbia e três bilionáriosbrasileiros, para não falar no fundo público de in-vestimentos da África do Sul. Na terça-feira, um diaantes de expirar o prazo estabelecido pela legislaçãode aquisições corporativas da Grã-Bretanha (a SAB-Miller está listada na bolsa de Londres), as duas em-presas anunciaram um acordo preliminar.

Se concretizada, a fusão de US$ 106 bilhões será aterceira maior da história. Juntas, as duas cervejariasconcentrarão metade dos lucros do setor, venderãoduas em cada três garrafas de cerveja consumidas nomundo inteiro e terão faturamento aproximadamente50% superior ao da Coca-Cola. Acertar o valor do ne-gócio até que foi fácil. Tirar a fusão do papel - e, maisainda, administrar o recém-formado titã - será maisdifícil.

Não chega aser surpresa queaAB Inbev tenha obtidoum acordo. Trata-se de uma das empresas de es-tratégia aquisitiva mais agressiva do mundo. Em1989, os três criadores do fundo de private equity 3Gcompraram uma cervejariabrasileira deporte médio.Essa empresa então se pôs a absorver concorrentesmaiores em três continentes, até tomar-se a maiorcervejaria do mundo.

Além disso, os últimos tempos não têm sido fáceispara a AB Inbev. Em diversos mercados im-portantes, os consumidores vêm trocando a cerveja

por outras bebidas. E quando optam pela cerveja, ca-da vez mais pedem marcas artesanais. No ano pas-sado, o consumo de cerveja permaneceu estável, masas cervejarias artesanais conseguiram crescer 18%.E, segundo a empresa de pesquisas Euromonitor, nosúltimos cinco anos a fatia da AB InBev no mercadoamericano caiu de 50 para 45%. A desaceleração daeconomia brasileira também provocou queda nasvendas.

Levedura. A aquisição da SABMiller é uma forma dealcançar rapidamente novos mercados. Exemplo: acompanhia gera 29% de seus lucros na África, onde aAB InBev não tem grande penetração. É tambémuma oportunidade para que a AB InBev submetamais uma empresa a suas práticas de redução de cus-tos.

No entanto, muitas etapas ainda precisam ser per-corridas antes que o negócio possa ser consideradofechado. Pela proposta preliminar, os maiores acio-nistas da SABMiller-a Altria, do setor de tabaco, e afamília Santo Domingo -receberão uma parte emações eoutra em dinheiro, para quenãotenhamdepa-gar impostos excessivamente elevados Outros in-vestidores receberão 44 libras (cerca de US$ 68) poração, valor 50% superior à cotação de um mês atrás.Agora a AB InBev tem até 28 de outubro para exa-minar acontabilidade daSABMillerefinalizar aofer-ta A aprovação dos órgãos reguladores levará maistempo para sair. Por conta de preocupações an-titruste, a AB InBevtalvez seja obrigada a vender aparticipação da SABMiller na americana Mil-lerCoors e na maior cervejaria da China, a CR Snow.E as complicações devem se estender por outras só-cias da SABMiller. Algumas delas talvez tenham odireito de dissolver as parcerias se a SABMiller forcomprada. A cervejaria é importante engarrafadorada Coca-Cola na África. E a gigante dos refrigerantesdificilmente vai querer manter a sociedade com umaempresa controlada pela AB InBev, que é en-

Page 34: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.34

Continuação: Sem título

garrafadora da PepsiCo na América Latina.

Se e quando o negócio for fechado, a AB InBev terápela frente amissãodefazer com queaaquisiçãogerebenefícios. Tornar-se uma empresa maior não é algoque resolverá de imediato seus problemas - não vaibarrar o crescimento das cervejarias artesanais nemconvencer os enólogos a trocar o vinho pela cerveja.O inegável talento que aÁB InBevtem para reduzircustos talvez não seja muito útil desta vez. A SAB-Miller já é uma empresa enxuta. Além disso, suasoperações são bastante espalhadas geograficamente,o que significa que será mais difícil encontrar re-dundâncias em instalações fabris e mão de obra.

Enfim, é mais uma vez hora de a AB InBev arregaçaras mangas e pôr mãos à obra. Mas Trevor Stirling, daempresa de pesquisas Sanford C. Bemstein, figuraentre aqueles que conjecturam se o maior negócio daempresa ainda não estaria por vir. Antes do anúnciodaaquisição,corriamrumoresdequea3G ouaAB In-

Bev poderíam tentar comprar a Coca-Cola, uma em-presa onde há muita gordura para cortar. Osrefrigerantes correspondem a cerca de 20% da pro-dução da SABMiller. A aquisição da Coca-Colalevaria à formação de um verdadeiro leviatã, com ex-traordinária infraestrutura mundial deengarrafadoras e outros ativos produtivos. O marke-ting podería permanecer separado, caso fossenecessário. À primeira vista, a ideia é tão ousada queparece absurda. Mas se os negócios fechados nas úl-timas décadas no segmento de cervejas servem de in-dicação, não é impossível.

*

2015 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED.DIREITOS RESERVADOS. TRADUZIDO PORALEXANDRE HUBNER, PUBLICADO SOB LI-CENÇA. 0 TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ES-TÁ EM WWW.ECONOMIST.COM.

Page 35: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.35

Sem título ECONOMIA

Previsão das associações do setor é que ano terminecom uma retração de 0,3% a 1% nas vendas---Márcia De ChiaraUm dos últimos asentir o efeitodacrise, o setordesu-permercados deve fechar 2015 com queda nas ven-das, algo que não ocorria nos últimos dez anos.Inflação dos alimentos em alta e perda de rendadosbrasileiros levaram o setor para uma situação inu-sitada. "Num país em que há aumento populacional,nãoébomsinal ter queda navenda dealimentos", ob-serva o presidente do Conselho Consultivo da As-sociação Brasileira de Supermercados (Abras),Sussumu Honda. Na Pesquisa Mensal do Comérciodo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB-GE), o segmento de supermercados foi apontado co-mo o vilão para o fraco desempenho do comérciovarejista em agosto. A retração de o,i% no volume devendas dos supermercados em agosto em com-paração com julho pode parecer pequena, mas não éporque o setor é um dos que mais pesa no varejo.Dados da Abras apontam que, neste ano, os su-permercados acumulam até agosto queda de 0,69%no faturamento, descontada inflação do período.Honda diz que 2015 deve fechar com retração de0,3% nas vendas. Já nas contas da Associação Pau-lista deSupermercados (Apas), o tombo deste anose-rá maior: queda real de 1%. "Desde 20o6osetornãotinha desempenho negativo", afirmao gerentedo De-partamento de Economia e Pesquisa da entidade,Rodrigo Mariano. Ele observa que a retração de 1 %dosetoréruim, masrepresentaumcenáriomenosdra-mático do que a queda esperada para o Produto In-terno Bruto, que passa de 2%. No entanto, oeconomista ressalta que o recuo nas vendas apontadopelo IBGE de julho para agosto é um sinal - bem ne-gativo. Isso porque o mês de agosto deste ano tevecinco finais de semana, enquanto em julho foram

quatro. E, como o sábado e o domingo são os me-lhoresdiasdevendas,aexpectativa era dealgumcres-cimento ou de pelo menos um empate, diante de umcenário de crise, observa. Nem o atacado escapa dafreada no consumo de itens básicos, como alimentose produtos de higiene e limpeza. Em agosto, o fa-turamento real do setor caiu 5,56% em comparaçãocom julho e12% ante o mesmo mêsde2014, segundoa Associação Brasileira de Atacadistas e Dis-tribuidores (Abad). Fundo do poço.Apesar deas pro-jeções do desempenho do setor para o ano da Abras eda Apas serem diferentes, elas apontam para a mes-ma direção. Tanto Honda como Mariano esperamque a queda nas vendas deem uma trégua no últimotrimestre. "A queda no último trimestre do ano vai seestabilizar", prevê Honda. Ele lembra que a retraçãono consumo de alimentos foi muito forte nos mesesde junho, julho e agosto porque alguns itens pesarammuito na cesta de compras do consumidor, além daperda da renda por causa do aumento da inflação.Daqui para a frente, no entanto, com o recuo dos pre-ços das commodities, ele acredita que esse cenáriode queda possa se estabilizar. Outro fator apontadopelo presidentedo ConselhoConsultivo daAbras pa-ra a estabilização é que, normalmente, mais dinheiroentra em circulação na economia no último trimestredo ano. E, como o brasileiro já cortou muitos gastos,como viagens, reforma da casa e compra de ele-troeletrônicos, por exemplo, devem sobrar mais re-cursos para gastar com alimentos nas festas de fim deano. Além desses fatores, Mariano acrescenta maisum. No fim do ano passado, a inflação de alimentos ede bebidas foi muito elevada e, neste ano, ele acreditaquehápoucaschances dequeesse quadrose repita ---Atacado 5,56% foi a queda de vendas em agosto noatacado ante julho 12 % foi o recuo ante agosto de2014

Page 36: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.36

Sem título ECONOMIA

Para economista, País vive situação 'anormal', masíndices de preços dão sinais de volta aos níveis do anopassado

Francisco Carlos de Assis

---

As expectativas de inflação estão contaminadas peloconturbado cenário político e pelo mau humor em re-lação à economia estampados todos os dias nos jor-nais, diz o economista Heron do Carmo, professor daUniversidade deSão Paulo(USP) eumdos principaisespecialistas em inflação no País. Em entrevista aoBroadcast, serviço em tempo real daAgênciaEstado,ele diz que estão negligenciado o feto de que, de ju-lho a setembro, a inflação está abaixo das taxas apu-radas no mesmo período do ano passado. Segundoele, é perfeitamente possível que a inflação possaconvergir para o centro dameta,de4,5%, em 2017. Aseguir, os principais trechos da entrevista:

- É possível ter inflação a 4,5% no País?

Sim. Tanto que já tivemos inflação de 1,6% em 1998e abaixo de 4% (3,14%) em 2006.

- Por que o IPCA não se manteve abaixo ou igual aocentro da meta nos demais anos?

Porque, no governo Lula, quando o IPCA ficou abai-xo do centro dameta,era para ter sido reduzido o cen-tro da meta. Em vez disso, a meta foi tabelada em4,5%.

- Por que isso não foi feito?

Acharam quea inflação naquelepatamar estava boaeque o importante era crescer. Ficamos sem cres-cimento e com inflação pressionada.

- Este ano a inflação deve bater em 10%. Como fazeresse índice convergir para 4,5%?

Temos um problema grave de confundir medida dainflação com a inflação que de fato faz efeito na eco-nomia.

- Como assim?

Quando ocorrem choques de preços, há uma ten-dênciadeerro significativo namedidada inflação. Is-so ocorre por causa da metodologia adotada. O IPCAsegue a fórmula de Laspeyres (Etienne Laspeyres,economista e estatístico alemão, que viveu entre1834 e 1913), que não considera o efeito substituiçãoou redução de volume pelo consumidor quando ospreços sobem.

- Não é uma fórmula usada no mundo todo?

É, mas às vezes temos alguns choques que precisamser expurgados. O Fed (Federal Reserve, o bancocentral dos EUA), por exemplo, exclui choques depetróleo e alimentos do seu índice.

- O modelo do BC, o Samba (Stochastic AnalyticalModel with a Bayesian Approach), não captura esseschoques?

O BC não segue esse modelo. Usa para fazer aná-lises, mas o regime de metas não é baseado em mo-delo. A política monetária é baseada no IPCA. Alémdisso, a estatística é sujeita a erros. Ela estabelece umintervalo. Isso pode fazer muito mal à economia e ex-plica a fragilidade de algumas teses como essa de quea política monetária está sob a dominância fiscal.

- É uma tese frágil?

Sim, porque a economia brasileira é cheia de pe-culiaridades e teríamos de ter uma série mais longa

Page 37: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.37

Continuação: Sem título

para mexer com série de tempo. Eu, que lidei e le-cionei econometria, acho que não dá para pegar essepequeno período que estamos vivendo e dizer quetem dominância fiscal.

- Por quê?

Porque, quando se analisa economia, se estabelececondições de controle. É o famoso "ceteris paribus",ou todo mais é constante. Hoje em dia, parece que tu-do o que é sólido flutua no ar. Não tem o "todo maisconstante" de jeito nenhum. Poxa, temos problemaspolítico, fiscal, cambial e o mau humor da mídia. Osjornais são de um mau humor do começo ao fim.

- Há influência da mídia nas expectativas e na in-flação corrente?

O que estou dizendo é que vivemos uma situação quenãopodeser considerada normal. No quediz respeitoà inflação, voltamos nos últimos meses ao ritmo quetínhamos antes. Ninguém fala nisso. Em agosto e se-tembro de 2014 tivemos IPCA de 0,25% e 0,57%.Neste ano, de 0,22% e 0,54%, respectivamente. Es-tamos com uma inflação inferior à de 2014 e à de al-guns anos anteriores.

- Isso significa que o pior já passou?

Tudoindicaque,apesar dos reajustes de tarifes, os ín-dices mais pesados foram os dos primeiros meses doano. Não se repetirão em 2016.

- Mas vai dar para cair a 4,5%?

Para o próximo ano, não dá, porque reduzir a inflaçãopela metade em uma economia indexadacomo anos-sa é impossível. No começo de 2016 as escolas vãoreajustar as matrículas e mensalidades com base nainflação passada. Com aluguéis e salários será a mes-ma coisa.

- E quando o IPCA vai a 4,5%?

Para 2017 é perfeitamente possível. Vai depender demuito suor, mas dá.

- Essa convergência se daria a que patamar de juros?

Dá para baixar juros. O que precisa é de ajuste fiscal.Temos três instrumentos de política monetária im-portantes. Felizmente temos o câmbio flexível e oajuste cambial já foifeito. Política monetária oBCes-tá fazendo. O que falta é desemperrar a trava fiscal.

Page 38: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.38

Sem título ECONOMIA

Empresa, juntamente com a chinesa ET Solar, quervender serviços de construção e manutenção de usi-nas

A fabricante de equipamentos elétricos Weg fechouuma parceria com a chinesa ET Solar para oferecersoluções para projetos de energia solar no Brasil, dis-se a empresa brasileira ontem à Reuters.

Segundo divulgação na véspera da ET Solar, a sub-sidiária da companhia no Chile e a Weg pretendemvender serviços como a construção de usinas em re-gime "EPC turnkey", em que o projeto é entregueconcluído ao contratante, além de soluções de ope-ração e manutenção de empreendimentos fo-tovoltaicos.

Em nota, a ET Solar afirmou que as empresas já ini-

ciaram conversas com clientes e devem começar asatividades de construção de usinas solares no pri-meiro trimestre de 2016.

Procurada, a Weg afirmou, por meio da assessoria deimprensa, que não fará comentários adicionais porestar em período de silêncio.

O diretor administrativo da ET Solar para a AméricaLatina, Jaime Portaluppi, disse em nota que as em-presas cumprirão requisitos de conteúdo local doBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) para que os clientes possam utilizarfinanciamentos da instituição de fomento na con-tratação dos serviços. / Reuters

Page 39: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.39

Sem título ECONOMIA

Burocracia e infraestrutura ruim, porém, ainda sãoempecilhos aos investimentos Keith BradsherA massa de modelar Play-Doh, o jogo Banco Imo-biliário e praticamente todos os demais brinquedosda Hasbro foram fabricados na China durante dé-cadas. Agora, a Hasbro está mudando de rumo. Em-bora a empresa ainda encomende da China osbrinquedos mais complexos e caros, como o ele-trônico Fur Real Friends, a empresa tem contratos deprodução em Turquia, Indonésia, Vietnã e México.Sua expansão mais agressiva se deu na índia, onde aHasbro agora compra devárias fábricas deporte con-siderável, e planeja a construção de outra instalação.As multinacionais de todo o mundo começaram apensar seriamente no setor manufatureiro da índia,com sua mão de obra farta e barata. Mas o in-vestimento não significa que fazer negócios na índiase tomou mais fácil. Em vez disso, parece que fazernegócios na China se tomou mais difícil. O MusicalGroup, com sede em Hong Kong, decidiu construir amais nova fábrica da Hasbro na índia depois de en-frentar agudos períodos de escassez de mão de obra erápida alta nos salários em sua fabrica principal nosul da China. Mas o Musical, como tantas outras em-presas, está trombando de frente com o pântano bu-rocrático da índia envolvendo aquestão dacompra deterras, e o projeto está atrasado há meses. "Tivemosuma negociação muito difícil com o governo local",disse Christopher Tse, diretor administrativo do Mu-sical Group, que durante quase 35 anos obteve toda asua manufatura da China. "É necessário mais tempoque o esperado." Para o primeiro-ministro indiano,Narendra Modi, a situação representa um desafio po-lítico eeconômico. Há mais deumano,Modi, usandoum tradicional colete amarelo e apresentando-sediante do imenso logotipo de um tigre indiano, re-velou um ambicioso esforço para intensificar a ati-vidade manufatureira. A campanha "Fabrique naíndia" prometeu reduzir a burocracia e melhorar a in-fraestrutura, abrindo caminho para as grandesmultinacionais e outros investidores estrangeiros.

Essa foi uma das principais plataformas de sua can-didatura. Desde então, quase nada saiu como o pla-nejado. O progresso na melhoria das inadequadasestradas, ferrovias e portos do país tem sido lento. Acorrupção segue perniciosa. A poluição do ar nas ci-dades é ainda pior na índia do que na China, e pode seagravar ainda mais se novas fábricas forem cons-truídas.Os planos para reescrever a legislação trabalhista e odireito à propriedade de terra e reformar os impostosestaduais empacaram no Parlamento. E um esforçode Modi no sentido de dispensar a aprovação do Par-lamento com ordens executivas temporárias tam-bém encontrou problemas. Risco. A ordemexecutiva mais controvertida, e potencialmente demaior impacto emitida por Modi - facilitando a con-versão de terras agrícolas em terrenos industriais -,venceu no dia 31 de agosto. Ele optou por não re-nová-la. A medida se converteu em um risco políticonas eleições estaduais, com os agricultores temendoseu uso para expulsá-los de suas terras. "Ainda es-tamos trabalhando na facilidade de fazer negócios",disse o ministro indiano de Finanças, Arun Jaitley,acrescentando que governos estaduais estavam co-meçando a reformar suas leis de terras e trabalho.Mas, de maneira lenta e um pouco imprevisível, o se-tor indiano da manufatura está começando a atrair oinvestimento estrangeiro. A Foxconn, maior fa-bricante terceirizada de smartphones e outros ele-trônicos, que tem o maior número de suas fábricas naChina, concordou em agosto em abrir de 10 a 12 ins-talações no oeste da índia até 2020, empregando até50 mil trabalhadores. Uma semana antes, a GeneralMotors anunciou planos de investir US$ 1 bilhão nodesenvolvimento de modelos de carros para o mer-cado indiano e quase dobrar o tamanho de sua fábricanos arredores dePune, inauguradahásete anos. A ita-liana CNH Industrial está construindo nas ime-diações uma fábrica de colheitadeiras. A Ford abriuuma imensa linha demontagem decarrosno noroesteda índia este ano, e a Daimler acrescentou à sua fá-

Page 40: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.40

Continuação: Sem título

brica de caminhões uma grande linha de montagempara ônibus no sudestedaíndia. "Se conseguirmos fa-bricar um produto de nível mundial na índia, a di-nâmica econômica da exportação será bastantelucrativa", disse Rustom Desai, diretor ad-ministrativo das operações da Corning na índia, queincluem uma fábrica de fibra óptica altamente au-tomatizada em Pune. Os governantes da índiaenxergam a manufatura como algo essencial para ofuturo do país. Eles têm 10 milhões de jovens en-

trando anualmente na força de trabalho e poucas al-ternativas para criar empregos suficientes.Perspectiva "Se conseguirmos fabricar um produtode nível mundial na índia, a dinâmica econômica daexportação será bastante lucrativa."Rustom Desai DIRETOR ADMINISTRATIVODAS OPERAÇÕES DAMULTINACIONAL COR-NING NA ÍNDIA

Page 41: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.41

Sem título MATIAS SPEKTOR

"Preocupação sistêmica"

Matias Spektor

Em seguida ao anúncio do Tratado Transpacífico (T-PP), o ministro das Relações Exteriores disse ter"preocupação sistêmica". Em diplomatês, significaque o problema é grave.

O novo mega-acordo comercial éumgolpe duro con-tra aestratégia brasileira dos últimos 20 anos, quandoo condomínio PT-PSDB optou por fazer uma aber-tura comercial lenta e parcial, sem combate aos gran-des interesses protecionistas nacionais.

A preocupação do chanceler se justifica porque oTPP reduz o poder de fogo de grandes países em de-senvolvimento e reconcentra a autoridade pelo co-mércio global nas mãos de um grupo pequeno depaíses e de suas empresas.

Não surpreende que o TPP reintroduza elementosque o Brasil e seus aliados haviam conseguido eli-minar ou neutralizar nas negociações multilateral daúltima década.

Além de facilitar comércio, o TPP agora estabelecedisciplinas de direito trabalhista, proteção ambiental,convergência regulatória, serviços legais, comércioeletrônico, propriedade intelectual e políticas de con-teúdo nacional. Um mecanismo de solução de dis-putas outorga poderes inéditos a investidoresestrangeiros diante de Estados nacionais.

A proposta do TPP é tão ambiciosa, e seus sig-natários tão poderosos, que o efeito do acordo serásentido em todoo mundo.Eservirá como balão deen-saio para a introdução de temas polêmicos. Para o

Brasil, o saldo de um acordo dessa natureza é muitonegativo.

Não se trata apenas de mais um passo em direção aoisolamento na geopolítica do comércio, mas de algomais grave. Com o Brasil fora de qualquer ne-gociação relevante, os defensores do livre comércioem Brasília perdem força diante de interesses pro-tecionistas representados no Congresso.

O impacto disso é brutal por um motivo simples. Oprotecionismo brasileiro beneficia um grupo pe-quenodegrandes indústrias subsidiadas.Elas custamcaro à sociedade, embora empreguem cada vez me-nos trabalhadores, que via de regra são da classe mé-dia.

Quem perde é o resto da economia, onde trabalha amaior parte da população. Esta, apesar de ser com-posta em sua grande maioria por pessoas de rendabaixa ou muito baixa, é forçada a pagar caro por pro-dutos de má qualidade que seus impostos subsidiam.

Forças protecionistas utilizarão o TPP para de-nunciar o imperialismo americano. Afastando o paísdas cadeias globais de valor, porém, manterão a so-ciedade brasileira enquistada no atraso tecnológico ena baixa produtividade. Impedirão o surgimento deuma política industrial inteligente.

A retomada da liderança em negociações comerciaisdeveria ser objetivo central da diplomacia brasileira.Desta vez, o país precisaria fazê-lo pela via da aber-tura.

MATIAS SPEKTOR escreve às quintas-feiras nes-ta coluna.

Page 42: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.42

Sem título MERCADO

Fabricante chinesa de smartphones aposta em mo-delos de baixo custo para atrair consumidores

A crise econômica brasileira é um problema para amaioria das empresas, mas a fabricante chinesa desmartphones de baixo custo Xiaomi aposta que osproblemas do país serão uma oportunidade.

"Smartphones se tornaram uma necessidade básica.Na crise, o que as pessoas fazem é buscar o melhorcusto-benefício, o que favorece nosso modelo", afir-ma seu vice-presidente, o mineiro Hugo Barra, 38,que está na empresa desde 2003, após deixar uma vi-ce-presidência no Google.

Neste mês, Hugo Barra ainda ficou em 14º na lista"40 abaixo de 40", da revista "Fortune", que lista osnomes dos jovens mais influentes do mundo dos ne-gócios.

-

Folha - Como a crise econômica do país impactouos planos de vocês aqui? Hugo Barra - Não mudounada, a gente tem um plano sólido, de muitos anos.De certa forma, nossa empresa e nosso modelo se be-neficiam bastante de uma situação econômica de de-terioração porque as pessoas controlam mais oorçamento.

Como os smartphones hoje são quase uma ne-cessidade básica, nosso modelo se beneficia da de-saceleração econômica. O nosso modelo de vender oproduto direto para o cliente final, pela nossa pla-taforma, torna o produto mais barato e é uma grandevantagem sobre os rivais.

Como vocês fizeram para manter o preço dos ce-lulares baixos mesmo coma altaexpressivado dó-lar? Estão operando com prejuízo aqui? Nóstrouxemos os primeiros lotes importados assim co-mo os componentes para fabricação local em umpatamar de dólar que nos permitiu manter o preço fi-nal do Redmi 2. Nós temos como premissa transferirtoda e qualquer eficiência ou economia para nossosconsumidores finais. Portanto, mantivemos o preço,porque podíamos fazê-lo, em vez de subir tendo co-mo justificativa a alta do dólar.

Para o Redmi 2 Pro, aplicamos a mesma fórmula quetemos no mundo todo: alta tecnologia com preço jus-to.

Qual a estratégia de vocês para deixarem de seruma marca de nicho no Brasil? A gente ainda nemcelebrou nosso terceiro mês de vendas no Brasil. Es-tamos no começo do começo. Se você olha, porexemplo, nosso Facebook a gente tem um alcance de5,5 milhões depessoas, com 150 mil "curtidas" napá-gina. Isso é impensável, pergunta a qualquer analistade mídias sociais. Uma marca que tivesse investidomilhões em propagandas de TV não chegaria a esseengajamento.

Recentemente, a "Forbes" noticiou que você re-comendou que start-ups não viessemde cara parao Brasil, porque é muito difícil atuar no país e vo-cês só conseguiram por causa das suas conexõesno país. Aquela pergunta foi totalmente des-contextualizada. A pergunta era focada em har-dware. Porque há muita empresa de hardware naChina e o que eu falei foi especificamente em relaçãoa essas companhias, já que o Brasil tem uma série de

Page 43: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.43

Continuação: Sem título

leis que dificultam a vida de uma empresa pequena.Nós somos uma empresa grande, tínhamos uma re-lação com a [fábrica de eletrônicos] Foxconn. Masuma empresa nova que não tenha essas conexões terádificuldade deentrar no Brasil devido aessa naturezado mercado, às leis de importação etc.

"O nosso modelo de vencer o produto direto para ocliente final, pela nossa plataforma, torna o produto

mais barato e é uma grande vantagem sobre os ri-vais"

Hugo Barra

vice-presidente da Xiaomi

Page 44: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.44

Sem título MERCADO

Economista-chefe da agência afirma que impacto daintervenção do BC na dívida pública está "muito al-to"

Para Joaquin Cottani, aumento da moeda estrangeiranão fará inflação explodir, por causa do desemprego

A intervenção do Banco Central no câmbio é in-sustentável e adia a estabilização econômica do país,afirma a agência de classificação de risco Standard &Poor's.

Em entrevista à Folha, na sede da empresa, em NovaYork, o economista-chefe para a América Latina,JoaquinCottani,afirmou que"amelhor coisa seria in-tervir menos, deixar a inflação cair, o que ine-vitavelmente acontecerá, não pelos juros altos oupela contração do crédito, mas pelo desemprego".

O desemprego cresceu no país e atingiu 8,6% no tri-mestre encerrado em julho, segundo o IBGE. O IP-CA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está a9,5%, mais que o dobro da meta, de 4,5%.

"Achamos que a mensagem [do governo] deveria serque, uma vez que a inflação tiver baixado, co-meçaremos a fazer o que deveríamos ter feito nosbons tempos, que é baixar a taxa de juros."

O economista afirma que o mecanismo de in-tervenção do Banco Central para conter a alta do dó-lar não é sustentável. Essa atuação do BC tem sido,sobretudo, por meio de contratos chamados swapcambial, que na prática funcionam como um segurocontra a alta do dólar e contêm a fuga de recursos dopaís.

Comoswap cambial, oBCcompensa o investidorpe-la variação do dólar no período. Em troca, o com-prador paga juros sobre o valor do contrato. O BCacumulouperda deR$ 108 bilhões com o mecanismo

até 2 de outubro.

"A venda de swaps não é sustentável. Traz perda dedinheiro e a perda não se reflete no deficit primário,mas no deficit total, porque o custo dos juros no pa-gamento da dívida mais o custo da intervenção atin-giram 8% do PIB. É muito alto", diz Cottani.

O economista afirma que a política monetária do paísatingiria um equilíbrio quando o dólar passar a valerR$ 5 --hoje está a R$ 3,85. "Durante a expansão eco-nômica, o Brasil foi muito complacente e deixou oreal se valorizar mais do que deveria", diz.

A S&P tirou do Brasil o selo de bom pagador em se-tembro. A equipe econômica, daqual Cottani faz par-te, fornece subsídios para a classificação de riscos,mas há outras variáveis na conta.

CHINA

O economista-chefe da S&P para a Ásia, PaulGruenwald, diz que o Brasil é a "terceira ou quarta"economia que mais sofrerá com a desaceleração daChina.

Osefeitos serãosentidossobretudonos paísesqueex-portam commodities --em especial na Austrália.

Além daqueda naexportação, háefeitos mais graves,inclusive financeiros. "Dados empíricos mostramqueo Brasil émais vulnerável queo Peru, aColômbiae o Chile."

Gruenwalddisse "nãoser grande fã" da teoriado pou-so forçado, segundo a qual a China teria uma de-saceleração brusca. "As autoridades têm ferramentaspara gerenciar o crescimento. Na nossa visão, a ex-pansão do PIB pode baixar para entre 5,5% e 6,5% nomédio prazo."

Page 45: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.45

Continuação: Sem título

A S&P aposta numa elevação dataxa dejuros pelo fe-deral Reserve em dezembro.

THAIS BILENKY DE NOVA YORK

"A melhor coisa seria intervir menor, deixar a in-flaçãocair, o queinevitavelmente acontecerá,nãope-

los juros altos ou pela contração do crédito, mas pelodesemprego"

Joaquim Cottani

economista-chefe para a América Latina

Page 46: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.46

Só um estado se salva da recessão ECONOMIA

NO VERMELHOProjeções indicam que apenas Pará evitará queda doPIB. Tombo será de 4% em PEMarcello Corrêa A recessão próxima de 3% previstapara este ano vai se espalhar pelas regiões do país.Comadisseminação dacrise econômica, nenhum es-tado brasileiro conseguirá crescer em 2015, segundoprojeções do banco Santander. A instituição prevêque, entre as 27 unidades da federação, só o Pará es-capará por pouco da recessão: deve fechar o ano comPIB estagnado, melhor número do levantamento. NoRio,acontração prevista éde2,5%. Se aestimativaseconfirmar, será a primeira vez desde 1996 - início dasérie histórica do IBGE - que a economia de todos osestados terá desempenho negativo ou nulo. No es-tudo, o banco projeta que o PIB do país encolherá2,8% em 2015. A previsão é semelhante à dos eco-nomistas do mercado financeiro, que esperam con-tração de 2,97%, de acordo com o mais recenteboletim Focus, pesquisa do Banco Central com maisde cem instituições financeiras.A economia brasileira não enfrenta uma recessão

desde2009, quando,naesteiradacrise global, recuou0,2%. Nemnaqueleanoo tombo foi tão disseminado:em 2009,oPIB de17das 27unidades dafederação a-vançou. AJUSTE FISCAL MAIS DIFÍCIL Esse anoserá diferente, dizem analistas. Parte disso é atri-buído à magnitude da crise. Os economistas res-ponsáveis pelo estudo do Santander alertam que odesempenho da atividade econômica entre 2014 e2016 deve ser o pior desde 1900, inclusive dos triê-nios da crise de 1929 e da dívida, nos anos 1980, achamada década perdida. Para Sérgio Vale, eco-nomista-chefe da MB Associados, o ritmo lento daeconomia faz a disseminação ser inevitável. Nem asregiões que se beneficiaram da fase áurea decommodities na última década, como o Cen-tro-Oeste, devem escapar. De acordo com os dadosmais recentes do IBGE, a região registrou o segundomaior crescimento médio entre 1995 e 2010, de4,3%, perdendo só para o Norte (4,7%).No mesmo período, o Brasil cresceu, em média,3,1%. O instituto excluiu do levantamento os nú-meros mais recentes, pois prepara para o mês quevem a divulgação de dados recalculados, con-siderando a nova metodologia do PIB, introduzidanos números nacionais no início do ano. - A ideia é deque praticamente todos os estados terão queda doPIB este ano. Recessão de 3% acaba afetando toda aeconomia. Mesmo regiões antes ganhadoras, como oCentro-Oeste, não conseguirão escapar - afirma Va-le. O analista lembra ainda que o pé no freio deve di-ficultar o reequilíbrio das contas públicas estaduais,o quepodelevar amais aumentodeimposto. - O gran-de problema é que, com a queda de receita e asrestrições da Lei de Responsabilidade Fiscal, é pro-vável que os estados tenham que continuar subindoimpostos como o ICMS. Mais ainda, 2016 será outroano de recessão nos estados - avalia o economista.Além da recessão nacional, pesam sobre as pro-jeções fatores regionais. É o caso de Pernambuco,pior estado no ranking do Santander, com previsãode contração de 4%. Na série histórica do IBGE, a re-

Page 47: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

15 de outubro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.47

Continuação: Só um estado se salva da recessão

gião só registrou queda no PIB em dois anos: 1998(-0,4%) e 2003 (-0,6%). Parte do resultado esperadopara 2015 é influenciado pela paralisação de obras darefinaria Abreu eLima,daPetrobras,quedeve levar aconstrução civil no estado a uma queda de 14,1%. Naavaliação de Tatiane Menezes, professora de eco-nomia da Universidade Federal de Pernambuco (UF-PE), o estado também sofre com a saída de empresasque, no passado, receberam incentivos fiscais para seinstalar na região e, com a crise, começam a fechar fi-liais. - Essa projeção (de queda de 4%) é bem realista.O tipo de política de incentivo fiscal que foi feito emPernambuco perde força. Quando você entra numasituação de recessão forte, as filiais daqui são as pri-meiras a fecharem as portas, porque os custos ficammuito altos.Pernambuco está longe do principal centro con-sumidor do Brasil, que é São Paulo - analisa Tatiane.Os efeitos do ambiente de recessão são amenizadosem estados sustentados por dois setores que, na con-tramão do PIB, registram resultados positivos: in-dústria extrativa eagropecuária. Segundo o IBGE, ossegmentos cresceram no primeiro semestre 10,4% e3%, respectivamente. Melhor para o Pará, onde a ex-tração de minério responde por 30% da economia.Em ano de crise, o crescimento zero previsto para oestado lidera o ranking do Santander. Já no MatoGrosso, onde a agropecuária representa 29% do PIB,a previsão de alta de 4,1% do setor ajudará o estado afechar o ano com queda abaixo da média nacional:1,4%. EXPORTAÇÃO AJUDA O PARÁ Segundo aFundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pes-quisas do Pará (Fapespa), o setor de minérios res-ponderá por 28,58% dos investimentos previstos

para o estado.A entidade, ligada ao governo estadual, prevê alta de2,48% do PIB em 2015. - Mesmo com aqueda do pre-ço dos minérios no mercado internacional, e apesardadiminuição dareceita com vendaspor tonelada ex-portada, o estado do Pará vem apresentando con-tínuos superávits comerciais explicados em grandeparte pelo aumento do volume exportadoafirmou opresidente da Fapespa, Eduardo Costa, por e-mail.No Rio, o recuo previsto, de 2,5%, é influenciado pe-la queda projetada de 6,6% na construção civil e de1,2% no setor de serviços, que tem peso de 58% sobreo PIB do estado. Embora negativos, os números in-dicam uma queda menos intensa que a média na-cional - a expectativa é que, em todo o país, aconstrução civil registre queda de 8% e os serviços,de 1,4%. O economista Mauro Osório, professor daUFRJ e especialista em economia fluminense, des-taca que a região é afetada pela crise política e do se-tor de óleo e gás.- O Rio de Janeiro tem um desafio importante deadensar sua estrutura produtiva. Acho positivo a Pe-trobras estar no Rio. Por mais que a empresa de-sacelere, vai ter um investimento de mais de R$ 100bilhões. Acho que isso é uma janela de oportunidadepara o Rio, desde que a gente consiga ter uma es-tratégia de atrair atividade em torno do complexo depetróleo e gás. Além disso, é importante investir eminfraestrutura - afirma Osório. --Praticamente todosos estados terão queda. Recessão de 3% acaba afe-tando toda a economia. Mesmo regiões antes ga-nhadoras, como o Centro-Oeste, não escaparão"Sérgio Vale Economista da MB Associados

Page 48: Brasília, 15 de outubro de 2015 às 09h49 Seleção de Notícias · empresa do mercado mundial de cerveja, para com-prar a SABMiller. A PIC, quedetém3,14%daSABMiller,afirmouque

cni.empauta.com pg.48

Índice remissivo de assuntosCNI4

CNI | Diretoria de Desenvolvimento Industrial |Carlos Eduardo Abijaodi4

Temas de Interesse | Comércio Internacional4, 15, 18, 20, 22, 25, 29, 31, 35, 44, 46

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia na-cional6, 7, 9, 11, 13, 33, 35, 36, 38, 39, 42, 44, 46

Temas de Interesse | Reforma Trabalhista9

Temas de Interesse | Questões Trabalhistas9

Temas de Interesse | Infraestrutura13

Temas de Interesse | Competitividade24

Federações | FIESP25

Temas de Interesse | Colunas e Editoriais28, 29, 31, 41

Temas de Interesse | Indústria41

Temas de Interesse | Reforma Tributária46