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GAZE TA R VOLUCIONÁRIA Um jornal a serviço da luta dos trabalhadores 10 de Janeiro de 2019 / Número 23 www.gazetarevolucionaria.com.br [email protected] [ R$2,00 Pela construção do partido operário da revolução socialista mundial Debates todas sextas-feiras, às 20:30h no youtube.com/gazetarevolucionaria BRASIL, DITADURA MILITAR E GUERRA OS TRABALHADORES NÃO PODEM ACEITAR O IM0BILISMO E O DIVISIONISMO DA BUROCRACIA SINDICAL BRASILEIRA

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GAZETARVOLUCIONÁRIA

Um jornal a serviço da luta dos trabalhadores

10 de Janeiro de 2019 / Número 23

[email protected]

[VOLUCIONÁRIAR$2,00

Pela construção do partido operário da revolução socialista

mundial

Debates todas sextas-feiras, às 20:30h no youtube.com/gazetarevolucionaria

BRASIL, DITADURAMILITAR E

GUERRA

OS TRABALHADORES NÃO PODEM ACEITAR O IM0BILISMO E O

DIVISIONISMO DA BUROCRACIA SINDICAL BRASILEIRA

CONSELHO EDITORIAL

Alejandro Acosta / Diana Ma� ei / Florisvaldo Lopes / Paulo Santos / Mendes Lopes

E-mail: [email protected]

Site: www.gazetaverolucionaria.com.br

Canal: youtube.com/gazetarevolucionaria

Twitter: @gazetarevo

www.gazetarevolucionaria.com.br - 10 de Janeiro de 2019 p.02

Fora Bolsonaro e o golpe militar!

Por um plano de lutas contra os ataques aos trabalhadores!

Por uma plenária nacional de trabalhadores!

Fora o imperialismo do Brasil e da América Latina!

Só a mobilização daclasse trabalhadorapode mudar a vida!

PARA ONDE VAI O BRASIL?

O governo Bolsonaro começou o seu mandato tentando avançar no cenário da crise econômica e política, contra as massas. Às trapalhadas que lhe são inerentes, têm se somado a campanha do imperialismo que busca continuar fortalecendo a alternativa militar puro sangue, como substituto próximo, as-sim que o desgaste colocar em xeque o governo Bolsonaro.O imperialismo busca consolidar um modelo de controle do Brasil que possa ser repetido para toda a América Lati-na. A “fórmula” avança um pouco além do que foi feito no governo de Mauricio Macri para torná-lo um “governo Macri com baionetas”, já que a fórmula origi-nal, do Macri argentino, se encontra paralisada, apesar de contar com mais agentes dos grandes especuladores � -nanceiros que o próprio FMI (Fundo Monetário Internacional).A burguesia mundial se encontra es-tupefata perante o aprofundamento da crise capitalista mundial. O impe-rialismo norte-americano não sabe o que fazer em lugar nenhum. O go- verno Trump, que tinha como objetivo inicial aumentar os ataques contra os imigrantes para, a seguir, ir contra os demais trabalhadores atacando as mas-sas em todo o mundo, foi um � asco e se encontra com a língua de fora. A crise avança no País a passos largos, afetan-do todos os setores da maior economia do planeta. O único lugar no mundo onde os Estados Unidos ainda mantêm o controle é a América Latina.

RUMO A UMA GUERRA EM GRANDE ESCALA

O grande capital precisa de uma guerra em larga escala para promover a maior destruição de forças produtivas na história. Essa é a única “saída” capitalis-ta para a crise, que somente se aprofun-da e ameaça desaguar num gigantesco novo colapso, e com o Brasil e a Argen-tina na linha de frente. A destruição de forças produtivas sempre tem sido o mecanismo para superar as crises des-de a primeira, que aconteceu em 1847.O imperialismo norte-americano tam-bém precisa da guerra para conter o expansionismo chinês, aliado dos rus-sos, que, dada a escalada da crise in-terna, tem sido obrigado a se projetar na tentativa de aumentar o controle do mercado mundial. Esse tipo de novas divisões do mercado mundial sempre tem sido feito por meio de guerras san-grentas.Uma guerra no Oriente Médio contra o Irã, na Ucrânia ou no Mar do Sul da China, poderia ter consequências imprevisíveis para os interesses im-perialistas, dada sua fraqueza estru-tural. Apesar da burguesia imperialista conseguir controlar cada vez menos a escalada belicista, uma guerra contra a Venezuela parece mais “razoável” porque nos seus cálculos lhe permitiria expulsar os russos e chineses da região, desovar parte do estoque existente e testar novas armas, destruir forças pro-dutivas e conter o desenvolvimento das tendências revolucionárias na Venezu-ela, no Brasil e em toda a América Lati-na.

O primeiro passo para entrar em guer-ra passa por paci� car as sociedades envolvidas, o que, no caso da América Latina, envolve um esforço maior dado o aprofundamento da crise.

MILITARIZAÇÃO DO BRASIL PARA IR À GUERRA

Derrubar Bolsonaro e colocar em pé um governo militar puro sangue aceleraria a preparação do Brasil na militarização da sociedade. A profundidade da crise obriga à escalada dos ataques que, inevitavelmente, provocarão a retoma-da do movimento de massas. O descon-tentamento social e a acelerada perda nas ilusões com o regime são enormes, apesar da brutal traição da esquerda integrada ao regime e da burocracia sindical e dos movimentos sociais.Uma sociedade militarizada e dire-cionada para a guerra facilitaria a im-posição do Estado de sítio e da lei mar-cial. Um trabalhador que protestasse por algum ataque aos seus direitos seria julgado por um tribunal militar e pode-ria ser fuzilado por traição à pátria, por exemplo.No caso do imperialismo ter sucesso na Venezuela, poderia in� uenciar toda a região e ganhar forças, com a retaguar-da controlada, para ir a uma guerra em maior escala. Todas as movimentações do alto escalão do governo dos Estados Unidos, nas últimas semanas, têm sido direcionadas nesse sentido.Após a vinda ao Brasil de John Bolton (Conselheiro de Segurança Nacional) e de Mike Pompeo (Secretário do De-partamento de Estado) têm se tornado

frequentes as declarações do vice-pre- sidente, general Hamilton Mourão, e de Jair Bolsonaro no sentido de ata-car a Venezuela. As manobras belicis-tas se complementam com as ações do chamado Grupo de Lima para não reconhecer o segundo mandato de Nicolás Maduro, que assumiu no dia 10.1.2019, e abrir passo para sanções muito mais duras e a agressão militar. A renúncia do ministro da defesa norte-americano John Mattis, um ge- neral de extrema direita, aumentou a pressão sob Trump para que abra es-paço para um controle ainda maior dos “neoconservadores”, sob a ameaça cres-cente de impeachment.O movimento operário e os movimen-tos sociais devem acelerar a campanha contra a agressão imperialista e pela solidariedade com o povo venezuelano. Essa é uma luta só.

Contra a agressão à Venezuela!

Fora Bolsonaro e o golpe militar!

www.gazetarevolucionaria.com.br - 10 de Janeiro de 2019 p.03

FORA BOLSONARO E O GOLPE MILITAR!ABAIXO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!

As trapalhadas do governo Bolsonaro parecem não ter � m. Depois de o pre- sidente ter sido contraditado pelas suas declarações sobre o aumento da alíquo-ta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e sobre a redução de uma das faixas do IR (Imposto de Renda), que foram taxadas como equivocadas pelos demais membros do governo, � cou exposto o racha que existe entre equipe econômica e área política.Outro desacordo público entre Bol-sonaro e Paulo Guedes diz respeito à proposta de reforma da Previdência que o governo deverá encaminhar para o Congresso Nacional em fevereiro. Essa crise aumentou com o anúncio feito pelo presidente para a instituição de idade mínima para a aposentadoria e rendeu uma reunião entre o minis-tro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, para tentar remendar o racha que já é explícito.De qualquer forma, � ca claro a di- ferença entre Paulo Guedes que não abre mão do sistema de capitalização, com claro favorecimento aos bancos, e que é o cerne de sua posição ultra-liberal, e a presidência da República e a Casa Civil, que necessitam negociar a aprovação da PEC no Congresso, onde é mais fácil aprovar uma proposta menos gravosa.

ABAIXO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Tudo � cou acomodado com a garantia de que a proposta de Paulo Guedes será encaminhada. O que representará um grande ataque às condições de vida da população em geral, fazendo aumentar sobremaneira a miséria no país. É dra-coniana a mudança do regime de � nan-ciamento previdenciário de repartição para capitalização. No regime de repartição, todos os trabalhadores con-tribuem para que, quando ocorrer a aposentadoria, todos recebam. No re-gime de capitalização os trabalhadores contribuem individualmente para um fundo, pagam taxas bancárias de administração e no � nal da vida rece-berão menos que um salário mínimo, isso se o fundo não for à falência antes. Outra contradição que a� orou nos úl-timos dias foi entre a presidência da República e a cúpula das Forças Ar-

madas referente à declaração de Bol-sonaro que sinalizou a possibilidade de instalação de uma base militar norte-americana em território brasi- leiro. O ministério da Defesa reclamou e disse que não havia sido consultado e que tudo era surpresa. Outro desacordo foi quando o governo aventou incluir os militares na reforma da Previdência com possibilidade de aumentar o tem-po para aposentadoria de 30 para 35 anos ou aumentar a idade mínima. De “capitalização” os militares não querem nem ouvir falar, querem sim é � car de fora da reforma previdenciária.Todo esse cenário deixa bem claro a debilidade do Governo Bolsonaro/Mourão, que já nasceu fraco e com muitas contradições internas. A fra-queza do governo entra em contradição com o tamanho do programa que se propõe aplicar. As tarefas impostas pelo imperialismo norte-americano que Dilma e Temer não conseguiram cumprir estão agora colocadas para Bolsonaro. O ajuste � scal com de-missão em massa do funcionalismo, a reforma trabalhista com o � m de todos os direitos e redução salarial, a priva- tização da Previdência social e de todas as empresas públicas, a entrega do pré-sal, do aquífero Guarani, da Amazônia e do agronegócio, etc.

O MOVIMENTO OPERÁRIO NÃO ESTÁ DERROTADO E IRÁ

RESISTIR

A pressão contrária é exercida pela resistência dos trabalhadores, que é quem tem impedido a aplicação plena

dessas medidas de destruição da classe operária e do país. Mesmo com todo empenho e colaboração da burocracia dirigente do movimento de massas, que sempre implementou uma política de conciliação de classes com a patronal e seu governo. Porque, desde a queda da ditadura militar pelas mobilizações pelas diretas de 1984, o movimento operário não foi derrotado pela bur-guesia. Foi, sim, desviado pela direção traidora, principalmente do PT e da CUT, para o beco sem saída do eleito-ralismo, mas nunca derrotado.Agora, quando da tentativa de im-posição de todos esses ataques contra os trabalhadores, é certo que haverá re-sistência e por mais que haja o freio da direção traidora do movimento, ela não conseguirá segurar a onda de ascenso. A direção também está fraca porque vem de uma derrota eleitoral em cima de fraude, manipulação e de métodos policialescos que a aplastou. Na sua perplexidade, apostou em rumar à di-reita tentando se integrar ao novo re-gime na esperança de não ser dizimada. A “Carta das centrais sindicais ao pre- sidente da República Jair Bolsonaro”, onde as centrais reconhecem o governo como sendo legítimo e não mais golpis-ta, e com o qual propõem negociar é o grande sinal dessa mudança de postura. Assim como o PT, a CUT vai à direita. E serão ultrapassados pelo movimento. A tendência é que os primeiros a entra-rem em luta sejam os funcionários pú-blicos e na vanguarda os trabalhadores da educação. A categoria está sendo muito vilipendiada, em muitos estados

está com o salário atrasado ou parce-lado, muitos contratos de professores temporários não foram prorrogados e ainda tem as questões da “escola sem partido”, da nova base curricular, das mudanças no ensino médio, etc.

UNIFICAR AS LUTAS À NÍVEL NACIONAL

Os trabalhadores da educação tem tudo para sair à luta. Bem como os trabalhadores das empresas estatais que estão ameaçadas de privatização onde, em primeiro lugar, estão os tra-balhadores da Empresa de Correios e Telégrafos que já têm uma plenária na-cional para encaminhar a luta marcada para o dia 02 de fevereiro. Para o dia 04 de fevereiro está marcada a greve geral uni� cada de todos os funcionários mu-nicipais de São Paulo contra o Sampa-prev, que nada mais é do que um con-� sco salarial.É urgente que as lutas sejam uni� cadas a nível nacional e direcionadas con-tra esse governo golpista e entreguis-ta. Exigimos que as Centrais Sindicais abandonem seu curso reformista ca-pitulador e encabecem uma campanha nacional de mobilização baseada num plano de lutas que uni� que todas as ca- tegorias e movimentos sociais.E que nesse processo de mobilização se convoque uma Plenária Nacional Uni-� cada de todas as categorias para orga-nizar a luta de alto a baixo no país. A hora é agora! Luta, já!

www.gazetarevolucionaria.com.br - 10 de Janeiro de 2019 p.04

A FALÊNCIA DA ESQUERDA E A NECESSIDADE DE ORGANIZAR A LUTA

A publicação, em 1º de janeiro de 2019, da “Carta das Centrais Sindicais ao Presidente da República Jair Bolso- naro”, revela muito da situação da es-querda na atual conjuntura. Antes de mais nada expõe a burocratização da esquerda com um giro à direita rumo à integração ao regime político bolso-narista. Essa foi a saída que essa casta de parasitas achou para “sobreviver po-liticamente” e continuar mamando nos aparatos sindicais e do Estado burguês, mantendo os seus cargos e privilégios.O � m da cobrança do imposto sindical foi um baque grande nesses aparatos, que viviam basicamente desse recurso. Também, o � m do Ministério do Tra-balho, dividido em três, com as respec-tivas áreas sob o comando da Econo-mia, da Justiça/Segurança Pública e da Cidadania, pressionou sobremaneira as direções sindicais. O superministro Sérgio Moro � cará com a área de registro sindical, que foi objeto da Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal, que envolveu políti-cos do PTB (que era quem comandava o ministério) e do Solidariedade. Tudo isso tocou o terror na burocracia que, ignorando a “Carta de Lula ao PT” onde o ex-presidente chamava à luta contra o governo golpista e fraudulento de Bolsonaro, resolveu fazer ela mesma uma carta amistosa a Bolsonaro.

A VERGONHOSA CARTA DAS CENTRAIS A BOLSONARO

Nesta carta, Vagner Freitas, presidente da CUT, encabeça uma lista de pelegos cauterizados. Assinam a mesma: Va- gner Freitas, presidente da Central Úni-ca dos Trabalhadores (CUT); Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT); Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); José Calixto Ramos, pre- sidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). O conteúdo da carta é vergonhoso. Parte do pressuposto, como já havia dito o presidente da CUT em entrevista ao jornal El País, de que Jair Bolsona-ro é o presidente legitimamente eleito pelos trabalhadores brasileiros, e não

um golpista imposto na base da fraude e manipulação por meio de táticas de guerra híbrida sob ordens do imperia- lismo norte-americano.Os dirigentes sindicais solicitam de uma forma subserviente que sejam reconhecidos como os representantes dos trabalhadores e se apresentam “com disposição de construir um diálo-go” com o governo, além de reivindicar “discussão e negociação” de “todas as medidas que atinjam os trabalhadores”.

NEGOCIAÇÃO SEM MOBILIZAÇÃO?

Mas como sentar numa mesa de nego-ciação sem a pressão da base mobiliza-da? E que tipo de resultado se obteria se por ventura o governo aceitasse ne-gociar com as centrais? E o que se ne-gociaria?Está claro que em qualquer negociação desse tipo o resultado seria desfa-vorável aos trabalhadores. O que ofere-ceria a burocracia para Bolsonaro para que ele não atacasse os direitos dos tra-balhadores como já vem vociferando aos quatro ventos?Na verdade, esse tipo de negociação sem mobilização da classe trabalhadora na rua, sem greves e protestos, só ser-viria para que, comprometidos com a negociação, os dirigentes das centrais viessem a empurrar goela abaixo dos trabalhadores a política do governo. Viriam na maior cara de pau dizen-do que “foi o máximo que pudemos avançar”, que “foi a melhor proposta

dadas as condições”, etc., etc.As outras centrais menores, CSP-Con-lutas e Intersindical, seguem o mesmo espírito. Ainda que não tenham assi-nado a famigerada carta, também não a denunciaram. Quem cala consente. Estão no mesmo barco, só esperando alguma benesse “conquistada” pelos pelegos vendidos. Essa é a situação de todos os sindicatos à nível nacional: imobilismo, negociação sem mobili-zação e atuação prioritária por meio do jurídico, recorrendo e recorrendo nes-ses tribunais golpistas e sempre enro-lando as categorias.

O VALE TUDO NA ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS

DEPUTADOS

Enquanto isso, os partidos da esquer-da, todos que tem representação parla- mentar, estão muito mais preocupados com os conchavos para eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado da República do que com a situação de abandono por que passa a classe trabalhadora. Está se conformando um acordão em torno de Rodrigo Maia (DEM/RJ), composto pelo PSL, a Direita, o Cen-trão e todo o baixo clero. PSB e PDT estão com Maia. Até o PCdoB vai votar em Maia! Oportunismo sem medida!O PSOL vai lançar Marcelo Freixo, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro. O que demonstra uma maior direit-ização do partido na medida em que Freixo representa o setor mais à direita

do PSOL.O candidato do MDB é o Deputado Federal Fábio Ramalho (MDB/MG), aquele que foi visitar Bolsonaro para dizer que encaminhará as reformas, e de quebra levou uma sacola de queijo e linguiça de presente para o presidente.O PT inicialmente também ia com Maia, mas � cou muito explicita a ca-pitulação quando o PSL resolveu apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara. Agora os petistas estão di-vididos e poderão acabar por apoiar o candidato do MDB.

LUTA CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

É a falência total da esquerda nacional. Os trabalhadores, independente dessa casta dirigente corrompida, saberão se mobilizar e resistir aos ataques do go- verno Bolsonaro/Paulo Guedes.E a primeira grande batalha, que deve ser uni� cada à nível nacional, é a luta contra a reforma da Previdência de Bol-sonaro/Paulo Guedes. Que a esquerda e todas as organizações dos movimentos sociais encampem essa luta e uni� quem o movimento rumo a uma grande greve geral contra o governo e sua famigera-da reforma previdenciária.

FORA BOLSONARO E O GOLPE MILITAR!ABAIXO A REFORMA

DA PREVIDÊNCIA!

www.gazetarevolucionaria.com.br - 10 de Janeiro de 2019 p.05

DIANTE DOS MONSTRUOSOS ATAQUES À EDUCAÇÃOBolsonaro tomou posse com os seus ministros de extrema direita, que in-cluem vários generais. Esse governo é fruto da maior fraude eleitoral dos últimos 90 anos e foi imposto por meio da “guerra híbrida” (que é uma agressão sem tropas) do imperialis-mo norte-americano contra o Brasil. O objetivo é sugar até a última gota de sangue dos trabalhadores e entregar o Brasil para os especuladores � nan-ceiros em crise por causa da queda da taxa dos lucros das 150 famílias que dominam o mundo. O golpe de Estado no Brasil poderá evoluir rapidamente para um golpe militar assim que hou-ver um maior desgaste do governo de Bolsonaro.Por meio do super Ministério da Econo-mia, o Chicago Boy Paulo Guedes, um admirador do sanguinário ditador Augusto Pinochet, o governo buscará acabar com a educação e saúde públi-cas no Brasil, assim como terminar de entregar todas as empresas públicas, a troco de pinga, e os recursos natu-rais, além de transformar as condições de trabalho de todos os trabalhadores em análogas à escravidão. Os direitos trabalhistas e previdenciários já são considerados pelos agentes do grande capital como coisa do passado.O Ministro da Educação de Bolsona-ro é um privatista e um inimigo con- victo dos educadores; um apologista da Escola Sem Partido. Ele quer entregar todos o sistema educacional brasileiro para os grandes conglomerados que ex-ploram a educação como um negócio lucrativo com o dinheiro do povo e do Estado, tais como os grupos “naciona-is” Anhanguera, Anima, Estácio e Kro-ton, e os declaradamente estrangeiros, o DeVry e Laureate. Esses abutres estão de olho no ensino básico e fundamen-tal, mas já atuam fortemente no ensino superior e são os responsáveis pelo su-cateamento das universidade públicas e do todo o sistema educacional. A economia brasileira entrará em pro-funda recessão após um pequeno perío-do arti� cial de euforia. Os concursados ou celetistas perderão a relativa esta-

bilidade e os benefícios. Quem tiver a “sorte” de arrumar um novo emprego o fará como terceirizado e sem nenhum dos benefícios que foram conquistados.

O QUE OS EDUCADORES E ES-TUDANTES DE LUTA DEVEM

FAZER?

1. Os educadores não devem � car sen-tados aguardando a morte chegar. Pre-cisamos defender os nossos empregos e o nosso sustento; pelas nossas famílias, por nós mesmos e por todos os tra-balhadores. 2. Devemos levantar os eixos da nossa luta que nos uni� cam e nos garantem o apoio da população:

- Por uma Educação Pública, Laica, Inclusiva, Gratuita e de Qualidade!- Fora Bolsonaro e o golpe militar!- Que a crise seja paga pelos capita- listas!

3. Não podemos aceitar atrasos nos pa-gamentos dos salários e � car sem o pa-gamento do 13º.4. Devemos discutir a luta conjunta de

toda a educação, sem fracionar a cate-goria de educadores. Chega desse divi-sionismo dos neopelegos nos Sindica-tos. Vamos unir educadores estaduais, municipais e federais juntamente com os estudantes e pais de alunos.5. Os estudantes devem se mobilizar nas escolas e exigirem juntamente com os pais e educadores um ensino de qualidade e gratuito para todos..6. Chega de frouxidão. A hora é de co- ragem, de ousadia; não há espaço para os covardes. Querem acabar com o décimo terceiro, irão iniciar o ano leti-vo em meados de fevereiro, irão acabar com os concursos públicos. Querem acabar com a aposentadoria, irão botar terror com a nova BNCC. Irão invadir as salas de aula e nos acusar de mar- xistas, ideólogos, esquerdistas, comuni-stas, socialistas, bolivarianos, etc.7. Os educadores que já estão em total burnout não passam de um lixo para esta gente. Vamos aceitar isso? NÃO, NUNCA! Temos o dever de organizar a nossa resistência.8. O nosso plano deve evoluir para um Plano Nacional de Luta dos Educadores. O sindicalismo municipal,

que além de pelego é estatal, não tem a mínima condição de colocar em movi-mento uma força capaz de enfrentar os golpistas e derrotá-lo. Devemos impul-sionar uma luta nacional em defesa da educação:A - Usar as redes sociais e a partir de grupos de discussão, começarmos a agrupar os educadores de todo o País.B - Realizar plenárias mensais para ba-lanço e discutirmos os próximos passos (antes que seja tarde).C - Levantar a bandeira de um Con-gresso Nacional de Educadores (todos que trabalham na educação) para o se-gundo semestre de 2019.D - Exigir da burocracia sindical que os sindicatos sejam colocados a serviço da luta dos trabalhadores.E - Denunciar com muita energia todas e cada uma das traições da burocracia sindical.F – Não aceitar o divisionismo e de-fender a união de todos os educadores (municipais, estaduais, federais), estu-dantes e pais porque a luta é uma só no Brasil inteiro.

Por uma Educação Pública, Laica, Inclusiva, Gratuita e de Qualidade!

Essa luta é de todos, Educadores, Estudantes e Pais

DIANTE DOS MONSTRUOSOS ATAQUES À EDUCAÇÃO

www.gazetarevolucionaria.com.br - 10 de Janeiro de 2019 p.06

CONTRIBUA COM A LUTA OPERÁRIA!O Gazeta Revolucionária impul-siona a luta nacional pela unifi -cação dos trabalhadores como força capaz de enfrentar os golpistas a mando do imperialis-mo norte-americano.Os trabalhadores entrarão em movimento de maneira es-pontânea por causa da brutalidade

dos ataques contra suas conquistas e pelas traições dos burocratas dos sindicatos e dos movimentos so-ciais, assim como da “esquerda” integrada ao regime, que não mo-bilizam contra esses ataques. Mas eles precisarão ser orientados, pois o grande capital e seus agentes se valerão de todos os mecanismos

para manter seus privilégios.

A nossa luta contra os brutais ataques que o governo golpista de Bolsonaro e dos militares querem nos impor, deve ser independente de todas as burocracias, que são agentes do Estado burguês, e do próprio Estado burguês.

Contribua conosco divulgando nossas matérias e vídeos, e par-ticipando dos debates nas redes sociais.

Apoie fi nanceiramente os que militam organizando a luta dos trabalhadores.

O novo governo Bolsonaro conta com super ministérios repressivos para amedrontar os trabalhadores e paralisá-los de medo. Mas quem se paralisou de medo é a burocracia sindical ... de medo de perder os seus privilégios. Todos os setores da burocracia tentam se salvar jogando os trabalhadores na lama. O presidente nacional da CUT (Vagner Freitas) deu a linha a seguir: “negociar” com Bolsonaro (que segun-do esse covarde seria supostamente um governo “democrático” e eleito pelo povo). E Freitas está sendo seguido ao pé da letra por todos os burocratas dos Correios e de todas as categorias. Mas não passa de uma ilusão acreditar que é possível “negociar” com quem quer massacrar os trabalhadores, desde uma posição de extrema fraqueza e sem mo-bilização.Nos Correios, todos os trabalhadores concursados estão na mira da demissão e da perda de todos os seus direitos. A própria Lei das Terceirizações já o permite. Os dois novos PDVs (planos de demissões “voluntárias”) apontam

nesse sentido. Trata-se da política do “divide e vencerás”.

CONVOCAÇÕES PARA “INGLÊS VER”

Os burocratas da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT) chamaram uma Plenária Nacional de Trabalhadores para os dias 2 e 3.2.2019, em Brasília (onde há apenas 1.500 tra-balhadores concursados, de um to-tal de mais de 100 mil). Tiraram um “Calendário de Lutas”, mas ninguém está fazendo efetivamente nada. Muito menos esses burocratas estão fazendo alguma coisa no coração da Empresa, em São Paulo e Rio de Janeiro, onde abandonaram quase a metade da ca- tegoria aos desmandos da burocracia mais pelega dos Correios, a da fede- ração abertamente patronal, a Findect.Alguns trabalhadores acham que sem o dinheiro dos sindicatos seria impos-sível lutar. Esse dinheiro é controlado pela burocracia sindical, a mando da Empresa, e tem como origem o estado que o extorque dos trabalhadores. A

burocracia já disse e mostrou que não irá organizar luta alguma.

O QUE OS TRABALHADORES DE LUTA DEVEM ENTENDER?

1. O sindicalismo burocrático, munici-pal etc. está caindo aos pedaços e tende a implodir,2. A ala revolucionária dos tra-balhadores tende a crescer, assim que os trabalhadores entrarem em movi-mento.3. Entender efetivamente a criticidade da situação. “Senso de urgência” impli-ca em tomar as ações alinhadas com a urgência da necessidade. A burocracia ”reconhece” teoricamente que a situação é crítica, mas atua como se não fosse com ela.4. Encampar de vez e aplicar a política revolucionária:a. Abandonando (em luta frontal) o sindicalismo burocrático.b. Entender de verdade que o objetivo dos revolucionários não é ganhar pes-soas para serem nossos amigos. Deve-mos ganhar militantes para a política revolucionária, nacional, latino-ameri-cana e mundial. c. Precisamos deslindar campos com todos os oportunistas, a começar com os burocratas, de maneira clara e enér-gica, principalmente agora que en- traram num nível obsceno de traições.

O QUE OS TRABALHADORES DE LUTA DEVEM FAZER?

1. Entender que a burocracia sindical os conduz ao abismo, que signi� ca a demissões em massa, para começar, numa situação altamente recessiva.

2. Se agrupar com outros trabalhadores de luta para convocar a Plenária Nacio-nal de Trabalhadores de 2 e 3.2.2019, convocada pela Fentect. E participar efetivamente dessa Plenária.3. Se os burocratas transformarem essa Plenária num � asco, os trabalhadores de luta devem denunciar a burocracia sindical e eles mesmos convocarem uma nova plenária, de verdade. 4. A nova Plenária Nacional de Tra-balhadores deve acontecer em São Paulo e estar aberta a todos os tra-balhadores. Sem luta nacional uni� ca-da, os trabalhadores serão totalmente massacrados.5. A Plenária deve ser convocada por uma Comissão Nacional de Organi-zação da Plenária em São Paulo, com-posta exclusivamente por trabalhadores de luta, sem vínculos com a burocracia sindical. Burocratas “arrependidos” po-dem participar da convocação, mas não fazer parte da Comissão, que obviamente eles tentarão implodir por dentro.6. A convocação implica em colocar em pé uma imprensa independente da burocracia e da Empresa: redes sociais, boletins digitais e impressos.7. As � nanças devem ser levantadas com contribuições pequenas dos trabalhadores.

PELOS NOSSOS EMPREGOS!SINDICATOS PARA LUTAR!

FORA BUROCRACIA!FORA BOLSONARO E

O GOLPE MILITAR!

CHEGOU A HORA DOS TRABALHADORES LUTAREMA BUROCRACIA SINDICAL MORREU