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Braga: aluno baleado no Externato Carvalho Araújo Miep Gies Morreu a guardiã dos diários de Anne Frank Os diários de Anne Frank (foto) chegaram até nós graças a Miep Gies. Trabalhava para o pai de Anne, durante a II Guerra Mundial, e reuniu os manuscritos da jovem autora, mantendo-os a salvo dos nazis. Gies morreu hoje, aos 100 anos. Pág.10 » Um jovem de 17 anos foi hoje atingido por um tiro no interior do Externato Carvalho Araújo, em Braga, onde frequenta o 12.º ano. O jovem está inter- nado, com prognóstico reservado. A Polícia Judiciária está a investigar o caso. Pág.7 » Revivalismo “Furinhos” da Regina não podem ser recuperados Ivo Delgado/LUSA EFE FILE/EPA Amanhã Hoje Porto Lisboa man Am h h oje H Li Lisboa boa Quinta Por Po to o Porto Lisboa Quarta Gratuito BRAGA: Alunos manuseavam armas - BANCO DE PORTUGAL: Revisão em alta para o crescimento da economia Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo Renascença www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Terça-feira 12 Janeiro de 2010 A 12 de Janeiro... 1759: sentença do processo dos Távoras Pág.16 » Págs.2 a 3 » OPINIÃO Ainda sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo Maria do Rosário Carneiro Pág.4 » Presidência da República Cavaco critica “política do imediato” O PR aproveitou a recepção ao corpo diplomático para lançar mensagens internas. Pág.5 » Loures Lançada primeira pedra do novo hospital A cerimónia de hoje abriu uma troca de acusações entre Gover- no e PSD. Pág.6 » Mau tempo Neve dá lugar à chuva que segue para sul Chuvas torrenciais causaram alguns problemas, esta manhã. O mau tempo segue para sul. Pág.8 » AOL Mil funcionários acordaram rescisões O gigante da Internet quer elimi- nar 2500 postos de trabalho. Só mil chegaram a acordo. Pág.11 »

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Page 1: BRAGA: - BANCO DE PORTUGAL: Braga: aluno baleado no ...mediaserver.rr.pt/rr/others/14134749115b7ba.pdf · xas de furos que existiam nas feiras e nos cafés e que ditavam o chocolate

Braga: aluno baleado no Externato Carvalho Araújo

Miep Gies

Morreu a guardiã dos diários de Anne Frank

Os diários de Anne Frank (foto) chegaram até nós graças a Miep Gies. Trabalhava para o pai de Anne, durante a II Guerra Mundial, e reuniu os manuscritos da jovem autora, mantendo-os a salvo dos nazis. Gies morreu hoje, aos 100 anos. Pág.10 »

Um jovem de 17 anos foi hoje atingido por um tiro no interior do Externato Carvalho Araújo, em Braga, onde frequenta o 12.º ano. O jovem está inter-nado, com prognóstico reservado. A Polícia Judiciária está a investigar o caso. Pág.7 »

Revivalismo

“Furinhos” da Regina não podem ser recuperados

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Gratuito BRAGA: Alunos manuseavam armas - BANCO DE PORTUGAL: Revisão em alta para o crescimento da economia Leia mais ÚLTIMAS

DirectoraGraça Franco

EditorRaul Santos

Grupo Renascençawww.rr.pt

www.rfm.ptwww.mega.fm

www.radiosim.pt

Terça-feira12 Janeiro de 2010

A 12 de Janeiro...

1759: sentença do

processo dos Távoras

Pág.16 »

Págs.2 a 3»

OPINIÃO

Ainda sobre o

casamento de

pessoas do mesmo

sexo

Maria do Rosário CarneiroPág.4 »

Presidência da República

Cavaco critica

“política do imediato”

O PR aproveitou a recepção ao corpo diplomático para lançar mensagens internas. Pág.5 »

Loures

Lançada primeira

pedra do novo hospital

A cerimónia de hoje abriu uma troca de acusações entre Gover-no e PSD. Pág.6 »

Mau tempo

Neve dá lugar à chuva

que segue para sul

Chuvas torrenciais causaram alguns problemas, esta manhã. O mau tempo segue para sul. Pág.8 »

AOL

Mil funcionários

acordaram rescisões

O gigante da Internet quer elimi-nar 2500 postos de trabalho. Só mil chegaram a acordo. Pág.11 »

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Pesquisa-se “Regina” e o motor de bus-ca devolve saudade. Há quem recorde as “escadinhas” junto à antiga fábrica de cho-colates, em Alcântara,

numa transversal da Rua Luís de Camões, onde se sen-tia o “maravilhoso perfume” a lembrar “pré-mousse de choco-late”. Há quem evoque as barrinhas de chocolate com sabores de frutos (“coisa para cinco escu-dos, talvez sete e quinhentos” no fi nal dos anos 80, conta-se no “pitau-raia.blogspot.com”), as imortais sombrinhas e as cai-xas de furos que existiam nas feiras e nos cafés e que ditavam o chocolate que calhava em sorte, mediante a cor da bolinha que saísse (“cada furo vinte e cinco tos-tões”, recorda-se no “entreparentes.blogs.sapo.pt”).

De Lisboa para Vila do CondeDe Lisboa para Vila do Conde

A história da Regina começou em 1928 e terminou em 1996, quando a empresa faliu. A fábrica fechou e no seu lugar ergueu-se um complexo habitacional. Já não há cheiro quente a inundar a zona de Alcântara. Mas nem tudo foi perdido. Em 2000, a Fábrica de Cho-colates Imperial, sediada em Vila do Conde, comprou a marca, recuperou-a e, a partir de 2002, começou a re-

lançar clássicos e a inventar novos formatos com

selo “Regina”. Voltaram as bar-ras de aromas de frutos, as sombrinhas, as tabletes vermelhas com amêndoas, o Floc Choc. Inventaram-se os bombons, as amêndoas e avelãs cobertas de chocolate e as fanta-sias de Páscoa e de Natal.A marca que a Regina tinha deixado no imaginário na-cional era tão forte que houve quem se deixasse atrai-çoar pela memória. “Quando saíram as amêndoas da Regina, ouvi pessoas a descrever a saudade que tinham sentido deste produto. Era uma falsa memória, porque elas nunca tinham existido”, conta Valdemar Figueire-do, director industrial da Imperial.

Metade das vendas da ImperialMetade das vendas da Imperial

A fábrica de Vila do Conde julgava estar ciente deste poder da marca. Tinha feito “diversos estudos de mercado” antes de a adquirir, que revelaram “uma notoriedade espontânea ex-traordinariamente elevada”, recorda Manuela Tavares de Sousa, administradora-delegada da Imperial.Mas o sucesso ultrapassou em muito as previ-sões. “Nos primeiros anos”, conta a responsável, “a marca crescia 100% ao ano”. Só o segmento de amêndoas e avelãs da Regina “adquiriu, logo no primeiro ano, uma quota de mercado de 18%, e, no segundo, duplicou a fasquia, tornando-se líder de mercado no sector” – posição que man-tém até hoje.“Mais abrangente e mais moderna”, a Regina está agora presente em quase todos os segmen-tos do mercado de chocolates, representando

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Revivalismo

Voltaram as sombrinhas, mas os “furinhos” estão proibidosOs produtos tradicionias portugueses estão na moda e a Imperial, que comprou a Regina há

10 anos, aproveitou a onda. Relançou as sombrinhas e barrinhas de aromas e queria fazer regressar as caixas de furos que marcaram a infância de várias gerações, mas o produto foi proibido por ser considerado um “jogo de fortuna e azar”.

Catarina Santos »

GRUPO RENASCENÇA, 2010

Manuela Tavares de Sousa, administradora da Imperial, e a antiga “caixa de furos” da Regina

As “pratas” dos antigos chocolates que saiam na “caixa de

furos” da Regina e o novo design das barrinhas de aromas

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mais de 50% do volume de negócios da Imperial.

“Furinhos” ilegais?“Furinhos” ilegais?

Só não voltaram os “furinhos”. Manuela Tavares de Sou-sa conta que, “há quatro ou cinco anos”, quis recupe-rá-los, sobretudo a pensar no canal de impulso – “nas confeitarias, lojas de conveniências, nas gasolineiras, achei que seria interessante essa forma diferente de consumir chocolate através dos furos, porque cria esse elemento de suspense, por não se saber qual é o produ-to que vai sair quando se faz o furo na caixa”.Mas a intenção esbarrou no entendimento do regula-dor: “Quando colocámos essa questão às autoridades competentes nesta matéria, fi cámos surpreendidíssi-

mos com a resposta de que consideravam isso um jogo de fortuna e azar e, como tal, não era permitido”. À partida, sabendo que o preço do furo correspondia ao valor do prémio mais pequeno, não se vislumbra onde mora a componente de “azar”, mas a legislação gera interpretações mais complexas.O processo parou, mas Manuela Tavares de Sousa tem intenção de “insistir e apresentar argumentação que nos possa levar a ultrapassar isso, porque acho que se-ria algo bem aceite pelos consumidores e que em nada os pode prejudicar”.A insistência pode muito bem resultar. O Página1 con-sultou acórdãos de diferentes tribunais que não encon-traram ilegalidades em produtos do género. Em Março de 2007, por exemplo, o Tribunal da Relação de Coim-bra absolveu da acusação de exploração ilícita de jogo o dono de um café que tinha instalado no seu estabele-cimento um mecanismo em tudo semelhante à caixa de furos da Regina – mediante a inserção de uma moeda, a máquina expelia uma bola colorida. Cada cor corres-pondia a um chocolate à venda no café.Lê-se no acórdão (disponível aqui: http://bit.ly/6nHtIM) que “não existindo o mínimo factor de pe-rícia, sorte ou azar do utente não se pode dizer que haja «jogo», como acontece quando o cliente se limita a meter uma moeda para obter «sempre» um dos pré-mios de valor e utilidade semelhantes”.

GRUPO RENASCENÇA, 2010

“Portugueses comem poucos chocolates”

Produz-se bom chocolate em qualquer parte do mundo. “É uma questão de ter boas matérias-primas, de ter o know- how e meios tecnológicos adequados”, assegura a administradora da Imperial.Mas Portugal não é um mercado fácil, porque “temos um dos mais baixos con-sumos per capita da Europa” (cerca de 1,4 quilos por ano, quando países como Bélgica, Reino Unido, Suíça e Alemanha variam entre os 8 e os 12 quilos). O que pode ser explicado pelo desenvol-vimento económico (“tradicionalmen-te, países com um desenvolvimento económico mais elevado consomem mais chocolate”), por questões cultu-rais (nesses mercados, o chocolate é visto como “um bem alimentar” e “as pessoas consomem-no de uma forma permanente e não apenas nestes picos sazonais de Natal e Páscoa”) e até por questões climáticas (“há uma maior apetência para comer produtos ener-géticos e calóricos com temperaturas mais baixas”). No último ano, a crise também fez das suas neste sector: pela primeira vez em muitos anos, o mercado retraiu (“nos primeiros nove meses de 2009, o con-sumo de chocolate caiu 3,9%”).

Solução: internacionalizarSolução: internacionalizar

Por todos estes motivos, a internacio-nalização é “uma opção estratégica da empresa” e Manuela Tavares de Sousa acredita que “será, seguramente, o grande eixo de crescimento nos próxi-

mos anos”.Para já, a exportação pesa 20% nas vendas da empresa, mas o objectivo é aumentar essa fatia para os 50%. A estratégia está deli-neada: “Conhecemos muito bem o mercado internacional, sabemos quem é a nossa concor-rência, sabemos quais são os canais de distri-buição e fi zemos uma selecção de mercados onde acreditamos que a Imperial é capaz de apresentar uma proposta diferenciadora”, assegura a responsável.A receita tem resultado e sentem “uma boa aceitação” nos 22 países onde es-tão presentes. Nuns, o porta-estandar-te da Imperial é a Regina – “são pro-dutos mais mass market, destinados ao consumidor comum e com preços mais acessíveis” –, noutros, como no Merco-sul, é a Jubileu que marca mais pontos – há uma “clara preferência”, sobretu-do no Brasil, por “produtos europeus de qualidade e requintados”.Não são esquecidos, claro, os países onde existem comunidades portuguesas – “só na Europa há cerca de 1,4 milhões de consumidores portugueses”. Aí, é a Regina e o Pantagruel que fazem mais sucesso, “porque eram os produtos que mais se vendiam na infância deles e da geração anterior”.

Nova linha inaugura este mêsNova linha inaugura este mês

Fundada em 1932, A Imperial integra o grupo RAR (Refi narias de Açúcar Reuni-das) desde 1973. Do seu portfólio fazem parte as marcas Jubileu, Pintarolas, Pantagruel, Allegro, Fantasias e, desde 2000, a Regina. Em 2007, nos seus 75 anos, a Imperial inaugurou uma nova unidade de molda-ção e embalagem de tabletes e bom-bons, com um investimento de cerca de cinco milhões de euros. Outro tanto foi empregue numa nova linha completa de fabrico de massas de chocolates, que deverá ser inaugurada ainda este mês.Estão, agora, reunidas condições para aumentar a produção de 2800 tonela-das para 4500. O objectivo é, até 2012, elevar em 40% o volume de negócios, que em 2008 se situou nos 18 milhões anuais.

Vista do telhado da Fábrica de Chocolates Imperial, que fi ca na

Azurara, mesmo no coração de Vila do Conde

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Ainda sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo

Na passada sexta-feira foi votada na generalidade a proposta de lei, apresentada pelo Governo com vista a remover as barreiras jurídicas ao casamen-to entre pessoas do mesmo sexo. E a proposta foi aprovada com o apoio das bancadas à esquerda e de um ou outro voto à direita, algumas absten-ções e muitas declarações de voto (de facto, muitos deputados do partido socialista não estão de acordo com a solução votada, mas aceitaram a dis-ciplina de voto). Já aqui escrevi dizendo que conside-ro que a vida comum de pessoas do mesmo sexo deve ser objecto por parte do Estado da defi nição de uma fi gura jurídica própria, que a proteja e lhe conceda o reconhecimento pú-blico que pretende. Já aqui escrevi também dizendo que considero que o acesso de pessoas do mesmo sexo ao casamento implica uma alteração conceptual relativamente àquele ins-tituto e à realidade a que reporta – a família, e que esta alteração é contrária à nossa matriz an-tropológica, civilizacional, e que desta alteração decorrerão naturalmente impactos que não con-seguimos antecipar, que necessariamente com-

prometerão a humanidade que somos.Gostaria hoje de me referir à proposta aprovada, que expressamente consagra que as pessoas do mesmo sexo podem casar-se mas não podem ser admitidas à adopção. O Governo introduz assim um novíssimo conceito de família: uma célula

conjugal, composta por duas pessoas, cujo princípio e fi m se esgota nelas. Pessoas proibidas na união que esco-lheram de terem descendência e as-sim garantirem a sustentabilidade da sobrevivência da sociedade e de as-sumirem as funções que determina-ram a importância insubstituível da família e fundamentaram o interes-se regulador e protector do estado, mas que apesar de tudo se reconhece como grupo primário e estruturante. Igual no estatuto e no reconhecimen-to público.Trata-se de uma percepção disfuncio-nal da organização da sociedade que

de forma arrogante e apressada assim altera a nossa matriz constitutiva e estruturante. Trata-se de uma percepção que desdenha da nossa con-dição humana e da forma inultrapassável de con-tinuarmos a existir.

O Governo introduz assim um novíssimo conceito de família: uma célula conjugal, composta por duas pessoas, cujo princípio e fi m se esgota nelas

Maria do Rosário CarneiroDeputada socialista

Afeganistão

Reforços portugueses partem dia 25

O primeiro grupo de militares que vão reforçar o con-tingente português no Afeganistão vai partir para o ter-reno já no dia 25 deste mês. Esta equipa avançada vai ocupar-se do apoio logístico necessário para receber “o grosso” da companhia de Comandos do Exército que chega em Fevereiro. Os militares vão operar como força de reacção rápida do comandante das tropas da NATO.Actualmente, Portugal tem em Cabul um total de 103 efectivos. Nas próximas semanas vai passar a ter duas centenas e meia, mas a participação portuguesa pode ainda ser reforçada.

Ataque faz cinco vítimas Ataque faz cinco vítimas

As forças internacionais no Afeganistão reviram hoje em baixa as suas perdas no ataque de ontem, anun-ciando que cinco soldados da NATO morreram, sendo

que o sexto não morreu, mas está em estado crítico.“Tínhamos anunciado que um soldado da ISAF tinha sido morto em combate com as forças inimigas no leste do Afeganistão”, declarou a NATO num comunicado.“Tínhamos anunciado igualmente que outro soldado tinha sucumbido aos seus ferimentos sofridos durante o mesmo combate. Esta informação não é exacta. O soldado foi ferido e está num estado crítico”, precisou a NATO.

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Presidência da República

Políticas para o imediato são desaconselháveis

O Presidente da República mostrou-se hoje contrário a políticas voltadas apenas para o suposto interesse nacional imediato.Cavaco Silva assumiu esta posição durante a cerimónia em que recebeu cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático acreditado em Portugal.Numa clara mensagem dirigida ao Governo, o Presi-dente da República aconselhou a que os primeiros si-nais de crescimento que surjam não façam esquecer a necessidade de dar continuidade à reforma das ins-tituições.

Cavaco Silva mostrou-se também contrário à adopção de medidas proteccionistas que ajudam à criação de cenários de confrontação.

Núncio lembra visita do Papa Núncio lembra visita do Papa

Coube ao Núncio Apostólico em Portugal falar em nome do corpo diplomático radicado em Lisboa, tendo D. Rino Passigato aproveitado para desejar que a visita do Papa, este ano, a Portugal possa contribuir para fortalecer o ânimo dos portugueses.

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PCP

Jornadas parlamentares sob o signo do orçamento

O grupo parlamentar do PCP está reunido, hoje e ama-nhã, em Viseu, para umas jornadas que serão marca-das pelo tema do Orçamento de Estado.Durante os dois dias de trabalho, a bancada comunis-ta, os deputados vão também refl ectir sobre a situa-ção económica e social do país. Vive-se um “momento muito importante da vida do país e da vida política nacional, em que se agrava a crise económica e so-cial”, segundo o líder parlamentar comunista, Bernar-dino Soares.Em declarações antes do início das jornadas, o depu-tado afi rmou que se observa, nos últimos dias, “uma espécie de namoro pré-nupcial entre a bancada do Governo e PS e as bancadas mais à direita”, mas ga-rante que os deputados comunistas não se perturbam

e mantêm-se disponíveis para o diálogo, desde que te-nha por objectivo a mudança.

A escolha de ViseuA escolha de Viseu

A escolha de Viseu para a realização das jornadas, dis-trito onde a infl uência eleitoral do PCP é reduzida, foi justifi cada pelo líder parlamentar com a necessidade de tomar conhecimento da “gravidade dos problemas” que a região enfrenta.Nas últimas Legislativas, o PCP foi a quinta força polí-tica mais votada no distrito, conseguindo apenas 2,86% dos votos.Do programa das jornadas constam várias visitas a uni-dades industriais da região.

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Loures/Novo hospital

Governo e PSD trocam acusações depois do lançamento da primeira pedra

O Governo honrou com-promissos assumidos ao promover, hoje, a ceri-mónia de lançamento da primeira pedra do futuro Hospital de Loures, mais uma unidade que surge no quadro das parcerias público-privadas.Apesar de o Governo já ter anunciado o fi m des-tas parcerias, o projecto avança porque, de acordo com a ministra da Saúde, é necessário honrar com-promissos assumidos pelo Estado.Com esta afi rmação, Ana Jorge abriu mais uma frente de confronto entre PS e PSD, tendo a vice-presidente da bancada parlamentar Rosário Águas classifi cado as declarações da ministra como “infelizes”.Presente na cerimónia, o Primeiro-ministro apontou a aposta do Governo na requalifi cação da rede hospitalar como um exemplo de resposta à crise.

O caso de BragaO caso de Braga

O Hospital de São Marcos, em Braga, que tem gestão privada desde Se-tembro, manifestou a intenção de receber novos doentes de quatro espe-cialidades, alegando que estas “não fazem parte do perfi l assistencial” da instituição. Na sequência desta tomada de posição, o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte estão a tentar renegociar o contrato estabelecido.O presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, considera que não é aceitável a possibilidade de a população de Braga perder um conjunto de especialidades, responsabilizando o Governo pela situação criada. Sobre o problema de fundo, Lopes diz que a verdadeira avaliação às parcerias público-privadas continua por fazer, mas mostra-se mais adepto do modelo de gestão protagonizado pelos hospitais EPE - Enti-dades Públicas Empresariais.

IMI

Regras de isenção dividem proprietários

Pedro Mesquita »

Os proprietários de imóveis mos-tram-se divididos face às regras defi nidas para a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Perante um caso concreto, a Direc-ção Geral das Contribuições e Im-postos veio esclarecer que arrendar parte de uma casa adquirida para habitação própria e permanente - um quarto, por exemplo - implica a perda de isenção do IMI. Ou seja: vinga a tese de que, nesse contex-to, não se verifi cam os pressupostos para atribuição do benefício fi scal. O presidente da Associação Nacio-nal de Proprietários, António Frias Marques, contesta esta interpre-tação, defendendo que “se a pes-soa aluga um quarto apenas para lhe suavizar o esforço que está a fazer, não deixa de ser habitação própria”.Já para Monteiro de Barros, secre-tário-geral da União Pan-europeia de Proprietários, a interpretação feita pela Direcção Geral das Con-tribuições e Impostos é correcta, uma vez que o benefício fi scal implica a utilização “exclusiva do imóvel”.Monteiro de Barros admite que este enquadramento da lei irá desenco-rajar a aquisição de casa própria, mas António Frias Marques lembra que o arrendamento de um quarto não é facilmente detectável, por-que falta fi scalização, devendo a prática, muito comum, persistir.Calcula-se que as isenções de IMI correspondem a uma quebra na re-ceita das autarquias, em cerca de 270 milhões de euros por ano.

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Braga

Aluno baleado em escola com prognóstico reservado

Um estudante, de 17 anos, foi hoje baleado no Externato Carvalho Araújo, em Braga.O jovem foi atingido no tórax e encontrava-se consciente quando foi transportado para o Hospi-tal de São Marcos. À hora de fecho desta edição, o jovem encontrava-se com prognóstico reservado.Em declarações à Renascença, o médico Francisco Nunes Gonçalves, da Direcção Clínica das Urgên-cias do Hospital de Braga confi rmou que a situação clínica do estudante de 17 anos, que frequenta o 12.º ano de escolaridade é, no momento, estável, mas não exclui a possibilidade de um agravamen-to. “A bala entrou pela parede anterior do tórax e está alojada na parede. Aparentemente, não terá havido lesão do coração ou do pulmão. O doente continua em observação e internamento, para o caso de haver alguma complicação. De imediato não está programado ser operado”, sublinhou o médico.

Externato promete esclarecimentosExternato promete esclarecimentos

A escola remeteu para o fi nal da tarde um comuni-cado no qual deverá esclarecer os factos que ain-da estão a ser apurados. Contudo, alunos da escola inquiridos pelos jorna-listas apresentam versões contraditórias acerca do sucedido. Alguns estudantes dizem que um deles terá levado uma arma e disparou acidentalmente, enquanto outros colegas afi rmam que o tiro veio de fora da escola. Uma unidade da PSP foi chamada ao local. Con-tudo, como a ocorrência envolveu uma arma de fogo o caso passou para a Polícia Judiciária que está a inves-tigar o caso.

O externato, que funciona na Avenida São Frutuoso, é um estabelecimento de ensino privado para alunos do 10.º ao 12.º ano.

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Ensino Superior

Universidades e politécnicos recebem mais dinheiro

As universidades e politécnicos vão ter um reforço de 10% no Orçamento de Estado deste ano, mais 100 mi-lhões de euros do que em 2009. O anúncio foi feito pelo ministro da Ciência e Ensino Superior na assinatura do contrato de confi ança entre o Governo e o sector.Na cerimónia, Mariano Gago lembrou que, perante este reforço de verbas, os estabelecimentos de ensino com-prometem-se a fazer um “esforço adicional de forma-ção que deverá conduzir nos próximos quatros anos à qualifi cação a nível superior de mais cem mil activos”.Os 100 milhões de euros extra em 2010 deixam sa-tisfeitos os presidentes dos politécnicos e os reitores das universidades portuguesas, referiu Seabra Santos, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.No mesmo sentido foram as declarações do presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos.

João Sobrinho Teixeira avançou, mesmo, algumas das prioridades dos politécnicos para os próximos anos: “O desenvolvimento na investigação aplicada em ligação directa com o meio empresarial e industrial, com vis-ta ao desenvolvimento científi co e tecnológico do país e será fomentada a criação de unidades e consórcios de investigação aplicada relevantes para o desenvolvi-mento regional”.A cerimónia de ontem foi presidida pelo Primeiro-mi-nistro, para quem o contrato agora assinado é essencial para o país. Sócrates afi rmou que sem mais qualifi ca-ções “não há sucesso económico, desenvolvimento so-cial” nem um “país melhor”.“O Estado assume este contrato com orgulho, com con-fi ança em vós [reitores], com responsabilidade, mas também com a ambição que este contrato sirva o nosso país e os portugueses”, sublinhou.

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O mau tempo, com chuva intensa e vento forte, que fustigou, nas últimas horas, o Norte do território con-tinental vai deslocar-se para o sul, de acordo com as previsões do Instituto de Meteorologia que aponta para um agravamento do estado do tempo no sul do país.O Instituto de Meteorologia (IM) já estendeu o “aviso la-ranja” a todo o país, devido à previsão de chuva forte, resultante da passagem de um sistema frontal sobre o território continental.Várias inundações, sem especial dimensão, contudo, marcaram a primeiras horas da manhã, em particular, nas regiões de Lisboa e do Porto.A chuva intensa que caiu entre as 08h00 e as 09h00 motivou dezenas de pedidos de ajuda ao Sapadores de Gaia, que registaram várias inundações na via pública e em algumas habitações.O acesso de Vila Nova de Gaia à Ponte do Infante esteve difi cultado devido à inundação parcial da Rotunda Gil Eanes.

Escolas reabremEscolas reabrem

Com o regresso da chuva e a subida da temperatura, há menos neve. Ainda, assim, no concelho de Resende, distrito de Viseu estão encerradas, pelo segundo dia consecutivo, todas as escolas, afectando cerca de 1500 alunos de vários graus de ensino.A decisão da Câmara Municipal de Resende foi motivada pelas difi culdades na circulação rodoviária que subsis-tem em algumas vias do concelho.No resto do território nacional, verifi ca-se uma tendên-cia para a normalização, tendo reaberto, por exemplo, todas as escolas do concelho de Baião. Igual cenário verifi ca-se nos distritos da Guarda e de Castelo Branco.

Ainda há estradas cortadasAinda há estradas cortadas

Apesar da melhoria das condições climatéricas, várias estradas mantêm-se cortadas ou condicionas. No distri-to de Vila Real, estão encerradas a EN101, entre Baião

e Mesão Frio, e a EN304-3, na zona de Santa Marta de Penaguião. Há também condicionamentos na EN313.No distrito do Porto, na zona de Gondomar, estão corta-das a EN15, e a EN101, junto à localidade de Cavalinho No distrito da Guarda, os condicionamentos registam-se na EN339-1, junto a Gouveia, e na EN232. Encerrada por causa da neve está a EN338, entre Piornos e Torre, e a nacional 338-1, no acesso à Torre.No distrito de Coimbra, mantém-se cortada há dois dias a EN236, entre Lousã e Castanheira de Pêra, e em Avei-ro está cortada a EN224-2, ao quilómetro seis, devido a uma inundação.

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Mau tempo

Neve deu lugar à chuva e condições vão agravar-se a sul

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GRUPO RENASCENÇA, 2010

Com a chegada do frio, aumenta a pro-cura de vestuário quente e os tradicio-nais capotes alentejanos são, por esta altura, muito procurados.Os longos e quentes capotes são uma peça efi caz na protecção contra o frio e parte da produção é exportada, che-gando, nomeadamente, a França, ao Reino Unido e aos Estados Unidos.É em Santa Eulália, no concelho de El-vas, que existe a única fábrica de capo-tes alentejanos do sul do país.Chegou a ter 70 empregados na década de 40 do século XX. Hoje, os funcioná-rios são apenas sete.A produção tem vindo a diminuir, o

produto encareceu e até aos clientes já não são os mesmos, segundo disse à Renascença o proprietário da unidade, José Alpedrinha.Por ano, a empresa de Alpedrinha pro-duz entre 500 a 600 capotes e os ca-potes têm sucesso porque, de algum modo, a necessidade de combater o frio vence as imposições da moda.José Alpedrinha queixa-se de que na freguesia de Santa Eulália não há quem queira aprender a actividade, apesar de as encomendas irem chegando a El-vas. Nesta altura, por exemplo, a uni-dade tem entre mãos uma encomenda de capotes para enviar para Paris.

Capotes alentejanos têm saída

Rosário Silva

Funcionário camarário, esta manhã, em trabalhos na

marginal de Gaia

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João Salgueiro

Sócrates anda a enganar os portuguesesO economista João Salgueiro considera que o Primeiro-minis-tro está a en-ganar os portu-gueses quando garante a existência de sinais de retoma económica. “Não gostaria, se tivesse uma do-ença grave, que o meu médico me enganasse. Deve dizer exactamente o que eu tenho. Acho que ainda não se está a fazer isso”, disse o antigo ministro das Finanças e ex-presi-dente da Associação Portuguesa de Bancos, no fi nal de uma audiência com o Presidente da República.“Não vamos conseguir crescer sem corrigir alguns desequilíbrios”, disse Salgueiro, que defende a correcção do défi ce e uma aposta em “fazer tudo para reduzir a despesa”.Nestas declarações, em Belém, João Salgueiro deixou ainda um alerta: “A crise no Dubai colocou a Grécia na actual situação e, se a Grécia não resolver o seu problema, Portugal pode ser o próximo”.

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Depois de Aveiro, Leiria. As autoridades locais não aguentam a despesa de manter estádios construídos para o campeonato euro-peu de futebol de 2004. Estádios que estão quase sempre vazios, gerando pouquíssima receita. Há quem diga que a única solução será deitar abaixo os estádios.

No entanto, quando se decidiu construir dez estádios novos para o Euro 2004, os responsáveis só viam um futuro brilhante para tais investimentos. Entre esses responsáveis estava o actual primeiro-ministro.

Entretanto, as chuvas que têm caído já quase encheram a bar-ragem do Alqueva. Parece uma boa notícia. Mas logo surgiram pessoas e entidades a pôr em dúvida que a água armazenada na albufeira do Alqueva possa ser utilizada na agricultura alentejana em escala signifi cativa. O regadio é caro, muitos agricultores não estão preparados para usar a água e por aí fora.

O enorme investimento feito no Alqueva arrisca-se, assim, a servir para produzir electricidade, para alguns empreendimentos turís-ticos e pouco mais. Somos o país dos elefantes brancos, ou seja, do desperdício dos poucos recursos que temos.

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RTP

Vitorino sai e pode arrastar MarceloOs programas de comentário de António Vitorino e Marcelo Rebelo de Sou-sa, na RTP, vão terminar no fi nal de Fevereiro.O director de Informação da empresa pública de televisão, José Alberto de Carvalho, disse à agência Lusa que a estação vai remodelar o modelo de comentário político na sequência do abandono de António Vitorino.De acordo com Carvalho, “a decisão foi partilhada pela direcção de Infor-mação e pelos comentadores”, depois de Vitorino ter manifestado vontade em não renovar o seu contrato, que expira a 1 de Março.A RTP resolveu “pensar num modelo novo”, já que “não faz sentido conti-nuar” apenas com um dos comentadores.A inclusão de Marcelo Rebelo de Sousa no novo modelo de comentário polí-tico é um objectivo do director de Informação da RTP que ressalva, porém, tratar-se de uma questão que “precisa do acordo do professor”.O modelo de comentário político da RTP - com os programas semanais “Notas Soltas”, de António Vitorino, e “As Escolhas de Marcelo” - já foi criticado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Em Setembro de 2008, a ERC admitiu tomar medidas contra a RTP se esta mantivesse programas de comentário político afectos apenas ao PS e PSD, já que, segundo defendeu, a situação causa uma bipolarização que afecta as obrigações de serviço público. O alerta foi feito no relatório de avalia-ção do pluralismo político-partidário da estação pública relativo ao primei-ro semestre daquele ano.José Alberto de Carvalho admite “não poder ignorar”, as críticas, mas su-blinha que os “dois comentadores não estão em representação dos seus partidos”.

Etarras

Prisão preventiva para o casal detido em MoncorvoOs dois cidadãos bascos, alegados membros da organização separatis-ta ETA detidos sábado, em Moncor-vo, fi caram em prisão preventiva, por decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.O homem, Garikoitz García Arrieta, é indiciado pelos crimes de roubo de viatura e terrorismo, enquanto a mulher, Iratxe Yáñez Ortiz de Bar-ron, é suspeita dos delitos de fal-sifi cação de documentos e adesão e apoio a actividade terrorista, de acordo com informação prestada pelo advogado José Galamba, que se queixou de não ter acesso a to-dos os dados do processo.Enquanto se aguarda o desenrolar das investigações sobre os alegados delitos cometidos em Portugal, vão começar as diligências no âmbito do mandado europeu de detenção, que já chegou ao nosso país.

Ponto de vista

Elefantes brancos

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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Óbito

Morreu Miep Gies, ajudante de Anne Frank

Miep Gies, a última sobrevivente de um grupo que ajudou Anne Frank e a sua família a esconderem-se dos nazis em Amesterdão durante a Segunda Guerra Mundial e que guardou os seus diários, morreu, ontem. Tinha 100 anos e faleceu depois de uma doença que durou pouco, segundo o seu site autorizado.Gies, que trabalhava num escritório holandês, forne-ceu mantimentos à família de Anne num anexo secreto de um armazém na capital holandesa entre Julho de 1942 e Agosto de 1944. O edifício seria, depois, alvo de uma inspecção das SS nazi. Anne Frank morreria em 1945 num campo de concentração.Dizia que não era uma heroína. Escreveu num livro pu-blicado em 1987: “Não há nada de especial sobre mim. Só estava disponível para fazer aquilo que me pediram e o que parecia necessário na altura”.Foi Gies que guardou os diários de Anne, depois da sua morte, e que os entregou ao pai da jovem judia, Otto, que sobreviveu aos campos de concentração e publicou os textos em 1947. Os diários de Anne Frank estão hoje traduzidos em mais de 70 línguas, incluindo o portu-

guês, e são um poderoso retrato da vida nesses anos de terror.Durante a vida, Gies procurou manter a memória de Anne viva e lutou contra os que negam ou desvalorizam o Holocausto. Foi premiada por vários governos e ins-tituições e, no ano passado, viu um asteróide receber o seu nome.

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Irão

Atentado vitima cientista nuclearUm professor universitário e cientista nuclear morreu, esta manhã, em Teerão, vítima de um atentado à bomba. A rádio estatal iraniana diz que, por detrás deste atentado, estão “elementos anti-revolucionários de for-ças arrogantes”. O regime de Teerão tem-se referido ao Ocidente como “a arrogância global”.O professor, um reputado especialista em energia nuclear, era docente de física nuclear na Universidade da capital iraniana. É o primeiro atentado com estas características desde que a 13 de Junho teve início a crise política e social que divide a sociedade iraniana. Desde essa altura que se multiplicam as manifestações da oposição ao regime de Ahmadinejad, apesar da acção repressiva da polícia e das de-tenções de centenas de oposicionistas. As universidades do país converteram-se num dos palcos do confronto po-lítico e grupos de estudantes denunciaram a presença nos campos univer-sitários de elementos das milícias islâmicas que apoiam o Governo.

Iraque

Ameaça de atentado coloca Bagdad em alerta

As forças de segurança iraquianas cercaram hoje várias zonas de Bag-dad e procederam a inúmeras bus-cas após informações sobre eventu-ais atentados, afi rmou o porta-voz do comando militar da capital, Qas-sem Atta. As forças de segurança “tomaram medidas de segurança preventivas no âmbito de uma operação de busca na maior parte dos bairros de Bagdad que bloqueou a circula-ção”, afi rmou Qassem Atta.O centro da cidade de Bagdad está paralisado e nenhum veículo está autorizado a circular. Os iraquianos deslocavam-se a pé, às primeiras horas da manhã, con-trastando com os engarrafamentos que habitualmente ocorrem na ci-dade. Vários helicópteros estão a sobrevoar o céu da capital.

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AOL

Mais de mil funcionários despedidos após aceitarem rescisão amigável

O gigante norte-americano de produção de conteúdos para a Internet AOL anunciou hoje a intenção de dispensar mais de um milhar de funcionários. Muitas das demissões deverão ser comunicadas amanhã aos empregados. Desde Novembro que a AOL vinha convidando os seus funcionários a res-cindir de forma amigável os contratos de trabalho, com o pagamento de três a nove meses de salário, mas apenas cerca de mil aceitaram, ou seja, longe dos desejados 2500, uma vez que a AOL queria reduzir em um terço o número de funcionários.Alysia Lew, directora de comunicação da empresa, explicou que os des-pedimentos desta semana são o ponto fi nal na primeira fase de reestru-turação da AOL: “Avaliámos a nossa posição competitiva e a nossa oferta de produtos no mercado e tivemos de defi nir quais as áreas, mercados e estratégias a seguir”. A AOL espera poupar cerca de 300 milhões de dólares nos custos anuais de operação. Entre as medidas com vista à redução de custos, estão, também, o encerramento de vários escritórios na Europa, como o de Espanha ou o da Suécia.

Brasil

Pobreza diminui 3%

O Brasil reduziu a taxa nacional de pobreza absoluta em cerca de 3% entre 2003 e 2008 e pode mesmo erradicá-la até 2016, conclui um estudo encomendado pela Presi-dência brasileira, que foi hoje di-vulgado. De acordo com o estudo “Pobreza, Desigualdade e Políticas Públicas”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (IPEA), a “que-da média anual na taxa nacional de pobreza absoluta brasileira (até meio salário mínimo per capita) foi de 3,1%, enquanto na taxa nacional de pobreza extrema (até um quar-to do salário mínimo per capita) foi de 2,1%”.Os analistas prevêem, ainda, que em 2016 o Brasil possa “pratica-mente superar o problema de po-breza extrema, assim como alcan-çar uma taxa nacional de pobreza absoluta de apenas 4%, o que signi-fi ca quase a sua erradicação”.

México

Ciudad Juárez é a cidade mais violenta do mundo

Com 191 homicídios por cada cem mil habitantes, a Ciudad Juárez foi a cidade mais violenta em 2009, alertaram organizações mexicanas, no dia em que au-mentaram para cem as mortes na localidade mexicana só nos primeiros dez dias deste ano. Pelo segundo ano consecutivo, a cidade mexicana - palco de guerras entre cartéis de droga - ocupou, em 2009, o primeiro lugar da violência, com 2658 assassí-nios, revelaram duas organizações cívicas mexicanas: Conselho de Cidadão para a Segurança Pública e Justi-ça Penal e Movimento Branco.

Organizações pedem intervenção da ONU Organizações pedem intervenção da ONU

Ambas as organizações não-governamentais pedem, por isso, o envio de “capacetes azuis” das Nações Uni-das para Ciudad Juárez, medida que havia sido solici-tada em Novembro por empresários locais mas que foi recusada pela representação da ONU no México. De acordo com as associações, os homicídios em Ciu-dad Juárez aumentaram 80% entre 2007 e 2009. Um aumento que “nunca se tinha visto em nenhuma parte do México e só raramente no mundo”, sublinharam. As mesmas fontes referiram, ainda, que os raptos tam-bém cresceram em 2009 naquela cidade mexicana, com cem casos por cada milhão de habitantes, o equi-valente a seis vezes mais os sequestros registados na Venezuela, país que liderava este tipo de crime. A onda de violência em Ciudad Juárez levou a que, no ano passado, mais de cem mil habitantes tivessem

abandonado a cidade.

Lista das cidades mais violentas Lista das cidades mais violentas

Atrás da cidade mexicana, que faz fronteira com El Paso, Estados Unidos, fi caram San Pedro Sula (Hondu-ras), com 119 homicídios por cada cem mil habitantes, San Salvador (El Salvador), com 95, Caracas (Venezue-la), com 94, e Guatemala (Guatemala), com 86. Em 2009 foram igualmente consideradas como das ci-dades mais violentas do mundo Cali (Colômbia), com 73 assassínios por cada cem mil habitantes, Tegucigal-pa (Honduras), com 69, Nova Orleães (EUA), com 69, Medellín (Colômbia), com 62, e Cidade do Cabo (África do Sul), com 60.

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Caminho das Dioceses

Estado apoia pouco Viseu , diz Bispo Na contagem decrescente para a visita do Papa a Portugal, o Página1 dá-lhe a conhecer as dioce-ses do país pelos olhos do respectivo Bispo. O “Caminho das Dioceses” começa por Viseu. Com uma população maioritariamente católica, a diocese é uma região envelhecida onde a falta de padres preocupa os responsáveis da Igreja. O Bispo de Viseu critica o que diz ser a falta de apoio do Estado ao interior do país. D. Ilídio Le-

andro recorda as muitas empresas que já deixarem a região por não haver incentivos semelhantes aos que são dados às zonas do litoral.As entrevistas podem ser ouvidas (e vistas, em formato vídeo) no site da Renascença.

Ecumenismo

Papa prepara visita à Sinagoga de Roma

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O Papa vai visitar no próximo domingo Sinagoga de Roma. Bento XVI far-se-á acompanhar do Patriarca La-tino de Jerusalém e do núncio apostólico em Israel. A visita realiza-se numa altura de alguma tensão entre as duas religiões.“Haverá também católicos da Terra Santa a acom-panhar o Papa Bento XVI na sua visita à sinagoga de Roma”, declarou o patriarca latino de Jerusalém, Fou-ad Twal, à agência italiana SIR.O anúncio foi feito durante uma visita às comunidades cristãs da Terra Santa, que terminará quinta-feira, por parte de uma delegação de bispos e representantes de conferências episcopais e organismos eclesiais euro-peus e americanos.O núncio apostólico em Israel e delegado apostólico para Jerusalém e os Territórios Palestinos, Mons. Anto-nio Franco, e o vigário do Patriarca Latino de Jerusalém para Israel, Mons. Giacinto Boulos Marcuzzo, também estarão na delegação que fará a visita à sinagoga.“Irei com o Papa à sinagoga”, afi rmou o Patriarca. “O meu desejo é que esta visita possa ajudar as nossas

relações inter-religiosas. É um gesto que fazemos com o coração, para demonstrar o nosso respeito também à comunidade israelita. Esperamos que tenha um im-pacto positivo sobre a opinião pública israelita e sobre Jerusalém.”Segundo o Pe. David Neuhaus, vigário patriarcal para as comunidades católicas de língua hebraica, “esta visita, ainda que não represente uma novidade, tem um alto valor simbólico. Judeus e católicos talvez não estejam ainda acostumados a ver a Igreja Católica indo com respeito ao encontro dos irmãos judeus”.Também se confi rmou a presença de uma delegação do Grão-Rabinato de Israel na cerimónia da sinagoga de Roma por ocasião da visita do Papa. A delegação estará em Roma para a 9ª reunião do Comité Misto, que reúne as delegações da Comissão da Santa Sé e do Grão-Ra-binato de Israel para as relações com a Igreja Católica, que será realizada de domingo até a 20 de Janeiro.A visita do Papa realiza-se na data prevista para o Dia para o Aprofundamento e o Desenvolvimento do Diálo-go entre Judeus e Católicos.

Solidariedade

Projecto vai construir 15 furos na Guiné O projecto Viva, promovido pela organização não governamental Vida (Vo-luntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano), contou com a presença em Portugal de uma guineense que participou na Maratona de Lisboa, domingo, demonstrando o que tem de fazer todos os dias para ir buscar água.A presença de Maria Buinen na Maratona de Lisboa despertou muitas cons-ciências para as difi culdades que as mulheres guineenses enfrentam para poder arranjar água para as suas necessidades diárias.Maria falou sobre como tem de caminhar dezenas de quilómetros até ao poço mais próximo, antes e depois de ter participado, na maratona, na companhia de Rosa Mota, uma das fi guras que apoiou o projecto.Com a venda simbólica de garrafas de água vazias numa grande superfície, foi possível angariar 84 mil euros, dinheiro sufi ciente para construir 15 furos artesianos na Guiné.

Fátima

GNR investiga graffi tis no Santuário

A Igreja da Santíssima Trindade e quatro estátuas no recinto do san-tuário de Fátima foram vandali-zadas com diversos graffi ti, disse ontem a instituição. Esta manhã procedia-se à difícil tarefa de re-moção das pinturas do edifício e dos monumentos.Em comunicado, o santuário infor-ma que na madrugada de domingo as quatro estátuas que ladeiam a Igreja da Santíssima Trindade “so-freram inscrições tipo graffi ti, a negro, com as palavras ‘Islão’, ‘Lua’, ‘Sol’, ‘Muçulman’ [sic] e ‘mesquita’”. O comandante do destacamento de Tomar da GNR, Duarte da Graça, disse que a situação está a ser in-vestigada. “A GNR está a visionar as imagens captadas pelas câmaras de vídeovigilância do santuário, cuja sala de controlo está no posto terri-torial da GNR de Fátima”, disse.Duarte da Graça não adiantou a hora, nem o número de pessoas envolvidas nas inscrições. Reconhe-cendo que “não é comum este tipo de situações ocorrerem”, ressalvou que se tratou de “um acto absolu-tamente isolado, não organizado, nem respeitante a qualquer organi-zação”.

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CULT

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Óbito

Morreu um dos “grandes” do cinema, Eric Rohmer

Morreu ontem, em Paris, Eric Rohmer, um dos maiores realizadores da história do cinema francês, depois de ter estado uma semana hospitalizado. Tinha 89 anos. Em meio século de carreira rodou mais de vinte longas-metragens. Foi “uma das pessoas mais fascinantes do cinema francês, com uma cultura extraordinária, ím-par”, disse o produtor de cinema Paulo Branco, que conheceu pessoalmente Rohmer.O cineasta fez “uma trajectória única e muito espe-cial dentro da Nouvelle Vague, teve uma voz particular neste movimento”, diz Branco.Paulo Branco destaca o fi lme “Ma nuit chez Maud” – fi lme de 1969, com Jean-Louis Trintignant e Françoise Fabian, que valeu a Rohmer uma nomeação para um Óscar.Também o realizador João Botelho lamentou a morte de “um grande cineasta”. “Aprendi muito com ele. Es-tão a desaparecer os grandes e a fi car só os pequenos realizadores”, disse. Foi “o realizador que melhor retratou a geração emer-

gente do Maio de 1968”, reagiu o realizador António Pedro Vasconcelos.Eric Rohmer, que foi crítico de cinema e chegou a ser editor da revista“Cahiers du Cinema”, recebeu vários prémios nos festivais de Cannes e de Berlim e rodou em 2007 o seu último fi lme, “Os amores de Astrea e de Celadon”, de 2007.Recentemente foi editado em DVD em Portugal um con-junto de fi lmes de Eric Rohmer, sob o título “Comédias e Provérbios”, que inclui, por exemplo, “Raio verde”, “Noites de lua cheia” e “Paulina na praia”.

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Música

Cristina Branco regressa a França para apresentar “Kronos”

Cristina Branco inicia no próximo sábado uma digressão por quatro salas francesas para apresentação do seu mais recente álbum, “Kronos”, edita-do em Março passado.A cantora actua sábado no Pôle Culturel du Marsan em Mont de Marsan, no Sul de França, seguindo para Alès Cedex, onde canta no dia 19 no Le

Cratère. Ricardo Dias (piano), Ber-nardo Couto (guitarra portuguesa), Fernando Maia (viola baixo) e Ale-xandre Silva (viola) acompanham a artista.No dia 22, Cristina Branco sobe ao palco do Théâtre des Bergeries, em Noisy le Sece, e no dia seguinte can-ta no Théâtre de St. Quentin, em St. Quentin en Yvelines.Cristina Branco tinha realizado em Março uma digressão por França de apresentação do álbum “Kronos”, que incluiu Paris.A anterior digressão a França da in-térprete de “Navio triste” realizou-se em Outubro e passou por Nancy, Perigueux e Tourcoing.

Cristina Branco, 37 anos, canta há 13 anos, tem editado uma média de um álbum por ano e foi distinguida em 2006 com o Prémio Amália Rodrigues Internacional.“Kronos” marca o começo de uma nova etapa na sua carreira, na qual pretende espaçar mais as edições discográfi cas.O álbum, editado pela Universal Music, integra catorze temas compostos por músicos como Mário Laginha, Janita Salomé, Rui Veloso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Carlos Bica e Amélia Muge.

Efeitos do 3D

Idade mínima para ver “Avatar” pode aumentarA Comissão de Classifi cação de Es-pectáculos (CCE), que defi ne as idades recomendadas para os fi lmes exibidos em Portugal, admite mudar de seis para 12 anos a idade mínima para ver “Avatar”, após alertas de neurologistas para os eventuais pe-rigos do efeito 3D nas crianças.A confi rmar-se, este poderá ser o segundo caso de revisionamento de um fi lme pela CCE em menos de um mês. O fi lme “Conto de Natal”, também em 3D, classifi cado inicial-mente para maiores de seis anos, foi reclassifi cação para 12 anos, de-vido à perversidade física de alguns personagens, aumentada pelo efei-to a três dimensões, “susceptível de provocar medos e pavores nas crianças”.

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Dakar 2010

Sousa a subir

O qatari Al-Attiyah, em Volkswa-gen, venceu a nona etapa do Dakar 2010, na categoria de automóveis, na ligação entre Copiapo e La Sere-na, no Chile. Mesmo com este resul-tado, a liderança da geral continua a estar na posse do espanhol Car-los Sainz, da Volkswagen, que, na etapa de ontem, realizou o segundo melhor tempo.Quanto a Carlos Sousa, em Mitsu-bishi, o melhor português em prova, subiu uma posição na classifi cação geral, para o sexto posto, depois de ter realizado o nono melhor tempo, a 21 minutos do piloto qatari.Por sua vez, Miguel Barbosa, em Mitsubishi, foi 11.º na etapa e ocu-pa, agora, o 12.º lugar da geral, a pouco mais de seis horas da lide-rança de Carlos Sainz. Já Leal dos Santos, em BMW, que foi 16.º na ti-rada, encontra-se agora na posição 14 da geral.

Rodrigues mantém quarto lugarRodrigues mantém quarto lugar

O espanhol Marc Coma, da KTM, venceu a etapa de ontem do Dakar 2010, na categoria de motos, mas a liderança da geral continua a per-tencer ao francês Cyril Després.Hélder Rodrigues realizou o sétimo melhor tempo, mantendo, des-sa forma, o quarto lugar da geral, continuando a ser o melhor motard português.

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Ponto Final

Mais lenha para a fogueira

Ribeiro CristóvãoJornalista

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Mundial 2010

Portugal e Brasil disputam local para concentraçãoPortugal e Brasil escolheram o mes-mo local, na África do Sul, para ser a sede das respectivas equipas du-rante o Mundial 2010.Uma das selecções terá de abdicar do local escolhido, na província de Gauteng, e optar por um outro, mas nenhuma das partes parece querer ceder.Está criada uma divergência que terá de ser a FIFA a resolver, porque a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não chegaram a acor-do, como já confi rmou o treinador-adjunto da selecção portuguesa de futebol, Agostinho Oliveira.

O Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga colocou, de novo, o sector que dirige no centro da discussão. Ao fazer, ontem à noite, diversas considerações muito negativas acer-ca das actuações de alguns juízes ao longo do presente campeonato, Vitor Pereira veio atirar lenha para uma fogueira já de si muito in-candescente, e dar um forte contributo para as criticas de quantos persistem na ideia de que os árbitros continuam a ser o mal maior do nosso futebol.Falando em condicionalismos sem os especifi car - e seria bom que todos os conhecêssemos -, o dirigente máximo do sector não reco-nheceu, em nenhum momento, os erros que também lhe podem ser imputados, e que têm igualmente contribuído para uma boa parte do desassossego que vai por aí.A questão das nomeações, por exemplo, é sempre um tema em aber-to. Algumas, destituídas de bom senso, muito têm contribuído para exibições negativas que, devidamente ponderadas, bem poderiam ter sido evitadas. E quando se toma conhecimento daquelas que são feitas até com rara antecedência, então a questão assume foros de maior gravidade. O facto a arbitragem portuguesa estar representada nas instâncias internacionais de forma tão bem nutrida, tem muito pouco signifi ca-do. Isto porque, quando chega o tempo da indicação de juízes focados para os grandes eventos internacionais, os portugueses fi cam normal-mente de fora. E para o próximo Mundial da África do Sul a ameaça de exclusão paira de novo, podendo vir a registar-se a probabilidade de estarmos representados por apenas um quarto árbitro. Muito pou-co, convenhamos.Nos tempos que correm, em que tantos meios são colocados à disposi-ção de todos, não custa adivinhar que os dirigentes europeus também sigam o trabalho dos árbitros portugueses, orientando a partir desses dados as suas linhas de decisão. E as consequências têm fi cado bem à vista.No meio de tudo isto, mais grave é o Presidente da Comissão de Arbi-tragem vir reconhecer que tem havido actuações de árbitros que” não respeitam a missão de garantir a imparcialidade do jogo”. Devemos então perguntar: quantos já foram castigados ou afastados por isso? Não sendo o caso, como não é, estão aqui a ser claramente metidos no mesmo pote os competentes e os incompetentes, os sérios e os nem por isso.É importante que o responsável pela arbitragem clarifi que estas situ-ações e lhes ponha nomes. Sob pena de continuar a ser o bombo da festa para os que estão sem-pre dispostos a fazer-lhe frente. E são muitos.

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

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O Egipto, campeão em título, e a Nigéria defrontam-se esta tarde, na cidade angolana de Benguela, na partida inaugural do Grupo C da 27.ª edição da Taça Africana das Nações em futebol (CAN).O jogo, marcado para as 16h00, hora portuguesa, no novo Estádio Nacional de Ombaka, está a ser aguar-dado com muita expectativa, uma vez que vários co-mentadores consideram-no como uma espécie de fi nal antecipada da CAN 2010.

A segunda partida do Grupo C, sediado em Benguela, vai opor, no mesmo estádio, duas horas mais tarde, as selecções nacionais de Moçambique e do Benin, para concluir a primeira jornada.

Português trava favoritaPortuguês trava favorita

O Burkina Faso, orientado pelo treinador português Paulo Duarte, travou ontem o poderio ofensivo da Cos-

ta do Marfi m na estreia na CAN 2010, impondo um empate a zero à adversária de Portugal na fase fi -nal do Mundial de Futebol. Apontada como favorita à conquista da Taça das Nações Africanas, que se disputa em Angola, a equipa do avançado Didier Drogba dominou o ad-versário, mas não concretizou nenhuma das várias oportunidades de golo que construiu.A Costa do Marfi m, que não conquista o troféu desde 1992, e o Burkina Faso isolaram-se no topo do grupo B da CAN, à frente do Gana, que deveria defrontar ainda ontem o Togo, que abandonou a competição, pelo que apenas entrará em acção na sexta-feira.O seleccionador do Burkina Faso, Paulo Duarte, sus-tentou, no fi nal da partida, que o empate com a Costa do Marfi m “permite pensar na qualifi cação para os quartos-de-fi nal” da CAN. “Jogámos, provavelmente, contra a melhor equi-pa africana e o próximo jogo é com o Gana, outra selecção presente no Mundial. Mas o 0-0 permite pensar na qualifi cação para os quartos-de-fi nal”, observou Paulo Duarte.

Angola

Benguela recebe fi nal antecipada

O líder histórico da Frente de Libertação de Cabinda (FLEC), N’Zita Henriques Tiago, confi rmou hoje, em declarações à Renascença, as tréguas anunciadas pelo Chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas Cabindesas, durante a Taça Africana das Nações. Em comunicado, Estanislau Boma sustentou que, com esta trégua, pretende-se garantir a segurança de cidadão inde-fesos. Contactado pela Renascença, em Paris, N’Zita Henriques Tiago, presidente a FLEC Unifi cada, validou o conteúdo do comunicado, que surgiu depois do ataque, sexta-feira, em Cabinda, contra o autocarro em que seguia a selecção do Togo, e de que resultaram três mortos. Nzita Tiago sustenta, contudo, que a FLEC desconhecia a presença de jogadores de futebol no interior do veículo, na troca de tiros com militares angolanos.A FLEC tem acusado o Governo angolano de lançar um clima de terror naquele enclave. Depois do ataque, a segurança foi apertada na região. A organização diz que as forças fi éis ao Governo estão a proceder a detenções arbitrárias na região.Por sua vez, o Executivo angolano pediu aos países vizinhos e à França, onde se encontram o principais líderes da FLEC, para darem a ajuda possível no combate à organização. O ministro sem pasta de Angola, Bento Bembe, disse à agên-cia Lusa, em Luanda, que o Governo do seu país está a de-senvolver todos os esforços para que a FLEC seja integrada na lista das organizações terroristas.

Organizador do Mundial 2010 responsabiliza AngolaOrganizador do Mundial 2010 responsabiliza Angola

Angola tem responsabilidade no ataque de sexta-feira con-tra o autocarro da selecção do Togo, porque conhecia “o risco de ataques terroristas no seu território”, disse hoje o organizador do Mundial 2010, Danny Jordaan. “Há quanto tempo sabemos que há grupos separatistas em Angola? Que há risco de ataques terroristas?”, disse Danny Jordaan à agência France Presse à margem de uma confe-rência de imprensa. “É por isso que digo que é responsabili-dade do país anfi trião gerir estas questões”, acrescentou o chefe do comité organizador do Mundial da África do Sul.

HRW denuncia violência HRW denuncia violência

A organização Human Rights Watch (HRW) divulgou, na úl-tima noite, um comunicado no qual denuncia a contínua violação dos direitos humanos em Cabinda.Esta organização lembra os dois jornalistas raptados em De-zembro passado, uma notícia “omitida pelos media do Esta-do”, que se tivesse sido denunciada teria, provavelmente, ajudado a evitar este ataque da FLEC.Ouvida pela Renascença, Lisa Rimli, porta-voz desta orga-nização para as questões de Angola, admite que a situação pode ainda piorar.“Este ataque é um incidente chocante, mas não é uma gran-de surpresa, porque a guerrilha já tinha ameaçado intensifi -car as suas actividades”, diz a responsável da Human Rights Watch.

Líder histórico da FLEC confi rma tréguas

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Olhar

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GRUPO RENASCENÇA, 2010

A 12 de Janeiro de 1759...

Lida a sentença do processo dos TávorasFilipe d’Avillez »

Três gerações da mesma família foram condenadas à morte, em Portugal, num mesmo dia. Aconteceu nesta data de 12 de Janeiro, no ano de 1759, quando foi lida a sentença daquele que fi cou conhecido como o Pro-cesso dos Távoras. O título dos Távoras foi eliminado, as propriedades dadas a outros e decretou-se também a proibição de sequer se citar o nome “Távora”.Só a intervenção da Rainha e da princesa herdeira fez com que as mulheres e as crianças fossem poupadas. Mas nem elas conseguiram salvar a cabeça da Mar-quesa de Távora, D. Leonor, que, na manhã do dia seguinte, rolaria sobre o cadafalso.Os detalhes da execução são quase tão chocantes como os do julgamento - sumaríssimo. Os acusados foram declarados culpados de terem atentado contra

a vida do Rei, com base na confi ssão de dois homens que, tendo admitido a culpa sob tortura, foram enfor-cados no dia seguinte, antes do julgamento dos res-tantes implicados.Na manhã de 13 de Janeiro, num descampado, em Belém, os réus foram espancados antes de serem de-capitados. Os corpos foram queimados e as cinzas lan-çadas ao Tejo, não tendo sequer direito a um enterro cristão. Tudo aconteceu perante o olhar estupefacto da Corte, a quem D. José queria demonstrar o que aconteceria a quem conspirasse contra o poder régio.De seguida, o palácio do Duque de Aveiro, o homem que os conspiradores, alegadamente, pretendiam co-locar no trono, foi demolido e o terreno salgado, para que nada mais lá crescesse.Em todo o processo, mais do que a mão de D. José, agiu a do seu primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. Oriundo da pequena nobreza da província, detestava a alta no-breza da cidade. O sentimento era recíproco.Culpados ou não - e a história do caso é tudo menos clara - a verdade é que a execução dos Távoras aca-bou com qualquer resistência ao Marquês, que exercia nesta altura um poder tremendo sobre o Rei.O nome dos Távoras apenas foi reabilitado, e os que o ostentavam libertados, após a morte de D. José, pela sua fi lha, D. Maria, que tinha um profundo ódio ao Marquês de Pombal e nunca acreditara na versão ofi -cial do processo.

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No Museu da Cidade em Lisboa, encontra-se este desenho de Vieira Lusitano,

retratando o atentado contra o Rei, que deu origem ao processo dos Távoras

Começou hoje o julgamento da provi-dência cautelar da proibição de venda

do livro de Gonçalo Amaral “Maddie - A Verdade da Mentira”. À chegada à 7.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, no Palácio da

Justiça, o casal McCann expressou con-fi ança. O ex-inspector da PJ pedia “que se

faça justiça”.

Foto: Miguel A. Lopes/LUSA

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Pastoral Penitenciária

Endurecer penas não resolve problema da criminalidade O coordenador nacional da Pasto-ral Penitenciária disse hoje que o aumento das penas não resolve o problema da criminalidade no país, defendendo a necessidade de mais prevenção ao invés de repressão. “Há países que têm penas muito mais graves, como a prisão perpé-tua ou a pena de morte, e nem por isso deixam de ser países com altos índices de criminalidade”, afi rmou o padre João Gonçalves, à margem do VI Encontro Nacional de Pastoral Penitenciária, a decorrer em Fáti-ma.

Etarras

Mandados de detenção europeus já estão na RelaçãoO Tribunal da Relação de Lisboa já distribuiu a dois juízes os manda-dos de detenção europeus emitidos pelas autoridades espanholas para os dois alegados etarras que estão desde segunda-feira em prisão pre-ventiva em Portugal.De acordo com fonte do tribunal, citada pela agência Lusa, chegaram hoje os dois “mandados de deten-ção europeus”, tendo sido distribu-ídos a juízes desembargadores da nona secção criminal.O processo de Garikoitz García Ar-rieta foi entregue ao juiz desembar-gador Trigo Mesquita, enquanto o de Iratxe Yáñez Ortiz de Barron será julgado por João Carrola.Ainda esta tarde, os magistrados vão decidir se ouvem hoje os dois arguidos - pressuposto obrigatório do mandado - ou se marcam a audi-ção para outro dia.

Boletim de Inverno

Banco de Portugal revê crescimento da economia em altaO Banco de Portugal antecipa, no Boletim Económico de Inverno, um crescimento do Produto Interno Bruto nacional de 0,7% em 2010, o que representa uma revisão em alta face à projecção anterior, de uma contracção de 0,6%. Os novos dados são suportados pela expectativa de um aumento da pro-dutividade em 2010 e de uma recu-peração de consumo privado e das exportações. “A actual projecção para o cres-cimento da actividade em 2010 e 2011 tem subjacente o aumento da produtividade total dos factores (...) e a recuperação da generalida-de das componentes da procura pri-vada, num contexto em que a pro-cura externa dirigida às empresas portuguesas deverá ter retomado uma trajectória de crescimento na segunda metade de 2009”, refere o documento.

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Braga: alunos manuseavam arma

O tiro que atingiu hoje um aluno, de 16 anos, de um externato de Braga terá sido disparado acidentalmente por um colega da mesma idade que com ele manuseava uma arma que levaram para a escola.

Análises aos polvos inconclusivas

As análises feitas pelo Instituto de Investigação do Mar aos polvos que apareceram mortos no inicio do mês na costa de Gaia foram inconclusivas, estando agora a de-correr estudos complementares.

PCP critica aproximação PS-PSD

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa afi rmou hoje que a alegada disponibilidade do PSD para um acordo com o PS no Orçamento de Estado traduz um “consenso viciado”.

Turismo: Douro a crescer

Cerca de 184 mil visitantes subiram o rio Douro, em 2009, em passeios turísticos, mais 21% do que em 2009 - dados da Entidade Regional Turismo do Douro.