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Projeto: Ações para conservação de botos e quelônios no Rio Tocantins Organização: ENGIE Brasil Energia Página: 1/1 Botos avistados durante monitoramento Botos avistados durante monitoramento Quelônios observados em campanha de moni- toramento Quelônio observados em campanha de monitoramento Filhotes de quelônios em ninho protegido

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Projeto: Ações para conservação de botos e quelônios no Rio TocantinsOrganização: ENGIE Brasil Energia Página: 1/1

Botos avistados durante monitoramento Botos avistados durante monitoramento

Quelônios observados em campanha de moni-toramento

Quelônio observados em campanha de monitoramento

Filhotes de quelônios em ninho protegido

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P2 Título do projeto ambiental participante:

Ações para conservação de botos e quelônios no Rio Tocantins

P3 Categoria de inscrição:

(sem legenda)

Selecione: Conservação da Vida Silvestre

P4 Escreva um breve resumo do projeto, contendo o local onde é desenvolvido, seus principais objetivos eresultados ambientais: (O texto deve ter, obrigatoriamente, no mínimo 800 e no máximo 1.000 caracteres comespaços.)

A ENGIE Brasil Energia realiza o monitoramento e conservação de espécies emblemáticas do Rio Tocantins: os botos cor-de-rosa (Inia araguaiaensis) e os quelônios (Podocnemis unifilis e P. expansa). Ambas são muito importantes para o equilíbrio do sistema aquático, mas correm risco. Os botos estão entre os mamíferos mais ameaçados do mundo, ao mesmo tempo em que metade das espécies de quelônios existentes no Planeta está ameaçada de extinção. Realizadas desde 2013, as campanhas de monitoramento buscam obter mais informações sobre o comportamento das espécies, além de proteger filhotes, para assegurar sua conservação.

P5 Sobre a organização participante:

Razão social: ENGIE BRASIL ENERGIA S.A.

Nome fantasia: Engie Brasil Energia

CNPJ: 02.474.103/0001-19

Setor de atuação: Geração de Energia

Data de fundação:(dd/mm/aaaa) 15/09/1998

Número de colaboradores: 1.186

Faturamento:(anual em R$) R$ 8,79 bilhões

Investimento ambiental:(anual em R$) R$ 24,5 milhões

nº 113nº 113COMPLETASCOMPLETAS

Coletor:Coletor: Web Link 1 Web Link 1 (Link)(Link)Iniciado em:Iniciado em: sexta-feira, 22 de março de 2019 16:39:07sexta-feira, 22 de março de 2019 16:39:07Última modificação:Última modificação: segunda-feira, 25 de março de 2019 08:41:20segunda-feira, 25 de março de 2019 08:41:20Tempo gasto:Tempo gasto: Mais de um diaMais de um diaEndereço IP:Endereço IP: 177.83.159.217177.83.159.217

Página 2: Informações cadastrais:

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P6 Informações de contato:

Endereço: Rua Paschoal Apóstolo Pítsica

Bairro: Agronômica

Cidade: Florianópolis

Estado: Santa Catarina

CEP: 88025-255

Telefone com DDD: (48) 3221-7000

P7 Informações sobre o responsável pelo preenchimento do questionário:

Nome completo: Eduardo Vieira

Cargo: Analista de Meio Ambiente e Resp. Social

E-mail: [email protected]

Telefone com DDD: (48) 3221-7012

P8 Informações sobre o responsável pelo projeto:

Nome completo: José Lourival Magri

Cargo: Gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social

E-mail: [email protected]

Telefone com DDD: (48) 3221-7012

P9 Informações sobre a direção da empresa:

Nome do(a) presidente ou principal diretor(a): Eduardo Antonio Gori Sattamini

Cargo: Diretor-Presidente

E-mail: [email protected]

Telefone com DDD: (48) 3221-7012

P10 Por quais normas a organização é certificada? ISO 9001,

ISO14001

,

OHSAS18001

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P11 Faça um breve histórico da organização participante e de suas principais práticas de gestão ambiental:(Máx. 4.000 caracteres.)

A geração e a comercialização de energia constituem os dois principais eixos de atuação da ENGIE Brasil Energia, que tem sede em Florianópolis (SC) Assim, a Companhia implanta e opera empreendimentos de geração a partir de fontes renováveis — usinas hidrelétricas, eólicas, fotovoltaicas e a biomassa — e também de usinas termelétricas. Em complemento, compra e vende energia convencional e incentivada, mantendo clientes em todo o País.

Desde 2017, a ENGIE Brasil Energia passou a atuar também no segmento de transmissão de energia, como uma nova linha de negócio, complementar ao portfólio de geração, buscando ampliar a geração de valor. Reforçando a malha de transmissão, a Companhia contribui para a melhoria da eficiência energética nacional, premissa que adota em todos os seus investimentos no País.

O respeito ao meio ambiente é componente fundamental da identidade e dos valores da ENGIE Brasil Energia. Conforme prevê sua Política de Gestão Sustentável, a Companhia mantém projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e avalia os impactos de suas atividades, buscando a melhoria do seu desempenho na prevenção e controle da poluição, no gerenciamento das situações de emergência e no uso sustentável dos recursos naturais renováveis e não renováveis. Focada na conservação ambiental, a ENGIE Brasil Energia busca constantemente minimizar o impacto ambiental de suas atividades, priorizando as fontes renováveis de energia e diversificando sua matriz energética.

Além de um Código de Meio Ambiente, a Companhia mantém um Código de Ética e uma Política de Saúde e Segurança, documentos públicos que balizam todas as suas ações. O Sistema Integrado de Gestão Ambiental e da Qualidade é certificado pelas normas ISO 9001 (qualidade) e ISO 14001 (meio ambiente) na maior parte das usinas operadas. Todas as atividades de construção de usinas e de geração de energia elétrica estão regularizadas junto aos órgãos licenciadores ambientais.

A ENGIE Brasil Energia integra o Novo Mercado da B3, composto por empresas que se comprometem a adotar voluntariamente práticas de governança corporativa que ultrapassam as obrigações legais. Além disso, faz parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) desde a criação dessa carteira. A Companhia também divulga anualmente, desde 2007, um Relatório de Sustentabilidade, por meio do qual expressa seus princípios de governança corporativa e gestão nas três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental. O propósito é prestar contas dos principais fatos e desafios enfrentados no período, de forma a também estreitar o diálogo com seus stakeholders. O relatório é elaborado segundo as diretrizes internacionais da Global Reporting Initiative (GRI).

Parque gerador Ao final de 2018, a ENGIE Brasil Energia operava um parque gerador com capacidade instalada de 9.725,5 MW e composto por 41 usinas, sendo 11 hidrelétricas, três termelétricas convencionais e 27 usinas complementares: duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 20 eólicas, três a biomassa e duas solares fotovoltaicas. A Companhia controla integralmente 37 desses empreendimentos – nos demais, participa dos consórcios que detêm a concessão. Assim, a capacidade instalada total própria era de 8.004,8 MW em uma matriz formada, predominantemente, por fontes renováveis (89,3%).

P12 O projeto é decorrente de exigências de órgãos regulamentadores?

Sim (parcialmente).

Página 3: Informações sobre o projeto ambiental participante:

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P13 Descreva o problema ambiental identificado no projeto: (Máx. 3.000 caracteres.)

A UHE São Salvador foi inaugurada em 2009, entre os municípios de São Salvador do Tocantins e Paranã (TO), com capacidade instalada de 243,2 MW. A implantação do empreendimento foi acompanhada pelo desenvolvimento de 35 programas socioambientais – que tinham por finalidade minimizar os eventuais impactos negativos causados tanto ao meio ambiente quanto à comunidade, com ações voltadas à educação ambiental, ao remanejamento da população, ao monitoramento do meio físico e ao salvamento e conservação de fauna e flora, entre outras.

Entre as diversas ações ambientais desenvolvidas pela Companhia na região destaca-se o Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna, focado no acompanhamento da evolução bem como na proteção de algumas das espécies locais. No âmbito desse Programa, dois subprogramas são dedicados a monitorar espécies emblemáticas do ecossistema local: os botos (Inia araguaiaensis) e os quelônios (Podocnemis unifilis e P. expansa.).

Para dimensionar o impacto da iniciativa, é fundamental compreender a relevância das espécies monitoradas. O boto é um mamífero de água doce pertencente à ordem Cetacea e família Iniidae, com distribuição atual exclusiva ao bioma Amazônico. Estudos científicos mais recentes descrevem uma espécie distinta, registrada na bacia Araguaia‐Tocantins e denominada Inia araguaiaensis – foco das iniciativas empreendidas pela ENGIE Brasil Energia na região. Trata-se da primeira espécie nova de boto descoberta nos últimos 100 anos. Como a descrição da espécie é recente e seu estudo incipiente, há poucas informações sobre o Inia araguaiaensis, o que compreende desde as suas diferenças com relação aos demais botos até a abundância dos animais na natureza. O monitoramento da espécie em habitat natural é, portanto, uma ferramenta essencial para quantificá-la estatisticamente,estabelecer seu risco de extinção e fundamentar a necessidade de medidas de preservação, bem como para analisar seus padrões biológicos, ecológicos e comportamentais. Apesar da grande relevância para o equilíbrio dos sistemas aquáticos, os botos estão entre os mamíferos mais ameaçados do mundo, devido à atividade pesqueira, à degradação de habitat, à fragmentação de populações e à sobrepesca de suas presas. Em relação à Inia araguaiaensis, especificamente, a Convention on Internacional Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2015) a classifica como uma espécie em risco de se tornar ameaçada de extinção.

Os quelônios, por sua vez, têm no Brasil um importante refúgio – o país abriga 36 das 313 espécies registradas em todo mundo e é reconhecido como o único da América do Sul que mantém estoques significativos de quelônios passíveis de recuperação e viáveis para programas de uso sustentável. Segundo pesquisadores, as mesmas adaptações que permitiram às tartarugas sobreviverem por tanto tempo as deixam vulneráveis às pressões de origem antrópica.

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P14 Qual foi a solução encontrada? (Máx. 3.000 caracteres.)

A fim de contribuir de forma efetiva para a conservação de botos e quelônios na Bacia do Araguaia-Tocantins, a ENGIE Brasil Energia realiza campanhas de monitoramento ambiental das espécies, conduzidas por equipes técnicas especializadas. No caso dos quelônios, o trabalho inclui a identificação e proteção de ninhos, bem como os cuidados dispensados aos filhotes no berçário. Assim, a iniciativa tem como objetivos específicos:

- Monitorar, de forma periódica, os botos em trechos do Rio Tocantins próximos à Usina Hidrelétrica São Salvador, a fim de registrar informações sobre as características da população da espécie avistada no local; - Realizar o monitoramento contínuo dos quelônios durante toda a estação reprodutiva; - Mapear os locais com potencial para a desova dos quelônios;- Identificar ninhos de quelônios a serem protegidos;- Acompanhar os filhotes de quelônios durante o período de incubação e eclosão, e manejo dos filhotes eclodidos.

Todas as informações registradas pelas equipes de monitoramento são apresentadas em relatórios técnicos enviados regularmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), contribuindo para ampliar o conhecimento acerca das espécies, bem como para a elaboração de políticas e estratégias que visem à conservação.

As comunidades locais são envolvidas na identificação de pontos de desova dos quelônios e de avistamento de botos. Também participam de atividades de Educação Ambiental voltadas à sensibilização de diferentes públicos quanto à relevância da conservação.

P15 Descreva detalhadamente o que constitui(u) o projeto e de que forma é (ou foi) desenvolvido: (Máx. 5.000caracteres.)

1. Monitoramento de botos:

Iniciadas em 2013, as ações de monitoramento de botos incluem uma área amostral dividida em cinco trechos em torno do reservatório da UHE São Salvador e dos rios Custódio, Cana Brava, Traíras, Angical e do córrego Mucambo. A metodologia inclui a amostragem à distância, realizada por meio da navegação em embarcações e também de pontos fixos em terra. Na embarcação, a equipe formada por biólogos e auxiliares de campo rastreia constantemente as áreas tanto à frente quanto atrás do barco, realizando a contagem para confirmação dos avistamentos e estimativas das taxas de perda. Durante cada avistagem é registrado, em uma ficha de campo, a localização geográfica (determinada por GPS), a data, o horário, a espécie, a distância estimada do indivíduo em relação à margem, o tamanho do grupo, o número de indivíduos no grupo e a idade (adulto, imaturo, juvenil e par de mãe com filhote). Além disso, a equipe registra o comportamento dos botos observados, a partir de referências científicas que descrevem comportamentos básicos da espécie – o que permite uma análise exploratória sobre o repertório comportamental dos botos na área de monitoramento.

Os pontos fixos foram estabelecidos em hábitats favoráveis à presença dos cetáceos. Os pesquisadores permanecem por, no mínimo, 20 minutos nesses locais, buscando avistar os animais. Ao todo, foram demarcados 20 pontos fixos em locais diferentes. Avistamentos realizados fora dos pontos fixos são classificados como off efforts (fora do esforço de monitoramento), mas seus registros são incluídos na contagem total dos cetáceos, contribuindo para a melhoria da estimativa populacional dos botos na área amostral. Em outra frente, a metodologia inclui a foto-identificação, maneira não invasiva de identificação individual, a qual possibilita um conhecimento mais aprofundado dos aspectos ecológicos, populacionais e comportamentais – amplamente aplicado em estudos com cetáceos. A identificação dos botos tem como base, principalmente, as marcas naturais e/ou cicatrizes adquiridas ao longo do tempo na nadadeira dorsal e outras regiões do corpo, além do padrão de pigmentação e formato da nadadeira caudal. O emprego desse método permite à equipe de monitoramento reconhecer os indivíduos observados, o que contribui para estimar alguns parâmetros populacionais a longo prazo (deslocamentos diários e área habitada).

2. Monitoramento de quelônios:

O programa de monitoramento de quelônios contempla como área amostral ambas as margens do reservatório da UHE São Salvador, bem como as margens dos principais tributários a montante, como o rio Cana Brava e os córregos Mucambo e

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Salvador, bem como as margens dos principais tributários a montante, como o rio Cana Brava e os córregos Mucambo e Mucambinho, afluentes da margem esquerda, e os rios Traíras e Custódio, afluentes da margem direita. A área amostral também inclui um trecho de 20 quilômetros localizado imediatamente à jusante do eixo do barramento da UHE São Salvador.

A maioria dos estudos em populações naturais de quelônios sugere que a mortalidade dos ovos e filhotes é alta, especialmente em virtude da predação sobre os ovos e filhotes recém-emergidos. Essa vulnerabilidade é contrabalançada pelas altas taxas de sobrevivência apresentadas pelos adultos. No entanto, quelônios apresentam pouca habilidade de responder rapidamente às alterações drásticas no ambiente, sejam antropogênicas ou naturais, que afetem a estrutura demográfica – entre elas as causadas por empreendimentos hidrelétricos. Essas características fazem com que os indivíduos dessa espécie, em geral, tenham as mais baixas taxas intrínsecas de crescimento populacional do que qualquer outro vertebrado de médio a grande porte.

Com foco no tracajá e na tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis unifilis e Podocnemis expansa, respectivamente), o monitoramento busca ampliar as possibilidades de sobrevivência dos filhotes. Para isso, todos os locais identificados como possíveis pontos de postura e cada ninho encontrado foram geograficamente referenciados. As observações em campo continuam a apontar como predadores potenciais dos ninhos, animais como mão-pelada (Procyon cancrivorus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), quati (Nasua nasua), lagartos dos gêneros Salvator e Tupinambis (teiú), irara (Eira barbara), iguana (Iguana iguana) e tatu-peba (Euphractus sexcinctus). Como alternativa viável para a redução da predação foram instaladas, em ninhos íntegros ou parcialmente íntegros, armações recobertas por telas metálicas, que já demonstraram grande eficiência em trabalhos de conservação de algumas espécies de quelônios. Como forma de incrementar as informações obtidas durante a execução do monitoramento, foram mantidas em tempo integral cinco armadilhas fotográficas digitais em locais estratégicos, como praias com maior probabilidade de desova de quelônios e proximidades de ninhos protegidos. O uso dessa ferramenta tinha por objetivo registrar a predação de ninhos, identificar seus predadores, bem como obter informações biológicas e comportamentais das espécies observadas.

Com a utilização dessas armadilhas, foram obtidos diversos registros fotográficos, como imagens de P. unifilis saindo da água em barranco, possivelmente se preparando para desovar, bem como de diversos predadores se alimentando ou vasculhando os ninhos protegidos. Diariamente, até a eclosão dos ovos, os ninhos foram vistoriados, sendo observadas suas condições, como a integridade da proteção de tela. Também foram verificadas quaisquer alterações em relação à estrutura interna do ninho (câmara da cova) que viessem a prejudicar o andamento do processo de maturação dos ovos, como a presença de formigas, cupins, o nascimento de plantas e erosões causadas pela chuva e carreamento de água.Todos os indivíduos recém-eclodidos foram encaminhados para o berçário localizado em Palmeirópolis (TO), onde foram registrados e tratados para assegurar sua sobrevivência até que estivessem prontos para a soltura em seu habitat natural. A permanência dos filhotes no berçário é necessária para o término do endurecimento da carapaça, a eliminação de odores característicos de gordura e da cicatrização umbilical, minimizando o impacto da predação em ambiente natural. Os filhotes são liberados nas proximidades do ninho original, sendo observados os locais que apresentavam maiores condições de sobrevivência. Vale destacar que todos os procedimentos de manejo seguiram as premissas do Manual Técnico do Ibama - Projeto Quelônios da Amazônia (IBAMA, 1989).

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P16 Quais foram os resultados alcançados com o projeto? (Máx. 4.000 caracteres.)

Na região da UHE São Salvador, foram realizadas 13 campanhas de monitoramento, distribuídas ao longo de seis anos. Nesse período, foram registradas 239 avistagens de botos na área monitorada pelos métodos de transecto embarcado, ponto fixo e off efforts. A partir desses dados, estima-se a ocorrência de 15 indivíduos na área de estudo, que compreende 98 quilômetros ao longo do reservatório.

A jusante do reservatório foram identificados e cadastrados seis indivíduos dentro da área de amostragem. O monitoramento permite ter uma noção da densidade populacional do boto na região, que fica entre 0,14 botos/km2 a montante e 0,43 botos/km2 a jusante, dentro da área de amostragem. Espera-se que essas e outras informações registradas durante o trabalho contribuam de forma significativa para o aprofundamento dos estudos científicos sobre o Inia araguaiaensis, primeira espécie nova de boto descoberta nos últimos 100 anos.

No caso dos quelônios, além de toda a base de informação registrada ao longo das campanhas – e, como no caso dos botos, transmitida aos órgãos ambientais competentes e disponível para pesquisadores interessados – o trabalho assume também caráter protetivo, a partir da identificação dos ninhos e o manejo adequado dos filhotes, para assegurar sua sobrevivência.

Desde 2014 foi registrado o nascimento de 8.523 filhotes. Todos foram transferidos para o berçário de uma empresa especializada (Naturae), em Palmeirópolis (TO), onde os animais foram registrados e receberam cuidados especiais para assegurar sua sobrevivência até que estivessem prontos para a soltura em seu habitat natural. Vale destacar que todos os procedimentos de manejo seguiram as premissas do Manual Técnico do Ibama - Projeto Quelônios da Amazônia (IBAMA, 1989).

Em comparação com os ciclos reprodutivos monitorados anteriormente, a taxa de eclosão para os ninhos realocados obtida em 2018 (60,93%) foi substancialmente superior às taxas obtidas nos ciclos de 2015 a 2017 (respectivamente 37,49%, 55,53% e 35,43%).

Os dados obtidos quanto à proteção de ninhos e à ampliação de locais para desova podem servir como ferramenta para a elaboração de novas estratégias de conservação das espécies. As ações têm potencial de replicabilidade, desde que respeitadas as condições ambientais e sociais de cada região.

Embora os estudos decorrentes das atividades de monitoramento não sejam suficientes para eliminar as ameaças às espécies, a ampliação do banco de informações sobre botos e quelônios são fundamentais para o planejamento e a execução de estratégias de conservação. Aliados ao engajamento comunitário e ao controle dos fatores que geram vulnerabilidade, esses estudos podem contribuir de forma decisiva para o equilíbrio ambiental na Bacia do Araguaia-Tocantins.

P17 Parceiros que apoiaram financeiramente o projeto: O respondente ignorou esta pergunta

P18 Data de início do projeto: (Ex.: 01/02/2012)

01/01/2013

P19 O projeto está em andamento e terá continuidade? Caso não, descreva a data do término dele: (Ex.:31/12/2018)

Em andamento.

Página 4: Indicadores numéricos do projeto participante:

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P20 Investimento (R$) total com o projeto inscrito no 26º Prêmio Expressão de Ecologia: (Use somente o valornumérico. Ex.: 25.868,52.)

1.420.184,00

P21 Número de pessoas que participaram do projeto: (Use somente o valor numérico. Ex: 10.868.)

Remuneradas 10

P22 Quantas pessoas, animais e/ou espécies já foram beneficiados pelo projeto? (Use somente o valornumérico. Ex.: 5.850.)

Espécies 4

P23 Quantifique em números os resultados obtidos com o projeto: (Esta questão exige ao menos um resultadoquantificado. Exemplo: 150 árvores foram plantadas; 10 kg de material reciclado; 25 crianças atendidas peloprograma ambiental; 150 animais beneficiados)

Resultado 1 13 campanhas realizadas

Resultado 2 239 avistamentos de botos registrados

Resultado 3 8.523 filhotes de quelônios eclodidos

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