botocudos

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Botocudos

História

• Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, encontraram alguns grupos indígenas que se destacavam pelo uso de grandes discos de madeira nos lábios e nas orelhas. Esses índios viviam em uma área que ia do sul da Bahia ao sul do Espírito Santo. Foram chamados inicialmente de "Aimorés". Depois de algum tempo, devido ao uso de seus adornos, foram rebatizados pelos portugueses de "Botocudos".

• Os Botocudos não constituíam um grupo indígena único. Eram índios de diferentes etnias com algumas características em comum: como o uso dos botoques e o semi-nomadismo. Sobre o genérico nome "botocudo" eram conhecidos os índios das etnias Pojixá, Jiporok, Naknenuk, Nakrehé, Etwet, Krenak, entre outras... Os botocudos foram caçados de forma vil e cruel pelos portugueses e os únicos sobreviventes são os Krenak, que vivem hoje no norte de Minas Gerais e não usam mais os antigos botoques. Os não-índios desencorajavam o uso dos botoques à medida que iam conquistando esses povos.

• Os ornamentos dos Botocudos eram feitos da madeira extraída da árvore "Barriguda" (Bombax ventriculosa). Depois de cortada, a madeira era desidratada no fogo o que a tornava leve e branca. Era comum que o botoque fosse pintado com riscos geométricos. Somente os homens esculpiam os botoques, mesmo aqueles usados pelas mulheres. As orelhas das crianças eram furadas aos sete anos de idade mais ou menos e os lábios um pouco mais tarde. Os botoques implantados inicialmente eram pequenos e aumentavam de tamanho gradativamente.

Botocudos e os portugueses

• Os chamados botocudos eram considerados muito agressivos e sofreram perseguição implacável pelo homem branco, desde a sua chegada, no século XVI, até o início do século XX. Consta que atacavam aldeias dos puris ou goitacases, seus adversários tradicionais, como também as caravanas de viajantes e as fazendas de sesmeiros, incendiando o que encontravam no caminho. Segundo algumas fontes, tinham o costume da antropofagia.

• Alguns grupos sobreviveram até o século XX nas matas localizadas entre o rio Jequitinhonha e o vale do rio Doce, nos Estados da Bahia, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Os remanescentes dos grupos que viviam nos rios Mucuri e Jequitinhonha foram reunidos na missão de Itambacuri, em Minas Gerais, onde desapareceram. Os grupos do rio Doce, pacificados em 1911, foram recolhidos a postos situados no Espírito Santo e em Minas Gerais. “Os botocudos são também chamados aimorés, boruns ou guerens.

• Grandes corredores e guerreiros temíveis foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Sempre foram vizinhos temidos. Antes do descobrimento do Brasil, haviam desalojado os tupiniquins de suas terras ao Sul da Bahia. O contato com os brancos nem sempre lhes foi vantajoso. Aprenderam, por exemplo, a lavrar a terra, mas também aprenderam a fumar e tornaram-se bebedores habituais de aguardente.

Costumes

• As casas, devido às constantes caminhadas dos membros da tribo, eram de rápida feitura, em geral folhas de palmeiras encostadas aos pares, onde os poucos utensílios domésticos (vasilhas de taquaraçu para água ou cachaça) ficavam ao chão, onde também dormiam.

• A família era poligâmica. O casamento resultava da vontade dos

cônjuges e de seus pais, independente de cerimônia. Dissolvia-se

facilmente. As mulheres e os filhos trabalhavam arduamente e

obedeciam ao marido e ao pai. Além da coleta e da pesca, competia à

mulher a construção da choça e o transporte de volumes, inclusive os

filhos pequenos, carregados às costas ou pelas mãos.

• Quanto à religião, não há muitos registros sobre os seus sistemas de crenças. Havia entre eles um exorcismo para afastar dos mortos os demônios (pequenos e grandes) com fogueiras acesas perto do túmulo, geralmente por parentes. A lua era venerada como Iam.

• Até meados do século XIX, foram exclusivamente caçadores, competindo a pesca e coleta às mulheres e crianças. No século XVI eram famosos como «salteadores» de roças dos colonos. A caça era feita ora isoladamente, ora em grupo, mas cada grupo tinha uma área especial. O arco e a flecha eram os instrumentos usados, havendo-os de três tipos: guerreiro, farpado e para caçar animais pequenos.

200 anos de guerra contra os Botocudos

• Em 13 de maio de 1808, exatamente há 200 anos, o príncipe regente dom João (bisavô da princesa Isabel) assinou uma carta régia mandando “fazer guerra aos índios botocudos”. O que levou dom João, que fugira de um conflito europeu, a iniciar uma nova guerra quase imediatamente após chegar ao Brasil? Quem eram os botocudos, percebidos como ameaçadores ao ponto de motivarem uma guerra contra eles?pelo domínio da terra que eles ocupavam. As terras brutas do nordeste de Minas, então cobertas de mata atlântica verdejante, eram o alvo e o prêmio para os potugueses. Obviamente, os portugueses venceram a guerra, usando pólvora e aço. Os índios que sobreviviam eram escravizados. Também foram usadas armas biológicas -roupas e cobertores impregnados de vírus de varíola eram deixados na floresta para

uso e contaminação dos índios.

Os Botocudos de hoje em dia

• Atualmente todas as populações Aymoré ou dos Botocudos foram dizimadas, exceto seus descendentes Krenak. Os Krenak vivem atualmente no Estado de Minas Gerais e contam 99 indivíduos.

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