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O POLITEIA Ano X, Edição III. Brasília, 25 de julho de 2013 Pelo menos doze proposições receberam pedido de vista e serão vo- tadas hoje, com esperanças de ir ao Plenário. O PL que regulamenta a maconha foi um desses casos. A discussão realizada a portas fecha- das será concluída durante a manhã Quem é Dollynho? Trabalho intenso na CCJC Tumulto na CAPADR Perfil no twitter distribui ácidos comentários sobre a simulação Controvérsias, adiamentos e que- bras de decoro marcaram o ritmo da comissão PL contra invasões no campo provoca discursos exaltados PLs a perder de vista

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O POLITEIAAno X, Edição III. Brasília, 25 de julho de 2013

Pelo menos doze proposições receberam pedido de vista e serão vo-tadas hoje, com esperanças de ir ao Plenário. O PL que regulamenta a maconha foi um desses casos. A discussão realizada a portas fecha-

das será concluída durante a manhã

Quem é Dollynho?Trabalho intenso na CCJC Tumulto na CAPADR

Perfil no twitter distribui ácidos comentários sobre a simulação

Controvérsias, adiamentos e que-bras de decoro marcaram o ritmo

da comissão

PL contra invasões no campo provoca discursos exaltados

PLs a perder de vista

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Qual a função de um de-putado federal? Construir, criar projetos de lei que defendam os interesses da população brasilei-ra, discutir, votar. A burocrática tramitação das proposições no Legislativo brasileiro pode ser a justificativa mais utilizada da demora na votação da pauta do

deputados. Se para uns as práti-cas protelatórias são instrumen-to democrático, para outros elas são estratégias vis de boicote às discussões e praticidade. A fre-quência descomedida de pedi-dos de vistas e de discussões no-minais mostram que, para parte dos deputados do Politeia, a or-

dem é prorrogar. Por busca de interesses particulares, sem lem-brar que o resultado é esperado e afeta a muitos. No final, o que se perde realmente é a prática de debates qualificados, e o ciclo vi-cioso da política inepta volta ao seu curso normal.

“Pessoal da CSSF sofre com André Dutra. Jesus!”

“Na hora do almoço coma sa-lada, de preferência orgânica

certificada”

Espaço do leitor

Editorial

Expediente

Coordenadora de ComunicaçãoAnna Luiza Guimarães

Editora-chefeBrunna Ribeiro

Editora ExecutivaLuana Melody Brasil

Editores de JornalAna Teresa Malta

Verônica Letícia AragãoVictor Pires

Assessora de ComunicaçãoTássia Martins Saraiva

DiagramadorAdalberto Sampaio

RepórteresAna Tereza Libânio

Bruna ChavesGustavo OliveiraJamile Racanicci

Nathalia AiresTainá AndradeThiago Gardin

FotógrafosJaciara Lins Draeger

Melina FleuryLucas Piccolo Cinquini

“Gostei do jornal. Mas éFriboi?”

“Vice-presidente da CSSF é mara. Puro glamour, luxo e

sotisficação.”

“Victor Zaiden, que charme é esse? Cai ni mim, seu lindo!”

“Lê, líder do PSDB, amei o seu cachecol. Tava um gato!”

“Dep. Diego Moraes, na presidência da Comissão, causou comoção e revolta no dep. Nauê ao cha-má-lo, sem querer, de PARANAUÊ. O dep. Diego se desculpou, escusando-se pelo fato de não estar

acostumado, no seu estado (TO), com ‘esse tipo de nome’. Lamentável...”

Erratas1. A matéria Silêncio na CDEIC, veicu-lada na segunda edição, é de autoria de Ana Tereza Libânio, e não Ana Te-resa Malta. 2. O líder do PP é o depu-tado Maurício Bento, não o deputado Gabriel Monarquista, como divulgado

na matéria Em defesa da purpurina na segunda edição. 3. A chamada de capa da matéria “Como tornar a Comunica-ção no Brasil mais democrática?” errou ao afirmar que o PL nº 28 foi aprovado na CCJC. Na realidade, ele foi aprovado

na CE e encaminhado à CCJC para apre-ciação. 4. Na edição II de O Politeia, ma-téria “Discussão na CAPADR”, o nome do deputado Daniel Fróes (PMDB) saiu com acentuação trocada. Onde se lê Da-niel Froés, leia-se Daniel Fróes.

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OpiniãoJá diziam por aí

Exemplar rigor moral e político é sustentado por alguns parlamentares. A atitude nobre, inclui deixar até os acordos políticos partidários para propor projetos com o mérito popular.

O ex-senador democrata exemplo do Con-gresso, Demóstenes Torres, era conhecido em seu mandato por seus discursos inflamados e perme-ados de denúncias, que o consagraram á época como um ícone no combate a corrução na Casa. Não demorou muito a se publicar nas páginas dos jornais os segredos guardados pelo parlamentar.

Ele segurou a másca-ra por apenas 20 anos, ocupados com mandos e desmandos junto ao cri-me organizado.

Informações restri-tas de um pequeno grupo de Goiás - de que o par-lamentar tinha negócios com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, comendador

do Arcanjo Ribeiro, criminoso do estado vizinho - interferiu nas atividades parlamentares e culmi-nou no seu fim político.

Mera semelhança é vista entre Cachoeira e o senador Pedro Taques (PDT). Além de ser de Ma-to-Grosso - estado do Arcanjo, colega de Demóste-nes nos negócios, e também oriundo do Ministério Público o pedetista tinha uma relação íntima com o democrata, e compartilha dos mesmos princí-pios morais em tribuna.

Apesar de ser o autor da vangloriada Lei que equipara corrupção á crime hediondo, o senador adora a sua influencia no judiciário, e pediu a in-terdição alegando a sua falta de sanidade mental. O jornalista José Marcondes havia denunciado, por acaso, uma suposta fraude em documentos entre-gues pelo senador na prestação de contas de sua campanha que o elegeu.

Seria uso de influencia em razão do cargo público improbidade administrativa. Seria esta consuta passível de condenação criminal e prisão de quatro a oito anos por corrupção? Tenho certe-za que tanto Demóstenes, quanto Taques acredi-tam que não.

Existem duas formas de compreender a política, uma é pela teoria política e a segunda é de fato praticando-a. E definitivamente algo que merece nossa atenção são as má-ximas que acabam surgindo no mundo da prática política.

Qualquer cientista político ou politólogo conhece con-ceitos essenciais das teorias como o que é o estado moderno segundo Max Weber ou ética da convicção e da responsabili-dade, teorias democráticas e elitistas em geral. Entretanto as máximas do mundo político são pouco divulgadas e mui-to pouco compreendidas por qualquer estudioso ou leigo, apesar de serem simples e de certa forma autoexplicativa. A princípio vamos tratar de quatro regras de conduta co-muns no meio político:

“Seja amigo dos seus amigos” um dos principais princípios da prática da classe política, ter preferência pelos mais próximos nesse ambiente significa reconhecimento pela amizade ou aliança, tratar o adversário com primazia pode lhe custar muito mais que o desagrado dos seus pares.

“Honre compromissos” nesse caso trata-se de com-promissos dentro da arena política, entre políticos. Em uma democracia minimamente saudável mesmo a oposição mais radical a um governo ratifica seus acordos, não por altruís-mo mas pela possibilidade de ser um dia governo e necessi-tar do mesmo compromisso de quem está na situação.

“O adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã, o inimigo não” na prática essa máxima não diz outra coisa que demonstrar a necessidade de tratar os adversários com a ci-vilidade que merecem por sua humanidade e figura pública.

“Fazer o que deve ser feito como deve ser feito” apesar de parecer não se trata de ética da responsabilidade Webe-riana (a questão não está focada nos resultados). Essa ques-tão está entranhada na decisão de um político, no sentido de que a cada alternativa escolhida é produzida uma ação para efetiva-la e cabe ao político escolher com o maior conheci-mento possível o método e o ponto que precisa chegar para produzir o efeito desejado.

A vida política exige muita observação e ganhar em um ponto a todo custo pode significar perder em todo o res-to. Que a classe política e os seus eleitores dessa legislatura estejam cientes dessas questões...

Duque da Gironda (PMDB)Lorena Bruschi (PSD)

Não existe exemplo a ser seguido

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Deputados atrasam votaçõesPráticas protelatórias são utilizadas nas atividades do Politeia

Victor Pires e Thiago Gardin

Hoje, as proposições deli-beradas durante os dois primei-ros dias de simulação vão ao Ple-nário Ulysses Guimarães, onde serão discutidas e votadas pelos parlamentares. Algumas delas sofreram tão longo período de tramitação devido a medidas protelatórias, que podem nem chegar à sessão Plenária.

Ontem, destacaram-se os pedidos de vista: pelo menos 12 foram requeridos pelos parla-mentares. Essa prática prevê que a deliberação do PL discutido seja adiada para a próxima ses-são. Outro recurso protelatório comumente utilizado é a votação nominal, em que cada deputado expõe o voto oralmente. Essas medidas têm o poder de atrasar as deliberações, como ocorreu em quase todas as comissões on-tem.

Pela manhã, quatro Proje-tos de Lei tiveram suas votações adiadas na Comissão de Educa-ção (CE) por meio de pedidos de vista. Um deles foi requerido pelo deputado Assis (PT) para adiar a deliberação de seu pró-prio PL, de nº 123/13, que “dis-põe sobre o sistema educacional de ciclos, semestralidade e siste-ma seriado”. O parlamentar rea-lizou a solicitação para ter tem-po de modificar sua proposição, adicionando emendas.

Quatro propostas que passaram pela Comissão de Se-guridade Social e Família (CSSF) também tiveram sua tramitação interrompida por meio do mes-mo requerimento. É o caso do PL nº 115/13, que legaliza o plan-

tio, uso e comércio da maconha. A deliberação do Projeto de Lei ocorrerá hoje.

Na Comissão de Agricul-tura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CA-PADR), parlamentares contrá-rios ao PL nº 093/13, de autoria do deputado Murilo Medeiros (DEM), saíram do plenário para não haver quórum e, consequen-temente, votação. Este é outro artifício utilizado para atrasar a tramitação dos PLs.

A atitude irritou deputa-dos da CAPADR favoráveis à pro-posição, como Diego de Moraes (PR), que, sobre os meios pro-telatórios, afirmou: “Eles atra-palham, lógico. Isso é algo que acontece na vida real e mostra que as pessoas colocam seus in-teresses pessoais na frente dos

da nação”. Muitos deputados veem

o uso de práticas protelatórias como uma medida que benefi-cia as minorias políticas. Com o adiamento da votação de pro-postas, os minoritários têm mais facilidade em vetar provisoria-mente propostas que maiorias aprovariam com facilidade. So-bre esse tipo de medida, o de-putado Duque da Gironda, líder do PMDB afirmou: “Elas são ex-tremamente democráticas, são as justas ferramentas das mino-rias”. A líder do PT, Joana D’Arc, concorda com o parlamentar: “Se usadas de forma adequada, as práticas protelatórias servem de proteção para as minorias nu-méricas”.

Votação na CAPADR

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Pobres ricosImposto sobre grandes fortunas inflama CDEIC

Verônica Aragão

As deliberações de ontem na Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) trataram de proposições polêmicas. Venda de órgãos, impostos sobre fortu-nas e lei de responsabilidade fis-cal foram assuntos discutidos na comissão, gerando debate pro-longado. O Projeto de Lei Com-plementar (PLP) nº 002/13, da deputada Lorena Bruschi (PSD), foi o que mais gerou discussão. Apesar de ter sido rejeitada, a proposição abrasou a discussão entre partidos opositores.

A proposta é instituir im-posto sobre grandes fortunas – o que já era previsto no Art. 153 da Constituição Federal – e foi apensado ao PLP 003/13, da de-putada Izabela Patriota (PT) em coautoria com Guilherme Mari-ghella, do PSB. Grande parte dos líderes dos partidos se deslocou para a CDEIC com o objetivo de discursar sobre a proposição. Foi o caso dos deputados Matheus Leone (PSDB), Pastor Teles (PR), Murilo Medeiros (DEM), Joana D’Arc (PT) e Maurício Bento (PP).

A deputada Lorena Brus-chi lembrou que sua proposi-ção não acrescenta um tributo ao bolso dos contribuintes, mas trata-se da adequação da carga tributária à lei do país, já que o imposto é o único previsto na Constituição que ainda não en-trou em vigor. “Vamos fazer dis-so uma forma de justiça social”, pediu a coautora da PLP, deputa-da Izabela Patriota, ressaltando que apenas uma pequena quan-tidade da população será taxada – já que o imposto só valerá para

quem possuir fortuna superior a 187 milhões de reais.

Isidoro Brasil (DEM), re-lator do PLP, afirma que o “ob-jetivo da proposição é bom” no que se refere ao destino dos re-cursos acumulados, os quais se-rão vinculados ao Fundo de Ma-nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valoriza-ção dos Profissionais da Educa-ção (Fundeb), direcionado para a erradicação do analfabetismo. No entanto, o parecer do relator foi contrário à proposição, pois, segundo ele, o Estado não po-deria punir o acúmulo de bens como se fosse crime. Ele também declara que esse tipo de legisla-ção, além de ir contra o fruto do trabalho dos que construíram as riquezas, pode gerar fuga de ca-pital para países que não cobram impostos sobre grandes fortu-nas.

O deputado Renan Almei-da (PT) considera que o PLP não está punindo quem é rico. Ele declarou que os impostos devem ser proporcionais à renda e que os tributos fazem mais falta às pessoas pobres do que às ricas. “Eu não entendo essa mania de defender os mais favorecidos so-cialmente”, acrescentou.

Presente entre os argu-mentos dos que concordaram com o relator, estava a dúvida sobre o que seria feito com os re-cursos obtidos através do novo imposto. Os deputados Nicolas Powidayko (PSDB) e Guilherme Zapponi (PMDB), por exemplo, duvidaram que o imposto fosse realmente financiar a educação básica. Segundo os parlamenta-

res, o povo brasileiro já arca com impostos suficientes e a nova co-brança seria um abuso por parte do governo.

O debate se prolongou enquanto os líderes dos partidos pediam a palavra. Foi entregue à mesa requerimento para encer-rar a deliberação. Antes, porém, houve discussão entre a líder do PT, Joana D’Arc, e os líderes de outros partidos devido a críticas feitas à atual governança. A líder do Partido dos Trabalhadores afirmou que há implicância dos deputados com o governo petis-ta e não reconhecimento dos in-vestimentos feitos em educação. Mesmo assim, não negou os mé-ritos do governo tucano de FHC.

A sessão foi marcada por intensa movimentação e debate dos parlamentares, tanto mem-bros da CDEIC quanto visitantes. Por diversas vezes, a presidente da comissão pediu decoro aos parlamentares que articulavam com colegas e discutiam entre si os posicionamentos partidários. A Frente Parlamentar Liberal esteve presente na sessão para manifestar oposição ao PLP. A rejeição da matéria simboliza o primeiro sucesso de uma frente em derrubar uma proposição.

Deputada Lorena Bruschi, auto-ra do PL controverso

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Jamile Racanicci e Nathalia Aires O clima de ontem na Comissão

de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) foi marcado por exaltações pela manhã e tranquilidade à tarde. Com 11 Projetos de Lei (PL) e um Projeto de Lei Complementar (PLP) votados, as maio-res discussões tratavam sobre temas como reforma eleitoral, greve de ser-vidores públicos, exigência de diploma para profissão de jornalista e terroris-mo. O alto número de pedidos de vistas motivou um alerta para a pauta da reu-nião de hoje pela manhã.

Reforma Eleitoral Por razões diversas, alguns pro-

jetos encheram o plenário de deputa-dos e argumentos acalorados duran-te a sessão matinal. O primeiro deles foi o PLP nº 1 de autoria do deputado Matheus Leone (PSDB), que versa a respeito do Código Eleitoral. Em suma, a proposição reduz o número de re-presentantes na Câmara de 503 para 301 deputados, proíbe coligações em eleições proporcionais e institui o voto facultativo. O parecer do relator pastor Teles (PR) foi favorável ao projeto e sua principal emenda adéqua à Constitui-ção os números mínimo e máximo de deputados por estado, que passou de cinco a cinquenta para oito a setenta. Após discursos exaltados, o parecer foi aprovado com uma nova emenda que mantém a obrigatoriedade do voto.

Ainda assim, cada modificação gerou controvérsias. Quanto à redução do número de deputados, Leone argu-menta que um quórum menor é perfei-tamente capaz de proporcionar o mes-

ligações combinada à obrigatoriedade do voto necessariamente “engana” o eleitor.

Greve de funcionários públicos O deputado Rafael Almeida (PT)

elaborou o PL nº 71, que regulamen-ta o direito de greve aos funcionários públicos estabelecido na Constituição. Uma vez que eles trabalham segundo uma relação institucional, o que dife-re de um contrato no setor privado, a CLT (Consolidação das Leis de Traba-lho) não contempla o seu direito a gre-ve bem como as reivindicações desses servidores adquirem características particulares. Com o PL, Almeida defi-ne os funcionários que devem possuir essa prerrogativa e revê acordos jurídi-cos de acordo com o interesse público e as leis de diretrizes orçamentárias. Além disso, determina a suspensão em 50% da remuneração dos funcionários ao longo da suspensão de atividades e estabelece patamares mínimos de ser-vidores de acordo com a categoria do serviço público por eles prestado.

O relator André Thatcher (PMDB) descreveu e elogiou longamen-te a iniciativa de Almeida, ao apresen-tar seu parecer favorável. Destacou que o intuito da prerrogativa é proteger o trabalhador público de possíveis arbi-trariedades dos superiores e viabilizar que ele exerça a greve sem abusar des-se direito.

Apesar de a matéria ter sido unanimemente apoiada, a principal crí-tica ao projeto foi o vício de iniciativa. O deputado Jorge Henrique Oliveira

mo volume de trabalho, o que reduz os gastos com o funcionamento do Estado e propicia o aumento de investimento em políticas públicas. A principal opo-sitora foi a deputada Izabela Patriota (PT), que interpretou a medida como um prejuízo à representação de mino-rias na Casa e sugeriu que se “enxugas-se” o Senado.

Acerca das coligações em elei-ções proporcionais, Leone destaca que, independentemente do pragmatismo político, o intuito do eleitor deve ser respeitado. Novamente, Patriota argu-mentou contra devido ao prejuízo na representação de minorias, pois, se-gundo ela, são os partidos pequenos que se beneficiam de coligações e a melhor medida seria a sua verticaliza-ção (homogeneizar o compromisso em nível federal, estadual e municipal). O deputado Pedro Saad (DEM) contra-ar-gumenta ao apontar a compra de votos em cidades pequenas e Murilo Medei-ros (DEM) classifica de “legendinhas de aluguel” os partidos menores que, ao se coligarem com os maiores, carregam os candidatos pouco representativos da coligação de carona com os mais popu-lares da sua legenda.

O deputado André Thatcher (PMDB) guarda ressalvas quanto ao voto facultativo. Em seu julgamento, o esquema de justificação atual é satis-fatório, pois impõe um ônus moderado ao eleitor que opta por não votar, en-quanto que motiva a maioria das pes-soas a comparecer às urnas. Em defesa do projeto, o deputado Maurício Bento (PP) alega que a instabilidade das co-

Polêmicas às vistas da CCJCA CCJC de ontem foi marcada por deputados com ânimos exaltados e pedidos de vistas em

quatro Projetos de Lei

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(PMDB) e o deputado Marcos Dalcin (PR) apontaram que a prerrogativa de deliberar sobre os servidores em nível estadual, distrital e municipal pertence ao Presidente da República, e não à Câ-mara, o que torna o projeto inconstitu-cional. Thatcher sugeriu que a aprova-ção ocorresse de qualquer forma, como um protesto pela omissão de tal regula-mentação tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo ao longo de décadas. A comissão se sensibilizou pela causa e decidiu avaliar mais precisamente a ju-risprudência por meio de um pedido de vistas. De tarde, os deputados se deram conta de que era possível produzir uma emenda restringindo o âmbito da lei ao federal por meio de uma emenda. As-sim, ela também serviria de base para o Executivo determinar o funcionamento em escalas estadual, distrital e munici-pal. O projeto, aprovado com emendas por unanimidade, motivou uma salva de palmas.

Terrorismo e movimentossociais

O PL nº 65, formulado pelo depu-tado pastor Teles (PR), tipifica o crime de terrorismo e define a aplicabilidade da pena. Aprovado com emendas na Comissão de Segurança Pública e Com-bate ao Crime Organizado (CSPCCO), o parecer do relator Marcos Dalcin (PR) rejeita as emendas anteriores e elabora mais três para aprovar o projeto.

O principal ponto de discussão foi a possibilidade de dupla interpre-tação do artigo 2º, que define terroris-mo como “praticar ato com a intenção de causar terror ou pânico generali-zado [...] com agressão ou ameaça de agressão à integridade física”. Izabela Patriota (PT) e Guilherme Marighella (PSB) consideram que a redação do PL está vaga e possibilita que sejam incri-minados os movimentos sociais. Dal-cin interpreta que as palavras “terror ou pânico” diferenciam claramente os objetivos de um ataque terrorista das reivindicações defendidas por movi-mentos sociais. O termo “generalizado” também impossibilitaria a interpreta-ção de manifestantes violentos, que co-metem crime de agressão ou tentativa de agressão, como terroristas.

Diante da insistência de Patriota e Marighella na demasiada dependên-cia de interpretação do juiz, foi pedido vistas e a aprovação aconteceu à tarde, com uma emenda aditiva que clara-mente isenta a confusão de terrorismo com movimento social.

Liberdade de Expressão

O PL nº 29 entrou na pauta da CCJC e versa sobre a obrigatoriedade do diploma de Comunicação Social, a definição de piso salarial e de nova jornada semanal aos jornalistas, bem como as questões de freelancers, con-tratações por CNPJ e aplicabilidade do Código de Ética. O autor do projeto é Guilherme Marighella (PSB) e o relator, Maurício Bento (PP). O parecer foi con-trário sobretudo em questões de méri-to e o debate na CCJC também enfatizou uma série de inconstitucionalidades no PL.

O debate se exaltou no âmbito da obrigatoriedade do diploma. Bento argumentou que a Lei de Imprensa foi derrubada no STF pela votação de 8 a 1, bem como que o diploma é facultati-vo em democracias consolidadas como os Estados Unidos. Ele também colocou que o piso salarial apenas beneficia as grandes empresas. Marighella, com o apoio de Izabela Patriota (PT), insistiu em expor o oligopólio das comunica-ções e a falta de proteção dos direitos trabalhistas aos profissionais de Jorna-lismo. No meio da discussão, a sessão foi encerrada para o almoço e entrou como pauta à tarde. Após alguns dis-cursos, foi pedido vistas do projeto, que entrará em pauta na reunião de hoje de manhã.

Resumo

Na pauta da manhã nenhum projeto foi reprovado. Dentre as apro-vações estava o Projeto nº 061, da de-putada Indyara Morais (PMDB), que tratava da regularização da profissão de Sanitarista. A proposta nº 125 do deputado Duque de Gironda (PMDB) sugeria isenção de impostos em Àreas de Proteção Ambiental de proprieda-des agrárias, e foi aprovada com uma emenda e três incisos.

No final da manhã foi votado o PL nº 132 do deputado Déurick Gré-gory (PMDB), que propunha a isenção de impostos sobre agricultores e em-preendedores rurais estipulados pela Lei 11.326/2006, sendo aprovado na Comissão em concordância com pare-cer da relatora. Da mesma forma a pro-posta nº 039 do deputado Pedro Mes-quita (PSD) foi aprovada. A Lei sugere a criação de um banco de dados nacional com informações criminais.

No período da tarde os ânimos pareciam mais calmos. Poucas pro-postas foram reprovadas enquanto a maioria dos PLs foram acatados com sugestões de emendas. Dentre as re-jeições esteve o PL nº 088 do deputa-

do Diego de Moraes (PR) que visava a tornar facultativa a inscrição de pro-dutores rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo o relator André Thatcher, “seria voltar ao passado não permitir que o produtor rural disponi-bilizasse seus dados na internet”.

O Projeto de Lei nº 027 da de-putada Julia Hayes (DEM) foi aprovado com parecer pela rejeição pelo relator Pedro Saad, vide líder do DEM. Já o re-lator da proposta nº 047, deputado Vic-tor Rodrigues (PSDB), também sugeriu emenda ao Projeto de Lei do deputado Italo Schelive (PMDB), que propôs a alimentação escolar ser proveniente de agricultura orgânica ou familiar. Assim, o PL foi aprovado por unanimidade da Comissão.

No final da sessão, outros dois PLs foram aprovados com emendas. O primeiro, de nº 015 e autoria do depu-tado Juan Carlos Arruda (PP), propu-nha otimização na eficiência da Política Nacional de Qualidade na Gestão Públi-ca de Serviços. Já o PL nº 019, do de-putado Augusto Brito (PP), sugeria que os estados fossem obrigados a custear despesas de hospitais de outros esta-dos em casos de transferência. O Proje-to foi aprovado por unanimidade com sugestão de duas emendas – na data de validação e responsabilidade do servi-ço.

A sessão foi encerrada no meio da discussão do PL 122, referente À amostra explícita de artigos que reme-tessem a religião, fé ou credo em órgãos públicos estatais, e de autoria do depu-tado Marcelo Alcântara (PSDB). O Pro-jeto de Lei será votado na abertura da CCJC de hoje.

Ordem, deputados! Na sessão realizada durante a

manhã de ontem na Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania, o Pro-jeto de Lei que visava definir o crime de terrorismo levantou o ânimo dos depu-tados presentes. “Ordem, deputados!” foi uma frase dita diversas vezes pelo presidente da sessão, deputado Jorge Henrique Oliveira (PMDB).

“Apesar das discussões, tudo correu dentro da padrão e em nenhum momento os deputados faltaram com respeito”, afirmou o presidente da mesa. Além de exaltação dos ânimos dentro da sessão, as discussões foram parar fora da sala da Comissão, o que deixou as votações dos PLs posteriores com menos da metade de deputados que deveriam se fazer presentes.

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A legalização da maconha sempre é polêmica no Politeia. Na edição 2013 não foi diferente. A questão foi tumultuada a pon-to de tornar reservada a sessão para decidir sobre o tema. Tam-bém foi organizada frente parla-mentar para a defesa da liberali-zação da erva.

O PL nº 115/2013, que regula o plantio, o comércio e o uso da Cannabis sativa, chamou atenção de deputados de dife-rentes partidos e comissões, que começaram a se aglomerar na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF). O deputado Re-nato Rabelo (PMDB), participan-te da Comissão, requeriu então que a sessão fosse reservada ex-clusivamente para os membros da CSSF e os autores do Projeto de Lei.

Rabelo argumenta que res-tringir a entrada de outros par-lamentares na sessão foi medida importante pois o PL é polêmi-co. “Era necessário analisar com calma, sem pressão e apelo de lideranças partidárias”, explica Rabelo. A limitação foi criticada, em especial pelo líder do PSB, Benincasa Neto, que considerou a medida antidemocrática e pre-judicial ao espírito do Politeia: “o mais importante é a livre discus-são”, disse.

Um dos quatro autores do PL, deputado Vermelho (PSB), também criticou a reserva da sessão. “Essa é uma questão su-prapartidária, vai além das ide-ologias dos partidos e das co-missões”, destacou. A criação do projeto também inclui a partici-pação de Rafael Boff (PSB), Ana

Paula Telles (PSB) e Enedinho Bancário (PMDB).

Em defesa do Projeto, Ver-melho argumentou que a falta de legalização restringe o comércio para um mundo paralelo ao ofi-cial. Ele explica que dessa forma, o Estado se priva da discussão e controle sobre a comercialização da droga, o que estimula o tráfi-co.

Rabelo, por sua vez, se opôs ao projeto pois, para ele, o PL foi mal escrito e apresentava explicações falhas, como a defi-nição de consumidor-produtor de maconha.

Por fim, a votação será re-alizada hoje. Apesar do debate acalorado, deputados que parti-ciparam da discussão acreditam que será aprovado um substitu-tivo que modifica o projeto para legalizar o uso apenas para fins medicinais e científicos, além de limitar a comercialização ao Es-tado e pessoas jurídicas.

A polêmica sobre o tema estimulou a formação de uma nova frente parlamentar, a Lega-lize agora e já. Suprapartidária e

em defesa do debate e da cons-cientização dos benefícios da medicinais da maconha, 35 de-putados de quase todos os par-tidos, com exceção do PSD, uni-ram-se durante o coffee break para assinarem uma lista e en-grossar os argumentos da causa.

Integrante da frente, Rafael Boff (PSB), acredita que o senso comum tradicional atrapalha o desenvolvimento das discussões sobre a legalização: “Hoje, as pessoas contrárias à legalização existem basicamente pela falta de conhecimento ou conserva-dorismo”. Ele explica que a inten-ção do grupo não é incentivar o uso aberto e o aumento da liber-tinagem, mas formular uma po-lítica de redução de danos pelo tráfico da droga.

O deputado Boff também argumenta que o discurso é le-gítimo, pois nasce em torno de uma dívida histórica que o pro-duto adquiriu na época do im-pério, por ser utilizado, em sua maioria, por escravos e, portan-to, não ser lucrativo, como o ál-cool e o tabagismo.

Boca seca e muita discussão na CSSFSessão reservada e criação de nova frente marcam votação sobre maconha

Ana Teresa Malta e Tainá Andrade

Restrição na entrada da sessão irrita parlamentares como o deputadoVermelho (PSB), um dos autores do PL que legaliza a maconha

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Doutrinação ideológica ou praticidade nas escolas?Na CE, Projetos de Lei discutiram mudança na grade curricular

Bruna Chaves

O Projeto de Lei Nº 008/2013, de autoria do depu-tado Gabriel Monarquista (PP), e o Projeto de Lei Nº 101/2013, do deputado André Thatcher (PMDB), visam tornar facultati-vo o ensino de Educação Artís-tica, Educação Física, Filosofia e Sociologia, e acabam provocan-do divergências quanto ao real objetivo na escolha de tais disci-plinas.

Muitos deputados argu-mentaram que tirar a Filosofia e a Sociologia da grade curricular seria na verdade uma articula-ção contra o regime de esquer-da. Isso porque essas disciplinas estão carregadas de teorias de personalidades ligadas ao co-

exemplo de “inculcadora” de ide-ologias.

Ao final da discussão, os pro-jetos foram rejeitados, mas o de-putado Gabriel Monarquista (PP) deseja tentar levá-los a plenário.

munismo e socialismo, como por exemplo, o filósofo Karl Marx. “Ambos os projetos são verda-deiros shows de horrores, é a mesma crítica que se faz ao cam-po da esquerda”, argumentou o deputado Benincasa Neto (PSB).

Já os que eram favoráveis aos dois projetos defendiam que essas medidas seriam uma for-ma de barrar educadores que tentassem influenciar ideolo-gicamente seus alunos. “Esses educadores são marginais ideo-lógicos travestidos de professor”, afirmou o deputado Murilo Me-deiros (DEM). Nesta deliberação, os parlamentares citaram diver-sas vezes a historiadora Mari-lena Chauí como

PL sobre discurso de ódio gera discussão

Gustavo Oliveira

Há muito que, no Brasil, temos manifestações e brigas entre minorias e “maiorias” na sociedade. Movimentos de mi-norias e datas comemorativos são comuns; o preconceito e o racismo, infelizmente, são ainda mais. Esse conflito vem de mui-tas décadas, e hoje, na Câmara, o assunto veio à tona.

Nesta quarta (24), o PL 084/13, de autoria da deputa-da Joana D’arc (PT), propõe que toda insinuação pública contra as minorias se torne crime. Na CSPCCO o PL causou um debate acirrado, surpreendendo sua au-tora. O deputado Gabriel Wanis-sang (PMDB), relator do projeto e liberal convicto, foi o que mais se exaltou. Para ele, o projeto não

iria ajudar em nada as minorias. Pelo contrário: “Estamos tapan-do o olho do Estado colocando essa lei. Estamos cegando-o. A Parada Gay existe hoje porque houve o discurso do ódio”, apon-tou o relator.

Um dos argumentos da de-putada Joana D’arc foi o fato de o deputado Gabriel Wanissang ser um liberal, mas usar argumentos não-liberais. “Os grupos minori-tários sofrem constrangimentos sociais e econômicos. Parece que aqui na Câmara, a Frente Liberal é liberal quando convém. Quan-do é pra rejeitar os projetos do PT e do PSB eles são liberais. Até quando nossos projetos defen-dem melhor ainda os princípios liberais dos projetos deles, eles

são ultraconservadores, enfati-zou a deputada.”.

Esse argumento foi reba-tido pelo deputado Gabriel Wa-nissang (PMDB): “Não usei ex-pressamente argumento liberal algum. Mas busco a liberdade de expressão, e ela ser contra um grupo minoritário é necessário.”.

O deputado Victor Thierry (PSDB) concorda com o parecer do relator. “Essa lei vai acabar com o direito de livre expressão para a população”.

A lei foi rejeitada na Co-missão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e foi mandada para a CCJC. Nela, o projeto acabou não sendo votado e foi adiado para amanhã.

Projetos de lei discutiram a mudança na grade curricular

Benincasa Neto (PSB) opõe-se aos PLs, que classifica como “shows de horrores”

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Discussão atrasa pauta na CAPADRBruna Chaves

O Projeto de Lei º 093/13, de autoria do deputado Murilo Medeiros (DEM), continuou ge-rando polêmicas. Na terça-fei-ra, os debates na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abasteci-mento e Desenvolvimento Rural(CAPADR) se iniciaram pela ma-nhã e se estenderam até o horá-rio do almoço, logo depois foram passados para o período da tar-de em sessão secreta, e ainda as-sim sem votações. Ontem (24), o tumulto foi maior ainda. “Andei em várias comissões e nenhuma delas estava uma bagunça e com tanta falta de decoro como esta”, afirmou o deputado Juan Carlos (PP).

A demora em deliberar acerca de tal projeto é consequ-ência das desordens causadas pelos interesses dos líderes em defender a ideologia de seus par-tidos. Por este motivo, houve até mesmo tratamentos pouco amis-tosos entre os deputados, o que acabou gerando direito de res-posta aos que se sentiram ofen-

um trabalhador sem terra”. Do lado oposto, o autor do projeto, Murilo Medeiros (DEM), confir-ma seu objetivo: “Bato no peito por ser burguês, filho do siste-ma, capitalista. Eu não quero saber de rico ou pobre, preto ou branco, porque é disso que o PT gosta. Eu quero garantir o direito de propriedade como uma ação preventiva”.

Apesar de diversos impas-ses, o projeto foi aprovado em votação nominal com dez votos favoráveis e quatro contrários.

didos. São exemplos desses tra-tamentos a fala do líder do PSB, Benincasa Neto: “Em que mun-do o deputado Lucas Pinheiro vive?”, e a solicitação do deputa-do Kauany Souza (PP): “Peço que vocês não sejam iguais ao depu-tado Caio Jardim (PT), que não sejam cegos por suas ideologias”.

A maior parte das discus-sões ocorreu em torno da inten-ção de criminalizar movimentos conhecidos por invadir proprie-dades rurais, como é o caso do Movimento Sem Terra (MST). Outro ponto questionado pelos que são contrários ao projeto de lei é o parágrafo único do artigo 4º, que destina R$ 3 mil semes-trais aos policiais que consigam reduzir os índices de invasões. Quanto a isto, a deputada Joana D’Arc (PT) expressou sua preo-cupação: “O uso da força policial é extremamente perigoso, acho que todos os senhores acompa-nharam a atuação da polícia nas manifestações pelo Brasil. Agora imagina como a polícia vai tratar

RapidinhasO Norte representado

Na tarde de ontem, depu-tados que vieram do estado do Tocantins somente para a rea-lização do Politeia formaram a Bancada Tocantinense. Com o objetivo de defender o estado do norte, eles pretendem apoiar projetos que tramitam na Câma-ra referentes a meio ambiente, além de seus próprios PLs. Os de-putados Ítalo Schelive (PMDB), Rafael Boff (PSB), Vinícius Al-bernaz (PT) e Augusto Brito (PP)

compõe a Bancada, e afirmaram não pretender aumentar o nú-mero de componentes pois a influencia para a aprovação dos partidos vai ser informal. Porém, ao fim da tarde, Victor Aguiar (PMDB), também tocantinense, se juntou ao grupo. Eles querem dar mais visibilidade ao estado que faz parte da Amazônia Legal, área que contempla toda o bioma amazônico e parte do cerrado. “Somos suprapartidários, vamos defender que nossa região, as-sim como o resto do país, receba

mais investimentos na educação e saúde”, afirmam. “o grupo prio-riza a sustentabilidade e a inclu-são de políticas públicas susten-táveis tanto na Amazônia Legal quanto em toda a biodiversidade brasileira”, diz Rafael Boff.

A Bancada declarou nota de repúdio contra o deputado Diego Moraes (PR) por ele ser autor de PLs que restringem os direitos de proteção ao meio am-biente.

Murilo Medeiros (DEM) é autor do PL que criminaliza invasões rurais

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“Há um clima de respeito e cooperação”. Foi assim que a deputada Nathália Cristina (PT), integrante da Comissão de Segu-ridade Social e Família (CSSF), caracterizou os trabalhos reali-zados na Comissão ontem. Con-tudo, os vários temas polêmicos foram evitados com uso de pedi-dos de vista.

Os PLs 127, 053, 090 e 018/13 foram quase todos apro-vados com unanimidade. A úni-ca proposição que contou com divisão nas votações foi o PL nº 036/13, que visa reduzir mul-tas por demissão. André Dutra (PT) afirmou que a proposição era uma agressão ao trabalhador brasileiro e, ao perceber o apoio enfático de alguns deputados, pediu vista. Mesmo assim, o PL acabou sendo votado e aprovado no período da tarde.

A falta de quórum fez a

Comissão ser iniciada com atra-so. “Deviam criar uma frente parlamentar pela pontualidade”, brincou André Dutra. Enquanto esperavam pelo presidente da Comissão, Otto Maria Carpeaux (PR) e outros parlamentares, os deputados presentes adianta-vam informalmente o debate do Projeto de Lei 127/13, que insti-tui escolas de tempo integral.

Com o início da sessão, o PL foi rapidamente aprovado com emendas, que previam de-signação de competência à União e alteração da vigência para cin-co anos. O mesmo aconteceu com o PL nº 018/13, que, segundo o autor Augusto Brito (PP), visava combater o sedentarismo. Ele foi aprovado com muitas emendas, que precisavam melhor atribui-ções. Pedro Caxias (PMDB) expli-cou: “As emendas têm o sentido de aprimorar a lei”.

O PL nº 090/13, da de-putada Márcia Helena (PSD), discorria sobre avisos em esta-belecimentos comerciais, como motéis e boates, contra abuso de menores. O Projeto de Lei foi aprovado com unanimidade. “Ele não cria mais custos para o governo. Além disso, ter mais in-formação sobre o assunto é sem-pre bom”, afirmou Renato Rabelo (PMDB), membro da Comissão. O PL nº 053/13, de autoria da deputada Kaliani Bueno (PR), também teve aprovação unâni-me.

Maurício Bento, líder do PP, afirmou: “Gente, eu queria fa-lar: essa comissão é muito ‘famí-lia’”. O custo dessa solidariedade foi a presença de vários pedidos de vista, como os relativos aos PLs 013, 092 e 115/13.

Thiago Gardin

CSSF: Uma Comissão “família”

Pérolas“Aqui eu vejo um número de ga-dos, desculpa, é porque eu gosto muito de gados”, Diego de Mora-es (PR), se referindo aos deputa-dos presentes na CAPADR.

“Às vezes a gente tem que deixar questões partidárias de lado e votar pelo bem do Brasil” - do deputado Juan Carlos em voto de aprova-ção ao PL 047 sobre alimen-tação escolar orgânica.”

“Na América Latina existe um sentimento de inveja contra os ri-cos”, Murilo Medeiros (DEM).

“Quem não gosta de esta-do democrático de direita que se mude pra Cuba”, Lucas Pinheiro (PSDB), na CAPADR, sobre o PL 093/2013.

“Eu não estou inventando a roda, estou apenas colocando-a para rodar”, Maurício Bento (PP).

“A mão invisível do Adam Smith não serve nem pra bater uma p...”, Fúlvio Vi-centini (PMDB)

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Vestimentas justificam estupro?

Ponto de vista

Eu acho que você pegou uma pessoa bem polêmica pra falar sobre isso. Eu sou católica, tenho um grupo de meninas católicas na igreja. Inclusive, um dos íco-

nes é o padre Paulo Ricardo. Ele é bem famoso, um padre conhecido. A gente procura viver a mo-déstia. O que é a modéstia? A modéstia é o uso de roupas longas, compridas, que cubram todo o cor-po. Não de maneira feia, né? Não é uma burca. Mas é de uma forma que preserve o corpo da mulher, porque a gente acredita que o corpo da mulher tem que ser preservado de olhares, entendeu?Porque a gente acha que atiça os homens. Então sim, eu acredito principalmente que roupas fazem sim diferença. Eu acho até um pouco delicado fa-lar sobre isso, porque a gente procura viver e não ficar falando isso para outras pessoas. Mas o que a gente pensa exatamente por viver é que faz dife-rença no caso do crime, por exemplo, do estupro.

Algumas roupas que as mulheres usam podem in-

citar o estupro?

Não, eu acredito que não. O pro-blema perpassa mais pela fal-ta de consciência das pessoas, no caso, o estuprador, por uma transgressão social que ele vive, um problema psicológico. É muito preconceito você querer limitar uma pessoa pela vestimenta própria, que é o direito dela escolher; exceto ór-gãos públicos que você não pode entrar por uma questão formal. Você não pode querer limitar uma pessoa. isso é querer culpar a pessoa que é agre-dida como uma pessoa culpada. Um exemplo clás-sico de que isso é uma aberração: sou totalmente contrário a uma coisa que aconteceu agora em Du-bai: uma mulher foi presa pro ter sido estuprada. Isso foi ao encontro à essa teoria absurda. Claro que não, de forma alguma. Eu acho que tem um pa-ralelo. Na verdade, o estuprador é o transgressor. E a culpa é exclusivamente dele. Passa por proble-mas psíquicos mesmo.

Na Câmara, a deputada Isa-bella Carrazza(PR) criou o PL 063/2013, que é contra crimes sexuais. Visto que o estupro é considerado um crime sexual, fi-zemos a seguinte perguntas aos deputados Rafael Boff (PSB) e Amanda Ferrari (PMDB):

Rafael Boff (PSB) Amanda Ferrari (PMDB)

Você sabe quem é o Dollynho Politeia?Você sabe quem é o Dollynho Politeia?“O Dollynho vem de forças espirituais, ao final do Politeia re-

velarei.” - Nauê

“Primeiro pensei no Mauricio, mas quando fui falar com ele percebi que não podia ser ele.”

- Camilla Caffe

“Meu palpite é o Fúlvio.” - Jorge Henrique Oliveira

“Acho legal para descontrair”, “Não sei te dizer, tal-vez alguém da extrema direita”, “Não tenho criati-vidade e meu português é bom”, quando ficou sa-bendo que outro deputado o havia indicado. - Fúlvio

“Talvez o presidente da casa, André Atadeu, porém acho que não seria ele pela seriedade do cargo.”

- João Ivo

“Sei quem é mas não posso informar, dado o sigilo das minhas fontes.” - Matheus Leone

“Ou Marcelo Alcantara, Pastor Tales, André Tadeu, Victor Thie-ri, ou Matheus Leone.” - Victor Zaider

“Na verdade não tem um autor, é um projeto suprapartidário, feito em grupo. Não tem compromisso com a realidade.” - Ra-

fael Boff

“Deputado Super Zuado.” - Tainá Andrade

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Ping-pongMarcos Iglesias (PT)

Nome no Politeia: Marcos Iglesias.Idade: 17 anos.Curso: Gestão de Políticas Públicas.Político que admira, por quê? Nelson Man-

dela; pela luta pela minoria.Um sonho na política: Igualdade indepen-

dente do gênero ou raça.

Igor Nolasco (PSD)

Nome no Politeia: Nolasco.Idade: 19 anos. Curso: Ciência Política.Político que admira, por quê? Nenhum es-

pecífico. Acredito que temos que estar em cons-tante renovação, olhar a política como um todo e considerarmos os novos políticos.

Um sonho na política: Promover apoio aos profissionais voltados para vertentes artísticas como teatro e música, para que possam ter espaço e participar do ambiente político.

Ludmylla (PR)

Nome no Politeia: Pastora Ludmylla.Curso: Ciência Política.Idade: 22 anos.Político que admira, por quê? Aécio Neves,

devido à sua contribuição como governante.Um sonho na política: Não possuo nenhum

sonho dentro da política. Explicação para o nome: O nome partiu de

uma brincadeira com o deputado Pastor Teles (PR) de que nós seríamos personagens. Não partiu de nenhuma admiração de algum líder religioso, mas mesmo assim, me considero uma pessoa religiosa.

Gustavo Nobre (PSD)

Nome no Politeia: Gustavo Nobre.Curso: Ciência Política.Idade: 21 anos.Político que admira, por quê? Atualmente,

nenhum. Admirava o Lula, mas diante de certas condutas do ex-presidente, como seu posiciona-mento frente às manifestações de junho, passei a deixar de admirá-lo.

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Fora de foco

InternetSite: www.projetopoliteia.com

Progamação23 e 24 de julho de 2013 – Terça-feira e Quarta-feira08h00 – 12h00 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão 12h00 – 13h30 Almoço -13h30 – 16h00 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão16h00 – 16h30 Coffee break A definir16h30 – 17h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão17h30 – 18h00 Reuniões Partidárias Plenário de Comissão 25 de julho de 2013 – Quinta-feira08h00 – 09h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão09h30 – 10h00 Coffee break A definir10h00 – 11h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão11h30 – 12h00 Reuniões partidárias Plenário de Comissão12h00 – 13h00 Coletiva de imprensa Plenário de Comissão13h00 – 14h30 Almoço -14h30 – 18h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães 26 de julho de 2013 – Sexta-feira08h00 – 12h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães12h00 – 13h30 Almoço -13h30 – 16h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães16h00 – 16h30 Coffee break A definir16h30 – 18h00 Encerramento Plenário de Comissão