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Bondade Silvio Dutra Set/2016

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Bondade

Silvio Dutra

Set/2016

2

A474

Alves, Silvio Dutra

Bondade./Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2016.

41p.; 14,8x21cm

1. Teologia. 2. Cristianismo. 3. Virtudes.

I. Título.

CDD 232

3

Sumário

1 - Bondade e Benignidade................................

4

2 - A Benignidade de Deus, nosso

Salvador.......................................................................

7

3 - A Magnanimidade de Deus........................

9

4 - Nada de Bom é Negado.................................

15

5 - Não Há Bondade Como a de Deus...........

23

6 - É Tanta Bondade que Muitos Desconfiam................................................................

28

7 – Palavra Bondade no original Grego e Hebraico.....................................................................

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1 - Bondade e Benignidade

Estas palavras são quase sinônimas, distinguindo-se apenas em que a primeira

expressa mais a ação de ser bom e a segunda a inclinação para o bem.

A bondade pura, perfeita e continua é um atributo exclusivo de Deus, e por isso Jesus

afirmou que ser bom desta forma é algo somente pertinente à divindade.

O pecado original corrompeu não somente a bondade como todas as demais virtudes

comunicadas por Deus à natureza humana; de modo que para se ter resgatada a bondade e a

benignidade tal como elas se encontram na pessoa de Deus necessitamos não somente de

conversão, de um novo nascimento do Espírito Santo, mas sobretudo de sermos aperfeiçoados

no processo de santificação que é operado pelo mesmo Espírito.

Temos o dever de nos submetermos a este trabalho de restauração, não somente quanto à

bondade, mas quanto a todas as demais virtudes que pertencem à nova natureza espiritual,

celestial e divina que recebemos da parte de Deus na nossa conversão, por meio da fé em

Jesus Cristo.

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Este dever de ser bom engloba inclusive os nossos inimigos, aos quais devemos amar com o

amor de Cristo, ou seja, sem fazer acepção de pessoas, pois é assim que Deus ama a

humanidade e lhe faz bem.

Todavia, isto não significa que esta bondade deve ser exercida segundo os critérios do

mundo quanto ao que seja bondade, como por exemplo, satisfazer prazeres pecaminosos ou

contribuir para que haja um emprego maligno dos nossos dons e serviços ao próximo.

Pois que bem há em dar dinheiro para quem o usará para se drogar?

Que bem há em poupar um filho da necessária disciplina simplesmente para agradá-lo?

E os exemplos se multiplicam e nos faltaria o espaço necessário para enumerá-los.

Há muita beneficência que é realizada para fins escusos e interesseiros, e isto de igual modo

deve ser evitado.

Assim, à beneficência deve preceder o amor, a sinceridade, a verdade e a justiça; pois onde isto faltar, não haverá nenhuma beneficência sendo

feita de fato.

A excelência da bondade se encontra justamente em se amar aqueles que são nossos

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inimigos, ou estranhos e que nada têm para nos dar em troca, como no dizer de Jesus:

“46 Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?

47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios

também o mesmo?

48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.” (Mateus 5.46-48)

Somos portanto exortados a exercer uma bondade que seja perfeita como a de Deus, ou seja, desinteressada e que não exclua a qualquer

pessoa de ser alvo da mesma.

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2 - A Benignidade de Deus, nosso Salvador

“a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos." (Tito 3.4)

Quão doce é contemplar a comunhão do

Salvador com seu próprio povo amado! Não pode haver nada mais agradável do que, pelo

Espírito Divino, ser levado a esse campo fértil de prazer. Deixe a mente considerar por um

instante a história de amor do Redentor, e mil atos encantadores de afeto irão sugerir por si

mesmos, tudo o que, por seu desígnio, tem sido o revestimento do coração em Cristo, e os

pensamentos e emoções da alma renovada com a mente de Jesus. Quando meditamos sobre esse

amor maravilhoso, do todo-glorioso Parente da Igreja dotando-a com toda a sua riqueza

celestial, nossas almas pode muito bem desfalecer de alegria. Quem é que pode suportar

esse peso de amor?

O senso parcial disto que é o Espírito Santo frequentemente se agrada em conceder, é mais

do que a alma possa suportar; quanto a ser transportada para ter uma visão completa disto!

Quando a alma não tem entendimento para discernir todos os dons do Salvador, a sabedoria

com a qual estimá-los, e tempo para meditar

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sobre eles, vamos então comungar com Jesus de uma forma mais próxima do que a costumeira.

Mas quem pode imaginar a doçura de tal comunhão? Isto deve ser uma das coisas que não entraram no coração do homem, mas que

Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Oh, arrombemos a porta dos nossos celeiros de

José, e contemplemos a abundância que ele tem estocado para nós! Isso nos encherá de amor.

Pela fé nós vemos, como num espelho, obscuramente, a imagem refletida de seus tesouros ilimitados, mas quando formos ver

realmente as coisas celestiais, com os nossos próprios olhos, o quão profundo será o córrego

de comunhão no qual a nossa alma se banhará! Até então nossos sonetos mais inspirados serão

reservados para o nosso benfeitor amoroso, Jesus Cristo, nosso Senhor, cujo amor por nós é

maravilhoso, ultrapassando o amor de mulheres.

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.

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3 - A Magnanimidade de Deus

Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.

"Eis que Deus é muito grande; contudo a ninguém despreza; é grande na força da sua

compreensão.” (Jó 36.5)

(Depois de Jó ter dito: “Deus, tu me lançaste na

lama, e me tornei semelhante ao pó e à cinza. Clamo a ti e não me respondes, estou em pé,

mas apenas olhas para mim. Tu foste cruel comigo; com a força da tua mão tu me

combates.” (Jó 30.19-21); o patriarca descreveu no capítulo 31, seguinte a este, todos os seus atos

de compaixão e justiça própria - pelo que se levantou contra ele, Eliú (Jó 32.1,2) proferindo entre as palavras do discurso que fizera, as que

encontramos em nosso texto – nota do tradutor)

Eliú não nos dá uma razão comum para a sua afirmação, mas ele fundamenta sua declaração de que Deus a ninguém despreza pelo fato de ser

poderoso. Essa forma de argumento não teria ocorrido naturalmente a você ou a mim.

Poderíamos até ter sido inclinados a pensar o oposto e dizer - Ele é tão poderoso que não se

pode esperar que considere essas coisas fracas como as suas criaturas, e Ele despreza a todas

elas! Eliú, com muito bom senso do que a

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maioria de nós possui, faz uma conclusão oposta e declara: porque Deus é poderoso, Ele a

ninguém despreza!

Os fatos são argumentos convincentes e se você cuidadosamente observar, você vai ver que,

geralmente, as pessoas que desprezam os outros são fracos. Esses homenzinhos que estão

revestidos com autoridade breve são muitas vezes rudes e tirânicos, mas o que é

verdadeiramente grande é simpático, sensível e atencioso. O forte não tem nenhuma razão para

desconfiar e desprezar e, portanto, eles estão livres de inveja.

Deus é tão grande em todas as coisas que Ele a ninguém despreza! Ele não tem rivais e não tem

necessidade de se sustentar, diminuindo o bom nome dos outros. Ele é supremamente real. Ele

é tão verdadeiro e profundo que nEle nunca pode haver algo como o pensamento de desprezar a qualquer pessoa, a fim de proteger a

si mesmo. Deus é grande demais para ser desdenhoso, muito poderoso para ser

arrogante.

O poder de Deus reside em seu coração, na sua compreensão e no seu amor. Ele é poderoso nas coisas espirituais, na sublimidade do

pensamento, na grandeza de motivo, na nobreza de espírito e na elevação de seus propósitos.

Quando você perceber a exaltação da Mente

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Divina e a sublimidade do caráter divino, você perceberá a razão por que o Senhor não

despreza ninguém.

É a magnanimidade de Deus, que o impede de desprezar a alguém. O sol é tão glorioso que não

se recusa a brilhar sobre um monturo! Se Deus fosse pequeno, ele poderia desprezar os

pequenos. Se ele fosse fraco Ele teria desdenhado dos fracos. Mas é Deus sobre todos,

bendito para sempre, o único Deus - temos que lidar com aquele que, embora seja o Altíssimo,

tem respeito aos humildes! Nosso Deus é Aquele que não despreza o clamor dos aflitos!

Seja qual for a faculdade mental que possa haver no querubim ou serafim, no anjo ou no homem,

é senão uma emanação da Sua energia criativa

O texto, também, nos diz que Ele é "poderoso em força e sabedoria", de modo que temos de

considerar que Deus é poderoso em mente. "Não se pode esquadrinhar o seu entendimento." Ele

não só possui força física, pela qual Ele cria, preserva ou destrói, mas o maior poder de

compreensão, pois "Ele é maravilhoso em conselho." "Grande é o nosso Senhor e Seu

entendimento é infinito." É difícil encontrar palavras para expressar o que quero dizer,

porque Deus é Espírito, e, tanto quanto se possa falar reverentemente dEle, por possuir uma

mente e um intelecto, ele é tão onipotente nessa

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esfera, quanto no mundo físico. Esta é a segurança de suas criaturas que Ele é Deus

grande de mentalidade!

Deus tem grandes pensamentos, grandes projetos, grande sabedoria, grande bondade!

Ele é poderoso em todos os aspectos e, especialmente, na contenção que Ele coloca

sobre a sua ira.

Se você quiser ver isso, olhe para a paciência e

longanimidade que Ele manifesta para com os desobedientes. Como é incomparável a Sua

paciência! Quão durável é a Sua misericórdia! Os ímpios o provocam e Ele sente a provocação,

mas ainda assim Ele não revida. Semana após semana eles o insultam, eles tocam a menina

dos seus olhos, perseguindo o Seu povo, mas Ele ainda lhes dá oportunidades para o

arrependimento. Ele envia mensagens de misericórdia. Ele lhes implora a se desviarem do erro de seus caminhos, mas eles endurecem

seus corações, eles blasfemam dEle, tomam o Seu santo nome em vão! Ainda assim, pelo

espaço de muitos anos, Ele suporta as suas incessantes rebeliões e embora Ele se entristeça

com a dureza de seus corações, Ele retém a sua indignação.

Igualmente maravilhoso, eu acho, é o poder que Deus tem sobre sua própria mente ao perdoar a

muitos desses transgressores. É maravilhoso

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que Ele seja capaz de perdoar a qualquer um, e perdoar tão perfeitamente! Acontece muitas

vezes para nós que nos sentimos compelidos a dizer, quando muito ofendidos: "Eu posso te

perdoar, mas eu temo que eu nunca vou esquecer o mal." Deus vai muito além disso, pois

Ele lança todos os nossos pecados atrás das Suas costas e declara que Ele não vai mais se lembrar deles contra nós, para sempre. O quê? Nunca?

Tais ofensas profundas! Tais crimes abomináveis! Tais transgressões provocadoras!

Nunca mais devem ser lembrados? O quê? Não haverá pelo menos uma carranca, ou um grau

de frieza por causa deles? Não. "Eu tenho apagado, como uma nuvem espessa, suas

transgressões e, como uma nuvem, os teus pecados."

"Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade e passa pelas transgressões do resto

da tua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia."

Deixe-me acrescentar que, quando Deus não perdoa, é porque a impenitência persistente exige a condenação final - Deus é grande de

alma mesmo na punição dos ímpios. Ele não tem prazer na morte do pecador. Julgamento é a Sua

estranha obra. Punição nunca é infligida por uma questão de soberania arbitrária, mas

sempre porque é exigida pela justiça.

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Mas Deus nunca irá desprezar a qualquer que o busque com sinceridade de coração. Jesus, Seu

Filho, era manso e humilde de coração, e convidou as crianças a virem a Ele e, por isso,

nós que somos os menores entre os homens não seremos desprezados!

O que Paulo diz em sua epístola aos Coríntios? "As coisas que são desprezadas Deus escolheu,

sim, e as coisas que não são, para reduzir a nada as que são." Ele não despreza ninguém, temos a

certeza disso, pois quando Ele ordenou pais na Sua Igreja e definiu doze líderes no Apostolado,

Ele escolheu para esse cargo, nem filósofos, nem senadores, nem reis, mas pescadores

humildes!

Outros podem desprezá-lo, mas o Pai celestial não.

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4 - Nada de Bom é Negado

Texto de J.I. Packer, traduzido e adaptado por

Silvio Dutra.

“Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as

coisas?”.

A ideia expressa por Paulo nesta segunda

pergunta é que nenhuma coisa boa finalmente nos será negada. Ele confirma essa ideia mostrando-nos a suficiência de Deus como

nosso soberano benfeitor e a firmeza de sua obra redentora por nós.

No primeiro mandamento, Deus disse a Israel

que o servisse exclusivamente, não apenas porque lhe devessem isso, mas também por ser

ele digno de toda a confiança. Deviam se curvar diante de sua absoluta autoridade com base na

confiança em sua suficiência total. É evidente que ambas as coisas precisam estar juntas, pois

eles dificilmente o serviriam de todo o coração se, ao excluir os outros deuses, duvidassem da

suficiência de Deus para suprir suas necessidades.

Agora, se você é cristão, sabe que também está sendo chamado a agir do mesmo modo. Deus

não poupou seu Filho, mas o entregou por sua

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causa. Cristo ama você e se entregou para livrá-lo da escravidão do pecado do Egito espiritual e

de Satanás. Jesus Cristo lhe apresenta o primeiro mandamento na forma positiva: “Ame

o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.

Este é o primeiro e maior mandamento” (Mt 22:37,38). A exigência se apoia em seu direito de Criador e Redentor, e não se pode escapar dela.

Você conhece, como discípulo, o estilo de vida ao qual foi chamado por Cristo. Seu exemplo e

ensinamento nos evangelhos (sem seguir mais adiante no livro de Deus) tornam a ideia perfeitamente clara. Você é chamado a viver

como peregrino neste mundo, um simples residente temporário, viajando com pouca

bagagem e desejoso, segundo o direcionamento de Cristo, de fazer o que o moço rico não quis:

deixar as riquezas materiais e a segurança proporcionada por elas e conviver com a

possibilidade de empobrecimento e perda de bens. Tendo seu tesouro no céu, você não

precisa pensar em tesouros terrenos, nem na vida de alto padrão — Jesus pode lhe pedir a

renúncia de ambos. Você é chamado a seguir a Cristo, carregando sua cruz.

O que isso quer dizer? Bem, as únicas pessoas no mundo antigo que carregavam cruzes eram

criminosos condenados a caminho da execução. Eles, como o Senhor Jesus, eram obrigados a

carregar a cruz sobre a qual seriam executados.

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Assim, o que Cristo quis dizer é que você deve assumir a posição de tal pessoa no sentido de

renunciar a todas as expectativas sociais futuras e aprender a tomar como naturais o desprezo de

seus companheiros e o olhar de desdém e aversão como se você fosse um estranho. É

possível que muitas vezes você seja tratado desse modo por causa da lealdade ao Senhor Jesus Cristo.

Você não precisa pensar em tesouros terrenos, nem na vida de alto padrão — Jesus pode lhe

pedir a renúncia de ambos.

Você é também chamado a ser uma pessoa

mansa, nem sempre lutando por seus direitos, nem preocupado em reaver o que lhe pertence,

nem entristecido por maus-tratos e desprezos (embora, se você for sensível, estas coisas

possam feri-lo). Em vez disso, deve simplesmente entregar seus problemas a Deus

e deixar que ele o defenda se e quando ele achar conveniente. Sua atitude para com seus

companheiros bons e maus, agradáveis e desagradáveis, tanto cristãos como descrentes,

deve ser a do bom samaritano para com o judeu na estrada, e isto quer dizer que seus olhos

devem estar abertos para as necessidades espirituais e materiais dos outros. Seu coração

deve estar pronto para cuidar das almas necessitadas quando as encontrar; sua mente

precisa estar alerta para planejar o melhor

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modo de ajudá-las e sua vontade deve estar firmada contra a armadilha (na qual somos

especialistas) de “transferir responsabilidades”, livrando-nos de situações difíceis em que se

impõe a ajuda mediante sacrifício.

Nada disso, evidentemente, é estranho a

qualquer de nós. Sabemos que Cristo nos chama para esse estilo de vida, muitas vezes pregamos e falamos sobre ele, mas será que o vivemos

realmente? Bem, veja as igrejas. Observe a falta de ministros e de missionários, especialmente

de homens; observe a riqueza material nos lares cristãos; o problema de se angariar fundos para

as sociedades cristãs; a presteza dos cristãos em todos os níveis de vida em reclamar de seu

salário; a falta de preocupação com os idosos e solitários, ou mesmo com qualquer pessoa fora

do círculo dos “verdadeiros crentes”.

Somos bem diferentes dos cristãos do Novo Testamento. Nossa vida é estática e convencional, a deles não era. A ideia de

“primeiro a segurança” não era obstáculo em seus empreendimentos, como acontece em

nossos dias. Por viver o Evangelho de modo exuberante, não-convencional e desinibido,

eles viraram o mundo de cabeça para baixo; mas nós, cristãos do século xxi, não podemos ser

acusados de fazer algo semelhante. Por que somos tão diferentes? Por que comparados com

eles parecemos apenas meios cristãos? De onde

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vêm o nervosismo, o medo, que não aceitam riscos e que tanto prejudicam o discipulado? Por

que não estamos livres do medo e da ansiedade de modo a nos permitir seguir a Cristo em todos

os sentidos?

Uma razão parece ser a de que, em nosso íntimo, tememos as consequências advindas de uma

vida totalmente cristã. Esquivamo-nos da responsabilidade por outras pessoas por medo

de não ter forças suficientes para suportá-las. Esquivamo-nos de aceitar certo estilo de vida

que despreza a segurança material porque tememos o fracasso. Esquivamo-nos de ser mansos por temermos ser pisados, feridos se

não nos mantivermos altivos, terminando a vida em meio a fracassos e desventuras. Esquivamo-

nos de romper com as convenções sociais a fim de servirmos a Cristo, pois tememos que nossa

estrutura de vida sofra um colapso, deixando-nos sem nenhum ponto de apoio.

São esses temores semiconscientes, essa ameaça de insegurança, em vez de outra recusa

deliberada de enfrentar o custo de seguir a Cristo, que nos fazem recuar. Sentimos que os

riscos do discipulado total são grandes demais para aceitá-los. Em outras palavras, não estamos

certos da suficiência de Deus para suprir as necessidades dos que se lançam, de todo o

coração, no mar profundo da vida não-convencional em obediência ao chamado de

Cristo. Portanto, sentimo-nos obrigados a

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quebrar um pouquinho o primeiro mandamento, tirando parte de nosso tempo e de

nossa energia do serviço a Deus para servir às riquezas. Isto, no fundo, pode ser o que está

errado conosco. Temos medo de aceitar totalmente a autoridade de Deus por causa de

nossa secreta incerteza quanto à sua suficiência para cuidar de nós.

Temos medo de aceitar totalmente a autoridade de Deus por causa de nossa secreta incerteza

quanto à sua suficiência.

Vamos agora dar o nome certo às coisas. O nome

do jogo que estamos praticando é incredulidade, e a afirmação de Paulo: “Ele nos

dará todas as coisas” permanece como um desafio para nós. O apóstolo nos diz que não

devemos temer nenhuma perda nem empobrecimento irreparável; se Deus nos nega

alguma coisa é apenas para dar outras que ele tem em mente. Será que aceitamos o conceito

de que a vida de alguém consiste, pelo menos em parte, nas coisas que ele possui?

Isto apenas alimenta o descontentamento e bloqueia as bênçãos, pois a expressão “todas as

coisas” de Paulo não significa excesso de bens materiais. A paixão por eles deve ser extirpada a

fim de que “todas as coisas” possam tomar seu lugar. Essa expressão está relacionada com o

conhecimento e com a alegria de Deus, e a nada

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mais. O significado de “ele nos dará todas as coisas” pode ser este: um dia veremos que nada

— literalmente nada — que possa aumentar nossa eterna felicidade nos foi negado e que

nada — literalmente nada — que possa reduzir essa felicidade nos foi tirado. Que maior

garantia queremos?

Ainda assim, quando se fala em auto-renúncia inabalável a serviço de Cristo, estremecemos.

Por quê? Por falta de fé, pura e simplesmente.

Tememos que Deus não tenha força ou sabedoria para cumprir o propósito

estabelecido? Mas foi ele quem fez o mundo, quem o governa e quem ordena tudo o que

acontece, desde o curso seguido pelo faraó e por Nabucodonosor até a queda de um pardal. Tememos que ele vacile e em seu propósito, e

que — a exemplo de pessoas boas com boas intenções que às vezes falham com seus amigos

— ele também possa falhar em cumprir suas boas intenções para conosco? Paulo, porém,

afirma que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8:28). Quem é

você para imaginar-se a primeira exceção, a primeira pessoa a ver Deus vacilar e deixar de

cumprir sua palavra? Você não percebe que desonra a Deus com tais temores?

Você duvida de sua constância, supondo de que ele tenha “aparecido”, “evoluído” ou “morrido”

no intervalo entre os tempos bíblicos e o nosso

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(todas essas ideias foram exploradas nos tempos modernos), e que agora ele não é mais o mesmo

Deus santo da Bíblia? Entretanto, ela afirma: “Eu, o SENHOR, não mudo” e “Jesus Cristo é o

mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Ml 3:6; Hb 13:8).

Quem é você para imaginar-se a primeira exceção, a primeira pessoa a ver Deus vacilar e

deixar de cumprir sua palavra?

Você tem evitado uma vida de riscos e custos para a qual sabe, no íntimo, que Deus o chamou?

Não se detenha mais. Seu Deus é fiel e suficiente. Você nunca precisará de nada além

do que ele pode dar, e seu suprimento, quer material quer espiritual, será sempre o bastante

para o presente. O Senhor “não recusa nenhum bem aos que vivem com integridade” (Sl 84:11).

“Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas,

quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam

suportar” (1Co 10:13). “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na

fraqueza” (2Co 12:9). Pense nessas coisas e deixe que os seus pensamentos afastem as dificuldades para servir ao Mestre.

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5 - Não Há Bondade Como a de Deus

Em Rom 1.18 a 21 lemos:

A ira de Deus se revela do céu contra toda

impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus

se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos

invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade,

claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das

coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo

conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se

tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.

Nesta porção das Escrituras, o Espírito Santo,

falou pela boca do apóstolo Paulo, nos versículos 20 e 21 qual é o motivo de Deus se irar contra os

homens ímpios, a saber: eles não glorificam a Deus e nem são gratos a Ele, por tudo que percebem dos Seus atributos invisíveis e do Seu

eterno poder, desde o princípio do mundo, atributos e poder estes que podem ser

observados através das coisas que Deus criou.

Veja que o texto fala de atributos e de poder.

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E nisto destacamos especialmente o amor, a misericórdia, a paciência, a longanimidade, a

graça, a onipotência, e todos os demais atributos correlatos a estes, que fazem com que Deus seja

bom até mesmo para com pecadores como são todos os homens.

Afinal, não há um único justo sequer no mundo, desde que o primeiro homem pecou e virou as costas para o Senhor.

Deus seria totalmente justo caso julgasse e mantivesse a todos os homens do mundo, e de

todas as épocas, debaixo das sucessivas manifestações do Seu desagrado e ira contra tal

ingratidão e falta de glorificação do Senhor por causa da falta de um procedimento santo em

suas vidas.

Todavia, não somente é longânime Ele próprio com todos os homens, como também ordena aos que se tornaram Seus filhos por meio da fé

em Jesus Cristo, que O imitem especialmente nos seus atributos de amor e de misericórdia,

amando o próximo como a si mesmos. Como? Deus ordena que aqueles que Lhe são gratos e

que o glorificam, amem os Seus inimigos? Sim. Ele ordena que se dê alimento e bebida para

matar a fome e a sede de quem persegue os que andam retamente? Sim. Porventura não o

registrou em Sua Palavra?

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Agora, veja que o argumento bíblico diz que isto tem o propósito de tornar tais pessoas ingratas e

irreverentes, indesculpáveis no dia do grande Juízo de Deus.

E não serão indesculpáveis por causa de uma única manifestação de bondade para com elas em face de todo o mal que praticam.

Serão indesculpáveis, porque, na verdade, Deus lhes tem dado um longo tempo para se

arrependerem e se converterem em face de toda a bondade e longanimidade, que não

apenas Ele, como todos os Seus filhos amados, têm demonstrado por elas por toda e uma longa

vida na terra. E são mais indesculpáveis ainda, porque o que se lhes pede para que tal quadro

seja alterado, é que simplesmente reconheçam a sua iniquidade e que confiem em Jesus Cristo

para ser o Senhor e Salvador de suas vidas.

Tudo o que fizeram de mau, e por um longo tempo, lhes seria perdoado instantaneamente,

no momento mesmo em que se convertessem a Deus. Todavia, como não se arrependem, não se

convertem, não são gratos a Deus e nem o glorificam, então, apesar dEle não desistir de

continuar sendo bom para com eles, não poderá ter qualquer amor de intimidade e comunhão

com os tais, e nada poderá fazer, por causa da sua incredulidade, senão deixá-los entregues a

si mesmos, e isto fará com que aumentem ainda

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mais a sua cota de pecados contra os céus e contra Deus.

Olhem para o ministério de Jesus aqui na terra, conforme o relato dos evangelhos. Por acaso não mostrou tal amor, bondade, misericórdia e

poder de curar, até mesmo a ingratos e maus? Ele revelou em pessoa, que o caráter do

evangelho é realmente o de misericórdia, perdão, amor e bondade, para com todos os

pecadores. E isto está sendo manifestado no mundo, desde então, até agora, e até o último

instante da vida de cada pessoa que tem passado por aqui. Ora, em face de tudo isto, o que

devemos pensar, quanto ao juízo eterno de fogo a que ficarão sujeitos todos os que permanecem

ingratos e maus, perante o Senhor, e perante o seu próximo?

Haverá porventura qualquer injustiça ou maldade da parte de Deus nisto?

Todos os males que tais pessoas praticam e têm

praticado, é a melhor resposta para esta pergunta.

Portanto, os que são do Senhor, devem continuar na prática do bem, inclusive para com os seus muitos ofensores, porque, afinal, há um

Deus poderoso e amoroso que cuida deles e haverá de cuidar por toda a eternidade, ainda

que os ímpios não se arrependam e se

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convertam de todos os males que praticam contra eles. Lembremos sempre, nas

perseguições que sofremos, das seguintes palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, em I Pe

3.13-17:

Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes

zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as

suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso

coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da

esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de

modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam

o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais

por praticardes o que é bom do que praticando o mal.

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6 - É Tanta Bondade que Muitos Desconfiam

Há um ditado que mendigo quando vê muita esmola desconfia.

Realmente não é próprio da natureza humana oferecer gratuitamente grandes dons a alguém.

Mas com Deus não é assim, porque tem prazer em nos dar muitas coisas boas, e a melhor delas, que é a participação na Sua própria vida divina.

Deus nos tem oferecido uma herança eterna por meio da salvação em Jesus Cristo, pelo convite do evangelho, que Ele próprio ordenou que seja

feito a todos os homens em todos os lugares da terra e em todas as épocas.

O meio de se obter esta herança eterna é simplesmente por meio da fé em Jesus Cristo.

Mas, enquanto houver desconfiança, por se duvidar que Deus esteja realmente disposto em

nos dar gratuitamente tão grande e eterno bem, não será possível usar a mão da fé, com a qual

podemos pegar esta maravilhosa bênção, de uma vez para sempre.

Não duvide portanto.

Creia.

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Tenha fé em Jesus Cristo que nos fez tal promessa.

A nossa esperança nEle jamais será frustrada.

A desconfiança não dá honra ao Deus único e verdadeiro. Ao contrário ela o desonra.

E os que desconfiam da bondade de Deus não podem, de modo algum, permanecer na Sua

presença.

Por isso é necessário ter fé para se alcançar a

promessa.

Jesus deu Sua vida na cruz para nos resgatar do pecado e da morte eterna, fazendo-Se a si

mesmo maldição no nosso lugar.

Há uma prova maior da bondade divina para conosco, e da Sua disposição em nos salvar, do que esta?

Porque, afinal, não é a pessoas perfeitas, santas e justas que Ele está convidando para

participarem da Sua natureza divina, mas a pecadores como nós o somos.

Arrependimento e fé é tudo quanto nos pede, e nada mais, para que entremos na posse de tão

grandiosa, maravilhosa e eterna herança.

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7 – Palavra Bondade no original Grego e Hebraico

1 –agathosune (grego) - bondade, beneficência

Romanos 15.14 Eu, da minha parte, irmãos

meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade (agathosune),

cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros.

Gálatas 5.22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade

(agathosune), a bondade, a fidelidade.

Efésios 5.9 pois o fruto da luz está em toda a bondade (agathosune), e justiça e verdade,

2 Tessalonicenses 1.11 Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus

vos faça dignos da sua vocação, e cumpra com poder todo desejo de bondade (agathosune) e

toda obra de fé.

2 – cherestostes (grego) - benignidade, gentileza

Romanos 2.4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade (cherestostes), e paciência e

longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?

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Romanos 3.12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem

(cherestostes), não há nem um só.

Romanos 11.22 Considera pois a bondade (cherestostes) e a severidade de Deus: para com

os que caíram, severidade; para contigo, a bondade (cherestostes) de Deus, se

permaneceres nessa bondade (cherestostes); do contrário também tu serás cortado.

2 Coríntios 6.6 na pureza, na ciência, na

longanimidade, na bondade (cherestostes), no Espírito Santo, no amor não fingido,

Gálatas 5.22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, o

gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade (cherestostes), a bondade, a fidelidade.

Efésios 2.7 para mostrar nos séculos vindouros a

suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade (cherestostes) para conosco em Cristo Jesus.

Colossenses 3.12 Revestí-vos, pois, como eleitos

de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade (cherestostes),

humildade, mansidão, longanimidade,

Tito 3.4 Mas quando apareceu a bondade (cherestostes) de Deus, nosso Salvador e o seu

amor para com os homens,

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3 – chesed (hebraico) - bondade, benignidade, amor, misericórdia

Gênesis 21.23 agora pois, jura-me aqui por Deus

que não te haverás falsamente comigo, nem com meu filho, nem com o filho do meu filho;

mas segundo a beneficência (chesed) que te fiz, me farás a mim, e à terra onde peregrinaste.

Gênesis 24.12 E disse: Senhor, Deus de meu

senhor Abraão, dá-me hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência (chesed) para com o meu

senhor Abraão.

Gênesis 24.14 faze, pois, que a donzela a quem eu

disser: Abaixa o teu cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela responder: Bebe, e também darei

de beber aos teus camelos; seja aquela que designaste para o teu servo Isaque. Assim

conhecerei que usaste de benevolência (chesed) para com o meu senhor.

Êxodo 34,6,7 Tendo o Senhor passado perante

Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se

e grande em beneficência (chesed) e verdade; que usa de beneficência com milhares; que

perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o

culpado; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e

quarta geração.

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Josué 2.12 Agora pois, peço-vos, jurai-me pelo Senhor que, como usei de bondade (chesed) para convosco, vós também usareis de bondade

(chesed) para com a casa e meu pai; e dai-me um sinal seguro

Josué 2.14 Então eles lhe responderam: A nossa

vida responderá pela vossa, se não denunciardes este nosso negócio; e, quando o

Senhor nos entregar esta terra, usaremos para contigo de bondade (chesed) e de fidelidade.

Juízes 8.35 nem usaram de beneficência

(chesed) para com a casa de Jerubaal, a saber, de Gideão, segundo todo o bem que ele havia feito

a Israel.

I Samuel 20.14,15 E não somente usarás para

comigo, enquanto viver, da benevolência (chesed) do Senhor, para que não morra,

15 como também não cortarás nunca da minha casa a tua benevolência (chesed), nem ainda

quando o Senhor tiver desarraigado da terra a cada um dos inimigos de Davi.

2 Samuel 2.5,6 Pelo que Davi enviou

mensageiros aos homens de Jabes-Gileade, a dizer-lhes: Benditos do Senhor sejais vós, que

fizestes tal benevolência (chesed), sepultando a Saul, vosso senhor! Agora, pois, o Senhor use

convosco de benevolência (chesed) e fidelidade;

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e eu também vos retribuirei esse bem que fizestes.

2 Samuel 9.1 Disse Davi: Resta ainda alguém da casa de Saul, para que eu use de benevolência

(chesed) para com ele por amor de Jônatas?

2 Samuel 9.3 Prosseguiu o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu possa usar

com ele da benevolência (chesed) de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de

Jônatas, aleijado dos pés.

2 Samuel 9.7 Então lhe disse Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de benevolência

(chesed) por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai; e tu

sempre comerás à minha mesa.

2 Samuel 10.2 Então disse Davi: usarei de

benevolência (chesed) para com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de benevolência

para comigo. Davi, pois, enviou os seus servos para o consolar acerca de seu pai; e foram os

servos de Davi à terra dos amonitas.

2 Samuel 16.17 Absalão, porém, perguntou a Husai: E esta a tua benevolência (chesed) para

com o teu amigo? Por que não foste com o teu amigo?

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I Reis 2.7 Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa de benevolência (chesed), e

estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim se houveram comigo, quando eu

fugia por causa de teu irmão Absalão.

2 Crônicas 24.22 Assim o rei Joás não se lembrou da bondade (chesed) que lhe fizera Jeoiada pai de Zacarias, antes matou-lhe o filho, o qual

morrendo disse: Veja-o o Senhor, e o retribua.

2 Crônicas 32.32 Ora, o restante dos atos de Ezequias, e as suas boas obras (chesed), eis que

estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amoz, no livro dos reis de Judá e de Israel.

2 Crônicas 35.26 Ora, o restante dos atos de

Josias, e as suas boas obras (chesed), em conformidade com o que está escrito na lei do

Senhor,

Neemias 9.17 recusando ouvir-te e não se lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no

meio deles; antes endureceram a cerviz e, na sua rebeldia, levantaram um chefe, a fim de

voltarem para sua servidão. Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e

misericordioso, tardio em irar-te e grande em beneficência (chesed), e não os abandonaste.

Neemias 13.14 Por isto, Deus meu, lembra-te de

mim, e não risques as beneficências (chesed)

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que eu tenho feito para a casa do meu Deus e para o serviço dela.

Salmo 25.6 Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade (chesed),

porque elas são eternas.

Salmo 26.3 Pois a tua benignidade (chesed) está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua

verdade.

Salmo 31.21 Bendito seja o Senhor, pois fez

maravilhosa a sua bondade (chesed) para comigo numa cidade sitiada.

Salmo 33.5 Ele ama a retidão e a justiça; a terra

está cheia da benignidade (chesed) do Senhor.

Salmo 36.7 Quão preciosa é, ó Deus, a tua

benignidade (chesed)! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.

Salmo 36.10 Continua a tua benignidade

(chesed) aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.

Salmo 40.10 Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua

salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade (chesed) e a tua verdade.

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Salmo 40.11 Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade (chesed) e a

tua fidelidade sempre me guardem.

Salmo 42.8 Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade (chesed), e de noite a sua canção

está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.

Salmo 48.9 Temos meditado, ó Deus, na tua

benignidade (chesed) no meio do teu templo.

Salmo 51.1 Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade (chesed); apaga as

minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.

Salmo 52.1 Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade (chesed) de

Deus subsiste em todo o tempo.

Salmo 63.3 Porquanto a tua benignidade (chesed) é melhor do que a vida, os meus lábios

te louvarão.

Salmo 69.16 Ouve-me, Senhor, pois grande é a

tua benignidade (chesed); volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão.

Salmo 88.11 Será anunciada a tua benignidade (chesed) na sepultura, ou a tua fidelidade no

Abadom?

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Salmo 89.33 Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade (chesed), nem faltarei com

a minha fidelidade.

Salmo 89.49 Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades (chesed), que juraste a Davi na tua

fidelidade?

Salmo 103.4 quem redime a tua vida da cova,

quem te coroa de benignidade (chesed) e de misericórdia,

Salmo 107.8 Deem graças ao Senhor pela sua

benignidade (chesed), e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!

Salmo 107.43 Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades

(chesed) do Senhor.

Salmo 117.2 Porque a sua benignidade (chesed) é grande para conosco, e a verdade do Senhor

dura para sempre. Louvai ao Senhor.

Salmo 119.76 Sirva, pois, a tua benignidade

(chesed) para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo.

Salmo 119.88 Vivifica-me segundo a tua benignidade (chesed), para que eu guarde os

testemunhos da tua boca.

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Salmo 119.149 Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade (chesed); vivifica-me, ó Senhor,

segundo a tua justiça.

Salmo 119.159 Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua

benignidade (chesed).

Salmo 130.7 Espera, ó Israel, no Senhor! pois

com o Senhor há benignidade (chesed), e com ele há copiosa redenção;

Salmo 141.5 Fira-me o justo, será isso uma

benignidade (chesed); e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o

recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.

Salmo 143.8 Faze-me ouvir da tua benignidade

(chesed) pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti

elevo a minha alma.

Provérbios 19.22 O que faz um homem agradável

é a sua benignidade (chesed); e o pobre é melhor do que o mentiroso.

Provérbios 20.6 Muitos há que proclamam a sua

própria bondade (chesed); mas o homem fiel, quem o achará?

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Provérbios 31.26 Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência (chesed) está na sua

língua.

Isaías 54.8 num ímpeto de indignação escondi de ti por um momento o meu rosto; mas com

benignidade (chesed) eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.

Isaías 54.10 Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha

benignidade (chesed) não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o

Senhor, que se compadece de ti.

Isaías 63.7 Celebrarei as benignidades do Senhor, e os louvores do Senhor, consoante

tudo o que o Senhor nos tem concedido, e a grande bondade (chesed) para com a casa de

Israel, bondade que ele lhes tem concedido segundo as suas misericórdias, e segundo a

multidão das suas benignidades (chesed).

Jeremias 9.24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu

sou o Senhor, que faço benevolência (chesed), juízo e justiça na terra; porque destas coisas me

agrado, diz o Senhor.

Jeremias 16.5 Pois assim diz o Senhor: Não entres na casa que está de luto, nem vás a

lamentá-los, nem te compadeças deles; porque

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deste povo, diz o Senhor, retirei a minha paz, benignidade (chesed) e misericórdia.

Jeremias 31.3 De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei,

também com benignidade (chesed) te atraí.

Jeremias 32.18 Usas de benignidade (chesed)

para com milhares e tornas a iniquidade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o

grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos exércitos.

Oseias 2.19 E desposar-te-ei comigo para

sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em amorável benignidade (chesed), e em misericórdias;

Joel 2.13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas

vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo,

tardio em irar-se e grande em benignidade (chesed), e se arrepende do mal.

Jonas 4.2 E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! não foi isso o que eu disse, estando ainda na

minha terra? Por isso é que me apressei a fugir para Társis, pois eu sabia que és Deus

compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade (chesed), e que te

arrependes do mal.

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