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Por vezes, temo-nos questionado sobre os objectivos atingidos pela APCCL, criada em 2006, principalmente nos momentos menos bons, no entanto, olhando para trás e vendo o que já foi feito, não é difícil concluir que a Associação é hoje uma instituição indispensá- vel à defesa, preservação e divulgação do Cão de Castro Laboreiro. Este boletim é, pois mais uma paridura desta gente, comprometida pelo adiamento da extinção do Cão de Castro Laboreiro. Apesar de tudo, queríamos sócios mais participativos e mais interessados nos assuntos da Associação, quer seja nas Assembleias Gerais, quer seja na escrita de opiniões no espaços informativos da APCCL: Site e no Facebook . É deveras importante continuar a desenvolver dinâmicas de divulgação do Cão e de alguma forma chamar os sócios à discussão e participação no futuro da raça. Esperemos que 2011 seja um ano de optimismo para a raça, e que os objectivos associativos traçados: Monográfica, Concurso Tradicional, Congres- so e presença em Eventos, sejam um sucesso. (Américo Rodrigues) Editorial ——————————————————————————————- Tamanho e peso do Cão de Castro Laboreiro - Rui Viveiros Nos artigos sobre o cão de Castro Laboreiro que tenho vindo a apre- sentar, procuro basear-me em dados e factos objectivos, como os estalões aprovados ao longo do tempo, trabalhos efectuados, o con- tacto pessoal com a raça e a experiência adquirida como criador. O assunto em questão, tamanho e peso do cão de castro Laboreiro, é Propriedade: APCCL Castro Laboreiro, 28-02-2011 Boletim Informativo Nº1 Associação Portuguesa do Cão de Castro Laboreiro Títulos Tamanho e Peso do CCL O CCL na Alemanha Displasia da Anca A diminuição dos pequenos ruminantes e o CCL Situação actual do CCl e perspectivas futuras Notas históricas - CCL Nesta edição: Rui Viveiros 1 Michael Pommerenke 9 Eva Marques 16 António Afonso 17 Américo Rodrigues 20 Editorial 1

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  • Por vezes, temo-nos questionado sobre os objectivos atingidos pela

    APCCL, criada em 2006, principalmente nos momentos menos

    bons, no entanto, olhando para trs e vendo o que j foi feito, no

    difcil concluir que a Associao hoje uma instituio indispens-

    vel defesa, preservao e divulgao do Co de Castro Laboreiro.

    Este boletim , pois mais uma paridura desta gente, comprometida

    pelo adiamento da extino do Co de Castro Laboreiro. Apesar de

    tudo, queramos scios mais participativos e mais interessados nos

    assuntos da Associao, quer seja nas Assembleias Gerais, quer

    seja na escrita de opinies no espaos informativos da APCCL:

    Site e no Facebook . deveras importante continuar a desenvolver

    dinmicas de divulgao do Co e de alguma forma chamar os

    scios discusso e participao no futuro da raa. Esperemos que

    2011 seja um ano de optimismo para a raa, e que os objectivos

    associativos traados: Monogrfica, Concurso Tradicional, Congres-

    so e presena em Eventos, sejam um sucesso. (Amrico Rodrigues)

    Editorial

    - Tamanho e peso do Co de Castro Laboreiro - Rui Viveiros

    Nos artigos sobre o co de Castro Laboreiro que tenho vindo a apre-

    sentar, procuro basear-me em dados e factos objectivos, como os

    estales aprovados ao longo do tempo, trabalhos efectuados, o con-

    tacto pessoal com a raa e a experincia adquirida como criador. O

    assunto em questo, tamanho e peso do co de castro Laboreiro,

    Propriedade: APCCL

    Castro Laboreiro, 28-02-2011 Boletim Informativo N1

    Associao Portuguesa do Co

    de Castro Laboreiro

    Ttulos

    Tamanho e Peso do CCL

    O CCL na Alemanha

    Displasia da Anca

    A diminuio dos pequenos ruminantes e o CCL

    Situao actual do CCl e perspectivas futuras

    Notas histricas - CCL

    Nesta edio:

    Rui Viveiros 1 Michael Pommerenke 9 Eva Marques 16Antnio Afonso 17 Amrico Rodrigues 20

    Editorial 1

  • polmicas que ainda teimam em persistir. Por norma na vida reajo com prudncia e distncia perante os detento-res da verdade, os quais nunca tm dvidas e as suas verdades so dogmas inquestionveis. Como criador aprendi, nestes anos, a conviver com a diversidade exis-tente na raa do co de Castro de Laboreiro, e aquilo que para alguns parece ser uma fragilidade da raa, a existncia de exemplares mais ligeiros e mais lupides e a existncia de exemplares mais fortes e pesados e mais amastinados, na minha opinio um potencial de esperana na recuperao, rusticidade e vigor da raa.

    A elaborao do primeiro estalo da raa, em 1935, um marco importante na tipificao da raa. Naturalmente que a amostragem dos ces analisados e avaliados pelo Prof. Dr. Manuel Marques, ter sido nessa data, condicionada pela sua dificuldade de mobilidade que origi-nou a que fossem essencialmente observados exemplares existentes na Vila de Castro Laboreiro e zonas prximas, e em n reduzido.

    No esquecer ainda que se estava no ano de 1935, vivendo Portugal e a generalidade das gentes castrejas com grandes dificuldades econ-micas, que se conjugavam com as dificuldades de Espanha e da Gali-za j em perodo de pr guerra civil (1936-1939).

    Todavia, no obstante os condicionalismos que possam ter ocorrido, a elaborao do estalo de 1935 um ponto de partida incontornvel para a raa. Neste documento referido pelo Prof. Dr. Manuel Marques que a cor-pulncia do co de castro Laboreiro est acima da das raas caninas mdias (pg. 4), sendo de 30-40 Kg para os machos e 20-30 Kg para as fmeas e a altura ao garrote nos machos de 60 cm e nas fmeas de 56 cm (pg. 4 e 5).

    Na nota (1), pg. 19, est escrito que so tolerveis diferenas na altu-ra ao garrote de mais 5 cm ou menos de 3 cm nos machos, e de mais 4 cm e menos de 2 cm nas fmeas.

    Em concluso e em concreto:

    o estalo de 1935 definia o co de castro Laboreiro como um co de corpulncia acima da das raas caninas mdias, e em que os machos podiam variar na altura ao garrote, entre limite inferior e limite superior, entre 57 cm e 65 cm, e as fmeas entre 54 cm e 60 cm. O peso dos machos podia variar entre 30-40 kg e as fmeas entre 20-30 Kg.

    Como criador

    aprendi, nestes

    anos, a conviver

    com a diversidade

    existente na raa

    do co de Castro

    de Laboreiro

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

  • Com a alterao do estalo da raa ocorrida em 1955 foram defini-das como limites da altura ao garrote, os valores de 56 cm a 60 cm, sendo eliminadas as referncias s tolerncias fixadas no estalo de 1935.

    Os pesos mantiveram os valores do estalo de 1935. No penltimo estalo em vigor (1987), foram definidos para a altura ao garrote os seguintes limites: machos 55-60 cm; fmeas 52-57 cm. Naturalmente que aprovao destes estales, em particular de 1955 at aprovao do actual estalo, em 2008 e a homologa-o deste pela FCI em Maro de 2009, visaram objectivamente uma tipologia do CCL conducente formatao de um co mais ligeiro, mais lupide e de tamanho mdio.

    Existem registos de mensuraes de ces de Castro Laboreiro participantes em concursos tradicionais da raa realizados no lti-mo sculo no solar de Castro Laboreiro que assinalam a presena de exemplares bem mais fortes, pesados e amastinados que os modelos mencionados nos estales oficiais, o que deu origem a diferenas morfolgicas efectivas entre ces de castro Laboreiro criados e seleccionados no solar e outros criados e seleccionados nos canis de alguns criadores.

    Citando de novo o trabalho e estudo sobre O co de castro Labo-reiro e alguns dos seus aspectos biomtricos e morfolgicos, constante do Relatrio de Estgio da Licenciatura em Engenharia Zootcnica, de Eva Elisabete Correia Marques, Universidade de Trs-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 1998, verifica-se que da amostra de 63 diferentes ces de castro laboreiro, uma esmagado-ra maioria dos exemplares estudados, tanto machos como fmeas estava fora dos estales oficiais de 1935, 1955 e 1987, o que era muito elucidativo da situao ento existente. Neste estudo foram registadas algumas alturas ao garrote significativas tanto de machos (Piloto Ramon 70 cm; Salazar 65,1cm; Tarzan 64,9 cm; Celta 67,2 cm; Fidel 70,9 cm; Thor 69,3 cm; Maks 63,2 cm), como de fmeas (Ceila 64 cm, Ticha 65 cm; Furna 65,3 cm; Tuka 65 cm; Faia 65,5 cm; Luluta 64,5 cm, Turca 64,6 cm; Jia 63,6 cm; Pantufa 65,3 cm; Babel 63 cm; Laica 62,8 cm).

    no solar de

    Castro Laboreiro

    que assinalam a

    presena de

    exemplares bem

    mais fortes,

    pesados e

    amastinados

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    Boletim Informativo N1

  • Estes nmeros, alguns dos quais referentes a ces de referncia da raa, falam por si e mostram o paradoxo existente na poca.

    A alterao do estalo de 1987 e a aprovao pela Assembleia Geral do CPC, em 2005, de uma nova proposta de estalo do co de castro Laboreiro, visou corrigir alguns aspectos do anterior estalo.

    O novo estalo do co de castro laboreiro, homologado pela Federa-o Cinolgica Internacional (FCI) em Maro de 2009, aprovou as seguintes novas medidas e pesos:

    ALTURA E PESO:

    Altura ao garrote: Machos: 58-64 cm (tolerncia de + 2 cm)

    Fmeas: 55-61 cm (tolerncia de + 2 cm)

    Peso: Machos: 30-40 Kg

    Fmeas: 25-35 Kg

    Constata-se assim que este novo estalo em comparao com o ante-rior (1987) aumenta o limite superior da altura ao garrote dos machos e fmeas em 6 cm..

    As diferenas do actual estalo em comparao com o primeiro esta-lo da raa (1935) elaborado h 74 anos, so bem mais reduzidas.

    Apenas mais 1 cm na altura ao garrote dos machos e 3 cm na altura ao garrote das fmeas.

    Comparando as medidas registadas no estudo da Eva Marques, algu-mas j aqui citadas, continua-se a verificar que um n significativo de exemplares estaria ainda fora do actual estalo, continuando segura-mente alguns dos seus actuais descendentes tambm a estarem fora do estalo oficial.

    Refira-se que os pesos dos machos mantm-se inalterados (30-40Kgs), apesar do aumento potencial de 6cm na altura ao garrote.

    Certamente que exemplares no limite superior da altura ao garrote ultrapassaro os 40 kgs de peso.

    O peso das fmeas passa para 25-35 Kgs, aumentando 5 kg nos limi-tes inferior e superior, havendo tambm certamente um n significativo de fmeas com peso superior a 35 kgs.

    No estudo de Eva Marques de 1998, 11 das 45 fmeas observadas (cerca de 24%) ainda estariam fora do actual estalo de 2009.

    Apresento, de seguida algumas fotos de exemplares das linhas tradi-cionais do solar de Castro Laboreiro:

    Apenas mais 1

    cm na altura ao

    garrote dos

    machos e 3 cm

    na altura ao

    garrote das

    fmeas

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

  • Fotos cedidas gentilmente por Pedro Jlio Santa Rita

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    Boletim Informativo N1

  • PILOTO RAMON proprietrio Sr. Manuel Esteves, de Queimadelo

    Foto cedida gentilmente por Pedro Jlio Santa Rita

    Foto : Amrico Rodrigues

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

  • MAKS proprietrio Sr. Jos Gonalves

    Foto : Amrico Rodrigues

    Foto : Amrico Rodrigues

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    Boletim Informativo N1

  • DICK com 14 anos proprietria Sra Maria Enes Foto : Amrico Rodrigues

    Por tudo o que j referi anteriormente, e com base nos dados objectivos apresentados, haver necessidade de adequar o estalo da raa aos ces de Castro Laboreiro existentes e no o contrrio, como pretendem certos agentes da canicultura para os quais o que h a fazer procurar adequar os ces ao estalo definido de forma administrativa e de acordo com os seus prprios critrios estticos.

    Rui Alberto da Costa Viveiros

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

    Chula dos Montes Laboreiro

  • Why a Castro Laboreiro? (Michael Pommerenke from germany) - Escrito em Portugus por MP

    Cada vez h mais pessoas na Alemanha e nos paises vizinhos que conhecem o CL e estimam as suas qualidades. Conforme a exigncia de perfil, uma vez como co integrado na famlia e outra vez como co de guarda ou co de trabalho. Pois claro, que pergunta-se, o que to especial nesta raa portuguesa? Parece com um Labrador , um bocado mais grande, mas, comparando o seu comportamento, esses duas raas so muito diferentes. O que que a gente estima neste co, por qual eles decidem e quais os motivos, que podem ser muito diferentes. Talvez as opinies e as experincias dos donos para ajudarem a perceber melhor este situao.

    Entrevista com a Signora Helly Appel, como ela chegou um CCL (DEUSA Campo do Lis) e quais so as experiencias que ela at o momento consegiu fazer com este co. Helly Appel tem 17 anos de idade, e ela mora perto de Wrzburg. Helen Apel and Deusa

    na Alemanha e

    os paises

    vizinhos

    conhecem o CL

    e comeam a

    estimar as

    qualidades dele

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    Boletim Informativo N1

  • (M) Como tu chegaste at um CCL?

    (HA) Eu chegei a este animal atravs dum anncio no jornal. Eu achei o nome do site de Michael e assim eu entrei em contacto.

    (M) Quais eram as tuas ideias, expectativas e imaginaes a respeito deste co?

    (HA) Nos tinhamos uma pequena casa rural (stio) com galinhas e em redor existem muitos coelhos e pequenas coras. Nos queramos um co que no teria um instinto de caa muito forte.

    (M) Em primeiro lugar: Quais eram teus motivos (para ter este co) e quais eram as tuas dvidas a respeito do animal?

    (HA)Eu estava com medo que ela ia no me reconhecer como dono dela mais sim mais o meu pai e meu irmo ou pessoa qualquer da familia.

    (M) Como foi o processo da escolha do co, como tu decreves o primeiro encontro entre ns, e como tu descreves o primeiro contacto com a minha CCL Indra?

    (HA) Bem, nos demos um passeio, como deves te lembrar, e tu me contastes muito sobre o co e a raa. A Indra certamente um co muitissimo bom, e quando nos chegamos em casa eu estava certa: esta a raa que eu quero.

    (M) Como tu te sentistes quando foi claro quais dos chachorros seria teu?

    (HA) Eu estava realmente feliz que chegou o momente de ter um e ainda mais por causa da qualidade do chachorro escolhido. Nao seria capaz de imaginar um co melhor para mim.

    (M) Na tua lembrana atual, como foi o teu primeiro encontro com a DEUSA?

    (HA) Foi bem tarde de noite quando eu e Michael nos encontrvamos no aeroporto de Frankfurt. Eu estava um pouco nervosa como o co seria..

    (M) E como foi depois da entrega?

    (HA) Foi entre uma e duas horas da noite. Eu e a Deusa estavamas brincando ainda um pouco e depois eu e ela fomos dormir na parte de traz do carro at chegar em casa.

    (M) Quando tempo demorou at ela estar treinada?

    (HA) Deusa tinha 3 meses de idade e ja estava treinada.

    (M) Como tu vivestes teu primeiro tempo com o CCL?

    Ns queramos

    um co que no

    teria um

    instincto de

    caa muito

    forte.

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    Associao Portuguesa

  • Michael with Indra

    HA) Nas primeiras semanas tudo foi um pouco confuso, eu e ela precisavamos nos acostumar uma a outra, o ambiente era totalmente novo para ela e as pessoas tambms. Mais ela se integrou na verdade rapidamente.

    (M) Existe algo que te irritou ou ainda te irrita?

    (HA) Eu no diria que irritao fosse a palavra certa. Occorreu um processo de integrao social. Isto foi para mim algo absolutamente novo. Mas eu quero um co absolutamente no tenso no final. E isto deu um certo trabalho .

    (M) E hoje : Existem agora outras espectativas para com o co comparados `s expectativas que tu estavas tendo antes da vida real com o seu co? Tu ficastes desapontada ou o co superou todas as suas espectativas?

    (HA) Para mim no existe outro co no ser CCL. Ele pefeito para mim.

    (EB) A respeito da minha fmea da raa CCL, Lotte: A gentica de co de funo pastor predominam na minha Lotte das Bouas. Tenho na minha propriedade um potro de 4 semanas de idade, o mesmo que j precisa permanecer na pastagem dos cavallos. Infelizmente estes potros adoram comer areia do cho quando ainda nao tem vegetao, fato

    que pode causar clicas intestinais que podem levar morte. o caso deste animal. Eu estava observando toda a pastagem dos cavallos junto com a minha Lotte que estava deitada como sempre na minha frente. Neste momento o potro queria comer areia. Eu dei um grito para assustar o potro. A Lotte entendeu e correu feito um raio na direcco do potro e o fez sair da parte do campo com areia. Eu achava que isto seria um comportamento por acaso. Por isto repeti 4 vezes o exerccio e Lotte fez sempre o mesmo. Eu nunca fiz um adestramento deste tipo.

    O animal sabe ler pensamentos. Dar um passeio com a Lotte no bem possivel, pois ela foge e pode tardar depois de uns 20 minutos, e totalmente contra o comportamento normal dela nesta situaco ela no atende as minhas chamadas. Ela volta casa tomando outro caminho..atravs das pastagens dos cavallos para.... o co no importa coisa nehuma quanta voltagem os arrames de proteo apresentam..pois parece que ela precisa tomar conta da propriedade inteira , sendo esta a ara que ela tem a proteger.

    (YN)Eu fao um trabalho de adestramento com o co CCL-macho base de recompensas com pequenos petiscos e atitudes afirmativas. O adestramento com o Klicker nao faz o co reagir, ele no reage ao ruidos. Minha adestradora de ces tambm afirmou que ele no reage ao Klicker, mas sim ao mtodo que trabalha com recompensas e atitudes afirmativas.

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    Boletim Informativo N1

  • Quando tem algo na mente, muito dificil tirar isto da cabea do co.

    (EB) a ocasio de te agradecer para este co to maravilhoso. Eu nunca encontrei um co que aprendesse to rpido e que ama aprender coisas novas com tanta facilidade.

    (MW) O que eu posso dizer a respeito de Sancho que ele sublime. Ele muito bonito, tem um cheiro prprio e ao mesmo tempo ele no fede. Ele persitente, paciente, esperto, aprende com rapidez e ele curioso , e ele parece de vez em quando ouvir mal.

    Pequenas coras ainda o agitam, mas ele volta pouco tempo depois...caso ele no me achar no lugar

    onde me deixou, ele corre de volta para casa e chega l antes de mim.

    (CZ) Deve se dizer uma coisa: ele tem uma cabea forte (cabea dura), mas apresenta tambm um carcter maravilhoso.

    (MW) Ela,Donna Claudia e o CCL ( a Donna) dela estavam em casa. E foi fantstico! O encontro dos ces foi tao harmonioso, inacreditvel. Nunca experimentei isto, seja com outro co ou cachorro. Digo para ti, Michael, este co formidvel. Os ces brincam , bagunam sem se esfregar feito malucos, sem se ameaar rosnando . Estes ces sao formidveis, sem tenso, harmoniosos, amveis..Obrigado por este co formidvel!

    (CW) Ontem nos estvamos na casa da Moni em Hamburgo. Foi uma verdadeira alegria ver dois CCL na brincadeira. Existe uma grande diferena como os dois se tratam comparado a ces de outras raas observados na escola de adestramento...

    Os CCL so claramente mais calmos, mais pacficos, menos tensos. Para mim tambm foi agora mais claro, o que realmente define um CCL, que realmente uma raa inteligente, que no pode ser guiado com falso espirito de ser o dono absoluto destes ces mas sim devem ser guiados com um respeito que precisa ser merecido.

    Os CCL so

    claramente

    mais calmos,

    mais pacficos,

    menos tensos.

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

    Nicole with Arwen

  • (PN) A minha filha Anna da cidade de Vienna se encontra no momento na minha casa . Ela ficou e n c a n t a d a p e l a T h o r a . Particularmente pela capacidade do co da compreenso. Estamos todos felizes com a Thora.

    (HP) Alo Michael, mais uma vez obrigado por este co. Estamos totalmente felizes com o nosso Ares.

    (CS) Para mim um portugus que foi dono dum CCL por mais de 15 anos, este co o mais perfeito co no mundo! Sim oferece um quinto grande para este co, ele vai recompensar o dono mil vezes com o amor dele, com os cuidados prestados, com a fidelidade ao dono, com os naturais faculdades de co de guarda.

    O co transmite uma segurana muito grande e tem um instinto de proteo sem ser um animal agressivo. O melhor co de todos!

    (MR) Ontem eu assisti todos os videos. Os nossos CCL so simplesmente ces maravilhosos. A Ayla a nossa luz do sol, para todos ns, ela a nossa menina que no nos da problema nenhum. Temos muitos filhos pequenos e j mais crescidos e ns podemos deixar os nossos filhos tranquilamente a ss com os ces..podemos ir feira tranquilos..

    (EB) O co sabe participar muito mais nas atividades (ele sabe os procedimentos que eu vou realizar e ele participa duma forma extremamente inteligente!). At hoje nunca vi algo assim: Ele manda os cavalos na direco certa, afugenta pequenas coras, coelhos e raposas do nosso terreno do stio. Isto ela no aprendeu comigo aqui, ela j sabia fazer este trabalho.

    Um CCL seria um co de proteco de gado, mas no um co de puxar. Esta ideia no correcta, porque ela sabe mandar os cavalos duma area para outra quando achar que eu quero os cavalos naquela area. Ela atua nisto com muita inteligncia, tem uma estratgia, ela usa uma finta de se aproximar aos cavalos de mais longe com a finalidade de os controlar dos lados.

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    Boletim Informativo N1

    Claudia with Donna

  • ..- ele muito amigvel na convivncia social com o u t r o s c e s , u m a preciosidade. Ele um animal maravilhoso...mas tem cabea dura ( teimoso).

    (EB) a ocasio de te agradecer para este co to maravilhoso. Eu nunca encontrei um co que aprendesse to rpido e que ama aprender coisas novas com tanta facilidade. Ela no fica ao meu lado e sim exatamente naquele ponto onde eu no posso agir, assim me assistindo. Ela faz isto com latidas altas, mas quase sempre para quando eu der a Ordem de Pare

    ou Stop. Nada disto eu adestrei ao co. Deve ser dentro da estrutura gentica dele!

    ( M S ) Q u e c o m p o r t a m e n t o bom, estamos e n t u s i a s m a d o s com sempre.

    Somos felizes com este co. Ele

    totalmente diferente de todos os outros ces que nos conhecemos at hoje no comportamento e no carcter.

    Somos felizes por termos decididos por um CCL.

    (DR) Muitas vezes as pessoas dizem-nos como bonito o nosso co. Nunca vivi coisa igual! E a minha familia ficou maravilhada com o jeito de aprender com rapidez e pelo carcter do co. Todas as caractersticas menicionadas no site www.castro- laboreiro.de , so correctas para o nosso co.

    (IZ) Sao ces muito muito maravilhosos. Eles do alegria, e nos os colocamos dentro dos nossos coraes, e eles ficam sempre em nossos pensamentos.

    Sao ces muito muito

    maravilhosos. Eles do

    alegria, e nos os

    colocamos dentro dos

    nossos coraes, e eles

    ficam sempre em

    nossos pensamentos

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

    Rosemarie with Lotte

  • (DVO) Uritz o sexto co na minha vida. Assim eu estava me sentindo chefe de um matiha de ces, eu estava seguro de ter um co como sempre, estava me alegrando na espectativa de ser dono deste novo co..porm ele tinha umas patas enormes quando eu voltava com meu pequenito Suica.

    O Uritz aprendeu o isto meu e o no e o sente! muito rpido.Isto me convenceu que eu e ele juntos estaramos um par genial. Bonzinho ele caminhava legeramente atrs de mim, mas no gostava de ser preso na trela. Ele sempre maltrava a trela.

    E no desitiu deste comportamento.

    Eu comecei a ralhar com ele, mas este fato no o impresionou de forma alguma, ele achava isto levemente estranho da minha parte, e depois achou que era uma brincadeira. Pensei: par?!

    Parece que um dos dois no tao genial assim.(Era eu o bobo , claro!) Pois bem, aps cinco meses de convivncia, eu no daria mais este co embora de jeito

    nenhum. Ainda no estamos nos entendendo por completo...temos ainda os nossos desentendimentos.

    Mas o Uritz o co mais interessante que eu at hoje tive a honra de possuir. No posso imaginar um espelho mais claro do meu eu seja meu lado bom, seja meu lado ruim. Nem mesmo as esposas da gente se podem se comparar a esta relao. Pois as esposas sempre tem uma desculpa para dar para ns..j o co sempre uma resposta para o dono.

    ___________________+++___________________

    Greetings to all my friends in Portugal

    Michael Pommerenke/ Otzberg

    0049-176-530 85 85 9

    [email protected]

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    Boletim Informativo N1

    Torsten and Amadeo

  • A displasia da anca (ou, mais precisamente, displasia coxo-femural) uma patologia comum em ces de porte grande ou gigante, nomeadamente em raas como Rottweiler, Pastor Alemo, Terranova, So Bernardo e Labra-dor, aparecendo tambm em raas de menor porte e ces sem raa definida, normalmente com peso superior a 25 Kg.

    Apesar de o Co de Castro Laboreiro se incluir nesta categoria, poucos exem-plares (a autora no tem conhecimento directo de nenhum caso) foram diag-nosticados com a patologia.

    Possui uma forte componente gentica/hereditria mas, como recessiva, necessrio que ambos os progenitores a tenham (ainda que no seja visvel) para que se manifeste na descendncia.

    Esta doena pode existir sem sintomatologia clnica (sem que seja detectada) pois possui vrios graus de gravidade. A angulao da articulao coxo-femural classifica-se (segundo normas da FCI2) de A (normal) a E (displasia grave), passando pelo B (de transio), C (displasia ligeira) e D (displasia moderada). Ou seja, se o animal tiver uma classificao B ou C no apresen-tar alterao evidente na locomoo que alerte o dono para o problema. Isto dificulta o diagnstico, favorecendo a sua propagao descendncia.

    O diagnstico obtm-se pelo conjunto de informao recolhida pela anamne-se, observao clnica e exame fsico dirigido ao aparelho locomotor, comple-mentado com o imprescindvel raio-X. Assim, o diagnstico definitivo mun-dialmente aceite obtm-se atravs da realizao de exames radiolgicos da zona coxo-femural (anca), em projeco ventro-dorsal. Este exame radiolgico normalmente realizado a partir dos 8-9 meses de idade. Actualmente esto em investigao e desenvolvimento algumas tcnicas mais sofisticadas, como por exemplo a tomografia computorizada, a ultrassonografia e a ressonncia magntica, entre outras.

    O certo, que ainda no existem estudos fidedignos da prevalncia desta patologia na raa Co de Castro Laboreiro. Seria muito interessante que se fizesse um rastreio exaustivo a todos os exemplares (pelo menos aos regista-dos no CPC3), de forma a ter a certeza que esto isentos, para poder afirmar que no pertence ao grupo das raas predisponentes.

    DISPLASIA DA ANCA - Eva Marques da Silva Engenheira Zootcnica e Mdica Veterinria (a exercer actividade

    clnica em animais de companhia), Scia-fundadora da APCCL1, 1 Secretria da Mesa da Assembleia

    Apesar de o

    Co de

    Castro

    Laboreiro se

    incluir nesta

    categoria

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

  • A COEXISTNCIA DO HOMEM, DOS SISTEMAS DE PRODUO OVINA E CAPRINA E DO CO DE CASTRO LABOREIRO EM MEIO RURAL

    Antnio Andr Afonso (APCCL)

    RAZES PARA A EVOLUO DOS SISTEMAS DE CRIAO DE OVINOS E DE CAPRINOS NO PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERS

    O objectivo deste trabalho o de demonstrar o interesse do co de gado, na sua funo de guarda e proteco de rebanhos, particularmente de ovinos e caprinos, junto dos pastores da zona protegida do PNPG, no retorno aos regimes de pastoreio extensivos e extensivos tradicionais.

    Foram vrias as razes que levaram diminuio do efectivo de ovinos e caprinos no territrio do PNPG. A principal, e a mais importante a eroso demogrfica verificada nas ltimas quatro dcadas. Com efeito, desde a sua criao, em Maio de 1971, o PNPG viu diminuda a sua populao residente em 33% at ao ano de 2000, iniciando-se assim uma sucesso de acontecimentos, que viriam influenciar a evoluo dos sistemas de produo de ovinos e caprinos.

    A falta de mo-de-obra, na maioria das vezes familiar, devido ao grande surto migratrio nesta zona do pas, o aumento de escolaridade verificada, com a necessidade dos jovens sarem da terra para irem estudar, e o envelhecimento da populao restante, foram implacveis para o mundo rural.

    Chama-se a ateno dos proprietrios e criadores para o interesse da reali-zao do despiste a todos os reprodutores, de forma a garantir que a displa-sia da anca no introduzida nesta raa, que at agora parece estar livre dela.

    No site oficial do Clube Portugus de Canicultura (www.cpc.pt) pode encontrar mais informao/artigos relacionados (no separador Registos).

    Desde j a autora se coloca ao dispor para esclarecer qualquer dvida e prestar o apoio solicitado pelos scios (dentro das suas capacidades) relativamente a este assunto. Agradece-se o contacto por e-mail ([email protected]) para mais facilmente se poder responder a todos. 1APCCL: Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro 2FCI: Federao Cinolgica Internacional 3CPC: Clube Portugus de Canicultura

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    Boletim Informativo N1

  • A ttulo de exemplo, e segundo Domingues (2005) em Castro Laboreiro, fre-guesia mais populosa do concelho de Melgao em 1864, com 2092 habitan-tes, possua em 2001 uma populao de 726 habitantes, dos quais 5% tinham menos de 15 anos, 10%, entre 16 e 25 anos, 48%, entre 26 e 65 anos, e 37% mais de 66 anos. Como consequncia da diminuio da popula-o humana, foi desaparecendo tambm a populao de ovinos e caprinos, criados extensivamente nas reas do PNPG, e com ela o Co de Castro Laboreiro, fiel companheiro e ajudante incansvel do pastor, e raa dominan-te como co de gado nesta regio do pas. Segundo Mello (1941) e o RGA (1999) de uma populao de 98 617 ovinos e 106 820 caprinos em 1940, passamos para uma populao de 30 657 ovinos e 26 899 caprinos em 1999.

    CONCLUSES E SUGESTES

    O Co de Castro Laboreiro acompanhou, sempre intimamente e no mesmo sentido, a evoluo da pastorcia no PNPG, e ter tanto mais futuro quanto mais rapidamente se der o retorno aos regimes de pastoreio tradicionais dos pequenos ruminantes, sob pena de se perder irremediavelmente a sua fun-o de trabalho, restando-lhe a funo de co de guarda, funo esta que vem desempenhando nos ltimos anos e com grande eficcia, como o com-provam os nmeros referentes aos seus registos anuais no Clube Portugus de Canicultura (CPC) (Quadro 1). A existncia de muitos outros exemplares sem registo, tornam animador o futuro do Co de Castro Laboreiro, sendo a realizao de um censos da sua populao uma prioridade, como ponto de partida para melhor identificarmos as suas necessidades e as futuras reas de estudo.

    Quadro 1 Registos anuais no CPC at 2009

    Fonte: Clube Portugus de Canicultura (*) Registo Inicial (**) Livro de Origens Portugus

    ANOS RI(*) RI(*) LOP(**) LOP(**) Totais

    1999 23 15 27 32 97

    2000 29 16 21 25 91

    2001 48 41 24 12 125

    2002 66 53 20 20 159

    2003 31 31 16 18 96

    2004 37 37 19 16 109

    2005 54 55 24 20 153

    2006 55 36 46 26 163

    2007 37 21 46 45 149

    2008 38 23 47 44 152

    2009 65 53 17 20 155

    O Co de Castro

    Laboreiro

    acompanhou,

    sempre

    intimamente e no

    mesmo sentido, a

    evoluo da

    pastorcia no PNPG

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    Associao Portuguesa do Co de Castro Laboreiro

  • O Estado Portugus deveria garantir o cumprimento da legislao aplicvel ao sector, nomeadamente o Dec.-Lei n 139/90,de 27/4, que no n 6 do arti-go 8, condiciona o pagamento das indemnizaes aos criadores que tenham sofrido prejuzos provocados pelo lobo, e existncia de um co de gado por cada 50 cabeas de gado (ovino e/ou caprino). As indemnizaes ao criador que tenha sofrido prejuzo provoca-dos pelo lobo, deveriam ser pagas em tempo til, j que o mesmo se v obrigado a repor o efec-tivo num prazo de quinze dias, sob pena de perder as ajudas dadas criao de ovinos e capri-nos, influenciando muitas vezes negativamente, as economias locais e familiares. Segundo Julio (2005) verificam-se, no PNPG, cerca de 1100 ataques de lobos por ano.

    Com a diminuio dos efectivos de pequenos ruminantes, verificou-se um aumento na quantida-de de incndios nas antigas zonas de pastagem. Na dcada 1990-2000, arderam no PNPG, uma mdia de 811 ha por ano Liberal (2001). A invaso por matos e arbustos, obriga os pasto-res a queimadas para renovao e de limpeza, que por vezes fogem ao seu controlo, evoluindo para grandes incndios, com graves repercusses na eroso dos solos, e na destruio de habi-tats. O restabelecimento dos efectivos de ovinos e caprinos reduziriam com toda a certeza o nmero de incndios nesta rea protegida, ao diminuir a carga combustvel devido ao pastoreio.

    A criao de produtos crneos e/ou lcteos com D.O.P. (A.O.P.) ou com I.G.P. (A.O.C.) com base em animais explorados em pastoreio extensivo, criaria uma mais-valia muito importante para o criador, e seria o garante de segurana alimentar cada vez mais desejada. Em termos de bem-estar ani-mal, este sistema de pastoreio, o mais desejado e o mais valorizado. Esta-riam lanadas as bases para um maior investimento por parte dos jovens na criao de pequenos ruminantes criados extensivamente, contribuindo assim para o seu retorno terra, bem como para a preservao do Co de Castro Laboreiro(1).

    Bibliografia Domingues, M. (2005). A desertificao de Castro Laboreiro. http://bocanegra.blogs.sapo.pt INE (1999). Recenseamento Geral Agrcola. Julio, P. (2005). Peneda-Gers, pastorcia em declnio com ataques de lobos. Theor. Dirio de

    Notcias, 19/09/2005. Mello, F.F.P. (1941). Arrolamento geral de gados e animais de capoeira. Ministrio da Economia.

    Direco Geral dos Servios Pecurios. Porto Liberal, M. (2001). Plano prvio de Interveno para fogos Florestais no PNPG/ICN.

    contribuindo

    assim para o

    seu retorno a

    terra, bem como

    para a salvao

    do Co de

    Castro Laboreiro

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    Notas sobre a situao actual do Co de CL e perspectivas futuras

    Amrico Rodrigues

    O pequeno texto que apresento de seguida, no mais do que um alinhamento singelo de algumas ideias soltas, fruto de alguma reflexo sobre o desabar destes tempos vorazes sobre uma raa amada durante sculos, e que hoje em dia quase esquecida e desprezada.

    A raa de ces de guarda de Castro Laboreiro, raa autctone nortenha, do antigo concelho e actual freguesia de Castro Laboreiro, umas das mais antigas, conhecidas e referenciadas da nacionalidade.

    O Co de Castro Laboreiro encontra-se desde o seu reconhecimento oficial em 1935 pelo Clube dos Caadores Portugueses, posteriormente Clube Portugus de Canicultura (CPC), ou em estado crtico ou ameaada de extino segundo os parmetros internacionais da FAO.

    Sempre foi uma raa pouco conhecida e pouco divulgada no nosso pas, sendo historicamente uma raa marginalizada.

    A raa nunca conseguiu expandir-se muito alm do seu solar. Quando muito chegava s quintas do Alto Minho e a poucos conhecedores, na sua maioria da classe mais alfabetizada.

    Nos tempos que correm tudo mais difcil, se antigamente em Portugal havia poucas raas, hoje em dia tudo global, e as modas ditam as suas sentenas.

    Quem procura um Castro Laboreiro ou algum conhecedor da raa, ou realmente d prioridade a tudo o que nacional e pretende experimentar, seno a concorrncia com as raas estrangeiras extremamente desleal.

    A verdade que os animais antigos do Laboreiro, das velhas linhas de trabalho, so escassos e poucos so os animais de qualidade para reprodutores.

    Nos anos 70 e 80 vrias linhagens de qualidade e de referncia da raa desapareceram do solar, sem deixar descendncia efectiva.

    Os efectivos do Co de Castro Laboreiro sofreram assim nesses anos um agravamento vertiginoso em termos quantitativos, em virtude das transformaes sociais a operadas.

    Muitas das raas antigas deixaram de ter interesse para o homem, j que este, no seu habitat natural de sculos abandonou a pastorcia e o seu modus vivendis.

    Nos tempos que correm, um facto constatvel, que os nossos animais autctones esto beira da extino, e so mesmo desconhecidos do grande pblico e das geraes mais novas.

    A recuperao melindrosa e difcil, em parte por desinteresse de todos: pessoas e instituies.

    Dada a actual situao crtica da raa, tanto em quantidade como em tipicidade (caractersticas tnicas/fenotpicas), urgente e necessrio um plano de emergncia, para continuar a pensar a raa e melhorar os aspectos da seleco e da criao, pois a mesma encontra-se em situao de difcil preservao.

  • O Co um dos cones mais fortes do Alto Minho e uma marca individualizadora da freguesia de Castro Laboreiro. Alm de ser patrimnio cultural inegvel, o Co de Castro Laboreiro patrimnio arqueolgico vivo, e uma jia da gentica nacional.

    No existe nenhum plano estratgico ou projecto que defenda a raa com a seriedade e rigor que se exige, atendendo situao critica que vive.

    A raa s existe neste sculo, porque um nmero significativo de pessoas, discretamente e de forma descoordenada, ao longo das ltimas dcadas, tem investido o seu conhecimento, dinheiro e tempo, numa luta desesperada para manter algumas das poucas linhas com quali-dade que ainda foi possvel preservar.

    A realidade do pas em que vivemos e o desinteresse generalizado, faz temer o pior.

    Quantas fmeas existem na raa que nos fazem lembrar as cadelas velhas? Quantos machos existem parecidos aos antigos? As resposta so simples: muito poucas e muito poucos.

    Como inverter esta situao? A resposta difcil. A raa s pode contar com a paixo de alguns, como tem sido at agora e com a ajuda pontual de alguma instituio. Ser isto sufi-ciente para a raa no desaparecer?

    O futuro incerto! As prximas dcadas sero cruciais para a raa.

    Seria desejvel de ver mais criadores e mais animais de qualidade.

    Seria desejvel haver um plano estratgico a mdio/longo prazo de preservao e seleco da raa.

    Neste momento a raa devia unicamente seleccionar um n determinado de animais de quali-dade, para reproduo e a partir daqui controlar o futuro da mesma, recorrendo a ferramentas modernas de falibilidade reduzida, de forma a garantir a autenticidade dos exemplares, para uma avaliao mais racional e como consequncia uma seleco dos que melhor poderiam representar a raa.

    Seria desejvel haver mais empenho das Instituies Autrquicas, do Parque Nacional Peneda Gers, do Ministrio da Agricultura e do Clube Portugus de Canicultura.

    Seria desejvel haver mais Castrejos da minha gerao e das geraes mais novas compro-metidos com esta causa.

    Seria desejvel de ver uma esttua do Co na freguesia de Castro Laboreiro.

    Seria desejvel de ver na freguesia um Centro de Interpretao/Museu ou mesmo equacionar futuramente um Centro de Recuperao da Raa.

    Infelizmente tais desejos e a realidade continuam desencontrados.

    Para gostarmos do que quer que seja indispensvel o seu conhecimento profundo. Por isso, importante compilar informao e deixar esse legado s novas geraes de Castrejos e pblico em geral, de forma a que as mesmas conheam a extraordinria criatura que o Co de Castro Laboreiro e o que ela sempre representou para a regio.

    Mais importante ainda, criar e divulgar animais morfologicamente bons, de carcter equilibra-do e essencialmente funcionais.

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  • A qualidade dos animais deve ser melhorada, principalmente a nvel sseo. Ainda vulgar ver animais sem rusticidade para representar uma raa de montanha, no entanto alguns continuam a coleccionar ttulos nos certames mais importantes da Canicultura. verdade que no estamos to mal como estvamos nos finais dos anos 80, inicio dos 90, realmente, h menos animais pequenos, quadrados, por vezes de aspecto cilndrico, de cor quase negra, com cabeas apo-dengadas, olhos redondos e amarelos, tipo luzeiros, e rabos curtos e finos parecidos a chicotes, mas certo, que as melhorias deviam ter sido mais significativas. Infelizmente alguns juzes con-tinuam a valorizar estes ces sem estrutura, e a contribuir para a sua multiplicao. Quem no conhece a raa facilmente seduzido pelos ttulos.

    Nos ltimos tempos a discusso volta dos tamanhos e pesos, guerra que teve o seu apogeu no final dos anos 90, parece ter voltado a ser avivada. A minha opinio a mesma.

    O que define o Co de Castro Laboreiro o formato da cabea e a sua expresso. Em relao altura e peso, directamente relacionados, impensvel para mim discutir o Co de Castro Labo-reiro, fora destes parmetros:

    Machos: entre 64 e 68 cms - de 1 a 3 cms de tolerncia - a discutir;

    Fmeas: entre 60 e 64 cms - de 1 a 3 cms de tolerncia - a discutir;

    Um dos melhores machos vivos de Castro Laboreiro, da segunda metade do sculo XX pode ter sido o Mondego dos Lengos do Rodeiro, que conforme as medies do dono teria ao garrote 74 centmetros, exactamente a medida do nico lobo que vi medir em toda a minha vida. O Co ain-da vivo nos anos 70 era extremamente equilibrado e harmonioso. Ganhou vrios concursos tra-dicionais.

    A feitura do estalo de 1955, penalizou a raa nas dcadas seguintes de forma directa, j que balizou o macho nos 60 cm de altura ao garrote, levando os criadores de canil a seleccionar os seus ces de encontro ao estalo.

    Incompreensvel foi que, alguns juzes do CPC durante dcadas julgaram todos os vencedores dos Concursos Tradicionais fora do estalo e nos anos 90 comearam a fazer escola com os 60 cm ao garrote, ajudando a criar um co muito mais ligeiro do que aqueles que sempre houve memria.

    Algumas referncias histricas do sculo XIX com referncias ao tamanho:

    Criam-se aqui mastins duma corpolencia e vigor extraordinarios, pois qualquer delles mata um lobo! Creados fora daqui, degeneram inteiramente.

    ...um grande rebanho de ovelhas e cabras, que muitas vezes iam para o monte, sob a guarda nica dum grande co, mas dum intelligente co, como os que h naquellas regies, e que to justamente afamados so.

    O meu co, um grande co preto que l havia adquirido, no sem difficuldades, era o primeiro, apesar de fechado, a dar signal da proximidade da fera, que elle pressentia, creio que pelo faro.

    O Co de Castro Laboreiro ao longo dos sculos ganhou fama e proveito pela sua rusticidade, corpulncia, ferocidade com os estranhos e lealdade incorruptvel para com a sua famlia e os seus haveres.

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    Boletim Informativo N1

    Algumas notas histricas sobre a raa

    Amrico Rodrigues

    A origem do Co de Castro Laboreiro , assim como de outras raas com as mesmas funes, est pouco documentada, tendo os seus apaixonados desenvolvido as maiores fantasias para criar uma ascendncia antiqussima.

    No virar do sculo, numa manh para recordar, deparo com as actas do Concurso de 1914,15 e 16, com todos os dados referentes aos ces, donos, juzes e vencedores. A descoberta era de todo vibrante, visto que at aquele momento toda a gente referia que o Concurso Tradicio-nal iniciara em 1954. Tal achado recuava assim o Prmio dos Ces 40 anos, o que era de todo significativo, atendo histria da Canicultura em Portugal.

    Vejamos alguns apontamentos:

    Em 1897, fundao do clube dos caadores portugueses. Em 1906, El Rei D. Carlos concede ao Clube dos Caadores Portugueses o ttulo de Real mediante Alvar. Em 1902, no dia 20 de Julho organizada, no Porto a 1 Exposio Canina Nacional, tendo durado trs dias e conta-do com 257 exemplares de vrias raas.

    Em 1908, organizada a 1 Exposio Canina Internacional de Lisboa pelos scios do Clube dos Caadores Portugueses, apresentando-se a concurso 357 exemplares. A 2 Exposio Internacional s vai ter lugar em 1931, tendo a presena de 102 exemplares.

    A equipa que organiza este certame decide-se pela fundao da Seco de Canicultura do Clube dos Caadores Portugueses.

    Em 14 de Agosto de 1933, reconhecida Seco de Canicultura a qualidade de Membro federado da Federation Cynologique Internationale (F.C.I.).

    Em 1936, criado o L.O.P. (Livro de Origens Portugus). Em assinatura de acordo com o Ken-nel Club que confere Seco a qualidade de seu "representante".

    Em 1955, a Seco de Canicultura adopta o nome de Clube Portugus de Canicultura com novo Regulamento aprovado por Despacho Ministerial.

    A maior parte das raas de guarda e pastoreio da Europa, no apresentam registos anteriores a 1900. Muitas foram mesmo criadas pela canicultura, no final do sculo XIX e j durante o sculo vinte, normalmente oriundas de populaes de ces de trabalho existentes em determi-nada regies. Ou seja, o Co de Castro Laboreiro, de dono pobre, raa natural, escolhida pela sua funcionalidade, em data em que no existiam algumas das raas mais populares dos nos-sos dias, j tinha Concurso para apurar os melhores.

    Pela sua nobreza e funo, vrios testemunhos orais e escritos, referem que os Castrejos, vendiam e ofereciam ces com estimado valor, como companhia e guarda para muitas quintas do Minho, ao longo do sculo dezanove e vinte.

    Em oportunidade futura e conveniente publicarei alguns desses testemunhos.

  • No entanto, e de forma a engrandecer historicamente este boletim, publico

    pela primeira vez, parte da acta do Concurso de 1914:

    uma cadella, de edade de trs anos, Turca, altura 56 cm , comprimento 60 cm de

    cr lobeiro escuro , ponta da cauda e membros brancos e malha branca no pesco-

    o , pertencente a Manoel Francisco Fernandes , do logar da Vila; uma cadella, e

    cinco anos didade, Marquesa, altura 72 cm, comprimento 73 cm, co lobeiro

    escuro, membros e ponta da cauda branca , pertencente a Joaquim Alves, do logar

    de Padresouro; uma cadella , de trs anos didade , Marquesa, altura 61 cm ,

    comprimento 64 cm, pelo comprido, co lobeiro muito escuro sem malhas, perten-

    cente a Francisco Domingues, do logar de Queimadelo; uma cadella de quatro

    anos de didade, Pastora, altura 55 cm, comprimentos 66 cm, co lobeiro claro e

    mos brancas, pertencente a Isabel Esteves, do logar da Villa; uma cadella de cin-

    co anos didade, Nabuca, altura 60 cm, comprimento 63 com, co lobeiro escuro

    e malha branca no p esquerdo, pertencente a Manuel Domingues, do logar de

    Vrzea Travessa;

    um cachorro de um ano didade , Mondengo , altura 71 cm, comprimento 75 cm,

    co lobeiro nodorso e banco no peito, membros, focinho e ponta da cauda, perten-

    cente a Manuel Bento Alves, do logar do Rodeiro; um cachorro, de seis mezes

    didade , Turco , altura 46 cm, comprimento 53 cm, co lobeiro claro, ponta da

    cauda e focinhos escuros, pertencente a Manuel Luiz Gonalves do logar dos Por-

    tos; um cachorro de um anno didade, Turco, altura 53 cm, comprimento 57 com,

    cr lobeiro claro, pertencente a Manuel Joaquim Fernandes, do logar do Ribeiro de

    Baixo, um cachorro, de seis mezes didade, Leo, altura 43 cm, comprimento 45

    cm, co lobeiro escuro, focinho, pescoo, pez, mos e ponta da cauda brancos,

    pertencente a Manuel Joaquim Rodrigues, do logar dos Portos;

    uma cachorra , de dezassete mezes didade , Gravata, altura 62 cm, comprimen-

    to 66, co lobeiro escuro, membros, peito, focinho, pescoo e ponta da cauda bran-

    cos, pertencente a Manuel Joaquim Fernandes de Padresouro, e, finalmente, uma

    cachorra, de uma no de idade, Marquesa, altura 59 cm, comprimentos 63 cm,

    co lobeiro muito escuro, ps e mos brancos, pertencente a Manuel Domingues

    Fampa, do logar da Villa.

    um cachorro

    de um ano

    didade ,

    Mondengo

    , altura 71

    cm,

    comprimento

    75 cm

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    Associao Portuguesa

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  • Atendendo a que o n1 de qualquer publicao, sempre um momento de regozijo, apresento mais uma achega indita: o Concurso tradicional reini-ciou em 1955 e no em 1954 como se tem escrito.

    Aproveitarei o resto do artigo, para de forma singela homenagear alguns fami-liares, assim como os milhares de Castrejos cados no esquecimento ao longo dos sculos e que contriburam de forma significativa para a selec-o e preservao da raa, amando-a e utilizando-a de guarda e de animal de afectos no seio da famlia.

    Num exemplar do Jornal 1 de Janeiro de 1954, pode ler-se a excelente noti-cia:

    a dois ces de Castro, apresentados na 1 Exposio Canina do Porto por Ablio Afonso, foram atribudas as taas .

    Comentou o correspondente do Noticias de Melgao na mesma data:

    que estas honrosas classificaes sirvam de estmulo a todos os castre-jos que so possuidores de ces de pura raa, para se inscreverem nas prximas exposies ainda com mais lindos exemplares..

    Outro registo: Iria decorrer em Castro em 31/10/1955, na vila de Castro, um desses concursos promovidos pelo Club dos Caadores Portugueses de Lisboa, ao qual s concorriam ces de raa C.L..

    Mais um registo: Decorreu em Castro , a 15/8/1957, promovida pelo Club de Caadores do Porto, a 3 exposio canina.

    Ou seja, o Concurso Tradicional reiniciou mesmo em 1955 e o de 1957 era o 3, por desconhecimento dos anteriores: 14,15 e 16.

    Como aparece realmente o Concurso de 55 em Castro? Como que um Cas-trejo vai a um Concurso no Porto com 2 ces, quando a estrada tinha chegado a Castro havia poucos anos e os carros eram rarssimos? Deslocar-se cida-de portuense com 2 animais, alm do incomodo era necessrio contar com alguns gastos pessoais.

    Depois de algum apuro e alguma pesquisa documental cheguei ao Ablio Afon-so do Concurso de 1954 no Porto. Ablio registou uma cadela em seu nome no CPC - Leoa II, nascida em 1949, registo n 6.029. Foi fcil chegar fala com a famlia, confirmar a histria, recolher informao dos ces (co e cadela) e dos

    trofus arrebatados, um deles com a silhueta da ponte do Porto.

    Estava assim explicado o reinicio do Concurso Tradicional em Castro Laboreiro, ou seja, acon-teceu em 1955, e Ablio Afonso deve ter tido alguma responsabilidade na sua realizao.

    Quando surgir nova oportunidade voltarei a estes factos, j que tenho mais informao que pode ser interessante.

    o Concurso

    tradicional

    reiniciou em

    1955 e no

    em 1954

    como se tem

    escrito.

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    Associao Portuguesa

  • Tive oportunidade de falar com o padre Anbal Rodrigues, sobre os concur-sos da dcada de 50 - sempre me intrigou como que se tinha iniciado o Concurso Tradicional - mas a idade e o fim de vida extremamente debilitado do proco no per-mitiram obter uma resposta satisfatria sobre os factos abordados nestes pargrafos.

    Podemos renumerar o Concurso Tradicional. fcil fazer as contas: 1914 (1),15 (2) e 16 (3); e de 1955 at 2010, de forma ininterrupta. No ano de 1994, no houve juzes, mas o Concurso realizou-se na mesma - presentes: 24 ces. Entre 1914 e 1955, outros concursos podem ter sido realizados, no entanto deles no h qualquer registo.

    Mais uma curiosidade: em 1916 o concurso ocorre no Peso termal, distncia de mais de 20 kms quilmetros de Castro Laboreiro. A deslocao feita por monte, ces e homens galgam a montanha em viagem demorada, e o motivo, pasme-se, so os turistas a presentes, nas termas do Peso, que o reclamam. extremamente interessante pensar na pessoa que teve esta feliz ideia. O turismo no chegava a Castro e o Peso hospedava pessoas importantes e interessa-das.

    Sem que constasse do argumento inicial, Manuel de Oliveira, o realizador mais velho do mundo, eternizou o Co de Castro Laboreiro no lugar da Portela, quando filmou Viagem ao Principio do Mundo . Podia t-lo feito legitimamente no Peso onde filmou algumas das cenas com o italiano Marcelo Mastroianni, por sinal o seu ltimo filme.

    Por falar em turismo: nos ltimos sculos existem provas de que milhares de ces foram vendi-dos para Portugal e alguns mesmo para o estrangeiro, o que levou muita gente regio, aca-bando muitos dos compradores/visitantes por voltar e consumir outros produtos como turistas. Ser que este animal alm da forte identidade que emana sobre a zona, no um dos principais produtos tursticos oficiais da regio?

    O Concurso Tradicional, evento com quase 100 nos de existncia, deve ser acarinhado por todos - pessoas e instituies - e deve ser considerado um produto cultural e turstico de Exce-lncia. indispensvel ter em ateno o n de ces que participam no Concurso, o seu nmero deve situar-se preferencialmente entre os 20 e os 30 animais.

    Recordando alguns familiares; a Mondega era companheira inseparvel da minha av Esperan-a Enes; ainda muito jovem tive conhecimento que a Mondega (vencedora do Tradicional - Outu-bro de 1964) foi morta pelo lobo, na eira do rio do lugar das Falagueiras, numa noite de figadeira na casa de famlia e baile no lugar, na casa dos Morgados. O baile em peso foi ver a Mondega em agonia de morte. A guarda da casa j tinha sobrevivido a um confronto anterior na inverneira do Barreiro. Alguns homens do lugar de espingardas aperradas ainda esperaram o bitcho pela noite dentro, mas a fera, conhecedora das espingardas e das gentes, no apareceu.

    Ainda pequeno, lembro-me de dormir na inverneira da Dejanalvre, vrias noites, num Setembro, com a minha av Lucinda Pires, para fazer companhia sua irm Rosa Pires, naturais do Outei-ro e do Barreiro. A Rosa, foi dona de uma fmea que constava da seleco dos melhores exem-plares na dcada de 50 e 60 - ocupou o pdio em vrios concursos tradicionais e deixou descen-dncia de qualidade. Ainda hoje, alguns vizinhos do Rodeiro (branda), lugar onde casou e mor-reu, dizem: com os ces que vendia, dava-lhe mais a cadela de rendimento do que uma vaca.

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    Boletim Informativo N1

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    Coordenador:

    Amrico Rodrigues

    Nos anos 80, os meus familiares Enes, de Vrzea Travessa era normal ganharem o Concurso Tradicional, visto que tinham alguns dos melhores animais da freguesia: a estrela Bobi, Faia, Tuka, Mondega e Dick, so alguns bons exemplos, animais extremamente tpicos e representativos da raa. Fica a promessa de um artigo de fundo sobre os ces representativos da raa nos ltimos 60 anos.

    Propriedade: APCCL

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  • Foto com direitos reservados AR@

    Acaba este artigo com a reproduo de uma foto histrica de Jlio Enes nascido nas Falaguei-ras/Barreiro e falecido em Vrzea Travessa, com o Bobi (RI274322), um dos melhores ces da raa nos ltimos 30 anos. Vrias vezes vencedor do Concurso Tradicional e admirado por todos o que o conheceram: morfologia e carcter. Foto de 1986 (Vencedor absoluto do CT). Este exemplar magnifico, morreu em 1993, atropelado.

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