boletim regional do banco central do brasil – julho 2018 · serviços auxiliares aos transportes...

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Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 53 Região Sul O nível de atividade econômica na região, segundo o IBCR-S, recuou 1,5% no trimestre encerrado em maio, ante relativa estabilidade no trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. A evolução recente refletiu o impacto da paralisação no setor de transporte de cargas – o IBCR-S variou -2,6% em maio, após crescimento de 1,7% em abril. O movimento na margem interrompe tendência de recuperação da economia regional delineada, sobretudo, no setor industrial. Em doze meses até maio, o IBCR-S mantém crescimento de 1,5% sobre igual período finalizado no ano anterior. No âmbito da demanda, as vendas do comércio registraram acréscimo de 1,4% no trimestre até maio, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com destaque para as vendas de veículos. Dados mais recentes da Fenabrave para o licenciamento de automóveis e comerciais leves, indicador de comercialização de veículos novos, confirmam essa trajetória, evidenciando recuperação do segmento no ano, com aumento de 16,0% nas vendas regionais no primeiro semestre, em relação a igual intervalo de 2017. A confiança dos empresários do comércio foi impactada pela paralisação no setor de transporte de cargas, com piora na avaliação das perspectivas para o setor. O Icec da CNC atingiu 98,0 pontos 9 em julho e recuou 12,3 pontos nos dois meses posteriores à greve. A confiança dos consumidores evoluiu no mesmo sentido, implicando recuo do indicador – o ICF da CNC passou de 92,2 pontos em maio para 90,8 pontos em julho. O setor de serviços reproduziu sobremaneira o efeito direto da referida paralisação. O volume de serviços diminuiu 3,1% no trimestre encerrado em maio, segundo a PMS do IBGE, em comparação ao trimestre findo em fevereiro, na série com ajuste sazonal. Observe-se, no resultado, a queda de 4,5% no volume de serviços da atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. 5 9/ 100 pontos indicam neutralidade. 90 92 94 96 98 100 Mai 2015 Ago Nov Fev 2016 Mai Ago Nov Fev 2017 Mai Ago Nov Fev 2018 Mai IBC-Br IBCR-S Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central Brasil e Região Sul Dados dessazonalizados Média móvel trimestral (2014 = 100) 80 90 100 110 Mai 2015 Ago Nov Fev 2016 Mai Ago Nov Fev 2017 Mai Ago Nov Fev 2018 Mai Comércio ampliado Serviços Indústria Fonte: IBGE Gráfico 5.2 – Comércio, serviços e indústria – Sul Dados dessazonalizados Média móvel trimestral (2012 = 100) 70 80 90 100 110 120 130 Abr 2016 Jul Out Jan Abr 2017 Jul Out Jan Abr 2018 Jul Índice de Confiança do Empresário Industrial Índice de Confiança do Empresário do Comércio Intenção de Consumo das Famílias Fontes: CNI e CNC Gráfico 5.3 – Confiança dos agentes – Sul Em pontos Linha de confiança

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Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 53

Região Sul

O nível de atividade econômica na região, segundo o IBCR-S, recuou 1,5% no trimestre encerrado em maio, ante relativa estabilidade no trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. A evolução recente refletiu o impacto da paralisação no setor de transporte de cargas – o IBCR-S variou -2,6% em maio, após crescimento de 1,7% em abril. O movimento na margem interrompe tendência de recuperação da economia regional delineada, sobretudo, no setor industrial. Em doze meses até maio, o IBCR-S mantém crescimento de 1,5% sobre igual período finalizado no ano anterior.

No âmbito da demanda, as vendas do comércio registraram acréscimo de 1,4% no trimestre até maio, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com destaque para as vendas de veículos. Dados mais recentes da Fenabrave para o licenciamento de automóveis e comerciais leves, indicador de comercialização de veículos novos, confirmam essa trajetória, evidenciando recuperação do segmento no ano, com aumento de 16,0% nas vendas regionais no primeiro semestre, em relação a igual intervalo de 2017.

A confiança dos empresários do comércio foi impactada pela paralisação no setor de transporte de cargas, com piora na avaliação das perspectivas para o setor. O Icec da CNC atingiu 98,0 pontos9 em julho e recuou 12,3 pontos nos dois meses posteriores à greve. A confiança dos consumidores evoluiu no mesmo sentido, implicando recuo do indicador – o ICF da CNC passou de 92,2 pontos em maio para 90,8 pontos em julho.

O setor de serviços reproduziu sobremaneira o efeito direto da referida paralisação. O volume de serviços diminuiu 3,1% no trimestre encerrado em maio, segundo a PMS do IBGE, em comparação ao trimestre findo em fevereiro, na série com ajuste sazonal. Observe-se, no resultado, a queda de 4,5% no volume de serviços da atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio.

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9/ 100 pontos indicam neutralidade.

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Mai2015

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Mai Ago Nov Fev2017

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IBC-Br IBCR-S

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sul Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2014 = 100)

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Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

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Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 5.2 – Comércio, serviços e indústria – Sul Dados dessazonalizados Média móvel trimestral (2012 = 100)

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Abr2016

Jul Out Jan Abr2017

Jul Out Jan Abr2018

Jul

Índice de Confiança do Empresário IndustrialÍndice de Confiança do Empresário do ComércioIntenção de Consumo das Famílias

Fontes: CNI e CNC

Gráfico 5.3 – Confiança dos agentes – SulEm pontos

Linha de confiança

54 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

O mercado de trabalho formal manteve trajetória de recuperação gradual, com resultados positivos nos três estados, especialmente no Paraná. Na região, foram gerados 21 mil empregos no trimestre encerrado em maio, ante eliminação de 3,3 mil no mesmo período de 2017, de acordo com o Caged/MTb. O setor de serviços respondeu pela maior parte das novas vagas (administração de imóveis, ensino, transporte e comunicação, e serviços médicos, odontológicos e veterinários), seguido da indústria de transformação (borracha, fumo e couro). Por outro lado, a agropecuária registrou elevado número de demissões, associado ao término da colheita de lavouras permanentes.

A taxa de desocupação na região atingiu 8,4% no primeiro trimestre, 0,9 p.p. inferior a de igual período de 2017, de acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE, e resultou da combinação do decréscimo na força de trabalho com ampliação na ocupação, em especial, de trabalhadores por conta própria. Nessa base de comparação, o rendimento médio caiu 0,2% e a massa salarial – influenciada pelo aumento na ocupação – aumentou 0,9%. Na série com ajuste sazonal, a desocupação atingiu 7,7% no primeiro trimestre, ante 8,3% no anterior, refletindo o recuo mais intenso na força de trabalho (1,2%), relativamente ao da população ocupada (0,5%), que assinalou quedas em todas as categorias, com exceção de empregados no setor público.

O mercado de crédito evoluiu favoravelmente, com crescimento nas operações para pessoas físicas e jurídicas. O saldo de crédito totalizou R$572,3 bilhões em maio, expandindo 1,6% no trimestre e 4,0% em doze meses. As operações para pessoas físicas cresceram 1,1% na margem, sobressaindo empréstimos consignados e financiamentos imobiliários. O crédito à pessoa jurídica avançou 2,5%, destacando as operações para indústria de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto, e para serviços prestados às empresas. A inadimplência total atingiu 2,7% da carteira, 0,2 p.p. abaixo da assinalada em fevereiro.

No âmbito dos indicadores de oferta, as estimativas para a safra de 2018 confirmam redução na produção de grãos da região, após colheita recorde em 2017. Conforme o LSPA de junho, divulgado pelo IBGE, projeta-se que a safra anual do Sul atinja 74,8 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação a de 2017. As projeções contemplam desempenho negativo das culturas de soja, arroz e milho, e recuperação da safra de trigo, ainda a ser confirmada. Nas demais culturas,

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I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Gráfico 5.4 – Taxa de desocupação – Sul%

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 5.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 1 mil.

Tabela 5.1 – Produção agrícola – Sul

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2018 2018/2017

Grãos 74,3 74 835 -10,9

Soja 45,3 39 038 -4,8

Milho 13,7 19 409 -29,4

Arroz (em casca) 7,9 9 336 -6,9

Trigo 4,0 5 050 39,2

Feijão 2,7 818 -13,9

Outras lavouras

Fumo 6,4 799 -6,6

Cana-de-açúcar 3,4 46 410 -0,4

Mandioca 3,0 4 693 3,0

Uva 1,0 953 -11,7

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 55

há também estimativas de redução na colheita, principalmente de fumo e uva.

No segmento industrial, a atividade recuou 3,4% no trimestre finalizado em maio, anulando a expansão assinalada no trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. As principais contribuições para o desempenho negativo do indicador ocorreram em produtos alimentícios e outros produtos químicos, cujas retrações foram mitigadas pela alta na produção de derivados de petróleo e biocombustíveis observada no Paraná.

A atividade industrial foi prejudicada pela parada dos transportadores de cargas em maio, com interrupção do fluxo de insumos e mercadorias e acúmulo de estoques indesejados, sobretudo no Sul, segundo a Sondagem Industrial da CNI. Em decorrência desse evento, a confiança dos empresários declinou significativamente – o Icei passou de 55,7 pontos10 em maio para 49,6 pontos em julho.

O comércio externo da região apresentou superavit de US$5,4 bilhões no primeiro semestre de 2018, segundo o MDIC, ante US$5,8 bilhões no mesmo período de 2017. As exportações totais aumentaram 9,8%, destacando-se os embarques de soja, celulose e fumo. Nesse período, as importações, repercutindo o nível de atividade relativamente mais alto, cresceram 16,1%, com ênfase nas aquisições de bens de capital e bens de consumo duráveis, em especial de automóveis.

O setor público consolidado – os governos estaduais, das capitais e dos principais municípios – apresentou piora no resultado primário acumulado em doze meses até maio, em relação a 2017, com incremento de 128% no deficit da região. O resultado nominal deficitário, que inclui os fluxos primários e os juros nominais, ampliou-se, provocado, em especial, pelo agravamento da situação do Rio Grande do Sul, que respondeu por 73,2% do deficit consolidado regional. A dívida líquida cresceu 5,7%, para R$117,7 bilhões, aumentando a participação do Sul no endividamento nacional. De outra parte, a arrecadação real de ICMS, decorrente do maior dinamismo econômico, ampliou 4,7% em doze meses até maio, na comparação com igual período anterior.

O IPCA na região11 acelerou na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018, refletindo, em especial, a alta em monitorados e os efeitos da

10/ 50 pontos indicam neutralidade.11/ Calculada com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de

Curitiba, ponderados pelos pesos destas regiões na composição do IPCA nacional.

Tabela 5.2 – Produção industrial – Sul

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 2,8 -3,4 1,8

Produtos alimentícios 19,7 2,9 -8,5 -1,8

Veículos, reboques e carrocerias 13,6 4,1 -1,0 9,3

Máquinas e equipamentos 8,8 -1,8 1,1 -2,4

Deriv. petróleo e biocombustíveis 8,3 -5,5 10,5 1,7

Outros produtos químicos 5,7 0,2 -6,3 -2,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 5.3 – Comércio exterior – Sul

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 21 536 23 640 9,8

Básicos 10 594 11 064 4,4

Industrializados 10 942 12 576 14,9

Semimanufaturados 2 011 2 209 9,8

Manufaturados 8 931 10 367 16,1

Importações 15 747 18 281 16,1

Bens de capital 1 846 2 328 26,1

Bens intermediários 9 863 10 904 10,6

Bens de consumo 2 639 3 333 26,3

Combustíveis 1 400 1 715 22,5

Saldo comercial 5 789 5 359 -7,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.4 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sul1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

PR 13 655 -277 800 13 298 -824 232

RS 80 373 403 3 747 85 957 2 550 6 441

SC 13 507 1 145 2 150 14 439 1 174 2 128

Total (A) 107 536 1 272 6 697 113 694 2 900 8 801

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 13,4 -10,9 17,3 13,8 -64,7 20,0

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

56 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

paralisação dos caminhoneiros sobre os preços dos combustíveis e dos alimentos em maio e junho. A inflação incorporou reajustes mais intensos em monitorados, destacando os preços da gasolina e da energia elétrica residencial, essa em razão do acionamento da bandeira tarifária vermelha (patamar 2). O aumento nos preços livres decorreu, principalmente, dos maiores custos de alimentação no domicílio (altas nos preços de tubérculos e leites e derivados), enquanto a variação de serviços desacelerou, beneficiada pelo grupo educação, cujos reajustes concentram-se no início do ano. O índice de difusão atingiu 56,8% no trimestre encerrado em junho, ante 51,7% no anterior e 48,9% no mesmo período de 2017. Em doze meses até junho, o IPCA variou 4,87%, ante 2,80% em março, com elevação significativa nos preços monitorados e de alimentação no domicílio.

O cenário prospectivo para a economia do Sul contempla a absorção dos efeitos da paralisação dos transportes de cargas, com reversão da alta na inflação observada no período, recomposição da oferta em junho e continuidade da retomada gradual da atividade nos meses seguintes.

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Dez2015

Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.6 – IPCA – SulVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.5 – IPCA – Sul

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,62 1,14 0,67 2,35

Livres 74,9 -0,47 0,76 0,71 1,36

Alimentação no domicílio 16,1 -3,38 0,11 1,44 4,34

Bens industrializados 25,1 -0,19 1,03 0,22 0,72

Serviços 33,7 0,75 0,86 0,73 0,43

Monitorados 25,1 4,12 2,33 0,56 5,37

Principais itens

Alimentação 24,8 -2,16 0,33 0,90 3,32

Habitação 15,6 2,46 1,52 0,07 3,92

Artigos de residência 4,2 -0,40 -0,39 0,27 1,14

Vestuário 6,4 -0,69 1,59 -1,16 0,86

Transportes 19,0 3,53 2,55 0,67 2,59

Saúde 12,0 0,80 0,77 1,21 2,08

Despesas pessoais 10,4 1,02 1,07 0,59 0,66

Educação 4,3 0,26 0,55 4,26 0,18

Comunicação 3,4 0,03 0,90 -0,25 0,21

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 57

5.1 Paraná

O PIB paranaense decresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo diminuição no valor adicionado da agropecuária e da indústria, e aumento no de serviços, de acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes)12. A oscilação no ritmo de recuperação da atividade econômica no início do ano e os impactos decorrentes da paralisação dos caminhoneiros resultaram em retração de 1,6% no IBCR-PR no trimestre finalizado em maio, comparativamente ao encerrado em fevereiro, quando decrescera 0,4%. Contudo, a variação acumulada em doze meses do indicador revela expansão de 1,4% sobre igual período do ano anterior.

Os indicadores de demanda seguem alternando sinais na margem. O volume de vendas do comércio ampliado, apesar da retração no mês de maio, cresceu 0,6% na média do trimestre, ante recuo de 0,8% no finalizado em fevereiro, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE. O resultado repercutiu, sobretudo, aumento na comercialização de hipermercados e supermercados. A variação em doze meses continua corroborando a retomada gradual. Dados mais recentes indicam continuidade da recuperação do segmento automotivo, com expansões de 17,8% no número de licenciamentos de automóveis e veículos comerciais leves e de 31,2% no de motocicletas no segundo trimestre de 2018, comparativamente a igual período de 2017, de acordo com a Fenabrave.

Obser vou-se interrupção na trajetória de recuperação da confiança dos empresários do comércio, decorrente de instabilidades nos cenários econômico e político, agravadas pela paralisação do setor de transportes, que ocasionou aumentos no preço do frete e de outras mercadorias. No mesmo sentido, a intenção de consumo das famílias curitibanas recuou 0,4% em julho, em relação a maio, influenciada pela queda na disposição a consumir das classes de menor renda. O volume de serviços retraiu 4,2% no trimestre encerrado em maio, após aumento de 0,9% no trimestre anterior. Todas as atividades abrangidas pela PMS do IBGE mostram recuo, exceto outros serviços, conforme dados dessazonalizados.

12/ O Ipardes não divulga a variação do PIB estadual ante o trimestre imediatamente anterior. Nos quatro trimestres encerrados em março, o PIB do PR expandiu 1,5%.

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Fev2015

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IBC-Br IBCR-PR

Gráfico 5.1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e ParanáDados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2014 = 100)

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Fev2015

Mai Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços Indústria

Fonte: IBGE

Gráfico 5.1.2 – Comércio, serviços e indústria – PR Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2012 = 100)

Tabela 5.1.1 – Comércio varejista e ampliado – Paraná

Variação % no período

Setores 2017 2018

Ano Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 4,0 -1,7 1,5 4,6

Combustíveis e lubrificantes 17,5 -4,6 -1,6 7,5

Hiper e supermercados 3,3 -1,8 2,8 4,8

Tec., vest. e calçados -4,5 -1,9 -9,7 -6,9

Móveis e eletrodomésticos -0,3 1,4 0,6 5,3

Comércio ampliado 4,7 -0,8 0,6 6,5

Automóveis e motocicletas -4,2 1,8 0,1 3,8

Material de construção 19,7 -3,2 -0,8 18,2

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

58 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

O mercado de trabalho formal manteve a trajetória de recuperação, com a geração de 17,5 mil vagas no trimestre encerrado em maio, comparativamente aos 10,2 mil postos abertos em igual período de 2017, conforme dados do Caged/MTb. O setor de serviços respondeu por aproximadamente 65% das novas vagas, seguido pela indústria de transformação.

A taxa de desocupação do primeiro trimestre, por sua vez, recuou 0,7 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 9,6% de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. Concomitantemente à redução no desemprego houve crescimento de 1,3% da massa salarial e de 0,4% do rendimento médio habitual real, na mesma base de comparação. Na margem, também houve queda na desocupação, que atingiu 8,6% no primeiro trimestre de 2018 ante 9,1% no último de 2017, na série com ajuste sazonal.

O mercado de crédito evoluiu de forma positiva no trimestre, registrando expansão tanto no segmento de pessoa física quanto no de pessoa jurídica. O saldo das operações superiores a R$1 mil aumentou 0,5% na carteira referente às pessoas físicas e 2,7% para as pessoas jurídicas, comparativamente ao trimestre anterior. A inadimplência total alcançou 2,8% da carteira, apresentando redução relativamente ao trimestre encerrado em fevereiro.

Em termos dos componentes da oferta, o LSPA de junho do IBGE estima recuo de 13,1% na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2018, destacando-se as menores colheitas previstas para soja, milho e feijão. Segundo dados da Seab, a primeira safra de grãos totalizou 22,4 milhões de toneladas, 62% do total esperado para o ano e 11,3% inferior à de 2017, especialmente pelas diminuições na área colhida e na produtividade do milho (36% e 9%, respectivamente). Para a segunda safra, estimam-se quedas na área e na produção de milho e feijão, influenciadas por situação climática desfavorável. Contudo, para os cereais de inverno projeta-se crescimento na área plantada, na produção e no rendimento médio, especialmente para o trigo13.

A paralisação do transporte de cargas afetou negativamente a maioria dos segmentos industriais e a confiança empresarial. De acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE, a atividade fabril recuou 3,6% no trimestre encerrado em maio, ante queda de 0,4% no finalizado em fevereiro. O Índice de Confiança da Indústria de

13/ Ver boxe “Economia paranaense”, neste Boletim.

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IV2014

I2015

II III IV I2016

II III IV I2017

II III IV I2018

Ocupação Rendimento real habitualMassa real de rendimentos

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Gráfico 5.1.3 – Ocupação, rendimento e massa no Paraná – Variação interanual no trimestre

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

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PF PJ Total

Gráfico 5.1.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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Abr Jul Out Jan2017

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Abr Jul

Índice de Confiança do Empresário da Ind. de TransformaçãoÍndice de Confiança do Empresário da Construção

Fonte: Fiep

Linha de confiança

Gráfico 5.1.5 – Confiança do empresariado – ParanáEm pontos

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 59

Transformação (ICIT), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), registrou a quarta queda consecutiva em 2018 e atingiu 47,7 pontos no mês de julho (54,6 pontos em maio), situando-se abaixo do nível de indiferença (50 pontos). A mesma tendência pode ser observada no Índice de Confiança da Indústria da Construção (ICIC), também elaborado pela Fiep, que passou para 45,4 pontos em julho (54,3 pontos em maio).

As exportações recuaram 1,3% no primeiro semestre, comparativamente a igual período do ano anterior. Observou-se aumento de 2,3% nas vendas de produtos básicos e diminuição de 5,1% nas de industrializados, com destaque para as reduções de 32,8% nas vendas de automóveis de passageiros e de 11,8% no valor total exportado para a Argentina. As importações, com ênfase nos embarques de equipamentos de transporte industrial, cresceram 3,7% no período, implicando retração de 9,3% do superavit da balança comercial.

A inflação na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) acelerou no segundo trimestre, decorrente de elevações nos preços livres e monitorados. O comportamento dos preços refletiu, em grande parte, os efeitos da paralisação do transporte de cargas, com impactos mais acentuados sobre os custos de alimentação e combustíveis. O índice de difusão alcançou 53,4% no período em referência, ante 49,9% no trimestre encerrado em março.

Em doze meses até junho, o IPCA da RMC variou 4,74% (3,42% em 2017), com recrudescimento na variação dos preços monitorados (ênfase para gasolina, óleo diesel e gás de botijão) e, em menor intensidade, dos preços livres.

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Mar2015

Jun Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.1.6 – Evolução dos preços livres – RMCVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.1.2 – Produção industrial – Paraná

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,4 -3,6 2,1

Produtos alimentícios 22,7 1,5 -7,0 -3,9

Deriv. petróleo e biocomb. 19,1 -3,8 13,5 3,6

Veículos, reb. e carrocerias 18,4 -3,0 -0,9 10,7

Máquinas e equipamentos 6,7 -12,5 6,5 -1,0

Celulose e prod. papel 5,5 0,5 -5,8 5,5

Outros produtos químicos 4,7 -1,3 -9,7 -4,7

Fonte: IBGE1/ Ponderação de atividades no VTI conforme a PIA 2010/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 5.1.3 – Comércio exterior – Paraná

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 9 061 8 943 -1,3

Importações 5 559 5 767 3,7

Saldo comercial 3 502 3 176 -9,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.1.4 – IPCA – RMC

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,98 1,13 0,46 2,09

Livres 75,5 -0,33 0,89 0,91 1,12

Alimentação no domicílio 14,6 -3,32 0,33 0,36 5,68

Bens industriais 26,3 0,11 1,03 0,72 0,03

Serviços 34,5 0,63 1,02 1,29 0,07

Monitorados 24,5 5,30 1,88 -0,94 5,10

Fonte: IBGE1/ Referentes a junho de 2018.

60 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

5.2 Rio Grande do Sul

O PIB do estado, após crescer 1,0% em 2017, contraiu 0,8% no primeiro trimestre de 2018, em relação a igual período do ano anterior, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), repercutindo retrações na agropecuária e no setor de serviços. Dados mais recentes apontam recuo de 1,6% do IBCR-RS no trimestre encerrado em maio, ante trimestre anterior, quando crescera 0,5%, considerada a série isenta de influências sazonais. A despeito do efeito positivo decorrente da maior apropriação das safras de verão, a atividade econômica no trimestre foi afetada pela paralisação do setor de transportes de carga.

No âmbito dos indicadores da demanda, a paralisação impactou o desempenho de curto prazo do comércio. A taxa de crescimento do volume de vendas passou de 2,4% no trimestre encerrado em fevereiro para 0,2% no finalizado em maio, de acordo com dados da PMC do IBGE, ajustada sazonalmente. Dentre as atividades, destacaram-se os recuos nas vendas de combustíveis e de tecidos, vestuário e calçados. Apesar da desaceleração na margem, o desempenho em doze meses até maio reflete forte recuperação do comércio, com crescimento de 13,4% no volume de vendas. Corroborando a reação do consumo em horizonte mais longo, o licenciamento de veículos e comerciais leves acumulou alta de 14,8% no primeiro semestre, em comparação a igual período de 2017, segundo a Fenabrave.

A confiança dos empresários do comércio atingiu 94,7 pontos em julho, baixando 14,1 pontos na comparação com dois meses anteriores14, dados da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). Movimento semelhante foi evidenciado pela intenção de consumo das famílias – o ICF declinou em julho (74,0 pontos), em relação a maio (77,1 pontos), sobretudo pela piora na avaliação das famílias com renda superior a dez salários mínimos.

Os resultados relativos ao setor de serviços também foram influenciados pela paralisação dos serviços de transportes, segmento que acumulou retração de 4,1% no trimestre até maio, em relação ao imediatamente anterior. No agregado, o volume de serviços prestados caiu 4% no trimestre encerrado em maio, ante alta de 1,4% no finalizado em fevereiro, segundo dados dessazonalizados da PMS do IBGE.

14/ 100 pontos indicam neutralidade.

Tabela 5.2.1 – Evolução do PIB e VAB – RS

%

Discriminação Peso 1/ 2017 / I Trim. 2018 /

2016 I Trim. 2017

PIB 100,0 1,0 -0,8

VAB 87,3 1,2 -0,8

Agropecuária 9,7 11,4 -8,5

Indústria 18,8 0,2 0,3

Construção civil 5,0 -9,0 6,4

Comércio 16,1 10,3 6,1

Serviços 50,4 -1,8 -1,9

Fonte: Fipe

1/ Pesos referentes ao primeiro trimestre de 2018.

85

90

95

100

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-RS

Gráfico 5.2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio Grande do SulDados dessazonalizados Média móvel trimestral (2014 = 100)

70

75

80

85

90

95

100

105

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 5.2.2 – Comércio, serviços e indústria – RS Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2012 = 100)

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 61

Em função da melhora gradual da economia, o mercado de trabalho formal registrou criação de 688 postos no trimestre encerrado em maio (-10,2 mil vagas em igual período de 2017), de acordo com dados do Caged/MTb. O resultado, que destacou o aumento do emprego na indústria de transformação e no setor de serviços, foi mitigado pela extinção de vagas na agropecuária (término da colheita em lavouras permanentes).

A taxa de desocupação atingiu 8,5% no primeiro trimestre de 2018, com recuo de 0,6 p.p. em relação a igual período do ano anterior, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. A despeito disso, houve reduções de 1,3% no rendimento médio e de 1,8% na massa salarial, em termos reais. Comparativamente ao último trimestre de 2017, descontados fatores sazonais, a desocupação diminuiu 0,4 p.p., para 8,0%, desempenho que decorreu da maior retração na força de trabalho (1,8%), relativamente à ocupação (1,4%).

O mercado de crédito no estado tem mostrado maior dinamismo, com expansão nos segmentos de pessoas jurídicas e pessoas físicas. O saldo total de operações de crédito totalizou R$209,2 bilhões em maio, variando 1,7% no trimestre e 6,1% em doze meses. No trimestre, o crédito para pessoas jurídicas expandiu 2,2%, sobressaindo as operações para a indústria de alimentos e bebidas. As operações para pessoas físicas cresceram 1,4% na margem, destacando os empréstimos consignados e os financiamentos imobiliários. A inadimplência total permaneceu em 3%, estável em relação ao trimestre finalizado em fevereiro de 2018.

Seguindo mesma tendência do Sul, o estado deverá apresentar queda na produção de grãos em 2018. A estimativa de redução de 8,5% na safra, em relação à de 2017 – ano de produção recorde (35,4 milhões de toneladas) –, é explicada principalmente pela base de comparação elevada, pelo atraso no plantio das lavouras de arroz e pela estiagem que atingiu o estado no início desse ano.

A produção industrial, reverberando os efeitos da parada dos transportadores de carga, assinalou expressiva retração no trimestre até maio, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE, que destacou as quedas na fabricação de alimentos e de outros produtos químicos. Ainda que impactado por esse evento, o índice de confiança se manteve em área que aponta para otimismo dos empresários do

4

5

6

7

8

9

10

I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Gráfico 5.2.3 – Taxa de desocupação – RS%

-10

-5

0

5

10

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 5.2.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio Grande do Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.2.2 – Produção agrícola – Rio Grande do SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2018 2018/2017

Grãos 77,5 32 404 -8,5

Soja 49,0 17 387 -7,2

Arroz 15,7 8 131 -6,9

Milho 7,7 4 528 -25,3

Trigo 3,4 1 557 27,0

Feijão 0,6 96 -3,0

Outras lavouras

Fumo 7,4 368 -11,1

Mandioca 3,1 1 003 -6,0

Uva 1,7 839 -12,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

62 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

setor – o Icei da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) atingiu 50,7 pontos15 em julho, refletindo piora na percepção dos empresários, na comparação com a avaliação de maio (56,6 pontos).

O superavit da balança comercial do estado alcançou US$5,6 bilhões no primeiro semestre de 2018. As exportações cresceram 28,6% no período, impulsionadas pelo registro da venda de plataforma de petróleo (US$1,5 bilhão) e pelos incrementos nas vendas de soja, celulose e fumo. No mesmo sentido, as importações elevaram-se 14,8%, destacando-se as aquisições de combustíveis, automóveis e veículos de carga.

O IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) acelerou no segundo trimestre de 2018, em comparação com o primeiro, pelos aumentos na variação dos preços livres e, principalmente, dos preços monitorados (energia elétrica residencial, 15,15%, e gasolina, 9,69%). O comportamento dos preços livres foi impactado pela alta mais intensa nos seus três subgrupos, destacando a elevação em alimentação no domicílio, especialmente em tubérculos e leites e derivados. O índice de difusão situou-se em 53% no trimestre findo em junho, ante 50,8% no encerrado em março.

Em doze meses até junho, o IPCA da RMPA acumulou alta de 4,98% (2,54% em 2017), com acentuada aceleração dos preços monitorados (gasolina e energia elétrica residencial) e em menor intensidade dos preços livres.

15/ 50 pontos indicam neutralidade.

Tabela 5.2.3 – Produção industrial – Rio Grande do Sul

Geral e atividades selecionadas

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 5,1 -4,5 -0,2

Produtos alimentícios 16,4 4,3 -8,6 -3,2

Veículos, reboques e carrocerias 13,8 8,8 3,0 7,0

Máquinas e equipamentos 12,0 1,1 4,4 -6,7

Outros produtos químicos 10,3 0,5 -8,8 -1,5

Artef. couro e calçados 8,9 2,8 -5,3 -2,9

Produtos de metal 8,5 3,7 2,9 5,8

Produtos de borracha e plástico 5,0 -3,9 -3,3 2,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

-5

0

5

10

15

20

25

Dez2015

Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.2.5 – IPCA – RMPAVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.2.4 – Comércio exterior – RS

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 8 299 10 673 28,6

Importações 4 397 5 049 14,8

Saldo comercial 3 902 5 624 44,1

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.2.5 – IPCA – RMPA

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,28 1,15 0,87 2,60

Livres 74,4 -0,60 0,63 0,52 1,58

Alimentação no domicílio 17,4 -3,43 -0,06 2,29 3,32

Bens industrializados 24,0 -0,49 1,04 -0,27 1,44

Serviços 32,9 0,86 0,70 0,19 0,78

Monitorados 25,6 3,07 2,75 1,92 5,60

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.