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BOLETIM INFORMATIVO Construindo o Futuro :: Building the Future :: Ta Konstrui Futuro www.governo.cv Millennium Challenge Coorporaon considera Cabo Verde um grande exemplo P 2 a 7 ENTREVISTA COM KENNETH J. MILLER DIRECTOR RESIDENTE DO MCC “O grande exemplo que Cabo Verde dá ao mundo é isso: a apropriação por parte do país. O Millennium Challenge Coorporation (MCC) não pode forçar uma iniciativa de reforma politica, terão que ser os países a assumir e implementar esse compromisso. Aqui, desde o Chefe de Estado ao beneficiário do local X, temos gente com vontade de mudar para avançar”. www.mca.cv Setembro 2015

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BOLETIM INFORMATIVOConstruindo o Futuro :: Building the Future :: Ta Konstrui Futuro

www.governo.cv

Millennium Challenge Coorporationconsidera Cabo Verde um grande exemplo

P 2 a 7

ENTREVISTA COm KENNETh J. mIllER DIRECTOR RESIDENTE DO mCC

“O grande exemplo que Cabo Verde dá ao mundo é isso: a apropriação por parte do país. O Millennium Challenge Coorporation (MCC) não pode forçar uma iniciativa de reforma politica, terão que ser os países a assumir e implementar esse compromisso. Aqui, desde o Chefe de Estado ao beneficiário do local X, temos gente com vontade de mudar para avançar”.

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MCA-CV II - O MCC fala muito da existência de uma verdadeira parceria com as instituições e au-toridades cabo-verdianas. Em que consiste esta parceria e qual tem sido o alinhamento estratégico com a implementação da agenda de de-senvolvimento do país?

Kenneth Miller - Desde a concep-ção do modelo do MCC, o principio adoptado foi deixar que os parceiros (os países), com base nas barreiras exis-tentes ao seu crescimento económico, escolhessem o que querem fazer com o financiamento do MCC. O Governo ame-ricano deixa que o país decida a 100% quais as linhas orientadoras para de-senvolver a parceria, com a condição de haver uma taxa de retorno económico superior a 10% ao longo de 20 anos e que as actividades sejam identificadas através de um processo consultivo para

garantir que todos os sectores da socie-dade (Governo central e local, sector pri-vado, sociedade civil, etc) sejam ouvidos e que as suas contribuições no desenvol-vimento e acompanhamento dos proje-tos seja efectivo. Os sectores e projectos escolhidos devem ser prioritários para o desenvolvimento nacional. Esta é uma orientação séria para que o país alcance o desenvolvimento.

Desde a concepção das ideias até à fase de implementação e gestão dos projectos, passando pelas orientações e directrizes políticas, são os Governos dos países parceiros que definem os setores que beneficiam do investimen-to e que implementam os projetos e atividades do Compacto. A nossa insti-tuição, trabalha com os Governos e ou-tras entidades relevantes, certifica-se que todas as fases são levadas a cabo de acordo com as directrizes do MCC,

incluindo critérios rigorosos de trans-parência garantindo que a contribuição do povo americano seja efectiva.

Os objetivos só são alcançados através da parceria nesse sentido o trabalho feito localmente pelos países parceiros é um factor chave. O MCC pode ter influência financeira, mas esta, por si só, nada consegue se não ti-vermos uma boa estratégia e uma boa equipa de cabo-verdianos para atingir os fins. Se o MCC actuar sozinho, nem com uma boa equipa local, nem com uma boa equipa em Washington, será possível atingir os objectivos.

O MCC envida todos os esforços para garantir o maior êxito possível e para que a nossa influência e mudanças cau-sadas sejam igualmente o mais positivas quanto possível. Contudo, os resultados serão efectivamente sentidos pelo país e pelos cabo-verdianos. O MCC não tem

MCC faz balanço positivo da parceria entre os Estados Unidos da América e Cabo Verde

ENTREVISTA

A parceria entre o Governo de Cabo Verde e o Millennium Challenge

Cooporation (MCC) teve início a 4 de Julho de 2005, data em que foi assinado o primeiro Compacto do Millennium Challenge Account (MCA). Em Dezembro de 2009, o Conselho de Administração do MCC autorizou a preparação de um novo acordo e, a 10 de Fevereiro de 2012, Cabo Verde assinou o segundo Compacto. Após dois anos e meio da sua implementação, o director residente do MCC, Kenneth J. Miller, faz um balanço muito positivo dessa cooperação.

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problemas relacionados com títulos de propriedade, não depende de um novo serviço de fornecimento de água para ter um serviço de qualidade, não temos filhas que perdem várias horas do seu dia buscando água, não dependemos de uma tarifa de água que favoreça os mais carenciados. Os cabo verdeanos sim, li-dam com todas estas questões todos os dias, e é por isso que a apropriação por parte dos países parceiros é tão impor-tante no nosso modelo. O produto final é apropriado e mantido pelo país.

Em resumo, em Cabo Verde, somos, de facto, verdadeiros parceiros do país, pois temos actuado sempre em con-junto. Todos os dias, trabalhamos com os cabo-verdianos para alcançar uma meta, que, conjuntamente, estabelece-mos. Estamos alinhados com a estraté-gia de desenvolvimento do país e acom-panhamo-la para alcançar o sucesso.

O país define o que quer, desenha os projectos e nós acompanhamos para que o sucesso seja alcançado. A parte mais importante, para nós, é assegurar que os critérios estabelecidos e acorda-dos com os países sejam cumpridos, que o processo seja transparente, equitativo e que observe questões sociais ambien-tais e de género, em estrita observância dos aspectos fiscais, legais e de aquisi-ções para que tudo seja bem feito.

Os sectores de intervenção são de-finidos pelos países. Nós só assegura-mos que os impostos pagos pelo povo americano são bem aplicados, que este povo esteja orgulhoso desta parceria e que os recursos investidos beneficiem efectivamente os cabo-verdiano.

Como é que avalia a participação e o envolvimento dos parceiros, no-meadamente do sector privado e da sociedade civil na implementa-ção do segundo compacto, particu-larmente no âmbito dos Conselhos Coordenador e Consultivos.

Temos a sorte e a vantagem de ter sido desenvolvido um bom trabalho no âmbito do primeiro Compacto. As relações de confiança estabelecidas entre os dois países e o entendimento entre as partes foram fundamentais.

Quando o Governo americano diz que faz X cumpre e quando o Governo ca-bo-verdiano se comprometeu a fazer Y também cumpriu.

Com isso, conseguimos criar uma base sólida de confiança entre os dois Governos. Este facto, extremamente benéfico, tem facilitado o trabalho do segundo Compacto. Working on the sholders of Giants, portanto, não esta-mos a descobrir nada, estamos apenas a melhorar o que já tinha sido iniciado, e isso ajuda muito.

Eu estou aqui há mais de três anos, mas as relações sólidas já tinham sido previamente estabelecidas e advêm do bom entendimento criado com o Parla-mento, o Governo, as autoridades locais, o sector privado e a sociedade civil.

Não posso contudo dizer que estou totalmente satisfeito no que diz res-peito ao nosso relacionamento com o sector privado e a sociedade civil. Aqui acho que ainda temos muito a fazer, pois queremos melhorar a vida das populações mais vulneráveis.

Por exemplo, com a sociedade civil achamos que, no âmbito do Fundo de Acesso Social (FAS), ainda podemos trabalhar mais, na medida em que juntos podemos desenvolver esfor-ços para melhorar a vida das pessoas mais vulneráveis. Neste âmbito, penso que podemos estabelecer uma relação mais estreita com as ONG.

Com o sector privado, acho que também não conseguimos trabalhar o suficiente para aproveitar e incentivar o interesse do sector privado. A polí-tica do MCC visa trabalhar na melho-ria do ambiente económico para que o sector privado possa desenvolver negócios e criar mais emprego. Acre-ditamos que a participação do sector privado no crescimento económico é critico para alcançar o desenvolvimen-to sustentável.

Por exemplo, quando desen-volvemos obras de melhoria do

“Os sectores de

intervenção são

definidos pelos países.

Nós só asseguramos que

os impostos pagos pelo

povo americano são

bem aplicados, que este

povo esteja orgulhoso

desta parceria e que

o dinheiro investido

beneficie efectivamente

o povo cabo-verdiano.”

Acto de lançamento da primeira pedra das obras do FASA, mindelo, São Vicente.

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Porto da Praia foi para, a longo pra-zo, criar condições para que o sector privado possa desenvolver negócios e dinamizar a economia do país com in-vestimentos para o futuro.

Um outro exemplo mais actual: quando apoiámos as actividades do projecto LAND, nomeadamente nos aspectos ligados à redução de tempo e custo e ganhos de eficiência na gestão e transação de propriedades, o objeti-vo era de permitir o desenvolvimento de negócios, melhorando o clima de investimentos no país.

Temos a consciência que estes pro-cessos levam algum tempo, mas esta-mos a criar as bases para que isso acon-teça e, por isso, reitero que devemos trabalhar em parceria. O Compacto está alinhado com a melhoria das bases para o crescimento económico. Acredito que podemos e devemos trabalhar com o sector privado para apoiar estratégias a curto prazo que este sector possa ter. Se houver uma área na qual o MCC pos-sa utilizar a sua influência para apoiar o sector privado a estimular e reforçar os resultados do nosso investimento, que-remos estar presentes.

Embora já não existam possi-bilidades do país receber um novo Compacto, o MCC perspectiva algu-ma forma criativa de colaboração futura com Cabo Verde, por exem-plo, para apoiar as iniciativas de atracção de investimentos privados americanos no país ou dinamizar o desenvolvimento das parcerias com o sector privado nacional ou ainda para a dinamização e aprofunda-mento da iniciativa AGOA?

O MCC não é um parceiro para cinco anos. É um parceiro para mais tempo. Mas não é só o MCC. Esta é uma ferra-menta que o Governo americano tem. A Embaixada está e sempre estará pre-sente em Cabo Verde, disposta a apoiar e fortalecer ainda mais os laços so-ciais e económicos existentes entre os nossos países. Para além das relações formais entre Governos, vemos todos os dias o apoio diário por parte de mi-lhares de cabo-verdianos – americanos investindo nas suas famílias bem como em empresas e negócios locais.

Eu acho que o melhor recurso de que Cabo Verde dispõe no mundo glo-bal da economia e do comércio é o po-

tencial do seu povo e o respeito pelo Estado de Direito e seus princípios fun-damentais. A nação cabo-verdiana e os seus Governos são uma vantagem para um país com parcos recursos naturais.

Destaco o ambiente de confiança que tem pautado as relações entre Cabo Verde e o MCC. Nós aqui sabemos que existe um verdadeiro compromis-so para que os investimentos sejam efectivos e que os resultados espera-dos sejam alcançados.

No que diz respeito ao AGOA, com toda a honestidade não me parece ser uma área onde Cabo Verde compete com muitas vantagens. O país possui vantagens claras no sector do turismo, mas na minha opinião Cabo Verde tem ainda de desbloquear plenamente o seu potencial como porta de acesso para a África Ocidental seja como central de transportes, centro regional de proces-samento de dados, ou outras áreas. O Governo dos Estados Unidos da Améri-ca está aberto e desejoso em apoiar o crescimento continuo e a prosperidade que Cabo Verde merece, sendo através do MCC ou de outros meios.

Estamos em vésperas de elei-ções no país. Como antevê a imple-mentação do segundo Compacto durante este período? Existem al-gumas e/ou recomendações?

Um dos aspectos que aprecio ver-dadeiramente no modelo do MCC e que penso ser muito diferente das ou-tras agências norte-americanas é que temos um quadro temporal de cinco anos para implementar os Programas.

Os objetivos e metas são previa-mente definidos durante o longo pe-ríodo de desenho e negociação, entre os dois países parceiros, do Compacto e os projectos que dele fazem parte. Esta estrutura fornece expectativas claras, estrutura e tempo para a execu-ção das actividades sem preocupações ligadas à mudança de prioridades, preferências políticas ou disponibili-dade de recursos financeiros. Findo esse período, devemos estar a operar de forma diferente com claras vanta-gens para o país beneficiário.

Perspectivas de cooperação futura

ENTREVISTA

Acto de lançamento oficial da Operação de Ca dastro Predial, Espargos, ilha do Sal

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Este é um programa do país, não é um programa de Governos ou de par-tidos políticos e, felizmente, têm sido excelentes as nossas relações com todos os partidos políticos em Cabo Verde.

Nós não temos nenhuma preocu-pação de que tudo vai decorrer com normalidade. Um outro aspecto que gostaria de enfatizar, durante o pro-cesso de desenvolvimento dos Com-pactos, é o trabalho com todos os players intervenientes no processo de desenvolvimento do país.

Os Conselhos Coordenador e Consul-tivo do MCA-CV II são prova disso: todos os sectores têm assento e voz no pro-cesso de implementação do Compacto, sendo o espaço onde se vai definir e tra-balhar para o desenvolvimento do país.

A condição do MCC para trabalhar com um país é que este tenha um am-biente politico favorável e um compro-misso claro com os principios democrá-ticos. Nós não dependemos de decisões de um partido ou outro, assim, nem eu, nem o meu Embaixador temos dúvidas relativamente a isso, a transição e as eleições são encaradas por todos como sendo um processo normal.

O ambiente em Cabo Verde é favo-rável, não dependemos de um só par-tido para implementar o Compacto. Dependemos sim de uma missão par-tilhada visando a redução da pobreza. O programa ora em implementação passou por um processo consultivo abrangente e isso dá-nos confiança de que tudo vai decorrer com norma-lidade. A maturidade política do país dá-nos conforto e as mudanças de/no governo são normais. Nós traba-

lhamos em sectores fundamentais e prioritários, razão pela qual podemos sempre trabalhar com todos, indepen-dentemente da cor política, porque to-dos nós almejamos o desenvolvimento de Cabo Verde e dos cabo-verdianos.

Enfatizo e dou graças a Deus por-que a nossa relação com todos os par-tidos existentes no país são boas e não tenho dúvidas de que esse processo vai decorrer com normalidade.

Como pode compreender, a ex-pectativa dos cabo-verdianos relati-vamente ao cumprimento cabal dos objectivos do segundo Compacto é grande. Na sua perspectiva, existem aspectos que merecem uma aten-ção e recomendações especiais do MCC, nomeadamente no que respei-ta ao cumprimento dos projectos WASH e LAND?

A expectativa deve ser grande, pois são projectos em sectores estratégicos. Eu estou feliz com estas expectativas porque nós também as temos. Quando o Governo dos Estados Unidos faz este tipo de investimento, as expectativas são muito elevadas relativamente

“A condição do MCC

para trabalhar com

um país é que este

tenha um ambiente

politico favorável e um

compromisso claro

com os principios

democráticos. “

Visita do Embaixador dos EUA à unidade de apoio à Operação de Cadastro Predial, Espargos Ilha do Sal

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ao sucesso a alcançar. É sempre bom que o povo pense da mesma forma.

Gosto sempre de dizer que a co-municação social e a sociedade devem colocar mais pressão sobre o MCC e sobre o MCA do que sobre qualquer outra entidade, mais do que sobre o Governo.

O povo cabo-verdiano deve pres-sionar para que estejamos conscien-tes de que devemos trabalhar sempre mais para que a população seja bene-ficiada, tenha mais água em casa ou tenha um título de propriedade. Estes aspectos são importantes no processo de apropriação do país.

Do nosso ponto de vista, devemos sempre trabalhar com mais eficiência e rapidez no processo de implementa-ção do Compacto. Existe procura para os nossos produtos e serviços, temos recursos financeiros, temos boa equipa e recursos humanos dedicados e inte-ligentes. A única coisa que não temos disponível é tempo. Para que a popula-ção sinta o impacto dos nossos serviços e do nosso investimento, temos que chegar mais rapidamente ao terreno.

Compreendo que este Compacto é um pouco diferente dos que temos desenvolvido em outras paragens e

até diferente do primeiro compacto, porque estamos a colocar mais enfase em reformas institucionais e políticas, algo quase invisível para a maioria da população. Falar do Código de Água às famílias cabo-verdianas é diferente de executar obras na rua. As pessoas compreendem mais quando são obras de estradas, portos etc., porque têm mais visibilidade. Porém, um factor importante é a sustentabilidade das obras e do investimento. Para tal, as reformas são necessárias.

Agora, com o desenvolvimento do Projecto LAND, com a Operação de Ca-dastro Predial, com o desenvolvimento do Projecto WASH, através das obras do FASA e do FAS, as pessoas poderão ver alguma movimentação, há mais empre-go no terreno e nas diferentes localida-des. O que queremos é que elas partici-pem e nos dêem sempre o feedback, o que sabemos não é tarefa fácil.

Mas fazer um bom contracto, es-truturar um ambiente favorável e efi-ciente também não foi fácil, tivemos que trabalhar durante algum tempo no backoffice para que hoje as pessoas começassem a ver esse trabalho de terreno. O enfoque nas reformas polí-ticas e institucionais não foi tarefa fácil

e há poucos parceiros a querer traba-lhar nessas áreas.

Um aspeto fundamental preconiza-do pelo MCC é trabalhar com e dotar os países visando dotá-los de reformas políticas e institucionais adequadas, criticas para o crescimento sustentá-vel. Quando cheguei cá, achei que isso ia levar mais tempo do que dois anos e meio, e que não íamos conseguir cum-prir a tempo. Posso dizer que estamos mais avançados nas áreas de reformas políticas e institucionais. Mais de vinte peças legislativas nos sectores de água e gestão do território foram aprova-das, conseguimos ter a Agencia Nacio-nal de Agua e Saneamento - ANAS e o Instituto Nacional de Gestão do Terri-tório - INGT a funcionar em pleno, es-tamos já a instalar a empresa Águas de Santiago, o trabalho com a ELECTRA está no bom caminho e os centros de mediação estão legalmente criados.

É impressionante! Eu não sei como o MCC desenvolveria tudo isso em ou-tros países, mas, graças a Deus, tenho a satisfação de dizer que aqui as coisas funcionam. Estamos mais avançados do que inicialmente pensamos, conhe-cendo as dificuldades e desafios das reformas politicas e, e ainda estamos a

ENTREVISTA

Assinatura do auto de consignação da obra do FASA, nascente do encontro, ilha Brava

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tempo de cumprir, com sucesso, o se-gundo Compacto.

Tendo em conta que Cabo Verde está a meio do processo de imple-mentação do segundo Compacto e que cumpriu com sucesso o pri-

meiro Compacto que informações, lições gostaria de partilhar com os seus colegas de outros Compactos?

Sempre que me desloco a Washin-gton e estou com os meus colegas que, como eu, gerem programas do MCC em outros países, penso muito nisso. Acho que se o MCC quiser que o mo-delo tenha enfoque em reformas, e penso que esta será uma orientação para o futuro, é muito importante a es-colha um parceiro que não somente é capaz, faça apenas as coisas correctas ou apenas aplique bem o dinheiro. Se os países não sentem que o progra-ma é de grande importância nacional é melhor nem assinar o Compacto. Se as pessoas apenas falam de refor-mas sem apropriação nacional, sem a apropriação dos Governos e de todas as instituições nacionais, acho melhor não iniciar o processo.

Na minha perspectiva, o grande exemplo que Cabo Verde dá ao mun-do é isso: a apropriação dos processos por parte do país. O MCC não pode im-por uma iniciativa de reforma política; terão que ser os países a querer assu-mir esse compromisso. Aqui, desde o Chefe de Estado ao beneficiário do local X, temos gente com vontade de avançar e isto dá-nos confiança por-

que, para além do compromisso insti-tucional, há o compromisso pessoal de todos que, directa ou indirectamente, estão ligados ao segundo Compacto.

Existe alguma questão comple-mentar que gostaria de abordar?

Especialmente durante o próxi-mo ano (2016), ano em que vamos assinar vários contratos, acho muito importante destacar que o povo deve continuar a exigir e a auditar o nosso desempenho. Sabemos que estare-mos em período de eleições, poderão aparecer algumas dificuldades, mas a nossa relação de confiança com os be-neficiários não poderá ser defraudada.

Quando entro em casa dos bene-ficiários, converso com eles e verifico que a família teve acesso à água e/ou a uma casa de banho, volto ao escritório com mais energia para continuar a de-senvolver o meu trabalho e sinto que temos de facto uma relação de con-fiança. Por essa razão, reitero que a su-pervisão e o controle das populações ajudam-nos a trabalhar melhor e que devemos continuar juntos no processo de implementação do compacto com êxito para efectivamente melhorar as condições de muitas cabo verdeanas e cabo verdeanos.

“Aqui, desde o Chefe de

Estado ao beneficiário

do local X, temos

gente com vontade de

avançar e isto dá-nos

confiança porque, para

além do compromisso

institucional, há o

compromisso pessoal

de todos que, directa ou

indirectamente, estão

ligados ao segundo

Compacto.”

Kenneth Miller com o Presidente da Câmara Municipal do Maio

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O maior desafio do FASA é garantir mais qualidade,regularidade, eficiência e equidade no acesso à água

No âmbito do Projecto Água, Saneamento e Higiene (WASH), o Millennium Challenge Account – Cabo Verde II vem desenvolvendo, em par-ceria com diversas entidades nacio-nais, um conjunto de acções, visando implementar uma reforma ao sector de água e saneamento.

As principais actividades do Projec-to Água, Saneamento e Higiene (WASH) vão permitir uma reforma institucional e de regulação do sector e a garantia de sustentabilidade das instituições/empresas existentes no país de âmbi-to nacional, assim como uma reforma dos provedores de serviço do sector de

âmbito municipal e a criação do Fundo de Financiamento de Estudos e Obras para o Sector de Água e Saneamento (FASA) destinado à criação de infraes-truturas de suporte à reforma.

O FASA tem como objetivo prin-cipal ajudar a criar condições de sustentabilidade para as empresas que operam no sector de água e sa-neamento em Cabo Verde, através do financiamento de estudos, projectos técnicos e de infra-estruturas, sendo esta uma área em que a priorização e seleção das melhores propostas re-presenta uma etapa fundamental na gestão do processo.

A viabilidade técnica dos projectos, o efeito ambiental subjacente, o retor-no social, a integração económica e de género constituíram os critérios utiliza-dos para melhor avaliar e selecionar os projectos que deverão, com equilíbrio, dar corpo aos objetivos pretendidos rumo à sustentabilidade das empresas e à disponibilidade e acesso à água e sa-neamento em qualidade e quantidade recomendável, conforme orientações do Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento - PLENAS.

No âmbito do FASA, o financiamento dos projectos foram divididos em duas tranches, tendo a primeira sido destinada

Projecto WASh

Primeiro‑minstro de Cabo Verde, José Maria Neves e o Embaixador dos Estados Unidos de América, Donald L. Heflin no acto de lançamento da primeira pedra da Etar de Santa Maria, Ilha do Sal

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O maior desafio do FASA é garantir mais qualidade,regularidade, eficiência e equidade no acesso à água

Quadro de Gestão Ambientale Social do FASA

Durante a fase de desenho do pro-jecto WASH, foram identificados alguns constrangimentos no que toca à gestão ambiental em Cabo Verde. De entre esses constrangimentos, destacam-se a ausência de avaliação ambiental e social estratégica do sector WASH ao nível nacional, regional e local, a exis-tência de regulamentos legais sobre qualidade de água desfasados da rea-lidade de Cabo Verde e a ausência de procedimentos harmonizados ao nível nacional e local para monitorização da qualidade da água.

Persistem, por outro lado, lacunas importantes entre o Regime Jurídico de a Avaliação de Impactes Ambientais (AIA) em Cabo Verde e os Requisitos Ambientais do MCC, entre os Indica-dores de Desemprenho do IFC e os O.P 4.12 do Banco Mundial relativos ao Rea-lojamento Involuntário.

A identificação das lacunas ao ní-vel do regime jurídico de AIA deu ori-gem à forma como o Quadro de Gestão Ambiental e Social (ESMF) do FASA foi desenhado. O ESMF é uma ferramen-ta que foi desenvolvida de modo a que os projectos financiados no âmbito do Fundo de Água e Saneamento (FASA) sejam geridos de acordo com os pa-drões de sustentabilidade ambiental e social adoptados pelo MCC e pelo Esta-do de Cabo Verde e que se encontram reflectidos nos objectivos estratégicos do Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento e a respectiva Avaliação Ambiental e Social Estratégica.

O objectivo da ferramenta é minimi-zar os potenciais riscos de segurança,

saúde e ambiente resultantes da im-plementação de projectos, ao mesmo tempo que se edificam as bases para as melhores práticas de gestão ambiental e social.

O ESMF foi concebido de tal forma que os projectos da primeira tranche passaram por um processo de selecção, com base em critérios ambientais e so-ciais, e uma definição de âmbito, que de-terminou a abordagem social e ambien-tal à qual os projectos deveriam estar sujeitos durante todo o seu ciclo de vida.

Como resultado, foram elaborados Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS) e Planos de Saúde e Segurança (PSS), que estão a ser implementados durante as obras dos projectos da pri-meira tranche do Fundo de Água e Sa-neamento (FASA).

Nos PGAS, foram também aborda-dos temas relacionados com questões de reassentamentos, tanto físicos, como económicos, tendo ocorrido um caso de compensações monetária.

Para melhorar o desempenho dos empreiteiros, fiscais e demais interve-nientes nas obras do FASA e também do Fundo de Acesso Social (FAS), o PGAS e o PSS contemplam e têm sido ministradas formações nas áreas am-bientais e de saúde e segurança no trabalho. É seguro afirmar que, até ao momento, o objectivo de minimizar os riscos de segurança, saúde e ambiente, inerentes às obras da primeira tran-che têm sido alcançados. A ferramenta será, igualmente, aplicada aos projec-tos da segunda tranche recentemente lançados a concurso.

a financiar estudos e obras que estão sendo desenvolvidos nas ilhas do Maio, Santiago, Brava, Fogo, São Vicente e Sal.

No valor de cinco milhões de dó-lares, a primeira tranche do FASA permitiu alocar fundos para o desen-volvimento de infra-estruturas de tra-tamento de água na ilha Brava, substi-tuição de condutas de água na ilha do Fogo, a construção de infra-estruturas de distribuição de água na ilha de São Vicente e expansão de rede de esgoto e melhoria da ETAR de Santa Maria, na lha do Sal, bem como a elaboração de estudos de saneamento nas ilhas de Santiago e São Vicente, que deve-rão ser concluídos ainda no decorrer do ano 2015.

O estudo económico e financeiro para a criação da empresa muni-cipal de águas do Maio também já foi concluído, devendo as obras nas ilhas da Brava, Fogo, São Vicente e Sal estarem concluídas em 2016.

Relativamente à segunda tranche, o Conselho Coordenador do MCA-Cabo Verde II aprovou em Abril deste ano um pacote de projectos no valor de 16 milhões de dólares a serem financiados pelos fundos do FASA. Estes fundos vão permitir apoiar as empresas que ope-ram os sistemas de água e saneamento a garantir a sustentabilidade dos seus negócios, através do financiamento de infra–estruturas relacionadas.

O envolvimento dos municípios, das empresas de água e saneamento e particularmente da comissão insta-ladora da empresa Águas de Santiago tem permitido a cedência de informa-ções relevantes para a preparação dos cadernos de encargo com particular destaque para a definição e consen-sualização do âmbito dos projectos.

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As DirectrizesSociais e deGénero do FASA

O sucesso de qualquer projeto de infraestruturação de água e saneamento depende de um bom dimensionamento e execução técnica da obra, mas também, do nível de envol-vimento e de adesão da população, e da sua mudança de atitudes e comportamentos. Existem muitas barreiras que se podem converter em riscos ao impacto positivo esperado com a infraestruturação, caso não sejam devidamente com-preendidas e alvo de intervenção através do trabalho social e de ações de IEC a serem implementados em paralelo com a realização das obras de infraestruturação. Por exemplo o fraco conhecimento, por parte da população dos benefícios de que o acesso a água e saneamento possam trazer em ter-mos de higiene e saúde, ou ainda, a capacidade financeira das populações mais vulneráveis em aceder a infraestru-turação que passa a estar disponível na comunidade (cus-tos de ligações domiciliárias ultrapassam a capacidade dos mais pobres de financiarem ligações domiciliárias de água e ou saneamento).

Nesse sentido, os trabalhos Sociais e as atividades de In-formação, Educação e Comunicação (IEC) são um comple-mento necessários dos investimentos em infraestruturas, para que estas funcionem adequadamente.

A integração da Componente Social e de Género nos pro-jetos das Categorias II (Melhorias dos Sistemas) e III (Ex-pansão de Sistemas) do FASA é imprescindível e visa não só o alcance do objetivo de Equidade Social e de Género traça-do pelo Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento (PLENAS), mas igualmente que esses projetos tenham um impacto positivo na saúde e situação socioeconómica dos agregados familiares. O MCA CV II inovou em relação a im-plementação de projetos de infraestruturação ao integrar nos Cadernos de Encargos das obras do FASA as Especifica-ções Sociais e de Género dando informações e orientações metodológicas necessárias à elaboração, planeamento, im-plementação, monitorização dos Trabalhos Sociais e da es-tratégia de IEC a ser implementadas durante as obras.

As Empresas concorrentes às obras do FASA são obri-gadas a apresentar equipas técnica interdisciplinar com os tradicionais Diretores de Obras e Engenheiros necessários para execução da empreitada, mas também uma equipa de Especialista da área Social (Cientistas Sociais, Inquiridores

e Animadores Comunitários), um plano Metodológico e de Atividades bem como um orçamento para a execução dos Trabalhos Sociais e de IEC.

As Especificações Sociais e de Género dos Cadernos de Encargos do FASA integram os seguintes eixos de interven-ção que variam de obra para obra sendo previstos nas obras de Categoria II apenas as alíneas a) e b) e nos de Categoria III as alíneas a) a d):

a. Disgnóstico Social e de Género, bem como, levanta-mento das necessidades de IEC e pesquisa qualitativa de Audiência;

b. Implementação de uma estratégia de Informação, Edu-cação e Comunicação (IEC).

c. Elaboração e Implementação de estratégias comuni-tárias de financiamento de ligações domiciliárias das famílias vulneráveis incluído, como por exemplo o desenho de programas de mutualismos, de microcré-dito entre outras soluções que deverão ser identifica-das junto da comunidade, sociedade civil organizada, população e operadoras e negociação com Operadora para a criação das condições de pagamento mais ade-quadas a este grupo-alvo;

d. Elaboração de um plano participativo de melhoria do abastecimento de água junto das comunidades dentro do Bairros beneficiários do projeto onde a expansão da rede não se traduzira em futuras ligações domiciliária por razões técnicas.

Projecto WASh

Visita do vice‑presidente adjunto do MCC, Jonathan Bloom à residência de uma benificária do FAS

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SANTIAGOSão Miguel: Melhoria e exten-

são da rede de água no município abrangendo as zonas de Pilão Cão, Espinho Branco e Mato Correia.

Praia: Ampliação das redes de água em 10 bairros periféricos da Cidade da Praia para beneficiar os bairros de Trindade, Simão Ribeiro, Jamaica, São Paulo, Monte Babosa 1 e 2, Encosta de Achadinha Cima, Alto Safende, São Filipe e Marrocos.

Praia/São Domingos: Projecto de interconexão do sistema de abas-tecimento de água de Ponta de Água/Monte Vaca/Ribeirão Chiqueiro em São Domingos/Palha Sé (aeroporto)/Achada Grande de Traz e Frente.

Praia: Beneficiação da Estação de Tratamento de Águas Residuais - ETAR do Palmarejo.

Ribeira Grande de Santia-go: Melhoria dos subsistemas de Abastecimento de Águas Verdes/Lapa Cachorro/Achada Loura, cuja execução vai garantir quantidade e qualidade de água às populações de Quebrada/Santana, Calabaceira da Ribeira Grande, Cidade Velha, Alto Gouveia e Porto Gouveia.

Segunda tranche do FASA: Projectos aprovadospelo Conselho Coordenador do MCA-Cabo Verde II

FOGOExtensão da rede de água de Campanas de Baixo/Atalaia/Ribei-

ra Ilhéu/Rotcha Fora/Fajãzinha e de Mosteiros Trás/Corvo/Achada Grande/Relvas e Mosteiros Trás/ Madjada.

SÃO VICENTEExtensão de rede pública de

esgotos nas zonas suburbanas da Cidade do Mindelo, proposta pela Câmara Municipal e que vai be-neficiar as localidades de Ribeira Julião, Atrás do Cemitério/Sul do Cemitério, Bela Vista/Pedreira, Chã de Alecrim, Fernando Pó, Fon-te de Inês/Espia, Orta Seca, Pedra Rolada, Ribeira de Craquinha, Ri-beira Julião, Ribeira do Passarão, Ribeirinha e Vila Nova Lombo de Tanque.

SANTO ANTÃO

Melhoria do sistema de cap-tação e distribuição de água para abastecimento público no concelho do Paúl. O projecto vai contemplar todo o Vale do Paúl e Janela, incluin-do os centros urbanos do Eito, Vila das Pombas e Pontinha de Janela.

Melhoria do sistema de captação, adução e distribuição de água potá-vel em Costa Leste e Planalto Leste. O projecto abrange os três municípios da ilha, mais especificamente as zo-nas de Costa Leste (Pinhão de Cima e Pinhão de Baixo) e Planalto Leste (Es-ponjeiro, Lombo de Figueira, Ribeirão Funda e Pico da Cruz).

MAIOMelhoria dos sistemas de dis-

tribuição, incluindo a interligação entre os três subsistemas existen-tes de distribuição de água, para abastecer toda a ilha.

Santa Catarina de Santiago: Me-lhoria do sistema de abastecimento de água à localidade de Ribeira da Barca contemplando uma conduta de água, do Furo FST 954 em Achada Fora até Ribeira da Barca, incluindo melhoria na rede de distribuição na localidade de Ribeira da Barca.

Santa Cruz: Subsistema de Abas-tecimento de Água da Cidade de Pedra Badejo, que visa melhorar a Estação de Tratamento de Água - ETA, substituir a conduta de Achada Igreja até Ponta Achada e melhorar a estação elevatória de Ponta Achada.

São Lourenço dos Órgãos: Am-pliação do subsistema de abasteci-mento de água de João Teves/Órgãos, no âmbito da qual será construída a estação elevatória de Sanguna/Palha Carga e reservatórios e rede de distri-buição de água.

São Salvador do Mundo: Melho-rias no subsistema de Abastecimento de Água de Achada Igreja, Achada Lei-tão e Pico Freire e construção da nova rede pública de distribuição de água na zona de Chão de Taberna.

Tarrafal de Santiago: Melhoria do subsistema de abastecimento de Água do Tarrafal, de Chão Bom, Ribeira da Prata, de Achada Moirão, de Biscai-nhos e Achada Tenda.

Projectos submetidos pela Empresa Águas de Santiago

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A Taxa de Rentabilidade Económica do FASAÉ cada vez mais reconhecido interna-

cionalmente que a água é um recurso es-casso, seja decorrente de suas limitações relacionadas à quantidade, seja decor-rente das suas limitações relacionadas à qualidade.

Cabo Verde é dos países com maior escassez quantitativa de água, ligada à fraca pluviometria da região do Sahel, onde se localiza. A escassez qualitativa não é o foco principal, mas é um proble-ma adicional, uma vez que a escassez implica a não continuidade do serviço e, por conseguinte, a deterioração da qua-lidade do produto água.

Para equacionar o problema relati-vo ao desequilíbrio entre a demanda e a oferta de água que a escassez impõe, o país vem explorando novos recursos, especialmente a dessalinização para o aumento da capacidade do sistema. Para equacionar o problema da qualidade do produto e do serviço, está em curso uma reforma institucional complementada com investimentos em infra-estruturas de reabilitação e extensão dos sistemas de abastecimento de água e saneamento. Entretanto, o aumento da capacidade do sistema passa, também, pela conserva-ção e realocação da água, principalmen-te quando os recursos financeiros e a água, em si, são ambos escassos.

O FASA é o mecanismo criado para financiar as melhorias e a extensão das

infra-estruturas do sector de água e sa-neamento. Este financiamento segue a lógica de racionalidade económica na alocação de recursos públicos, isto é, de os utilizar de forma mais efectiva, para que promova maior bem-estar económi-co dos indivíduos.

Nessa ótica de financiamento, todos os projectos foram submetidos à análise financeira e económica, que se resume no cálculo da Taxa de Rentabilidade Eco-nómica, ou seja, na estimação de uma taxa de desconto (r), à qual os benefícios económicos totais igualam aos custos económicos, ao longo do tempo. Para tal cálculo, na análise financeira dos projec-tos, consideram-se todos os custos (in-vestimentos e operacionais) e receitas, avaliados a preços de mercado.

Na análise económica, são avaliados os benefícios sociais decorrentes da im-plementação de cada projecto de água e/ou de saneamento, que tornam o pro-cesso decisório de natureza social, pois em geral, espera-se que os projectos possam proporcionar os seguintes be-nefícios: redução de doenças de origem e escassez hídrica; redução de tempo de busca de água pelas meninas e mulhe-res; melhoria dos hábitos e atitudes da população beneficiária, com respeito ao uso e conservação da água; melhoria de renda dos agregados beneficiados, em especial das mulheres que são respon-

sáveis pela apanha da água; promoção do desenvolvimento económico, social e intelectual das comunidades, através da melhoria das condições sanitárias; e promoção de benefícios ambientais.

Em rigor, a análise económico-fi-nanceira dos projectos de água e sa-neamento estima o impacto que a im-plementação de cada projecto exercerá sobre a situação actual das operadoras, agregados familiares e comunidades beneficiárias. A medida deste impacto é feita através da óptica incremental, segundo a qual o impacto do projecto é expresso pela diferença entre a situa-ção com o projecto e a situação sem o mesmo. Gera-se, portanto, um fluxo de caixa incremental que expressa o im-pacto do projecto, a partir do qual se calcula a Taxa de Rentabilidade Econó-mica.

Seguindo a lógica de racionalidade económica na utilização dos recursos do FASA, são seleccionados os projectos cuja Taxa de Rentabilidade Económica excede os 12%, ou seja, os mais efecti-vos, os que promovem maior bem-estar económico dos agregados familiares. Em resumo, os projectos seleccionados pelo MCA-CVII, no âmbito do FASA, são os que darão maior retorno económico e financeiro e que mais contribuirão para a redução da pobreza através do cresci-mento económico.

Projecto WASh

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No processo de implementa-ção/execução das actividades no âmbito do Projecto Água Higiene e Saneamento (WASH)/Fundo de Água e Saneamento (FASA), Tran-che 2 e 3, o MCA-CV II optou por lançar concursos públicos - Com-petitive Bidding - utilizando a opção de aquisições: “Contratos Chave na Mão” ou “Contratos Pro-jecto/Obras´´- ´´Turnkey or Design and Build Contracts´´.

Estes contratos permitem que a elaboração do projecto, o forneci-mento e instalação de equipamen-tos e a execução de obras sejam da responsabilidade dos concorrentes (consultores/empreiteiros), no âm-bito de um único contrato.

Por se tratar de contratos para a realização de obras de água e sa-neamento, não foi possível prepa-rar previamente as especificações técnicas completas, pelo que foram facultadas aos concorrentes as prin-cipais ideias do projecto pretendido bem como informações considera-das relevantes e disponíveis.

Por isso, as propostas dos con-correntes deverão prever e contem-plar todos os trabalhos necessários à boa execução do projecto, dentro do âmbito definido nos cadernos de encargo. Adicionalmente, o con-corrente deverá apresentar, junta-mente com a sua proposta (técnica e financeira), o projecto preliminar, o plano geral dos trabalhos, o cro-

nograma de actividades (incluin-do taxas e quantidades), a lista de equipamentos afectos à obra, in-cluindo as características técnicas dos mesmos, por forma a satisfazer os requisitos técnicos mínimos exi-gidos, e os cadernos de medições detalhados.

Este tipo de contrato segue as mesmas etapas do processo de pro-curement para os concursos de exe-cução de obras previstos no Manual de Procedimentos de Aquisições (PPG) do Millennium Challenge Corporation (MCC PPG), disponível em www.mcc.gov, com a particu-laridade de, na avaliação das pro-postas, se tomar em consideração o projecto e a execução das obras.

Processo de aquisiçõesda segunda tranche do FASA

Assinatura do contracto para a realização de obras do FASA em São Vicente

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A importância do Fundo de Acesso Social“O cabo-verdiano precisa

tomar consciência que cada gota conta.

Paradoxalmente, não temos água e temos uma relação muito estranha com a água (…) Gastámos mais do que devíamos. Precisamos melhorar grandemente a gestão da água.”

José Maria Neves*

O Fundo de Acesso Social (FAS), enquanto parte integrante do Fundo de Água e Saneamento (FASA), é finan-ciado no âmbito do Segundo Compacto do MCA Cabo Verde e tem como prin-cipal objectivo proporcionar o acesso aos serviços de água e de saneamento às populações vulneráveis das comuni-dades urbanas, peri-urbanas e rurais, figurando-se como uma resposta rápi-da e eficaz às necessidades dessas po-pulações e seus respectivos agregados familiares.

As intervenções do FAS consistem em duas tipologias. Tipologia 1: Ligação à rede de Água e Tipologia 2: Ligação à rede de esgotos e/ou fossa séptica e ins-talação de kit sanitário. As mesmas têm como público-alvo os agregados fami-liares vulneráveis das ilhas de Santiago, Santo Antão e São Vicente, abrangendo, numa primeira fase, 4.000 agregados fa-miliares, ou seja, 24.000 beneficiários, sendo, 2.800 ligações à rede de água e 1.200 ligações à rede de esgoto e/ou fos-sa séptica.

O FAS conta com o financiamento dos fundos do compacto do Millennium Challenge Corporation (MCC), no valor de USD 1.9 milhões (cerca de 152 mi-lhões de escudos CV) e uma parceria pri-vada com a Replenish Africa Initiative, a Global Environment & Technology Fou-ndation e a The Coca-Cola Africa Foun-dation, com o montante de USD 400 mi-lhões (cerca de 84 milhões de escudos CV), sendo que, em Cabo Verde, a repre-

sentante da organização é a Cavibel Coca Cola Bottling Company.

Para além deste parceiro privado, o fundo é aberto a novas parcerias e fun-ciona na base de subvenção. As ONG executoras estabeleceram parcerias nos seus municípios de intervenção com as operadoras de água e com as Câmaras Municipais.

As actividades de ligações domici-liárias do fundo iniciaram-se em No-vembro de 2014, beneficiando famílias

dos municípios da Praia, São Domingos, Santa Catarina, Santa Cruz e Tarrafal, em Santiago, e do Porto Novo, Ribeira Gran-de e Paul, em Santo Antão, e algumas lo-calidades de São Vicente. Até o mês de Julho de 2015, o fundo permitiu ligar à rede domiciliária de água mais de 1.800 famílias e à rede de esgotos mais de 900, estando a cerca de 80% de realizações do total previsto no projecto.

Das constantes sessões de trabalho e de reuniões semanais de seguimento dos

Projecto WASh

Primeiro‑minstro de Cabo Verde, José Maria Neves e benefiária do FAS, Mindelo, São Vicente

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A importância do Fundo de Acesso Socialtrabalhos no terreno com as ONG execu-toras deste projecto, percebe-se que o tra-balho vem-se desenrolando normalmente, apesar de alguns obstáculos e dificulda-des, uma das quais se prende com o tempo de execução do projecto no seu todo, que é de 10 (dez) meses, devendo todos os trabalhos de ligações domiciliárias serem concluídos em Setembro de 2015.

Para além disso, os beneficiários de-verão comparticipar com cerca 20% do orçamento total previsto para cada tipo de intervenção, sendo que nem sempre têm essa disponibilidade financeira, si-tuação que as ONG conseguiu ultrapas-sar, quer com o estabelecimento de par-cerias em cada localidade e município de intervenção, quer através de outro tipo de comparticipação dos beneficiários, como seja através de mão-de-obra e ma-teriais.

Apesar de estar a cerca de 80% de realizações, é visível o impacto do pro-

jecto na qualidade de vida dos seus beneficiários, muitos deles bastante satisfeitos, pois, de outra forma, não conseguiriam ter acesso à água e à rede de esgotos e/ou ao kit sanitário.

Numa das nossas várias visitas ao terreno, uma beneficiária confirmou que, desde a ligação da sua casa à rede de esgotos, que a permitiu desativar a sua fossa séptica e respectiva instalação do kit sanitário, ela se sente feliz e con-tente, pois terminaram os seus dias de sofrimento, que ocorriam principalmen-te quando a fossa séptica entupia e pre-cisava pagar todos os meses para o seu esvaziamento, para além das suas crian-ças agora terem mais segurança, como-didade e dignidade na sua própria casa.

De realçar que todas as actividades desenvolvidas no âmbito do Fundo de Acesso Social comportam fortes acções de Informação, Educação e Comunica-ção (IEC), cobrindo nomeadamente:

(a) o uso e utilização das casas de ba-nho e sanitários; (b) conservação e desinfecção de água; (c) cuidados de higiene na utilização de sanitários; (d) uso racional de água disponível; (e) educação para a gestão do orçamento doméstico; (f) consciencialização para o pagamento dos serviços de água e saneamento; (g) noções de cidadania/prevenção ao roubo nos serviços de água; (h) prevenção de doenças trans-mitidas pela água (por exemplo den-gue, paludismo, diarreia, etc.).

As ONG receberam formação sobre o assunto e foi produzido um Manual de Informação, Educação e Comunica-ção em Água e Saneamento, que servirá como guia do trabalho no terreno, além de uniformizar as metodologias de in-tervenção.

*Primeiro-ministro de Cabo Verde,por ocasião do acto oficial de lançamento do FAS, na

Cidade da Praia, em 22 de Outubro de 2014.

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O Fundo de Acesso Social (FAS) foi concebido para proporcionar o aces-so à água e saneamento pelas popu-lações vulneráveis das comunidades urbanas, peri-urbanas e rurais, finan-ciando projectos de ligações domici-liárias a água e ao saneamento, que possam dar resposta rápida e eficaz às necessidades desses agregados fa-miliares.

A definição básica de vulnerabi-lidade refere-se (R. Rivera, 2012) às características de uma pessoa ou gru-po e a sua situação, que influenciam a sua capacidade de antecipar, lidar, resistir e recuperar-se de uma amea-ça, o que nos remete a uma relação de interacção entre esses dois elementos, pelo que a vulnerabilidade se define sempre em relação a uma determinada ameaça e à capacidade de resposta do grupo alvo à mesma.

Ou seja, é o estado no qual grupos ou indivíduos se encontram destituí-dos de capacidade para ter acesso aos equipamentos e oportunidades so-ciais, económicas e culturais ofereci-dos pelo Estado, mercado e sociedade.

A pessoa ou o agregado familiar está em situação de vulnerabilidade social quando apresenta condições precárias de moradia e saneamento e impossibilitada e está impossibilitado de partilhar dos bens e recursos ofe-recidos pela sociedade e de usufruir dos seus direitos.

Para se garantir que os vulneráveis sejam devidamente identificados no quadro dos projectos sociais, existe

um mecanismo denominado de Focali-zação Social, Social Targeting, que deve ser uma abordagem a mais transpa-rente possível e baseada em critérios utilizados para justificar que pessoas/famílias devem ou não receber deter-minado benefício. Para tal, define-se um mecanismo de como identificar as pessoas, agregados familiares ou gru-pos a serem elegíveis a determinado benefício.

Pobreza: geralmente focada nos agregados e utilizam critérios de (baixo) rendimento, consumo e bens.

Categoria Social: foca-se em indi-víduos que pertencem a determinado grupo social ou demográfico, designa-damente idosos, mulheres, crianças, pessoas portadoras de deficiência, grupos demográficos, etc. e envolve indicadores mais facilmente observá-veis através de variáveis dicotómicas. Por exemplo, as pessoas fazem parte de uma categoria social ou não (jovem, criança, idoso, etc.).

Espaço geográfico: seleccionam-se divisões administrativas (região, concelho, freguesia ou zona) onde a pobreza é reconhecida como crónica ou na base de outros critérios conheci-dos como crónicos, a saber propensão para sismos, insegurança alimentar, inundações, etc.

Um dos grandes desafios de pro-jectos sociais similares ao FAS é a operacionalização da focalização social, ou seja, que a identificação dos participantes seja feita de forma transparente com o mínimo de mar-

gem de erro, seja de exclusão ou de inclusão, possível.

No caso do FAS, optamos como uni-dade de focalização social o agregado familiar em que a medição da vulnera-bilidade e a identificação dos agregados nessa situação priorizam a análise da in-tensidade da ameaça e a sua relação com as condições materiais dos mesmos. Propomos que, neste caso, a vulnerabi-lidade seja associada à pobreza e à cate-goria social, tendo o geográfico também sido utilizado para mapear os bairros onde a pobreza é reconhecida.

O Mecanismo de Focalização Social do Fundo de Acesso Social - FAS

Principais Abordagens de Focalização Social

Projecto WASh

Visita do director adjunto do MCC à residência de uma beneficiária do FAS

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Parâmetros de medição do FAS Tendo em atenção essas noções, o procedimento mais adequado

para desenvolver os critérios de vulnerabilidade é avaliar as condições socio-económicas dos agregados familiares. O MCA Cabo Verde II defi-niu no Manual de Operações o seguinte:

Critérios de vulnerabilidade social • Sem acesso ou insuficiente acesso à rede de água de quali-

dade e segura;• Distância do chafariz à residência superior a 250metros –

10minutos (incluindo o tempo de procura, fila e transpor-te);

• Sem acesso ou deficiente acesso aos sistemas de saneamen-to;

• Com pessoas dependentes e que precisam de assistência per-manente (idosos, doentes, deficientes-precisa assistência);

• Sem contrato de ligação de água; • Sem contrato de ligação à rede de esgoto e sem sanitários

(sanitas); • Dificuldades de acesso aos serviços de saúde e de proteção

social;• Idosos isolados.

Critérios de vulnerabilidade económica• Rendimento inferior ou igual a 180$00 pessoa/dia (limiar da

pobreza);• Fraca capacidade de gerar recursos;• Sem emprego ou auto-emprego;• Servidos por auto-tanque;• Agregados familiares numerosos (superior a 5 elementos)

com fraco ou nenhum rendimento;• Famílias monoparentais pobres chefiadas por mulheres.• Critérios de recolha dos indicadores

Independentemente do mapeamento dos pobres e vulneráveis, bianualmente realizado pelo INE, contendo indicadores como limiar da pobreza, repartição por ilha e concelho, meio rural e urbano, desa-gregados por sexo, faixa etária e outros parâmetros de bem-estar co-mummente conhecidos por QUIBB, o proponente deverá, no âmbito da preparação dos projectos de água e saneamento, realizar diagnósticos sociais visando:

A definição da elegibilidade das famílias, de acordo com a definição do conceito supracitado;

Os dados recolhidos através dos diagnósticos sociais serão sociali-zados e validados pelas comunidades de intervenção do projecto, me-diante a elaboração e assinatura da competente acta e lista de presen-ças. Essa acta deve estar anexa à ficha de candidatura.

Satisfazendo pelo menos dois dos critérios, um de vulnerabili-dade social e outro económico, o candidato será considerado po-tencial beneficiário. A identificação final dos beneficiários passa por um processo de validação, que envolve as ONG executantes do projecto, as associações de base comunitária, as operadoras e as Câmaras Municipais.

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O papel do Instituto Nacional de Gestão do Territóriona Operação de Clarificação de Direitos e Limites – Operação de Cadastro Predial

Projecto lAND

O Instituto Nacional de Gestão do Território, INGT, é a autoridade de execução

do cadastro predial em todo o território de Cabo Verde.

O Cadastro Predial é um sistema de registo administrativo dos limites e di-reitos associados aos prédios existentes no território nacional. Enquanto siste-ma único e harmonizado, de aplicação multifuncional, o cadastro permite que cada prédio, público ou privado, esteja plenamente identificado, delimitado e ligado a um titular com a clara indicação dos direitos que possui. Portanto, é um sistema fundamental para a salvaguarda dos direitos dos cidadãos, introduzindo maior transparência e segurança jurí-dica nas transações imobiliárias, com ganhos de eficiência para a economia nacional.

O Projecto de Gestão da Proprie-dade para Promoção do Investimento, vulgarmente conhecido por projecto Land, gerido pelo Millennium Challen-ge Account – Cabo Verde II e financia-do pelo Millennium Challenge Coorpo-ration em 17.2 milhões de dólares, é o mecanismo que vem viabilizando a instalação de um processo sistemático de Cadastro Predial em Cabo Verde.

Trata-se de um projecto que en-volve duas fases: Estabelecimento das Bases Legais Institucionais e Proces-suais e a Clarificação dos Direitos e Confrontações em ilhas de alto poten-cial turístico (Sal, Boa Vista, Maio e São Vicente).

A fase de estabelecimento das ba-ses legais e institucionais, da qual sur-giu o INGT, foi concluída em 2014. A segunda fase iniciou com a execução da operação do cadastro predial, ten-do a ilha do Sal como piloto. O proces-so piloto, que decorre desde Maio de

2015, deve estar concluído em Abril de 2016.

Para a execução da operação do cadastro predial foi contratada uma empresa (DAI-HTSPE/VA/PRIME), no Sal, que por competência delega-da pelo INGT, executa os trabalhos de campo e prepara as informações dos prédios para validação do INGT, com apoio de uma equipa constituída pela Câmara Municipal respectiva, Serviço de Registo e Notariado, Conservatória, Direcção-Geral do Património e Con-tratação Pública e o próprio INGT.

A operação do cadastro predial abrange todos os prédios da ilha e de-senvolve-se em cinco etapas, desig-nadamente: (1) Trabalhos de campo para a aquisição de dados cadastrais referentes aos limites e direitos sobre os prédios rústicos e urbanos; (2) Ca-racterização provisória efetuada com

base nos elementos recolhidos nos trabalhos de campo e nas declarações de titularidade. (3) Consultas públicas da caracterização provisória para re-cebimento de reclamações; (4) Carac-terização definitiva que ocorre findo o prazo para apresentação e decisão das reclamações submetidas; (5) Conclu-são da operação, mediante publicação de aviso em que consta a delimitação da área cadastrada e de um despacho conjunto dos Ministérios da Justiça e do Ordenamento do Território, decla-rando estabelecido o correspondente cadastro predial e, consequentemente, o registo predial obrigatório.

Como se pode constatar, trata-se de um processo de grande interação com os cidadãos. Um processo de minucio-sa comunicação e alta sensibilização. A comunicação social, os jornalistas e os agentes de comunicação social são,

João Vieira, Presidente do Instituto Nacional de Gestão do Território

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O papel do Instituto Nacional de Gestão do Territóriona Operação de Clarificação de Direitos e Limites – Operação de Cadastro Predial

por tudo isto, actores fundamentais, essenciais e indispensáveis no pro-cesso de comunicação, sensibilização e apelo de adesão dos cidadãos. A im-portância da comunicação é tão maior, porquanto uma parte do processo de cadastro irá ocorrer em período elei-toral. E seria de todo importante que as populações não só aderissem, mas sobretudo não confundissem os agen-tes do cadastro predial com os agentes dos partidos políticos.

Estamos a contar com todos os cabo-verdianos neste importante processo para o desenvolvimento de Cabo Verde.

João VieiraPresidente do Instituto Nacional

de Gestão do Território Equipa de operação de cadastro predial e beneficiário, ilha do Sal

Visita do embaixador dos EUA ao gabinete de apoio da operação de cadastro predial

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Projecto lAND

No âmbito da actividade Clarifica-ção de Direitos e Limites do Projecto Gestão de Propriedade para a Promo-ção do Investimento – LAND, financia-do pelo Governo dos EUA e executado pelo MCA CV II, iniciou, no passado mês de Maio, a título de experiência piloto, a operação de cadastro predial na ilha do Sal.

Esta operação tem como objectivo a recolha sistemática de dados sobre os limites e os direitos de proprie-dade nesta ilha. Para este efeito, tal como previsto no Regime Jurídico do Cadastro Predial - RJCP, o Governo, através da portaria nº 13/15 criou a Equipa de Apoio Técnico (EAT) para a ilha do Sal.

De acordo com o artigo 19º do RJCP, por cada área geográfica objecto da operação de execução do cadastro predial, deve ser criada uma equipa de apoio técnico.

O Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT) coordena a equipa, que também tem como integrantes a Câmara Municipal do Sal, a Con-servatória do Registo Predial, a Dire-ção-Geral do Património do Estado e a Contratação Pública, sendo que cada instituição participa com dois técnicos, tendo sido indicado um ele-mento suplente para a eventualidade da substituição, perfazendo um to-tal de oito técnicos, entre juristas e geógrafos, que, por consenso, decidem sobre a validação dos processos.

A articulação entre a EAT e o MCA-CV II tem permitido a realização de acções de capacitação permanente, facto que também favorece a prepa-ração do quadro legal que enforma o processo cadastro para todo o Cabo Verde, particularmente para criação de metodologias e ferramentas de ac-tuação no âmbito da execução cadas-tral e, especificamente, para a capaci-

tação de quadros nacionais, que terão a responsabilidade de continuar o cadastro e findo o projecto financiado pelo MCC.

No âmbito da realização do proces-so de clarificação de direitos e limites, a Equipa de Apoio Técnico tem, de entre outros objectivos, a missão de assegurar o cumprimento das normas técnicas da operação de execução do cadastro predial, fornecer as orien-tações à empresa executante relati-vamente à interpretação da lei e das normas técnicas da operação, aprovar, através de parecer, as propostas de caracterização provisória dos prédios submetidas pela empresa e decidir, nos termos da lei, mediante prévio parecer da entidade executante, as re-clamações apresentadas na sequência da publicação, por consulta pública, da caracterização provisória, bem como apreciar e decidir sobre a integração de prédios no cadastro e no cadastro diferido, já na fase de caracterização final.

Esta é a instância de suporte técni-co para a entidade que executa a ope-ração cadastral, dando orientações so-bre as normas técnicas e a legislação em vigor neste domínio.

Importa realçar que cada entidade, através dos seus representantes, apre-cia os processos no âmbito das suas competências institucionais, sem pre-juízo de trocas de opiniões e partilha de informações com relevância para os processos em análise.

Tratando-se de um órgão pluri-ins-titucional, com atribuições próprias, as decisões são tomadas por consenso e cada instituição tem a responsabili-dade de se pronunciar no âmbito das suas competências.

O recurso da EAT à Plataforma LMITS

Para desenvolver os trabalhos, a EAT utiliza como recurso a plataforma designada LMTIS (Land Management Transactions Integrated System), de-senvolvida pelo NOSI, com a partici-pação de todos as instituições interve-nientes no Projecto LAND.

As actividades realizam-se com base num planeamento feito no iní-cio da operação no Sal. Realizam-se encontros presenciais mensais para apreciação das questões mais complexas e, por enquanto, tem-se

A missão da equipa de Apoio Técnicoà Operação de Cadastro Predial

Equipa do INGT

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utilizado os recursos institucionais numa perspectiva de contrapartida nacional ao financiamento concedi-do pelo MCC.

Todavia, pela sobrecarga que tem representado aos orçamentos insti-tucionais, tem-se procurado negociar uma comparticipação do Projecto para complementar os esforços financeiros das instituições membros na reali-zação das actividades da Equipa de Apoio Técnico.

A portaria que cria a EAT refere, no ponto 4 do artigo 3º, que a Equipa de Apoio Técnico exerce as suas com-

petências de forma a não inviabilizar o cumprimento por parte da empresa executante os prazos contratuais. Ten-do em conta o prazo limitado para a execução do contrato em curso, tem-se desenvolvido esforços no sentido do cumprimento dos prazos rigorosos para todos os intervenientes.

Os membros da EAT não estão isentas das suas tarefas técnicas institucionais, o que se traduz num acúmulo de tarefas. Contudo, perce-be-se uma motivação intrínseca a este processo, que representa um momen-to de aprendizado único, pois é a pri-

meira vez que se realiza o cadastro em Cabo Verde.

Nesta base, as relações com a Enti-dade Executante, o consórcio HTPSE/Prime/Verde Azul, são produtivas e de elevado sentido profissional, com troca permanente de informações, no sentido de reforçar a capacitação de todos os intervenientes.

A validação das propostas de cadastro

Uma das principais atribuições da EAT é validar as propostas submetidas pela empresa executante, no sentido da integração das propriedades no ca-dastro ou no cadastro diferido.

Nesse sentido, os processos subme-tidos para validação da EAT são apre-ciados em dois ângulos principais: do ponto de vista físico e ambiental, rela-tivamente à caracterização física das parcelas, seus limites e confrontações e o contexto ambiental e urbanístico, e do ponto de vista jurídico: a titularida-de e os direitos associados.

Esta análise não descura os as-pectos transversais, nomeadamente as questões sociais e de género e am-bientais, para as quais existem ferra-mentas bem específicas de tratamento a nível do projecto LAND.

Jeiza TavaresCoordenadora da EAT

Equipa da operação de cadastro predial e beneficiária, ilha do Sal

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Projecto lAND

Cabo Verde não dispõe de uma fon-te de informação sobre a propriedade que seja definitiva e segura, o tempo necessário para o registo e transacção de propriedades é complexo e moroso, obrigando os utentes a deslocarem-se a varias instituições para realizar operação de registo ou transacção de propriedades.

No país, existem 2 tipos de registos de propriedade - matricial e predial- com informação parcial e cobrindo apenas uma parte do território.

O registo matricial é realizado pe-los municípios com o propósito de rea-lizar cobranças de imposto.

O registo predial, que é realizado pela Conservatória do registo predial, e visa garantir a segurança jurídica das propriedades.

No entanto, nenhumas das fontes contem informação baseada em ma-pas, indicando a localização exata das parcelas/prédios.

Neste contexto surgiu a necessidade de criação de um sistema que garanta a informatização e integração das infor-mações geridas pelas diferentes enti-dades num único sistema observando a logica de que quando determinada informação for introduzida por uma das entidade, esta mesma informação deve-rá ser utilizada por todas as instituições - “write only, read many”.

A implementação do sistema LMI-TS - Land Management Information and Transation System, de âmbito nacional tem como objectivo primário reduzir o tempo necessário para estabelecer di-reitos de propriedade; reduzir os cus-tos para a obtenção de direitos de pro-priedade e contribuir para aumentar a fiabilidade e a segurança das operações sobre a propriedade. Vários Módulos estão em desenvolvimento para que os objetivos traçados possam ser alcança-

dos. Entre eles os seguintes: Módulo do Registo Predial – SIRP; Módulo para o Notariado – SIN; O Módulo do Cadas-tro –CAD; Módulo de Informação Mu-nicipal – SIM 3.0 e a Infraestrutura de dados Espaciais– SIT;

O NOSi e a Gestão do LMITS

No âmbito do Projecto Gestão de Propriedade para a Promoção do In-vestimento, LAND, financiado pelo Governo dos Estados Unidos da Amé-rica, através do Millennium Challenge Coorporation e pelo Governo de Cabo Verde, o MCA-CV II assinou um acordo de implementação com o NOSi – Nú-cleo Operacional para a Sociedade de Informação, com o objectivo de de-senhar e implementar o sistema de Informação, Gestão e Transacção de Propriedades – LMITS por forma a ga-rantir a simplificação de processos por via da integração dos diferentes sub-sistemas relacionados com a gestão e transacção de propriedade.

O desenvolvimento destes traba-lhos deverá assumir algumas linhas orientadoras, conforme a figura que se segue:

Associado a estes princípios, de-verão ser associadas as informações relacionadas com a representação físi-ca (mapas) dos prédios/parcelas que vem faltando nas documentações de propriedades existentes até o momen-to em todo o país. Neste sistema, estão todos os registos, tanto de proprieda-des, como secundários sobre a terra (direitos, restrições responsabilida-des) com identificação clara dos seus titulares e uma descrição geométrica das parcelas e sua interações com ou-tras camadas de informação espacial associadas ao uso e ocupação, e sem-pre que existam também potencialida-des de solo.

A abordagem da Janela Única – O One Stop Shop:

Pretende-se automatizar os pro-cessos de registos, diminuindo e eli-minando definitivamente o uso do

O desenvolvimento e o estado de implementação do Sistema de Informaçãopara Gestão e Transacções de Propriedade – LMITS

Sistema de Informação Territorial

Cadastro MultifuncionalFísico Legal Fiscal

SIM SIRP SIN

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papel nos processos de registos. E para que isso seja possível, foi necessá-rio que este projecto se con-centrasse, numa primeira fase, na digitalização de todos os registos existentes prediais e notariais e in-formatização dos serviços de con-servatória, notariado e investimento na up-grade do sistema de informa-ção matricial (SIM 2.0 para SIM 2.3). Todos estes sistemas deverão estar suportados por uma infraestrutura de dados espaciais.

Os trabalhos de recolha cadastral na ilha do Sal

Um dos módulos muito importan-tes em desenvolvimento pelo NOSI

tem a ver com o Módulo de Cadastro relacionado

com a recolha de dados em campo, que se encontra em

utilização e em constante melhoria. Este módulo é constituído não só as ferramentas de recolha de informação documental e declarativa dos titulares cadastral, mas também do levanta-mento físico das parcelas. Garantindo a estabilidade desta ferramenta de-pois de testada durante os trabalhos no Sal, deverá ser adotada na execu-ção dos trabalhos para as restantes ilhas, tanto alvos deste Compacto, bem como nas ilhas que o Governo iráo as-sumir a execução dos trabalhos de re-colha em campo.

O sucesso dos trabalhos até agora conseguido tem sido graças ao en-

O desenvolvimento e o estado de implementação do Sistema de Informaçãopara Gestão e Transacções de Propriedade – LMITS

Gestão partilhada/integradade informação

de acordo com os papéise responsabilidades institucionais

de cada entidade

Criação de uma infraestrutura

que integre todosplayers da terra

Uma fontecomum/únicade informação“Write once,read many”

Com basena ISO 19152

LADM

volvimento efetivo dos parceiros no Sal, não só na utilização das ferra-mentas desenvolvidas, dando a todo o tempo as sugestões de melhorias do processo, mas também no acom-panhamento perante dos trabalhos e consequente validação dos trabalhos da Entidade Executante, pela Equipa de Apoio Técnico, constituída pelas principais entidades parceiras, entre as quais o INGT, DGPCP; MJ e Câmara Municipal do Sal.

As Vantagens do LMITS

No futuro, o país ganhará signifi-cativamente com este projecto, pelo facto de as informações sobre as pro-priedade serem mais claras; o siste-ma de transação de propriedades mais rápido e seguro; o tempo será reduzido de forma muito drástica, ou seja, dos 73 dias para os proces-sos normais relacionados com o re-gisto, deverá ser possível efetuar em 48 horas. Com estes ganhos, atrai-se mais investimentos nacionais e es-trangeiros; o regime de propriedade será transacionável e valorizado de forma efetiva, os agentes económi-cos e as famílias poderão utilizar a terra como efeitos económicos mais rentáveis.

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www.mca.cvAchada Santo António ‑ Praia, Caixa Postal 330 A • Prédio Cartório1º Andar ‑ Tel.: 262 14 25

Valores em USD

Compacto Orçamento Aprovado

PagamentosTaxa de

execução

CompromissosTaxa de

execuçãoaté 2012 até 2013 até 2014 até Junho

2015 até 2012 até 2013 até 2014 até Junho 2015

1. WASH 39 726 146 0 1 030 673 4 046 650 8 574 855 22% 5 689 032 12 309 129 14 385 895 36%

2. LAND 17 067 338 0 1 430 018 3 076 328 3 861 008 23% 2 649 596 3 893 157 6 615 417 7 278 681 43%

3. M&E 1 389 637 0 3 731 36 402 109 955 8% 3 731 46 902 161 478 12%

4. Program Admin. 7 303 561 0 1 008 609 2 295 169 2 818 958 39% 1 008 609 2 319 168 2 870 276 39%

Total 65 486 682 0 3 473 031 9 454 549 15 364 778 23% 2 649 596 10 594 529 21 290 616 24 696 330 38%

O segundo Compacto está em vigor até 30 de Novembro de 2017

CIF Orçamento Aprovado

PagamentosTaxa de

execução

CompromissosTaxa de

execuçãoaté 2012 até 2013 até 2014 até Junho

2015 até 2012 até 2013 até 2014 até Junho 2015

1. WASH 3 854 3 854 3 854 100% 3 854 3 854 100%

2. LAND 192 662 151 207 192 662 100% 204 663 192 662 100%

3. M&E 363 363 363 100% 10 000 363 100%

4. Program Admin. 546 439 546 439 546 439 100% 550 921 546 439 100%

Total 743 318 701 863 743 318 0 0 100% 769 438 743 318 0 0 100%

O CIF foi encerrado em Maio de 2013

609 (g) Orçamento Aprovado

PagamentosTaxa de

execução

CompromissosTaxa de

execuçãoaté 2012 até 2013 até 2014 até Junho

2015 até 2012 até 2013 até 2014 até Junho 2015

1. WASH 719 600 407 117 675 384 719 534 719 534 100% 609 232 692 942 719 534 719 534 100%

2. LAND 308 400 22 700 75 574 307 866 307 866 100% 22 700 307 866 307 866 307 866 100%

3. M&E 239 163 0 238 700 238 700 238 700 100% 238 700 238 700 238 700 100%

4. Program Admin. 0 0 0 0 0 0 0

Total 1 267 163 429 817 989 658 1 266 100 1 266 100 100% 631 932 1 239 508 1 266 100 1 266 100 100%

O Acordo 609(g) foi encerrado em Janeiro de 2015

Quadro de Desempenho Financeiro do Programa MCA-CV IIaté Junho de 2015

O MCA CAbO Verde II e O MCC sAúdAM Os 40 AnOs dA IndePendênCIA de CAbO Verde

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