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BOLETIM INFORMATIVO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO EDIÇAO Nº 6 - ANO 2016. Visitando São Paulo De 28 a 30 de ju- lho de 2016, profes- sores/as participantes do projeto Novos Ta- lentos da Unicentro (Rede de Saberes Ambientais para a Formação de Educa- dores e Desenvolvi- mento da Cultura Ci- entífica na Região Centro-Sul do Paraná) participaram de uma atividade de mobilidade, num processo de formação continuada com o objetivo de conhecer es- paços educativos para troca de saberes. A primeira visita do grupo foi na Escola Estadual Maria Aparecida Rosignol Franciosi, no distrito de Lerroville Londrina PR. A escola fica no assentamento Eli Vive, e se- gue a proposta curricular do MST. A segunda visita do grupo, foi no Museu da Imigração de São Paulo (antiga hospedaria de imigrantes). Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas passaram por esse espaço. O Museu, além de conter em seu acervo parte de objetos, utensílios, fotos, painéis, vídeos, etc, pro- move a discussão sobre o fenômeno imigração. Em seguida, o grupo visitou o Patteo do Collegio- Museu do Anchi- eta que pertence à Companhia de Jesus, ordem religiosa dos jesuítas. O Museu está localizado no centro da Capital e contém peças de arte sacra, utilizada pelos Jesuítas na catequização dos povos indígenas. O grupo também visitou o Memorial da América Latina, construído com o objetivo de aproximar as manifestações artísticas e científicas dos povos latino-americanos, assim como estreitar as relações políti- cas, culturais, sociais na América Latina. O acervo e as exposições cumprem uma tarefa também educativa na difusão da história dos po- vos latino-americanos. O grupo também visitou o Teatro Municipal de São Paulo, e as- sistiu a um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo com o espetáculo La fura Dela baus el amor brujo el fuego y la palabra. Já na manhã do dia 30 de julho, a visita foi no Zoológico de São Paulo, com cerca de 824.529 m² de Mata Atlântica com mais de 3.000 espécies de animais, incluindo aves, ma- míferos, répteis, anfíbios e invertebrados. Por último, o grupo visitou o Mercado Municipal de São Paulo localizado à rua da Cantareira no Centro histórico da Capital paulistana. Com 12.600 m², o Mercadão, popularmen- te conhecido, reúne comerciantes de todas as regiões de São Paulo com mais de 300 estandes que comercializam desde hortifrutigrangeiros, especiarias e lanches que compõem a gastronomia paulistana. Editorial Com muita satisfação apresentamos a 6ª. Edição do Jornal MovEcampo, que iniciou em 2010, a partir do tra- balho da turma de Licenciatura em Educação do campo, tornando-se, em 2013, o jornal do Laboratório de Educação do Campo, da Unicentro. Socializamos aqui, atividades desen- volvidas pelos integrantes do Labo- ratório, com parceiros de outros es- paços, experiências realizadas em escolas do campo, publicações da área, fatos de luta dos trabalhadores do campo. Não podemos deixar de registrar nesse momento nosso re- púdio aos atuais governos (estadual e federal, Temer e Richa, respectiva- mente), que, nos últimos meses, vêm aprovando medidas que atacam diretamente a classe trabalhadora, no que se refere aos direitos, con- quistados por meio de lutas imensas, sendo um deles o acesso à Universi- dade pública. Temos vivido um pro- cesso de ataque à classe trabalha- dora. É hora de organização coletiva e resistência!

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BOLETIM INFORMATIVO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

EDIÇA O Nº 6 - ANO 2016.

Visitando Sao Paulo De 28 a 30 de ju-

lho de 2016, profes-sores/as participantes do projeto Novos Ta-lentos da Unicentro (Rede de Saberes Ambientais para a Formação de Educa-dores e Desenvolvi-mento da Cultura Ci-entífica na Região Centro-Sul do Paraná) participaram de uma atividade de mobilidade, num processo de formação continuada com o objetivo de conhecer es-paços educativos para troca de saberes. A primeira visita do grupo foi na Escola Estadual Maria Aparecida Rosignol Franciosi, no distrito de Lerroville Londrina PR. A escola fica no assentamento Eli Vive, e se-gue a proposta curricular do MST.

A segunda visita do grupo, foi no Museu da Imigração de São Paulo (antiga hospedaria de imigrantes). Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas passaram por esse espaço. O Museu, além de conter em seu acervo parte de objetos, utensílios, fotos, painéis, vídeos, etc, pro-move a discussão sobre o fenômeno imigração.

Em seguida, o grupo visitou o Patteo do Collegio- Museu do Anchi-eta que pertence à Companhia de Jesus, ordem religiosa dos jesuítas. O Museu está localizado no centro da Capital e contém peças de arte sacra, utilizada pelos Jesuítas na catequização dos povos indígenas.

O grupo também visitou o Memorial da América Latina, construído com o objetivo de aproximar as manifestações artísticas e científicas dos povos latino-americanos, assim como estreitar as relações políti-cas, culturais, sociais na América Latina. O acervo e as exposições cumprem uma tarefa também educativa na difusão da história dos po-vos latino-americanos.

O grupo também visitou o Teatro Municipal de São Paulo, e as-

sistiu a um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo com o espetáculo La fura Dela baus el amor brujo el

fuego y la palabra.

Já na manhã do dia 30 de julho, a visita foi no Zoológico de São Paulo, com cerca de 824.529 m² de Mata Atlântica com mais de 3.000 espécies de animais, incluindo aves, ma-míferos, répteis, anfíbios e invertebrados. Por último, o grupo visitou o Mercado Municipal de São Paulo localizado à rua da Cantareira no Centro histórico da Capital paulistana. Com 12.600 m², o Mercadão, popularmen-te conhecido, reúne comerciantes de todas as regiões de São Paulo com mais de 300 estandes que comercializam desde

hortifrutigrangeiros, especiarias e lanches que compõem a gastronomia paulistana.

Editorial

Com muita satisfação apresentamos a 6ª. Edição do Jornal MovEcampo, que iniciou em 2010, a partir do tra-balho da turma de Licenciatura em Educação do campo, tornando-se, em 2013, o jornal do Laboratório de Educação do Campo, da Unicentro. Socializamos aqui, atividades desen-volvidas pelos integrantes do Labo-ratório, com parceiros de outros es-paços, experiências realizadas em escolas do campo, publicações da área, fatos de luta dos trabalhadores do campo. Não podemos deixar de registrar nesse momento nosso re-púdio aos atuais governos (estadual e federal, Temer e Richa, respectiva-mente), que, nos últimos meses, vêm aprovando medidas que atacam diretamente a classe trabalhadora, no que se refere aos direitos, con-quistados por meio de lutas imensas, sendo um deles o acesso à Universi-dade pública. Temos vivido um pro-cesso de ataque à classe trabalha-dora. É hora de organização coletiva e resistência!

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PÁGINA 2- MovEcampo

Os povos e comunidades tradicionais têm resistido e lutado por projetos de vida diferentes. Montenegro (2010) realizou um balanço de sete grandes eventos realizados pelos povos tradicionais na América Latina, na última década, e destaca que estes sujeitos vêm formando redes de apoio e se tornando participantes ativos nas reivindicações sociais concernentes à questão agrária. No Brasil, a partir da ratificação, em 2004, do Convênio 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1989, estes povos, com base na autodefinição, vêm se organizando em diferentes coletivos e redefinindo, em certa medida, as relações de poder locais.

Esse é o caso da Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais, fundada em 2008, a partir do I Encontro Regional de Povos e Comunidades Tradicionais, realizado no município de Guarapuava – PR. Afirmando sua existência coletiva em meio a tensões, disputas e pressões, diferentes grupos étnicos passaram a se articular e lutar por reconhecimento

e direitos, como: faxinalenses, quilombolas, benzedeiras, pescadores artesanais, ilhéus, cipozeiros, religiosos de matriz africana e indígenas (REDE

PUXIRÃO, 2016). De 2008 pra cá a Rede Puxirão

organizou uma série de ações, como reuniões de base, mapeamentos sociais, cursos de formação em direitos étnicos, encontros ampliados, parcerias com Organizações Não Governamentais e Universidades, acampamento em frente ao Palácio do Governo Estadual, ocupação da Assembleia Legislativa do Paraná, reuniões com representantes do governo e do Ministério Público.

Algumas legislações municipais de reconhecimento e proteção aos saberes e modos de vida tradicionais foram conquistadas e, em 2012, foi criado o Conselho Estadual de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Paraná, por meio da Lei 17.425. Este Conselho, de caráter deliberativo, está em plena vigência e é presidido por um faxinalense, como representante da sociedade civil. A curto prazo, os desafios da Rede têm sido debater e construir uma Política Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais, em consonância com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades

Tradicionais (instituída pelo Decreto 6.040/2007) e a formação de novas lideranças, por meio de um curso de formação política que está em andamento desde fevereiro deste ano.

A médio e longo prazos a luta que se coloca é a garantia aos territórios tradicionais, que escapam à lógica territorial capitalista e contribuem para pensarmos um novo projeto societário, pautado no respeito aos direitos humanos, no trato responsável dos recursos naturais e em mecanismos de gestão política mais democráticos.

REFERÊNCIAS

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL – ISA. O que o governo Dilma fez (e não fez) pela reforma agrária? Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-

socioambientais/o-que-o-governo-dilma-fez-e-

nao-fez-pela-reforma-agraria Acesso em: 19 de julho de 2016. MONTENEGRO, Jorge. Conflitos pela Terra e pelo Território: ampliando o debate sobre a questão agrária na América Latina. In: SAQUET, Marcos Aurelio; SANTOS, Roselí Alves dos. Geografia Agrária, Território e Desenvolvimento. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p.13-34. REDE PUXIRÃO. Histórico. Disponível em: http://redepuxirao.blogspot.com.br/ Acesso em 19 de julho de 2016.

COLETIVO DE POVOS TRADICIONAIS DO PARANA# LUTA POR RECONHECIMENTO E POLI#TI-CAS PU# BLICAS

Por Rosângela Bujokas de Siqueira

Membros da Rede Puxirão na 2ª. Etapa do Curso de Formação de Lideranças, realizado entre 16 e 18 de março de 2016, na casa do Trabalhador, em Curitiba – PR.

CONHEÇA A REDE PUXIRA O DE POVOS E COMUNIDADES TRADI-

CIONAIS

FORMAÇÃO DAS EDUCADORAS E EDUCADORES DAS ESCOLAS ITINE-RANTES MST PR – EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS

INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

No curso de formação das educadoras e educadores da Escola itinerante, no Acampamento Dom Tomás Balduí-no – Quedas do Iguaçu, houve a realização da oficina ‘Linguagem, gênero discursivo e mediação docente’, mi-nistrada pela professora Marlene Lucia Siebert Sapelli. Uma das principais fontes de trabalho foi o livro A Con-

venção dos ven-

tos – agroecolo-

gia em contos, de Ana Maria Prima-

vesi, da Editora Expressão Popular. O livro contribui para que crianças compre-endam, de forma simples, conceitos básicos da agroecologia.

Livro: Vozes da

Resistência II –

sobre práticas edu-cativas nos tempos e espaços ocupa-dos pelo MST, or-ganizado por Mar-lene Lucia Siebert Sapelli, Marcos Gehrke e Alessan-dro Santos Maria-no, é composto de

sete capítulos que tratam de questões referentes ao fechamento de escolas do campo; a processos de escrita como for-ma de luta; à ciranda infantil; à formação de professores por meio da Licenciatura em Educação do Campo; à auto-

organização de estudantes.

LiRe

socae dogaleSaGedrno

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PÁGINA 3- MovEcampo

No dia 06 de Julho de 2015, foi ocupada a área chamada de Projeto 04, que estava em posse irregular da empresa Araupel S.A., em Quedas do Iguaçu e foi iniciado o Acampamento Dom Tomas Bal-duíno, com cerca de 1300 famílias, e junto delas, a ne-cessidade de fun-dar uma escola itinerante para per-mitir o acesso à educação para as crianças, jovens e adultos, possibilitando a formação de intelectuais orgânicos na luta da classe traba-lhadora. Na mesma semana, iniciou-se o levantamento de informações e documentos para matrícula dos educandos na escola, e dada a grande quantidade destes, iniciou-se a construção da Escola Itinerante Vagner Lopes. Sua constru-ção, iniciada no dia 22 de julho, foi um exercício de trabalho coletivo, dos pais, educandos e educadores, enfim, de todas as famílias acampadas. No dia 27 de julho, deu-se início formal às aulas.

O nome da escola Itinerante surgiu de propostas levanta-das em reuniões com os coordenadores de educação dos núcleos de base do acampamento, sendo indicadas várias opções de nomes. A maioria optou pelo nome do jovem, que desde seus 16 anos, contribuiu como educador, coordena-dor e militante do MST, Vagner Lopes, que com 19 anos faleceu em um acidente de carro, no ano de 2006, mas que antes lutou para conquistar uma das primeiras escolas itine-rantes do Paraná, a Escola Itinerante Olga Benário Prestes, situada em um acampamento do MST, na comunidade, hoje

chamada 10 de Maio, no assenta-mento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu.

A Escola iniciou suas atividades com 10 salas de aula, secretaria e cozinha para atender a demanda de 219 educandos matriculados,

sendo estes desde a educação infantil até o 5º Ano. A equi-pe pedagógica iniciou com um coletivo de 22 educadores, 03 coordenadores, 01 administrativo e 01 cozinheira, todos acampados. As carteiras e cadeiras foram doadas por esco-las dos assentamentos vizinhos. Em 2016, iniciaram as au-las do Ensino Fundamental (Anos Finais), Ensino Médio e EJA, ampliando a necessidade de espaços, o que resultou na construção de mais 3 salas de aula, refeitório e biblioteca. As aulas ocorrem nos períodos da manhã, tarde e noite. A escola segue a proposta curricular da Es-cola Base Iraci Salete Strozak, de Rio Bonito do Iguaçu, organizada em ciclos de formação e nela funcionam os núcleos setoriais integrando os educan-dos, educadores e o acampamento.

No primeiro semestre de 2016, houve a necessidade de um desmembramento para ampliação da ocupação, e nisto uma redistribuição de 300 famílias. Devido a isto, houve a necessidade da organização de um novo espaço da escola para atender os sujeitos desta área, formando-se assim, 6 novas turmas da Educação Infantil até 5º Ano, atendendo um total de 72 educandos, por 6 educadores, um coordena-dor e uma cozinheira. Os demais educandos do E.F. (Anos Finais), Ensino Médio e EJA vêm até ao Acampamento Dom Tomas Balduíno para participarem das aulas.

Escola Itinerante Vagner Lopes

Por Weliques Neris da Rocha & Verônica Iung

Formação continuada na Escola Itinerante Herdeiros do Saber no Acampamento Herdeiros da Luta do 1º de maio

Desde 2013, o MST tem avançado em sua proposta educacio-nal, implementando, especialmente nas escolas de acampa-mento, os Ciclos de Formação Humana com Complexos de Estudo. Docentes da Unicentro (Guarapuava), em parceria com docentes da UFFS (Laranjeiras do Sul) têm contribuído nos processos de formação continuada dos(as) educadores(as), nesses espaços. No dia 5 de agosto de 2016, houve uma etapa de formação na Escola itinerante Herdeiros do Saber. Foi um momento importante de discussão sobre os fundamen-tos da proposta e de exercício de planejamento coletivo.

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PÁGINA 4- MovEcampo

Um dos principais desafios na Educação do Campo é estabelecer relações entre os conteúdos científicos, estuda-dos na escola e o modo de vida dos estudantes, predomi-nantemente baseado na produção agrícola. Essa questão se torna ainda mais latente quando a atual conjuntura do campo brasileiro nos coloca em meio a projetos distintos e antagôni-cos para a agricultura: modelos baseados no agronegócio e que se identificam com a Agricultura Camponesa e a Agroe-cologia. Neste sentido, desenvolver ações que fortaleçam a compreensão e debate da Agroecologia, bem como sua rela-ção com o conhecimento científico, faz parte deste desafio, pois se trata do projeto que queremos construir e que está essencialmente vinculado à Educação do Campo. Assim, a Escola do Campo como espaço de referência das comunida-des camponesas, tem a função de disseminar estes conheci-mentos, demonstrando os malefícios do Agronegócio e indi-cando possibilidades em superá-lo em suas ações cotidia-nas.

Desse modo, a Escola do Campo Iraci Salete Strozak entende a importância do Projeto de Agroecologia, pois tem como intuito instrumentalizar os educandos da Escola, princi-palmente no que diz respeito a uma abordagem integradora dos conhecimentos estudados e auxiliar na relação dos con-teúdos com as questões que envolvem o modo de vida no campo, com intuito de promover processos de ensino-

aprendizagem mais significativos, bem como reafirmar a rea-lidade como ponto de partida.

O Projeto de Agroecologia busca abordar práticas agroe-cológicas estabelecendo mediações e vínculos com o modo de vida e trabalho destes educandos, com intuito de reforçar a importância da agricultura camponesa baseada na agroe-cologia, fazendo uma contraposição ao mo-delo capitalista de de-senvolvimento para o campo. O caderno apresenta aos educa-dores possibilidades de como articular as práticas agroecológi-cas ao conteúdo e as contradições entre os projetos de agricultu-ras existentes no cam-po.

Durante milhares de anos grupos de seres humanos desen-volveram técnicas de cultivo e manejo do solo incluindo toda a biodiversidade que o compõe e o rodeia. Todo este conheci-mento foi repassado, aperfeiçoado e siste-

matizado através dos tempos, e é isto o que conhecemos por agricultura – agricultura carrega Ciência – seja conheci-mento histórico sistematizado pela humanidade, sejam sabe-res populares acumulados pelos povos camponeses. É fun-damental garantir que essa agricultura milenar não se perca, que não seja destruída por um modelo de agricultura preda-tória e destruidora.

Nessa perspectiva, entendemos aqui, que agroecologia pode ser tomada como outra forma de fazer Ciência, e que essa ciência pode ser vinculada aos conteúdos escolares e trabalhada numa tentativa de fornecer aos educandos, uma visão sistêmica, que restabeleça a relação humana e a natu-reza. Apontando exemplos práticos de contrapor-se ao mo-delo de desenvolvimento econômico capitalista para a agri-cultura sob a forma do agronegócio, centrado na exploração de recursos e acúmulo de riquezas de alguns grupos econô-micos internacionais, e que inclusive, ameaçam a sua pró-pria permanência na Terra e sua existência como modo de vida e grupo social.

Diante desse cenário, pensamos que a escola seja espa-ço que deve desenvolver ações e práticas que fortaleçam o debate da agroecologia. Neste sentido, os educadores das escolas, principalmente da área de ciências da natureza, podem potencializar suas ações pedagógicas a fim de contri-buir neste processo, articulando o ensino a práticas que te-nham como base a agroecologia, até porque, é possível per-ceber que a agroecologia está muito próxima de cada família agricultora e pode ser exercida em qualquer lugar, inclusive na escola.

Entendo que a horta da escola é um excelente meio para potencializar o aprendizado do educando/a e despertar seu interesse para a alimentação saudável caracterizada por ser uma atividade contínua, portanto, não tem hora ou tempo de duração, afinal uma vez a horta produzindo é possível imagi-nar que cada ano, novas turmas darão continuidade ao pro-jeto. Ao construí-la e cultivá-la podemos aprender muitas coisas.

Algumas práticas agroecológicas que são desenvolvidas na horta da escola vão desde o manejo correto do solo, plan-tas indicadoras, consórcio, compostagem, vermicomposto (minhocário), caldas para o controle de pragas e biofertizan-tes para adubação orgânica etc. Práticas que abordem um jeito diferente, do que está posto hoje, de desenvolver a agri-cultura respeitando e colaborando com a natureza, já que a agroecologia harmoniza a interação da agricultura e ecolo-gia. Além das aulas práticas, os educandos promovem deba-tes e realizam atividades teóricas referentes aos princípios da agroecologia, campanha permanente contra o uso inten-sivo de insumos químicos e sintéticos, dentre eles o uso in-discriminado de agrotóxicos e suas consequências, agricul-tura familiar e agronegócio, transgênicos, monocultura entre outros temas, com o intuito de reforçar os malefícios da agri-cultura industrial, capitalista e que outra agricultura, além de ser possível já está em desenvolvimento para fortalecer a luta popular por mudanças estruturais.

E nessa perspectiva o Movimento Sem Terra está promo-

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Projeto de Agroecologia

Por Eliane Aparecida do Valle Nunes

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PÁGINA 5- MovEcampovendo a Jornada Cultural Nacional: Alimentação Saudável, um direito de todos, atividade a nível nacional que será realizada ao longo de 2016 e 2017, nos acampamentos, assentamentos de reforma agrária de todo o país. O MST entendendo que a cultura é umas das matrizes formativas do ser humano, que se constitui desde a experiência humana de participação em processo de trabalho, de luta, de organização coletiva que se traduz em modo de vida ou um jeito de ser humano (grupos, pessoas, comunidade), que produz e reproduz conhecimento e visão de mundo, e que passa a ser herança compartilhada de valores, objetivos, ciências, arte, tecnologia e símbolos.

A Jor-nada Cul-tural pre-tende di-vulgar prá-ticas rela-cionadas a um modo de vida, uma forma de traba-lho, ao modo de fazer agri-cultura camponesa, mas principalmente, chamar a atenção sobre a relação que existe entre aspectos econômicos, políti-cos e culturais da luta e construção da reforma agrária popular e provocar debates a relação entre a lógica de produção de alimentos, condições de acesso e de preparação de alimenta-ção pelas famílias e o cultivo de hábitos alimentares saudá-veis.

A Jornada assume papel de provocar/reforçar discussões e planejar ações a curto e longo prazo sobre a produção de ali-mentos saudáveis, envolvendo no debate e na prática, todos os estudantes, professores de todas as disciplinas, setor de produção e assistência técnica, setor de saúde, formação, cultura, comunicação, juventude, gênero e, principalmente, as comunidades nas quais as escolas estão inseridas, indicando possibilidades que visem inspirar a criação de práticas, a par-tir da realidade e dos objetivos da Jornada.

Durante a Jornada uma das atividades a serem realizadas será uma Mostra das práticas desenvolvidas que possam ser inspiração para outras, entendendo que um dos grandes obje-tivos dessa Jornada é de provocar ações. A Mostra pode en-volver diferentes atividades, feitas ao longo do período de rea-lização da Jornada desde que as mesmas se encontrem nu-ma linguagem que permita a divulgação para além do local onde as práticas foram desenvolvidas. Pode ser em forma de texto literário (redação, poemas, histórias etc.), de relatório de pesquisa ou texto de sistematização da prática; pode ser na forma de vídeo, mostra de fotográfica, etc.

Livro: Estágio: práticas peda-

gógicas em escolas do cam-

po, organizado por Marcos Gehrke, Marlene L S. Sapelli, Thalitta C. Volupca e Valdirene M. de Moraes. A produção é resultado do trabalho de edu-candos da Licenciatura em Educação do Campo, da Uni-versidade Estadual do Centro- Oeste do Paraná. O livro é composto de três partes. Na primeira parte há uma apre-sentação sobre o curso de Licenciatura em Educação do Campo, explicitando como o mesmo foi instituído e o que caracteriza, bem como as dificuldades e avanços vivenciados no processo de sua implementação. Na segunda parte, composta de sete ca-pítulos, são apresentados registros, reflexões, inquieta-ções dos educandos da área da ciências da natureza e matemática, do referido curso, resultado das práticas reali-zadas durante a primeira etapa do Estágio, realizado em escolas do campo. Na terceira parte, composta de quatro capítulos, da mesma forma, são apresentadas as produ-ções dos educandos da área de linguagens, do mesmo curso. Expressam, portanto, não só constatações sobre o já existente, mas as potencialidades e necessidades que podem ser motivadoras de rupturas com o atual estado de coisas da escola.

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Grupo de Pesquisa Campo, Movimentos Sociais e Educaçao do

Campo recebe visita da Espanha

Acompanhados pelo professor Alessandro de Melo, partici-param de um momento de trocas de experiências com o Grupo de Pesquisa, vindos da Espanha, Mary Arrebeli e Natalia Daimiel Girela (de Andaluzia) e Roberto Mesa (de Tenerife, Ilhas Canárias). Foi um momento importante para refletir sobre a luta mundial da classe trabalhadora, no que se refere às questões sociais, educacionais, de luta pela terra. Houve troca também de publicações. O grupo espa-nhol também visitou um colégio de Assentamento em Cas-cavel, o Zumbi dos Palmares e uma escola de acampamen-to, em Quedas do Iguaçu, a Vagner Lopes.

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PÁGINA 6- MovEcampo

No dia 03 de julho, foi realizada a já tradicio-nal Festa da Colheita na comunidade Centro Novo – Assentamento Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçu, uma promoção das APMF’s da Escola Municipal do Campo Herbert de Souza e Colégio Estadual do Campo Iraci Sa-lete Strozak.

A Festa da Colheita é o momento de confra-ternização das famílias, de celebração, diver-são e agradecimento pela produção. Além dis-so, objetiva valorizar a cultura camponesa em suas múltiplas dimensões, portanto, se contra-põe ao que acontece na maioria das festas ju-ninas que via de regra, transmitem uma visão

pejorativa dos povos do campo.

Além da boa comida, as centenas de pesso-as que ali estavam durante o dia, puderam prestigiar belíssimas apresentações artísticas e participar do jogo de bocha, do bingo e da tar-de dançante. Foi realizado o torneio de futsal, ficando com a seguinte classificação: 1º Lugar: Nova Estrela – Prêmio uma novilha; 2º Lugar: Centro Novo – Prêmio um leitão; 3º Lugar: Pa-raíso – Prêmio 3 caixa de cerveja.

Para os organizadores do evento, esta foi uma festa bastante marcante, ficando evidente que a Reforma Agrária dá certo, pois gera de-senvolvimento social, cultural e econômico ao município.

Comunidade Centro Novo de Rio Bonito do Iguaçu festejou

a colheita em grande estilo Por Rudison Luiz Ladislau

GRUPO DE ESTUDO NA ESCOLA ENOCH

No dia 16 de julho ocorreu o 1º Grupo de Estudos de 2016, na Escola Municipal do Campo Enoch Tavares, no qual se reuniram professores, coordenação pedagógica, di-reção e funcionárias sob a Coordenação do Prof. Marcos Gehrke, o qual teve como foco o planejamento para o se-gundo semestre da Escola do Campo.

Esse grupo de estudos é continuação dos encontros que ocorreram na UNICENTRO, em 2014 e 2015, sob a coorde-nação da Profª. Marlene Lucia Siebert Sapelli.

No dia 9 de abril de 2016, houve um ATO PÚBLICO, em QUEDAS DO IGUAÇU/PR, para manifes-tar a indigna-ção e a revolta dos integrantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e de grande parte da população, em relação aos assassinatos de Vilmar Bordim e Leonir Orbak, do acampamento D. Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início em junho de 2014, locali-zado em uma área ‘pertencente’ a empresa Araupel, que está organizado com 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas. Os assassinatos ocorreram em 7 de abril. A luta pela terra no Pa-raná marca a história do nosso estado, marca a vida da classe trabalhadora, apesar de ser ignorada em muitos registros es-critos. Mais duas vidas findadas em nome da defesa da propri-edade privada, do lucro, do poder. A mídia, em geral, registra a versão e não o fato, invertendo, induzindo, fragmentando, levando ao entendimento equivocado sobre as questões ou favorecendo a compreensão, que coloca a defesa da proprie-dade privada acima da vida humana. Mas a luta continua, com certeza, cheia de dor e sofrimento. A cada companheiro tom-

bado: nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de

luta!

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ATO PU# BLICO EM QUEDAS DO IGUAÇU

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PÁGINA 7- MovEcampo

A especialização em Educação do Campo, da Universi-dade Estadual do Centro-Oeste, em parceria com a Prefeitu-ra do Município de Candói-PR, terminou em 2016. Nesta especialização, tivemos na área de linguagens a disciplina de Ciências Humanas e Sociais II. Nesta disciplina que ti-nha como foco o Paraná, algumas horas foram dedicadas para dois eventos importantes para a História deste Estado: a Ditadura Civil- Militar e a Imigração de meados do século XX e contemporânea.

Com relação aos temas abordados sobre ditadura civil-militar foram enfatizados aspectos como: repressão, censu-ra, resistência a ditadura pelos movimentos sociais e pela universidade, a implantação das disciplinas de Estudo dos Problemas Brasileiros, Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica. Os textos abordavam a região oeste e central do Paraná e relacionavam com os eventos que ocorriam nacio-nalmente.

O auge da discussão sobre a Ditadura foi uma sessão de cinema do filme Zuzu Angel, um dos três títulos apresen-tados para a escolha (Os dois outros foram: O ano em que meus país saíram de férias e Cabra marcado para Morrer). Pelo filme em consonância com os textos, percebemos algu-mas práticas ditatoriais realizadas no país, inclusive nos mu-nicípios da região como a censura, ou ainda, a necessidade de um aval militar para lecionar.

Com relação à imigração trabalhamos os conceitos de imigrante, emigrante e migrante e na sequência a imigração do pós-guerra, dos sujeitos oriundos da Segunda Guerra Mundial que vieram para o Município de Guarapuava e arre-dores. Para trabalhar com essa temática, utilizamos as ma-térias e reportagens do jornal Folha do Oeste do período compreendido entre 1949 e 1960. Visualizamos que inicial-mente os imigrantes vieram por barcos e posteriormente por aviões. A maioria que escolheu o Paraná empregou-se no

cultivo de alimentos e os solteiros eram mais propícios à imigração. Relacionamos alguns textos com esses elemen-tos jornalísticos, bem como utilizamos vídeos que comenta-vam sobre a experiência e a especificidade desses sujeitos.

A imigração contemporânea foi problematizada com dois textos sobre o movimento nas redes sociais, e reporta-gens de telejornais que a mostravam pelo sentimento de pertencimento do imigrante e a necessidade de tecer uma conexão com os demais de sua etnia. Apontamos a vinda de sírios (devido à Guerra Civil que ocorre na sua origem), se-negalenses, haitianos (devido ao terremoto), paraguaios, bolivianos, colombianos, entre outros.

Os onze educandos e o educador, que dialogaram em todo momento, também realizaram atividades avaliativas de sistematização de conteúdos abordados nas aulas. A experi-ência foi gratificante, pois discutimos eventos relevantes pa-ra a História do Paraná e do Brasil, contribuindo para nosso processo de humanização e construção de conhecimentos.

A disciplina de Ciencias Humanas e Sociais II na Especializaçao em Educaçao do Campo da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO): um relato de ex-

periencia Por Rodrigo dos Santos

A Unicentro, por meio do Laboratório da Educação do Cam-po (Laec) e o Departamento de Pedagogia, desenvolveram a parceria com o COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO IRACI SALETE STROZAK do Assentamento Marcos Freire do Mu-nicípio de Rio Bonito do Iguaçu o projeto de QUALIFICA-ÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL – CRIAÇÃO E DESEN-VOLVIMENTO COOPERATIVO DE PRODUTOS EM COS-TURA E SERIGRAFIA que teve como objetivo principal qua-lificar técnica-profissionalmente jovens e mulheres campone-sas em costura e serigrafia para o mundo do trabalho rural-campo. Pelo convênio a universidade disponibilizou sete máquinas de costura e o Laec fez o acompanhamento do trabalho formativo e organizativo, já a escola e comunidade desenvolveram as ações de formação e implementação do projeto. O trabalho foi desenvolvido entre 2014 e 2016 des-de encontros de estudo, cursos de criação, corte, costura e envolveu vinte jovens e mulheres daquela comunidade. Co-

mo avaliação da experiência destacamos a exitosa instala-ção das máquinas formando o ateliê de costura; o envolvi-mento do grupo de mulheres e jovens que passou a usar este espaço de trabalho e produção; o envolvimento da as-sociação do assentamento no processo formativo e a cedên-cia do espaço físico. Enquanto limites destacamos o acom-panhamento ao processo por parte da universidade, que não viabilizou nosso deslocamento até o assentamento; falta de recursos para pagamento de instrutores; a falta de condi-ções para implementar a serigrafia; a falta de recursos para aquisição de matéria prima e o limite na comercialização da produção, aspectos que precisam ser enfrentados na se-quência do trabalho. Diante dos limites e das necessidades acreditamos que, a educação do campo pode colaborar com o trabalho produtivo e formativo dos jovens e mulheres, co-mo estratégia de permanecer no campo.

PARCERIA: UNICENTRO E A ESCOLA DO CAMPO NA FORMAÇA O DE JOVENS E

MULHERES CAMPONESAS

Page 8: BOLETIM INFORMATIVO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO · BOLETIM INFORMATIVO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO EDIÇA O Nº 6 - ANO 2016. Visitando São Paulo ... na Escola Estadual Maria Aparecida Rosignol

PÁGINA 8- MovEcampo

Atividade desenvolvida No colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak, com as turmas 7ªA e 7ªB, na disciplina de ciências com a educadora Valéria Santi. As atividades tiveram como objetivo mostrar a existência de microorganis-mos, como eles se proliferam, contaminam e causam doen-ças. Durante as aulas sobre o conteúdo Reino monera, fo-ram realizadas atividades práticas. Os educandos se dirigi-ram até o laboratório de ciências para desenvolver o experi-mento.

Os materiais utilizados foram: gelatina incolor; açúcar; água morna; cotonete; placa de petri; fita e canetas.

Após dissolvida a gelatina, os educandos passaram o cotonete em alguns objetos e partes do corpo. Em seguida esfregaram levemente no meio da cultura (gelatina incolor diluída na placa de petri) para contaminá-la. As placas de petri foram tampadas, etiquetadas e guardadas.

Depois de alguns dias foram feitas as primeiras observa-ções. A cada observação os educandos relatavam em seu caderno as modificações ocorridas no meio de cultura.

Com esse experi-mento pode-se concluir que os educandos tive-ram a clareza entre a teoria e prática, pois, observaram que os mi-croorganismos estão presentes em vários ambientes e que ao en-contrarem um ambiente e condições para o proli-feram e causam doen-ças. Lembrado que esse ambiente podem ser alimentos mal conserva-dos e até nosso organismo, sem as medidas básicas de higiene.

Aprendendo ciencia em escola do campo: cultura da bacteria

Nos dias 4,5,6 e 7 de maio de 2016, foram realizados em Guarapuava, o I Encontro de Pesquisa e Iniciação Tec-nológica em Agroecologia de estudantes das Escolas de Acampamento do Paraná e o I Encontro de Formação de Educadores e Educadoras em Agroecologia das Escolas de Acampamento do Paraná. Esses eventos foram realizados a

partir da implementação do Projeto “Formação em Agroeco-logia dos jovens do Ensino Médio das Escolas Itinerantes do Paraná: do saber popular ao conhecimento científico para o cuidado com a terra e com a vida”, que é uma parceria entre Unicentro, MST/PR, MDA-INCRA, MCTI e CNPq. Teve co-mo objetivos: realizar aprofundamento dos estudos sobre produção agroecológica; compreender a relação da produ-ção agroecológica com os conteúdos das disciplinas, no contexto da proposta dos Complexos de Estudo; planejar práticas pedagógicas vinculadas à produção agroecológica; potencializar os processos de auto-organização dos estu-dantes; avaliar as intervenções experimentais em Agroeco-logia, realizadas nos acampamentos, indicando alternativas para qualificá-las. Participaram do evento, aproximadamen-te 110 educandos e educadores de escolas de acampamen-to e assentamentos do Paraná. Houve a colaboração de vários educadores da Unicentro, de escolas da rede pública e especialistas em agroecologia na realização das oficinas e palestras.

Formaçao em Agroecologia

Edição e Produção:

Marlene Lucia Siebert Sapelli;

Suzamara Weber;

Eduardo Maciel Ferreira.

Distribuição: Universidades e

Escolas do Campo

Tiragem: 1000 exemplares

Cidade: Guarapuava

Expediente:

Realizaçao: Proposta das Escolas do MST e apresentada a Comissao do CEE/PR

No dia 18 de agosto de 2016, estiveram reunidos, representantes de escolas itinerantes, do setor estadual de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da Uni-centro com uma Comissão do Conselho Estadual de Educação/PR, em Curitiba, para apre-sentar a proposta dos Ciclos de Formação Humana com Complexos de Estudo, implemen-tada nas escolas itinerantes, em algumas esco-las de assentamento e parcialmente, em algu-mas escolas públicas de Goioxim, Guarapuava, Lapa, Pitanga. O Paraná conta hoje, com 12 escolas itinerantes que estão articuladas à Esco-la-base, o Colégio Estadual do Campo Iraci Sa-lete Strozak (localizado em Rio Bonito do Igua-çu), que atendem a 158 turmas, da Educação Infantil ao Ensino Médio.