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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO – COVID-2019 CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIA DO RIO GRANDE DO SUL/COERS SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 18 de 2020 SITUAÇÃO MUNDIAL A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, no dia 04/05/2020, o número de 3.435.894 casos confirmados no mundo, dos quais 239.604 evoluíram para óbito até esta data. Nas Américas, foram confirmados 1.433.756 casos e, entre estes, 77.827 óbitos até o momento. SITUAÇÃO NO BRASIL O Ministério da Saúde (MS) atualizou, em 04/05/2020, a situação dos casos no território nacional: 107.780 confirmados, sendo que 7.321 destes evoluíram para óbito até esta data. Foram registrados óbitos em todas as unidades da federação. SITUAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL (RS) O primeiro caso de COVID-19 foi idenficado no estado em 29/02/2020 (confirmação laboratorial em 10/03/2020). Desde a primeira confirmação até o término da Semana Epidemiológica (SE) 18 (02/05/2020), foram confirmados, considerando as diferentes definições de caso empregadas no período, 1.687 casos. Deste total, 619 foram noficados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com hospitalização, e 63 evoluíram para óbito até o dia 02/05/2020. OBJETO DE ANÁLISE ESTE BOLETIM DESCREVE OS 619 CASOS CONFIRMADOS PARA SARS-COV-2 DOS 3.769 CASOS DE SRAG HOSPITALIZADOS NO RS, NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SIVEP-GRIPE ATÉ A SE 18 DE 2020. A definição de caso de SRAG é constante e anterior ao início da pandemia de COVID-19. A vigilância é universal, com obrigatoriedade de noficação de todas as hospitalizações, ocorridas em hospitais públicos e privados. DESCRIÇÃO DOS CASOS DE SRAG HOSPITALIZADOS A Figura 1 apresenta série temporal da ocorrência de hospitalizações e óbitos por SRAG nos úlmos cinco anos. Nos anos de 2016 (epidemia de Influenza – H1N1) e 2020, as frequências são amplamente superiores quando comparadas às dos demais anos. Tal diferença é notável a parr da SE 10. A queda no total de hospitalizações na SE 18 de 2020 deve-se à baixa oportunidade da informação para este período mais recente. A baixa no número de óbitos nas SE 16, 17 e 18 de 2020 deve-se ao fato de que proporção importante das hospitalizações deste período ainda não possuem desfecho (Figura 1). 1

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO – COVID-2019

CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIA DO RIO GRANDE DO SUL/COERS

SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 18 de 2020

SITUAÇÃO MUNDIAL

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, no dia 04/05/2020, o número de 3.435.894 casosconfirmados no mundo, dos quais 239.604 evoluíram para óbito até esta data. Nas Américas, foramconfirmados 1.433.756 casos e, entre estes, 77.827 óbitos até o momento.

SITUAÇÃO NO BRASIL

O Ministério da Saúde (MS) atualizou, em 04/05/2020, a situação dos casos no território nacional: 107.780confirmados, sendo que 7.321 destes evoluíram para óbito até esta data. Foram registrados óbitos emtodas as unidades da federação.

SITUAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL (RS)

O primeiro caso de COVID-19 foi identificado no estado em 29/02/2020 (confirmação laboratorial em10/03/2020). Desde a primeira confirmação até o término da Semana Epidemiológica (SE) 18 (02/05/2020),foram confirmados, considerando as diferentes definições de caso empregadas no período, 1.687 casos.Deste total, 619 foram notificados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com hospitalização, e63 evoluíram para óbito até o dia 02/05/2020.

OBJETO DE ANÁLISE

ESTE BOLETIM DESCREVE OS 619 CASOS CONFIRMADOS PARA SARS-COV-2 DOS 3.769 CASOS DE SRAGHOSPITALIZADOS NO RS, NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SIVEP-GRIPE ATÉ A SE 18 DE 2020.

A definição de caso de SRAG é constante e anterior ao início da pandemia de COVID-19. A vigilância éuniversal, com obrigatoriedade de notificação de todas as hospitalizações, ocorridas em hospitais públicose privados.

DESCRIÇÃO DOS CASOS DE SRAG HOSPITALIZADOS

A Figura 1 apresenta série temporal da ocorrência de hospitalizações e óbitos por SRAG nos últimos cincoanos. Nos anos de 2016 (epidemia de Influenza – H1N1) e 2020, as frequências são amplamente superioresquando comparadas às dos demais anos. Tal diferença é notável a partir da SE 10.

A queda no total de hospitalizações na SE 18 de 2020 deve-se à baixa oportunidade da informação paraeste período mais recente. A baixa no número de óbitos nas SE 16, 17 e 18 de 2020 deve-se ao fato de queproporção importante das hospitalizações deste período ainda não possuem desfecho (Figura 1).

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Figura 1 – Casos hospitalizados e óbitos por SRAG, 2016 a 2020, RS

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Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

No presente ano, a elevação acentuada de notificações de SRAG iniciou em 16/03, cerca de 15 dias após oregistro do caso índice de COVID-19 identificado no RS. Na primeira quinzena de abril percebe-se umaestabilização na ocorrência de SRAG e de confirmações para COVID-19. Porém, a partir de 16/04 asfrequências de casos novos por dia (total SRAG e confirmados) voltam a crescer (Figura 2).

Em relação ao último Boletim Epidemiológico (SE 17), houve incremento de 21% no número de SRAG,totalizando 3.769 casos hospitalizados até a SE 18. Este aumento foi de 44% para casos confirmados deCOVID-19, resultando em 619 casos. Pela segunda SE consecutiva houve acréscimo superior a 40% nonúmero de casos confirmados em relação ao acumulado até a SE anterior.

Figura 2 – Casos de SRAG hospitalizados segundo confirmação para COVID-19, 23/02 a 02/05, RS

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Data da Hospitalização

COVID-19 Confirmado (N=619) COVID-19 Descartado (N=2.615) Em investigação (N=535)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Dentre os 433 óbitos por SRAG no período, 63 confirmaram para SARS-CoV-2. Ao visualizar a Figura 3, pordata de hospitalização do caso, observa-se aumento na frequência de óbitos por COVID-19 na segundaquinzena de março, diminuição na primeira quinzena de abril, e retomada importante do crescimento apartir de 16/04. Este padrão temporal é o mesmo tanto para hospitalizações por COVID-19 (Figura 2)quanto para óbitos confirmados para este vírus.

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1º caso confirmadode COVID-19 no RS,não hospitalizado

1º casohospitalizado porCOVID-19 no RS

Do total de óbitos com diagnóstico laboratorial realizado, observa-se um aumento da proporção deconfirmações para COVID-19, que variou de 14% no período de 14/03 até 15/04 para 33% a partir de16/04.

Figura 3 – Óbitos por SRAG segundo confirmação para COVID-19, 23/02 a 02/05, RS

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Data da hospitalização

COVID-19 Confirmado (N=63) COVID-19 Descartado (N=333) Em investigação (N=37)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

A Figura 4 apresenta a evolução do número de hospitalizações com necessidade de Unidade de TerapiaIntensiva (UTI) e de ventilação invasiva dentre os casos confirmados para COVID-19. Entre os 619 casos,28% necessitaram de internação em UTI e 15% de suporte ventilatório invasivo.

Figura 4 – Casos de SRAG hospitalizados confirmados para COVID-19 segundo internação em Unidade deTerapia Intensiva (UTI) e uso de ventilação mecânica invasiva, 23/02 a 02/05, RS

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Data da hospitalização

Total COVID-19 (N=619) UTI (N=176) Ventilação Invasiva (N=94)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

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Ao analisar o total de SRAG, o aumento expressivo de casos foi parcialmente acompanhado pela elevaçãodo número de internações em UTI e do uso de suporte ventilatório invasivo (Figura 5). Observa-se que aproporção de casos que demandaram tais medidas de suporte de alta complexidade tornou-se menor apóso aumento da incidência de hospitalizações. Até 15/03 esta proporção foi de 41%, passando para 23% noperíodo a partir de 16/03. Tal variação pode estar associada à maior proporção de confirmação paraCOVID-19, sendo que 28% das hospitalizações pela doença necessitaram de UTI, assim como à alteração napercepção de risco na atenção aos usuários atendidos na rede hospitalar.

Figura 5 – Casos de SRAG hospitalizados segundo internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e usode ventilação invasiva, 23/02 a 02/05, RS

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Data da hospitalizaçãoTotal SRAG (N=3.769) UTI (N=940) Ventilação Invasiva (N=586)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Dos 619 casos confirmados para COVID-19, 334 (54%) possuem evolução por “alta por cura” ou “óbito” noSivep-gripe (Figura 6). Dentre os casos que internaram em UTI, esta proporção é de 51% (Figura 7).

Figura 6 – Casos de SRAG hospitalizados confirmados para COVID-19 segundo evolução do caso, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

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Figura 7 – Casos de SRAG hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) confirmados para COVID-19 segundo evolução do caso, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

A mediana de dias entre a hospitalização e o desfecho para os 63 óbitos foi de 7 dias (variação de 1 a 40). Jáentre a hospitalização e a alta por cura dos 271 casos a mediana foi de 8 dias (variação de 1 a 34). Taisdistribuições são visualizadas na Figura 8.

Figura 8 – Casos de SRAG hospitalizados por COVID-19 segundo duração em dias até o desfecho, 2020, RS

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Número de dias até o desfecho

Hospitalização até o óbito (N=63) Hospitalização até a alta (N=271)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

No universo de casos de SRAG confirmados para COVID-19 que internaram em UTI, a mediana de dias entrea hospitalização e o desfecho para os 41 óbitos foi de 8 dias (variação de 1 a 40). Já entre a hospitalização ea alta por cura dos 48 casos foi de 11 dias (variação de 1 a 34) (Figura 9).

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Figura 9 – Casos de SRAG hospitalizados em UTI por COVID-19 segundo duração em dias até o desfecho, 2020, RS

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Número de dias até o desfecho

Hospitalização até o óbito (N=41) Hospitalização até a alta (N=48)

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Ao analisar a evolução do número de indivíduos que se encontram hospitalizados em um mesmo dia,observa-se aumento importante no total de pessoas em leitos clínicos entre 13/04 e 29/04. O aumentoocorre também para leitos de UTI, porém com menor velocidade. Ressalta-se que, para os últimos dias dasérie temporal, os dados do Sivep-gripe são parciais e não refletem com precisão o número dehospitalizados, o que torna inválida a interpretação da estabilização visualizada a partir de 29/04 (Figura10).

Figura 10 – Casos de SRAG confirmados para COVID-19 hospitalizados em um mesmo dia em leito clínico e em UTI, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

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PERFIL DOS INDIVÍDUOS NOTIFICADOS POR SRAG CONFIRMADOS PARA SARS-COV-2

A frequência de casos foi 32% maior para o sexo masculino. Para óbitos, tal diferença relativa foi de 17%(Figura 11).

Figura 11 – Hospitalizações, internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbitos por SRAGconfirmados para COVID-19 segundo sexo, 2020, RS

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Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Ao analisar a distribuição destes casos por faixa etária, percebe-se que a proporção que necessitou de UTIfoi de 41% para os indivíduos com mais de 70 anos. A distribuição dos óbitos apresenta padrão semelhante,alcançando 36% dos hospitalizados com 80 e mais anos (Figura 12 - A).

As taxas de incidência revelam que o risco para casos graves se eleva de forma contínua no sentido dasfaixas etárias de maior idade. A população idosa apresenta maior risco que a não idosa parahospitalizações. Este risco relativo é ainda maior para necessidade de UTI e para óbito (Figura 12 - B).

Figura 12 – Hospitalizações, internações em UTI e óbitos por SRAG confirmados para COVID-19 segundofaixa etária, 2020, RS, ocorrência (A) e incidência por 100.000 habitantes (B)

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Faixa etáriaHospitalizações COVID-19 UTI COVID-19 Óbitos COVID-19

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Na Figura 13, observa-se que a raça/cor branca foi majoritária nas hospitalizações e óbitos por COVID-19. Acategoria de raça/cor indígena não apresentou caso. Não obstante, há evidência de alteração do perfilsocioeconômico da população acometida pela pandemia no estado. A Figura 14 demonstra a quedaacentuada na proporção de indivíduos com escolaridade de nível superior. No estágio inicial da curvaepidêmica, a população em melhor posição socioeconômica esteve mais exposta, porém uma rápidatransição encontra-se em andamento. Esta tendência está relacionada com a ampliação da disseminaçãodo vírus e com a diferença de distanciamento social observada entre os estratos socioeconômicos. Cresce aimportância da Atenção Primária à Saúde no atendimento dos casos suspeitos nos territórios maisvulneráveis, na coordenação do cuidado de acordo com a gravidade dos casos e na implementação dasmedidas de isolamento.

Figura 13 – Casos de SRAG hospitalizados (A) e óbitos (B) confirmados para COVID-19 segundo raça/cor,2020, RS

492

3019

77 1

Branca Preta Parda Ignorada Amarela

49

4

3

7

Branca Preta Parda Ignorada

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

8

A B

B

Figura 14 – Proporção de indivíduos com ensino superior entre os casos de SRAG hospitalizadosconfirmados para COVID-19, 2020, RS

40%

31% 31%

20%

6%

13%

6%

00%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

11 12 13 14 15 16 17 18% d

o to

tal d

ecas

os d

e SR

AG h

ospi

taliz

ados

co

nfirm

ados

par

a CO

VID

-19

Semana epidemiológica de início dos sintomas

% com ensino superior

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Considerando-se que o objeto em análise na Figura 15 são os 619 casos de SRAG hospitalizados comconfirmação para COVID-19, observa-se a esperada alta prevalência dos sintomas que caracterizam asíndrome, com predomínio de febre (86%), tosse (84%) e dispneia (71%). Chama atenção que mais de 80%dos indivíduos que evoluíram para óbito apresentaram saturação de O2 < 95% no momento dahospitalização.

Figura 15 – Proporção de sintomas em casos de SRAG hospitalizados e óbitos por COVID-19, 2020, RS

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Vômito

Diarreia

Dor de garganta

Saturação O2 < 95%

Desconforto respiratório

Dispneia

Tosse

Febre

% de hospitalizações e óbitos

Sint

omas

Óbitos COVID-19 Hospitalizações COVID-19

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

9

Dentre os casos hospitalizados por COVID-19, 67% apresentaram pelo menos uma comorbidade (Figura 16– A). Esta proporção é maior entre indivíduos com 60 anos ou mais (81%). No conjunto dos casos queevoluíram para óbito, 92% tinham pelo menos uma comorbidade (Figura 16 – B).

Figura 16 – Casos de SRAG hospitalizados confirmados para COVID-19 por faixa etária segundo presençade comorbidade, 2020, RS, casos (A) e óbitos (B)

1 1 1734

5076

8976

494 1

14

29

58

49 28

17

5

0

15

30

45

60

75

90

105

120

135

0-9 anos 10-19 anos

20-29 anos

30-39 anos

40-49 anos

50-59 anos

60-69 anos

70-79 anos

80 e mais anos

Caso

s hos

pita

lizad

os c

onfir

mad

os p

ara

COVI

D-19

Faixa etária

Com pelo menos uma comorbidade Sem comorbidade

0 01

11 6

10

20 18

1

1

12

0

5

10

15

20

25

0-9 anos 10-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 e mais anos

Óbi

tos c

onfir

mad

os p

ara

COVI

D-1

9

Faixa etária

Com pelo menos uma comorbidade Sem comorbidade

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Entre os indivíduos hospitalizados, 72% apresentaram ao menos um fator de risco (comorbidade ou idadeacima de 60 anos). Para aqueles que evoluíram a óbito, essa proporção foi de 97%. A comorbidade maisprevalente foi doença cardiovascular (Figura 17).

10

A

B

Figura 17 – Prevalência de fatores de risco em casos de SRAG hospitalizados e óbitos por COVID-19, 2020,RS

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Doença Renal Crônica

Doença Neurológica

Outra Pneumatopatia

Obesidade

Asma

Diabetes mellitus

Outras Comorbidades

Doença Cardiovascular

> 60 anos

Ao menos 1 fator de risco

% de hospitalizações e óbitos confirmados para COVID-19

Fato

res d

e ris

co

Óbitos COVID-19 Hospitalizações COVID-19

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE SRAG CONFIRMADOS PARA SARS-COV-2

Constata-se maior frequência de hospitalizações e óbitos por SRAG confirmados para COVID-19 em PortoAlegre e Passo Fundo (Figura 18).

Figura 18 – Distribuição espacial do número de casos de SRAG hospitalizados e óbitos confirmados paraCOVID-19 por município de residência, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

11

Ao analisar a medida de ocorrência mais relevante para identificar os territórios com maior risco parahospitalizações, observa-se que as maiores incidências cumulativas de SRAG confirmadas para COVID-19,por 100.000 habitantes, encontram-se respectivamente nas Regiões de Saúde 29 – Vales e Montanhas(município de Lajeado com 49 hospitalizações), 17 - Planalto (município de Passo Fundo com 83hospitalizações), 25 – Vinhedos e Basalto (município de Bento Gonçalves com 36 hospitalizações) e 30 –Vale da Luz (município de estrela com 9 hospitalizações) (Figura 19). As maiores taxas de mortalidadetambém se encontram nas Regiões de Saúde 17 e 29 (Tabela 1).

Figura 19 – Incidência cumulativa de SRAG e número de óbitos confirmados para COVID-19 por Região deSaúde de residência, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

Tabela 1 – Incidência cumulativa de SRAG por COVID-19 e Taxa de mortalidade por COVID-19, por 100.000 habitantes, por Região de Saúde de residência, 2020, RS

12

Região de Saúde Incidência cumulativa de hospitalizações Taxa de mortalidadeRegião 01 - Verdes Campos 1,39 0Região 02 - Entre Rios 0,83 0Região 03 - Fronteira Oeste 0,67 0Região 04 - Belas Praias 2,45 0,61Região 05 - Bons Ventos 0,85 0,85Região 06 - Vale do Paranhana e Costa Serra 0 0Região 07 - Vale dos Sinos 3,17 0,49Região 08 - Vale do Caí e Metropolitana 3,03 0,25Região 09 - Carbonífera/Costa Doce 1,98 0Região 10 - Capital e Vale do Gravataí 7,05 0,77Região 11 - Sete Povos das Missões 0,69 0,35Região 12 - Portal das Missões 1,97 0Região 13 - Diversidade 0,83 0Região 14 - Fronteira Noroeste 1,69 0Região 15 - Caminho das Águas 0,52 0Região 16 - Alto Uruguai Gaúcho 1,67 0Região 17 - Planalto 30,04 3,85Região 18 - Araucárias 2,94 0Região 19 - Botucaraí 3,44 1,72Região 20 - Rota da Produção 3,58 0Região 21 - Sul 1,15 0,11Região 22 - Pampa 2,71 0,54Região 23 - Caxias e Hortênsias 1,20 0Região 24 - Campos de Cima da Serra 2,99 1,00Região 25 - Vinhedos e Basalto 23,34 1,26Região 26 - Uva Vale 6,41 0Região 27 - Jacuí Centro 2,50 0,50Região 28 - Vale do Rio Pardo 3,75 0,86Região 29 - Vales e Montanhas 31,51 2,13Região 30 - Vale da Luz 16,73 0,76Rio Grande do Sul 5,46 0,56

Fonte: Sivep-gripe/RS, dados atualizados em 03/04/2020 às 11:00 horas, sujeitos à revisão.

DESCRIÇÃO DOS SURTOS DE SÍNDROME GRIPAL EM INSTITUIÇÕES FECHADAS

Do dia 20 de março até o dia 04 de abril, foram notificados 19 surtos de síndrome gripal associados aCOVID-19, distribuídos em oito municípios integrantes das Regiões de Saúde 10, 17, 18, 20, 25, 26 e 29.Quanto aos locais de ocorrência, foram registrados 13 surtos em indústrias, 4 em Instituições de LongaPermanência de Idosos (ILPI) e um em Instituição para o Cumprimento de Medidas Sócio-Educativas. ATabela 2 ilustra os dados de investigações, até o dia 04/05/2020.

Tabela 2 - Descrição dos surtos de síndrome gripal em instituições fechadas

13

Município Região deSaúde

Instituição Total deexpostos

Sintomáticos deSíndrome

Gripal

Casosconfirmados

*Óbitos

Óbitossecundários

**Porto Alegre 10 FASE 180 4 4 0 0

Garibaldi25 Frigorífico 1157 36 36 1 025 Frigorífico 1127 52 10 0 0

Carlos Barbosa

25 Frigorífico 230 7 2 0 025 Laticínio 347 15 4 0 0

Farroupilha 26 ILPI 21 14 14 0 0Nova Araçá 25 Frigorífico 1682 35 8 0 0

Passo Fundo17 Frigorífico 2410 284 46 0 417 ILPI 46 12 16 1 0

Marau 17 Frigorífico 3183 148 33 0 0Tapejara 18 Frigorífico 1480 70 16 0 1Serafina Corrêa 17 Frigorífico 1541 2 16 0 0Não-Me-Toque 17 Indústria 2350 14 3 0 0Trindade do Sul 20 Frigorífico 1400 113 2 0 0

Lajeado

29 ILPI 34 11 16 1 029 ILPI 46 13 3 2 029 Frigorífico 1800 725 35 0 029 Frigorífico 2347 466 13 0 1

Encantado 29 Frigorífico 1757 37 23 0 0Total 19 23138 2058 300 5 6* Por critério laboratorial ou clínico-epidemiológico. ** Óbito de contactante domiciliar de caso confirmado de COVID-19.

Fonte: COE/RS, dados atualizados em 05/05/2020 às 12:00 horas, sujeitos à revisão.

Instituições de Longa Permanência de Idosos

Dentre os quatro surtos notificados, o total de expostos (entre trabalhadores e residentes) foi de 147indivíduos, dentre os quais 49 tiveram o diagnóstico confirmado para COVID-19. Destes, quatro evoluírampara óbito, sendo todos idosos residentes das instituições.

Indústrias (frigoríficos, laticínios entre outras)

Foram notificados 14 surtos, os quais somaram um total de 22.811 trabalhadores expostos, sendo que2.004 destes apresentaram sintomatologia de síndrome gripal. Os casos confirmados de trabalhadoresdiagnosticados para COVID-19 até o momento totalizaram 247 casos, sendo que um evoluiu para óbito eoutros seis foram registrados como óbitos de casos secundários.

Instituição para Cumprimento de Medidas Sócio-Educativas

Foram confirmados laboratorialmente para COVID-19 4 casos, dois trabalhadores da instituição e doisinternos. O surto já foi encerrado, considerando que não houve registro de novos casos nos últimos 14 dias.

Figura 20 - Municípios com registro de surtos de COVID-19, 2020, RS

14

Fonte: COE/RS, dados atualizados em 05/05/2020 às 12:00 horas, sujeitos à revisão.

PERFIL DOS CASOS DE SG DAS UNIDADES SENTINELAS (US)

Os municípios que compõem a rede sentinela são: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas eUruguaiana. O objetivo principal das US é acompanhar o perfil de ocorrência de Síndrome Gripal (SG) paradetectar padrões inusitados e coletar amostras que subsidiarão a composição da vacina de influenza anualdo Hemisfério Sul.

O padrão de ocorrência da SG é acompanhado através da proporção de SG em relação a outras causas deatendimentos nas US. No diagrama de controle, observa-se aumento deste indicador, com picos nas SE 12e 15, no entanto a proporção de SG tem-se mantido abaixo do limite endêmico superior. A semanaepidemiológica em que a proporção de SG chegou mais próxima ao limite superior foi a semana 11 (Figura16).

Figura 16 – Diagrama de controle da proporção de Síndrome Gripal (SG), 2012-2020, RS

15

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

% de SG 2020 Limite endêmico superior pandemia Influenza 2009

Fonte: Sivep-gripe/RS, acessado em 05/05/2020 às 10h.

Até a SE 18, foram coletadas 342 amostras (250 processadas) das 720 preconizadas, o que corresponde a 5amostras semanais por US (47,5%). Destas, apenas 14 amostras foram positivas para vírus respiratórios: 5SARS CoV-2, 4 Influenza B, 1 influenza A (H1N1) e 4 outros vírus, totalizando 5,6% de positividade para osvírus respiratórios pesquisados entre as amostras processadas (Figura 17).

A prioridade laboratorial está sendo o SARS-CoV-2. Com a expansão da rede de laboratórios colaboradores,serão ampliados os diagnósticos diferenciais para outros vírus respiratórios, que estejam circulando deforma concomitante ao novo coronavírus.

Figura 17 – Distribuição dos vírus respiratórios nos casos de Síndrome Gripal segundo semanaepidemiológica de início dos sintomas, 2020, RS

Fonte: Sivep-gripe/RS, acessado em 05/05/2020 às 10h.

16

Ressalta-se que as US realizaram um número de coletas abaixo do preconizado, prejudicando a avaliaçãodo perfil de circulação dos vírus respiratórios para os casos de SG, o que reforça a necessidade de fortalecero monitoramento da produção destas unidades para elevar a sensibilidade da rede sentinela. Foi iniciadauma estratégia de fortalecimento das unidades sentinelas para que estes serviços atendam os objetivos davigilância.

Data de elaboração do Boletim Epidemiológico: 05 de maio de 2020.

17