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Sempre lamentamos a interrupção da publicação trimestral do Boletim Epidemiológico, contudo, mantemos a pressão para que sejam poucas e que os períodos sem publicações sejam breves. Ficamos felizes com cada elaboração e impressão do Boletim que é o grande meio de retorno da informação a todos os participantes de SINAN (Sistema de Informação dos Agravos de Notificação): o profissional da ponta que faz a notificação, o técnico que busca os casos em toda a rede hospitalar, o profissional que qualifica os dados cuidando de cada especificidade do agravo notificado e tomando as medidas de controle necessárias, o estagiário que qualifica o endereço e digita no computador, o profissional que faz a conferência do banco e elabora as informações. O resultado de todo o fluxo de notificação e qualificação pode ser conferido com as informações da situação de saúde em relação à tuberculose em Porto Alegre e o grave risco das cepas multirresistentes. Assim como, do diagnóstico da aids que mostra a diferença das regiões da cidade em coeficiente de letalidade e reforça a vinculação de sistemas de informação para a qualificação da situação de saúde deste agravo no município. O Alerta Epidemiológico da Dengue impresso neste boletim, mesmo já tendo sido encaminhado a todos os serviços de saúde, fica registrado para a história do constante risco que Porto Alegre tem e de quanto os serviços vem se esforçando para manter o território do município longe da dengue. As tabelas comparativas dos agravos de notificação compulsória estão presentes nesta primeira impressão referente ao ano de 2009. A tabela final dos anos de 2008 e 2009 mostra a manutenção do total de casos notificados, e a diferença de alguns EDITORIAL ANO XII FEVEREIRO DE 2010 NÚMERO 42 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre agravos, como a nova cepa do vírus influenza em 2009. A tabela referente aos anos de 2009 e 2010 até o mês de fevereiro mostra algumas diferenças, como o aumento de casos da hepatite viral do tipo A no mesmo período. Encerram este boletim algumas cenas da segunda edição do projeto Amigo da Epidemiologia realizado no dia 14 de dezembro de 2009. Encontro este elaborado com cuidado e esmero para que todos os profissionais que contribuem no processo de trabalho da vigilância das doenças transmissíveis de notificação compulsória fossem representados, confraternizando e mantendo o estímulo nesta importante ação de saúde.

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Page 1: BOLETIM EPIDEMIOLÓGICOlproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cgvs/usu_doc/... · Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre agravos,

Sempre lamentamos a interrupção dapub l i cação t r imes t ra l do Bo le t imEpidemiológico, contudo, mantemos apressão para que sejam poucas e que osperíodos sem publicações sejam breves.

Ficamos felizes com cada elaboraçãoe impressão do Boletim que é o grande meiode retorno da informação a todos osparticipantes de SINAN (Sistema deInformação dos Agravos de Notificação): oprofissional da ponta que faz a notificação, otécnico que busca os casos em toda a redehospitalar, o profissional que qualifica osdados cuidando de cada especificidade doagravo notificado e tomando as medidas decontrole necessárias, o estagiário quequalifica o endereço e digita no computador,o profissional que faz a conferência do bancoe elabora as informações.

O resultado de todo o fluxo denotificação e qualificação pode ser conferidocom as informações da situação de saúdeem relação à tuberculose em Porto Alegre eo grave risco das cepas multirresistentes.Assim como, do diagnóstico da aids quemostra a diferença das regiões da cidade emcoeficiente de letalidade e reforça avinculação de sistemas de informação para aqualificação da situação de saúde desteagravo no município.

O Alerta Epidemiológico da Dengueimpresso neste boletim, mesmo já tendo sidoencaminhado a todos os serviços de saúde,fica registrado para a história do constanterisco que Porto Alegre tem e de quanto osserviços vem se esforçando para manter oterritório do município longe da dengue.

As tabelas comparativas dos agravosde notificação compulsória estão presentesnesta primeira impressão referente ao anode 2009. A tabela final dos anos de 2008 e2009 mostra a manutenção do total decasos notificados, e a diferença de alguns

EDITORIAL

ANO XII FEVEREIRO DE 2010NÚMERO 42

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICOEquipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis

Coordenadoria Geral de Vigilância em SaúdeSecretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre

agravos, como a nova cepa do vírusinfluenza em 2009. A tabela referente aosanos de 2009 e 2010 até o mês de fevereiromostra algumas diferenças, como oaumento de casos da hepatite viral do tipo Ano mesmo período.

Encerram este boletim algumascenas da segunda edição do projeto Amigoda Epidemiologia realizado no dia 14 dedezembro de 2009. Encontro este elaboradocom cuidado e esmero para que todos osprofissionais que contribuem no processo detrabalho da vigilância das doençastransmissíveis de notificação compulsóriafossem representados, confraternizando emantendo o estímulo nesta importante açãode saúde.

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02 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

Foram notificados em Porto Alegre 19.359casos deAIDS, de 1983 a 31 de dezembro 2009*, sendoque 96,2% dos casos em indivíduos maiores de 13 anose 3,8% em crianças. A distribuição por sexo é de 64,6%em homens e 35,4% em mulheres. No ano de 2008foram notificados 1.400 casos novos de AIDS, sendo aincidência de 97,9 casos por 100.000 habitantes, comletalidade de 14,6% dos casos, no mesmo ano. A tabela1 mostra os casos de AIDS em Porto Alegre, porGerência Distrital de Saúde (GD), sendo oportunoressaltar a maior proporção de casos no sexo feminino,nas Gerências 4 e 5, provavelmente pelo número demulheres diagnosticadas em decorrência do pré-natale a letalidade nas GD 7 e 8 (21,4% e 20 %respectivamente, com média geral de 15,1% ), regiõesda cidade com as mais elevadas prevalências para oagravo desde o início da epidemia, o que pode indicar odiagnóstico tardio da doença e/ou subnotificação doscasos.* dados preliminares sujeitos à revisão

Tabela 1 – Casos de AIDS em Porto Alegre, anodiagnóstico 2008, distribuição por Gerência Distrital, número

de casos, sexo (%), óbitos e letalidade.

AIDS EM PORTO ALEGRE - 2008Isete Maria Stella - Enfermeira

Graciela Stropper de Oliveira – Acad. EnfermagemAldo Beck Junior – Acad. Enfermagem

Recuperação dos casos subnoficados de AIDS a partirdo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais –

SICEL

Apesar do trabalho ativo e contínuo junto aosserviços/profissionais de saúde notificadores e deoutros mecanismos de recuperação de casos, como porexemplo, interface com bancos de dados decoinfecções (Tuberculose, Hepatites, etc), Sistema deInformação de Mortalidade (SIM), auto-notificação(benefícios sociais), etc, ainda observa-se diferençasubstancial entre os números locais e o nível nacional .1

Para redimir este problema, como já vem sendoutilizado pelo Programa Nacional de DST/AIDS, a partirde 2009, a vigilância deste agravo em Porto Alegre,passou a incorporar também os dados do SICEL,banco de dados que registra os resultados de contagemde células de linfócitos TCD4/CD8. Os critérios dedefinição de AIDS (2004), estabelecem claramente omomento em que os casos devem ser comunicados aVigilância Epidemiológica, porém, habitualmente, elestêm sido notificados a partir da introdução da terapiaantirretroviral - TARV. Com a flexibilização do ConsensoNacional para indicação do TARV , em que pacientescom CD4 entre 200 e 350 células, podem ter o início deterapia protelada devido suas condições gerais e/ouqualidade de adesão à medicação, observa-se oretardo na informação destes casos. A tabela 2 mostraos casos notificados ao SINAN AIDS, pelos Serviços deSaúde, busca ativa, demanda espontânea, SIM eSICEL. Observa-se o elevado número de notificaçõesrecuperadas pelo SICEL, inclusive de casos onde oCD4 encontra-se abaixo de 200 células, confirmando asubnotificação ainda existente. Em relação ao SIMevidencia-se o diagnóstico tardio de significativonúmero de casos de AIDS, registrados no SINANsomente pelo óbito. A otimização desses bancos dedados contr ibui na recuperação de casossubnotificados, todavia, não identifica o perfilepidemiológico, aumentando consideravelmente acategoria de exposição ao HIV “ignorado”, dificultadoassim a implementação de medidas preventivas junto àpopulação afetada.

2

3

Tabela 2 – Casos de AIDS em Porto Alegre, notificações doscasos pela forma de ingresso no SINAN, 2008 e 2009*

Referências Bibliográficas1- Boletim Epidemiológico DST/AIDS, Secretaria

de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde.Ano V nº1. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

2- Critérios de Definição de Casos de AIDS.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância emSaúde. Programa Nacional de DST/AIDS.Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

3- Recomendações para Terapia Antirretroviral emAdultos Infectados pelo HIV: 2008/Ministério daSaúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,Programa Nacional de DST/AIDS. 7ª Ed.Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

GERÊNCIASexo

NºCasos % % M % F

NºÓbitos

%Letalidade

GD 1 Centro 9,1

GD 2 Noroeste/HumaitáNavegantes-Ilhas 12.4

GD 3 Norte /Eixo Baltazar 14,2

GD 4 Leste/Nordeste 18,4

GD 5 Glória-Cruzeiro-Cristal 16,4

GD 6 Sul/Centro Sul 12,4

GD 7 Partenon/Lombado Pinheiro

23,7

GD 8 Restinga/Extremo Sul

251

161

162

179

195

161

190

101

18,0

11,5

11,4

12,7

14,0

11,5

13,6

7,3

68,7

56,3

53,2

48,9

46,9

59,0

57,8

57,0

31,3

43,7

46,8

51,1

53,1

41,0

42,2

43,3

23

20

23

33

32

20

45

25 24,8

TOTAL 1400 100 100 221 -

Ano

Notificações deServiços, BuscaAtiva e DemandaEspontânea SIM SICEL – CD4 Total

2008 700 (51,1%) 221 (15,8%) 464 (33,1%)<200 200 a 350165 ( 35,6) 299 (64,4)

1400

2009 772 (63,2%) **129 (10,6%) 321 (26,2%) 104 (32,4%) 217 (67,6%) 1222

SMS/CGVS/EVDT/SINAN* até 25/02/2010** óbitos até 31/12/2009

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

Ao observar a tabela 1, verifica-se que ocoeficiente de incidência da tuberculose em PortoAlegre é elevado, em média 100/ 100.000hab(tabela 1), com uma tendência de crescimento nonúmero de casos nos períodos de 2007 e 2008,como demonstrado no gráfico 1. A tuberculose éendêmica em nosso meio e um grave problema desaúde pública. As medidas de controle destadoença são baseadas em diagnóstico etratamento, ainda centralizados em unidades dereferência.

A tuberculose é uma doença estigmatizadae, apesar de ter cura, ainda é negligenciada, tantopelos centros acadêmicos formadores, bem comopor serviços de saúde.

Márcia Calixto - EnfermeiraMaristela Aquino Moresco / Maria da Graça Struks/ Vera Ricaldi /

Patricia Zancan - Auxiliares de enfermagemMariana Moreira Ouriques / Graziela Peck Rodrigues

Acadêmicas de enfermagem

Tabela 1-Coeficientes de incidências da tuberculose emPorto Alegre, 2001 a 2008.

Fonte:PMPA /SMS /CGVS /EVDT /SINAN

p u lm o n a r e s to d a s a s f o r m a s c lin ic a s p u lm o n a r e sto d a s a s f o r m a s c lin ic a s

2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8

1 .7 0 0

1 .6 0 01 .5 0 01 .4 0 0

1 .3 0 01 .2 0 01 .1 0 0

1 .0 0 09 0 08 0 0

7 0 06 0 05 0 0

4 0 03 0 02 0 0

1 0 00

2 0 0 12 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4

2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 72 0 0 8

2 0 0 12 0 0 2

2 0 0 3 2 0 0 42 0 0 5

2 0 0 62 0 0 7

2 0 0 8

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

Gráfico 1- Casos novos de tuberculose de residentes emPorto Alegre, todas as formas clinicas e pulmonaresbacilíferos, 2001 a 2008.

Quadro 1- Número de casos novos de

tuberculose, todas as formas clinicas

residentes em Porto Alegre, por faixa etária.

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

A tuberculose mantém uma concentraçãona faixa etária adulta. No entanto, houve umaumento dos casos em menores de 14 anos noperíodo de 2008 ( Quadro 1), o que pode serexplicado pela elevação das fontes de infecçãocirculantes em nosso meio e, conseqüentemente,uma maior exposição das crianças ao Bacilo deKoch.

tx HIV/TB Tx testados tx HIV/TB Tx testados

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

90858075

70656055504540353025

20151050

46,30142,872

38,75636,574 35,984 33,957 35,3

65,06269,993

78,343 78,55674,656

81,108 79,024

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

Gráfico 2- Taxa de Coinfecção TB/ HIV , casos

novos de tuberculose, todas as formas clinicas,

de residentes em Porto Alegre e a

taxa de pacientes testados para anti-HIV,

2001 a 2007.

UMA ANÁLISE HISTÓRICA DA SITUAÇÃODA TUBERCULOSE EM PORTO ALEGRE

03

AnoDiagnóstico

0 a 14anos

% 0-1415 anose mais

% 15 anose mais

Total

2001 34 2,64 1.254 97,36 1.288

2002 48 3,47 1.335 96,53 1.383

2003 31 2,16 1.405 97,84 1.436

2004 41 2,87 1.386 97,13 1.427

2005 43 3,11 1.338 96,89 1.381

2006 38 2,88 1.280 97,12 1.318

2007 38 2,77 1.335 97,23 1.373

2008 60 3,98 1.446 96,02 1.506

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04 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

O gráfico 2 mostra uma tendência de queda da taxa de HIV positivos, porém não houve uma correlaçãocom a diminuição na oferta do teste anti-HIV, o que pode indicar que a associação HIV/TB pode estar semodificando em nosso meio.

Tabela 2-Situação de alta, por ano de tratamento, dos casos novos todas as formas clinicas detuberculose, nos pacientes residentes em Porto Alegre, 2001 a 2008.

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

As metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS), em consonância com a Organização Mundial deSaúde (OMS), para que a tuberculose se mantenha sob controle e pactuada em todo território nacional é que ataxa de cura seja de 85% e a taxa de abandono igual ou menor que 5%. Atualmente, Porto Alegre encontra-semuito aquém de alcançar o controle desta doença.

Quadro 2 - Situação de alta dos casos novos detuberculose pulmonares bacilíferos no ano de 2007

por estabelecimento de saúde. O quadro 2 mostra a distribuição dos pacientesnovos bacilíferos por estabelecimento de saúde e queiniciaram tratamento para tuberculose no ano de 2007.

Salientamos que os Hospitais e Unidades deProntoAtendimento, apesar de realizar o diagnóstico docaso, não acompanham o tratamento mensal dopaciente, exceto o Hospital Sanatório Partenon,referência no atendimento de casos de tuberculose. Ataxa de abandono dos hospitais indica que os pacientesque informaram residir em Porto Alegre na altahospitalar, não continuaram o tratamento nas Unidadesde Referência. Os indicadores de cura e abandonodemonstrados no Quadro 2 não alcançaram a metaestabelecida pelo Programa Nacional de Controle daTuberculose.

Quadro 3- Casos novos de tuberculose bacilífera porgerência distrital, ano de 2008, por situação de alta

por cura e abandonoDistr Resid ign %IGN Cura %cura Abandono %abandono Total

GD 1 - CENTRO 5 5,56 51 56,67 26 28,89 90

GD2-

NOROESTE/HUMAITA/NAVEG

ANTES/ILHAS

1 1,37 41 56,16 16 21,92

GD3-NORTE/EIXO BALTAZAR 6 6,32 52 54,74 17 17,89 95

GD4- LESTE/NORDESTE 4 3,88 57 55,34 29 28,16 103

GD5

GLORIA/CRUZEIRO/CRISTAL2 2,82 43 60,56 17 23,94 71

GD 6 - SUL/CENTRO SUL 3 4,00 49 65,33 12 16,00 75

GD7- PARTENON/LOMBA DO

PINHEIRO9 4,23 123 57,75 35 16,43 213

GD8- RESTINGA/EXTREMO

SUL1 1,79 33 58,93 11 19,64 56

Total 31 3,99 449 57,86 163 21,01 776

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

Fonte: PMPA /SMS /CGVS /EVDT/ SINAN

20012002200320042005200620072008

0000012

93

0,000,000,000,000,000,080,156,18

853941982

1.039974960940959

66,2368,0468,3872,8170,5372,8468,4663,68

221203232171198174216263

16,3814,6816,1611,9814,3413,2015,7317,46

182194180172162141168126

141413121211128

4243414346394663

3,263,112,863,013,332,963,354,18

02121312

1.2881.3831.4361.4271.3811.3181.3731.506

Ano IGN %ig Cura tx cura Abandono tx abandono obito %obito Transferência tx trans TB Multirresistente Total

. Unid. SaSde Atual Cura %cura Abandono %aban Total

HOSPITAL FEMINA SA 0 0,00 1 100,00 1

IRMANDADE SANTA CASA 0 0,00 0 0,00 3

PRONTO ATENDIMENTO CRUZEIRO DO SUL 0 0,00 2 66,67 3

UBS RESTINGA 8 80,00 2 20,00 10

UBS VILA FLORESTA 1 100,00 0 0,00 1

HOSPITAL SAO LUCAS DA PUCRS 0 0,00 1 50,00 2

HOSPITAL PARQUE BELEM 0 0,00 0 0,00 3

C BOM JESUS 12 60,00 8 40,00 20

CS MURIALDO 108 81,82 17 12,88 132

C SAUDE MODELO 95 69,85 32 23,53 136

CS NAVEGANTES 82 78,10 11 10,48 105

UBSNOSSASENHORA APARECIDA 0 0,00 1 100,00 1

UBS PARQUE DOS MAIAS 0 0,00 1 100,00 1

UBS SANTISSIMA TRINDADE 2 50,00 2 50,00 4

UNIDADE VILA SESC 1 100,00 0 0,00 1

UBS DIVINA PROVIDENCIA 3 60,00 2 40,00 5

UBS HOSPITAL CONCEICAO 1 100,00 0 0,00 1

UNIDADE JARDIM ITU 2 100,00 0 0,00 2

PRESIDIO CENTRAL PORTO ALEGRE 30 49,18 5 8,20 61

CONCEICAO SA0 0,00 1 5,56 18

HOSPITALDE CARDIOLOGIA 0 0,00 0 0,00 1

C S VILA IAPI 34 69,39 13 26,53 49

CSVILA DOS COMERCIARIOS 106 75,71 25 17,86 140

HOSPITAL DE CLINICAS 0 0,00 0 0,00 4

HOSPITALAR VILA NOVA 0 0,00 4 40,00 10

HPS 0 0,00 2 50,00 4

HOSPITALSANATORIO PARTENON 8 47,06 3 17,65 17

HOSPITAL LUTERANO 0 0,00 0 0,00 1

PSF SEM DOMICILIO 6 42,86 7 50,00 14

Total 499 66,53 140 18,67 750

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA

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05BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

Analisando os casos novos bacilíferos (fontes de infecção), por gerência distrital no ano de 2008,

percebe-se que Porto Alegre não atingiu as metas pactuadas pelo MS para o controle desta doença. As

gerências 1 e 4 destacam-se com os maiores percentuais de abandono.

Desde 1944 são conhecidos os medicamentos capazes de curar a tuberculose, portanto, esta

doença passou a ser curável há 65 anos. Antes disso, a cura dependia do quanto se pudesse melhorar a

resistência da pessoa basicamente, com o repouso e a alimentação. Antes do tratamento, esta moléstia

conhecida como Tísica, debelou muitas vidas, por isso, talvez, o preconceito esteja ainda inserido no

imaginário coletivo da sociedade.

Com a chegada dos remédios acreditou-se que a tuberculose seria eliminada da humanidade,

mas com uso incorreto da medicação, dos abandonos sucessivos, a resistência aparece. O desafio

agora é o enfrentamento de um bacilo mais resistente, a tuberculose MDR, que é grave e o prognóstico

de cura reservado. Por isso, é importante o uso correto dos remédios disponíveis, que o empenho das

equipes para o sucesso do tratamento seja incansável e o acesso do atendimento seja o mais próximo

possível da residência do paciente.

Figura 1 - Mapas de casos TB-MDR e situação de abandono 2001 a 2007.

fonte:PMPA/SMS/CGVS/EVDT/SINAN

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06 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

Agravos

2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009Acidentes com animais peçonhentos 81 82 81 82 34 33 34 33Aids 1745 2130 1745 2130 1270 1715 1270 1715

>13 anos 1701 2086 1241 1684< 13 anos 44 44 29 31

Atendimento anti-rábico 4258 4192 4258 4192 4258 4192 4258 4192Botulismo 0 0 0 0 0 0 0 0Carbunculo ou Antraz 0 0 0 0 0 0 0 0Caxumba 51 51 NA NA 51 51 NA NACólera 0 1 0 0 0 1 0 0Coqueluche 213 133 112 70 132 85 78 51Dengue** 216 56 37 13 200 46 30 11Difteria 3 4 0 0 2 3 0 0Doença de Chagas ( casos agudos) 0 1 0 0 0 1 0 0Doença de Creutzfeld-Jacob 4 4 0 0 3 2 0 0Doença Exantemática 264 60 67 0 264 59 67 0

Rubéola 262 60 67 0 262 59 67 0Sarampo 2 0 0 0 2 0 0 0

Esquistossomose 0 0 0 0 0 0 0 0Eventos Adversos Pós-vacinação 387 540 387 540 387 540 387 540Febre Amarela 1 6 0 1 0 3 0 0Febre do Nilo Ocidental 0 0 0 0 0 0 0 0Febre Maculosa 0 0 0 0 0 0 0 0Febre Tifóide 0 0 0 0 0 0 0 0Gestantes HIV + e Criança Exposta 517 654 517 654 326 418 326 418Hanseníase 48 53 48 53 18 19 18 19Hantavirose 4 6 0 0 2 2 0 0Hepatites Virais 2260 1790 2182 1726 2148 1743 2073 1685

Hepatite A 95 54 91 50Hepatite B 257 273 228 260Hepatite C 1817 1387 1741 1363

Hepatite B+C 11 11 11 11Hepatite A/B ou A/C 2 1 2 1

Influenza A(H1N1) e/ou SRAG 0 1577 0 654 0 1015 0 444Leishmaniose Tegumentar Americana 3 2 3 2 3 2 3 2Leishmaniose Visceral ** 0 3 0 2 0 0 0 0Leptospirose 290 240 96 72 176 141 52 42Malaria** 3 3 3 2 1 1 1 1Meningites 870 1050 750 880 458 560 403 481

Doença meningocócica 44 24 20 16M. bacteriana 138 143 56 69

M. outras etiologias 52 84 27 41M. haemophilus 1 2 1 2

M. não especificada 117 154 48 64M. pneumococo 43 38 27 24

M. tuberculosa 18 58 15 38M. viral 337 377 209 227

Peste 0 0 0 0 0 0 0 0Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda 13 9 0 0 3 4 0 0Raiva Humana 0 0 0 0 0 0 0 0Sífilis Congênita 143 293 142 288 81 212 81 209Sífilis em gestante 97 173 97 173 73 129 73 129Síndrome da Rubéola Congênita 5 1 3 1 4 1 3 1SRAG e Influenza H1N1 0 1562 0 654 0 1018 0 445Tétano Acidental 6 6 5 6 2 3 2 2Tétano Neonatal 0 0 0 0 0 0 0 0Tuberculose 2397 2659 2397 2659 1901 2116 1901 2116

Casos Novos 1837 2077 1530 1716Tularemia 0 0 0 0 0 0 0 0Varicela 3425 2012 NA NA 3327 2007 NA NAVaríola 0 0 0 0 0 0 0 0Total 17568 19413 15388 16181

ConfirmadosCasos Residentes em POA

Investigados ConfirmadosTotal de Casos

Investigados

Tabela comparativa do número de casos notificados e investigados pela Equipede Vigilância das Doenças Transmissíveis nos anos de 2008 e 2009.*

NA: Não se aplica/ considerado caso pela notificação* dados sujeitos a revisão**casos confirmados importados

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07BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

Agravos

2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010Acidentes com animais peçonhentos 23 27 23 27 10 5 10 5Aids 192 235 192 235 138 174 138 174

>13 anos 188 232 135 172< 13 anos 4 3 3 2

Atendimento anti-rábico 818 356 818 356 818 356 818 356Botulismo 0 0 0 0 0 0 0 0Carbunculo ou Antraz 0 0 0 0 0 0 0 0Caxumba 12 11 NA NA 12 11 NA NACólera 0 0 0 0 0 0 0 0Coqueluche 58 19 40 14 39 11 28 8Dengue** 21 21 2 12 17 10 2 4Difteria 1 0 0 0 0 0 0 0Doença de Chagas ( casos agudos) 0 0 0 0 0 0 0 0Doença de Creutzfeld-Jacob 1 0 0 0 1 0 0 0Doença Exantemática 11 6 0 0 11 6 0 0

Rubéola 11 6 0 0 11 6 0 0Sarampo 0 0 0 0 0 0 0 0

Esquistossomose 0 0 0 0 0 0 0 0Eventos Adversos Pós-vacinação 76 62 76 62 76 62 76 62Febre Amarela 1 0 1 0 0 0 0 0Febre do Nilo Ocidental 0 0 0 0 0 0 0 0Febre Maculosa 0 0 0 0 0 0 0 0Febre Tifóide 0 0 0 0 0 0 0 0Gestantes HIV + e Criança Exposta 103 92 103 92 61 52 61 52Hanseníase 7 4 7 4 1 1 1 1Hantavirose 2 1 0 0 1 0 0 0Hepatites Virais 243 150 235 130 241 138 233 120

Hepatite A 7 12 6 12Hepatite B 37 18 37 16Hepatite C 189 98 188 91

Hepatite B+C 2 1 2 0Hepatite A/B ou A/C 0 1 0 1

Influenza A(H1N1) e/ou SRAG 0 1 0 0 0 1 0 0Leishmaniose Tegumentar Americana 0 1 0 1 0 0 0 0Leishmaniose Visceral ** 1 0 1 0 0 0 0 0Leptospirose 53 51 15 10 32 35 8 6Malaria** 0 1 0 1 0 0 0 0Meningites 185 148 168 122 104 76 92 63

Doença meningocócica 11 3 1 1M. bacteriana 20 17 9 10

M. outras etiologias 11 7 6 5M. haemophilus 0 1 0 0

M. não especificada 23 34 10 12M. pneumococo 5 1 3 0

M. tuberculosa 9 0 5 0M. viral 98 59 58 35

Peste 0 0 0 0 0 0 0 0Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda 2 2 0 0 1 1 0 0Raiva Humana 0 0 0 0 0 0 0 0Sífilis Congênita 44 44 41 44 39 30 36 30Sífilis em gestante 26 21 26 21 20 15 20 15Síndrome da Rubéola Congênita 0 0 0 0 0 0 0 0Tétano Acidental 1 2 1 2 1 0 0 0Tétano Neonatal 0 0 0 0 0 0 0 0Tuberculose 359 346 359 346 284 255 284 255

Casos Novos 281 238 238 186Tularemia 0 0 0 0 0 0 0 0Varicela 237 130 NA NA 237 129 NA NAVaríola 0 0 0 0 0 0 0 0Total 2488 1737 2155 1374

ConfirmadosCasos Residentes em POA

Investigados ConfirmadosTotal de Casos

Investigados

Tabela Comparativa do número de casos notificados e investigados pela Equipe de8 (SE 8) nos anos de 2009 e 2010.*

Vigilânciadas Doenças Transmissíveis, até a semana epidemiológica

NA: Não se aplica/ considerado caso pela notificação* dados sujeitos a revisão**casos confirmados importados

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08

Prefeitura de Porto AlegreSecretaria Municipal de Saúde

Editoração e Impressão:GRÁFICA N. S. LOURDES

Fone: (51) 3438.2840Distrito IndustrialCachoeirinha/RS

TIRAGEM: 2.000 ExemplaresPeriodicidade trimestral. Sugestões ecolaborações podem ser enviadas para:Av. Padre Cacique nº 372Bairro Menino Deus - Porto Alegre - RSPABX: (51) 3289.2400

Esta publicação encontra-se disponível noendereço eletrônico:

no formato PDF

E-mail: [email protected]

www.portoalegre.rs.gov.br/sms

E X P E D I E N T E

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano XII, nº 42, Fevereiro 2010

SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE

COORDENADOR DA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

CHEFE DA EQUIPE DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Carlos Henrique Casarteli

Anderson Araújo de Lima

Maria de Fátima Pinho De Bem

Adelaide Kreutz Pustai / Ana Salete de G. Munhoz / Ana Sir C. GolçalvesAndré Luiz M. da Silva / Ângela M. L. Echevarria / Carla R. B. Vargas / Cerli Cristófio Pereira

Débora B. G. Leal / Dimas Alexandre Kliemann / Eliane C. Elias / Eliane de S. NetoIsete Maria Stela / Lisiane M. W. Acosta / Marcelo J. Vallandro / Márcia C. CalixtoMárcia C. Santana / Maria Aparecida M. Vilarino / Maria da Graça S. de Bastos

Maria de Fátima de Bem / Maria Neves R. Aquino / Marilene R. Mello / Mariloy T. ViegasMaristela Fiorini / Maristele A. Moresco / Naiar S. Marques / Patrícia C. WiederkehrPatrícia Z. Lopes / Paulina B. Cruz / Rosane Simas Gralha / Simone Sá B. Garcia

Sônia Eloisa O. de Freitas / Sônia V. Thiesen / Vera L. J. Ricaldi / Vera R. da S. Carvalho

MEMBROS DA EQUIPE DE VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Com o objetivo de congregar e estreitar os laços de trabalho da Equipe de Vigilância das

Doenças Transmissíveis (EVDT) com a rede de saúde de Porto Alegre, o projeto Amigo da

Epidemiologia teve uma segunda edição.

A primeira edição ocorreu no ano de 2002 e os mesmos critérios de seleção foram

seguidos para dar o título deAMIGO DAEPIDEMIOLOGIA, por destacada atuação nas ações de

vigilância e controle dos agravos de notificação compulsória, aos profissionais e instituições de

saúde homenageados.

Após um ano de trabalho intenso na vigilância de todos os agravos e no enfrentamento de

uma epidemia de influenza, a segunda edição ocorreu no dia 14 de dezembro de 2009, no centro

de eventos do Hotel Continental, às 19 horas, com mais de duzentas pessoas presentes, entre

autoridades, profissionais de saúde da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, homenageados e

familiares.

A felicidade de todos pode ser constatada nas imagens abaixo que, incontestavelmente,

reforçam este evento como um grande momento de confraternização de todos que desejam

saúde para a população do município de PortoAlegre em relação às doenças transmissíveis.

SEGUNDA EDIÇÃO DO PROJETO AMIGO DA EPIDEMIOLOGIA