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Boletim Económico Número 2 / 2015

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Boletim Económico

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© Banco Central Europeu, 2015

Endereço postal60640 Frankfurt am MainAlemanha

Telefone+49 69 1344 0

Internetwww.ecb.europa.eu

Este Boletim foi preparado sob a responsabilidade da Comissão Executiva do BCE. As traduções são elaboradas e publicadas pelos bancos centrais nacionais.

Todos os direitos reservados. A reprodução para fins pedagógicos e não comerciais é permitida, desde que a fonte esteja identificada.

A data de fecho das estatísticas incluídas nesta publicação foi 4 de março de 2015.

ISSN 2363 ‑3530 (online)Número de catálogo da UE QB‑BP‑15‑002‑PT‑N (online)

Execução GráficaCasa d'Imagem

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 3

EVOLUÇÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

Apreciação global 5

1 Conjuntura externa 9

2 Evolução financeira 14

3 Atividade económica 19

4 Preços e custos 24

5 Moeda e crédito 30

6 Evolução orçamental 36

CAIXAS

Caixa 1 Avaliação da evolução da inflação nos Estados Unidos utilizando a curva de Phillips 39

Caixa 2 Condições de liquidez e operações de política monetária no período de 12 de novembro de 2014 a 27 de janeiro de 2015 43

Caixa 3 Movimentos recentes da taxa de câmbio efetiva do euro 47

Caixa 4 Fatores subjacentes aos recentes padrões de poupança das famílias na área do euro 50

Caixa 5 O procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos referente a 2015 53

Caixa 6 Efeitos do comércio eletrónico sobre a inflação 56

Caixa 7 Seguimento da revisão dos projetos de planos orçamentais para 2015 60

ESTATÍSTICAS EI

ÍNDICE

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Com vista a cumprir o mandato de estabilidade de preços do BCE, o Conselho do BCE tomou várias medidas de política monetária destinadas a garantir um grau suficiente de acomodação da política monetária. No seguimento das iniciativas de política monetária tomadas pelo BCE entre junho e setembro de 2014, as quais incluíram novas reduções das taxas de juro, a introdução de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (ORPA direcionadas) e compras de ativos do setor privado selecionados (ao abrigo do programa de compra de instrumentos de dívida titularizados (ABSPP) e do terceiro programa de compra de obrigações com ativos subjacentes (CBPP3)), o Conselho do BCE decidiu em janeiro de 2015 expandir o respetivo programa de compra de ativos de modo a abranger, a partir de março, títulos com grau de qualidade de investimento denominados em euros emitidos por governos e agências e instituições europeias. As compras mensais combinadas de títulos dos setores público e privado totalizarão €60 mil milhões. Deverão ser realizadas até ao final de setembro de 2016 e, de qualquer modo, serão realizadas até que o Conselho do BCE observe uma correção sustentada da trajetória da inflação em conformidade com o seu objetivo de manter as taxas de inflação abaixo, mas próximo, de 2% no médio prazo.

O programa de compra de ativos já resultou numa redução substancial da restritividade das condições financeiras globais. Em dezembro de 2014 e durante a maior parte de janeiro de 2015, a evolução nos mercados financeiros foi impulsionada sobretudo por expetativas de mercado quanto ao anúncio do programa de compra de ativos. Neste contexto, as taxas de rendibilidade das obrigações da área do euro caíram para todos os instrumentos, prazos e emitentes e, em muitos casos, atingiram novos mínimos históricos. Visto que as descidas das taxas de rendibilidade das obrigações soberanas de longo prazo da área do euro com notação AAA coincidiram com aumentos nas taxas de rendibilidade das obrigações norte ‑americanas coincidentes, agravou ‑se o afastamento das taxas de rendibilidade das obrigações na área do euro e nos Estados Unidos. As taxas de rendibilidade das obrigações soberanas da área do euro com menor notação também caíram, mas foram menos voláteis num contexto de incerteza quanto à continuação do acesso da Grécia à assistência financeira. Os diferenciais das obrigações de empresas com grau de qualidade de investimento continuaram a estreitar ‑se, enquanto os diferenciais dos instrumentos de dívida titularizados se mantiveram globalmente estáveis. Na sequência do anúncio do programa de compra de ativos, as taxas de rendibilidade das obrigações da área do euro caíram novamente, enquanto os preços das ações na área do euro aumentaram consideravelmente. A taxa de câmbio do euro enfraqueceu significativamente ao longo dos últimos meses.

A evolução favorável dos mercados financeiros resultou numa redução dos custos de financiamento dos bancos, que foi gradualmente transmitida ao custo do financiamento externo do setor privado. As medidas de política monetária do BCE conduziram a uma melhoria das condições de financiamento dos bancos, com as taxas de rendibilidade das obrigações bancárias sem garantia a cair para mínimos históricos no quarto trimestre de 2014. Esta melhoria foi gradualmente transmitida às taxas bancárias ativas aplicadas às famílias e sociedades não financeiras (SNF), que caíram substancialmente no terceiro e quarto trimestres de 2014. A redução dos custos de financiamento dos bancos e das taxas bancárias ativas no segundo semestre de 2014 poderá ter resultado, em parte, das ORPA direcionadas, que têm por objetivo melhorar o acesso dos bancos à liquidez a mais longo prazo e estimular o crescimento do crédito na economia real. As ORPA direcionadas também deverão ter ajudado a reduzir as margens dos empréstimos às famílias e SNF da área do euro. No sentido de sustentar a eficácia das ORPA direcionadas no suporte ao crédito ao setor privado, o Conselho do BCE decidiu, na sua reunião de janeiro, que a taxa de juro das restantes ORPA direcionadas seria igual à das operações principais de refinanciamento do Eurosistema, retirando assim o diferencial de 10 pontos sobre a taxa das OPR aplicado às duas primeiras ORPA direcionadas. As medidas de política monetária do BCE também pareceram promover

APRECIAÇÃO GLOBAL

EVOLUÇÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

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um estreitamento da dispersão entre países dos custos de financiamento, em particular das SNF, embora os critérios de concessão de crédito permaneçam heterogéneos entre países. O custo nominal do financiamento externo não bancário para as SNF da área do euro continuou a diminuir no quarto trimestre de 2014 e nos primeiros dois meses de 2015, em resultado de uma nova descida quer do custo da dívida baseada no mercado quer do custo das ações.

Dados recentes também indicam uma consolidação da dinâmica da moeda e do crédito. O crescimento homólogo do agregado monetário largo M3 continua a ser suportado pelas suas componentes mais líquidas, com o agregado monetário estreito M1 a crescer fortemente. O crédito bancário ao setor privado continuou a recuperar, confirmando a ocorrência de uma inversão da dinâmica dos empréstimos no início de 2014. Em particular, a redução dos empréstimos às SNF continuou a moderar ‑se ao longo dos últimos meses, enquanto o crescimento dos empréstimos às famílias se estabilizou em níveis positivos. Além disso, o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da área do euro de janeiro de 2015 confirmou a avaliação de que as restrições na oferta de crédito estavam a recuar gradualmente e que a procura de empréstimos estava a recuperar. Em termos globais, desenvolvimentos recentes sugerem que as medidas de política monetária do BCE estão a contribuir para uma redução da restritividade dos critérios de concessão de crédito bancário e, em termos mais gerais, para a reposição do funcionamento adequado do mecanismo de transmissão da política monetária.

A continuação de uma redução substancial da restritividade da orientação de política monetária do BCE suporta e reforça a emergência de desenvolvimentos mais favoráveis da atividade económica da área do euro. A retoma económica consolidou ‑se gradualmente no segundo semestre de 2014. O PIB real aumentou 0.2%, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre do ano e, de acordo com a estimativa provisória do Eurostat, 0.3% no quarto trimestre, ou seja, ligeiramente acima do anteriormente esperado. Os indicadores de curto prazo e os resultados de inquéritos apontam para uma nova melhoria da atividade económica no início de 2015. A atividade da área do euro terá sido suportada pela queda acentuada dos preços do petróleo desde julho de 2014. Uma conjuntura de melhoria do sentimento empresarial e dos consumidores suportará a transmissão eficaz das medidas de política à economia real, contribuindo para uma nova melhoria das perspetivas de crescimento económico e uma redução da margem disponível da economia.

Espera ‑se que a retoma económica se fortaleça e expanda gradualmente. Prevê ‑se que o crescimento da atividade aumente na sequência das recentes melhorias na confiança das empresas e dos consumidores, da queda acentuada dos preços do petróleo, do enfraquecimento da taxa de câmbio efetiva do euro e do impacto das recentes medidas de política monetária do BCE. A orientação acomodatícia da política monetária – consideravelmente reforçada pelo programa de compra de ativos – deverá suportar o crescimento do PIB real quer no curto prazo quer nos prazos mais longos. Acresce que os progressos alcançados ao nível das reformas estruturais e da consolidação orçamental deverão beneficiar gradualmente a economia real, sendo que as exportações deverão ser suportadas por ganhos de competitividade de preços e pela retoma a nível mundial.

Paralelamente, persistem vários obstáculos a uma retoma mais forte da atividade. Estes incluem sobretudo os ajustamentos nos balanços em curso em vários setores e o ritmo bastante reduzido de implementação das reformas estruturais. Além disso, a atual incerteza, embora decrescente, relacionada com a crise da dívida soberana na Europa e fatores geopolíticos estão a travar o crescimento na área do euro.

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EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Apreciação global

As projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE1, que incorporam o impacto estimado das medidas de política monetária convencionais e não convencionais tomadas pelo Conselho do BCE, apontam para um aumento do PIB real anual de 1.5% em 2015, 1.9 % em 2016 e 2.1% em 2017. Em comparação com as projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 elaboradas por especialistas do Eurosistema, as previsões para o crescimento do PIB real em 2015 e 2016 foram revistas em alta, refletindo o impacto favorável da descida dos preços do petróleo, uma redução da taxa de câmbio efetiva do euro e o impacto das recentes medidas de política monetária. Segundo a avaliação do Conselho do BCE, os riscos para as perspetivas para a atividade permanecem no lado descendente, embora tenham diminuído na sequência das decisões mais recentes do Conselho do BCE e da queda dos preços do petróleo.

Com base na atual informação, espera ‑se que a inflação permaneça muito reduzida ou negativa nos próximos meses. Os preços do petróleo são um fator crucial subjacente ao facto de a inflação medida pelo IHPC ter entrado em terreno negativo nos últimos meses. De acordo com a estimativa provisória do Eurostat, a inflação homóloga medida pelo IHPC situou ‑se em ‑0.3% em fevereiro de 2015 (o que compara com ‑0.6% em janeiro). Paralelamente, a inflação medida pelo IHPC excluindo produtos energéticos e produtos alimentares manteve ‑se numa trajetória globalmente estável, permanecendo em 0.6% em fevereiro.

Espera ‑se que as taxas de inflação aumentem gradualmente numa fase posterior de 2015. Em primeiro lugar, à medida que as anteriores descidas dos preços dos produtos energéticos são gradualmente excluídas da taxa de variação homóloga e desde que os preços do petróleo aumentem ao longo do horizonte de projeção em linha com a inclinação ascendente da curva dos futuros do preço do petróleo, o impacto negativo dos preços dos produtos energéticos sobre a inflação global medida pelo IHPC deverá dissipar ‑se em 2015, e os preços dos produtos energéticos deverão conduzir a um aumento da inflação global em 2016 e 2017. A recuperação esperada da inflação global fica a dever ‑se, em larga medida, a esta inversão dos preços dos produtos energéticos. Acresce que o aumento da inflação global deverá resultar da consolidação da retoma económica, a qual é suportada pelas recentes decisões de política monetária. É de prever que a consolidação da retoma resulte num estreitamento significativo do desvio negativo do produto e, consequentemente, num crescimento mais robusto das margens de lucro e da remuneração por empregado. O aumento da inflação deverá ser igualmente suportado pela subida dos preços das matérias ‑primas não energéticas e pelos efeitos desfasados da redução da taxa de câmbio do euro.

As projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE indicam que a inflação homóloga medida pelo IHPC se situará em 0.0% em 2015, 1.5% em 2016 e 1.8 % em 2017. Em comparação com as projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 elaboradas por especialistas do Eurosistema, a previsão para a inflação em 2015 foi revista em baixa, refletindo sobretudo a queda dos preços do petróleo, enquanto a projeção para 2016 foi revista em alta, refletindo em parte o impacto esperado das medidas de política monetária.

As projeções macroeconómicas de março de 2015 elaboradas por especialistas do BCE dependem da plena implementação das medidas de política monetária do BCE. O Conselho do BCE continuará a acompanhar de perto os riscos para as perspetivas para a evolução dos preços no médio prazo,

1 Ver o artigo intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015.

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centrando ‑se, em particular, na transmissão das medidas de política monetária, nos desenvolvimentos geopolíticos, e na evolução cambial e dos preços dos produtos energéticos.

O atual enfoque da política monetária incide sobre a aplicação das medidas decididas pelo Conselho do BCE em janeiro de 2015. Com base nas suas análises económica e monetária regulares, e em linha com a sua orientação futura da política monetária (forward guidance), o Conselho do BCE decidiu, na sua reunião de 5 de março de 2015, manter inalteradas as taxas de juro do BCE. Também forneceu mais informações sobre aspetos da implementação do programa de compra de ativos. As compras de títulos do setor público no mercado secundário ao abrigo deste programa tiveram início em 9 de março de 2015.

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EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Conjuntura externa

O crescimento mundial está a registar uma recuperação gradual nas várias economias, embora de forma desigual. Por um lado, espera ‑se que a queda considerável dos preços do petróleo impulsione a atividade económica mundial, apoiada por perspetivas robustas para o crescimento nos Estados Unidos. Por outro, a deterioração da situação em algumas economias de mercados emergentes está a afetar as perspetivas para o crescimento mundial. A inflação mundial registou uma moderação nos últimos meses. É provável que as taxas de inflação homólogas permaneçam em níveis baixos no curto prazo, tendo em conta a anterior descida dos preços do petróleo, e que aumentem posteriormente de forma gradual, à medida que prossegue a recuperação mundial. Os riscos para a atividade mundial mantêm ‑se do lado descendente.

A economia mundial continua numa trajetória de recuperação gradual. Após a recuperação do crescimento mundial em meados de 2014, os dados disponíveis dos países apontam para um ligeiro abrandamento do crescimento mundial fora da área do euro no final do ano. Os últimos inquéritos indicam um dinamismo do crescimento estável no início de 2015. O Índice de Gestores de Compras (IGC) mundial compósito do produto excluindo a área do euro subiu em fevereiro, embora permaneçam divergências entre regiões (ver Gráfico 1).

Espera ‑se que a diminuição dos preços do petróleo impulsione a procura mundial. Os preços do petróleo bruto Brent diminuíram acentuadamente em dezembro e janeiro, antes de recuperar ligeiramente em fevereiro, situando ‑se em USD 61 em 4 de março de 2015, ou seja, quase metade do nível registado um ano antes (ver Gráfico 2). De acordo com a curva dos futuros, os mercados esperam um aumento gradual dos preços do petróleo nos próximos anos. Embora parte da descida dos preços do petróleo do

Gráfico 1 IGC mundial compósito do produto

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economias de mercado emergenteseconomias avançadas excl. área do euro

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Fonte: Markit.Notas: A última observação refere‑se a fevereiro de 2015. A “média de longo prazo” refere‑se ao período a partir de 1999. “economias de mercado emergentes” incluem o Brasil, China, Índia e Rússia; “economias avançadas” incluem o Japão, Estados Unidos e Reino Unido.

Gráfico 2 Preços do petróleo observados e futuros (USD por barril)

Fontes: Bloomberg e cálculos de especialistas do BCE.Nota: A última observação para o preço do petróleo observado refere‑se a fevereiro de 2015.

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em 4 de março de 2015projeções macroeconómicas do BCE de março de 2015projeções macroeconómicas do Eurosistema de dezembro de 2014observados

I CONJUNTURA EXTERNA

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último ano se possa atribuir a uma procura mundial relativamente modesta, é sobretudo resultado de um aumento da oferta. A abundância de oferta de óleo de xisto norte ‑americano, uma produção superior ao esperado na Rússia, Líbia e Iraque, apesar de tensões geopolíticas, associadas à decisão da OPEP, tomada na reunião de novembro de 2014, de não diminuir a produção, contribuíram para uma reavaliação da dinâmica entre a oferta e a procura por parte dos participantes no mercado e para uma queda acentuada dos preços do petróleo. Espera ‑se que os preços do petróleo mais baixos favoreçam os países consumidores líquidos de petróleo, afetando simultaneamente as perspetivas para os exportadores de petróleo. No entanto, no conjunto, é provável que apoiem a procura mundial, uma vez que os países importadores de petróleo, que beneficiam da descida dos preços, tendem a ter uma maior propensão para gastar do que os países exportadores de petróleo.

O crescimento robusto nos Estados Unidos também está a apoiar as perspetivas mundiais. A atividade económica permaneceu forte no último trimestre de 2014, conduzida pelo consumo pessoal e o investimento residencial. O mercado de trabalho também continuou a registar melhorias, com o emprego a expandir ‑se a um ritmo vigoroso. Em termos prospetivos, embora a apreciação do dólar dos Estados Unidos atenue o crescimento das exportações, espera ‑se uma retoma sustentada da procura interna, apoiada pela continuação de condições financeiras acomodatícias e por uma moderação da restritividade orçamental. Espera ‑se que o desvanecimento da alavancagem das famílias, a continuação de melhorias nos mercados de trabalho e de habitação e o impulso ao rendimento real em resultado dos preços do petróleo mais baixos apoie o consumo privado. É provável que o aumento da confiança, o fortalecimento da procura e taxas de juro baixas estimulem o investimento empresarial, compensando uma menor despesa de capital nas indústrias do óleo de xisto.

O dinamismo do crescimento na maioria das outras economias avançadas fora da área do euro também registou um fortalecimento. Após a quebra da atividade económica no seguimento do aumento do IVA em abril passado, o Japão voltou a registar um crescimento no quarto trimestre de 2014. Em termos prospetivos, espera ‑se que os fatores impulsionadores subjacentes ao crescimento registem um fortalecimento gradual, beneficiando de ganhos nos rendimentos reais das famílias em resultado dos preços do petróleo mais baixos, do impulso ao crescimento das exportações, devido à recente depreciação do iene do Japão, e da diminuição da restritividade orçamental no seguimento do anúncio por parte do governo da implementação de estímulos adicionais no próximo exercício. Apesar de registar algum abrandamento no quarto trimestre de 2014, a economia do Reino Unido também continua a expandir‑‑se a um ritmo relativamente robusto. Em termos prospetivos, embora se espere que a continuação dos esforços de consolidação orçamental atenue o crescimento, prevê ‑se que a queda dos preços energéticos e a aceleração do crescimento salarial apoiem os rendimentos disponíveis reais e o consumo privado. Além disso, a recuperação da procura e a diminuição da restritividade das condições de crédito devem impulsionar o investimento empresarial. Simultaneamente, espera ‑se que a abrupta apreciação do franco suíço, após a decisão, tomada em janeiro pelo Swiss National Bank (o banco central suíço), de abandonar o limite imposto à taxa de câmbio CHF/EUR tenha um impacto adverso significativo sobre as perspetivas económicas do país, sobretudo refletindo ‑se numa diminuição das exportações.

As perspetivas de curto prazo melhoraram em algumas economias de mercado emergentes, particularmente em países importadores de petróleo. Na China, embora o abrandamento do mercado da habitação tenha afetado o crescimento no quarto trimestre de 2014, espera ‑se que a queda dos preços do petróleo, a continuação de um consumo robusto, a recente política de redução da restritividade monetária e medidas de estímulo orçamental modestas apoiem temporariamente a economia. Contudo, a liderança política chinesa tem ‑se centrado cada vez mais no combate às fragilidades financeiras e aos desequilíbrios macroeconómicos numa perspetiva de mais longo prazo. À medida que a economia se desloca no sentido de uma trajetória mais sustentável, é provável que o crescimento registe uma

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EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Conjuntura externa

moderação. A diminuição do crescimento na China terá efeitos colaterais nas economias asiáticas com as quais tem estreitas relações económicas e financeiras, embora muitos países emergentes da Ásia devam beneficiar, no curto prazo, do impulso aos rendimentos disponíveis reais em resultado dos preços do petróleo mais baixos. Em particular, a confiança permanece elevada na Índia, face a sinais de melhoria do dinamismo do crescimento. Sendo um país importador de petróleo, beneficiará dos preços do petróleo mais baixos, o que ajuda a conter a inflação e o défice da balança corrente, permitindo simultaneamente ao governo reduzir os subsídios aos combustíveis e apoiar a consolidação orçamental. Também se espera que os países da Europa Central e de Leste beneficiem do fortalecimento da procura interna, uma vez que se prevê que a melhoria do dinamismo do mercado de trabalho e a recente descida dos preços do petróleo apoiem o consumo das famílias.

No resto do mundo, as perspetivas apontam para uma atividade económica mais fraca. Na América Latina, as perspetivas de médio prazo parecem ser mais fracas do que anteriormente esperado, após um período de resultados desapontantes para o crescimento, uma vez que o crescimento foi atenuado por estrangulamentos do lado da oferta e elevados desequilíbrios internos em algumas das principais economias (ver Gráfico 3). Os preços do petróleo mais baixos estão igualmente a afetar as perspetivas dos países exportadores de petróleo. Na Rússia, em particular, espera ‑se que a recente turbulência nos mercados financeiros conduza a economia para uma recessão em 2015. A forte depreciação do rublo e a restritividade monetária resultarão num considerável aumento dos custos de financiamento, potencialmente exacerbando os problemas de financiamento das empresas às quais já foram impostas sanções que restringem o respetivo acesso aos mercados financeiros externos. Espera ‑se que o consumo das famílias seja afetado por uma elevada inflação, a qual pesa sobre os rendimentos disponíveis reais. Espera ‑se que o investimento caia, uma vez que a confiança das empresas está enfraquecida e a incerteza continua elevada. No médio prazo, é possível que os preços dos produtos energéticos mais baixos comprometam o investimento na exploração de depósitos de petróleo e de gás. Antecipa ‑se que esta evolução tenha um impacto negativo sobre a procura externa da área do euro.

O comércio mundial perdeu algum dinamismo no final de 2014, esperando ‑se que apenas registe uma recuperação gradual. O volume das importações mundiais de mercadorias aumentou 1.3% numa base trimestral em cadeia em dezembro. Após ter registado uma diminuição nos meses anteriores, o IGC global relativo a novas encomendas de exportações recuperou em dezembro de 2014, tendo estabilizado em janeiro de 2015, o que sugere uma maior resiliência do comércio mundial no final do ano. Em termos mais prospetivos, espera ‑se um fortalecimento do comércio mundial a um ritmo muito moderado. Nos últimos anos, a fragilidade cíclica do investimento empresarial, que tipicamente tem um elevado conteúdo importado, limitou o ritmo do comércio mundial. Simultaneamente, os fatores estruturais afetaram o comércio mundial, uma vez que as empresas reduziram a complexidade e duração das cadeias de oferta, o que significa que a expansão das cadeias de valor globais já não está a suportar o crescimento do comércio mundial a um nível idêntico ao registado no passado. Em resultado, embora

Gráfico 3 Crescimento do PIB real em economias de mercado emergentes (variações em percentagem)

Fonte: Base de dados do World Economic Outlook do FMI.Nota: “EME” refere‑se a economias de mercado emergentes e em desenvolvimento segundo a definição do FMI.

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se espere que o comércio mundial recupere à medida que a fragilidade cíclica se desvanece e o investimento mundial recupera, não é provável que se expanda a um ritmo idêntico ao registado nas décadas de 1990 e 2000, altura em que grandes economias de mercado emergentes se estavam a integrar na economia mundial, aumentando consideravelmente as oportunidades de comércio mundiais.

Em geral, espera ‑se que a recuperação mundial recupere gradualmente. De acordo com as projeções macroeconómicas de março de 2015 dos especialistas do BCE, espera ‑se que o crescimento real do PIB mundial (excluindo a área do euro) aumente de 3.6% em 2014 para cerca de 4% em 2016 e 20171. Prevê ‑se que a procura externa da área do euro aumente de 2.8% em 2014 para 5.1% em 2017. Em comparação com as projeções de dezembro de 2014, as expetativas para o crescimento mundial e a procura externa apenas sofreram uma ligeira revisão. Estas perspetivas refletem a expetativa de que o impulso à procura mundial em resultado da queda dos preços do petróleo seja globalmente compensado por perspetivas menos favoráveis em algumas economias de mercado emergentes.

Os riscos para as perspetivas para a atividade económica mundial permanecem enviesados no sentido descendente. Embora o impacto dos preços do petróleo mais baixos sobre as perspetivas para o crescimento mundial seja muito mais significativo do que o incorporado nas projeções macroeconómicas de março de 2015 dos especialistas do BCE, nos Estados Unidos, os mercados continuam a esperar que o ritmo dos aumentos das taxas de juro seja mais moderado do que o previsto nas últimas projeções do Comité de Operações de Mercado Aberto do Sistema de Reserva Federal (Federal Open Market Committee – FOMC). Como analisado na Caixa 1, espera ‑se que as pressões inflacionistas nos Estados Unidos permaneçam contidas. Contudo, existe alguma incerteza quanto ao grau de folga na economia, bem como em que medida o aumento da procura conduzirá a uma subida das pressões salariais e inflacionistas. Uma normalização mais rápida das políticas monetárias do que atualmente esperado pelos mercado poderia originar uma inversão do sentimento quanto ao risco. Na China, o crescimento do crédito e a alavancagem elevados colocam riscos para a estabilidade financeira. Os riscos geopolíticos também continuam a afetar as perspetivas, sendo que um cenário no qual as tensões entre a Rússia e a Ucrânia voltassem a escalar teria implicações adversas para o crescimento mundial.

A inflação mundial caiu nos últimos meses, impulsionada sobretudo pela queda dos preços dos produtos energéticos. A inflação homóloga dos preços no consumidor nos países da OCDE diminuiu para 0.5% em janeiro de 2015. Ao mesmo tempo, a inflação homóloga excluindo produtos alimentares e energéticos permaneceu mais estável (ver Gráfico 4). Fora dos países da OCDE, a inflação na China

1 Ver as “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE”, disponíveis em https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/ecbstaffprojections201503.pt.pdf

Gráfico 4 Inflação nos países da OCDE

(taxas de variação homólogas (%) e contributos em pontos percentuais)

Fontes: OCDE e cálculos do BCE.Notas: A última observação refere‑se a janeiro de 2015. O cálculo dos contributos tem por base os cálculos de especialistas do BCE.

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produtos energéticosprodutos alimentaresexcluindo produtos alimentares e energéticos

total

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 13

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Conjuntura externa

também registou uma moderação nos últimos meses, uma vez que persistem pressões desinflacionistas globais. No entanto, em outras grandes economias de mercado emergentes, a inflação aumentou nos países em que a depreciação da moeda conduziu a um aumento dos preços das importações ou em que uma falta de credibilidade da política monetária interna se refletiu na continuação de expetativas de inflação elevada.

Espera ‑se que a inflação mundial permaneça baixa no curto prazo e que aumente posteriormente apenas de forma gradual. Prevê ‑se que a continuação da fragilidade dos preços das matérias ‑primas contribua para uma inflação mundial baixa no curto prazo. Numa fase posterior, espera ‑se que a recuperação projetada para a atividade económica mundial diminua a capacidade produtiva disponível. Além disso, a curva dos futuros do preço do petróleo implica uma ligeira recuperação nos próximos anos, bem como os preços dos futuros das matérias ‑primas não petrolíferas.

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14BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

Em dezembro de 2014 e na maior parte do mês de janeiro de 2015, a evolução financeira foi, em grande medida, impulsionada pelas expetativas de mercado em relação ao programa alargado de compra de ativos, anunciado após a reunião do Conselho do BCE realizada em 22 de janeiro de 2015. Antes do anúncio do programa alargado de compra de ativos, as taxas de rendibilidade das obrigações da área do euro diminuíram em todo o espectro de instrumentos, prazos e emitentes, atingindo novos mínimos históricos em muitos casos. As taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública de longo prazo da área do euro com notação AAA registaram uma descida, ao passo que as taxas de rendibilidade das obrigações equivalentes nos Estados Unidos aumentaram, o que se traduziu num novo alargamento do diferencial entre ambas. As taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro com menor notação também diminuíram, embora tenham apresentado maior volatilidade, associada à incerteza em torno da continuação do acesso da Grécia a assistência financeira. Na sequência do anúncio do programa alargado de compra de ativos em fevereiro e março, as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro continuaram a descer. Além disso, os preços das ações na área do euro aumentaram significativamente. O euro registou uma depreciação considerável.

A EONIA diminuiu entre o início de dezembro de 2014 e o início de março de 2015, num contexto de níveis mais elevados de liquidez excedentária. Situou ‑se, em média, em ‑0.04% durante esse período, cerca de 3 pontos base abaixo da média dos três meses anteriores. A Caixa 2 analisa mais detalhadamente as condições de liquidez e as operações de política monetária.

O anúncio do programa alargado de compra de ativos – e as expetativas que o precederam – levaram a uma descida significativa das taxas implícitas nos contratos a prazo da EONIA. Do início de dezembro de 2014 ao início de março de 2015, a curva a prazo da EONIA tornou ‑se, assim, mais invertida, alcançando um nível mínimo de ‑0.15% nos oito primeiros meses de 2016, ou seja, próximo da atual taxa de ‑0.20% aplicada à facilidade permanente de depósito (ver Gráfico 5). Esta evolução está em consonância com a expetativa dos participantes no mercado de um aumento significativo, mas gradual, da liquidez excedentária, em consequência do anúncio do programa alargado de compra de ativos. Em comparação com o início de dezembro de 2014, no início de março de 2015, o ponto em que os mercados esperavam que a EONIA regressasse a níveis positivos deslocou ‑se 7 meses, passando de julho de 2017 para fevereiro de 2018. Registou ‑se uma evolução globalmente idêntica na trajetória futura da Euribor a 3 meses.

As taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro com notação AAA também diminuíram, devido a expetativas relacionadas com o anúncio do programa alargado de compra de ativos (ver Gráfico 6). Contudo, tendo sido diretamente afetadas pelo programa alargado de compra de ativos – e beneficiando igualmente de reduções dos prémios de risco de liquidez –, as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública de mais longo prazo com notação AAA registaram uma descida ligeiramente mais forte do que as taxas de swap da EONIA. Consequentemente, entre o início de

Gráfico 5 Taxas implícitas nos contratos a prazo da EONIA (percentagens por ano)

Fontes: Thomson Reuters e cálculos do BCE.

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2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044

4 de março de 20154 de dezembro de 2014

2 EVOLUÇÃO FINANCEIRA

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 15

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Evolução Financeira

dezembro de 2014 e o início de março de 2015, as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 e 30 anos com notação AAA baixaram cerca de 50 pontos base, situando ‑se, respetivamente, em 0.4% e 1.1%, em 4 de março. As taxas de rendibilidade das obrigações de mais curto prazo, tais como as obrigações de dívida pública a 2 anos com notação AAA, registaram igualmente uma descida, passando para níveis negativos em alguns países.

As taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro com menor notação (exceto as obrigações gregas) também diminuíram, embora tenham apresentado maior volatilidade. Do início de dezembro de 2014 ao início de março de 2015, a diminuição das taxas de rendibilidade tendeu a ser mais acentuada no caso das obrigações de dívida pública com menor notação do que das obrigações de dívida pública com notação mais elevada, refletindo, em parte, uma maior “procura de rendibilidade” em resposta a taxas de rendibilidade baixas – e em trajetória descendente. Embora a incerteza acrescida em torno da continuação do acesso da Grécia a financiamento tenha exercido alguma pressão ascendente sobre as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro com menor notação (ver Gráfico 7), o novo acordo alcançado no âmbito do Eurogrupo em finais de fevereiro de 2015 ajudou, de um modo geral, a conter essa pressão ascendente. Em particular, os diferenciais entre as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 anos gregas e alemãs aumentaram cerca de 250 pontos base entre o início de dezembro de 2014 e o início de março de 2015, ao passo que os diferenciais equivalentes entre as obrigações de dívida pública alemãs e as de outros países da área do euro permaneceram estáveis ou diminuíram.

A incerteza no mercado das obrigações de dívida pública da área do euro aumentou um pouco, como indicado pela ligeira subida da volatilidade implícita das opções. Tal pode refletir a incerteza

Gráfico 6 Taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 anos

(percentagens por ano)

Fontes: EuroMTS, BCE e Bloomberg.Nota: A taxa de rendibilidade das obrigações da área do euro tem por base os dados do BCE relativos a obrigações com notação AAA, as quais incluem obrigações da Áustria, Finlândia, Alemanha e Países Baixos.

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

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2012 2013 2014

área do euro (notação AAA) Estados Unidos

0.0

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3.5

2012 2013 2014

área do euro (notação AAA) Estados Unidos

Gráfico 7 Taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 anos em países da área do euro selecionados(percentagens por ano)

Fonte: Thomson Reuters.

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10

8

6

4

2

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BélgicaAlemanhaIrlandaGrécia

EspanhaFrançaItáliaPortugal

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12

10

8

6

4

2

0

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16BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

em torno da continuação do acesso da Grécia a financiamento, bem como alguma incerteza relativamente aos pormenores específicos da implementação do programa alargado de compra de ativos.

O afastamento das taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública da área do euro e dos Estados Unidos manteve ‑se. Entre o início de dezembro de 2014 e o início de março de 2015, o diferencial entre as taxas de rendibilidade das obrigações com notação AAA nos Estados Unidos e na área do euro aumentou, situando ‑se em redor de 180 pontos base no início de março. Este diferencial começou a aumentar em meados de 2013 e, desde então, a tendência de afastamento persistiu, tendo o diferencial atingido recentemente um máximo histórico desde o início da série de dados, em setembro de 2004. Esta divergência no que respeita às taxas de rendibilidade está em consonância com a crescente perceção do mercado de que as duas economias se encontram em diferentes posições cíclicas e com as expetativas de mercado relativamente à futura política monetária em ambas as áreas.

Os diferenciais das obrigações de empresas com grau de qual idade de invest imento continuaram a diminuir. Os diferenciais das obrigações de empresas – tanto para os emitentes financeiros como não financeiros – registaram novas descidas ao longo dos últimos meses (ver Gráfico 8), permanecendo, por conseguinte, baixos e próximos dos níveis observados antes do início da crise financeira. Tal foi provavelmente impulsionado por expetativas de que o programa alargado de compra de ativos conduziria a efeitos ao nível do reequilíbrio de carteiras e, associado a este fator, a uma maior procura de rendibilidade. Além disso, é expectável que o programa alargado de compra de ativos reduza ainda mais o custo de f inanciamento e aumente as receitas das empresas, reduzindo, assim, a perceção da probabilidade de incumprimento em obrigações de empresas. Os diferenciais de emitentes f inanceiros diminuíram mais do que os de emitentes não f inancei ros, possivelmente ref letindo o sentimento de mercado sobre os progressos alcançados na recapitalização em curso das instituições financeiras da área do euro

Gráfico 8 Diferenciais ajustados de opções de obrigações de empresas denominadas em euros na área do euro (pontos base)

Fontes: iBoxx e BCE.

230

emitentes não financeirosemitentes financeiros

210

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90

70

502013 2014

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210

190

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150

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110

90

70

50

Gráfico 9 Índices de cotações de ações

(1 de janeiro de 2013 = 100)

Fontes: Thomson Reuters e cálculos do BCE.Notas: Os índices utilizados são o índice Dow Jones EURO STOXX alargado para a área do euro, o índice Standard & Poor’s 500 para os Estados Unidos e o índice Nikkei 225 para o Japão. A última observação refere‑se a 4 de março de 2015.

90

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área do euro Estados Unidos Japão

2013 2014

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 17

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Evolução Financeira

(ver também Secção 5 sobre a moeda e o crédito). Os diferenciais de instrumentos de dívida titularizados permaneceram globalmente estáveis.

Os preços das ações na área do euro aumentaram de forma significativa. Do início de dezembro de 2014 ao início de março de 2015, registaram uma subida de cerca de 13.0%, superando, assim, os mercados acionistas tanto nos Estados Unidos como no Japão (ver Gráfico 9). A maioria dos ganhos na área do euro registou ‑se imediatamente após o anúncio do programa alargado de compra de ativos (que levou a uma diminuição do custo de financiamento futuro esperado, tendo, por conseguinte, um efeito positivo no valor atualizado dos lucros empresariais futuros esperados). Em finais de fevereiro, o facto de o Eurogrupo ter chegado a acordo no que se refere ao prolongamento do programa de assistência financeira à Grécia também ajudou a aumentar a apetência pelo risco. Contudo, os rácios do preço em relação ao valor contabilístico das ações da área do euro permanecem abaixo dos níveis observados antes da crise financeira, sugerindo que os investidores continuam a ter expetativas algo moderadas no que respeita aos lucros empresariais futuros e/ou que ainda exigem um nível de compensação relativamente elevado pelo risco de investirem em ações. Tal é particularmente verdade no caso das ações do setor financeiro, cujos preços se mantêm bastante abaixo dos valores máximos observados antes da crise financeira. No período em análise, a incerteza no mercado acionista, medida pela volatilidade implícita, aumentou ligeiramente tanto na área do euro como nos Estados Unidos.

Os aumentos dos preços das ações foram mais acentuados no setor não financeiro do que no setor financeiro. Do início de dezembro de 2014 ao início de março de 2015, os preços das ações do setor financeiro aumentaram cerca de 10%, ao passo que os preços das ações do setor não financeiro registaram uma subida ligeiramente superior a 14%. A relativa fragilidade do setor financeiro concentrou ‑se no período precedente ao anúncio do programa alargado de compra de ativos, enquanto os preços nos dois setores seguiram depois uma trajetória globalmente paralela (ver Gráfico 10).

A taxa de câmbio efetiva do euro enfraqueceu novamente durante os últimos meses. A depreciação do euro, iniciada em maio de 2014, prosseguiu, designadamente no período que antecedeu a reunião de janeiro de 2015 do Conselho do BCE, refletindo as expetativas de mercado no tocante a decisões de política monetária iminentes. De um modo geral, no início de março, a taxa de câmbio efetiva do euro situou ‑se cerca de 10% abaixo do nível registado um ano antes. A Caixa 3 analisa os movimentos recentes da taxa de câmbio efetiva do euro. No que respeita à evolução das taxas de câmbio bilaterais, o euro registou uma depreciação de cerca de 10% face ao dólar dos Estados Unidos, entre dezembro de 2014 e o início de março de 2015. O euro também se depreciou consideravelmente em relação ao franco suíço, após o banco central da Suíça ter descontinuado, em meados de janeiro, a taxa de câmbio mínima de 1.20 francos suíços por euro. A coroa dinamarquesa

Gráfico 10 Índices de cotações de ações selecionados (1 de janeiro de 2013 = 100)

Fonte: Thomson Reuters.Nota: Com base nos índices de mercado da DataStream.

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2013 2014

setor financeiro da área do euro

setor não financeiro da área do euro setor financeiro dos Estados Unidos

setor não financeiro dos Estados Unidos

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18BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

continuou a ser transacionada próximo da sua taxa central no MTC II durante este período, tendo o Danmarks Nationalbank intervindo nos mercados cambiais e reduzido a taxa de juro dos certificados de depósito cinco vezes. Além disso, em 30 de janeiro, a emissão de obrigações de dívida pública dinamarquesas foi suspensa até indicação em contrário. Paralelamente, o euro apreciou ‑se de forma significativa face ao rublo russo.

Gráfico 12 Variações cambiais do euro face a moedas selecionadas (percentagens)

Fonte: BCE.Notas: Variações em percentagem respeitantes a 4 de março de 2015. A TCE‑38 é a taxa de câmbio nominal efetiva do euro face às moedas de 38 dos principais parceiros comerciais da área do euro.

kuna da Croácialeu romeno

coroa dinamarquesaforint da Hungriawon sul-coreano

coroa suecacoroa checa

zlóti da Polóniafranco suíço

iene do Japãolibra esterlina

dólar dos EUArenmimbi da China

TCE-38

-20 -15 -10 -5 0 5

desde 4 de março de 2014desde 4 de dezembro de 2014

Gráfico 11 Taxa de câmbio do euro face a moedas selecionadas (1 de dezembro de 2008=100)

Fonte: BCE.Notas: A última observação refere‑se a 4 de março de 2015. A TCE 38 é a taxa de câmbio nominal efetiva do euro face às moedas de 38 dos principais parceiros comerciais da área do euro.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

dólar dos EUA

libra esterlinaiene do Japãorenmimbi da Chinafranco suíço

TCE-38

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 19

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Atividade económica

Gráfico 13 PIB real da área do euro

(índice: T1 2008=100)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

80

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95

100

105

80

85

90

95

100

105

1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015

Gráfico 14 Crescimento PIB real da área do euro e respetiva composição

(taxas de variação homólogas (%) e contributos em pontos percentuais homólogos)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.Nota: Os dados até ao terceiro trimestre de 2014 não foram corrigidos de sazonalidade nem de dias úteis. O crescimento do PIB para o quarto trimestre de 2014 foi estimado com base na estimativa provisória, a qual é corrigida de sazonalidade e de dias úteis.

-6

-5

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-2

-1

0

1

2

3

-6

-5

-4

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0

1

2

3

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

exportações líquidas

procura internavariação de existências

PIB real

A retoma económica da área do euro tem vindo a consolidar ‑se gradualmente desde meados de 2014 e os mercados de trabalho têm vindo a melhorar. Além do mais, recentemente vários fatores continuaram a suportar a atividade na área do euro. Os preços do petróleo mais reduzidos estão a impulsionar o rendimento disponível real, servindo assim de suporte ao consumo privado. A recente depreciação da taxa de câmbio do euro facilitou as exportações. O programa alargado de compra de ativos, recentemente anunciado, deverá contribuir ainda mais para tornar menos restritivas as condições de financiamento e aumentar o acesso ao crédito. Em termos prospetivos, espera ‑se assim que a atividade económica continue a fortalecer ‑se ao longo de 2015 e nos anos seguintes, impulsionada pela procura interna e externa, embora se preveja que o desemprego se mantenha elevado. Neste contexto, as projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE apontam para perspetivas de crescimento mais robustas em comparação com as projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 elaboradas por especialistas do Eurosistema.

A procura interna fortaleceu ‑se no segundo semestre de 2014. O PIB real aumentou 0.3%, em termos trimestrais em cadeia, no quarto trimestre, após 0.2% no terceiro trimestre de 2014. Consequentemente, após sete aumentos trimestrais consecutivos, o PIB real na área do euro regressou, no quarto trimestre de 2014, ao nível observado pela última vez no primeiro trimestre de 2011, embora quase 2% abaixo do seu nível antes do início da crise em 2008 (ver Gráfico 13). Além disso, a robustez da retoma permanece desigual entre países da área do euro. Embora à data de fecho do presente Boletim Económico ainda não estivesse disponível uma desagregação dos dados, os indicadores económicos e os dados dos países sugerem que a procura interna continuou a dar um contributo positivo para o crescimento no quarto trimestre de 2014. As exportações líquidas parecem também ter dado um contributo positivo, visto que as exportações estão a beneficiar da depreciação do euro.

3 ATIVIDADE ECONÓMICA

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20BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

A base da retoma económica em curso fortaleceu‑‑se visivelmente ao longo dos últimos meses. Em primeiro lugar, a queda acentuada dos preços do petróleo, que é, em larga medida, impulsionada pela oferta, contribui para um aumento considerável do rendimento disponível real. Em segundo lugar, a procura interna continuará a beneficiar da orientação acomodatícia da política monetária, conducente a uma continuação das melhorias das condições financeiras, bem como da menor restritividade dos critérios de concessão de crédito. Em terceiro lugar, prevê ‑se que a atividade da área do euro seja cada vez mais apoiada pelo fortalecimento gradual da procura externa e pela depreciação do euro. Além disso, fatores como a procura mundial fraca e os ajustamentos nos balanços dos setores privado e público, que tinham contribuído para o recente período prolongado de crescimento do PIB real muito reduzido, estão gradualmente a inverter ‑se e a exercer uma influência mais positiva sobre a atividade económica na área do euro. Neste contexto, a confiança dos consumidores e das empresas situa‑‑se agora em níveis significativamente acima dos observados no final de 2012.

Esta evolução positiva reflete ‑se igualmente nas projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE1. Projeta ‑se que a retoma económica na área do euro se fortaleça gradualmente ao longo dos próximos três anos. Espera ‑se que a procura interna e externa dê um contributo positivo para o crescimento. As recentes medidas de política monetária do BCE deverão apoiar substancialmente a atividade no curto a médio prazo por via de muitos canais. De acordo com as projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE, o PIB real anual da área do euro deverá aumentar 1.5% em 2015, 1.9% em 2016 e 2.1% em 2017 (ver Gráfico 15).

O crescimento do consumo ganhou dinamismo na parte final de 2014. O crescimento do consumo privado em 2014 beneficiou consideravelmente do aumento do crescimento do rendimento disponível real, refletindo níveis mais elevados de rendimento salarial e não salarial, uma menor necessidade de consolidação orçamental bem como a queda dos preços dos produtos energéticos. Após um crescimento trimestral de 0.5% no terceiro trimestre de 2014, os indicadores de curto prazo apontam para um novo aumento relativamente robusto no último trimestre do ano. Por exemplo, quer o comércio a retalho quer os registos de automóveis de passageiros aumentaram no quarto trimestre a taxas superiores às do trimestre anterior.

Em termos prospetivos, é de prever que o crescimento das despesas de consumo privado continue a ser um importante fator impulsionador da retoma da atividade. O consumo privado deverá

1 Ver o artigo intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015.

Gráfico 15 PIB real da área do euro (incluindo projeções) (taxas de variação trimestrais em cadeia (%))

Fontes: Eurostat e o artigo intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro, elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015.Notas: Dados corrigidos de dias úteis. Os intervalos mostrados em torno das projeções centrais têm por base as diferenças entre resultados observados e projeções anteriores realizadas ao longo de alguns anos. A amplitude dos intervalos é igual ao dobro do valor absoluto médio dessas diferenças. O método utilizado para calcular os intervalos, que envolve a correção de acontecimentos excecionais, encontra‑se explicado no documento do BCE intitulado New procedure for constructing Eurosystem and ECB staff projection ranges, de dezembro de 2009.

-3.5

-3.0

-2.5

-2.0

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-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

-3.5

-3.0

-2.5

-2.0

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 21

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Atividade económica

continuar a beneficiar do impacto favorável do aumento do crescimento salarial num contexto de subida do emprego. Além disso, o impacto positivo da queda dos preços dos produtos energéticos sobre o rendimento disponível real continuará a suportar o consumo privado. Porém, parte dos ganhos obtidos da queda dos preços do petróleo será, inicialmente, utilizada para fins de poupança, como indica o aumento esperado do rácio de poupança das famílias (ver Caixa 4). Os dados de inquéritos apontam para uma continuação dos desenvolvimentos resilientes das despesas de consumo. Por exemplo, o indicador da Comissão Europeia relativo à confiança dos consumidores da área do euro, que apresenta uma orientação razoavelmente boa da evolução tendencial do consumo privado, melhorou significativamente em janeiro e fevereiro de 2015, atingindo níveis pré ‑crise (ver Gráfico 16).

As despesas de consumo mantiveram ‑se moderadas no segundo semestre de 2014. A formação bruta de capital fixo na área do euro diminuiu no terceiro trimestre de 2014, num contexto de redução do investimento em construção, enquanto o investimento noutros setores exceto construção permaneceu estável. No quarto trimestre de 2014, o investimento total deverá ter registado um aumento modesto em termos trimestrais em cadeia, refletindo a produção crescente de bens de investimento, um aumento reduzido da utilização da capacidade produtiva e uma retoma dos níveis de confiança no setor dos bens de investimento. No que respeita ao investimento em construção, o aumento do produto do setor da construção, face ao terceiro trimestre, e os indicadores de confiança melhores, mas ainda abaixo da média, sugerem um crescimento positivo fraco no quarto trimestre.

Espera ‑se que o crescimento do investimento empresarial ganhe dinamismo em 2015. O Indicador de Sentimento Económico melhorou em janeiro e fevereiro, situando ‑se acima do nível do trimestre anterior, assinalando assim uma possível aceleração do dinamismo do investimento. Globalmente em linha com anteriores retomas após crises financeiras, a atual retoma do investimento tem sido moderada, prejudicada por fatores persistentes, como, por exemplo, balanços comprometidos, em muitas partes do setor empresarial e o desvanecimento bastante gradual da incerteza resultante da crise. No terceiro trimestre de 2014, o investimento permaneceu quase 17% abaixo do seu máximo no primeiro trimestre de 2008, o que resultou numa queda acentuada do rácio do investimento em relação ao PIB (Gráfico 17). Em termos prospetivos, espera‑

Gráfico 16 Consumo privado e confiança dos consumidores na área do euro (taxas de variação homólogas (%); corrigidas da média)

Fontes: Eurostat, Comissão Europeia e cálculos do BCE.

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

consumo privado real confiança dos consumidores

Gráfico 17 Rácio do investimento em relação ao PIB na área do euro (percentagens)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

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1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015

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22BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

‑se que a recuperação do investimento empresarial ganhe dinamismo, beneficiando do reforço da procura externa e, no geral, interna, da necessidade de modernizar o stock de capital após vários anos de investimento moderado, das condições de financiamento muito favoráveis, da redução da taxa de câmbio do euro e do reforço gradual das margens de venda.

No que respeita ao investimento em construção, espera ‑se uma recuperação moderada a partir de 2015, suportada por taxas hipotecárias muito reduzidas na maior parte dos países, pela menor restritividade das condições de financiamento, pelo aumento dos empréstimos às famílias e pelo aumento do crescimento do rendimento disponível. Também a menor necessidade de ajustamentos no mercado da habitação em alguns países suportará o investimento residencial ao longo do tempo.

Espera ‑se que as exportações líquidas deem um contributo positivo modesto para o crescimento do PIB, visto que as exportações são suportadas pela procura mundial e pelo enfraquecimento da taxa de câmbio do euro. As exportações de bens e serviços da área do euro aumentaram 1.3%, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre de 2014. No quarto trimestre de 2014, as exportações para os Estados Unidos, China e outras economias asiáticas continuaram a fortalecer ‑se, enquanto as exportações para países europeus não pertencentes à área do euro e para a América Latina se mostraram moderadas. Espera ‑se que as exportações da área do euro continuem a crescer em 2015 e nos anos seguintes, suportadas pelo fortalecimento gradual da procura mundial e pela depreciação da taxa de câmbio efetiva do euro. É de prever que as importações da área do euro continuem a crescer no início de 2015 e se continuem a fortalecer no médio prazo em linha com a retoma da procura interna. Consequentemente, as exportações líquidas deverão dar um contributo meramente modesto para o crescimento do PIB real ao longo do horizonte de projeção.

Alguns fatores continuam a travar uma retoma mais forte da atividade global. Os ajustamentos dos balanços em curso em vários setores continuarão a exercer pressões em sentido descendente sobre a procura interna. Neste sentido, uma necessidade persistente de ajustamentos nos mercados da habitação, refletida igualmente na queda contínua dos preços da habitação em vários países, está a travar a construção residencial nesses países da área do euro. Além disso, a persistente, mas menor, incerteza em redor da crise da dívida soberana na Europa e fatores geopolíticos continuarão a afetar a retoma. O longo período de fraco crescimento observado na área do euro nos últimos anos esteve associado à correção de desequilíbrios macroeconómicos em vários países. Neste contexto, a Caixa 5 examina os resultados da revisão de 2015 ao abrigo do procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos.

Os riscos para as perspetivas para a atividade situam ‑se no lado descendente, mas reduziram ‑se após recentes decisões de política monetária e a queda dos preços do petróleo. Os riscos no lado descendente para as perspetivas para a atividade incluem um novo aumento das tensões geopolíticas e novas tensões nos mercados da dívida soberana da área do euro. Estes riscos no lado descendente são apenas parcialmente contrabalançados pelos riscos no lado ascendente relacionados com um impacto mais forte do que o esperado sobre a atividade das reformas estruturais e dos planos de investimento da UE.

A situação no mercado de trabalho da área do euro está a melhorar gradualmente. O número de empregados (ver Gráfico 18) cresceu 0.2%, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre de 2014 (o período mais recente para o qual estão disponíveis dados), assinalando assim o terceiro trimestre consecutivo de crescimento. Estes aumentos refletem o atual crescimento nos setores dos serviços (em particular, os serviços mercantis) e sinais mais recentes de uma estabilização nos setores da indústria e da construção. No setor da construção, o crescimento modesto do número de empregados observado no terceiro trimestre reflete o primeiro aumento trimestral em cadeia positivo do emprego desde o

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 23

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Atividade económica

terceiro trimestre de 2007. Ao nível dos países, para além da evolução positiva do mercado de trabalho alemão, o crescimento do emprego foi, em larga medida, impulsionado por melhorias em países que atualmente registam taxas de desemprego elevadas, como, por exemplo, Espanha, Portugal e Grécia. O total das horas trabalhadas também aumentou, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre de 2014, em 0.4%, novamente a um maior ritmo do que as subidas observadas em trimestres anteriores, após a recuperação face à última recessão na área do euro. Embora os resultados de inquéritos ainda se situem em níveis reduzidos, indicam, ainda assim, a melhoria contínua do emprego na viragem do ano. Os indicadores prospetivos também apontam para novas melhorias das condições no mercado de trabalho.

O desemprego continua a recuar gradualmente face a níveis elevados. A taxa de desemprego na área do euro situou ‑se em 11.2% em janeiro de 2015, já 0.6 pontos percentuais abaixo do nível observado um ano antes, mas ainda 1.3 pontos percentuais acima do mínimo em abril de 2011 e 4.0 pontos percentuais acima do mínimo pré ‑crise. Porém, as atuais descidas das taxas de desemprego são agora visíveis em todos os grupos (jovens, adultos, homens e mulheres) e na maior parte das economias da área do euro, embora persistam diferenças substanciais.

Em termos prospetivos, os mercados de trabalho na área do euro deverão continuar a melhorar no curto e médio prazo. Embora a recente recuperação do crescimento do emprego já se tenha mostrado mais robusta do que o que seria de prever com base em relações históricas, espera ‑se que o crescimento do emprego se fortaleça ao longo dos próximos trimestres, num contexto de reforço da recuperação, refletindo assim o impacto positivo de reformas estruturais em países afetados negativamente pela crise. Consequentemente, espera ‑se que a taxa de desemprego na área do euro continue a diminuir à medida que a recuperação se expande.

Gráfico 18 Emprego, expetativas de emprego no IGC e desemprego na área do euro (crescimento trimestral em cadeia; índice; % da população ativa)

Fontes: Eurostat, Markit e cálculos do BCE.Nota: O IGC é expresso em desvios face a 50 dividido por 10.

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emprego (escala da esquerda)expetativas de emprego no IGC (escala da esquerda)taxa de desemprego (escala da direita)

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24BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

Fatores mundiais e internos contribuíram para a descida prolongada da inflação medida pelo IHPC desde finais de 2011, tendo a recente queda acentuada dos preços do petróleo sido o principal fator que impulsionou a inflação a passar para valores negativos nos últimos meses. Com base nos preços vigentes dos futuros do petróleo, espera ‑se que a inflação homóloga medida pelo IHPC permaneça em níveis negativos ou muito baixos durante os próximos meses. De acordo com as projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE, a inflação deverá situar ‑se, em média, em 0.0% em 2015, registando uma subida significativa para 1.5% em 2016 e 1.8% em 2017. A inflação medida pelo IHPC excluindo produtos energéticos e produtos alimentares deverá aumentar de 0.8% em 2015 para 1.3% em 2016 e 1.7% em 2017. Espera ‑se que as recentes medidas de política monetária contribuam para a subida da inflação ao longo do horizonte de projeção e que assegurem o ancorar das expetativas de inflação. Os riscos para as perspetivas de evolução dos preços no médio prazo serão acompanhados de perto, em particular no que se refere à transmissão das medidas de política monetária e aos desenvolvimentos geopolíticos, bem como à evolução da taxa de câmbio e dos preços dos produtos energéticos.

Os resultados relativos à inflação nos últimos meses foram significativamente mais baixos do que o indicado nas projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 para a área do euro elaboradas por especialistas do Eurosistema. De acordo com a estimativa provisória do Eurostat, a inflação

Gráfico 19 Inflação medida pelo IHPC e inflação medida pelo IHPC excluindo produtos alimentares e energéticos na área do euro (taxas de variação homólogas (%))

Fontes: Eurostat e cálculos de especialistas do BCE.Notas: As últimas observações para a inflação medida pelo IHPC e a inflação medida pelo IHPC excluindo produtos alimentares e energéticos referem‑se a fevereiro de 2015 (estimativas provisórias). Os dados das projeções referem‑se às médias anuais para 2015, 2016 e 2017 em conformidade com o artigo intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro, elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015.

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inflação medida pelo IHPCinflação medida pelo IHPC excluindo produtos alimentares e energéticosprojeções macroeconómicas de março de 2015 do BCE para a inflaçãoprojeções macroeconómicas de março de 2015 do BCE para a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos

Gráfico 20 Evolução da inflação medida pelo IHPC desde outubro de 2011 (taxas de variação homólogas (%); contributos em pontos percentuais)

Fontes: Eurostat e cálculos de especialistas do BCE.Notas: As últimas observações referem‑se a fevereiro de 2015 (estimativas provisórias). O gráfico mostra o contributo em pontos percentuais das componentes para a descida da inflação global desde o último pico na inflação medida pelo IHPC em outubro de 2011.

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Out. Fev. Jun. Out. Fev. Jun. Out. Fev. Jun. Out. Fev.2011 2012 2013 2014 2015

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Out. Fev. Jun. Out. Fev. Jun. Out. Fev. Jun. Out. Fev.2011 2012 2013 2014 2015

serviçosprodutos industriais não energéticosprodutos alimentaresprodutos energéticosíndice global

índice global – período de base (outubro de 2011)

4 PREÇOS E CUSTOS

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 25

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Preços e custos

homóloga medida pelo IHPC situou ‑se em ‑0.3% em fevereiro de 2015, o que compara com ‑0.6% em janeiro e ‑0.2% em dezembro de 2014 (ver Gráfico 19). Os resultados mais baixos do que o esperado ficaram a dever ‑se sobretudo a menores contributos dos preços dos produtos energéticos, dado que os preços do petróleo registaram uma descida acentuada desde a data ‑limite de meados de novembro para as projeções de dezembro de 2014, as quais tomaram em consideração os preços dos futuros do petróleo na altura (ver Gráfico 2).

A inflação medida pelo IHPC excluindo produtos energéticos e produtos alimentares manteve uma trajetória globalmente estável. O nível baixo de inflação subjacente pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo os efeitos desfasados da forte apreciação do euro até maio de 2014, o processo de ajustamento dos preços relativos em determinados países da área do euro e a fragilidade persistente da procura por parte dos consumidores e do poder de fixação de preços. Além disso, os preços mais baixos do petróleo e de outras matérias ‑primas também exerceram pressão em sentido descendente sobre a inflação medida pelo IHPC excluindo produtos energéticos e produtos alimentares, à medida que os custos mais baixos dos fatores de produção se transmitiram ao longo da cadeia de preços1.

Os efeitos diretos da descida dos preços do petróleo dominaram a evolução recente da inflação (ver Gráfico 20). É provável que a recente diminuição dos preços do petróleo tenha sido, em grande medida, transmitida aos preços (antes de impostos) dos combustíveis líquidos. Outros efeitos diretos típicos, por exemplo através dos preços da eletricidade e do gás, contribuíram igualmente para os recentes resultados negativos da inflação.

Os preços dos produtos alimentares também continuaram sujeitos a pressão em sentido descendente. Nos últimos meses, as taxas de inflação homólogas dos preços dos produtos alimentares não transformados continuaram a avançar em território negativo, ao passo que a inflação dos preços dos produtos alimentares transformados registou nova moderação. Esta evolução reflete, em parte, os efeitos indiretos de quedas dos preços de matérias ‑primas agrícolas e outras matérias ‑primas ao longo das cadeias de produção e de preços.

O impacto desfasado da apreciação do euro até maio de 2014 e a diminuição dos preços internacionais das matérias ‑primas continuam a pesar sobre os preços dos produtos industriais não energéticos. É de realçar que muitos destes bens, tal como computadores e aparelhos elétricos, tendem a ser importados ou a ter um conteúdo importado relativamente elevado. Acresce que os preços internacionais mais baixos do petróleo podem estar a exercer pressão em sentido

1 Para uma análise mais pormenorizada dos efeitos indiretos, ver a Caixa 3, intitulada “Efeitos indiretos da evolução dos preços do petróleo sobre a inflação da área do euro”, na edição de dezembro de 2014 do Boletim Mensal do BCE.

Gráfico 21 Acumulação de pressões em fases mais avançadas da cadeia de preços para produtos industriais não energéticos(taxas de variação homólogas (%))

Fontes: Eurostat, Markit e cálculos do BCE.Nota: As últimas observações referem‑se a janeiro de 2015.

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2004 2006 2008 2010 2012 2014

IGC – custos dos fatores de produção no retalho para produtos não alimentares, média móvel de 3 meses (escala da esquerda)IPP – bens de consumo não alimentares (escala da direita)

produtos industriais não energéticos no IHPC (escala da direita)

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26BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

descendente sobre os preços dos produtos industriais não energéticos, visto que a energia é um importante fator de custos na produção desses bens. Além de fatores mais cíclicos, podem verificar ‑se influências mais estruturais sobre a dinâmica da inflação destes bens. A Caixa 6 analisa os efeitos potenciais do comércio eletrónico na atenuação da inflação.

A acumulação de pressões sobre as rubricas de produtos industriais não energéticos permanece moderada. A inflação dos preços no produtor de bens de consumo, que tende a apresentar um avanço de cerca de seis a doze meses em relação à inflação dos preços dos produtos industriais não energéticos, permaneceu num nível reduzido em janeiro de 2015. Além disso, dados de inquéritos sobre os preços dos fatores de produção no setor retalhista não alimentar indicam que os preços continuaram a baixar em janeiro de 2015 (ver Gráfico 21). Por um lado, nas fases mais iniciais da cadeia de preços, a taxa de variação homóloga dos preços das importações de bens intermédios foi positiva pelo segundo mês consecutivo, em resultado da depreciação do euro. Por outro lado, os preços no produtor de bens intermédios, assim como os preços em euros do petróleo bruto e de outras matérias ‑primas, permanecem em níveis moderados.

A evolução fraca dos custos do trabalho conteve as pressões sobre os preços dos serviços. Dado que os custos do trabalho tendem a constituir uma percentagem relativamente elevada dos custos globais no setor dos serviços, o crescimento moderado dos salários contribuiu para que a inflação dos preços dos serviços se mantivesse em níveis baixos, embora globalmente estáveis (ver Gráfico 22). A fragilidade do crescimento dos salários e da inflação dos preços dos serviços pode ficar a dever ‑se a um conjunto de fatores. Pode refletir, em larga medida, a elevada margem disponível na economia

Gráfico 23 Inflação dos preços dos serviços na área do euro

(taxas de variação homólogas (%); contributos em pontos percentuais)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.Nota: As últimas observações referem‑se a janeiro de 2015.

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outros países

países sob pressão ou previamente sob pressão na área do euro

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Gráfico 22 Remuneração por empregado por setor na área do euro

(taxas de variação homólogas (%); contributos em pontos percentuais)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.Notas: Os dados referem‑se ao Euro 18. “Serviços não mercantis” abrangem atividades das administrações públicas e instituições privadas sem fins lucrativos em áreas como serviços públicos gerais, educação e saúde. “Serviços mercantis” são definidos como a diferença restante face ao total dos serviços. A última observação refere‑se ao terceiro trimestre de 2014.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 27

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Preços e custos

e nos mercados de trabalho da área do euro. Além disso, os efeitos indiretos de preços mais baixos do petróleo também contribuíram recentemente para uma descida dos preços dos serviços de transporte, designadamente da aviação, onde os combustíveis são um importante fator de custos. Adicionalmente, pode indicar maior flexibilidade dos salários e dos preços em alguns países da área do euro, em resultado de reformas estruturais nos mercados de trabalho e do produto nos últimos anos (ver Gráfico 23).

É necessário acompanhar a possibilidade de efeitos de segunda ordem decorrentes de preços mais baixos do petróleo. Por um lado, a maior flexibilidade dos salários implicaria que qualquer ajustamento em sentido descendente pode agora ser mais acentuado. Por outro lado, uma redução significativa da indexação automática de salários pode implicar que qualquer ajustamento em sentido descendente do crescimento dos salários é menos pronunciado do que poderia ter sido no passado. Acresce que a rigidez nominal dos salários ainda prevalece em muitos países, o que dificulta cortes salariais em termos absolutos.

As medidas das expetativas de inflação a longo prazo com base em inquéritos indicam que a inflação regressará gradualmente a níveis próximo de 2% (ver Gráfico 24). Na sequência da recente queda dos preços do petróleo, as expetativas de inflação nos prazos mais curtos com base em inquéritos registaram uma descida substancial. No entanto, a descida das expetativas de inflação a longo prazo com base em inquéritos foi bastante menos pronunciada do que a das expetativas baseadas no mercado. Em geral, a diminuição das expetativas de inflação ficou aparentemente a dever ‑se a níveis baixos de inflação, no contexto da descida dos preços do petróleo e de outras matérias ‑primas, bem como do fraco crescimento.

Gráfico 24 Medidas dos inquéritos das expetativas para a inflação

(taxas de variação homólogas (%))

Fontes: Eurostat, Thomson Reuters, Consensus Economics, Inquérito a Analistas Profissionais do BCE e cálculos do BCE.Nota: Os dados da previsão da Consensus Economics foram publicados em fevereiro de 2015 para 2015 e 2016, e em outubro de 2014 para o restante horizonte de projeção.

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inflação homóloga medida pelo IHPC observadaprevisão da Consensus Economicsprevisão do Inquérito a Analistas Profissionais (T1 de 2015)

Gráfico 25 Taxas de swap indexadas à inflação a prazo a 5 anos com uma antecedência de 5 anos(taxas de variação homólogas (%))

Fonte: Thomson Reuters.Notas: As taxas de swap indexadas à inflação para o Reino Unido estão associados ao índice de preços a retalho do Reino Unido. As últimas observações referem‑se a 3 de março de 2015.

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28BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

As medidas das expetativas de inflação baseadas no mercado apresentaram uma descida mais acentuada do que as medidas com base em inquéritos. O nível relativamente baixo das expetativas de inflação baseadas no mercado reflete, em parte, a influência de prémios de risco de inflação negativos. Um prémio de risco de inflação negativo significa que as taxas swap de inflação e as taxas de inflação implícitas são mais baixas do que o nível de inflação futuro efetivamente esperado pelos participantes no mercado. Esta situação pode surgir caso os participantes no mercado esperem ser mais provável um cenário de inflação mais baixa do que um cenário de inflação mais elevada. Consequentemente, os participantes no mercado têm uma maior preferência pela detenção de obrigações nominais em vez de ativos indexados à inflação, dado que a rendibilidade real das obrigações nominais seria relativamente favorável nesse cenário. As descidas das expetativas de inflação a longo prazo baseadas no mercado nos últimos meses foram também observadas nos Estados Unidos e no Reino Unido (ver Gráfico 25), refletindo muito provavelmente um aumento mundial dos prémios de risco de inflação negativos.

Numa análise prospetiva, projeta ‑se que a inflação medida pelo IHPC se situe, em média, em 0.0% em 2015, registando subidas significativas em 2016 e 2017. Com base na informação disponível em meados de fevereiro, as projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE indicam que a inflação global medida pelo IHPC aumentará de ‑0.4% no primeiro trimestre de 2015 para 1.9% no último trimestre de 2017, situando ‑se, em média, em 0.0% em 2015, 1.5% em 2016 e 1.8% em 2017 (ver Gráfico 26). A projetada subida da inflação global medida pelo IHPC reflete uma inflexão esperada dos preços dos produtos energéticos, tal como indicado pela inclinação ascendente da curva dos futuros do petróleo, o impacto da taxa de câmbio efetiva do euro mais fraca e um reforço significativo das pressões sobre os custos internos, à medida que se verifica uma recuperação da economia e uma redução rápida do desvio negativo do produto.

A melhoria dos mercados de trabalho e a diminuição da margem disponível na economia implicam maiores pressões internas sobre os preços ao longo do horizonte de projeção. Projeta ‑se que a continuação do crescimento do emprego e descidas da taxa de desemprego apoiem um aumento gradual do crescimento da remuneração por empregado, com os processos em curso de ajustamento da competitividade dos custos em alguns países da área do euro a impedir uma recuperação mais forte. Enquanto o crescimento da remuneração por empregado regista uma subida, o resultante aumento cíclico da produtividade implica um perfil constante do crescimento dos custos unitários do trabalho ao longo dos próximos dois anos. Projeta ‑se que, em 2017, o aumento do crescimento da remuneração por empregado supere ligeiramente o da produtividade, dado esperar ‑se que, em determinados países, se assista a uma melhoria dos salários, em virtude da recuperação económica em curso após anos de contenção salarial. No seguimento de uma diminuição em 2015, espera ‑se que as margens de lucro

Gráfico 26 IHPC da área do euro (incluindo projeções)

(taxas de variação homólogas (%))

Fontes: Eurostat e o artigo intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015.Notas: Os intervalos mostrados em torno das projeções centrais têm por base as diferenças entre os resultados observados e projeções anteriores realizadas ao longo de vários anos. A amplitude dos intervalos corresponde ao dobro do valor absoluto médio de tais diferenças. O método utilizado para calcular os intervalos, envolvendo uma correção de eventos excecionais, é explicada no documento do BCE em New procedure for constructing Eurosystem and ECB staff projection ranges, de dezembro de 2009.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 29

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Preços e custos

registem uma subida ao longo do restante horizonte de projeção, à medida que se verifica um aumento significativo da produtividade e um reforço da atividade económica.

Espera ‑se que as medidas de política monetária não convencionais contribuam para uma subida da inflação durante o horizonte de projeção através de pressões internas e externas sobre os preços. O impacto favorável das recentes medidas de política monetária não convencionais sobre o crescimento do PIB real e a consequente redução mais rápida do desvio do produto deverão beneficiar o crescimento das margens de lucro e dos salários. O impacto descendente destas medidas sobre a taxa de câmbio do euro implica pressões externas adicionais sobre os preços através do canal da taxa de câmbio. Além disso, efeitos favoráveis sobre os níveis de confiança decorrentes destas medidas deverão ajudar a estabilizar as expetativas de inflação.

O Conselho do BCE anunciou que acompanhará de perto os riscos para as perspetivas de evolução dos preços no médio prazo. Será dada especial atenção à transmissão das medidas de política monetária e aos desenvolvimentos geopolíticos, bem como à evolução da taxa de câmbio e dos preços dos produtos energéticos.

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30BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

O crescimento homólogo do agregado monetário largo (M3) continuou a recuperar, embora permaneça em níveis moderados. Entretanto, o crescimento homólogo dos empréstimos recuperou, confirmando uma inversão da dinâmica dos empréstimos no início de 2014 – as restrições na oferta de crédito estão a dissipar ‑se gradualmente e a procura de empréstimos está a melhorar. Em termos globais, a recente evolução sugere que as medidas de política monetária do BCE estão a ajudar a repor o funcionamento adequado do mecanismo de transmissão da política monetária e a tornar menos restritivos os critérios de concessão de crédito bancário.

Numa conjuntura de taxas de juro muito reduzidas, a dinâmica monetária e de crédito continuou a melhorar. Em comparação com o terceiro trimestre de 2014, os indicadores monetários apontam para alguns desenvolvimentos positivos. Estes foram igualmente visíveis quer no lado da oferta quer no lado da procura de crédito bancário. Porém, o crescimento dos empréstimos a sociedades não financeiras (SNF) da área do euro é ainda reduzido face aos padrões históricos e a fragmentação das taxas bancárias ativas continua a afetar toda a área do euro.

Os dados recentes indicam uma retoma do crescimento subjacente do M3, embora permaneça em níveis reduzidos. A taxa de crescimento homóloga do M3 aumentou para 2.9% no quarto trimestre de 2014 e para 4.1% em janeiro de 2015, o que compara com 2.0% no terceiro trimestre e um mínimo de 0.8% em abril de 2014 (ver Gráfico 27). O crescimento homólogo do M3 continua a ser suportado pelas suas componentes mais líquidas, com o agregado monetário estreito M1 a crescer fortemente a uma taxa homóloga de 6.7% no quarto trimestre do ano anterior e de 9.0% em janeiro de 2015 (o que compara com 5.7% no terceiro trimestre).

Gráfico 27 M3 e M3 subjacente

(taxas de variação homólogas (%))

Fontes: BCE e cálculos do BCE.Notas: O conjunto de medidas do crescimento monetário subjacente inclui um filtro univariável e multivariável de crescimento económico, uma medida baseada num modelo de fatores dinâmicos para um vasto conjunto de variáveis monetárias, uma medida do crescimento do M3 corrigido do ciclo com base num modelo BVAR e numa medida de exclusão (estimativa dos depósitos de M3 detidos pelas famílias).

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2003 2005 2007 2009 2011 2013

conjunto de medidas do crescimento monetário “subjacente”taxa de crescimento homóloga do M3 de séries trimestraistaxa de crescimento a 3 meses anualizada do M3 de séries mensais

Gráfico 28 M3 e suas componentes

(contributo para a taxa de crescimento homóloga do M3; dados corrigidos de sazonalidade)

Fonte: BCE.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

M1

outros depósitos de curto prazoinstrumentos negociáveis

M3

5 MOEDA E CRÉDITO

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 31

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Moeda e crédito

Gráfico 29 Contrapartidas do M3

(fluxos anuais; EUR mil milhões; dados corrigidos de efeitos de sazonalidade e de calendário)

Fonte: BCE.Notas: O M3 é apresentado apenas como referência (M3 = 1+2+3‑4+5). As responsabilidades financeiras a mais longo prazo (excluindo capital e reservas) são apresentadas com um sinal contrário, uma vez que são responsabilidades do setor das IFM.

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-800-600-400-20002004006008001000120014001600

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

M3crédito ao setor privado (1)crédito às administrações públicas (2)disponibilidades líquidas sobre o exterior (3)responsabilidades �nanceiras a mais longo prazo(excluindo capital e reservas) (4)outras contrapartidas (incluindo capital e reservas) (5)

Gráfico 30 Principais ativos das IFM da área do euro

(EUR mil milhões; fluxos acumulados com início em 2007; dados corrigidos de sazonalidade)

Fonte: BCE.Notas: Setor das IFM inquiridas, excluindo o Eurosistema. O total refere‑se aos principais ativos das IFM, ou seja, algumas categorias de ativos não foram incluídas.

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

crédito ao setor privado

crédito às administrações públicas

disponibilidades sobre o exterior

outros ativos de IFM

ativos sobre o Eurosistema

total

Os detentores de moeda centram ‑se nos depósitos pelo prazo overnight. A conjuntura de taxas de juro muito reduzidas continua a proporcionar incentivos para que os detentores de moeda invistam em depósitos pelo prazo overnight no M3. O M1 beneficiou do elevado crescimento dos depósitos pelo prazo overnight detidos por famílias e SNF (ver Gráfico 28). A preferência do setor detentor de moeda por ativos mais líquidos, em particular depósitos pelo prazo overnight, aponta para a continuação da acumulação de reservas em numerário. Os níveis reduzidos (e decrescentes) da remuneração de ativos monetários menos líquidos contribuíram para a atual contração dos depósitos de curto prazo exceto depósitos pelo prazo overnight. Além disso, a taxa de crescimento dos instrumentos negociáveis (ou seja, M3 menos M2), que têm um peso relativamente reduzido no M3, foi menos negativa e alcançou terreno positivo no final do quarto trimestre de 2014. Em particular, as detenções de títulos de dívida de curto prazo emitidos por instituições financeiras monetárias (IFM) prosseguiram numa trajetória descendente até ao quarto trimestre de 2014, mas a taxa de crescimento homóloga tornou ‑se positiva na viragem do ano.

As transações externas continuam a suportar o crescimento do agregado monetário largo. Uma avaliação das contrapartidas do M3 (ver Gráfico 29) mostra que a sua dinâmica foi impulsionada sobretudo pelas disponibilidades líquidas sobre o exterior e pela substituição de responsabilidades financeiras de mais longo prazo, enquanto a inversão da dinâmica dos empréstimos também constituiu um fator positivo. Face ao máximo atingido em meados de 2014, o contributo da posição líquida das disponibilidades sobre o exterior das IFM moderou ‑se substancialmente no quarto trimestre de 2014 mas permanece em terreno positivo, suportado pelo excedente significativo na balança corrente. Esta moderação poderá refletir expetativas de mercado quanto à redução da remuneração dos ativos da área do euro no futuro, em

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32BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

particular junto de investidores internacionais. Foi também proporcionado algum apoio pela nova descida da taxa de variação homóloga das responsabilidades financeiras de mais longo prazo das IFM (excluindo capital e reservas) detidas pelo setor detentor de moeda, que se situaram em ‑4.8% no quarto trimestre de 2014 e ‑5.7% em janeiro de 2015, em comparação com ‑3.4% no terceiro trimestre.

Os bancos expandiram os respetivos balanços no quarto trimestre de 2014 – pela primeira vez desde meados de 2012 (ver Gráfico 30). Entre o final de 2011 e abril de 2014, a desalavancagem por parte dos bancos implicou uma redução de cerca de 6% no total dos seus ativos. Este processo de desalavancagem levou as IFM a diminuírem as respetivas atividades de concessão de crédito face ao setor privado. Esta medida surgiu em resposta a um período de forte expansão dos balanços dos bancos: entre 2005 e 2012, o total dos ativos das IFM aumentou consideravelmente, atingindo um pico de €33.7 biliões (ou seja, 3.55 vezes o PIB da área do euro), o que corresponde a um aumento de mais de 60 pontos percentuais do PIB.

Os processos de ajustamento continuaram a caraterizar o setor bancário durante o quarto trimestre de 2014. Como demonstrado pelos resultados da avaliação completa dos bancos da área do euro realizada pelo BCE (divulgados em outubro de 2014), os bancos envidaram esforços consideráveis para reforçar os respetivos balanços. Os bancos melhoraram os respetivos rácios de capital em parte através do aumento da emissão de ações, mas também por via da desalavancagem e do aumento da restritividade dos critérios de concessão de crédito (critérios mais rigorosos e spreads mais elevados aplicados aos empréstimos). Esta ênfase nos ajustamentos dos balanços e os recentes progressos substanciais dos rácios de capital dos bancos ajudaram a criar as condições necessárias a uma melhoria sustentada do canal do crédito bancário da política monetária. No entanto, a rendibilidade dos bancos permanece fraca, o que poderá limitar a capacidade dos bancos para conceder crédito caso a procura aumente mais substancialmente e enfraquecer a transmissão da redução dos custos de financiamento dos bancos às taxas bancárias ativas.

Os custos de financiamento dos bancos continuaram a melhorar no quarto trimestre de 2014. A redução dos custos de financiamento dos bancos está relacionada com o pacote de medidas destinadas a reduzir as restrições ao crédito (operações de refinanciamento de prazo alargadas (ORPA direcionadas), terceiro programa de compra de obrigações com ativos subjacentes (CBPP3) e programa de compra de instrumentos de dívida titularizados (ABSPP)). As condições favoráveis de financiamento dos bancos refletem ‑se nas taxas de rendibilidade das obrigações bancárias não garantidas, as quais caíram para níveis historicamente baixos durante o quarto trimestre de 2014 (ver Gráfico 31), diminuindo para uma média de 0.69% em janeiro de 2015. Os custos dos depósitos bancários diminuíram novamente, mas ainda não surgiram sinais de uma incursão generalizada em terreno negativo devido ao facto de a taxa da facilidade permanente de depósito do BCE ser negativa. Em termos globais, o custo compósito do

Gráfico 31 Custo compósito do financiamento por dívida dos bancos

(custo compósito do financiamento por depósitos e por dívida de mercado sem garantia; percentagens homólogas)

Fontes: BCE, Merrill Lynch Global Index e cálculos do BCE.Notas: Média de taxas passivas de novas operações e custo do financiamento por dívida de mercado ponderada pelos respetivos saldos.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 33

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Moeda e crédito

financiamento dos bancos continuou a reduzir ‑se num contexto de reembolsos líquidos de responsabilidade financeiras de mais longo prazo de IFM. O nível moderado da atividade de emissão de dívida poderá refletir desenvolvimentos no lado da oferta à medida que os bancos consolidavam os respetivos balanços e beneficiavam das ORPA direcionadas. Além disso, o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da área do euro de janeiro de 2015 (consultar o inquérito em http://www.ecb.europa.eu/stats/money/surveys/lend/html/index.en.html) mostrou que o acesso dos bancos ao financiamento melhorou para os principais instrumentos de mercado. A nova emissão de títulos de dívida foi a maior beneficiada, enquanto os bancos reportaram um ligeiro aumento da restritividade do respetivo acesso aos depósitos de longo prazo e a outros instrumentos de financiamento a retalho.

Dados recentes confirmam uma inversão da dinâmica dos empréstimos durante o primeiro trimestre de 2014. A contração do crédito bancário ao setor privado registou uma nova moderação. Corrigido de vendas e titularização, o crescimento homólogo dos empréstimos de IFM ao setor privado continuou a recuperar no quarto trimestre do ano anterior (situando ‑se em ‑0.3%, em comparação com ‑0.9% no terceiro trimestre) e em janeiro de 2015 (0.5%). Em particular, a redução dos empréstimos a SNF continuou a moderar ‑se

Gráfico 32 Empréstimos de IFM a SNF em países selecionados da área do euro

(taxa de variação homólogas (%))

Fonte: BCE.Notas: Dados corrigidos da venda e titularização de empréstimos. A dispersão entre países é calculada como mínimo/máximo com base numa amostra fixa de 12 países da área do euro. Fluxos corrigidos da venda e titularização de empréstimos a partir de janeiro de 2019.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

FrançaPaíses Baixos

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Gráfico 33 Empréstimos de IFM às famílias em países selecionados da área do euro

(taxa de variação homólogas (%))

Fonte: BCE.Notas: Dados corrigidos da venda e titularização de empréstimos. A dispersão entre países é calculada como mínimo/máximo ao longo de uma amostra fixa de 12 países da área do euro. Fluxos corrigidos da venda e titularização de empréstimos a partir de janeiro de 2009.

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Países BaixosEspanhaárea do euro

dispersão entre paísesItáliaFrançaAlemanha

Gráfico 34 Fatores que contribuem para uma maior restritividade dos critérios de concessão de crédito às SNF e procura líquida (percentagens líquidas médias por categoria)

Fonte: BCE.Notas: Perceção do risco como média não ponderada da “atividade económica esperada” e “perspetivas do mercado da habitação”; concorrência como média não ponderada da “concorrência de outros bancos” e “concorrência de não‑bancos”.

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custo de financiamento e restrições dos balançosconcorrênciaperceção do risco

critérios de concessão de crédito

procura líquida

2008 2009 2014 2011 2012 2013 2014

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34BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

(ver Gráfico 32), enquanto o crescimento dos empréstimos às famílias se estabilizou em níveis positivos (ver Gráfico 33). Estes desenvolvimentos foram suportados pelas descidas significativas das taxas bancárias ativas observadas em algumas partes da área do euro desde o verão de 2014, bem como por sinais de uma melhoria da oferta e procura de empréstimos bancários. Embora o clima económico moderado e os critérios de concessão de crédito historicamente restritivos continuem a afetar a concessão de empréstimos, edições recentes do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da área do euro confirmam a avaliação de uma atenuação gradual das tensões no lado da oferta de crédito e apontam para o aumento da procura de empréstimos. De facto, o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito de janeiro de 2015 mostra que o aumento da concorrência entre bancos contribuiu para uma menor restritividade dos critérios de concessão de crédito no quarto trimestre de 2014, o que coincidiu com uma retoma da procura de empréstimos por parte das empresas (ver Gráfico 34).

A redução dos custos de financiamento dos bancos está a ser gradualmente transmitida às taxas ativas bancárias. Desde o segundo semestre de 2012, os bancos em todos os países da área do euro registaram uma redução progressiva do custo do financiamento por dívida. Esta evolução positiva está relacionada com as medidas convencionais e não convencionais do BCE destinadas a fomentar uma política monetária mais acomodatícia. Embora a melhoria dos custos de financiamento dos bancos tenha sido transmitida a um ritmo meramente reduzido aos mutuários sob a forma de taxas bancárias ativas mais baixas, registaram ‑se progressos substanciais nesta frente no segundo semestre de 2014, à medida que os custos compósitos do crédito às famílias e sociedades não financeiras em todos os países da área do euro caíam cerca de 40 pontos base (ver Gráficos 35 e 36).

Gráfico 35 Indicador compósito do custo do financiamento para as SNF

(percentagens por ano; médias móveis de 3 meses)

Fonte: BCE.Notas: O indicador para o custo total do endividamento bancário é calculado através da agregação das taxas de curto e longo prazo utilizando uma média móvel de 24 meses dos volumes das novas operações. O desvio padrão entre países é calculado com base numa amostra fixa de 12 países da área do euro.

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desvio padrão entre países (escala da direita)

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Gráfico 36 Indicador compósito do custo dos empréstimos às famílias para aquisição de habitação (percentagens por ano; médias móveis de 3 meses)

Fonte: BCE.Notas: O indicador para o custo total dos empréstimos bancários é calculado através da agregação das taxas de curto e longo prazo utilizando uma média móvel de 24 meses dos volumes das novas operações. O desvio padrão entre países é calculado com base numa amostra fixa de 12 países da área do euro.

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desvio padrão entre países (escala da direita)

França

EspanhaPaíses Baixos

Itália

área do euroAlemanha

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 35

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Moeda e crédito

O crescimento global do financiamento externo das sociedades não financeiras na área do euro fortaleceu ‑se ligeiramente no final de 2014. Os dados sobre a emissão de títulos relativos a dezembro de 2014 confirmam dados anteriores que indicavam que a emissão por SNF da área do euro de títulos de dívida e de participação no capital está a recuperar face a um terceiro trimestre fraco. A recuperação do financiamento externo foi também suportada por fluxos menos negativos em termos de empréstimos bancários. O custo nominal do financiamento externo não bancário às SNF da área do euro voltou a diminuir nos dois primeiros meses de 2015 devido à contração do custo da dívida baseada no mercado do custo das ações, o que, por sua vez, se pode dever sobretudo ao programa alargado de compra de ativos (ver Secção 2).

As divergências nas taxas ativas entre países começaram a reduzir ‑se. O pacote de medidas destinadas a reduzir as restrições ao crédito adotado em junho de 2014 parece ter promovido um estreitamento da dispersão dos custos de financiamento entre países. Os países da área do euro que atualmente apresentam fragilidades no que respeita aos empréstimos às SNF registaram reduções particularmente fortes das taxas bancárias ativas desses empréstimos. O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito de janeiro de 2015 também evidencia uma nova diminuição da restritividade dos termos e condições dos novos empréstimos a SNF, designadamente sob a forma de um novo estreitamento das margens dos empréstimos médios (ver Gráfico 37). Além disso, não obstante desenvolvimentos muito encorajadores das condições de oferta de crédito para o conjunto da área do euro, os critérios de concessão de crédito permanecem heterogéneos entre países e setores.

Gráfico 37 Alterações nos termos e condições dos empréstimos ou linhas de crédito a empresas (percentagens líquidas de bancos que indicam um contributo para o aumento da restritividade dos termos e condições)

Fonte: BCE.Nota: Outros termos e condições como uma média não ponderada de “encargos não relacionados com juros”, “dimensão do empréstimo ou linha de crédito”, “condições contratuais não pecuniárias” e “prazo”.

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spreads aplicados aos empréstimos de risco médio garantias exigidasspreads aplicados aos empréstimos de maior riscooutros termos e condições

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36BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

Espera ‑se que a consolidação orçamental prossiga. Será, no entanto, necessário um ajustamento estrutural adicional, a fim de colocar o rácio da dívida firmemente numa trajetória descendente. Além disso, a fim de fortalecer a confiança no quadro orçamental europeu, é importante que o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) seja implementado de modo exaustivo e coerente. Em particular, existe um risco de a norma da dívida poder ser ignorada.

Espera ‑se que o défice orçamental agregado para a área do euro continue a diminuir. As projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE preveem uma queda contínua do rácio do défice público agregado, de 2.6% do PIB em 2014 para 1.5% do PIB em 2017 (ver Quadro 1). Em 2014, a consolidação orçamental deveu ‑se sobretudo à melhoria cíclica da economia da área do euro, refletindo, em particular, receitas mais elevadas provenientes dos impostos indiretos em resultado de um consumo privado mais forte. Em termos prospetivos, espera ‑se que a melhoria cíclica continue, o que ajudará a reduzir novamente o rácio do défice orçamental. As perspetivas orçamentais melhoraram ligeiramente face às projeções de dezembro de 2014, também em resultado de pagamentos das taxas de juros menos elevados.

Projeta ‑se que o rácio da dívida pública agregado tenha atingido o valor máximo em 2014. De acordo com as projeções de março de 2015, projeta ‑se que o rácio da dívida da área do euro tenha aumentado para 91.7% do PIB em 2014, em virtude de um diferencial adverso entre o crescimento e as taxas de juro e do impacto de aumento de dívida do ajustamento défice ‑dívida, em grande medida relacionado com as medidas de apoio ao setor financeiro. A partir de 2015, espera ‑se que o rácio da dívida da área do euro diminua, caindo para 87.9% do PIB no final de 2017. Esta descida, ligeiramente mais forte do que a projetada em dezembro, é sobretudo resultado da melhoria dos saldos primários, do fortalecimento do crescimento económico de taxas de juro baixas.

Espera ‑se que a orientação orçamental seja globalmente neutra. Após vários anos de substancial restritividade orçamental, o ajustamento orçamental estrutural revelou ‑se modesto em 2014 e, em termos prospetivos, projeta ‑se apenas novos progressos limitados até 2017. Será necessária uma consolidação adicional nos próximos anos a fim de colocar o rácio da dívida firmemente numa trajetória

Quadro 1 Evolução orçamental na área do euro

(percentagens do PIB)

a. Receita totalb. Despesa total da qual:c. Despesas com jurosd. Despesa primária (b‑c)Saldo orçamental (a ‑b)Saldo orçamental primário (a‑d)Saldo orçamental corrigido do cicloSaldo estruturalDívida brutaPor memória: PIB real (variações em percentagem)

Fontes: Eurostat e projeções macroeconómicas de março de 2015 elaboradas por especialistas do BCE.Notas: Os dados referem‑se ao setor das administrações públicas agregado da área do euro, incluindo a Lituânia (também para o período anterior a 2015). Os dados estão em linha com os dados reportados no artigo do BCE intitulado “Projeções macroeconómicas de março de 2015 para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE”, publicado no sítio do BCE em 5 de março de 2015. Os valores podem não corresponder à soma das parcelas devido a arredondamentos.

45.8 46.5 46.6 46.5 46.2 46.0 49.4 49.3 49.2 48.7 48.1 47.5

3.0 2.8 2.7 2.5 2.4 2.3 46.4 46.6 46.5 46.2 45.7 45.2 ‑3.6 ‑2.9 ‑2.6 ‑2.3 ‑1.9 ‑1.5 ‑0.6 ‑0.1 0.1 0.3 0.5 0.7 ‑3.4 ‑2.2 ‑1.9 ‑1.8 ‑1.8 ‑1.7 ‑3.1 ‑2.2 ‑1.9 ‑1.8 ‑1.7 ‑1.7 88.7 90.6 91.7 91.4 89.8 87.9

‑0.7 ‑0.4 0.9 1.5 1.9 2.1

2012 2013 2014 2015 2016 2017

6 EVOLUÇÃO ORÇAMENTAL

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 37

EVOLUÇÃO ECONÓMICA

E MONETÁRIA

Evolução Orçamental

descendente. Em particular, alguns países da área do euro terão de adotar medidas estruturais adicionais a fim de garantir o cumprimento do PEC. No seu comunicado de novembro de 2014, a Comissão Europeia considerou que os projetos de planos orçamentais de sete países estavam em risco de incumprimento com o PEC. Em 27 de fevereiro, em relação à Bélgica, França e Itália, a Comissão publicou avaliações de acompanhamento pormenorizadas relativas à implementação do PEC (para uma avaliação, ver Caixa 7).

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 39

CAIXAS

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS UTILIZANDO A CURVA DE PHILLIPS

A recente descida da inflação tem sido um fenómeno generalizado nas principais economias avançadas, embora existam diferenças nas posições cíclicas. Nos Estados Unidos, apesar da recuperação robusta da atividade económica em curso, a inflação tem permanecido num nível baixo nos últimos dois anos. A inflação global e a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos registaram, em média, 1.4% e 1.5%, respetivamente, desde 2012, o que implica que os preços não têm tido uma grande capacidade de resposta à recuperação cada vez mais robusta do mercado de trabalho e do crescimento económico em termos mais gerais. A presente caixa reavalia a relação empírica entre a inflação e a folga no mercado de trabalho – habitualmente descrita como a curva de Phillips – e analisa o papel de outros principais fatores impulsionadores das perspetivas para a inflação nos Estados Unidos.

A inflação homóloga nos Estados Unidos, medida pelo deflator da despesa de consumo pessoal, registou, em média, 1.9 % ao longo da última década, globalmente em linha com o objetivo para a inflação de mais longo prazo do Comité de Operações de Mercado Aberto do S istema de R eserva F ederal (F ederal Open Mark et Committee – F OMC). Contudo, a referida inflação apresentou consideráveis flutuações em torno deste valor médio, parcialmente impulsionada por movimentos nos preços dos produtos alimentares e energéticos, o que levou a inflação a subir para um nível acima de 4% em termos homólogos em meados de 2008, tendo, de seguida, diminuído para terreno negativo no início de 2009, altura em que os preços do petróleo caíram em resposta à crise económica mundial (ver Gráfico A). A inflação medida pela despesa de consumo pessoal excluindo produtos alimentares e energéticos tem permanecido globalmente mais estável ao longo da última década, diminuindo apenas moderadamente durante a última recessão.

A curva de Phillips tradicional sugere uma relação inversa entre a inflação e o grau de folga, ou capacidade produtiva disponível, na economia. A fim de captar o papel das expetativas, também se inclui frequentemente medidas dos inquéritos relativas às expetativas para a inflação ou aos valores da inflação desfasados (que captam as chamadas expetativas adaptáveis ou a persistência da inflação). Em curvas de Phillips aumentadas, o relacionamento é expandido com variáveis adicionais, como taxas de câmbio e preços das matérias ‑primas ou das importações, a fim de captar aspetos de economia aberta e o lado da oferta da economia1.

Uma vez que a avaliação da dimensão da folga subjacente numa economia está sujeita a um considerável grau de incerteza, é habitual utilizar

1 Por vezes, as variáveis relativas à produtividade também são incluídas na curva de Phillips. Ver o modelo triangular de Gordon, R., “The Phillips Curve is Alive and W ell: Inflation and the NAIRU during the Slow Recovery”, NBER Working Paper Series, n.º 19390, 2013.

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despesa de consumo pessoaldespesa de consumo pessoal excluindo produtos alimentares e energéticos

Gráfico A Evolução da inflação nos Estados Unidos

(taxas de variação homólogas, %)

Fontes: Bureau of Labor Statistics e Bureau of Economic Analysis.Nota: A linha horizontal tracejada corresponde ao objetivo para a inflação de mais longo prazo do FOMC.

Caixa 1

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40BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

vários indicadores2. O Gráfico B apresenta quatro dessas medidas: i) o desvio do desemprego, definido como a diferença entre a taxa de desemprego compatível com uma taxa de inflação constante (NAIRU) e a taxa de desemprego; ii) o desvio do desemprego de curto prazo, definido como a diferença entre a média de longo prazo da taxa de desemprego com a duração máxima de 26 semanas e os dados observados desta série; iii) o desvio do desemprego de médio prazo, ou seja, a diferença entre a média de longo prazo da taxa de desemprego com uma duração entre 27 e 51 semanas, e os dados observados desta série; e iv) o desvio do desemprego e o desvio da taxa de participação em conjunto, em que este último é definido como o desvio entre as taxas de participação estrutural e observada da população ativa3. Embora o desvio do desemprego de curto prazo sugira que a folga do mercado de trabalho já tinha sido eliminada no terceiro trimestre de 2013, os desvios normal e de médio prazo do desemprego apontam para a sua eliminação, em termos globais, no final de 2014. Pelo contrário, a taxa de participação e o desvio do desemprego em conjunto indicam a existência de uma considerável folga no mercado de trabalho dos Estados Unidos no final de 2014.

As curvas de Phillips são habitualmente utilizadas na análise e explicação da evolução da inflação nos Estados Unidos. Embora alguns comentadores tenham ficado surpreendidos com o facto de a inflação não ter registado uma descida mais pronunciada durante a recente desaceleração, dada a severidade e duração da última recessão nos Estados Unidos (normalmente referida como missing deflation puzzle (puzzle da deflação em falta)4, os modelos da curva de Phillips estimados utilizando as quatro medidas alternativas da folga no mercado de trabalho, da inflação desfasada e dos preços das importações conseguem captar relativamente bem a dinâmica da inflação desde 2008. O Gráfico C ilustra modelos de previsões para a inflação medida pela despesa de consumo pessoal, condicionados pelos dados observados relativos à folga no mercado de trabalho e aos preços das importações. Durante a desaceleração nos Estados Unidos, as previsões situaram ‑se acima das taxas de inflação observadas, principalmente devido a um aumento dos preços das importações e do petróleo até ao verão de 2008, o que conduziu a um aumento das perspetivas para a inflação. Pelo contrário, desde o final de 2009, a inflação tem registado uma evolução globalmente em linha com o intervalo do

2 Na atual conjuntura, existe um elevado grau de incerteza relativamente à dimensão da folga no mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que reflete, em parte, uma diminuição substancial da taxa de participação da população ativa, pelo que é intensamente discutido o papel dos fatores cíclicos em comparação com o dos fatores estruturais. Ver igualmente a Caixa 1, intitulada “Is the unemployment rate a sound gauge of labour market developments in the United States? ”, na edição de abril de 2014 do Boletim Mensal do BCE.

3 A evolução observada das taxas de participação da população ativa é provocada por fatores (estruturais) de mais longo prazo, principalmente alterações demográficas e cíclicas, por exemplo relacionadas com trabalhadores desencorajados que abandonam temporariamente a população ativa numa conjuntura de fracas perspetivas económicas. Para mais pormenores, ver Slack in the labor market in 2014, Congressional Budget Office, 2 de setembro de 2014.

4 Ver, por exemplo, Ball, L. e Mazumder, S., “Inflation Dynamics and the Great Recession”, Brookings Papers on Economic Activity, primavera de 2011.

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2004 2006 2008 2010 2012 2014

desvio do desemprego + desvio da taxa de participaçãodesvio do desempregodesvio do desemprego de curto prazodesvio do desemprego de médio prazo

Gráfico B Medidas da folga no mercado de trabalho

(percentagens)

Fontes: Bureau of Labor Statistics, Congressional Budget Office e cálculos do BCE.Nota: A taxa NAIRU e as taxas potenciais da participação da população ativa têm por base estimativas homólogas do Congressional Budget Office, interpoladas pelos funcionários do BCE.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 41

CAIXAS

Avaliação da evolução

da inflação nos Estados Unidos

utilizando a curva de

Phillips

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS UTILIZANDO A CURVA DE PHILLIPS

A recente descida da inflação tem sido um fenómeno generalizado nas principais economias avançadas, embora existam diferenças nas posições cíclicas. Nos Estados Unidos, apesar da recuperação robusta da atividade económica em curso, a inflação tem permanecido num nível baixo nos últimos dois anos. A inflação global e a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos registaram, em média, 1.4% e 1.5%, respetivamente, desde 2012, o que im

Caixa 0

modelo de previsão, embora perto do seu limite inferior5. O facto de a inflação não ter registado uma diminuição mais pronunciada durante a desaceleração está provavelmente relacionado com a persistência da inflação e o aumento dos preços das importações, os quais compensaram a subida acentuada da folga do mercado de trabalho. O aumento da credibilidade do banco central, que resultou em expetativas para a inflação mais ancoradas ao longo do tempo, e a presença de uma rigidez salarial nominal no sentido descendente também têm sido apresentados na literatura como explicação para o facto de a inflação poder ter tido uma menor capacidade de resposta à folga económica do que observado no passado.

Em termos prospetivos, é provável que as pressões inflacionistas nos Estados Unidos aumentem apenas gradualmente, uma vez que se espera que a pressão no sentido ascendente da recuperação da atividade económica em curso seja parcialmente contrabalançada no curto prazo pela evolução cambial e dos preços do petróleo. Num ambiente de fortalecimento do crescimento económico nos Estados Unidos (ver Secção 1), a recuperação do mercado de trabalho tem recentemente acelerado de forma consistente. Prevê ‑se que este facto se reflita gradualmente num aumento das pressões sobre os salários e os preços ao longo do tempo. Contudo, espera ‑se que outros fatores subjacentes à inflação ajam

5 Esta situação pode dever ‑se ao facto de a folga no mercado de trabalho poder ter sido maior durante a atual recuperação económica do que o indicado por algumas das várias medidas de folga utilizadas. Por exemplo, Janet Y ellen, Presidente da Assembleia de Governadores da Reserva Federal, afirmou que “ a descida da taxa de desemprego [ … ] sobrestima ligeiramente a melhoria das condições globais do mercado de trabalho”, ver Y ellen, J., “Labor Market Dynamics and Monetary Policy”, discurso no Simpósio Económico do Banco da Reserva Federal de K ansas City, Jackson Hole, W yoming, 22 de agosto de 2014.

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2005 2007 2009 2011 2013

dados observadosintervalo da projeção

Gráfico C Previsões fora da amostra para a inflação medida pela despesa de consumo pessoal(taxas de variação homólogas, %)

Fontes: Bureau of Economic Analysis e cálculos dos especialistas do BCE. Nota: As previsões dinâmicas fora da amostra referem ‑se ao período entre o primeiro trimestre de 2008 e o quarto trimestre de 2014, sendo o intervalo de previsão calculado a partir de quatro modelos diferentes da curva de Phillips aumentados com preços das importações e com ou o desvio do desemprego, o desvio de curto prazo, o desvio de médio prazo ou o desvio do desemprego e da taxa de desemprego em conjunto, como medidas de folga.

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2004 2006 2008 2010 2012 2014

taxa de inflação implícita a cinco anos com uma antecedência de cinco anosdespesa de consumo pessoal a 10 anos, do inquéritoIPC a 10 anos, do inquérito5 a 10 anos, da Universidade de Michigan

Gráfico D Medidas de longo prazo das expetativas para a inflação

(taxas de variação homólogas, %)

Fontes: Assembleia de Governadores da Reserva Federal, Universidade de Michigan, Inquérito a Analistas Profissionais e Bloomberg.Notas: A taxa de inflação implícita refere ‑se à inflação medida pelo IPC; as expetativas para a inflação do Inquérito a Analistas Profissionais referem ‑se à inflação medida pela despesa de consumo pessoal ou pelo IPC com uma antecedência de dez anos; e as expetativas da Universidade de Michigan não estão relacionadas com um índice de preços específico. Os dados relativos às expetativas para a inflação baseadas no mercado referentes ao primeiro trimestre de 2015 têm por base uma média de dados diários até 25 de fevereiro de 2015.

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como forças compensatórias. Primeiro, prevê ‑se que a acentuada diminuição dos preços do petróleo, registada desde o verão passado, conduza a uma descida significativa da inflação global no curto prazo, com as taxas de inflação homólogas a passarem para terreno negativo na primeira metade de 2015. Este efeito é reforçado pela recente apreciação do dólar dos Estados Unidos, que está a exercer pressão no sentido descendente sobre os preços das importações. Espera ‑se, contudo, que estes efeitos se desvaneçam no médio prazo. No longo prazo, as expetativas para a inflação devem proporcionar uma âncora para a inflação. Embora as medidas baseadas no mercado das expetativas para a inflação a cinco anos com uma antecedência de cinco anos tenham diminuído substancialmente desde meados de 2014 (ver Gráfico D), tal pode dever ‑se parcialmente a uma diminuição dos prémios de risco de inflação. Entretanto, as medidas dos inquéritos relativas às expetativas para a inflação de longo prazo permaneceram mais estáveis, sendo consistentes com um regresso gradual da inflação ao objetivo de mais longo prazo do Sistema de Reserva Federal.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 43

CAIXAS

Condições de liquidez e

operações de política monetária

no período de 12 de novembro

de 2014 a 27 de janeiro de 2015

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS UTILIZANDO A CURVA DE PHILLIPS

A recente descida da inflação tem sido um fenómeno generalizado nas principais economias avançadas, embora existam diferenças nas posições cíclicas. Nos Estados Unidos, apesar da recuperação robusta da atividade económica em curso, a inflação tem permanecido num nível baixo nos últimos dois anos. A inflação global e a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos registaram, em média, 1.4% e 1.5%, respetivamente, desde 2012, o que im

Caixa 0

CONDIÇÕES DE LIQUIDEZ E OPERAÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA NO PERÍODO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2014 A 27 DE JANEIRO DE 2015

A presente caixa descreve as operações de política monetária do BCE durante os períodos de manutenção de reservas findos em 9 de dezembro de 2014 e 27 de janeiro de 2015, ou seja, o décimo primeiro e décimo segundo períodos de manutenção de 2014. No período em análise, as taxas de juro das operações principais de refinanciamento (OPR), da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósito permaneceram inalteradas em 0.05%, 0.30% e ‑0.20%, respetivamente1. Em 11 de dezembro de 2014, foi realizada a segunda operação de refinanciamento de prazo alargado direcionada (ORPA direcionada), com a colocação de €129.8 mil milhões, o que compara com €82.6 mil milhões na primeira operação2, 3. Para além do novo programa de compra de obrigações com ativos subjacentes (CBPP3), as primeiras compras ao abrigo do novo programa de compra de instrumentos de dívida titularizados (ABSPP) tiveram lugar no final de novembro de 2014.

Necessidades de liquidez

No período em análise, as necessidades de liquidez diárias agregadas do sistema bancário – definidas como a soma de fatores autónomos e reservas mínimas – aumentaram € 26 mil milhões face ao período em análise precedente, entre 13 de agosto e 11 de novembro de 2014, para uma média de €605.7 mil milhões. Esta subida ficou a dever ‑se ao aumento dos fatores autónomos, que se situaram num nível médio de €499.4 mil milhões.

O aumento dos fatores autónomos ficou a dever ‑se ao efeito combinado de várias componentes. No que diz respeito ao fatores de absorção de liquidez, as notas em circulação aumentaram, em média, €24 mil milhões. A sua evolução seguiu o habitual padrão de fim de ano, com um aumento de €41 mil milhões entre 12 de novembro de 2014 e 2 de janeiro de 2015 a anteceder uma descida até ao final do décimo segundo período de manutenção. Além do mais, os depósitos das administrações públicas continuaram a diminuir no decurso do último período de manutenção em análise, para uma média de €66 mil milhões, o que compara com €72 mil milhões no período de manutenção precedente findo em dezembro de 2014. De facto, os Tesouros nacionais tentaram cada vez mais investir a respetiva liquidez excedentária no mercado, o que, em certa medida, explica o menor volume de depósitos das administrações públicas detidos pelo Eurosistema.

No que respeita aos fatores de cedência de liquidez, os ativos líquidos denominados em euros diminuíram, em média, € 7 mil milhões para € 526 mil milhões. Tal refletiu, entre outros fatores, um aumento dos depósitos denominados em euros de instituições oficiais estrangeiras junto do Eurosistema,

1 As OPR continuaram a ser realizadas sob a forma de procedimentos de leilão de taxa fixa com colocação total. O mesmo procedimento continuou a ser utilizado nas operações de refinanciamento de prazo alargado (ORPA) com prazo de 3 meses. A taxa de juro aplicada a cada ORPA foi fixada à média das taxas das OPR durante o prazo da ORPA correspondente.

2 No que respeita à primeira ORPA direcionada, ver a caixa intitulada “Condições de liquidez e operações de política monetária no período de 13 de agosto a 11 de novembro de 2014”, na edição de dezembro de 2014 do Boletim Mensal do BCE (disponível em: https://www.bportugal.pt/pt ‑PT/PublicacoeseIntervencoes/BCE/BoletimMensal/Lists/FolderDeListaComLinks/Attachments/401/bmbce ‑dez14 ‑pt.pdf).

3 Nas duas primeiras ORPA direcionadas realizadas em setembro e dezembro de 2014, as contrapartes tiveram direito a uma autorização de empréstimo inicial equivalente a 7% do montante total dos respetivos empréstimos ao setor privado não financeiro da área do euro, em 30 de abril de 2014, excluindo empréstimos às famílias para aquisição de habitação. Todas as ORPA direcionadas são realizadas sob a forma de procedimentos de leilão de taxa fixa com colocação total, sendo a taxa fixada durante o prazo da operação. No caso das duas primeiras operações, a taxa foi fixada à taxa das OPR prevalecente à data de contração do empréstimo, acrescida de um spread fixo de 10 pontos base.

Caixa 2

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44BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

e inverteu a tendência observada no período em análise precedente, quando algumas instituições oficiais estrangeiras tentaram reduzir as respetivas detenções de numerário junto do Eurosistema, a fim de evitar encargos relacionados com taxas de juro negativas.

A volatilidade dos fatores autónomos aumentou consideravelmente durante o período em análise, invertendo a descida observada no período anterior. Este aumento ficou a dever ‑se sobretudo a ativos líquidos mais voláteis denominados em euros, bem como à procura de notas, o que refletiu o padrão de fim de ano. Embora a volatilidade dos depósitos das administrações públicas tenha permanecido elevada, esteve em linha com o observado desde o corte na taxa em setembro de 2014.

O erro absoluto médio das previsões semanais dos fatores autónomos aumentou consideravelmente no período em análise, de €4.8 mil milhões para €8.7 mil milhões, devido sobretudo a erros de previsão relativamente aos depósitos das administrações públicas. Continua a ser difícil prever as atividades de investimento dos Tesouros num enquadramento em que as taxas de curto prazo do mercado monetário se tornaram cada vez mais negativas e a liquidez excedentária se mostrou volátil.

Cedência de liquidez

O montante médio de liquidez cedida através de operações de mercado aberto aumentou € 61 mil milhões, para € 759 mil milhões, no período em análise, devido ao aumento (de €44 mil milhões) do recurso a operações de leilão e ao aumento (de €17.4 mil milhões) das carteiras definitivas.

A liquidez cedida através de operações de leilão aumentou, cifrando ‑se, em média, em € 546.5 mil milhões, o que compara com € 502.7 mil milhões no período anterior. Em termos globais, a descida resultante dos reembolsos antecipados das ORPA com prazo de 3 anos, que totalizou €111.7 mil milhões, foi mais do que compensada pela colocação de €129.8 mil milhões na segunda ORPA direcionada, bem como por aumentos de €11 mil milhões e €17.6 mil milhões do recurso médio às OPR e às ORPA com prazo de 3 anos, respetivamente. Dada a aproximação do prazo de vencimento das duas ORPA com prazo de 3 anos, o ritmo dos reembolsos antecipados acelerou. Em particular, algumas contrapartes reembolsaram €39.8 mil milhões em 17 de dezembro de 2014, com vista a participar na segunda ORPA direcionada, que foi colocada no mesmo dia.

Além disso, a liquidez cedida através de carteiras definitivas aumentou, em média, € 17.4 mil milhões no seguimento da implementação do CBPP3 e do ABS PP. Estas compras (no valor de €37.2 mil milhões e €2.3 mil milhões, respetivamente, no final do período em análise) contrabalançaram, em larga medida, a descida resultante do vencimento de algumas obrigações na carteira do programa dos mercados de títulos de dívida, e nos dois programas de compra de obrigações com ativos subjacentes anteriores.

Analisando um pouco além do período em análise, o vencimento da primeira OR PA com prazo de 3 anos em 29 de janeiro de 2015 não originou qualquer queda significativa da liquidez excedentária, a qual permaneceu acima de €150 mil milhões. De facto, o montante reembolsado foi parcialmente contrabalançado por um maior recurso à ORPA com prazo de 3 meses e à OPR, e coincidiu com uma redução temporária dos fatores autónomos.

L iquidez excedentária

A liquidez excedentária aumentou € 35.1 mil milhões para uma média de € 153 mil milhões no período em análise, sendo registadas diferenças substanciais entre os dois períodos de manutenção.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 45

CAIXAS

Condições de liquidez e

operações de política monetária

no período de 12 de novembro

de 2014 a 27 de janeiro de 2015

No décimo primeiro período de manutenção, a liquidez excedentária diminuiu ligeiramente para, em média, €105.1 mil milhões, ou seja, o nível médio mais baixo desde a liquidação da primeira ORPA com prazo de 3 anos no final de 2011. Pelo contrário, no décimo segundo período de manutenção, a liquidez excedentária aumentou consideravelmente, para uma média de €176 mil milhões, refletindo em particular a colocação da segunda ORPA direcionada e os efeitos de fim de ano.

Situação de liquidez no Eurosistema

12 de novembro de 2014 a 27 de janeiro de 2015

13 de agosto a 11 de novembro

Décimo segundo período de

manutenção

Décimo primeiro período de

manutenção

Passivo – necessidades de liquidez (médias, EUR mil milhões)

F atores autónomos de liquidez 1 59 7.1 (+ 35.7) 1 561.4 1 603.6 (+ 17.9 ) 1 58 5.7 (+ 8 .5)Notas em circulação 996.2 (+23.9) 972.3 1 005.5 (+25.7) 979.8 (+6.2)Depósitos das administrações públicas 68.3 (‑5.5) 73.8 66.3 (‑5.3) 71.6 (‑4.5)Outros fatores autónomos 532.6 (+17.3) 515.3 531.7 (‑2.5) 534.3 (+6.7)Instrumentos de política monetáriaContas correntes 217.8 (+21.4) 196.3 236.3 (+50.8) 185.4 (‑2.8)Facilidade permanente de depósito 106.3 (+0.9) 105.4 106.2 (‑0.2) 106.5 (+0.7)Facilidade permanente de depósito 41.9 (+14.7) 27.1 50.2 (+23.0) 27.3 (‑3.7)Operações ocasionais de regularização de absorção de liquidez 0.0 (+0.0) 0.0 0.0 (+0.0) 0.0 (+0.0)

Ativo – cedência de liquidez (médias, EUR mil milhões)

F atores autónomos de liquidez 1 09 8 .0 (+ 10.5) 1 08 7.5 1 09 8 .6 (+ 1.7) 1 09 6.9 (+ 1.4)Disponibilidades líquidas sobre o exterior 572.0 (+17.4) 554.6 576.4 (+12.2) 564.3 (+2.3)Ativos líquidos denominados em euros 526.0 (‑7.0) 532.9 522.2 (‑10.4) 532.6 (‑0.8)Instrumentos de política monetáriaOperações de mercado aberto 758.6 (+61.2) 697.4 791.3 (+89.8) 701.5 (+0.4)

Liquidez cedida através de operações de leilão 546.5 (+43.8) 502.7 573.4 (+73.9) 499.5 (‑8.2)OPR 113.3 (+11.0) 102.3 119.0 (+15.7) 103.3 (+8.1)Operações de refinanciamento de prazo especial 0.0 (+0.0) 0.0 0.0 (+0.0) 0.0 (+0.0)ORPA com prazo de 3 meses 43.4 (+17.6) 25.8 49.0 (+15.5) 33.5 (+7.3)ORPA com prazo de 3 anos 236.4 (‑93.7) 330.1 211.5 (‑68.5) 280.0 (‑23.6)ORPA direcionadas 153.4 (+108.9) 44.5 193.9 (+111.3) 82.6 (+0.0)

Carteiras definitivas 212.1 (+17.4) 194.7 217.9 (+15.9) 202.0 (+8.6)Primeiro programa de compra de obrigações com ativos subjacentes 29.0 (‑2.9) 31.9 28.8 (‑0.7) 29.5 (‑1.4)Segundo programa de compra de obrigações com ativos subjacentes 12.8 (‑0.8) 13.6 12.8 (‑0.1) 12.9 (‑0.4)Terceiro programa de compra de obrigações com ativos subjacentes 25.0 (+23.9) 1.1 30.5 (+15.2) 15.3 (+12.5)Programa dos mercados de títulos de dívida 144.1 (‑4.0) 148.1 144.1 (+0.1) 144.0 (‑2.3)Programa de compra de instrumentos de dívida titularizados 1.2 (+1.2) 0.0 1.7 (+1.5) 0.2 (+0.2)

Facilidade permanente de cedência de liquidez 0.4 (+0.2) 0.2 0.5 (+0.3) 0.2 (‑0.0)

Outras informações com base em liquidez (médias, EUR mil milhões)

Necessidades de liquidez agregadas 605.7 (+26.1) 579.6 611.6 (+16.1) 595.4 (+7.7)Fatores autónomos 499.4 (+25.3) 474.1 505.3 (+16.3) 489.0 (+7.0)Liquidez excedentária 153.0 (+35.1) 117.8 179.8 (+73.7) 106.0 (‑7.2)Reembolso das ORPA com prazo de 3 anos1) 111.7 (+36.5) 75.2 88.9 (+66.1) 22.8 (‑0.7)

Evolução das taxas de juro (percentagens)

OPR 0.05 (‑0.03) 0.08 0.05 (+0.00) 0.05 (+0.00)Facilidade permanente de cedência de liquidez 0.30 (‑0.03) 0.33 0.30 (+0.00) 0.30 (+0.00)Facilidade permanente de depósito ‑0.20 (‑0.03) ‑0.17 ‑0.20 (+0.00) ‑0.20 (+0.00)Média da EONIA ‑0.031 (‑0.033) 0.002 ‑0.047 (‑0.044) ‑0.003 (+0.000) Fonte: BCE.Nota: Uma vez que todos os valores no quadro são arredondados, em alguns casos o valor indicado como a alteração relativa ao período anterior não representa a diferença entre os valores arredondados apresentados para os dois períodos (€0.1 mil milhões).1) No caso dos reembolsos das ORPA com prazo de 3 anos, é indicado o total em mil milhões de euros e não a média.

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A liquidez excedentária apresentou flutuações significativas, em particular durante o décimo segundo período de manutenção, que também foi o primeiro período de manutenção com uma duração alargada de 49 dias4. Partindo de um mínimo de €70.9 mil milhões em 24 de novembro de 2014, a liquidez excedentária aumentou para €261.2 mil milhões em 31 de dezembro de 2014, antes de descer novamente para €126.5 mil milhões em 27 de janeiro de 2015, devido ao aumento dos fatores autónomos e à descida relativa das operações de mercado aberto.

Dado a maior liquidez excedentária, as detenções diárias em conta corrente aumentaram consideravelmente, numa média de €21 mil milhões, para €218 mil milhões, face ao período anterior. A utilização da facilidade permanente de depósito também registou um novo aumento, de uma média de €27.1 para €41.9 mil milhões. No período em análise, o recurso relativo à facilidade permanente de depósito aumentou para 27% das reservas excedentárias5, o que compara com uma média de 23% durante o período em análise precedente. A crescente utilização da facilidade permanente de depósito poderia assinalar um maior interesse por parte de várias contrapartes em deter liquidez excedentária na facilidade permanente de depósito para fins operacionais e regulamentares.

Evolução das taxas de juro

A EONIA situou ‑se, em média, em ‑0.3 pontos base e ‑4.7 pontos base no décimo primeiro e décimo segundo períodos de manutenção, respetivamente. A descida da EONIA resultou de uma transmissão ligeiramente mais forte do corte na taxa de juro de setembro de 2014 às taxas de curto prazo, o que poderia ficar a dever ‑se em parte às condições de liquidez globalmente mais amplas e à maior aceitação da possibilidade de transmitir a taxa negativa da facilidade permanente de depósito à base de depósito. Porém, as taxas pelo prazo overnight permaneceram muito acima da taxa da facilidade permanente de depósito, de ‑20 pontos base.

4 Foi implementado um novo calendário de períodos de manutenção de reservas de modo a alinhá ‑lo com a nova periodicidade das reuniões do Conselho do BCE, de seis em seis semanas.

5 Detenções médias em conta corrente que ultrapassam as reservas mínimas.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 47

CAIXAS

Movimentos recentes da taxa

de câmbio efetiva do euro

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS UTILIZANDO A CURVA DE PHILLIPS

A recente descida da inflação tem sido um fenómeno generalizado nas principais economias avançadas, embora existam diferenças nas posições cíclicas. Nos Estados Unidos, apesar da recuperação robusta da atividade económica em curso, a inflação tem permanecido num nível baixo nos últimos dois anos. A inflação global e a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos registaram, em média, 1.4% e 1.5%, respetivamente, desde 2012, o que im

Caixa 0

MOVIMENTOS RECENTES DA TAXA DE CÂMBIO EFETIVA DO EURO

A taxa de câmbio efetiva nominal ( T CEN) constitui uma medida agregada útil das flutuações da taxa de câmbio que afetam as economias através das suas relações comerciais, uma vez que combina as várias taxas bilaterais face aos parceiros comerciais individuais num único indicador. Para a área do euro, as duas TCEN mais relevantes são calculadas face a um conjunto estreito e um conjunto alargado de parceiros comerciais, compreendendo 19 (a TCEN ‑19) e 38 (a TCEN ‑38) países, respetivamente1.

A T CEN do euro registou grandes oscilações desde o início da crise financeira mundial. De uma perspetiva a mais longo prazo, estas oscilações não são invulgares e tinham sido também observadas antes da crise (ver Gráfico A). O euro caiu temporariamente para um mínimo no verão de 2012, no contexto da crise da dívida soberana da área do euro. À medida que a confiança foi regressando, após o anúncio pelo BCE de transações monetárias definitivas, o euro recuperou e fortaleceu ‑se continuamente até maio de 2014. As alterações nas expectativas de mercado no que se refere à orientação futura da política monetária do BCE, face à de outros dos principais bancos centrais, iniciaram então um período de enfraquecimento do euro, durante o qual as diferentes TCEN, bem como muitas taxas de câmbio bilaterais do euro, caíram para níveis próximo (TCEN ‑38) ou abaixo (TCEN ‑19) das suas médias de mais longo prazo.

Desde o seu pico após crise no início de maio de 2014 até ao seu mínimo em 23 de janeiro de 2015, a T CEN generalizada enfraqueceu cerca de 10%, embora tenha estabilizado nas últimas semanas, com o regresso das entradas de capital, após o anúncio do BCE do seu programa de compra de ativos alargado, após a reunião do Conselho do BCE de 22 de janeiro de 2015 (ver a secção “Evolução financeira”). Porém, a descida generalizada desde maio do último ano oculta uma divergência da evolução das diferentes taxas de câmbio bilaterais. A decomposição desta alteração em contributos individuais (ver Gráficos B e C) mostra que, enquanto a maior parte das moedas contribuiu para este movimento descendente, a intensidade, persistência e localização temporal dos padrões bilaterais diferiu consideravelmente.

Uma análise da evolução das taxas de câmbio bilaterais entre maio de 2014 e o final de fevereiro de 2015 mostra que metade da queda da T CEN ‑38 se deveu conjuntamente ao dólar dos Estados Unidos e ao renmimbi da China. O dólar foi apoiado por expetativas de políticas monetárias em maior

1 As ponderações, que combinam informações das importações e exportações, refletem a importância de diferentes países no comércio de produtos transformados da área do euro (ver também Schmitz, M. et al., “Revisiting the effective exchange rates of the euro”, Documento Ocasional do BCE n.º 134, Frankfurt am Main, junho de 2012).

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TCEN-19

TCEN-38média para a TCEN-19

média para a TCEN-38

Gráfico A Taxa de câmbio efetiva nominal do euro (TCEN -19 e TCEN -38)

(índice: T1 1999 = 100)

Fonte: BCE.Notas: A última observação é de 20 de fevereiro de 2015. “Média” refere ‑se à média desde 1 de janeiro de 1999.

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divergência na área do euro e nos Estados Unidos, incerteza nos mercados num contexto de queda dos preços das matérias ‑primas e tensões geopolíticas acrescidas (ver Gráfico C). O dólar recuperou cerca de 20% face ao euro, bem como o renminbi da China, que foi responsável por mais um quarto de depreciação global. Em contraste com o enfraquecimento constante do euro face a estas duas moedas, a depreciação face ao franco suíço ocorreu de forma abruta, após o anúncio pelo Swiss National Bank em 15 de janeiro de 2015 de que iria interromper o seu objetivo de taxa de câmbio mínima de 1.20 francos suíços por euro. A depreciação de 20% do euro face à moeda suíça, que tem uma ponderação de cerca de 5% na TCEN ‑38, compensou cerca de um décimo da descida da TCEN ‑38. No final do período em análise, o euro foi também transacionado num nível inferior face ao iene do Japão, o que foi apoiado por uma menor apetência ao risco. O euro registou uma depreciação de cerca de 10% face à libra esterlina e às moedas de várias economias de mercados emergentes.

O enfraquecimento da T CEN generalizada foi mitigado pelo fortalecimento do euro em cerca de 40% face ao rublo da R ússia, que ficou sob pressão acentuada no contexto das tensões na Ucrânia. O euro fortaleceu ‑se também face à coroa sueca ao longo do período em análise, refletindo, nomeadamente, a recente menor restritividade da política monetária do Sveriges Riksbank (ver a secção “Evolução financeira”). A coroa dinamarquesa, que participa no MTC II, esteve sujeita a pressões de

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1 dólar dos Estados Unidos2 renmimbi da China3 franco suíço4 libra esterlina5 iene do Japão

6 rublo da Rússia7 PECL8 EME9 matérias-primas

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variação (escala da esquerda)ponderação da TCEN-38 (escala da direita)

Gráfico B Evolução de taxas de câmbio do euro selecionadas e ponderações da TCEN -38

(variações em percentagem; percentagens)

Fontes: BCE e cálculos do BCE.Notas: “PECL” inclui o lev da Bulgária, a coroa checa, a kuna da Croácia, o forint da Hungria, o zlóti da Polónia e o leu romeno; “Matérias ‑primas” engloba o dólar australiano, o dólar canadiano, a coroa norueguesa e o dólar neozelandês; “EME” compreende o dólar de Hong K ong, o dólar singapurense, o won sul‑coreano, a rupia indonésia, a rupia indiana, o ringgit da Malásia, o peso filipino, o dólar taiwanês, o baht da Tailândia, o peso argentino, o real do Brasil, o peso mexicano, o rand da África do Sul e a lira turca. O gráfico cobre o período entre 6 de maio de 2014 e 20 de fevereiro de 2015.

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1 renmimbi da China2 dólar dos Estados Unidos3 libra esterlina4 franco suíço5 iene do Japão

6 rublo da Rússia 7 PECL 8 EME 9 matérias-primas10 Outros

contributo

Gráfico C Contributo por moeda para a variação da TCEN -38

(pontos percentuais)

Fontes: BCE e cálculos do BCE.Notas: “PECL” inclui o lev da Bulgária, a coroa checa, a kuna da Croácia, o forint da Hungria, o zlóti da Polónia e o leu romeno; “Matérias ‑primas” engloba o dólar australiano, o dólar canadiano, a coroa norueguesa e o dólar neozelandês; “EME” compreende o dólar de Hong K ong, o dólar singapurense, o won sul‑coreano, a rupia indonésia, a rupia indiana, o ringgit da Malásia, o peso filipino, o dólar taiwanês, o baht da Tailândia, o peso argentino, o real do Brasil, o peso mexicano, o rand da África do Sul e a lira turca. “Outros” inclui a coroa dinamarquesa, a coroa sueca, o dinar argelino, o peso chileno, a coroa islandesa, o shekel de Israel, o dirham marroquino e o bolívar da Venezuela. O gráfico cobre o período entre 6 de maio de 2014 e 20 de fevereiro de 2015.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 49

CAIXAS

Movimentos recentes da taxa

de câmbio efetiva do euro

apreciação face ao euro durante este período. Contudo, continuou a ser transacionada muito próximo da sua taxa central no MTC II, uma vez que o Danmarks Nationalbank comprou divisas estrangeiras no mercado e reduziu as taxas de juro em diversas ocasiões. O euro manteve ‑se também relativamente estável face às moedas dos países exportadores de matérias ‑primas, que ficaram sob pressões descendentes em resultado da descida dos preços do petróleo, bem como face às moedas dos países da Europa Central e de Leste.

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50BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

FATORES SUBJACENTES AOS RECENTES PADRÕES DE POUPANÇA DAS FAMÍLIAS NA ÁREA DO EURO

O rácio de poupança em relação ao rendimento é um indicador importante do comportamento das famílias com impacto sobre a dinâmica do consumo privado real e, em termos mais gerais, o ritmo de crescimento económico. Em princípio, as decisões de consumo/poupança das famílias são influenciadas por vários fatores. Por exemplo, em períodos de grande incerteza, as famílias tipicamente aumentam a percentagem do seu rendimento disponível que poupam por motivos de precaução. Em contraste, os efeitos sobre o consumo de choques adversos, mas temporários, sobre o rendimento disponível são tipicamente mitigados por uma redução do rácio de poupança (um mecanismo denominado alisamento intertemporal do consumo).

O rácio de poupança das famílias da área do euro estabilizou ‑se em níveis relativamente reduzidos nos últimos anos, em comparação com a média histórica. Esta estabilização ficou a dever ‑se a vários fatores que, no geral, se compensaram mutuamente.

Analisando o comportamento das famílias da área do euro em termos de poupança numa perspetiva histórica, é possível distinguir alguns períodos específicos, cada um deles caraterizado por um grau de influência diferente ao nível dos principais fatores impulsionadores. Antes da crise económica e financeira, o rácio de poupança flutuara entre 13% e 15%, tendo permanecido globalmente estável nos dois anos antes da crise (ver Gráfico A).

Na primeira fase da recessão e no período subsequente, ou seja, no período entre 2008 e 2010, o rácio de poupança das famílias aumentou temporariamente, impulsionado sobretudo pelo

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2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

rácio de poupança (escala da esquerda)confiança dos consumidores (escala da direita, invertida)

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Gráfico A Rácio de poupança das famílias e confiança dos consumidores na área do euro

(percentagens de rendimento disponível; saldos percentuais)

Fontes: Eurostat e Comissão Europeia (DG ‑ECFIN).

rácio de poupança (escala da esquerda)rendimento disponível real (escala da direita)consumo privado real (escala da direita)

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-42000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Gráfico B Rácio de poupança das famílias, rendimento disponível real e consumo privado na área do euro(percentagens de rendimento disponível; taxa de crescimento homóloga)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 51

CAIXAS

Fatores subjacentes aos

recentes padrões de poupança das famílias na área

do euro

enfraquecimento da confiança dos consumidores, antes de diminuir novamente. A incerteza bastante elevada prevalecente nessa altura levou o rácio de poupança a aumentar para 14.9% no primeiro trimestre de 2009, devido sobretudo a motivos de precaução. Este aumento poderá também ter sido desencadeado pelas políticas orçamentais expansionistas da época, que permitiram às famílias fazer uso do aumento do rendimento disponível real para fomentar a sua apetência para a poupança (um mecanismo denominado “efeito ricardiano”). Porém, em linha com a melhoria da confiança dos consumidores durante a fase de retoma em 2010, o rácio de poupança diminuiu novamente.

Desde 2011, o rácio de poupança manteve ‑se globalmente estável em níveis relativamente reduzidos, refletindo efeitos compensatórios de vários fatores que influenciam as decisões das famílias. Por um lado, as pressões descendentes sobre o rácio de poupança tiveram origem em desenvolvimentos fracos no rendimento disponível real (por via do comportamento de alisamento do consumo – ver Gráfico B), em taxas de juro relativamente reduzidas (que desencorajam a poupança) e no desemprego elevado (que conduziu a uma poupança negativa forçada em alguns países). Por outro lado, as pressões ascendentes sobre o rácio de poupança resultaram sobretudo da maior incerteza (por via de um fortalecimento dos motivos de precaução para a poupança) e de pressões elevadas de desalavancagem das famílias em vários países. Em termos gerais, devido aos efeitos opostos destes fatores, o rácio de poupança das famílias permaneceu relativamente estável, em redor de 13%, isto é, um nível reduzido face aos padrões históricos.

Analisando por países, os padrões de poupança foram muito heterogéneos nos últimos anos. O padrão em forma de “U” do rácio de poupança na área do euro na primeira fase da recessão, ou seja, no período entre 2008 e 2010, foi impulsionado, em larga medida, por desenvolvimentos em Espanha e, em certa

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área do euro

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Gráfico C Rácios de poupança das famílias nos grandes países da área do euro

(poupança bruta em percentagem da soma móvel de 4 trimestres do rendimento disponível bruto)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.Nota: Os valores para o resto da área do euro referem ‑se às diferenças (em níveis) entre o agregado da área do euro e o total das somas para os quatro maiores países, visto que não estão disponíveis dados sobre as contas setoriais trimestrais para todos os países da área do euro.

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Gráfico D Crescimento do rendimento disponível real das famílias nos grandes países da área do euro(variações médias anuais em percentagem)

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.Nota: Os valores para o resto da área do euro referem ‑se às diferenças (em níveis) entre o agregado da área do euro e o total das somas para os quatro maiores países, visto que não estão disponíveis dados sobre as contas setoriais trimestrais para todos os países da área do euro.

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52BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

medida, por desenvolvimentos em França e nas economias da área do euro mais pequenas (ver Gráfico C)1. A subida acentuada da poupança das famílias em Espanha refletiu uma aceleração do crescimento do rendimento disponível real das famílias em 2009 (ver Gráfico D), a qual foi impulsionada, pelo menos em parte, por medidas orçamentais favoráveis durante esse período. Embora o rendimento disponível real das famílias tenha continuado a aumentar em França durante a primeira fase da recessão e, em média, também nas economias da área do euro mais pequenas em 2009, caiu em Itália ao longo do período de 2008 a 2013. O padrão de poupança das famílias globalmente estável a nível da área do euro desde 2011 reflete rácios de poupança amplamente estáveis na Alemanha, França e, em média, nas economias da área do euro mais pequenas. Em Espanha, pelo contrário, o rácio de poupança continuou a diminuir, enquanto em Itália – após uma estabilização – aumentou desde meados de 2013, refletindo uma recuperação do rendimento disponível real das famílias.

Em termos prospetivos, a queda relativamente acentuada dos preços do petróleo observada desde o verão de 2014 deverá suportar uma recuperação temporária do rácio de poupança. Tal é expetável visto que a regularidade histórica sugere que um aumento do rendimento disponível real impulsionado pela descida permanente dos preços dos produtos energéticos é globalmente objeto de poupança, numa fase inicial. Após alguns trimestres, todavia, o rácio de poupança deverá regressar ao seu nível inicial. Paralelamente, tal refletir ‑se ‑á num novo aumento do consumo, à medida que as famílias começam a gastar uma parte maior do aumento do respetivo rendimento disponível real.

A resposta esperada em forma de “ U” do rácio de poupança poderá estar relacionada com a incerteza em torno dos aumentos do rendimento disponível real associados a produtos energéticos. Os aumentos do rendimento real devido a descidas dos preços dos produtos energéticos, mesmo se sustentados, estão geralmente rodeados de maior incerteza do que os aumentos do rendimento real resultantes de outros fatores. Um motivo de precaução subjacente à poupança poderia, por exemplo, explicar a resposta em forma de “U” do rácio de poupança, visto que as famílias tendem, numa fase inicial, a poupar parte dos ganhos excecionais e, posteriormente, esperar para ver se o aumento do rendimento real é sustentado. Em termos globais, independentemente do mecanismo subjacente, a evidência disponível sugere que preços do petróleo sustentavelmente mais baixos devem suportar temporariamente o rácio de poupança das famílias, enquanto os ganhos de rendimento conduzem progressivamente a um aumento do consumo.

1 Na presente caixa, “economias mais pequenas da área do euro” refere‑se a todas as economias da área do euro à exceção da Alemanha, Espanha, França e Itália.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 53

CAIXAS

O procedimento relativo aos

desequilíbrios macroeconómicos referente a 2015

O PROCEDIMENTO RELATIVO AOS DESEQUILÍBRIOS MACROECONÓMICOS REFERENTE A 2015

O procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos (PDM), introduzido em novembro de 2011, é uma pedra angular do quadro de governação reforçado da UE, que procura evitar o aparecimento de desequilíbrios macroeconómicos prejudiciais e corrigi ‑los caso se revelem excessivos. O PDM abrange todos os Estados ‑Membros da UE, com a exceção dos Estados ‑Membros sujeitos a programas de ajustamento macroeconómico. No seguimento de uma primeira avaliação com base num conjunto de indicadores, a Comissão realiza apreciações aprofundadas de um grupo de países selecionados, a fim de aferir a gravidade dos desequilíbrios sinalizados pelos referidos indicadores. Caso conclua que os desequilíbrios existem de facto, o Estado ‑Membro em questão recebe recomendações de política do Conselho da UE com base na recomendação da Comissão (vertente preventiva). Pelo contrário, caso se considere que os desequilíbrios são excessivos, deverá ser iniciado o procedimento por desequilíbrio excessivo com base numa recomendação da Comissão1. Ao abrigo desta vertente preventiva, o país em questão deve apresentar um plano de medidas corretivas que delineie as medidas de política destinadas a corrigir os desequilíbrios excessivos, as quais devem ser aprovadas pelo Conselho. Em caso de persistência em não apresentar um plano adequado ou em caso de incumprimento de um plano aprovado, o Conselho poderá impor sanções financeiras ao país da área do euro em questão.

R esultado da apreciação aprofundada referente a 2015

O resultado da apreciação aprofundada referente a 2015 mostra que a Comissão Europeia identificou cinco países com desequilíbrios excessivos: Bulgária, F rança, Croácia, Itália e Portugal. A Comissão decidiu reforçar o procedimento relativo à Alemanha (do nível 2 para o 3), França (do nível 4 para o 5) e Bulgária, de forma significativa, (do nível 2 para o 5), bem como suavizar o procedimento para a Eslovénia (do nível 5 para o 4). A Itália e a Croácia estão na mesma categoria desde 2014. Este ano, a Roménia (nível 2) e Portugal (nível 5) iniciaram o procedimento, após a conclusão dos respetivos programas de ajustamento macroeconómico. Este é o primeiro ano em que a Comissão introduz formalmente a classificação de desequilíbrios em seis níveis, embora já tivessem sido utilizados implicitamente no exercício de 2014 (ver Quadro A).

1 Considerando 22 do Regulamento (UE) n.º 1176/2011 sobre prevenção e correção dos desequilíbrios macroeconómicos.

Caixa 5

1 2 3 4 5 62014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015DK DK BE BE HU HU IE IE HR HRLU LU BG NL DE ES ES IT FRMT MT DE SE FR SI SI ITAT AT NL RO PTLT LT SE UK BGLV LV UK FIEE EE FIPO POCZ CZSK SK

Quadro A Categorias do procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos

Fonte: Comissão Europeia.Legenda: 1 = Sem desequilíbrios; 2 = Desequilíbrios que exigem a adoção de medidas e acompanhamento; 3 = Desequilíbrios que exigem a adoção de medidas decisivas e acompanhamento; 4 = Desequilíbrios que exigem a adoção de medidas decisivas e acompanhamento específico; 5 = Desequilíbrios excessivos que exigem a adoção de medidas decisivas e acompanhamento específico; 6 = Procedimento por desequilíbrios excessivos. Código de cores: Vermelho para países com um reforço do procedimento, verde para países com uma suavização do procedimento e azul para países que iniciaram o procedimento em 2015.

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Embora tenha identificado desequilíbrios excessivos em cinco países, a Comissão não propõe atualmente a ativação do procedimento relativo aos desequilíbrios excessivos (PDE). A Comissão decidiu, por conseguinte, não utilizar por completo todas as medidas disponíveis no âmbito do PDM, ou seja, a vertente corretiva do procedimento. Nos casos da Croácia e França, no entanto, a Comissão anunciou mesmo que estava a considerar a abertura de um PDE em maio de 2015, caso os respetivos governos não se comprometam com a implementação de reformas estruturais decisivas até essa data.

R eflexões relativas às conclusões da apreciação aprofundada referente a 2015

O resultado da apreciação aprofundada referente a 2015 mostra que os desequilíbrios estão a ficar mais graves em vários países. Este resultado é preocupante, uma vez que uma das principais razões para a introdução do PDM era poder ajudar a evitar o aparecimento de desequilíbrios prejudiciais e fomentar a correção dos desequilíbrios já existentes. Contudo, o número de países com desequilíbrios excessivos aumenta todos os anos (de zero em 2012 para cinco em 2015), embora o PDE nunca tenha sido invocado pela Comissão, o que suscita questões relativamente à aplicação do procedimento e à eficácia da respetiva vertente preventiva.

Implementação insuficiente das recomendações de reformas específicas por país

A Comissão atribui uma grande importância aos compromissos de política na respetiva avaliação do grau de gravidade dos desequilíbrios. Embora compromissos credíveis sejam um passo necessário para a implementação de reformas, a avaliação do grau de desequilíbrio deve ter sobretudo por base medidas de política que sejam eficazes. A experiência passada demonstrou que, muito frequentemente, as declarações políticas não são implementadas, como confirmado pela avaliação da Comissão relativamente à implementação das recomendações específicas por país (REP), suscitando preocupações quanto aos progressos alcançados (ver Quadro B).

Recomendações relativas a reforma BE BG HR CZ DK DE EE ES FR IE IT LV LT LU HU MT NL AT PT PL RO SI SK FI SE UK12345678

plenamente executadaprogressos substanciaisalguns progressosprogressos limitadosausência de progressos

Quadro B Avaliação da implementação das recomendações específicas por país referentes a 2014 realizada pela Comissão Europeia

Fonte: Comissão Europeia.Notas: As seguintes categorias são utilizadas para avaliar os progressos realizados na implementação das REP para 2014: Ausência de progressos: o Estado ‑Membro não anunciou nem adotou quaisquer medidas em resposta à REP. Esta categoria também se aplica nos casos em que um Estado ‑Membro encarregou um grupo de estudo de avaliar eventuais medidas. Progressos limitados: o Estado ‑Membro anunciou algumas medidas em resposta à REP, mas são insuficientes e/ou a sua adoção/implementação está em risco. Alguns progressos: o Estado ‑Membro anunciou ou adotou medidas em resposta à REP. Estas medidas são promissoras, mas nem todas foram implementadas e a sua execução não é um dado adquirido em todos os casos. Progressos substanciais: o Estado ‑Membro adotou medidas, a maioria das quais já foi implementada. Estas medidas contribuem de forma substancial para abordar as questões colocadas na REP. Plenamente executada: o Estado ‑Membro adotou e aplicou medidas que dão resposta adequada à REP.

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CAIXAS

O procedimento relativo aos

desequilíbrios macroeconómicos referente a 2015

R elativamente aos países da área do euro, a Comissão conclui que nenhum dos países executou plenamente as recomendações para 2014. Embora em alguns países os esforços de reforma tenham sido intensificados, na maioria dos países, os progressos alcançados foram bastante limitados (ver Quadro B) e não comensuráveis com as vulnerabilidades remanescentes. Em particular, entre os países que deveriam adotar “medidas decisivas” durante o PDM relativo a 2014 (ou seja, os países nas categorias 4 e 5 do Quadro A), Espanha, Irlanda e Itália alcançaram “alguns” progressos relativamente à maioria das REP, enquanto França alcançou progressos “limitados” relativamente à maioria das REP. Esta avaliação parece contrastar com o apelo (formulado repetidamente) no sentido da adoção de “medidas decisivas” pela Comissão e aponta para uma fragilidade da vertente preventiva do PDM. Dada a necessidade de reduzir as vulnerabilidades e fomentar o crescimento sustentável nos países acima mencionados, bem como no resto da área do euro, a falta de progressos exige um reforço considerável dos esforços de reforma.

É importante que se utilize os instrumentos do PDM de forma integral e eficaz, incluindo a respetiva vertente corretiva, a fim de reduzir os riscos potenciais para o bom funcionamento da UEM.

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EFEITOS DO COMÉRCIO ELETRÓNICO SOBRE A INFLAÇÃO

T em sido argumentado que o crescimento do comércio eletrónico contribui para a descida dos preços e, consequentemente, da inflação. Os dados empíricos disponíveis até à data sugerem que o efeito atenuante do crescimento do comércio eletrónico sobre a inflação é limitado. Porém, esta conclusão encontra ‑se rodeada de considerável incerteza devido às limitações dos dados.

O impacto potencial do comércio eletrónico sobre os preços e a inflação

O termo “ comércio eletrónico” tipicamente refere ‑se à compra ou venda de bens ou serviços através de uma rede eletrónica, como, por exemplo, a Internet. As transações efetuadas através da Internet tornaram ‑se mais generalizadas nos mercados de retalho e interempresariais.

Existem dois fatores fundamentais que podem conduzir o crescimento do comércio eletrónico a originar uma redução de preços. Em primeiro lugar, em comparação com os canais de distribuição físicos normais, o comércio eletrónico proporciona uma maior margem de manobra para as poupanças de custos nos mercados grossistas e de retalho, os quais podem ser transmitidos pelas lojas tradicionais e pelas lojas eletrónicas aos respetivos clientes. Em segundo lugar, o comércio eletrónico pode ser eficiente na redução dos preços em resultado da maior concorrência entre fornecedores, visto que os clientes podem facilmente pesquisar na Internet negócios mais vantajosos e, assim, obrigar as lojas tradicionais e eletrónicas a manterem os seus preços baixos. Este último efeito pode reduzir as margens de lucro. É de notar que, em ambos os casos, a redução dos preços pode verificar ‑se mesmo quando a quota de mercado do comércio eletrónico é ainda relativamente baixa.

O efeito potencial do crescimento do comércio eletrónico sobre a inflação apenas poderá ser sustentado até que a difusão do comércio eletrónico estabilize nos vários mercados, o que poderá levar algum tempo. As transações efetuadas através da Internet constituem uma nova tecnologia à qual os mercados se devem ajustar gradualmente. No decurso deste processo, as pressões sobre os preços poderão moderar ‑se, mas é de prever que o impacto se atenue logo que se atinja um novo equilíbrio1.

1 Meijers, H., “Diffusion of the internet and low inflation in the information economy”, Information Economics and Policy, vol. 18, 2006, pp. 1 ‑23.

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Gráfico A Vendas eletrónicas por empresas em percentagem do volume de negócios total

Fontes: Eurostat e Comissão Europeia.Notas: Todas as empresas excluindo as empresas do setor financeiro (com dez ou mais empregados). Estão incluídas as vendas interempresariais e entre empresas e consumidores. A primeira observação refere ‑se a 2004 para DE, EE e LT; a 2005 para CY , LV e SK ; a 2006 para SI; a 2007 para NL; e a 2008 para MT e FR. A observação mais recente refere ‑se a 2012 para BE e 2013 para SI. Os dados para LU estão disponíveis apenas para 2012.

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CAIXAS

Efeitos do comércio

eletrónico sobre a inflação

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS UTILIZANDO A CURVA DE PHILLIPS

A recente descida da inflação tem sido um fenómeno generalizado nas principais economias avançadas, embora existam diferenças nas posições cíclicas. Nos Estados Unidos, apesar da recuperação robusta da atividade económica em curso, a inflação tem permanecido num nível baixo nos últimos dois anos. A inflação global e a inflação excluindo produtos alimentares e energéticos registaram, em média, 1.4% e 1.5%, respetivamente, desde 2012, o que im

Caixa 0A utilização do comércio eletrónico na área do euro

Ao longo dos últimos dez anos, a percentagem de vendas eletrónicas aos consumidores e empresas no volume de negócios total aumentou na maior parte dos países da área do euro, embora varie ainda significativamente entre eles (ver Gráfico A)2. As empresas nas economias pequenas e abertas da Irlanda, Luxemburgo, Eslováquia e Finlândia registaram a percentagem mais elevada de vendas eletrónicas em 2014, seguidas das empresas na Alemanha, França, Bélgica e Espanha. A percentagem de vendas eletrónicas em 2014 era ainda comparativamente baixa na Grécia, Chipre, Itália e Malta, bem como na Letónia e Lituânia, com valores inferiores a 10%. Registou ‑se um aumento particularmente substancial de vendas eletrónicas, a partir de níveis iniciais reduzidos em 2003, nos países que mais recentemente aderiram à área do euro (Chipre, Eslováquia, Estónia, Lituânia e Letónia), os quais observaram uma expansão significativa da cobertura de Internet de alta velocidade, bem como em Espanha e Portugal.

A menor presença de comércio eletrónico em alguns países poderá ser parcialmente explicada pela percentagem consideravelmente superior de pequenas e médias empresas, as quais tendem a vender menos através da Internet do que as grandes empresas. Além disso, também em termos de acesso à Internet, alguns países estão ainda desfasados face a outros países da área do euro em termos de acesso à Internet “muito rápida”.

2 Os dados públicos sobre comércio eletrónico são ainda escassos. Uma fonte de dados é o inquérito anual do Eurostat sobre a utilização de tecnologias de informação e comunicação pelas empresas e famílias desde 2002, que inclui questões sobre comércio eletrónico e serve de apoio à Agenda Digital para a Europa da Comissão Europeia, lançada em 2010.

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Gráfico B Percentagem de indivíduos que procuram informações sobre bens e serviços na Internet

Fontes: Eurostat e Comissão Europeia.Notas: Indivíduos com idades entre 16 e 74 anos. A primeira observação refere ‑se a 2004 para CY , SI, SK , EE e LV; a 2005 para BE, IT e MT; e a 2006 para FR.

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Gráfico C Percentagem de indivíduos que encomendam bens e serviços através da Internet

Fontes: Eurostat e Comissão Europeia.Notas: Indivíduos com idades entre 16 e 74 anos. A primeira observação refere ‑se a 2005 para BE, IT e MT; e a 2006 para FR.

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A percentagem de indivíduos que utilizam a Internet para obter informações sobre bens e serviços ou fazer compras online aumentou consideravelmente ao longo dos últimos dez anos (ver Gráficos B e C). Na totalidade dos países da área do euro à exceção de Itália, a percentagem de indivíduos que procuraram informações na Internet ultrapassou 50% em 2014. Durante esse período, também a percentagem de indivíduos que efetivamente compraram bens e serviços através da Internet tinha pelo menos duplicado na maior parte dos países da área do euro face a 2003.

Evidência do impacto do comércio eletrónico sobre a inflação

É necessário considerar vários pressupostos quando se examina o impacto do comércio eletrónico sobre a inflação dos preços no consumidor. Um destes pressupostos está relacionado com a inclusão da evolução dos preços online no IHPC. Os institutos de estatística na UE incluem, cada vez mais, os preços online no cálculo dos índices de preços no consumidor. No caso de algumas rubricas, como, por exemplo, preços de serviços hoteleiros e de outros tipos de acomodação bem como de viagens aéreas, a recolha e utilização dos preços disponíveis na Internet em vez de ou para além dos disponibilizados por agências de viagens ou pontos de venda tradicionais são já muito habituais. Paralelamente, a inclusão de preços de bens transformados é mais variada entre institutos de estatística, o que também reflete diferentes hábitos de consumo3. O Eurostat, em conjunto com os institutos de estatística nacionais, está atualmente a desenvolver um método melhor, mais completo e harmonizado para captar a evolução dos preços online na compilação do IHPC.

Q uando um instituto de estatística incorpora no IHPC mais bens e serviços transacionados na Internet, tem impacto sobre a inflação medida pelo IHPC na medida em que os preços desses produtos e serviços variam a taxas diferentes das dos preços de bens e serviços transacionados fora da Internet. Se os preços variassem a taxas semelhantes em ambos os canais comerciais, a incorporação de produtos transacionados através da Internet não teria um impacto significativo sobre a inflação medida pelo IHPC. O aumento da quantidade de produtos adquiridos através da Internet e as diferenças a nível dos preços entre as lojas dentro e fora da Internet estão refletidos nos ajustamentos dos pesos das despesas das respetivas subrubricas do IHPC.

Dados disponíveis sobre a existência de um erro de medição nos índices de preços no consumidor devido à incorporação incompleta das vendas através da Internet são parcos e inconclusivos. Lü nnemann e W intr (2006)4 analisaram um vasto conjunto de microdados sobre preços e concluíram que as variações de preços dos produtos transacionados através da Internet são, em média, mais baixas do que as variações de preços correspondentes reportadas nos dados dos índices de preços no consumidor – o que apontaria para um possível erro de medição na inflação medida pelo IHPC. Em contraste, um estudo mais recente de Gorodnichenko, Sheremirov e Talavera (2014)5 concluiu que, em média, os preços são corrigidos nas lojas online em igual percentagem da das lojas físicas. Deste modo, o erro de medição num índice de preços por via da exclusão das vendas através da Internet deveria ser reduzido.

S inais de efeitos efetivos do comércio eletrónico sobre as variações de preços no consumidor são igualmente escassos mas apontam para um efeito reduzido sobre a inflação. Um estudo mais antigo de Y i e Choi (2005)6 concluiu que um aumento anual de 1 ponto percentual na percentagem de utilizadores

3 Para mais informações sobre questões de medição da inflação, ver a Caixa 2, intitulada “Implications of developments in the retail trade structure for inflation measurement”, Structural Issues R eport, setembro de 2011, BCE.

4 Lü nnemann, P. e W intr, L., Are internet prices sticky? , Documento de Trabalho do BCE n.º 645, junho de 2006.5 Gorodnichenko, Y ., Sheremirov, V. e Talavera, O., “Price setting in online markets: does it click? ” NBER Working Papers, n.º 20819, agosto

de 2014.6 Y i, M.H. e Choi, C., “The effect of the internet on inflation: Panel data evidence”, J ournal of Policy Modeling, vol. 27, 2005, pp. 885 ‑889.

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CAIXAS

Efeitos do comércio

eletrónico sobre a inflação

da Internet reduz a taxa de inflação anual num intervalo entre 0.04 ‑0.1 pontos percentuais. Este resultado está globalmente em linha com as conclusões mais recentes publicadas por Lorenzani e Varga (2014)7, que estimaram o impacto das vendas de bens e serviços através da Internet aquando da análise do grau de concorrência de preços. Neste contexto, projetaram a percentagem de compras através da Internet de bens e serviços no setor de retalho entre 2010 e 2015, e estimaram que essa evolução poderia, no geral, resultar na redução de preços no setor de retalho de 0.1 pontos percentuais por ano entre 2011 e 2015 no conjunto da UE27. Estas estimativas estão rodeadas de um nível considerável de incerteza, devido, designadamente, à amostra de dados limitada e aos pressupostos supra mencionados na compilação do índice de preços no consumidor. Estão disponíveis dados mais conclusivos para os Estados Unidos no contexto do T he Billion Prices Project da responsabilidade do MIT e das suas estatísticas sobre preços atualizadas regularmente que analisam a evolução de preços nas lojas online e físicas8. Estes dados não sugerem diferenças substanciais ou sistemáticas entre índices de preços ou para a inflação dos preços de bens transacionados dentro e fora da Internet nos Estados Unidos.

7 Lorenzani, D. e Varga, J., “The Economic Impact of Digital Structural Reforms”, European Commission Economic Papers, n.º 529, setembro de 2014.

8 Ver o sítio T he Billion Prices Project em http://bpp.mit.edu/usa/

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SEGUIMENTO DA REVISÃO DOS PROJETOS DE PLANOS ORÇAMENTAIS PARA 2015

A presente caixa resume o seguimento da revisão dos projetos de planos orçamentais para 2015, centrando ‑se nos sete países, cujos projetos de orçamento referentes a 2015 foram identificados pela Comissão Europeia, em novembro de 2014, como estando em risco de incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC)1. Os países em causa são a Bélgica, Itália, Malta e Áustria ao abrigo da vertente preventiva do Pacto, bem como França, Espanha e Portugal ao abrigo da vertente corretiva. Na reunião do Eurogrupo de 8 de dezembro de 2014, os governos destes países comprometeram‑‑se a adotar as medidas necessárias para assegurar o cumprimento do PEC. A Comissão anunciou igualmente que, no início de 2015, reexaminaria a sua posição no que respeita ao cumprimento das obrigações no âmbito do PEC nos casos da Bélgica, França e Itália, à luz da finalização de leis orçamentais e da esperada clarificação sobre os programas de reformas estruturais anunciados pelos governos dos referidos países. Subsequentemente, em 13 de janeiro de 2015, a Comissão Europeia emitiu uma comunicação intitulada “Otimizar o recurso à flexibilidade prevista nas atuais regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento”, que clarificou e alargou parcialmente a flexibilidade do PEC no tocante a condições conjunturais, reformas estruturais e investimento público2. Em 25 de fevereiro, a Comissão Europeia anunciou as suas decisões sobre a Bélgica, França e Itália e, em 27 de fevereiro, divulgou a sua avaliação com base nas previsões do inverno de 2015, a qual foi aprovada, em 10 de março, pelo Conselho.

Excetuando a Bélgica, nenhum dos países considerados em risco de incumprimento do PEC implementou medidas suficientes para eliminar o desvio de consolidação identificado pelo Eurogrupo em dezembro de 2014. Analisando os países ao abrigo da vertente corretiva do PEC, foi pedido à França que tomasse medidas adicionais equivalentes a 0.5% do PIB para alinhar a melhoria do saldo estrutural em 2015 com os esforços exigidos pela recomendação de junho de 2013 ao abrigo do procedimento relativo aos défices excessivos (PDE). No entanto, as previsões do inverno de 2015 da Comissão Europeia não apontam para melhorias no que respeita ao esforço de 0.3% do PIB, já conhecido por ocasião da reunião do Eurogrupo3. Entretanto, em Espanha e Portugal – países aos quais foram dirigidas recomendações no sentido de tomarem medidas para melhorar os respetivos défices globais, a fim de cumprirem os objetivos do PDE para 2015 –, registou ‑se uma ligeira diminuição dos défices projetados para 2015, os quais permanecem, contudo, acima dos objetivos estabelecidos, enquanto os esforços estruturais ficaram igualmente aquém dos requisitos. No que respeita aos países ao abrigo da vertente preventiva do PEC, a melhoria do saldo estrutural em 0.2 pontos percentuais esperada para Itália em 2015 permanece abaixo de 0.4% do PIB, o nível recomendado pelo Eurogrupo, refletindo uma redução dos pagamentos de juros. Em contraste, espera ‑se que o esforço estrutural da Bélgica aumente 0.2 pontos percentuais, em consonância com o compromisso assumido perante o Eurogrupo. Em Itália e na Bélgica, subsiste um desvio significativo face ao esforço estrutural exigido de acordo com a norma da dívida. O esforço estrutural da Áustria diminuiu em comparação com o esperado em dezembro, aumentando ainda mais os riscos de um desvio significativo face aos requisitos da vertente preventiva, facto que, a confirmar ‑se ex post, desencadearia medidas processuais na primavera de 2016. Por último, em Malta, o risco de incumprimento dos requisitos

1 Ver também a caixa intitulada “Revisão dos projetos de planos orçamentais para 2015”, na edição de dezembro de 2014 do Boletim Mensal do BCE.

2 Ver igualmente a caixa intitulada “Flexibility within the Stability and Growth Pact”, no Boletim Económico n.º 1 do BCE, de fevereiro de 2015.

3 Segundo a avaliação da Comissão Europeia, o projeto de plano orçamental original, apresentado em 15 de outubro, implicaria uma melhoria do saldo estrutural de apenas 0.1% do PIB. Em 21 de novembro, o governo anunciou medidas adicionais no valor de 0.2% do PIB. Estas medidas, que foram plenamente tomadas em consideração pelo Eurogrupo na sua declaração de 8 de dezembro, foram aprovadas pelo Parlamento francês em 18 de dezembro de 2014, no contexto da adoção do orçamento para 2015.

Caixa 7

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CAIXAS

Seguimento da revisão dos

projetos de planos orçamentais para 2015

ao abrigo da vertente preventiva do PEC – a que Malta ficará sujeita, se o Conselho decidir que o país corrigiu o défice excessivo dentro do prazo de 2014 e revogar o respetivo PDE – regrediu, graças a medidas adotadas no orçamento final para 2015.

Em 27 de fevereiro, a Comissão Europeia divulgou os resultados da avaliação relativamente à implementação do PEC na Bélgica, F rança e Itália. Em relatórios preparados ao abrigo do n.º 3 do artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, a Comissão Europeia analisou o incumprimento do critério do défice na Bélgica e o incumprimento do critério da dívida na Bélgica e em Itália. A Comissão decidiu não iniciar um PDE para estes países com base num conjunto de fatores mitigadores relevantes: nos casos da Bélgica e de Itália, i) o cumprimento por estes países dos requisitos relativos aos esforços estruturais, ao abrigo da vertente preventiva do PEC (os quais, no caso de Itália, foram agora reduzidos, na sequência da comunicação da Comissão sobre a flexibilidade no âmbito do PEC); ii) as condições económicas desfavoráveis (ou seja, crescimento fraco e inflação baixa), que dificultam o cumprimento da norma da dívida; e iii) a expetativa da implementação dos planos ambiciosos de reformas estruturais favoráveis ao crescimento, apresentados pelas autoridades. Contudo, essas avaliações não tomaram em consideração, como fator agravante, as insuficiências ao nível da consolidação orçamental no período de 2014 ‑2015 face às recomendações de junho de 2014 do Conselho.

No caso de F rança, a Comissão Europeia avaliou se tinham sido tomadas medidas eficazes em resposta à recomendação do Conselho de que o défice excessivo teria de ser corrigido até 2015. Essas medidas, aliadas a eventos macroeconómicos adversos inesperados com importantes consequências desfavoráveis para as finanças públicas, permitiriam, em regra, que o prazo para a correção do défice excessivo fosse prorrogado por um ano. Em contraste, caso se verifique que um país da área do euro não tomou medidas eficazes destinadas a corrigir a situação de défice excessivo, o PDE prevê uma intensificação do procedimento com o envio de uma notificação ao respetivo país4 e a aplicação de sanções financeiras sob a forma de uma multa correspondente a 0.2% do PIB. A Comissão pode, por motivo de circunstâncias económicas excecionais ou na sequência de um pedido devidamente fundamentado por parte do Estado‑‑Membro em causa, recomendar que o Conselho reduza o montante da multa ou a anule. Analisando o período de 2013 ‑20145, a Comissão reportou que “os dados disponíveis não permitem concluir que não foram tomadas medidas eficazes” e propô s uma prorrogação por dois anos do prazo para a correção do défice excessivo (ou seja, até 2017). O Conselho seguiu esta recomendação em 10 de março. A trajetória de ajustamento recomendada é postecipada, sendo pedido à França que envide esforços de ajustamento estrutural crescentes ao longo do período do PDE: 0.5% do PIB em 2015 (isto é, o nível do requisito mínimo ao abrigo da vertente corretiva e, por conseguinte, abaixo de 0.8% do PIB, o valor exigido até à data), 0.8% do PIB em 2016 e 0.9% em 2017. Com base nos atuais PDE, a França será o único país da área do euro a estar sujeito a um PDE em 2017. Por último, não obstante o risco de incumprimento dos prazos recomendados pelo Conselho para a correção dos défices excessivos de Espanha e Portugal, a Comissão não emitiu um alerta precoce sob a forma de uma recomendação autónoma para estes países – ao contrário do sucedido no ano passado, em que foram dirigidas recomendações a França e à Eslovénia em situações semelhantes.

O quadro de governação da UE foi reforçado com a entrada em vigor, em 2011 e 2013, de novos regulamentos, conhecidos respetivamente como six pack (pacote de seis atos legislativos) e tw o pack (pacote de dois atos legislativos). O quadro foi objeto de melhorias importantes, na sequência das lições

4 De acordo com o n.º 9 do artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.5 Relativamente a este período, a avaliação exclui o último ano do período do PDE, para o qual a Comissão identificou riscos de

incumprimento do PEC. Tal contrasta com a situação em 2013, ano em que o prazo do PDE foi prorrogado por se ter considerado que só tinham sido adotadas medidas eficazes tomando em linha de conta o último ano do período do PDE.

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62BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

significativas retiradas da recente crise. Neste contexto, são de especial importância a introdução da norma da dívida na vertente corretiva, a criação do procedimento por desvio significativo na vertente preventiva (a fim de contribuir para assegurar que os países realizam progressos suficientes no sentido de cumprirem os objetivos orçamentais de médio prazo), as alterações ao processo de tomada de decisão para aumentar o caráter automático da aplicação de normas e sanções, e a opção de requerer projetos de planos orçamentais revistos e de emitir “recomendações autónomas” em caso de risco de incumprimento dos objetivos do PDE.

É importante que os instrumentos do quadro de governação reforçado sejam aplicados de modo eficaz e consistente ao longo do tempo e nos diversos países. É essencial que sejam efetivamente utilizados da forma pretendida, com vista a assegurar posições orçamentais sustentáveis nos países da área do euro. Só assim será possível que o PEC atue como âncora da confiança. Para o efeito, a probabilidade de aplicação do procedimento por desvio significativo ao abrigo da vertente preventiva diminuiu, dado que os requisitos em termos de ajustamento têm vindo a ser reduzidos ao longo do tempo nos países que enfrentam conjunturas macroeconómicas difíceis. O procedimento relativo aos desequilíbrios excessivos também ainda não foi ativado, não obstante terem sido detetados desequilíbrios excessivos6. Por último, mas não menos importante, a norma da dívida está em risco de passar para segundo plano, caso seja de facto subordinada à vertente preventiva enfraquecida, a qual, na sequência da comunicação da Comissão Europeia sobre a flexibilidade, dá pouca atenção a preocupações com a sustentabilidade da dívida. Em última análise, uma implementação plena e consistente é fundamental para assegurar a confiança no quadro orçamental europeu.

6 Para mais pormenores, ver a caixa intitulada “O procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos referente a 2015”, no Boletim Económico n.º 2 do BCE, de março de 2015.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 E 1

ESTATÍSTICAS

ÍNDICE

1 Conjuntura externa E22 Evolução financeira E33 Atividade económica E74 Preços e custos E115 Moeda e crédito E146 Evolução orçamental E19

MAIS INFORMAÇÕES

As estatísticas do BCE estão disponíveis e podem ser descarregadas no serviço de divulgação de estatísticas online do BCE, o Statistical Data Warehouse (SDW): http://sdw.ecb.europa.eu/

Os dados da secção de estatísticas do Boletim Económico estão disponíveis no SDW: http://sdw.ecb.europa.eu/reports.do?node=

Um Boletim de Estatísticas (Statistics Bulletin) abrangente está disponível no SDW: http://sdw.ecb.europa.eu/reports.do?node=1000004045

Definições metodológicas podem ser consultadas nas Notas Gerais do Statistics Bulletin: http://sdw.ecb.europa.eu/reports.do?node=10000023

Pormenores sobre os cálculos podem ser consultadas nas Notas Técnicas do Statistics Bulletin: http://sdw.ecb.europa.eu/reports.do?node=10000022

SINAIS CONVENCIONAIS USADOS NOS QUADROS

- dados inexistentes/dados não aplicáveis

. dados ainda não disponíveis

... nulo ou irrelevante

(p) provisório

c.s. corrigido de sazonalidade

n.c.s. não corrigido de sazonalidade

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 2

1.1 Principais parceiros comerciais, PIB e IPC

PIB1)

(variações em cadeia)IPC

(variações homólogas em percentagem)

G20 Estados Unidos

Reino Unido

Japão China Por memória: área do euro

Países da OCDE Estados Unidos

Reino Unido

(IHPC)

Japão China Por memória: área do euro 2)

(IHPC)Total excluindo produtos alimentares e

energéticos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132012 3.0 2.3 0.7 1.7 7.8 -0.7 2.3 1.8 2.1 2.8 0.0 2.7 2.52013 3.2 2.2 1.7 1.6 7.7 -0.5 1.6 1.6 1.5 2.6 0.4 2.6 1.42014 . 2.4 2.6 0.0 7.4 . 1.7 1.8 1.6 1.5 2.7 2.0 0.42014 T1 0.7 -0.5 0.6 1.3 1.5 0.3 1.6 1.6 1.4 1.8 1.5 2.3 0.7

T2 0.8 1.1 0.8 -1.7 2.0 0.1 2.1 1.9 2.1 1.7 3.6 2.2 0.6T3 0.9 1.2 0.7 -0.6 1.9 0.2 1.8 1.9 1.8 1.5 3.3 2.0 0.4T4 . 0.5 0.5 0.6 1.5 0.3 1.4 1.8 1.2 0.9 2.5 1.5 0.2

2014 Set. - - - - - - 1.7 1.8 1.7 1.3 3.2 1.6 0.3Out. - - - - - - 1.7 1.8 1.7 1.3 2.9 1.6 0.4Nov. - - - - - - 1.5 1.8 1.3 0.9 2.4 1.4 0.3Dez. - - - - - - 1.1 1.8 0.8 0.5 2.4 1.5 -0.2

2015 Jan. - - - - - - 0.5 1.7 -0.1 0.3 2.4 0.8 -0.6Fev. 3) - - - - - - . . . . . . -0.3

1.2 Principais parceiros comerciais, Índice de Gestores de Compras e comércio mundial

Inquéritos aos Gestores de Compras (índices de difusão; c.s.) Importações de mercadorias 4)

Índice de Gestores de Compras compósito Índice de Gestores de Compras mundial 5)

Mundial5) Estados Unidos

Reino Unido

Japão China Por memória: área do euro

Indústria transformadora

Serviços Novas encomendas de

exportação

Mundiais Economias avançadas

Economias de mercados emergentes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 122012 52.6 54.4 52.0 49.9 50.9 47.2 50.2 51.9 48.5 3.9 2.4 4.82013 53.4 54.8 56.8 52.6 51.5 49.7 52.3 52.7 50.7 3.6 -0.1 5.72014 54.3 57.3 57.9 50.9 51.1 52.7 53.4 54.1 51.5 . . .2014 T1 53.7 55.3 58.1 53.0 49.9 53.1 53.8 53.7 51.0 0.0 0.3 -0.2

T2 54.3 58.3 58.6 48.5 50.7 53.4 53.2 54.7 51.1 -0.3 0.9 -0.9T3 55.7 59.8 58.5 51.3 52.2 52.8 54.1 56.2 52.0 2.5 0.8 3.4T4 53.4 55.6 56.3 50.9 51.4 51.5 52.8 53.6 50.8 . . .

2014 Set. 55.5 59.0 57.4 52.8 52.3 52.0 53.8 56.0 52.3 2.5 0.8 3.4Out. 53.8 57.2 55.8 49.5 51.7 52.1 53.4 54.0 51.0 3.3 1.1 4.5Nov. 53.7 56.1 57.6 51.2 51.1 51.1 52.6 54.0 50.2 2.5 1.5 3.1Dez. 52.6 53.5 55.3 51.9 51.4 51.4 52.3 52.7 51.2 . . .

2015 Jan. 53.1 54.4 56.7 51.7 51.0 52.6 53.1 53.1 51.0 . . .Fev. 54.0 56.8 56.7 50.0 51.8 53.3 53.6 54.1 50.7 . . .

Fontes: Eurostat (Quadro 1.1, colunas 3, 6, 10, 13); BIS (Quadro 1.1, colunas 2, 4, 9, 11, 12); OCDE (Quadro 1.1, colunas 1, 5, 7, 8); Markit (Quadro 1.2, colunas 1-9); CPB Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis e cálculos do BCE (Quadro 1.2, colunas 10-12).

1) Dados trimestrais corrigidos de sazonalidade; dados anuais não corrigidos. Os dados da área do euro referem-se ao EURO19.2) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.3) Estimativa baseada em dados nacionais provisórios que geralmente abrangem cerca de 95% da área do euro, assim como em dados iniciais sobre os preços dos produtos energéticos.4) As economias mundiais e avançadas excluem a área do euro. Os dados anuais e trimestrais são variações em cadeia; os dados mensais são variações trimestrais em cadeia. Todos os

dados são corrigidos de sazonalidade.5) Excluindo a área do euro.

1 CONJUNTURA EXTERNA

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 E 3

2 EVOLUÇÃO FINANCEIRA2.1 Taxas de juro do mercado monetário(percentagens por ano; média do período)

Área do euro 1) Estados Unidos Japão

Depósitos overnight(EONIA)

Depósitos a 1 mês

(EURIBOR)

Depósitos a 3 meses

(EURIBOR)

Depósitos a 6 meses

(EURIBOR)

Depósitos a 12 meses

(EURIBOR)

Depósitos a 3 meses (LIBOR)

Depósitos a 3 meses (LIBOR)

1 2 3 4 5 6 72012 0.23 0.33 0.57 0.83 1.11 0.43 0.192013 0.09 0.13 0.22 0.34 0.54 0.27 0.152014 0.09 0.13 0.21 0.31 0.48 0.23 0.132014 T1 0.18 0.23 0.30 0.40 0.56 0.24 0.14

T2 0.19 0.22 0.30 0.39 0.57 0.23 0.13T3 0.02 0.07 0.16 0.27 0.44 0.23 0.13T4 -0.02 0.01 0.08 0.18 0.33 0.24 0.11

2014 Set. 0.01 0.02 0.10 0.20 0.36 0.23 0.12Out. 0.00 0.01 0.08 0.18 0.34 0.23 0.11Nov. -0.01 0.01 0.08 0.18 0.33 0.23 0.11Dez. -0.03 0.02 0.08 0.18 0.33 0.24 0.11

2015 Jan. -0.05 0.01 0.06 0.15 0.30 0.25 0.10Fev. -0.04 0.00 0.05 0.13 0.26 0.26 0.10

2.2 Curvas de rendimentos(fim de período; taxas em percentagens por ano; diferenciais em pontos percentuais)

Taxas à vista Diferenciais Taxas instantâneas dos contratos a prazo

Área do euro 1), 2) Área do euro 1), 2) Estados Unidos Reino Unido Área do euro 1), 2)

3 meses 1 ano 2 anos 5 anos 10 anos 10 anos - 1 ano

10 anos - 1 ano

10 anos - 1 ano

1 ano 2 anos 5 anos 10 anos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 122012 0.06 -0.04 -0.01 0.58 1.72 1.76 1.61 1.48 -0.09 0.17 1.84 3.502013 0.08 0.09 0.25 1.07 2.24 2.15 2.91 2.66 0.18 0.67 2.53 3.882014 -0.02 -0.09 -0.12 0.07 0.65 0.74 1.95 1.45 -0.15 -0.11 0.58 1.772014 T1 0.16 0.11 0.17 0.76 1.82 1.71 2.60 2.29 0.11 0.40 1.94 3.50

T2 0.05 -0.01 0.02 0.47 1.44 1.45 2.43 2.16 -0.04 0.16 1.46 3.09T3 -0.03 -0.09 -0.10 0.24 1.06 1.15 2.39 1.88 -0.14 -0.02 1.03 2.53T4 -0.02 -0.09 -0.12 0.07 0.65 0.74 1.95 1.45 -0.15 -0.11 0.58 1.77

2014 Set. -0.03 -0.09 -0.10 0.24 1.06 1.15 2.39 1.88 -0.14 -0.02 1.03 2.53Out. -0.02 -0.08 -0.08 0.22 0.96 1.05 2.24 1.82 -0.12 -0.01 0.93 2.33Nov. -0.02 -0.06 -0.07 0.17 0.80 0.86 2.06 1.54 -0.10 -0.02 0.74 2.01Dez. -0.02 -0.09 -0.12 0.07 0.65 0.74 1.95 1.45 -0.15 -0.11 0.58 1.77

2015 Jan. -0.15 -0.18 -0.14 -0.02 0.39 0.58 1.50 1.04 -0.13 -0.10 0.34 1.15Fev. -0.21 -0.25 -0.20 -0.08 0.37 0.62 1.80 1.45 -0.16 -0.17 0.31 1.19

2.3 Índices bolsistas(níveis dos índices em pontos; médias do período)

Índices Dow Jones EURO STOXX Estados Unidos

Japão

De referência Índices dos principais setores

Índicealargado

50 Matérias- -primas

Serviços de consumo

Bens de consumo

Petróleo e gás

Finan-ceiros

Indus-triais

Tecno-logias

Serviços básicos

Telecomu- nicações

Cuidados de saúde

Standard & Poor’s

500

Nikkei 225

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 142012 239.7 2 411.9 503.7 151.9 385.7 307.2 122.1 330.2 219.2 235.9 268.5 523.3 1 379.4 9 102.62013 281.9 2 794.0 586.3 195.0 468.2 312.8 151.5 402.7 274.1 230.6 253.4 629.4 1 643.8 13 577.92014 318.7 3 145.3 644.3 216.6 510.6 335.5 180.0 452.9 310.8 279.2 306.7 668.1 1 931.4 15 460.42014 T1 315.9 3 090.8 639.0 218.7 500.1 323.4 182.2 461.0 306.3 262.3 293.9 640.7 1 834.9 14 958.9

T2 326.5 3 214.0 657.3 219.5 524.2 360.3 184.5 471.9 305.3 284.9 311.9 656.5 1 900.4 14 655.0T3 319.4 3 173.1 645.9 213.8 509.8 351.1 178.9 446.0 315.3 288.7 304.0 686.1 1 975.9 15 553.1T4 313.0 3 102.5 634.9 214.7 508.5 307.0 174.5 433.4 316.0 280.4 316.7 688.0 2 009.3 16 660.1

2014 Set. 324.0 3 233.4 650.4 215.3 508.7 350.0 184.5 447.9 324.5 292.6 306.1 725.0 1 993.2 15 948.5Out. 304.2 3 029.6 612.5 202.4 481.0 315.8 173.4 416.4 301.8 276.6 294.6 695.0 1 937.3 15 394.1Nov. 315.7 3 126.1 643.8 217.8 514.8 316.4 174.3 439.7 317.6 280.2 322.7 680.4 2 044.6 17 179.0Dez. 320.1 3 159.8 651.0 225.2 532.6 288.5 176.0 446.1 330.1 284.7 335.3 687.6 2 054.3 17 541.7

2015 Jan. 327.4 3 207.3 671.1 237.8 564.9 285.0 173.3 464.2 339.0 278.3 343.8 724.2 2 028.2 17 274.4Fev. 353.2 3 453.8 731.3 254.2 624.8 314.0 185.5 498.7 361.1 286.9 376.8 768.6 2 082.2 18 053.2

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro, ver as Notas Gerais.2) Cálculos do BCE com base em dados subjacentes fornecidos pelo EuroMTS e notações fornecidas pela Fitch Ratings.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 4

2.4 Taxas de juro das IFM dos empréstimos e depósitos de famílias (novas operações) 1), 2)

(percentagens por ano; média do período, salvo indicação em contrário)

Depósitos Emprés-timos

reno váveis e desco-

bertos

Crédito reno-

vado de cartão

de crédito

Crédito ao consumo Empréstimos a empresas individuais

e sociedades irregulares

Crédito à habitaçãoOver- night

Reem-bolsáveis

com pré-aviso

até 3 meses

Com prazo acordado

Por fixação inicial de taxa

TAEG3) Por período de fixação inicial de taxa de juro

TAEG3) Indicador compó-sito do

custo dos emprés-

timos

Até 2 anos

Supe-rior a

2 anos

Taxa variável

e até 1 ano

Superior a 1 ano

Taxa variável

e até 1 ano

Superior a 1 e até

5 anos

Superior a 5 e até 10 anos

Superior a 10 anos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 162014 Fev. 0.28 1.10 1.61 1.93 7.66 17.04 5.85 6.78 7.21 3.30 2.79 2.95 3.09 3.27 3.29 3.05

Mar. 0.28 1.07 1.56 1.86 7.66 17.05 5.81 6.67 7.08 3.32 2.78 2.90 3.03 3.23 3.23 3.01Abr. 0.27 1.06 1.54 1.83 7.61 17.22 5.58 6.60 6.98 3.21 2.72 2.91 3.00 3.24 3.22 2.99Maio 0.27 1.05 1.40 1.72 7.55 17.23 5.62 6.73 7.09 3.33 2.71 2.87 2.96 3.14 3.16 2.93Jun. 0.27 1.04 1.32 1.74 7.58 17.19 5.45 6.61 6.94 3.20 2.66 2.85 2.89 3.09 3.13 2.87Jul. 0.24 1.01 1.30 1.75 7.43 17.04 5.55 6.54 6.91 3.09 2.63 2.75 2.81 2.99 3.05 2.79Ago. 0.24 0.93 1.21 1.66 7.43 17.00 5.55 6.52 6.87 3.09 2.56 2.74 2.73 2.87 2.98 2.75Set. 0.23 0.92 1.19 1.70 7.32 17.05 5.37 6.49 6.84 2.92 2.50 2.69 2.63 2.83 2.89 2.68Out. 0.22 0.91 1.10 1.65 7.15 16.94 5.42 6.43 6.84 2.92 2.43 2.63 2.56 2.79 2.82 2.61Nov. 0.21 0.89 1.02 1.66 7.12 17.10 5.59 6.48 6.83 2.96 2.43 2.53 2.52 2.73 2.79 2.55Dez. 0.22 0.86 0.96 1.59 7.06 17.00 5.07 6.14 6.45 2.73 2.43 2.52 2.53 2.69 2.77 2.50

2015 Jan.(p) 0.21 0.84 1.01 1.95 7.12 17.03 5.26 6.30 6.63 2.77 2.30 2.53 2.43 2.42 2.70 2.39

2.5 Taxas de juro das IFM dos empréstimos e depósitos de sociedades não financeiras (novas operações) 1), 4)

(percentagens por ano; média do período, salvo indicação em contrário)

Depósitos Emprés-timos

renováveis e desco-

bertos

Outros empréstimos por dimensão e período de fixação inicial de taxa de juro Indicador compósito

do custo dos empréstimos

Over- night

Com prazo acordado

de valor até 0.25 milhões de euros

de valor entre 0.25 milhões e 1 milhão de euros

de valor superior a 1 milhão de euros

Até 2 anos

Superior a 2 anos

Taxa variável

e até 3 meses

Superior a 3 meses e até 1 ano

Supe rior a 1 ano

Taxa variável

e até 3 meses

Superior a 3 meses e até 1 ano

Supe rior a 1 ano

Taxa variável

e até 3 meses

Superior a 3 meses e até 1 ano

Supe rior a 1 ano

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 142014 Fev. 0.33 0.66 1.75 3.99 4.52 4.59 3.89 2.82 3.59 3.23 2.08 2.78 2.94 2.96

Mar. 0.35 0.68 1.58 3.95 4.58 4.49 3.90 2.78 3.44 3.17 2.17 2.74 2.96 2.99Abr. 0.34 0.72 1.60 3.99 4.57 4.48 3.80 2.81 3.52 3.15 2.20 2.55 2.88 2.98Maio 0.34 0.64 1.38 3.92 4.50 4.51 3.86 2.81 3.45 3.09 2.06 2.40 2.80 2.91Jun. 0.31 0.59 1.52 3.88 4.29 4.37 3.78 2.68 3.26 3.05 1.94 2.74 2.68 2.79Jul. 0.28 0.59 1.49 3.76 4.32 4.31 3.63 2.65 3.29 2.93 1.90 2.42 2.69 2.76Ago. 0.28 0.49 1.63 3.71 4.18 4.28 3.55 2.56 3.20 2.83 1.74 2.43 2.56 2.68Set. 0.26 0.51 1.53 3.69 3.98 4.04 3.53 2.46 3.02 2.75 1.80 2.38 2.41 2.65Out. 0.25 0.50 1.43 3.61 3.98 3.94 3.54 2.44 2.92 2.69 1.74 2.26 2.49 2.58Nov. 0.25 0.44 1.20 3.54 3.76 3.87 3.42 2.38 2.84 2.61 1.73 2.18 2.25 2.49Dez. 0.24 0.43 1.28 3.44 3.67 3.74 3.27 2.35 2.78 2.46 1.74 2.18 2.09 2.43

2015 Jan.(p) 0.23 0.44 1.28 3.40 3.72 3.79 2.95 2.31 2.81 2.04 1.65 2.03 2.13 2.41

2.6 Títulos de dívida emitidos por residentes na área do euro, por setor do emitente e prazo inicial(EUR mil milhões; transações durante o mês e saldos em fim de período; valores nominais)

Saldos Emissões brutas 5)

Total FM (incluindo

o Euro- sistema)

Sociedades do setor não monetário Administrações públicas Total FM (incluindo

o Euro- sistema)

Sociedades do setor não monetário Administrações públicasSociedades

financeiras exceto IFM

Sociedades não

financeiras

Admi-nistração

central

Outras adminis-

trações públicas

Sociedades financeiras exceto

IFM

Sociedades não

financeiras

Admi-nistração

central

Outras adminis-

trações públicasSociedades

de titulari-zação6)

Sociedades de titulari-

zação6)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14Curto prazo

2012 1 412 573 142 . 75 558 65 702 490 37 . 52 103 212013 1 233 468 117 . 67 528 53 507 314 30 . 44 99 212014 1 244 475 123 . 58 537 50 401 211 33 . 39 93 252014 Jul. 1 365 511 157 . 75 578 44 402 181 55 . 40 105 21

Ago. 1 361 522 144 . 74 574 46 325 161 31 . 27 91 16Set. 1 336 504 136 . 70 577 49 331 153 27 . 31 95 25Out. 1 306 496 133 . 73 563 41 330 139 28 . 37 102 25Nov. 1 290 490 129 . 69 557 45 292 127 30 . 28 87 20Dez. 1 244 475 123 . 58 537 50 320 168 24 . 28 66 34

Longo prazo2012 15 178 4 824 3 140 . 841 5 747 626 256 99 45 . 16 84 122013 15 115 4 416 3 093 . 920 6 059 627 223 71 39 . 16 89 92014 15 149 4 034 3 202 . 996 6 274 643 218 65 43 . 16 85 102014 Jul. 15 161 4 186 3 127 . 966 6 241 641 207 52 37 . 19 86 13

Ago. 15 110 4 157 3 109 . 969 6 229 644 76 30 11 . 3 28 5Set. 15 157 4 164 3 126 . 980 6 235 652 218 59 43 . 13 90 13Out. 15 124 4 077 3 162 . 980 6 255 650 209 45 40 . 15 101 8Nov. 15 157 4 059 3 163 . 985 6 302 649 197 59 44 . 14 73 6Dez. 15 149 4 034 3 202 . 996 6 274 643 129 41 37 . 11 29 10

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) Incluindo instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias.3) Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG).4) De acordo com o SEC 2010, em dezembro de 2014 as sociedades gestoras de participações sociais de grupos não financeiros foram reclassificadas do setor das sociedades não

financeiras para o setor das sociedades financeiras.5) Para efeitos de comparação, os dados anuais referem-se ao valor mensal médio durante o ano.6) Sociedades de titularização.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 E 5

2.7 Taxas de crescimento e saldos de títulos de dívida e ações cotadas(EUR mil milhões; variações em percentagem)

Títulos de dívida Ações cotadas

Total IFM (incluindo o Eurosistema

Sociedades do setor não monetário Administrações públicas Total IFM Sociedades financeiras

exceto IFM

Sociedades não financeirasSociedades financeiras

exceto IFMSociedades não

financeirasAdministração

centralOutras

administrações públicasSociedades de

titularização1)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11Saldo

2012 16 590.3 5 397.4 3 281.7 . 915.5 6 305.1 690.5 4 593.9 404.6 617.9 3 571.52013 16 347.4 4 883.3 3 210.5 . 986.7 6 587.1 679.8 5 634.8 569.0 751.0 4 314.82014 16 393.7 4 509.5 3 324.9 . 1 054.6 6 811.5 693.2 5 945.1 590.9 787.6 4 566.62014 Jul. 16 525.7 4 696.9 3 283.6 . 1 041.3 6 818.6 685.3 5 864.6 626.8 775.7 4 462.1

Ago. 16 470.6 4 679.3 3 253.2 . 1 043.9 6 803.3 691.0 5 914.5 637.3 788.9 4 488.3Set. 16 492.2 4 667.4 3 262.7 . 1 050.1 6 811.6 700.4 5 928.8 650.7 788.4 4 489.7Out. 16 429.9 4 572.3 3 295.9 . 1 052.6 6 818.5 690.7 5 761.0 611.5 763.1 4 386.4Nov. 16 447.3 4 548.4 3 292.4 . 1 054.0 6 858.5 693.9 6 038.0 628.3 796.6 4 613.1Dez. 16 393.7 4 509.5 3 324.9 . 1 054.6 6 811.5 693.2 5 945.1 590.9 787.6 4 566.6

Taxa de crescimento2012 1.3 -1.8 -0.1 . 14.5 2.5 6.1 0.9 4.9 2.0 0.42013 -1.3 -8.9 -2.5 . 8.1 4.5 -1.1 0.9 7.2 0.2 0.32014 -0.5 -8.6 2.2 . 5.5 3.1 1.2 1.6 7.6 1.6 0.82014 Jul. 0.0 -7.1 0.5 . 7.9 3.9 1.5 1.4 6.9 2.1 0.5

Ago. -0.3 -7.1 -0.2 . 7.4 3.6 1.4 1.4 6.9 2.1 0.6Set. -0.3 -6.9 -0.2 . 5.8 3.3 3.1 1.5 6.9 1.9 0.7Out. -0.6 -8.2 1.0 . 5.1 3.3 1.7 1.6 6.9 1.6 0.9Nov. -0.9 -8.5 0.9 . 4.6 2.9 1.4 1.6 7.1 1.7 0.8Dez. -0.5 -8.6 2.2 . 5.5 3.1 1.2 1.6 7.6 1.6 0.8

2.8 Taxas de câmbio efetivas 2)

(médias do período; índice: 1999 T1 = 100)

TCE-19 TCE-38

Nominal IPCreal

IPPreal

Deflator do PIB real

CUTITreal3)

CUTCEreal

Nominal IPCreal

1 2 3 4 5 6 7 82012 97.9 95.8 93.1 89.6 99.1 92.0 107.2 93.22013 101.7 99.2 96.6 92.6 102.5 94.6 112.2 96.52014 102.3 98.9 96.5 . . . 114.8 97.02014 T1 103.9 101.0 98.0 95.1 103.5 97.8 116.7 99.3

T2 103.9 100.5 98.0 94.7 102.9 97.8 116.2 98.2T3 101.7 98.2 95.9 92.2 100.2 95.4 113.8 96.0T4 99.6 96.1 94.1 . . . 112.6 94.4

2014 Set. 100.5 97.0 94.8 - - - 112.5 94.8Out. 99.6 96.1 94.1 - - - 112.0 94.2Nov. 99.6 96.1 94.2 - - - 112.3 94.3Dez. 99.7 96.0 94.2 - - - 113.4 94.9

2015 Jan. 95.9 92.2 91.1 - - - 109.3 91.1Fev. 94.0 90.2 89.4 - - - 107.4 89.3

Variação (%) face ao mês anterior2015 Fev. -2.0 -2.1 -1.8 - - - -1.8 -2.0

Variação (%) face ao ano anterior2015 Fev. -9.2 -10.4 -8.5 - - - -7.8 -9.9

Fonte: BCE.1) Sociedades de titularização.2) Para uma definição dos grupos de parceiros comerciais e outras informações, ver as Notas Gerais do Statistics Bulletin.3) As séries deflacionadas pelos CUTIT apenas se encontram disponíveis para o grupo de parceiros comerciais TCE-19.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 6

2.10 Balança de pagamentos da área do euro, balança financeira(EUR mil milhões, salvo indicação em contrário; saldos em fim de período; transações durante o período)

2.9 Taxas de câmbio bilaterais(médias do período; unidades de moeda nacional por euro)

Renminbi da China

Kuna da Croácia

Coroa checa

Coroa dinamarquesa

Forint da Hungria

Iene do Japão

Zlóti da Polónia

Libra esterlina

Leu da Roménia

Coroa sueca

Franco suíço

Dólar dos Estados Unidos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 122012 8.105 7.522 25.149 7.444 289.249 102.492 4.185 0.811 4.4593 8.704 1.205 1.2852013 8.165 7.579 25.980 7.458 296.873 129.663 4.197 0.849 4.4190 8.652 1.231 1.3282014 8.186 7.634 27.536 7.455 308.706 140.306 4.184 0.806 4.4437 9.099 1.215 1.3292014 T1 8.358 7.650 27.442 7.462 307.932 140.798 4.184 0.828 4.5023 8.857 1.224 1.370

T2 8.544 7.599 27.446 7.463 305.914 140.001 4.167 0.815 4.4256 9.052 1.219 1.371T3 8.173 7.623 27.619 7.452 312.242 137.749 4.175 0.794 4.4146 9.205 1.212 1.326T4 7.682 7.665 27.630 7.442 308.527 142.754 4.211 0.789 4.4336 9.272 1.205 1.250

2014 Set. 7.921 7.624 27.599 7.445 313.197 138.390 4.190 0.791 4.4095 9.193 1.208 1.290Out. 7.763 7.657 27.588 7.445 307.846 136.845 4.207 0.789 4.4153 9.180 1.208 1.267Nov. 7.641 7.670 27.667 7.442 306.888 145.029 4.212 0.791 4.4288 9.238 1.203 1.247Dez. 7.633 7.668 27.640 7.440 310.833 147.059 4.215 0.788 4.4583 9.404 1.203 1.233

2015 Jan. 7.227 7.688 27.895 7.441 316.500 137.470 4.278 0.767 4.4874 9.417 1.094 1.162Fev. 7.096 7.711 27.608 7.450 306.884 134.686 4.176 0.741 4.4334 9.490 1.062 1.135

Variação (%) face ao mês anterior2015 Fev. -1.8 0.3 -1.0 0.1 -3.0 -2.0 -2.4 -3.4 -1.2 0.8 -2.9 -2.3

Variação (%) face ao ano anterior2015 Fev. -14.6 0.7 0.6 -0.2 -1.1 -3.3 0.0 -10.3 -1.3 7.0 -13.1 -16.9

Total1) Investimento direto Investimento de carteira Derivados financeiros

líquidos

Outro investimento Ativos de reserva

Por memória: dívida externa

bruta Ativo Passivo Líquido Ativo Passivo Ativo Passivo Ativo Passivo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Saldos (posição de investimento internacional)

2013 T4 17 765.8 19 107.1 -1 341.3 7 229.4 5 550.2 5 659.0 9 051.8 -64.8 4 400.0 4 503.5 542.1 11 313.12014 T1 18 191.9 19 456.3 -1 264.4 7 344.9 5 502.6 5 747.5 9 304.4 -49.4 4 578.4 4 649.4 570.6 11 535.4

T2 18 708.6 19 747.6 -1 039.0 7 465.3 5 522.1 6 037.4 9 609.6 -43.5 4 666.5 4 615.9 583.1 11 638.9T3 19 457.8 20 391.7 -933.9 7 643.0 5 603.7 6 407.6 9 967.0 -77.1 4 887.3 4 820.9 597.0 11 959.0

Saldos em percentagem do PIB2014 T3 194.0 203.3 -9.3 76.2 55.9 63.9 99.4 -0.8 48.7 48.1 6.0 119.2

Transações2014 T1 327.3 266.7 60.6 12.3 -8.7 72.7 125.3 5.5 234.2 150.1 2.5 -

T2 212.5 132.8 79.7 -14.9 -13.8 157.1 200.2 16.1 53.7 -53.7 0.4 -T3 182.0 113.3 68.6 56.1 28.4 114.6 38.1 16.1 -3.5 46.8 -1.3 -T4 9.2 -129.7 138.9 -2.8 -23.8 96.9 -37.5 5.6 -93.4 -68.4 2.9 -

2014 Jul. 89.0 70.5 18.5 16.7 7.3 20.4 6.2 3.2 49.3 57.0 -0.7 -Ago. 33.0 34.0 -0.9 11.3 13.8 27.4 24.4 3.5 -10.4 -4.2 1.2 -Set. 59.9 8.9 51.0 28.1 7.4 66.7 7.5 9.5 -42.4 -6.0 -1.9 -Out. -0.2 -36.3 36.0 10.0 9.1 16.3 -31.1 0.7 -28.2 -14.3 1.0 -Nov. 147.9 68.4 79.5 17.0 -11.5 45.9 34.5 3.4 80.8 45.4 0.8 -Dez. -138.5 -161.8 23.3 -29.8 -21.4 34.7 -40.9 1.6 -146.0 -99.5 1.1 -

Transações acumuladas de 12 meses2014 Dez. 730.9 383.1 347.8 50.8 -17.8 441.3 326.2 43.4 190.9 74.8 4.5 -

Transações acumuladas de 12 meses em percentagem do PIB2014 Dez. 7.3 3.8 3.5 0.5 -0.2 4.4 3.3 0.4 1.9 0.7 0.0 -

Fonte: BCE.1) Os derivados financeiros líquidos são incluídos no total do ativo.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 E 7

3 ATIVIDADE ECONÓMICA 3.1 PIB e componentes da despesa 1)

(dados trimestrais corrigidos de sazonalidade; dados anuais não corrigidos)

3.2 Valor acrescentado por atividade económica 1)

(dados trimestrais corrigidos de sazonalidade; dados anuais não corrigidos)

PIB

Total Procura interna Saldo externo

Total Consumo privado

Consumo público

Formação bruta de capital fixo Variação de existências

Total Expor-tações

Impor-taçõesConstrução

- totalMáquinas

- totalProdutos de

propriedade intelectual

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Preços correntes (EUR mil milhões)

2011 9 799.5 9 661.0 5 512.0 2 052.0 2 029.8 1 066.0 604.5 350.1 67.1 138.5 4 098.1 3 959.62012 9 857.7 9 596.5 5 542.3 2 065.3 1 988.1 1 039.8 581.4 357.4 0.7 261.2 4 279.9 4 018.72013 9 939.4 9 598.5 5 566.7 2 096.0 1 948.6 1 009.2 569.3 359.7 -12.8 340.8 4 355.3 4 014.52013 T4 2 502.8 2 411.3 1 398.3 525.7 492.9 254.5 145.6 90.4 -5.6 91.4 1 102.2 1 010.82014 T1 2 518.1 2 424.4 1 403.1 529.2 494.9 255.8 144.5 91.2 -2.9 93.7 1 102.9 1 009.2

T2 2 523.9 2 427.8 1 409.5 530.6 491.7 251.2 145.3 91.8 -4.1 96.1 1 116.3 1 020.2T3 2 530.8 2 433.3 1 417.0 535.4 491.8 251.0 145.3 92.2 -10.8 97.5 1 131.1 1 033.6

em percentagem do PIB2011 100.0 98.6 56.2 20.9 20.7 10.9 6.2 3.6 0.7 1.4 - -2012 100.0 97.4 56.2 21.0 20.2 10.6 5.9 3.6 0.0 2.7 - -2013 100.0 96.6 56.0 21.1 19.6 10.2 5.7 3.6 -0.1 3.5 - -

Volumes encadeados (preços do ano anterior)taxas de variação trimestrais em cadeia (%)

2014 T1 0.3 0.1 0.2 0.1 0.3 0.5 -0.2 0.6 - - 0.4 0.0T2 0.1 0.0 0.3 0.3 -0.6 -1.7 0.6 0.2 - - 1.4 1.3T3 0.2 0.2 0.5 0.3 -0.3 -0.6 -0.3 0.2 - - 1.3 1.4T4 0.3 . . . . . . . - - . .

contributos para as taxas de variação trimestrais em cadeia (%) do PIB; pontos percentuais2014 T1 0.3 0.1 0.1 0.0 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.2 - -

T2 0.1 0.0 0.2 0.1 -0.1 -0.2 0.0 0.0 -0.1 0.1 - -T3 0.2 0.1 0.3 0.1 -0.1 -0.1 0.0 0.0 -0.1 0.0 - -T4 0.3 . . . . . . . . . - -

Valor acrescentado bruto (preços de base) Impostos líquidos

de subsídios sobre

produtos

Total Agricultura, silvicultura

e pesca

Indústriatransformadora,

energia e serviços básicos

Cons-trução

Comércio, transportes, serviços de alojamento

e restauração

Informação e comuni-

cação

Atividades financeiras

e de seguros

Atividadesimobi liárias

Serviços profissionais, empresariais

e de apoio

Administração pública,

educação, saúde e ação social

Atividades artísticas, de

espetáculos e outros serviços

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Preços correntes (EUR mil milhões)

2011 8 809.7 147.8 1 719.5 486.7 1 672.6 407.8 435.3 1 009.4 919.9 1 699.2 311.4 989.82012 8 863.7 152.2 1 726.7 474.0 1 681.4 410.7 439.7 1 014.9 928.5 1 718.2 317.3 994.02013 8 930.7 155.7 1 736.3 465.0 1 689.0 401.9 439.1 1 032.1 941.8 1 748.5 321.3 1 008.62013 T4 2 248.4 38.6 438.1 117.2 424.8 100.6 110.3 259.9 237.7 440.1 81.0 254.32014 T1 2 262.5 38.5 438.2 118.3 427.0 100.6 113.0 262.0 238.9 444.3 81.4 255.8

T2 2 264.7 37.9 439.7 116.3 427.6 100.3 114.1 263.3 240.0 444.0 81.4 259.1T3 2 271.7 36.7 440.2 116.1 430.0 100.0 113.8 264.0 241.9 446.8 82.2 258.8

percentagem do valor acrescentado2011 100.0 1.7 19.5 5.5 19.0 4.6 4.9 11.5 10.4 19.3 3.5 -2012 100.0 1.7 19.5 5.4 19.0 4.6 5.0 11.4 10.5 19.4 3.6 -2013 100.0 1.7 19.5 5.2 18.9 4.5 4.9 11.5 10.5 19.6 3.6 -

Volumes encadeados (preços do ano anterior)taxas de variação trimestrais em cadeia (%)

2013 T4 0.3 1.6 0.5 0.2 0.3 0.0 -0.1 0.3 -0.1 0.3 -0.3 0.22014 T1 0.4 2.0 -0.1 0.7 0.7 -0.8 0.8 0.2 0.5 0.4 0.4 0.0

T2 0.0 -0.6 0.2 -1.7 0.1 -0.3 -0.7 0.2 0.2 0.1 -0.4 1.0T3 0.2 0.7 0.1 -0.6 0.5 0.2 0.1 0.3 0.4 0.1 0.5 -0.4

contributos para as taxas de variação trimestrais em cadeia (%) do valor acrescentado; pontos percentuais2013 T4 0.3 0.0 0.1 0.0 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 -2014 T1 0.4 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 0.0 0.0 0.1 0.1 0.0 -

T2 0.0 0.0 0.0 -0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 -T3 0.2 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 -

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.1) Os dados referem-se ao Euro 19, à exceção das colunas 6 a 8 do Quadro 3.1, em que se referem ao Euro 18.

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 8

3.3 Estatísticas conjunturais das empresasProdução industrial 1) Produção

na cons-trução 1)

Indicador do BCE

das novas encomendas

na indústria 1)

Vendas no comércio a retalho Registos de automóveis

novos de passageiros

Total (excluindo a construção)

Grandes Agrupamentos Industriais Total Produtos alimentares,

bebidas e tabaco

Produtos não

alimentares

Combus-tíveis

Indústria transforma-

dora

Bens intermédios

Bens de investi-

mento

Bens de consumo

Produtos energéticos

% do total em 2010 100.0 86.0 33.6 29.2 22.5 14.7 100.0 100.0 100.0 39.3 51.5 9.1 100.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13taxas de variação homólogas (%)

2012 -2.5 -2.7 -4.5 -1.1 -2.5 -0.4 -5.0 -3.8 -1.6 -1.3 -1.5 -5.0 -11.02013 -0.7 -0.7 -1.0 -0.6 -0.4 -0.8 -2.8 -0.1 -0.8 -1.0 -0.6 -1.0 -4.42014 0.6 1.6 1.1 1.5 2.5 -5.4 2.2 3.2 1.3 0.3 2.4 0.3 3.72014 T1 1.2 3.1 3.1 4.0 2.5 -9.3 6.7 4.3 0.9 -0.5 2.3 0.8 5.1

T2 0.9 1.7 1.4 0.9 3.5 -5.2 3.8 3.9 1.4 1.1 2.0 -0.4 3.9T3 0.5 1.1 0.4 1.4 1.8 -3.5 -0.3 2.2 0.8 -0.3 2.0 -0.6 4.1T4 -0.1 0.5 -0.6 0.0 2.3 -3.1 -0.7 2.5 2.1 0.7 3.3 1.4 1.6

2014 Ago. -0.6 0.0 0.1 -2.2 2.4 -3.0 1.5 0.9 1.5 -0.5 3.6 -0.3 4.1Set. 0.1 0.7 -0.6 1.5 0.9 -3.2 -2.4 1.2 0.4 0.7 0.3 0.4 2.5Out. 0.6 1.1 -0.7 1.4 3.1 -2.3 0.3 3.9 1.5 0.1 2.5 1.0 4.4Nov. -0.8 0.1 -1.0 -1.2 3.0 -5.5 0.5 1.5 1.5 -0.3 3.2 0.2 0.4Dez. -0.2 0.2 -0.2 -0.3 0.6 -1.7 -3.5 2.3 3.1 2.0 3.9 2.8 0.0

2015 Jan. . . . . . . . . 3.7 2.2 5.0 6.1 11.0taxas de variação mensais em cadeia (%) (c.s.)

2014 Ago. -1.2 -1.4 -1.1 -3.3 0.2 1.1 0.6 -2.1 0.7 0.2 1.0 0.9 -0.1Set. 0.5 0.5 -0.3 2.2 -0.9 0.3 -1.3 1.3 -0.9 0.4 -1.7 -0.2 -1.3Out. 0.3 0.5 0.2 0.0 1.5 -1.1 1.0 0.9 0.6 -0.2 0.9 0.5 3.0Nov. 0.1 0.2 0.1 -0.3 0.7 -0.8 -0.5 -1.2 0.6 0.2 1.2 0.4 -2.5Dez. 0.0 0.0 1.1 0.2 -1.6 0.9 -0.8 2.5 0.4 0.2 0.2 1.9 5.4

2015 Jan. . . . . . . . . 1.1 1.0 1.2 3.2 2.6

Por situação na profissão

Por atividade económica

Total Trabalha-dores por conta de

outrem

Trabalha- dores por

conta própria

Agricultura, silvicultura

e pesca

Indústria transfor- madora,

energia e serviços básicos

Cons trução Comércio, transportes, serviços de

alojamento e restau ração e similares

Informação e comuni-

cação

Atividades financeiras

e de seguros

Atividades imobi-liárias

Serviços profissionais, empresariais

e de apoio

Administração pública,

educação, saúde e ação

social

Atividades artísticas, de espetáculos

e outros serviços

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13Pessoas empregadas

em percentagem do total de pessoas empregadas2011 100.0 85.0 15.0 3.5 15.4 6.7 24.9 2.7 2.7 1.0 12.5 23.7 6.92012 100.0 85.0 15.0 3.4 15.4 6.4 24.9 2.7 2.7 1.0 12.7 23.8 7.02013 100.0 85.0 15.0 3.4 15.3 6.2 24.9 2.7 2.7 1.0 12.8 24.0 7.0

taxas de variação homólogas (%)2011 0.1 0.2 -0.1 -2.2 0.0 -3.6 0.5 1.2 -0.7 0.6 2.5 0.0 0.02012 -0.5 -0.5 -0.3 -1.4 -0.7 -4.5 -0.5 0.8 -0.4 -0.1 0.5 -0.1 0.62013 -0.8 -0.7 -1.1 -1.4 -1.3 -4.4 -0.7 0.1 -1.1 -1.1 0.3 -0.2 -0.12013 T4 -0.4 -0.3 -0.8 0.4 -1.0 -3.1 -0.2 -0.1 -0.9 -0.4 0.7 0.1 -1.12014 T1 0.0 0.2 -0.6 0.8 -0.7 -2.6 0.2 0.3 -0.9 0.7 1.0 0.5 0.1

T2 0.4 0.7 -1.1 -0.5 0.2 -2.3 0.8 0.6 -1.2 0.3 1.9 0.5 0.4T3 0.6 0.9 -1.0 -0.7 0.3 -1.7 1.2 1.1 -1.1 0.0 1.8 0.4 1.0

Horas trabalhadasem percentagem do total de horas trabalhadas (%)

2011 100.0 80.1 19.9 4.4 15.8 7.6 25.9 2.7 2.7 1.0 12.3 21.3 6.22012 100.0 80.0 20.0 4.4 15.7 7.2 25.8 2.8 2.8 1.0 12.4 21.6 6.32013 100.0 80.1 19.9 4.4 15.7 6.9 25.8 2.8 2.8 1.0 12.5 21.7 6.3

taxas de variação homólogas (%)2011 0.3 0.4 -0.3 -2.2 0.8 -3.6 0.4 1.3 -0.2 0.4 2.6 0.3 0.12012 -1.6 -1.6 -1.3 -2.5 -2.0 -6.4 -1.9 0.4 -0.8 -1.1 -0.3 -0.5 -0.32013 -1.2 -1.2 -1.2 -0.8 -1.3 -5.1 -1.2 0.1 -1.5 -2.2 -0.4 -0.5 -0.62013 T4 -0.3 -0.3 -0.4 1.6 -0.2 -3.1 -0.4 0.7 -0.8 -1.7 0.3 -0.1 -1.12014 T1 0.6 0.7 0.2 2.0 0.9 -1.3 0.6 0.6 -0.4 0.5 0.9 1.0 0.4

T2 0.3 0.6 -1.3 0.0 0.2 -2.5 0.5 0.7 -1.6 -0.3 1.3 0.6 -0.2T3 0.5 0.9 -1.0 0.1 0.6 -2.1 1.1 1.1 -1.3 -0.7 1.4 0.3 0.4

Horas trabalhadas por pessoa empregadataxas de variação homólogas (%)

2011 0.1 0.2 -0.3 -0.1 0.8 0.0 -0.1 0.1 0.5 -0.3 0.1 0.3 0.02012 -1.1 -1.1 -1.0 -1.1 -1.3 -2.0 -1.4 -0.4 -0.5 -1.1 -0.8 -0.3 -0.92013 -0.4 -0.5 -0.1 0.7 0.1 -0.8 -0.6 0.0 -0.3 -1.1 -0.6 -0.3 -0.52013 T4 0.1 0.0 0.4 1.3 0.8 0.0 -0.1 0.8 0.1 -1.4 -0.4 -0.2 0.02014 T1 0.6 0.6 0.8 1.1 1.6 1.4 0.4 0.3 0.5 -0.3 -0.1 0.5 0.3

T2 -0.2 -0.1 -0.2 0.5 0.1 -0.3 -0.2 0.1 -0.3 -0.6 -0.5 0.1 -0.6T3 -0.1 0.0 0.0 0.8 0.3 -0.4 -0.1 0.0 -0.2 -0.7 -0.4 -0.1 -0.5

Fontes: Eurostat, cálculos do BCE, estatísticas experimentais do BCE (Quadro 3.3, coluna 8) e Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (Quadro 3.3, coluna 13).1) Os dados referem-se ao Euro 19. Os dados do emprego baseiam-se no SEC 2010.

3.4 Emprego 1)

(dados trimestrais corrigidos de sazonalidade; dados anuais não corrigidos)

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015 E 9

População ativa,

milhões1)

Subem prego, % da

população ativa1)

Desemprego Taxa de postos de trabalho

por preencher2)

Total Desemprego de longa

duração% da

população ativa1)

Por idade Por sexo

Milhões % da população

ativa

Adultos Jovens Homens Mulheres

Milhões % da população

ativa

Milhões % da população

ativa

Milhões % da população

ativa

Milhões % da população

ativa

% do total de postos

% do total em 2013 100.00 81.3 18.7 53.6 46.4

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 142012 159.689 3.9 18.177 11.4 5.3 14.617 10.1 3.560 23.6 9.752 11.2 8.425 11.5 1.62013 159.668 4.3 19.206 12.0 5.9 15.612 10.7 3.593 24.3 10.292 11.9 8.914 12.1 1.52014 . . 18.572 11.6 . 15.157 10.4 3.415 23.7 9.871 11.4 8.701 11.8 .2014 T1 159.224 4.4 18.844 11.8 6.3 15.345 10.5 3.498 24.1 10.091 11.7 8.753 11.9 1.7

T2 159.538 4.4 18.594 11.6 6.0 15.179 10.4 3.414 23.7 9.904 11.5 8.690 11.8 1.6T3 159.973 4.2 18.509 11.5 5.8 15.118 10.3 3.390 23.6 9.782 11.3 8.727 11.8 1.6T4 . . 18.342 11.4 . 14.986 10.2 3.356 23.3 9.708 11.2 8.634 11.6 .

2014 Ago. - - 18.468 11.5 - 15.082 10.3 3.385 23.6 9.741 11.3 8.727 11.8 -Set. - - 18.455 11.5 - 15.078 10.3 3.377 23.4 9.770 11.3 8.684 11.7 -Out. - - 18.419 11.5 - 15.049 10.3 3.370 23.4 9.767 11.3 8.652 11.7 -Nov. - - 18.408 11.4 - 15.025 10.3 3.383 23.4 9.733 11.2 8.675 11.7 -Dez. - - 18.199 11.3 - 14.883 10.2 3.316 23.1 9.623 11.1 8.576 11.6 -

2015 Jan. - - 18.059 11.2 - 14.778 10.1 3.281 22.9 9.567 11.1 8.492 11.4 -

Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores (saldos de respostas extremas, salvo indicação em contrário)

Inquéritos aos Gestores de Compras (índices de difusão)

Indicador de sentimento económico

(média a longo prazo

= 100)

Indústria transformadora Indicador de confiança dos consumidores

Indicador de confiança na

construção

Indicador de confiança no

comércio a retalho

Setor dos serviços Índice de Gestores de

Compras para a indús tria

trans for-madora

Produção na indústria

transfor-madora

Atividade econó-

mica nos serviços

Produto compósitoIndicador de

confiança na indústria

Utilização da capacidade

produtiva (%)

Indicador de confiança nos serviços

Utilização da capacidade

produtiva (%)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 121999-2013 100.2 -6.1 80.7 -12.7 -13.9 -8.8 6.5 - 51.0 52.4 52.9 52.72012 90.5 -11.7 78.5 -22.1 -27.7 -15.1 -6.8 86.6 46.2 46.3 47.6 47.22013 93.6 -9.3 78.3 -18.6 -29.4 -12.4 -6.1 86.9 49.6 50.6 49.3 49.72014 101.3 -4.2 79.9 -10.0 -28.0 -3.9 3.8 87.4 51.8 53.3 52.5 52.72014 T1 101.5 -3.5 79.8 -11.2 -28.6 -3.0 3.4 87.2 53.4 55.9 52.1 53.1

T2 102.2 -3.6 79.7 -7.7 -30.3 -2.2 3.9 87.3 52.4 54.5 53.1 53.4T3 100.8 -4.8 80.0 -9.9 -27.8 -4.6 3.3 87.6 50.9 51.6 53.2 52.8T4 100.7 -4.8 80.3 -11.2 -25.2 -5.8 4.8 87.7 50.4 51.2 51.7 51.5

2014 Set. 99.9 -5.5 - -11.4 -27.4 -7.2 3.2 - 50.3 51.0 52.4 52.0Out. 100.7 -5.0 80.0 -11.1 -24.4 -6.3 4.4 87.8 50.6 51.5 52.3 52.1Nov. 100.7 -4.3 - -11.6 -26.1 -5.9 4.4 - 50.1 51.2 51.1 51.1Dez. 100.6 -5.2 - -10.9 -25.2 -5.2 5.6 - 50.6 50.9 51.6 51.4

2015 Jan. 101.4 -4.8 80.7 -8.5 -26.5 -3.6 4.8 87.5 51.0 52.1 52.7 52.6Fev. 102.1 -4.7 - -6.7 -26.5 -2.1 4.5 - 51.0 52.1 53.7 53.3

Fontes: Eurostat, cálculos do BCE, Comissão Europeia (Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros) (Quadro 3.6, colunas 1-8) e Markit (Quadro 3.6, colunas 9-12).1) Dados não corrigidos de sazonalidade. Os dados referem-se ao Euro 19. 2) A taxa de postos de trabalho por preencher é igual ao número de postos de trabalho por preencher dividido pela soma do número de postos de trabalho ocupados e o número de

postos de trabalho por preencher, expressa em percentagem.

3.5 População ativa, desemprego e postos de trabalho por preencher(dados corrigidos de sazonalidade, salvo indicação em contrário)

3.6 Inquéritos de opinião(dados corrigidos de sazonalidade)

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 10

3.7 Síntese das contas das famílias e das sociedades não financeiras(preços correntes, salvo indicação em contrário; dados não corrigidos de sazonalidade)

Famílias Sociedades não financeiras

Rácio de poupança

(bruto)1)

Rácio da

dívida

Rendimento disponível bruto real

Investimento financeiro

Investimento não financeiro

(bruto)

Patri-mónio

líquido2)

Patri-mónio imobi-

liário

Participação nos lucros3)

Rácio de poupança (líquido)

Rácio da dívida4)

Investimento financeiro

Investimento não financeiro

(bruto)

Financia-mento

Percentagem do rendimento disponível

bruto (corrigido)

Taxas de variação homólogas (%)

Percentagem do valor acrescentado líquido

Percentagem do PIB

Taxas de variação homólogas (%)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132011 13.0 97.8 -0.1 1.9 1.7 1.8 1.1 33.4 3.5 . 3.2 9.9 2.02012 12.9 97.4 -1.6 1.8 -3.7 0.3 -2.2 31.2 1.5 133.5 1.0 -4.8 0.82013 13.1 96.1 -0.5 1.3 -3.9 0.0 -2.3 30.6 2.3 130.2 1.5 -3.1 0.72013 T4 13.1 96.1 1.0 1.3 -4.4 0.4 -2.3 30.6 2.3 130.2 1.5 -0.1 0.72014 T1 13.1 95.5 0.5 1.4 3.3 1.9 -1.0 31.0 2.4 129.4 1.7 2.1 0.8

T2 13.0 95.5 0.4 1.5 0.0 2.9 -0.1 31.0 2.2 130.3 2.0 -0.5 1.0T3 13.1 94.9 1.6 1.5 0.3 2.7 0.3 31.3 2.3 129.6 1.7 -0.9 0.9

3.8 Balança de pagamentos da área do euro, balança corrente e balança de capital(EUR mil milhões; dados corrigidos de sazonalidade salvo indicação em contrário; transações)

Balança corrente Balança de capital5)

Total Bens Serviços Rendimento primário Rendimento secundário

Crédito Débito Saldo Crédito Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito Débito

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132014 T1 817.6 758.6 59.0 476.7 424.1 168.9 144.3 150.4 132.3 21.6 57.9 9.3 3.4

T2 829.0 771.1 57.8 484.8 426.7 170.7 150.9 152.1 132.6 21.4 61.0 7.5 3.4T3 829.0 762.9 66.1 488.5 424.0 170.7 154.0 147.3 132.3 22.5 52.6 6.5 2.4T4 828.2 771.0 57.3 494.2 427.5 176.2 158.5 134.8 125.0 23.1 60.0 11.4 4.9

2014 Jul. 274.1 256.6 17.5 161.8 142.2 57.7 52.2 47.4 43.2 7.2 19.0 2.6 0.9Ago. 265.9 248.1 17.8 154.5 134.9 55.9 50.5 47.9 44.7 7.5 17.9 2.3 0.8Set. 289.1 258.3 30.8 172.2 146.9 57.1 51.3 52.0 44.4 7.8 15.6 1.7 0.8Out. 277.7 258.1 19.6 164.0 145.7 58.7 52.8 47.2 41.9 7.8 17.7 2.8 1.1Nov. 272.8 253.0 19.9 161.0 140.8 59.3 51.4 44.7 39.7 7.8 21.1 3.4 1.2Dez. 277.7 259.9 17.8 169.2 141.0 58.2 54.3 42.9 43.3 7.5 21.2 5.2 2.6

transações acumuladas de 12 meses2014 Dez. 3 303.8 3 063.6 240.2 1 944.1 1 702.3 686.4 607.8 584.7 522.1 88.6 231.5 34.7 14.1

transações acumuladas de 12 meses em percentagem do PIB2014 Dez. 32.9 30.5 2.4 19.4 17.0 6.8 6.1 5.8 5.2 0.9 2.3 0.3 0.1

3.9 Comércio externo de bens da área do euro6), valores e volumes por grupo de produtos7)

(dados corrigidos de sazonalidade, salvo indicação em contrário)

Total (n.c.s.) Exportações (f.o.b.) Importações (c.i.f.)

Exporta-ções

Importa-ções

Total Por memória:Indústria trans-

formadora

Total Por memória:

Bens intermédios

Bens de investimento

Bens de consumo

Bens intermédios

Bens de investimento

Bens de consumo

Indústria transformadora

Petróleo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13Valores (EUR mil milhões; taxas de variação homólogas (%) para as colunas 1 e 2)

2014 T1 1.3 0.2 479.8 235.1 95.5 136.9 389.9 437.7 272.4 60.8 96.4 277.9 79.3T2 0.8 0.3 480.4 234.3 96.3 137.6 395.2 437.4 270.4 60.6 98.6 281.0 77.3T3 3.0 0.4 484.3 235.5 96.5 138.6 396.7 437.3 268.5 60.9 100.1 285.6 74.4T4 4.3 -0.5 494.8 . . . 406.0 429.8 . . . 287.6 .

2014 Jul. 2.9 1.0 160.7 78.2 32.1 46.5 131.4 147.6 91.3 20.5 33.4 96.3 25.6Ago. -3.1 -4.3 158.4 77.6 30.6 44.9 129.6 142.8 87.4 19.5 33.0 91.8 24.4Set. 8.6 4.2 165.2 79.6 33.8 47.1 135.7 146.9 89.8 20.9 33.7 97.4 24.4Out. 4.1 -0.2 165.0 79.4 33.7 47.7 134.5 144.9 87.8 20.6 33.8 96.3 23.9Nov. 0.9 -2.2 165.8 77.9 33.4 48.1 136.1 144.2 86.3 20.2 33.5 95.2 22.4Dez. 8.1 1.0 164.0 . . . 135.4 140.7 . . . 96.2 .

Índices de volumes (2000=100; taxas de variação homólogas (%) para as colunas 1 e 2)2014 T1 1.6 2.6 114.8 113.3 114.6 117.0 114.2 100.7 101.1 98.1 99.6 101.8 94.7

T2 0.8 2.4 114.8 113.2 114.3 117.5 115.6 101.7 101.8 98.4 102.4 103.5 93.2T3 1.2 2.0 114.4 112.6 114.1 116.2 114.5 101.2 101.1 98.7 101.9 103.6 91.1T4 . . . . . . . . . . . . .

2014 Jul. 1.2 2.3 114.3 112.5 114.3 117.3 114.2 102.9 102.6 103.3 102.5 106.2 91.2Ago. -4.5 -2.7 112.4 111.2 108.5 113.6 112.3 99.3 99.1 94.1 100.6 99.8 90.1Set. 6.5 6.0 116.7 114.0 119.5 117.6 117.0 101.5 101.7 98.6 102.5 104.9 92.0Out. 2.3 0.8 116.5 113.7 118.9 119.4 115.6 100.4 100.6 96.1 101.3 102.5 95.4Nov. -0.6 -1.1 117.2 111.8 117.1 120.9 116.5 101.3 100.8 96.8 99.7 101.8 96.5Dez. . . . . . . . . . . . . .

Fontes: BCE e Eurostat.1) Com base em somas acumuladas de quatro trimestres de poupança e rendimento disponível bruto (corrigidas da variação da participação líquida das famílias nas provisões de

fundos de pensões).2) Ativos financeiros (líquidos de passivos financeiros) e ativos não financeiros. Os ativos não financeiros consistem sobretudo em património imobiliário (estruturas residenciais e terrenos). Incluem também ativos não financeiros de empresas não constituídas em sociedade no setor das famílias.3) A participação nos lucros utiliza o rendimento empresarial líquido, o que, em contabilidade das empresas, equivale, no geral, aos lucros correntes.4) Com base no saldo de empréstimos, títulos de dívida, créditos comerciais e responsabilidades de regimes de pensões.5) A balança de capital não é corrigida de sazonalidade.6) As diferenças entre a balança da BdP do BCE (Quadro 3.8) e o comércio de bens do Eurostat (Quadro 3.9) devem-se sobretudo a definições diferentes.7) Grupos de produtos de acordo com a classificação nas Grandes Categorias Económicas.

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E 11BCE

Boletim EconómicoNúmero 2 / 2015

4.1 Índice Harmonizado de Preços no Consumidor 1)

(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

Total Total (c.s.; variação em percentagem face ao período anterior) Por memória:Preços administrados

Índice: 2005 =

100

Total Bens Serviços Total Produtos alimentares

transfor-mados

Produtos alimentares

não transfor-mados

Produtos in-dustriais não

energéticos

Produtos energéticos

(n.c.s.)

Serviços IHPC totalexcluindo

preçosadminis-

trados

Preços admi-

nistradosTotal excl. produtos alimentares e

produtos energéticos

% do totalem 2015 100.0 100.0 69.7 56.5 43.5 100.0 12.2 7.5 26.3 10.6 43.5 87.1 12.9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132012 115.6 2.5 1.5 3.0 1.8 - - - - - - 2.3 3.82013 117.2 1.4 1.1 1.3 1.4 - - - - - - 1.2 2.12014 117.7 0.4 0.8 -0.2 1.2 - - - - - - 0.2 1.92014 T1 117.2 0.7 0.8 0.3 1.2 0.2 0.4 0.0 0.0 0.0 0.3 0.5 2.0

T2 118.2 0.6 0.8 0.0 1.3 0.0 0.1 -1.0 -0.1 -0.3 0.3 0.3 2.2T3 117.7 0.4 0.8 -0.3 1.2 0.2 0.1 0.2 0.1 -0.4 0.4 0.2 1.6T4 117.8 0.2 0.7 -0.6 1.2 -0.2 0.0 0.5 -0.1 -3.0 0.2 -0.1 1.7

2014 Set. 118.1 0.3 0.8 -0.3 1.1 0.0 0.1 0.5 0.0 0.1 0.0 0.1 1.5Out. 118.0 0.4 0.7 -0.2 1.2 -0.1 0.0 0.1 -0.1 -0.9 0.0 0.2 1.7Nov. 117.8 0.3 0.7 -0.4 1.2 -0.1 -0.1 0.1 0.0 -1.4 0.1 0.1 1.7Dez. 117.7 -0.2 0.7 -1.2 1.2 -0.3 0.1 -0.4 0.0 -3.3 0.0 -0.4 1.6

2015 Jan. 115.8 -0.6 0.6 -1.8 1.0 -0.4 0.0 0.0 0.0 -3.2 -0.1 -0.9 1.2Fev.2) 116.5 -0.3 0.6 . 1.1 . . . . 1.6 . . .

Bens Serviços

Produtos alimentares(incl. bebidas alcoólicas e tabaco)

Produtos industriais Habitação Transportes Comunicações Recreativos e pessoais

Diversos

Total Transformados Nãotransformados

Total Produtos industriais não energéticos

Energéticos Rendas

% do totalem 2015 19.7 12.2 7.5 36.9 26.3 10.6 10.7 6.4 7.3 3.1 14.8 7.5

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 252012 3.1 3.1 3.0 3.0 1.2 7.6 1.8 1.5 2.9 -3.2 2.2 2.02013 2.7 2.2 3.5 0.6 0.6 0.6 1.7 1.5 2.4 -4.2 2.2 0.72014 0.5 1.2 -0.8 -0.5 0.1 -1.9 1.7 1.4 1.7 -2.8 1.5 1.32014 T1 1.4 1.8 0.7 -0.3 0.3 -1.9 1.8 1.4 1.6 -2.7 1.3 1.2

T2 0.2 1.5 -1.8 -0.1 0.0 -0.4 1.8 1.4 1.8 -2.8 1.6 1.3T3 -0.1 1.0 -2.0 -0.4 0.1 -1.8 1.7 1.3 1.7 -3.1 1.5 1.3T4 0.3 0.7 -0.3 -1.1 -0.1 -3.6 1.6 1.4 1.6 -2.6 1.4 1.4

2014 Set 0.3 1.0 -0.9 -0.6 0.2 -2.3 1.6 1.4 1.5 -3.3 1.5 1.3Out. 0.5 0.8 0.0 -0.6 -0.1 -2.0 1.6 1.4 1.5 -2.6 1.5 1.4Nov. 0.5 0.6 0.2 -0.8 -0.1 -2.6 1.6 1.4 1.4 -2.5 1.3 1.4Dez. 0.0 0.5 -1.0 -1.8 0.0 -6.3 1.5 1.4 1.9 -2.6 1.4 1.4

2015 Jan. -0.1 0.4 -0.8 -2.8 -0.1 -9.3 1.4 1.4 1.4 -2.1 1.2 1.0Fev.2) 0.5 0.5 0.5 . -0.2 -7.9 . . . . . .

4.2 Preços da produção industrial, construção e edifícios(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

Preços da produção industrial excluindo construção Cons-trução3)

Preços dos edifícios residen-ciais 3), 4)

Indicador experimental

dos preços dos edifícios

comerciais3), 4)

Total (índice:

2010 = 100)

Total Indústria excluindo construção e produtos energéticos Produtos energé ticos Indústria

transfor-madora

Total Bensintermédios

Bens de investi mento

Bens de consumo

Total Prod. alimentares, bebidas e tabaco

Produtos não alimentares

% do total em 2010 100.0 100.0 78.0 72.1 29.3 20.0 22.7 13.8 8.9 27.9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132012 108.7 2.8 2.0 1.4 0.7 1.0 2.5 3.6 0.9 6.6 1.7 -1.7 0.42013 108.5 -0.2 -0.1 0.4 -0.6 0.6 1.7 2.7 0.3 -1.6 0.6 -2.0 -1.32014 107.0 -1.4 -0.8 -0.2 -1.1 0.4 0.4 -0.8 0.4 -4.4 . . .2014 T1 107.7 -1.5 -1.0 -0.4 -1.8 0.3 0.9 -0.4 0.3 -4.1 0.2 -0.6 .

T2 107.2 -1.0 -0.3 -0.1 -1.2 0.3 0.9 -0.3 0.5 -3.1 0.2 0.1 .T3 106.9 -1.4 -0.5 0.0 -0.6 0.5 0.2 -1.0 0.4 -4.5 0.4 0.5 .T4 106.1 -1.8 -1.5 -0.2 -0.7 0.6 -0.3 -1.6 0.4 -5.8 . . .

2014 Ago. 106.7 -1.4 -0.6 -0.1 -0.6 0.4 0.3 -1.0 0.4 -5.0 - - -Set. 106.9 -1.4 -0.7 0.0 -0.5 0.6 -0.1 -1.4 0.3 -4.6 - - -Out. 106.6 -1.3 -0.8 -0.1 -0.4 0.6 -0.3 -1.5 0.4 -4.1 - - -Nov. 106.3 -1.5 -1.2 -0.1 -0.5 0.6 -0.3 -1.5 0.3 -4.9 - - -Dez. 105.3 -2.6 -2.4 -0.4 -1.0 0.6 -0.4 -1.7 0.3 -8.3 - - -

2015 Jan. 104.3 -3.4 -3.4 -0.7 -1.6 0.7 -0.9 -1.8 0.1 -10.2 - - -Fontes: Eurostat, cálculos do BCE, cálculos do BCE com base em dados do Investment Property Databank (IPD) e fontes nacionais (Quadro 4.2, coluna 13).1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) Estimativa baseada em dados nacionais provisórios que geralmente abrangem cerca de 95% da área do euro, assim como em dados iniciais sobre os preços dos produtos energéticos.3) Os dados referem-se ao Euro 19.4) Dados experimentais com base em fontes não harmonizadas (para mais pormenores, consultar http://www.ecb.europa.eu/stats/intro/html/experiment.en.html).

4 PREÇOS E CUSTOS

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E 12BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015

4.3 Preços das matérias-primas e deflatores do PIB(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

4.4 Inquéritos de opinião relacionados com os preços(dados corrigidos de sazonalidade)

Deflatores do PIB 1) Preços do petróleo

(EUR por barril)

Preços das matérias-primas não energéticas (EUR)

Total (c.s.;

índice: 2010 =

100)

Total Procura interna Exporta-ções 2)

Importa-ções 2)

Ponderados pelas importações 3) Ponderados pela utilização 3)

Total Consumo privado

Consumo público

Formação bruta de

capital fixo

Total Produtos alimen-

tares

Produtos não ali-

mentares

Total Produtos alimen-

tares

Produtos não ali-

mentares

% do total 100.0 35.0 65.0 100.0 45.0 55.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 152012 102.4 1.3 1.6 1.9 0.8 1.4 1.9 2.5 86.6 -4.9 0.7 -7.6 -1.2 6.5 -6.92013 103.8 1.3 0.9 1.1 1.3 0.4 -0.3 -1.3 81.7 -7.6 -12.0 -5.3 -6.9 -8.2 -5.82014 . . . . . . . . 74.5 -6.4 -0.7 -9.1 -3.0 1.3 -6.62014 T1 104.4 1.0 0.8 0.7 0.7 0.2 -1.0 -1.6 78.6 -12.3 -7.2 -14.7 -10.2 -5.2 -14.1

T2 104.5 0.8 0.7 0.8 0.5 0.3 -0.8 -1.0 79.9 -5.8 -0.4 -8.6 -3.4 1.1 -7.4T3 104.7 0.8 0.7 0.6 0.9 0.4 -0.6 -0.9 78.0 -4.3 -1.1 -5.8 -1.0 0.4 -2.1T4 . . . . . . . . 61.5 -2.4 6.7 -6.6 3.2 9.6 -2.0

2014 Set. - - - - - - - - 76.4 -4.3 0.0 -6.4 -0.5 1.4 -2.0Out. - - - - - - - - 69.5 -2.3 4.4 -5.5 1.4 4.8 -1.4Nov. - - - - - - - - 64.1 -2.6 6.6 -6.9 3.4 9.8 -1.9Dez. - - - - - - - - 51.3 -2.2 9.0 -7.5 5.0 14.2 -2.6

2015 Jan. - - - - - - - - 42.8 1.7 14.3 -4.3 7.8 17.2 0.0Fev. - - - - - - - - 52.0 . . -2.1 . . 2.2

Inquéritos da Comissão Europeia às Empresas e Consumidores (saldos de respostas extremas)

Inquéritos aos Gestores de Compras (índices de difusão)

Expetativas dos preços de venda (para os três meses seguintes)

Tendências dos preços no consumidor nos

últimos 12 meses

Preços dos fatores de produção Preços cobrados

Indústria transformadora

Comércio a retalho Serviços Construção Indústria transformadora

Serviços Indústria transformadora

Serviços

1 2 3 4 5 6 7 8 91999-2013 4.8 - - -1.8 34.0 57.7 56.7 - 49.92012 2.7 8.1 1.9 -12.4 38.6 52.7 55.1 49.9 47.92013 -0.4 2.0 -1.7 -17.1 29.8 48.5 53.8 49.4 47.82014 -0.8 -0.9 0.8 -17.7 14.3 49.6 53.5 49.7 48.22014 T1 0.5 1.9 0.2 -18.0 22.8 49.8 53.8 50.2 48.7

T2 -0.9 -0.5 0.1 -20.0 14.9 48.7 53.9 50.0 48.7T3 -0.7 -1.3 0.2 -17.0 11.7 51.2 53.7 49.8 48.4T4 -2.1 -3.8 2.6 -15.6 7.9 48.7 52.6 49.0 47.1

2014 Set -1.9 -4.2 -0.6 -16.9 7.1 49.2 52.8 48.9 48.4Out. 0.4 -5.6 1.6 -16.8 8.5 49.0 53.1 49.0 46.4Nov. -1.5 -3.0 3.3 -14.9 8.9 49.0 52.7 48.8 47.1Dez. -5.1 -2.9 2.8 -15.2 6.4 48.1 52.0 49.1 47.7

2015 Jan. -5.9 -3.1 -0.8 -17.0 -0.1 42.0 50.9 48.1 46.5Fev. -5.5 0.5 1.6 -18.0 -3.4 44.7 52.4 48.6 47.6

Fontes: Comissão Europeia (Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros) e Thomson Reuters (Quadro 4.3, coluna 9).1) Os dados referem-se ao Euro 19.2) Os deflatores para as exportações e importações referem-se a bens e serviços e incluem o comércio transfronteiras intra-área do euro.3) Ponderados pelas importações: ponderados de acordo com a estrutura média das importações de 2004-2006; ponderados pela utilização: ponderados de acordo com a estrutura média

da procura interna de 2004-2006.

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E 13BCE

Boletim EconómicoNúmero 2 / 2015

4.5 Custos unitários do trabalho, remuneração por fator trabalho e produtividade do trabalho 1)

(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário; dados trimestrais corrigidos de sazonalidade; dados anuais não corrigidos)

4.6 Índices de custos do trabalho(taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

Total (índice: 2010 =

100)

Total Valor acrescentado bruto (preços de base)

Agricultura, silvicultura

e pesca

Indústriatransformadora,

energia e serviços básicos

Construção Comércio, transportes, serviços de alojamento

e restauração

Informação e comunicação

Atividades financeiras e

de seguros

Atividadesimobiliárias

Serviços profissionais, empresariais

e de apoio

Administração pública,

educação, saúde e ação social

Atividades artísticas, de espetáculos

e outros serviços

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Custos unitários do trabalho

2011 100.6 0.6 0.4 -0.1 2.2 0.0 -1.4 0.3 0.9 3.1 0.6 1.12012 102.5 1.9 3.4 2.1 2.7 2.6 0.2 -0.4 2.0 3.5 0.5 2.42013 103.9 1.4 -2.4 2.1 0.4 1.5 1.9 2.5 -2.5 1.1 1.6 2.32013 T4 104.2 1.2 -4.0 0.3 -0.1 0.8 1.8 3.3 -2.6 0.6 2.7 2.02014 T1 104.5 0.8 -3.8 1.0 -0.5 0.3 3.8 0.5 0.3 1.2 0.9 0.8

T2 104.8 1.0 -3.2 1.7 0.1 0.4 3.6 0.6 0.2 2.2 0.8 1.6T3 105.2 1.1 -2.7 1.5 0.7 0.6 3.7 0.5 0.5 2.4 0.9 1.4

Remuneração por empregado2011 102.1 2.1 3.5 2.9 3.1 1.7 2.4 2.2 2.0 2.9 1.3 1.42012 103.8 1.7 1.7 2.2 2.5 1.7 1.9 1.0 1.9 2.4 0.9 2.32013 105.6 1.7 1.2 2.7 1.5 1.5 1.1 2.4 -0.5 0.9 1.8 1.72013 T4 106.4 2.0 -0.1 2.5 2.0 1.3 1.1 2.8 -1.2 0.8 2.8 2.52014 T1 106.9 1.8 -0.1 2.7 3.3 1.8 2.7 1.1 0.6 1.6 1.5 1.5

T2 107.0 1.4 0.7 2.1 1.9 1.2 1.8 2.0 0.9 1.3 1.3 1.2T3 107.4 1.3 1.7 1.9 1.1 1.0 1.8 1.7 1.6 1.7 1.3 0.7

Produtividade do trabalho por pessoa empregada2011 101.5 1.5 3.0 3.0 0.8 1.7 3.8 1.9 1.2 -0.2 0.7 0.32012 101.3 -0.2 -1.6 0.2 -0.2 -0.9 1.7 1.4 -0.1 -1.1 0.4 -0.22013 101.6 0.3 3.7 0.6 1.1 -0.1 -0.8 -0.1 2.0 -0.1 0.2 -0.62013 T4 102.1 0.8 4.1 2.1 2.1 0.6 -0.6 -0.5 1.4 0.2 0.1 0.42014 T1 102.3 1.0 3.9 1.7 3.8 1.4 -1.1 0.5 0.2 0.4 0.5 0.7

T2 102.1 0.4 4.1 0.4 1.8 0.8 -1.7 1.4 0.7 -0.8 0.4 -0.4T3 102.0 0.2 4.5 0.4 0.4 0.4 -1.9 1.1 1.0 -0.7 0.4 -0.7

Remuneração por hora trabalhada2011 101.8 1.8 2.5 1.9 3.3 1.6 2.2 1.6 2.3 2.7 1.1 1.42012 104.7 2.8 3.6 3.7 4.8 3.4 2.4 1.5 2.1 3.1 1.2 3.32013 107.0 2.2 1.4 2.5 2.6 2.1 1.1 2.8 0.8 1.8 2.1 2.12013 T4 107.7 2.0 -0.5 1.6 2.0 1.6 0.6 2.8 0.7 1.2 3.0 2.42014 T1 108.0 1.2 -0.6 1.0 1.9 1.5 2.2 0.7 0.9 1.7 1.0 1.0

T2 108.4 1.5 1.6 1.9 2.2 1.4 1.9 2.4 2.1 1.4 1.1 1.5T3 108.7 1.3 2.2 1.5 1.3 1.1 1.5 1.9 1.6 1.5 1.3 1.0

Produtividade horária do trabalho2011 101.4 1.4 3.1 2.2 0.8 1.8 3.8 1.4 1.4 -0.3 0.4 0.32012 102.3 0.9 -0.6 1.5 1.8 0.5 2.2 1.9 1.0 -0.3 0.7 0.72013 103.0 0.7 3.0 0.6 1.9 0.5 -0.8 0.2 3.1 0.5 0.5 -0.12013 T4 103.3 0.7 2.8 1.3 2.1 0.7 -1.4 -0.6 2.8 0.6 0.3 0.42014 T1 103.4 0.4 2.7 0.1 2.4 1.1 -1.4 0.0 0.5 0.5 0.0 0.4

T2 103.6 0.6 3.5 0.4 2.1 1.0 -1.7 1.7 1.3 -0.3 0.3 0.2T3 103.4 0.3 3.6 0.1 0.8 0.5 -2.0 1.4 1.7 -0.3 0.5 -0.2

Total (índice:

2008 = 100)

Total Por componente Para atividades económicas selecionadas Por memória:Indicador

dos acordos salariais 2)

Ordenados e salários

Contribuições sociais dos empregadores

Setor empresarial Sobretudo setor não empresarial

% do totalem 2008 100.0 100.0 75.2 24.8 32.4 58.6

1 2 3 4 5 6 72011 108.9 2.0 2.0 2.0 2.4 1.2 2.22012 110.3 1.3 1.5 0.8 1.2 1.6 1.82013 . . . . . . 1.82014 T1 103.7 0.7 1.1 -0.6 0.7 0.5 1.9

T2 115.7 1.4 1.4 1.3 1.6 1.1 1.8T3 108.6 1.3 1.4 1.2 1.2 1.5 1.7T4 . . . . . . 1.7

Fontes: Eurostat e cálculos do BCE.1) Os dados referem-se ao EURO 19.2) Dados experimentais (para mais pormenores, consultar http://www.ecb.europa.eu/stats/intro/html/experiment.en.html).

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 14

M3

M2 M3-M2

M1 M2-M1

Circulação monetária

Depósitos overnight

Depósitos com prazo

acordado até 2 anos

Depósitos reembolsáveis com pré-aviso

até 3 meses

Acordos de reporte

Ações/ unida des de par ti ci pa ção

em fun dos do mer ca do

mo ne tá rio

Títulos de dívida com

prazo até 2 anos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Saldos

2012 863.4 4 244.0 5 107.5 1 803.3 2 081.5 3 884.8 8 992.3 125.0 483.1 180.6 788.7 9 780.92013 908.8 4 482.6 5 391.4 1 691.2 2 123.2 3 814.4 9 205.8 120.0 417.7 86.5 624.3 9 830.02014 967.3 4 948.5 5 915.9 1 602.0 2 129.7 3 731.7 9 647.6 122.2 430.4 130.0 682.6 10 330.22014 T1 924.8 4 563.3 5 488.0 1 667.7 2 125.3 3 793.1 9 281.1 117.1 403.2 84.8 605.1 9 886.2

T2 931.5 4 627.3 5 558.9 1 671.1 2 131.2 3 802.3 9 361.2 129.7 396.9 75.8 602.4 9 963.6T3 948.2 4 745.2 5 693.4 1 647.5 2 136.6 3 784.1 9 477.5 122.4 419.1 68.8 610.4 10 087.8T4 967.3 4 948.5 5 915.9 1 602.0 2 129.7 3 731.7 9 647.6 122.2 430.4 130.0 682.6 10 330.2

2014 Ago. 943.3 4 713.3 5 656.6 1 658.2 2 134.2 3 792.3 9 448.9 128.5 404.1 74.1 606.7 10 055.6Set. 948.2 4 745.2 5 693.4 1 647.5 2 136.6 3 784.1 9 477.5 122.4 419.1 68.8 610.4 10 087.8Out. 949.5 4 794.0 5 743.5 1 625.7 2 132.5 3 758.2 9 501.7 130.3 432.4 67.0 629.7 10 131.4Nov. 956.5 4 858.0 5 814.5 1 619.3 2 138.4 3 757.7 9 572.2 128.2 434.6 71.6 634.4 10 206.7Dez. 967.3 4 948.5 5 915.9 1 602.0 2 129.7 3 731.7 9 647.6 122.2 430.4 130.0 682.6 10 330.2

2015 Jan.(p) 984.8 5 057.5 6 042.3 1 579.2 2 121.7 3 700.9 9 743.3 120.5 438.6 136.1 695.1 10 438.4Transações

2012 20.0 289.5 309.5 -36.0 114.9 78.9 388.5 -16.9 -20.2 -18.5 -55.7 332.82013 45.3 245.8 291.1 -111.1 43.9 -67.2 223.9 -12.0 -48.8 -62.8 -123.6 100.32014 58.0 370.0 427.9 -96.0 3.7 -92.4 335.6 0.8 7.2 26.2 34.2 369.72014 T1 15.4 73.4 88.8 -26.2 1.7 -24.5 64.3 -3.0 -6.9 -1.3 -11.2 53.1

T2 6.7 61.7 68.5 2.3 5.8 8.1 76.6 12.4 -6.0 -5.8 0.5 77.1T3 16.7 109.1 125.7 -27.1 5.1 -22.0 103.8 -8.1 8.9 2.8 3.5 107.3T4 19.1 125.8 144.9 -45.0 -9.0 -54.0 90.9 -0.5 11.3 30.5 41.3 132.2

2014 Ago. 7.0 42.0 48.9 -12.0 2.4 -9.6 39.3 -0.2 -4.8 4.0 -1.0 38.3Set. 4.9 25.4 30.3 -12.4 2.3 -10.1 20.2 -6.6 1.5 4.3 -0.8 19.4Out. 1.3 48.3 49.6 -21.3 -4.5 -25.8 23.8 7.9 13.4 -2.0 19.3 43.0Nov. 7.0 64.2 71.3 -6.2 5.9 -0.4 70.9 -2.1 2.3 4.4 4.6 75.5Dez. 10.8 13.3 24.1 -17.4 -10.3 -27.8 -3.7 -6.4 -4.4 28.1 17.4 13.7

2015 Jan.(p) 16.4 83.8 100.1 -33.7 -7.4 -41.1 59.0 -2.4 6.6 10.0 14.2 73.2Taxas de crescimento

2012 2.4 7.3 6.4 -1.9 5.9 2.1 4.5 -11.6 -3.9 -9.9 -6.6 3.52013 5.2 5.8 5.7 -6.2 2.1 -1.7 2.5 -9.5 -10.4 -37.8 -16.2 1.02014 6.4 8.2 7.9 -5.7 0.2 -2.4 3.6 0.6 1.6 37.5 5.5 3.82014 T1 6.5 5.5 5.6 -6.5 1.1 -2.4 2.2 -9.9 -10.3 -27.6 -13.5 1.0

T2 5.6 5.4 5.4 -4.6 0.5 -1.8 2.4 5.1 -8.2 -25.8 -8.8 1.6T3 6.0 6.2 6.2 -3.9 0.3 -1.5 3.0 9.7 -2.0 -25.4 -4.4 2.5T4 6.4 8.2 7.9 -5.7 0.2 -2.4 3.6 0.6 1.6 37.5 5.5 3.8

2014 Ago. 5.8 5.9 5.8 -4.2 0.4 -1.7 2.7 5.8 -5.3 -25.7 -6.7 2.0Set. 6.0 6.2 6.2 -3.9 0.3 -1.5 3.0 9.7 -2.0 -25.4 -4.4 2.5Out. 5.6 6.3 6.2 -4.9 0.2 -2.1 2.7 9.9 1.0 -21.8 -1.1 2.5Nov. 5.9 7.1 6.9 -4.5 0.4 -1.8 3.3 6.8 2.6 -16.1 0.2 3.1Dez. 6.4 8.2 7.9 -5.7 0.2 -2.4 3.6 0.6 1.6 37.5 5.5 3.8

2015 Jan.(p) 7.7 9.2 9.0 -6.8 -0.1 -3.1 4.0 -3.9 0.1 44.3 4.6 4.1

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.

5.1 Agregados monetários 1)

(EUR mil milhões e taxas de crescimento hom logas; dados corrigidos de sa onalidade; saldos e taxas de crescimento em fim de período; transações durante o período)

5 MOEDA E CRÉDITO

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E 15BCE

Boletim EconómicoNúmero 2 / 2015

Sociedades não financeiras 2) Famílias 3) Sociedades financeiras exceto IFM

e sociedades de seguros

e fundos de pensões 2)

Sociedades de seguros

e fundos de pensões

Outras adminis-

trações públicas 4)

Total Overnight Com prazo acordado

até 2 anos

Reembol-sáveis com

pré-aviso até 3 meses

Acordos de reporte

Total Overnight Com prazo acordado

até 2 anos

Reembol-sáveis com

pré-aviso até 3 meses

Acordos de reporte

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13Saldos

2012 1 618.7 1 112.8 406.9 88.1 10.8 5 308.6 2 360.4 977.3 1 960.3 10.5 811.2 209.1 306.32013 1 710.6 1 198.6 400.8 94.7 16.5 5 414.0 2 542.6 875.7 1 991.2 4.5 801.0 192.8 298.62014 1 817.6 1 332.9 368.7 96.5 19.5 5 558.7 2 754.8 810.9 1 990.1 2.8 881.3 217.9 326.92014 T1 1 732.1 1 223.8 398.2 95.2 15.0 5 442.6 2 583.8 864.5 1 988.6 5.7 779.8 205.7 313.3

T2 1 751.9 1 244.6 394.7 97.3 15.3 5 481.4 2 623.1 859.8 1 994.0 4.5 801.1 210.3 314.6T3 1 789.5 1 283.8 391.1 99.2 15.4 5 531.9 2 686.9 845.1 1 995.1 4.9 794.8 208.4 327.1T4 1 817.6 1 332.9 368.7 96.5 19.5 5 558.7 2 754.8 810.9 1 990.1 2.8 881.3 217.9 326.9

2014 Ago. 1 778.9 1 270.2 394.8 98.5 15.4 5 513.4 2 664.4 850.0 1 994.2 4.9 800.9 216.7 324.2Set. 1 789.5 1 283.8 391.1 99.2 15.4 5 531.9 2 686.9 845.1 1 995.1 4.9 794.8 208.4 327.1Out. 1 790.5 1 297.4 379.3 100.3 13.5 5 531.9 2 700.0 836.4 1 990.8 4.7 827.4 211.0 321.7Nov. 1 816.1 1 320.0 382.1 100.9 13.1 5 552.5 2 730.6 827.2 1 990.1 4.8 839.4 211.3 324.5Dez. 1 817.6 1 332.9 368.7 96.5 19.5 5 558.7 2 754.8 810.9 1 990.1 2.8 881.3 217.9 326.9

2015 Jan.(p) 1 854.3 1 379.5 366.8 96.6 11.4 5 567.6 2 787.7 795.4 1 980.1 4.4 884.3 227.5 345.2Transações

2012 72.2 99.4 -33.2 10.0 -4.0 222.8 99.4 35.6 100.2 -12.5 16.5 15.0 25.02013 97.9 90.4 -6.0 7.7 5.8 108.7 183.7 -100.1 31.1 -6.0 -17.4 -14.2 -8.52014 68.6 90.3 -25.5 1.2 2.5 142.3 210.5 -65.4 -1.2 -1.7 44.5 5.5 17.62014 T1 17.2 21.6 -3.3 0.4 -1.5 25.5 39.1 -11.8 -2.9 1.1 -22.2 12.3 13.1

T2 14.8 18.7 -4.3 0.3 0.2 41.4 40.4 -4.9 7.1 -1.2 20.5 4.6 0.9T3 29.6 33.6 -5.7 1.9 -0.2 47.3 61.9 -16.0 1.0 0.4 -8.3 -2.3 12.6T4 7.0 16.4 -12.1 -1.4 4.0 27.9 69.1 -32.8 -6.4 -2.0 54.4 -9.0 -9.0

2014 Ago. 12.7 12.9 -2.1 0.3 1.6 17.5 21.7 -5.7 1.6 -0.1 -5.0 1.1 5.9Set. 6.4 10.8 -4.8 0.7 -0.3 16.6 21.5 -5.7 0.9 0.0 -8.9 -8.5 3.1Out. 0.9 13.4 -11.6 1.0 -1.9 -0.1 13.1 -8.6 -4.3 -0.2 32.4 2.6 -5.5Nov. 25.8 22.9 2.8 0.5 -0.4 20.9 30.7 -9.2 -0.7 0.1 12.4 0.3 2.4Dez. -19.7 -19.9 -3.3 -2.8 6.3 7.1 25.3 -14.9 -1.4 -1.9 9.6 -11.9 -6.0

2015 Jan.(p) 24.1 36.3 -3.9 0.0 -8.3 -3.6 25.0 -20.9 -9.3 1.6 -6.6 8.8 17.6Taxas de crescimento

2012 4.7 9.8 -7.5 13.2 -25.2 4.4 4.4 3.8 5.4 -54.2 2.1 7.8 9.12013 6.1 8.1 -1.5 8.8 54.6 2.0 7.8 -10.3 1.6 -57.0 -2.2 -6.9 -2.82014 4.0 7.5 -6.3 1.2 14.5 2.6 8.3 -7.5 -0.1 -37.2 5.4 3.0 5.92014 T1 5.7 8.0 -1.3 5.6 24.0 1.6 7.2 -10.0 0.6 -31.0 -5.7 -4.3 2.3

T2 6.2 8.3 -0.6 4.9 40.5 2.0 7.3 -8.1 0.3 -30.3 -4.4 1.7 -0.3T3 6.0 8.6 -2.1 3.4 47.4 2.2 7.3 -7.0 0.1 -20.8 -0.9 2.3 3.3T4 4.0 7.5 -6.3 1.2 14.5 2.6 8.3 -7.5 -0.1 -37.2 5.4 3.0 5.9

2014 Ago. 6.0 8.4 -1.4 3.4 33.2 2.0 7.0 -7.4 0.2 -23.3 -3.2 5.5 2.6Set. 6.0 8.6 -2.1 3.4 47.4 2.2 7.3 -7.0 0.1 -20.8 -0.9 2.3 3.3Out. 4.9 8.5 -5.5 2.8 12.0 2.1 6.9 -6.8 0.1 -18.5 0.4 3.4 2.2Nov. 5.2 8.8 -5.3 3.3 17.4 2.4 7.5 -7.1 0.2 -14.7 3.5 4.0 1.1Dez. 4.0 7.5 -6.3 1.2 14.5 2.6 8.3 -7.5 -0.1 -37.2 5.4 3.0 5.9

2015 Jan.(p) 4.7 9.8 -8.0 1.5 -34.7 2.5 8.6 -9.2 -0.2 -8.7 6.1 0.2 9.2

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) De acordo com o SEC 2010, em dezembro de 2014 as sociedades gestoras de participações sociais de grupos não financeiros foram reclassificadas do setor das sociedades não

financeiras para o setor das sociedades financeiras. Estas entidades estão incluídas nas estatísticas do balanço das IFM com as sociedades financeiras exceto IFM e sociedades de seguros e fundos de pensões.

3) Incluindo instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias.4) Refere-se ao setor das administrações públicas excluindo a administração central.

5.2 Depósitos no M3 1)

(EUR mil milhões e taxas de crescimento hom logas; dados corrigidos de sa onalidade; saldos e taxas de crescimento em fim de período; transações durante o período)

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 16

Crédito às administrações públicas Crédito a outros residentes na área do euro

Total Emprésti-mos

Títulos de dívida

Total Empréstimos Títulos de dívida

Ações/unidades de participação

em fundos de investimento

exceto fundos do mercado

monetário

Total A sociedades não

financeiras 3)

A família 4) A sociedades financeiras

exceto IFM e sociedades

de seguros e fundos de

pensões 3)

A sociedades de seguros

e fundos de pensões

Corrigidos de vendas e titu-

larização de empréstimos 2)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Saldos

2012 3 410.8 1 169.3 2 241.5 13 069.5 10 860.0 - 4 544.6 5 242.3 984.3 89.0 1 435.9 773.62013 3 407.5 1 096.3 2 311.2 12 709.4 10 546.4 - 4 354.1 5 221.4 872.6 98.3 1 363.9 799.12014 3 602.2 1 129.9 2 472.3 12 582.1 10 515.6 - 4 284.2 5 200.0 903.3 128.1 1 291.3 775.22014 T1 3 454.0 1 113.0 2 341.0 12 661.6 10 531.2 - 4 337.6 5 232.2 860.6 100.7 1 329.9 800.5

T2 3 447.9 1 101.7 2 346.2 12 588.1 10 464.7 - 4 306.3 5 191.0 868.5 99.0 1 317.3 806.1T3 3 508.9 1 102.3 2 406.7 12 561.6 10 444.7 - 4 288.1 5 194.6 858.7 103.3 1 307.0 809.8T4 3 602.2 1 129.9 2 472.3 12 582.1 10 515.6 - 4 284.2 5 200.0 903.3 128.1 1 291.3 775.2

2014 Ago. 3 500.5 1 105.4 2 395.0 12 560.7 10 435.0 - 4 290.6 5 191.5 855.1 97.8 1 314.4 811.3Set. 3 508.9 1 102.3 2 406.7 12 561.6 10 444.7 - 4 288.1 5 194.6 858.7 103.3 1 307.0 809.8Out. 3 523.4 1 097.3 2 426.2 12 543.8 10 431.5 - 4 277.4 5 197.3 853.9 102.9 1 301.0 811.3Nov. 3 538.3 1 108.8 2 429.4 12 533.4 10 431.0 - 4 271.4 5 194.8 857.5 107.4 1 291.8 810.5Dez. 3 602.2 1 129.9 2 472.3 12 582.1 10 515.6 - 4 284.2 5 200.0 903.3 128.1 1 291.3 775.2

2015 Jan.(p) 3 648.6 1 149.8 2 498.8 12 654.8 10 584.7 - 4 299.6 5 222.6 923.7 138.9 1 294.2 775.9Transações

2012 185.0 -4.0 189.0 -100.6 -69.1 -13.4 -107.6 26.0 14.5 -2.0 -69.9 38.52013 -24.4 -73.6 49.2 -304.5 -247.4 -221.2 -132.8 -3.5 -120.7 9.6 -71.7 14.62014 66.3 16.1 50.2 -87.1 -51.4 17.7 -59.4 -14.7 11.2 11.6 -71.2 35.52014 T1 13.0 15.2 -2.2 -40.3 -16.2 -13.4 -25.9 7.1 0.1 2.5 -26.8 2.7

T2 -27.6 -10.3 -17.3 -50.1 -47.4 9.2 -18.7 -35.4 8.5 -1.7 -12.4 9.7T3 41.1 -1.4 42.5 -19.0 -10.6 -10.9 -18.6 8.2 -4.4 4.2 -14.1 5.7T4 39.7 12.6 27.1 22.3 22.8 32.9 3.8 5.4 7.0 6.6 -17.9 17.4

2014 Ago. 20.5 -1.4 21.9 -10.5 -3.0 -2.4 -3.5 3.2 1.6 -4.3 -7.3 -0.2Set. 5.5 -3.5 9.0 -5.0 7.4 7.8 -3.7 3.8 1.9 5.5 -10.0 -2.5Out. 18.7 -6.3 25.0 -6.1 -3.7 -1.5 -2.5 4.2 -5.0 -0.4 -7.0 4.6Nov. 4.6 11.2 -6.6 -13.8 2.6 10.0 -4.0 -1.3 3.4 4.5 -10.7 -5.7Dez. 16.4 7.7 8.7 42.1 23.9 24.5 10.3 2.5 8.6 2.5 -0.2 18.4

2015 Jan.(p) 33.0 13.8 19.3 16.2 22.9 24.4 -4.2 4.3 12.3 10.5 3.5 -10.2Taxas de crescimento

2012 5.8 -0.3 9.5 -0.8 -0.6 -0.1 -2.3 0.5 1.5 -2.2 -4.6 5.22013 -0.7 -6.3 2.2 -2.3 -2.3 -2.0 -2.9 -0.1 -12.2 10.8 -5.0 1.92014 1.9 1.5 2.1 -0.7 -0.5 0.2 -1.4 -0.3 1.1 11.8 -5.2 4.42014 T1 -0.9 -3.1 0.2 -2.5 -2.2 -2.0 -3.1 -0.1 -10.8 9.0 -6.7 1.0

T2 -2.5 -1.5 -3.0 -2.2 -1.8 -1.1 -2.3 -0.6 -5.9 4.8 -7.5 0.5T3 -0.5 -0.7 -0.4 -1.9 -1.2 -0.6 -2.0 -0.5 -2.6 8.5 -8.6 1.7T4 1.9 1.5 2.1 -0.7 -0.5 0.2 -1.4 -0.3 1.1 11.8 -5.2 4.4

2014 Ago. -1.2 -0.7 -1.4 -1.9 -1.5 -0.9 -2.2 -0.5 -3.8 0.3 -7.9 2.6Set. -0.5 -0.7 -0.4 -1.9 -1.2 -0.6 -2.0 -0.5 -2.6 8.5 -8.6 1.7Out. -0.2 -1.4 0.4 -1.6 -1.1 -0.5 -1.9 -0.4 -2.4 5.8 -7.9 2.5Nov. 0.8 0.6 0.9 -1.4 -0.9 -0.2 -1.7 -0.4 -1.0 8.0 -7.2 2.5Dez. 1.9 1.5 2.1 -0.7 -0.5 0.2 -1.4 -0.3 1.1 11.8 -5.2 4.4

2015 Jan.(p) 2.1 1.6 2.4 -0.5 -0.1 0.5 -1.2 -0.2 3.0 19.4 -5.0 3.2

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) Correção do desreconhecimento de empréstimos no balanço das IFM devido à sua venda ou titularização.3) De acordo com o SEC 2010, em dezembro de 2014 as sociedades gestoras de participações sociais de grupos não financeiros foram reclassificadas do setor das sociedades não

financeiras para o setor das sociedades financeiras. Estas entidades estão incluídas nas estatísticas do balanço das IFM com as sociedades financeiras exceto IFM e sociedades de seguros e fundos de pensões.

4) Incluindo instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias.

5.3 Crédito a residentes na área do euro 1)

(EUR mil milhões e taxas de crescimento hom logas; dados corrigidos de sa onalidade; saldos e taxas de crescimento em fim de período; transações durante o período)

Page 79: Boletim Económico BCE - Nº2/2015€¦ · Boletim Económico Número 2 / 2015 5 Com vista a cumprir o mandato de estabilidade de preços do BCE, ... serão realizadas até que o

E 17BCE

Boletim EconómicoNúmero 2 / 2015

Sociedades não financeiras 2) Famílias 3)

Total Até 1 ano Superior a 1 e até 5 anos

Superior a 5 anos

Total Crédito ao consumo

Crédito à habitação

Outros empréstimos

Corrigidos de vendas e

titularização de empréstimos 4)

Corrigidos de vendas e

titularização de empréstimos 4)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Saldos

2012 4 544.6 - 1 127.9 795.6 2 621.0 5 242.3 - 602.0 3 823.6 816.72013 4 354.1 - 1 065.6 740.8 2 547.8 5 221.4 - 573.5 3 851.5 796.42014 4 284.2 - 1 082.7 725.8 2 475.7 5 200.0 - 562.2 3 860.2 777.62014 T1 4 337.6 - 1 056.9 732.8 2 548.0 5 232.2 - 572.3 3 864.2 795.7

T2 4 306.3 - 1 058.1 734.1 2 514.1 5 191.0 - 570.3 3 832.2 788.5T3 4 288.1 - 1 056.5 726.1 2 505.4 5 194.6 - 567.1 3 843.7 783.8T4 4 284.2 - 1 082.7 725.8 2 475.7 5 200.0 - 562.2 3 860.2 777.6

2014 Ago. 4 290.6 - 1 049.4 730.1 2 511.0 5 191.5 - 566.8 3 840.7 784.0Set. 4 288.1 - 1 056.5 726.1 2 505.4 5 194.6 - 567.1 3 843.7 783.8Out. 4 277.4 - 1 053.1 723.9 2 500.5 5 197.3 - 568.8 3 847.9 780.6Nov. 4 271.4 - 1 040.1 734.1 2 497.1 5 194.8 - 566.8 3 848.2 779.8Dez. 4 284.2 - 1 082.7 725.8 2 475.7 5 200.0 - 562.2 3 860.2 777.6

2015 Jan.(p) 4 299.6 - 1 086.8 736.5 2 476.2 5 222.6 - 566.2 3 876.4 780.0Transações

2012 -107.6 -60.3 6.2 -51.4 -62.3 26.0 34.7 -17.7 48.8 -5.12013 -132.8 -127.5 -44.5 -44.5 -43.7 -3.5 14.3 -18.1 27.6 -13.12014 -59.4 -46.5 -13.1 0.9 -47.3 -14.7 41.0 -5.4 -3.1 -6.32014 T1 -25.9 -24.8 -6.6 -6.3 -13.0 7.1 8.5 0.0 7.4 -0.3

T2 -18.7 -7.6 3.3 6.0 -28.1 -35.4 9.3 -2.0 -33.1 -0.3T3 -18.6 -20.1 -3.1 -7.0 -8.5 8.2 9.6 1.2 13.1 -6.1T4 3.8 6.0 -6.7 8.2 2.3 5.4 13.7 -4.6 9.5 0.4

2014 Ago. -3.5 -3.1 -2.0 -1.1 -0.3 3.2 3.3 -1.2 1.6 2.8Set. -3.7 -4.0 6.2 -3.9 -6.0 3.8 4.3 1.7 5.2 -3.0Out. -2.5 -1.8 -1.8 -0.9 0.2 4.2 5.6 1.9 3.9 -1.6Nov. -4.0 -2.7 -12.6 10.7 -2.1 -1.3 4.7 -1.5 0.0 0.2Dez. 10.3 10.5 7.6 -1.6 4.2 2.5 3.4 -4.9 5.6 1.9

2015 Jan.(p) -4.2 -3.6 -4.4 4.7 -4.5 4.3 5.1 -0.1 4.0 0.4Taxas de crescimento

2012 -2.3 -1.3 0.5 -6.0 -2.3 0.5 0.7 -2.8 1.3 -0.62013 -2.9 -2.8 -4.0 -5.6 -1.7 -0.1 0.3 -3.0 0.7 -1.62014 -1.4 -1.1 -1.2 0.1 -1.9 -0.3 0.8 -0.9 -0.1 -0.82014 T1 -3.1 -3.1 -5.0 -5.0 -1.6 -0.1 0.4 -1.9 0.5 -1.5

T2 -2.3 -2.1 -2.7 -3.3 -1.9 -0.6 0.5 -1.4 -0.4 -1.0T3 -2.0 -1.8 -1.4 -3.4 -1.9 -0.5 0.5 -1.1 -0.2 -1.7T4 -1.4 -1.1 -1.2 0.1 -1.9 -0.3 0.8 -0.9 -0.1 -0.8

2014 Ago. -2.2 -2.0 -2.2 -3.6 -1.7 -0.5 0.5 -1.6 -0.1 -1.3Set. -2.0 -1.8 -1.4 -3.4 -1.9 -0.5 0.5 -1.1 -0.2 -1.7Out. -1.9 -1.6 -1.0 -3.4 -1.7 -0.4 0.6 0.1 -0.2 -1.7Nov. -1.7 -1.4 -1.5 -1.8 -1.7 -0.4 0.7 0.1 -0.3 -1.3Dez. -1.4 -1.1 -1.2 0.1 -1.9 -0.3 0.8 -0.9 -0.1 -0.8

2015 Jan.(p) -1.2 -0.9 -1.0 1.1 -2.0 -0.2 0.9 -0.9 0.0 -0.6

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) De acordo com o SEC 2010, em dezembro de 2014 as sociedades gestoras de participações sociais de grupos não financeiros foram reclassificadas do setor das sociedades não

financeiras para o setor das sociedades financeiras. Estas entidades estão incluídas nas estatísticas do balanço das IFM com as sociedades financeiras exceto IFM e sociedades de seguros e fundos de pensões.

3) Incluindo instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias.4) Correção do desreconhecimento de empréstimos no balanço das IFM devido à sua venda ou titularização.

5.4 Empréstimos de IFM a sociedades não financeiras e famílias da área do euro 1)

(EUR mil milhões e taxas de crescimento hom logas; dados corrigidos de sa onalidade; saldos e taxas de crescimento em fim de período; transações durante o período)

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 18

Responsabilidades das IFM Disponibilidades das IFM

Detenções da administração

central 2)

Responsabilidades financeiras a mais longo prazo face a outros residentes na área do euro

Disponibilidades líquidas

sobre o exterior

Outras

Total Depósitos com prazo acordado

superior a 2 anos

Depósitos reembolsáveis com pré-aviso

superior a 3 meses

Títulos de dívida com

prazo superior a 2 anos

Capital e reservas

Total

Acordos de reporte com contrapartes

centrais 3)

Acordos de revenda a

contrapartes centrais 3)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Saldos

2012 305.4 7 570.1 2 395.9 106.0 2 680.8 2 387.4 1 029.8 146.4 260.8 201.22013 260.2 7 305.0 2 373.3 91.5 2 506.3 2 333.9 1 153.9 124.5 183.8 122.12014 263.4 7 182.1 2 252.4 92.0 2 375.1 2 462.7 1 406.7 184.7 184.5 139.82014 T1 260.9 7 343.1 2 355.5 91.1 2 472.5 2 423.9 1 256.1 118.5 177.0 116.7

T2 270.3 7 295.1 2 301.8 90.1 2 455.1 2 448.2 1 357.6 135.3 171.3 119.0T3 249.7 7 332.2 2 278.6 92.4 2 457.0 2 504.1 1 419.5 179.8 163.6 121.7T4 263.4 7 182.1 2 252.4 92.0 2 375.1 2 462.7 1 406.7 184.7 184.5 139.8

2014 Ago. 266.2 7 317.9 2 289.8 91.9 2 448.4 2 487.8 1 416.5 162.1 172.0 116.9Set. 249.7 7 332.2 2 278.6 92.4 2 457.0 2 504.1 1 419.5 179.8 163.6 121.7Out. 254.3 7 270.2 2 264.8 91.8 2 420.2 2 493.4 1 418.0 170.6 183.1 121.1Nov. 256.4 7 262.5 2 258.4 91.0 2 404.7 2 508.5 1 466.6 187.3 184.4 130.8Dez. 263.4 7 182.1 2 252.4 92.0 2 375.1 2 462.7 1 406.7 184.7 184.5 139.8

2015 Jan.(p) 305.0 7 290.3 2 237.9 92.7 2 403.0 2 556.8 1 507.8 222.4 202.9 131.3Transações

2012 -4.9 -115.3 -156.3 -10.2 -106.4 157.6 99.4 28.8 9.4 41.52013 -46.0 -88.8 -18.6 -14.3 -137.6 81.6 359.2 -64.7 32.2 43.92014 -3.3 -169.4 -120.5 1.8 -154.2 103.5 230.7 -12.9 0.7 17.72014 T1 0.1 1.4 -11.7 -0.4 -33.1 46.6 88.0 -6.1 -6.7 -5.4

T2 9.4 -65.1 -54.7 -1.0 -15.8 6.5 83.4 15.7 -5.8 2.3T3 -20.9 -3.1 -28.3 2.3 -28.5 51.5 27.8 33.4 -7.7 2.6T4 8.0 -102.6 -25.8 1.0 -76.7 -1.0 31.5 -55.9 20.9 18.1

2014 Ago. -6.1 1.5 -4.5 1.1 -5.5 10.4 -0.9 24.7 2.2 -4.1Set. -16.9 -2.1 -13.7 0.6 -12.4 23.4 -6.8 6.8 -8.4 4.7Out. 2.3 -32.4 -12.4 -0.6 -29.6 10.2 13.9 -13.5 19.5 -0.5Nov. 2.1 -19.6 -6.4 -0.8 -13.6 1.3 47.8 19.4 1.3 9.6Dez. 3.6 -50.7 -7.0 2.4 -33.5 -12.5 -30.1 -61.8 0.1 9.0

2015 Jan.(p) 39.4 -26.5 -19.5 -0.3 -12.5 5.8 5.8 31.1 18.4 -8.5Taxas de crescimento

2012 -1.5 -1.5 -6.1 -8.8 -3.8 7.0 - - 2.5 26.12013 -15.1 -1.2 -0.8 -13.5 -5.1 3.5 - - 10.3 23.52014 -1.3 -2.3 -5.1 2.0 -6.1 4.3 - - 0.4 14.52014 T1 -12.1 -1.0 -1.7 -9.6 -4.6 3.9 - - -12.9 -0.9

T2 -9.0 -1.6 -3.9 -6.8 -3.2 2.6 - - -23.8 -4.5T3 -11.5 -1.1 -4.7 -1.2 -2.7 4.2 - - -17.5 -3.2T4 -1.3 -2.3 -5.1 2.0 -6.1 4.3 - - 0.4 14.5

2014 Ago. -6.0 -1.1 -4.2 -2.9 -2.3 3.2 - - -11.4 -0.9Set. -11.5 -1.1 -4.7 -1.2 -2.7 4.2 - - -17.5 -3.2Out. -4.6 -1.7 -5.4 -0.9 -4.4 4.7 - - -3.1 2.1Nov. -1.7 -1.9 -5.5 -1.1 -4.8 4.8 - - -4.4 -6.6Dez. -1.3 -2.3 -5.1 2.0 -6.1 4.3 - - 0.4 14.5

2015 Jan.(p) 23.4 -2.6 -5.7 2.4 -5.9 3.8 - - 22.1 26.4

Fonte: BCE.1) Os dados referem-se à alteração da composição da área do euro.2) Inclui detenções da administração central de depósitos no setor das IFM e de títulos emitidos pelo setor das IFM.3) Não corrigidos de efeitos de sazonalidade.

5.5 Contrapartidas do M3 exceto crédito a residentes na área do euro 1)

(EUR mil milhões e taxas de crescimento hom logas; dados corrigidos de sa onalidade; saldos e taxas de crescimento em fim de período; transações durante o período)

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E 19BCE

Boletim EconómicoNúmero 2 / 2015

6 EVOLUÇÃO ORÇAMENTAL

Défice (-)/ excedente (+)

Receita Despesa

Total Receita corrente Receita de capital

Total Despesa corrente Despesa de capitalImpostos

diretosImpostos indiretos

Contribuições sociais líquidas

Remunerações dos empregados

Consumo intermédio

Juros Pagamentos com fins sociais 3)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 142010 -5.8 44.3 44.0 11.4 12.6 15.1 0.2 50.1 44.9 10.7 5.4 2.7 23.4 5.22011 -3.8 44.8 44.5 11.7 12.8 15.1 0.2 48.6 44.3 10.4 5.3 3.0 23.1 4.32012 -3.3 45.7 45.5 12.2 13.0 15.3 0.2 49.1 44.6 10.3 5.3 3.0 23.4 4.52013 -2.5 46.4 46.1 12.5 13.1 15.5 0.3 48.9 44.9 10.4 5.3 2.8 23.8 4.12014 T2 -2.6 46.6 46.1 12.5 13.0 15.5 0.5 49.2 45.4 10.3 5.3 2.7 23.0 3.8

T3 -2.5 46.6 46.1 12.5 13.1 15.5 0.4 49.1 45.3 10.3 5.3 2.7 23.1 3.7

Total Instrumento financeiro Detentor Prazo original Prazo residual Moedas

Numerário e depósitos

Emprés-timos

Títulos de dívida

Credores residentes Credores não residentes

Até 1 ano

Superior a 1 ano

Até 1 ano

Superior a 1 e até

5 anos

Superior a 5 anos

Euro ou moedas

participantes

Outras moedasIFM

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 142010 83.6 2.4 15.5 65.6 40.5 23.9 43.1 12.7 70.9 20.7 28.6 34.3 82.3 1.32011 85.5 2.4 15.5 67.5 42.4 24.1 43.1 12.2 73.2 20.3 29.6 35.5 83.7 1.82012 88.7 2.5 17.4 68.8 45.1 26.0 43.6 11.5 77.3 19.5 31.4 37.8 86.6 2.22013 90.7 2.5 16.9 71.3 45.7 26.0 45.0 10.4 80.3 19.3 32.0 39.4 88.7 2.02014 T2 92.7 2.6 16.6 73.5 . . . . . . . . . .

T3 92.1 2.6 16.5 73.0 . . . . . . . . . .

Variação do rácio da dívida

em relação ao PIB 4)

Défice (+)/ excedente (-)

primário

Ajustamento défice-dívida 5) Diferencial juros-

-crescimento

Por memória: Necessidades de

financiamentoTotal Transações dos principais ativos financeiros Efeitos de reavaliação e

outras variações de

volume

Outros

Total Numerário e depósitos

Empréstimos Títulos de dívida

Ações e outras participações

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 122010 5.3 3.4 1.3 1.7 0.0 0.5 0.9 0.2 -0.1 -0.3 0.6 7.52011 1.9 1.1 0.0 -0.3 0.2 -0.2 -0.2 -0.1 0.2 0.1 0.8 3.92012 3.3 0.6 0.1 1.2 0.3 0.4 -0.1 0.5 -1.3 0.3 2.5 5.12013 2.0 0.1 -0.2 -0.5 -0.4 -0.4 -0.1 0.4 -0.1 0.4 2.1 2.82014 T2 1.0 -0.1 -0.3 -0.1 0.0 0.0 -0.2 0.1 0.1 -0.2 1.3 2.5

T3 1.0 -0.2 -0.1 -0.1 0.0 0.0 -0.2 0.2 -0.2 0.2 1.2 2.7

Fontes: BCE para os dados anuais; Eurostat para os dados trimestrais. 1) Rácios trimestrais (em percentagem do PIB) calculados utilizando uma soma acumulada de 4 trimestres para os dados de fluxos e PIB, e ao valor em final de trimestre para os saldos.2) As transações orçamentais da UE foram incluídas e consolidadas em dados anuais.3) As transferências correntes para instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias estão incluídas nos dados anuais.4) Calculada como a diferença entre os rácios da dívida pública em relação ao PIB no período mais recente e no período anterior, isto é, o ano anterior para os dados anuais e o mesmo

trimestre do ano anterior para os dados trimestrais.5) Os dados trimestrais incluem empréstimos intergovernamentais no contexto da crise financeira.

6.1 Défice/excedente, receita e despesa 1), 2)

(em percentagem do ; uxos durante um período de ano)

6.2 Rácio da dívida pública em relação ao PIB 1)

(em percentagem do ; saldos em fim de período)

6.3 Variação homóloga do rácio da dívida pública em relação ao PIB e fatores subjacentes 1)

(em percentagem do ; uxos durante um período de ano)

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BCEBoletim EconómicoNúmero 2 / 2015E 20

Serviço da dívida a 1 ano 2) Prazo residual médio 3)

Taxas de rendibilidade nominais médias 4)

Total Capital 5) Juros Saldos Transações

Prazos até 3 meses

Prazos até 3 meses

Total Taxa variável

Cupão zero

Taxa fixa Emissões Reembolsos

Prazos até 1 ano

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 132013 16.5 14.4 5.0 2.1 0.5 6.3 3.5 1.7 1.3 3.7 2.8 1.3 1.82014 16.2 14.1 5.2 2.1 0.5 6.4 3.1 1.4 0.4 3.5 2.8 0.8 1.62014 T2 16.9 14.7 5.5 2.1 0.5 6.4 3.3 1.6 0.6 3.6 2.8 1.1 1.6

T3 17.6 15.5 5.8 2.1 0.5 6.4 3.2 1.5 0.5 3.5 2.8 0.9 1.62014 Ago. 17.9 15.8 6.1 2.1 0.5 6.3 3.2 1.5 0.5 3.6 2.8 1.0 1.7

Set. 17.6 15.5 5.8 2.1 0.5 6.3 3.2 1.5 0.5 3.5 2.8 0.9 1.6Out. 17.3 15.2 5.7 2.1 0.5 6.4 3.1 1.5 0.4 3.5 2.8 0.9 1.7Nov. 16.3 14.2 5.0 2.1 0.5 6.4 3.1 1.5 0.4 3.5 2.8 0.8 1.7Dez. 16.2 14.1 5.2 2.1 0.5 6.4 3.1 1.4 0.4 3.5 2.8 0.8 1.6

2015 Jan. 15.7 13.7 5.1 2.0 0.5 6.5 3.0 1.4 0.4 3.5 2.8 0.8 1.7

Bélgica Alemanha Estónia Irlanda Grécia Espanha França Itália Chipre

1 2 3 4 5 6 7 8 9Défice (-)/excedente ( ) orçamental

2010 -4.0 -4.1 0.2 -32.4 -11.1 -9.4 -6.8 -4.2 -4.82011 -3.9 -0.9 1.0 -12.6 -10.1 -9.4 -5.1 -3.5 -5.82012 -4.1 0.1 -0.3 -8.0 -8.6 -10.3 -4.9 -3.0 -5.82013 -2.9 0.1 -0.5 -5.7 -12.2 -6.8 -4.1 -2.8 -4.92014 T2 -3.2 0.5 -0.3 -5.3 -2.9 -6.3 -4.2 -3.0 -4.1

T3 -3.0 0.7 -0.2 -4.7 -2.2 -5.8 -4.4 -3.1 -2.3Dívida pública

2010 99.6 80.3 6.5 87.4 146.0 60.1 81.5 115.3 56.52011 102.1 77.6 6.0 111.1 171.3 69.2 85.0 116.4 66.02012 104.0 79.0 9.7 121.7 156.9 84.4 89.2 122.2 79.52013 104.5 76.9 10.1 123.3 174.9 92.1 92.2 127.9 102.22014 T2 108.8 75.3 10.5 117.0 177.5 96.4 95.2 133.8 109.8

T3 108.2 74.8 10.5 114.8 176.0 96.8 95.3 131.8 104.7

Letónia Lituânia Luxemburgo Malta Países Baixos Áustria Portugal Eslovénia Eslováquia Finlândia

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19Défice (-)/excedente ( ) orçamental

2010 -8.2 -6.9 -0.6 -3.3 -5.0 -4.5 -11.2 -5.7 -7.5 -2.62011 -3.4 -9.0 0.3 -2.6 -4.3 -2.6 -7.4 -6.2 -4.1 -1.02012 -0.8 -3.2 0.1 -3.7 -4.0 -2.3 -5.5 -3.7 -4.2 -2.12013 -0.9 -2.6 0.6 -2.7 -2.3 -1.5 -4.9 -14.6 -2.6 -2.42014 T2 0.1 -1.1 0.5 -3.3 -3.0 -1.5 -4.8 -12.7 -2.8 -2.7

T3 0.0 -0.6 0.7 -2.5 -2.7 -1.5 -4.3 -13.0 -3.1 -2.7Dívida pública

2010 46.8 36.3 19.6 67.6 59.0 82.4 96.2 37.9 41.1 47.12011 42.7 37.3 18.5 69.8 61.3 82.1 111.1 46.2 43.5 48.52012 40.9 39.9 21.4 67.9 66.5 81.7 124.8 53.4 52.1 53.02013 38.2 39.0 23.6 69.8 68.6 81.2 128.0 70.4 54.6 56.02014 T2 41.0 38.7 23.2 74.6 69.6 82.3 129.5 78.3 55.6 58.9

T3 40.4 38.3 22.9 71.9 69.0 80.7 131.4 78.1 55.4 58.1

Fontes: BCE para os títulos de dívida pública; Eurostat para o défice/excedente público e a dívida pública.1) Os dados sobre os títulos de dívida pública são registados ao valor nominal e não são consolidados no setor das administrações públicas.2) Fluxos de capital e juros durante o período de serviço da dívida.3) Prazo residual no final do período.4) Saldos em fim de período; transações como média de 12 meses.5) Os montantes de capital não abrangem os títulos de curto prazo emitidos e reembolsados durante os 12 meses seguintes.6) Rácios trimestrais (em percentagem do PIB) calculados utilizando uma soma acumulada de 4 trimestres para os dados de fluxos e PIB, e ao valor em final de trimestre para os saldos.

6.4 Títulos de dívida pública 1)

(serviço da dívida em percentagem do ; pra o residual m dio em anos; taxas de rendi ilidade nominais m dias em percentagens por ano)

6.5 Evolução orçamental nos países da área do euro 6)

(em percentagem do ; uxos durante um período de ano e saldos em fim de período)