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BOLETIM DO LEITE Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 24 nº 280 | Setembro - 2018 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP SETEMBRO 2018

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BOLETIM DO

LEITEUma publicação do CEPEA - ESALQ/USPAno 24 nº 280 | Setembro - 2018Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP SETEMBRO

2018

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BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Depois de sete meses em alta e de um aumento acumu-lado de 50,3% em termos reais na “Média Brasil” lí-quida¹ (valores deflacionados pelo IPCA de agosto de

2018), o preço do leite no campo deve registrar sua primeira queda do ano em setembro (referente à captação de agosto). Historicamente, observa-se que os preços do leite ao produtor obedecem a uma sazonalidade específica, que ocorre em função do regime de chuvas e, consequentemente, da disponibilidade de pastagens. A Figura 1 mostra as sazo-nalidades dos preços do leite ao produtor na “Média Brasil” e da captação, de acordo com dados da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE. Tipicamente, o maior preço observado ocorre em agosto e, já em setembro, começa o período de queda nos valores do leite, em decorrência do aumento da produção. Assim, o movimento de queda já era esperado en-tre agentes do setor. No entanto, o diferencial deste ano em relação aos anteriores é que, apesar da produção estar se elevando, o volume disponível ainda é baixo. Os últimos da-dos da Pesquisa Trimestral do Leite mostram que o volume captado no Brasil no segundo trimestre de 2018 esteve 3,2%

inferior ao do mesmo período de 2017. Vale lembrar que, de 2016 para 2017, houve alta de 8,2% na mesma comparação. Dessa forma, o principal fator que pode influenciar a queda nas cotações não é a oferta, mas, sim, o consumo enfraquecido. De acordo com pesquisas realizadas pelo Ce-pea com o apoio da OCB, o preço do longa-vida recebido pelas indústrias na negociação com o mercado atacadista de São Paulo caiu 8,3% no acumulado de agosto, com a média mensal 13% inferior à de julho. Na primeira quinzena de setembro, esse movimento continuou, com queda de 3% no período. Segundo colaboradores consultados pelo Ce-pea, a formação de estoques tem dificultado as vendas da indústria. A estagnação da economia tem relação direta com esse cenário, à medida que o consumo de lácteos só é esti-mulado quando o poder de compra do brasileiro aumenta. Para outubro (referente à captação de setembro), agentes de mercado esperam aumento da captação, sobre-tudo no Sudeste e Centro-Oeste, o que deve levar a uma nova queda de preços ainda mais intensa que a de setembro.

Movimento de alta deve ser interrompido em setembro

Equipe Leite: Natália Salaro Grigol - Pesquisadora do Projeto Leite

Equipe de Apoio | Caio Monteiro, Juliana Cristina dos Santos, Munira Nasrrallah, Ivan Barreto e Laura Medeiros

Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto GrãosEquipe de Apoio | André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Isabela Rossi, Carolina Sales, Raphaela Spolidoro, Márcia Ferreira e Marcella Rena

EXPEDIENTE Editora Executiva: Natália Salaro GrigolPesquisadora do Projeto Leite

Jornalista Responsável: Alessandra da Paz - Mtb: 49.148

Editores Científicos: Prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros e Prof. Sergio De Zen

Revisão:Bruna Sampaio - Mtb: 79.466Nádia Zanirato - Mtb: 81.086Flávia Gutierrez - Mtb: 53.681

Contato:(19) 3429-8834 | [email protected]

Endereço para correspondência:Av. Centenário, 1080 | Cep: 13416-000 | Piracicaba/SP

O Boletim do Leite pertence ao CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USPA reprodução de conteúdos publicados neste informativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.

LEIT

E AO

PRO

DUTO

R

Por Natália Grigol

¹ A “Média Brasil” considera os estados de BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS. Os preços líquidos não incluem frete e impostos.

Gráfico 1 - Análise de sazonalidade dos preços do leite ao produtor na “Média Brasil” do Cepea e da captação realizada pelas empresas, de acordo com dados da Pesquisa Trimestral do Leite, do IBGE.

Nota: O Índice de Sazonalidade foi calculado através do método da média geométrica móvel centralizada de 12 meses. O deslocamento entre os dados ocorre devido ao preço do leite se referir ao mês seguinte da captação. Na análise de sazonalidade, estabelecemos que 100 é o valor médio: então, os valores abaixo de 100 indicam preços ou volumes abaixo da média, e vice-versa.

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3CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 1 - Índice de Captação do Leite do Cepea (ICAP-L)

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Gráfico 2 - Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de agosto/18)

VARIAÇÃO MENSAL NA CAPTAÇÃO

jul-17 4,42%

ago-17 4,92%

set-17 4,11%

out-17 -1,76%

nov-17 1,32%

dez-17 0,23%

jan-18 -2,17%

fev-18 -1,22%

mar-18 -7,22%

abr-18 -1,46%

mai-18 -14,37%

jun-18 17,57%

jul-18 6,25%

Acumulado dos 12 meses 1,22%

Acumulado 2018 -11,05%

20152017

Agosto/181,5466

0,85

0,95

1,05

1,15

1,25

1,35

1,45

1,55

1,65

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$/L

itro

MÉDIA BRASIL PONDERADA LÍQUIDA (BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS)VALORES REAIS - R$/LITRO (Deflacionados pelo IPCA de agosto/18)

Média2005 a 2017

2014

2016

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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

LEITE AO PRO

DUTOR

Tabela 2 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em AGOSTO/18 referentes ao leite entregue em JULHO/18

Tabela 3 - Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Preço BrutoInclusos frete e CESSR (ex-Funrural)

Preço LíquidoVar%Bruto

Var%Líquido

Mesorregião MÍnimo Médio Máximo Mínimo Médio Máximo % %

RSNoroeste 1,4464 1,5961 1,8654 1,3301 1,4775 1,7429 1,84% 2,56%

Centro-Oriental 1,1741 1,4847 1,5725 1,0727 1,3788 1,4652 3,89% 5,24%

Média Estadual - RS 1,4184 1,5724 1,8073 1,3096 1,4614 1,6928 3,13% 3,91%

SC

Oeste Catarinense 1,3066 1,5522 1,7182 1,2114 1,4533 1,6169 1,31% 1,66%

Norte Catarinense/Vale do Itajaí 1,1186 1,4271 1,6110 1,0139 1,2908 1,4721 3,75% 4,87%

Média Estadual - SC 1,3001 1,5325 1,6923 1,2043 1,4321 1,5896 1,79% 2,17%

PR

Centro Oriental Paranaense 1,5223 1,6818 1,7226 1,4405 1,5976 1,6378 8,49% 8,96%

Oeste Paranaense 1,4525 1,6850 1,8189 1,3360 1,5650 1,6969 8,39% 7,04%

Norte Central Paranaense 1,5657 1,7045 1,8713 1,4539 1,5906 1,7550 3,85% 4,07%

Sudoeste Paranaense 1,4757 1,6847 1,8473 1,3570 1,5629 1,7231 6,64% 5,86%

Média Estadual - PR 1,4656 1,6594 1,7876 1,3575 1,5484 1,6747 6,41% 6,13%

SP

São José do Rio Preto 1,3205 1,7128 1,8878 1,2191 1,6056 1,7780 0,79% 0,91%

Campinas 1,4101 1,6882 1,8182 1,2988 1,5728 1,7009 1,66% 2,55%

Vale do Paraíba Paulista 1,4364 1,5824 1,6393 1,3610 1,5049 1,5610 1,41% 1,44%

Média Estadual - SP 1,4347 1,6456 1,7625 1,3320 1,5362 1,6514 2,10% 2,41%

MG

Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 1,5875 1,8114 1,9788 1,4702 1,6907 1,8557 3,88% 4,26%

Sul/Sudoeste de Minas 1,5442 1,6758 1,8085 1,4557 1,5853 1,7162 3,53% 4,52%

Vale do Rio Doce 1,4519 1,5959 1,8634 1,3340 1,4759 1,7394 2,24% 2,61%

Metropolitana de Belo Horizonte 1,5275 1,7741 1,9306 1,4028 1,6458 1,8000 8,43% 9,09%

Zona da Mata 1,4355 1,6428 1,6971 1,3250 1,5292 1,5827 4,26% 4,53%

Média Estadual - MG 1,5404 1,7248 1,8807 1,4285 1,6102 1,7639 4,59% 5,17%

GOCentro Goiano 1,6617 1,7517 1,9369 1,5507 1,6394 1,8219 3,55% 4,59%

Sul Goiano 1,6306 1,7922 2,0162 1,5140 1,6731 1,8939 7,69% 8,80%

Média Estadual - GO 1,6362 1,7875 1,9852 1,5205 1,6695 1,8643 7,26% 8,30%

BACentro Sul Baiano 1,3180 1,3688 1,4703 1,2000 1,2500 1,3500 0,00% 0,00%

Sul Baiano 1,3386 1,3465 1,3543 1,2101 1,2179 1,2256 1,38% 1,40%

Média Estadual - BA 1,3342 1,3990 1,5172 1,1844 1,2483 1,3647 2,60% 3,00%

MÉDIA NACIONAL - Ponderada 1,4763 1,6589 1,8250 1,3673 1,5466 1,7103 4,13% 4,64%

RJSul Fluminense 1,6354 1,7249 1,8072 1,5337 1,6219 1,7030 3,25% 3,54%

Centro 1,5510 1,7073 1,7845 1,4241 1,5781 1,6541 1,50% 1,63%

Média Estadual - RJ 1,4234 1,6051 1,6850 1,3294 1,5083 1,5871 2,12% 2,33%

MSLeste 1,2318 1,5472 1,5735 1,0525 1,3633 1,3891 9,28% 10,59%

Sudoeste 1,3644 1,5554 1,6422 1,2250 1,4131 1,4987 5,89% 3,76%

Média Estadual - MS 1,3108 1,5521 1,6144 1,1553 1,3930 1,4544 7,23% 6,36%

ESSul Espírito-santense 1,4957 1,5622 1,5863 1,4019 1,4674 1,4911 1,15% 1,66%

Média Estadual - ES 1,4186 1,5519 1,6793 1,3072 1,4386 1,5640 1,29% 1,26%

CE

Sertões Cearenses 1,2054 1,3362 1,4334 1,1456 1,2745 1,3703 3,05% 2,77%

Metropolitana de Fortaleza 1,2016 1,3663 1,4211 1,1818 1,3440 1,3980 2,59% 2,61%

Centro Sul Cearense 1,0962 1,1676 1,2948 1,0758 1,1461 1,2714 1,01% 1,03%

Média Estadual - CE 1,2524 1,3456 1,4256 1,1883 1,2801 1,3589 3,51% 3,50%

DERI

VADO

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5CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

LEITE AO PRO

DUTOR

Após meses em alta, o preço do leite UHT re-cuou 13% de julho para agosto, fechando o mês com média de R$ 2,7761/litro. Quanto ao quei-

jo muçarela, as cotações caíram 5% na mesma compa-ração, para a média de R$ 18,84/kg em agosto. As des-valorizações de ambos os produtos estão atreladas ao baixo consumo e aos elevados estoques no atacado paulista. Se comparados ao mesmo período do ano passado, po-rém, os valores do UHT subiram 19,8% e os do queijo muçarela, 23,2%, permanecendo em patamares elevados – no acumula-do do ano, as altas são de 39,5% e de 28,3%, respectivamente. Na segunda quinzena de setembro, as cota-

ções no mercado spot de leite (comercialização entre indústrias) seguem praticamente estáveis em São Pau-lo (+0,7% frente à primeira quinzena do mês), mas re-gistram alta em Minas Gerais – 2,9%, na mesma com-paração – e queda em Goiás (2,7%) e no Paraná (6%). Já os preços do leite UHT e da muçarela regis-traram quedas de 5,6% e de 2,5%, respectivamente, no acumulado da primeira quinzena de setembro, fechan-do o período com médias de R$ 2,6238/litro e de R$ 18,3963/kg. A pesquisa diária de preços realizada pelo Cepea no atacado de São Paulo tem o apoio financei-ro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).

Preço do leite longa vida recua 13% em agosto

DERI

VADO

S

Por Munira Nasrrallah e Juliana Santos

Fonte: Cepea-Esalq/USP e OCB.Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias.

Fonte: Cepea-Esalq/USP. Nota: Valores reais, deflacionados pelo IPCA de agosto/2018.

Variações em termos reais (deflacionados pelo IPCA de agosto/2018) Cotação diária - atacado do estado de São Paulo

Média de preços em agosto/18

Variação (%) em relação a agosto/17

Variação (%) em relação a julho/18

Leite UHT R$ 2,7761/litro 19,85% -13,0%

Queijo muçarela R$ 18,84/kg 23,25% -5,03%

Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados no mercado atacadista e as variações no mês de agosto em relação a julho de 2018

ProdutoGO MG PR RS SP Média Brasil

Jul Ago % Jul Ago % Jul Ago % Jul Ago % Jul Ago % Jul Ago %

Leite pasteurizado 2,61 2,57 -1,36% 2,31 2,33 0,76% 2,55 2,51 -1,94% 2,45 2,53 3,36% 2,46 2,45 -0,43% 2,48 2,50 0,73%

Leite UHT 3,15 2,65 -15,79% 2,85 2,69 -5,75% 3,03 2,74 -9,36% 2,96 2,59 -12,47% 3,21 2,78 -13,42% 3,08 2,76 -10,26%

Queijo prato 20,38 18,02 -11,61% 23,16 22,02 -4,93% 20,71 19,77 -4,55% 20,41 19,80 -2,98% 21,39 20,28 -5,21% 21,32 20,18 -5,37%

Leite em pó int.(400g) 15,34 16,73 9,05% 17,12 17,48 2,08% 16,87 19,88 17,79% 18,88 18,16 -3,86% 16,55 16,20 -2,13% 16,48 15,21 -7,72%

Manteiga (200g) 26,15 26,41 1,00% 25,82 25,41 -1,60% 25,06 24,89 -0,68% 25,57 25,25 -1,26% 26,45 25,83 -2,32% 25,41 25,31 -0,41%

Queijo muçarela 20,04 18,69 -6,75% 21,15 20,51 -3,06% 19,73 18,98 -3,77% 19,77 18,71 -5,34% 19,74 18,76 -4,97% 19,98 19,05 -4,66%

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BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

MERCADO

INTERN

ACION

AL

Exportação aumenta e reduz déficit da balança comercial

Por Laura Medeiros

As exportações de derivados lácteos aumenta-ram significantemente em agosto, totalizando 6,471 milhões de litros em equivalente leite,

80,9% acima dos embarques de julho, mas 8,6% abaixo do exportado em agosto de 2017. A expressiva elevação dos embarques e a queda de 10% na quan-tidade importada reduziram o déficit da balança co-mercial de lácteos em 12,9% – assim, o saldo negati-vo no mês passado foi de 99 milhões de litros de leite. Os produtos mais exportados pelo Bra-sil em agosto foram os queijos, com participação de 50,4% no total de derivados enviados ao ex-terior, e o leite condensado, com 34,9%. Fren-te ao mês de julho, os embarques desses lácteos aumentaram 63,6% e 109,8%, respectivamente. Os países que mais importaram o queijo brasileiro no mês passado foram Argentina (31,7%), Chile (22,5%) e Rússia (21,1%). Quanto ao leite con-

densado, os principais compradores foram Trinidad Tobago (34,7%), Tunísia (16,7%) e Chile (14,3%). As importações, por sua vez, somaram 105 milhões de litros em equivalente leite, aumento de 2% frente às do mesmo período de 2017. O lei-te em pó continua sendo o principal produto im-portado pelo Brasil, somando 78 milhões de litros em equivalente leite em agosto, o que representa 73,9% do total. Em seguida destacam-se os quei-jos, com participação de 25,6% no volume total. Frente a julho, as importações de leite em pó e de queijos diminuíram 9,9% e 5,89%, nessa ordem. As importações de leite em pó e de queijos da Argentina, especificamente, repre-sentaram 56,6% e 74,1% do total adquiri-do pelo Brasil em agosto, enquanto as com-pras dos mesmos produtos vindos do Uruguai representaram 41% e 15,2% no mesmo período.

Notas: (1). Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite. (2). o soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros. Fonte: Comex / Elaboração: Cepea.

1 A categoria “leites em pó” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 4021010; 4022110; 4021090. ² A categoria “queijos” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 04061010; 04061090; 04062000; 04063000; 04064000; 04069010; 04069020; 04069030; 04069090.

Tabela 1 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ - AGOSTO/18

Produto Volume

(mil litros de leite)

Agosto/18 – Julho/18

Participação no total im-portado em Agosto/18

Agosto/18 - Agosto/17

Total 105.811 -10,0% - 2,0%

Leite em pó (integral e desnatado)

78.243 -9,9% 73,9% 18,2%

Queijos 27.120 -5,89% 25,6% -24,41%

Manteiga 447 -64,68% 0,42% -38,04%

Total acumulado jan-ago/2018 frente ao mesmo período de 2017: -26,9%

Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ - AGOSTO/18

Produto Volume

(mil litros de leite)

Agosto/18 - Julho/18

Participação no total ex-portado em Agosto/18

Agosto/18 - Agosto/17

Total 6.471 80,95% - -8,6%

Leite em pó (integral e desnatado)

26 224,7% 0,41% -50,6%

Leite condensado 2.255 109,8% 34,9% -47,0%

Queijos 3.259 63,6% 50,4% 58,2%

Leite fluido 558 87,5% 8,63% -18,0%

Total acumulado jan-ago/2018 frente ao mesmo período de 2017: -55,6%CU

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PRO

DUÇÃ

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BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

MERCADO

INTERN

ACION

AL CUST

OS

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Margem positiva em 2018 favorece saúde financeira de propriedades

Por Caio Monteiro

O ano de 2018 tem apresentado margens mais favoráveis ao produtor de leite, o que indica que este pode ser um bom momento para que

muitos reestabeleçam a saúde financeira de suas pro-priedades. Vale lembrar que, em 2017, alguns pecu-aristas acumularam dívidas de custeio da atividade, devido à forte queda nos preços do leite no campo. No correr deste ano, ainda que os custos de produção estejam em alta, os aumentos na receita (preço do leite) ocorrem em intensidade muito maior. No acumulado de 2018 (até agosto), o COE (Custo Operacional Efetivo, que considera os gastos correntes da propriedade) da pecuária leiteira na “média Brasil” (estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) registra alta de 6,53%, praticamente a mesma variação observa-da no IGP-DI, de 6,63%. Já o preço do leite pago ao produtor subiu expressivos 54,4% no mesmo período. Em agosto, especificamente, os custos de produção da pecuária leiteira recuaram, após 10 meses de altas consecutivas. Por outro lado, o pre-

ço médio do leite seguiu em alta, atingindo, inclu-sive, o maior patamar nominal desde setembro/16. Sobre os custos, a queda de julho para agos-to esteve atrelada à desvalorização de alguns insu-mos, como concentrado e medicamentos. Na “mé-dia Brasil”, a queda foi 0,20% para o COE e de 0,18% para o COT (Custo Operacional Total, que, além do COE, considera o pró-labore e depreciações). A ligeira retração nos valores do milho em julho em algumas regiões, reflexo da colheita da segunda safra, teve efeito sobre os valores dos concentrados nas casas agropecuárias em agosto. Na “média Brasil”, o grupo dos concentrados se desvalorizou 0,3%. Essa queda nacional, por sua vez, foi influenciada principalmente pelo recuo nos preços do insumo em Minas Gerais e em São Paulo, onde as desvalorizações foram de 0,70% e de 0,35%, respec-tivamente. Os preços de alguns medicamentos também registraram queda em agosto, como vitaminas, hormô-nios e antitóxicos que, juntos, se desvalorizaram 0,64%.

Foto: Bento Viana/Senar

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BOLETIM DO LEITE | SETEMBRO DE 2018 - ANO 24 - Nº 280

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

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MILHO: Baixa liquidez e maior oferta pressionam cotações

Os preços do milho registraram leve que-da na primeira quinzena de setembro. Esse cenário se deve à maior oferta, alia-

da à necessidade de fazer caixa de produtores e à baixa liquidez no mercado interno. Além disso, o fraco ritmo de exportações mantém compradores afastados, com a expectativa de maior oferta doméstica nos próximos meses. No acumulado do mês (até o dia 14), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campi-nas) caiu 0,9%, fechando a R$ 40,75/sc de 60 kg no dia 14. Quanto à média do mês (até 14 de setembro), de R$ 40,77/sc, é 1% inferior à média de agosto. Na média das regiões acom-panhadas pelo Cepea, foram registrados recuos tanto no mercado de balcão (valor recebido pelo produtor) quanto no disponível (negociação en-tre empresa) de 0,5% e 0,8%, respectivamente. Com a colheita praticamente finali-zada, produtores estão voltados ao plantio da

safra verão, que já teve início no Rio Grande do Sul e Paraná. Dados do Seab indicam que o plantio da nova safra no Paraná havia alcan-çado 13% da área estimada até o dia 10 de setembro, sendo que 100% das lavouras es-tão em boas condições. No Rio Grande do Sul, o semeio avança, chegando a 23% da área até o dia 13 deste mês, segundo a Emater. Em relação às exportações, os baixos preços praticados durante esta temporada e os altos custos com os fretes têm deixado com-pradores e vendedores afastados do mercado. De janeiro a agosto deste ano, foram embarca-das 9,27 milhões de toneladas, queda de 14% frente ao mesmo período de 2017. Segundo a Conab (Companhia Nacional do Abastecimen-to), os embarques devem ser 17% menores neste ano em comparação ao período anterior. Caso este cenário se confirme, compradores do físico apostam em maiores desvalorizações.

FARELO DE SOJA: Alta do grão reduz margem de lucro da indústria

Mesmo com a valorização do farelo de soja, a margem de lucro da indústria está redu-zida, visto que as fábricas não têm conse-

guido repassar toda a alta da matéria-prima para os derivados. Isso porque suinocultores e avicultores também já vêm trabalhando com uma menor mar-gem de lucro há algum tempo, cenário que inviabi-liza as aquisições de farelo a preços mais elevados. Na primeira quinzena de setem-bro, enquanto os preços de farelo de soja subi-ram 3,2% na média das regiões acompanha-das pelo Cepea, os do grão avançaram 5,5%. Diante disso, muitas indústrias sinalizam interromper o processamento para manutenção

das fábricas. Em relatório divulgado no dia 11 pela Conab, a produção de farelo de soja é estimada em 31,95 milhões de toneladas nesta temporada (2017/18), 3,49% menor que a projetada no mês de agosto. Este volume é menor, inclusive, que a quantidade produzida na safra passada. Com isso, os estoques finais de farelo são previstos em 611,3 mil toneladas pela Companhia, queda de 68,9% frente ao estimado no relatório anterior. Por outro lado, a demanda externa pelo derivado segue elevada neste ano, favorecendo a indústria. De janeiro a agosto, o Brasil expor-tou 11,76 milhões de toneladas de farelo de soja, 17,7% a mais que no mesmo período de 2017.

Por Carolina Camargo Nogueira Sales

MIL

HO E

FAR

ELO

DE

SOJA

janeiro 32,70

fevereiro 34,76

março 41,37

abril 39,92

(R$/sc de 60 kg)

janeiro 1.004,88

fevereiro 1.115,87

março 1.211,72

abril 1.292,72

(R$/tonelada)

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Por Débora Kelen Pereira da Silva

maio 42,69

junho 40,55

julho 37,22

agosto 41,17

1ª quinzena de setembro

40,77

maio 1.396,71

junho 1.396,37

julho 1.348,77

agosto 1.340,92

1ª quinzena de setembro

1.374,24