boletim do cress nº77

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Boletim do CRESS Nº 277 Conselho Regional de Serviço Social Recife, 5 de Janeiro de 2012 Padre expulso pela ditadura retorna ao Brasil Vito Miracapillo desembarcou no Recife na terça, 3, após decisão do Ministério da Justiça Por se recusar a rezar missas pelo Dia da Independência, o padre italiano Vito Miracapillo, que atuava em Ribeiro (PE), foi expulso do Brasil em setembro de 1980, nos estertores da ditadura militar. Na terça-feira, 3, padre Vito desembarcou no Recife após decisão inédita do Ministério da Justiça, publicada em novembro de 2011 no Diário Oficial da União. Padre Vito foi vigário na cidade de Ribeirão, da Diocese de Palmares, entre 1975 e 1980, e desenvolveu intensa atividade em defesa dos moradores, grande parte deles trabalhadores de cana de açúcar. Este foi o motivo de sua expulsão, em 1980, mesmo tendo havido forte campanha entre os setores democráticos e progressistas por sua permanência no Brasil. Gota dágua O estopim para a expulsão foi sua recusa em celebrar duas missas em praça pública que a prefeitura local, com apoio dos militares e dos setores conservadores, queria impor ao sacerdote, uma delas pelo sete de setembro e outra pelo aniversário da emancipação do município de Ribeirão. O padre justificou sua decisão dizendo, na época, que não celebraria aquelas missas “por vários motivos, entre os quais a não efetiva independência do povo reduzido a condição de pedinte e desamparado em seus direitos”. Ele celebrou missas naqueles dias, mas fora da programação política que a prefeitura e a oligarquia local queriam lhe impor. Foi apoiado pela CNBB nessa decisão mas, mesmo assim, foi denunciado ao ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel pelo então prefeito, Salomão Correia Brasil (PDS, o partido da ditadura), acusado de afronta à pátria. A expulsão foi confirmada pelo STF (Superior Tribunal Federal) por 11 votos a zero. A devolução de seu visto de permanência foi comemorada pela CNBB e restaura uma grave violação comemtida pela ditadura militar contra um sacerdote que destacou-se na luta pela democracia e pelos direitos do povo e dos trabalhadores. Fonte: Caros Amigos / site Vermelho Lista suja do trabalho escravo tem número recorde de infratores Cinquenta e duas empresas e pessoas físicas foram incluídas pelo Ministério do Trabalho e Emprego na lista suja do traba- lho escravo, que passa a contar com 294 nomes. Dois foram retirados por terem comprovado o cumprimento de todos os requisitos para a exclusão do nome. O número é recorde para a lista, que começou a ser feita em 2004 pelo ministé- rio. O levantamento, um cadastro de pessoas físicas e jurídi- cas flagradas explorando mão de obra escrava, foi criado para coibir a prática no país. Os nomes que passam a fazer parte da lista ficam impedidos de obter empréstimos em bancos oficiais e entram na lista das empresas integrantes da cadeia produtiva do trabalho escravo no Brasil. O cadastro é usado pelas indús- trias, pelo varejo e por exportadores para a aplicação de restrições e para não permitir a comercialização dos produ- tos oriundos do trabalho escravo. A lista é atualizada a cada seis meses e os nomes são mantidos por dois anos. Se o empregador não for flagrado novamente e pagar os salários dos trabalhadores, o registro é excluído. A inclusão do nome ocorre após decisão administrativa, com base no auto de infração feito pela fiscalização do trabalho, em que tenham sido identificados trabalhadores submetidos ao trabalho escravo. Os nomes inseridos na lista suja estão no endereço eletrônico do Ministério do Trabalho. Fonte: Diario de Pernambuco/ Agência Brasil

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Boletim do CRESS Nº77

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Boletim do CRESS

Nº 277

Conselho Regional de Serviço Social

Recife, 5 de Janeiro de 2012

Padre expulso pela ditadura retorna ao Brasil

Vito Miracapillo desembarcou no Recife na terça, 3, após decisão do Ministério da Justiça Por se recusar a rezar missas pelo Dia da Independência, o padre italiano Vito Miracapillo, que atuava em Ribeiro (PE), foi expulso do Brasil em setembro de 1980, nos estertores da ditadura militar. Na terça-feira, 3, padre Vito desembarcou no Recife após decisão inédita do Ministério da Justiça, publicada em novembro de 2011 no Diário Oficial da União. Padre Vito foi vigário na cidade de Ribeirão, da Diocese de Palmares, entre 1975 e 1980, e desenvolveu intensa atividade em defesa dos moradores, grande parte deles trabalhadores de cana de açúcar. Este foi o motivo de sua expulsão, em 1980, mesmo tendo havido forte campanha entre os setores democráticos e progressistas por sua permanência no Brasil. Gota dágua O estopim para a expulsão foi sua recusa em celebrar duas missas em praça pública que a prefeitura local, com apoio dos militares e dos setores conservadores, queria impor ao sacerdote, uma delas pelo sete de setembro e outra pelo aniversário da emancipação do município de Ribeirão. O padre justificou sua decisão dizendo, na época, que não celebraria aquelas missas “por vários motivos, entre os quais a não efetiva independência do povo reduzido a condição de pedinte e desamparado em seus direitos”. Ele celebrou missas naqueles dias, mas fora da programação política que a prefeitura e a oligarquia local queriam lhe impor. Foi apoiado pela CNBB nessa decisão mas, mesmo assim, foi denunciado ao ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel pelo então prefeito, Salomão Correia Brasil (PDS, o partido da ditadura), acusado de afronta à pátria. A expulsão foi confirmada pelo STF (Superior Tribunal Federal) por 11 votos a zero. A devolução de seu visto de permanência foi comemorada pela CNBB e restaura uma grave violação comemtida pela ditadura militar contra um sacerdote que destacou-se na luta pela democracia e pelos direitos do povo e dos trabalhadores. Fonte: Caros Amigos / site Vermelho

Lista suja do trabalho escravo tem número recorde de infratores

Cinquenta e duas empresas e pessoas físicas foram incluídas

pelo Ministério do Trabalho e Emprego na lista suja do traba-

lho escravo, que passa a contar com 294 nomes. Dois foram

retirados por terem comprovado o cumprimento de todos os

requisitos para a exclusão do nome. O número é recorde

para a lista, que começou a ser feita em 2004 pelo ministé-

rio. O levantamento, um cadastro de pessoas físicas e jurídi-

cas flagradas explorando mão de obra escrava, foi criado

para coibir a prática no país.

Os nomes que passam a fazer parte da lista ficam impedidos de obter empréstimos em bancos oficiais e entram na

lista das empresas integrantes da cadeia produtiva do trabalho escravo no Brasil. O cadastro é usado pelas indús-

trias, pelo varejo e por exportadores para a aplicação de restrições e para não permitir a comercialização dos produ-

tos oriundos do trabalho escravo.

A lista é atualizada a cada seis meses e os nomes são mantidos por dois anos. Se o empregador não for flagrado

novamente e pagar os salários dos trabalhadores, o registro é excluído. A inclusão do nome ocorre após decisão

administrativa, com base no auto de infração feito pela fiscalização do trabalho, em que tenham sido identificados

trabalhadores submetidos ao trabalho escravo.

Os nomes inseridos na lista suja estão no endereço eletrônico do Ministério do Trabalho.

Fonte: Diario de Pernambuco/ Agência Brasil

Página 2 BOLETIM DO CRESS

Programa IASSCS-Ford inscreve até hoje

Estão abertas até hoje (5) as inscrições para o pro-grama IASSCS-Ford de bolsas para pesquisa em se-xualidades. O IASSCS busca fortalecer o campo das pesquisas sociais e culturais em sexualidades, incluin-do o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, dando prioridade à necessidade por diversidade neste campo de investigação. Podem se inscrever pesquisa-dores vinculados a universidades e pessoas que tra-balham em organizações de base e que tenham capa-c i d a d e s n a á r e a d e p e s q u i s a . http://www.rets.org.br/?q=node/1399

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Serviço Social 4ª Região Gestão 2011-2014 “Amarra o teu arado a uma estrela”l Rua 19 de Novembro, 154. CEP : 50610-240 Madalena - Recife /PE . Fone : (81 ) 3227 .73 89 / www.cresspe.org.br |

[email protected] | Comissão de Comunicação Assessora de Comunicação e Jornalista Responsável : Alana Moreira - DRT-PE 3616

São Vicente Férrer abre vagas para assistentes sociais

A Prefeitura de São Vicente Férrer, em Pernambuco está com inscrições abertas para o preenchimento de vagas para profissionais de níveis técnico e superior. Há duas oportunidades para assistentes sociais, sendo uma vaga destinada a portadores de deficiência. O salário é de R$ 1.200,00 com carga horária de 20 horas semanais. As inscrições seguem até o dia 19 de janeiro e todas as infor-mações referentes ao certame estão dis-poníveis no site www.idhtec.org.br. Fonte: PCI Concursos

Dossiê “Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil”

O Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natu-reza - ETTERN/IPPUR/UFRJ, participou da elabo-ração e coordenou a edição final do dossiê "Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil", da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa. O dossiê abrange temas como Copa, Olimpíadas e direito à moradia; acesso à informação e participação e representação popu-lares, impactos ambientais; segurança pública e acesso a bens e serviços públicos - entre outros. http://www.rets.org.br/?q=node/1440

Oportunidades

UFPE inscreve até dia 27 para concurso público A Universidade Federal de Pernambuco está com inscrições abertas para o concurso público que visa preencher 40 vagas, sendo seis para professor assistente e 34 para professor adjunto. Os salários variam de R$ 2.518,30 (adjunto – regime de 20 horas), R$ 4.661,59 (assistente – dedicação exclusiva - DE) a R$ 7.333,67 (adjunto – dedicação exclusiva). As inscrições estão abertas até o dia 27 de janeiro e o edital está disponível no site da Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos (Proacad): http://migre.me/71zYe. Entre as vagas ofertadas pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), três são oriundas do Departamento de Serviço Social para o cargo de professor adjunto com dedicação exclusiva, sendo duas delas para a área de Fundamentos Teórico Metodológicos do Serviço Social e uma para Política Social. Fonte: Com informações da Asscom UFPE

Curtas

Faltam recursos para políticas públicas para as mulheres O Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) preparou um material para subsidiar o debate na III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres sobre a avaliação e o aprimoramento do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Segundo o documento, parte dos obstáculos enfrentados para alcançar as metas compromissadas no Plano tem a ver com a baixa execução orçamentária das ações responsáveis por financiar as prioridades estabelecidas. Acesse: www.rets.org.br/?q=node/1431 Fonte das notas: Rets