boletim de arqueologia

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BOLETIM DE ARQUEOLOGIA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA Nº 3 2º TRIMESTRE DE 1964 ANO 2 Endereço (Sede) Avenida Marechal Floriano, 207 2º andar Estado da Guanabara Brasil COMISSÃO REDATORA Alberto Hélio do Prado Botelho Alexandre Martin Mirilli Carlos Manes Bandeira Claro Calasans Rodrigues Edmundo da Silva braga Ondemar Ferreira dias Junior IMPORTANTE “Autorizada a reprodução, desde que indicada a procedência e enviado um exemplar à Instituição.” SOLICITAMOS PERMUTA EXCHANGE IS SOLICITED ON DEMANDE L’ECHANGE ROGAMOS CANGE NI PECTAS INTERSAGANO SOLICITAMOS ACUSAR RECEBIMENTO

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BOLETIM DE ARQUEOLOGIA

PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA

Nº 3 – 2º TRIMESTRE DE 1964 – ANO 2

Endereço (Sede)

Avenida Marechal Floriano, 207 – 2º andar

Estado da Guanabara – Brasil

COMISSÃO REDATORA

Alberto Hélio do Prado Botelho

Alexandre Martin Mirilli

Carlos Manes Bandeira

Claro Calasans Rodrigues

Edmundo da Silva braga

Ondemar Ferreira dias Junior

IMPORTANTE

“Autorizada a reprodução, desde que indicada a procedência e enviado um exemplar à

Instituição.”

SOLICITAMOS PERMUTA

EXCHANGE IS SOLICITED

ON DEMANDE L’ECHANGE

ROGAMOS CANGE

NI PECTAS INTERSAGANO

SOLICITAMOS ACUSAR RECEBIMENTO

O SISTEMA ESPELEOLÓGICO DO VALE DO ELEFANTE

Por Carlos M. Bandeira

Representa o Vale do Elefante, uma larga brecha geológica, aberta no flanco

leste do maciço da Tijuca, formada nas eras primitivas pelo rolar contínuo do Rio

Perdido (que foi de considerável volume em tempos mais recuados), que devastou e

erodiu grossas camadas rochosas, acabando por depositar todo o seu produto na planície

aluvial, hoje ocupada pela urbe carioca.

Neste arrastar e devastar incessante formaram-se naquele Vale numerosas

cavidades, que, localizadas por larga extensão, vieram a compor o que convencionamos

chamar de “O Sistema Espeleológico do Vale do Elefante”.

Este sistema, estabelecido no complexo gnáissico, componente principal das

rochas locais, possui, no entanto, características notáveis, com cavidades de regulares

dimensões, algumas das quais, podendo ser classificadas como verdadeiras cavernas,

como no caso da “Gruta do Itará” ou da “Toca dos Morcegos”, ambas comportando

espaçosas salas e galerias.

A exploração deste sistema, remonta ao ano de 1958, quando o autor, com uma

Equipe de Espeleólogos da então Sociedade Brasileira de Espeleologia, iniciou o

levantamento daquelas cavidades (2). Nesta ocasião, foram descobertas as grutas “do

Cristal”, “Elefante”, “do Itará”, “dos Deuses”, “do José Maria”, “da Lage”, “do

Acampamento” e a “Toca dos Morcegos”, depois estudadas pelo autor no Departamento

Técnico, após seu ingresso no IAB.

Estando as referidas cavidades, situadas nas rochas gnáissicas (graníticas), a

ação principal formadora das mesmas, é a erosão fluvial (do Rio Perdido), seguida da

erosão pluvial (da chuva) e química, conjugadas a deslocamentos e afundamentos do

solo aluvional. A não existência do calcário restringiu, até certo ponto, as dimensões

daquelas cavidades, em sua maioria apresentando uma morfologia de faces boleadas e

de conjuntos de rochas superpostas. Além das grutas acima mencionadas mais de uma

dezena de “abrigos” estão distribuídas por toda a extensão do Vale, a maioria

constituindo-se de “boulders” e “matações” atingidos pela erosão em suas partes

inferiores e bases; muitas vezes, as cavidades se produziam através de veios minerais de

pouca resistência (mica-xisto), dando formas estranhas àqueles abrigos.

Nos estudos efetuados pelo IAB, pudemos observar, em alguns casos, a ação da

erosão em forma de esfoliação vertical, soltando-se verdadeiras “folhas” e “lâminas” de

rocha, das paredes das grutas (Gruta dos Deuses, Abrigo do IAB, etc.), passando tais

fragmentações a fazer parte do piso das cavidades, constituindo-se em uma nova

camada húmica. Encontramos também, nas grutas situadas mais próximas ao leito do

rio Perdido, um piso composto de terra de aluvião, areia, seixos rolados e variados

fragmentos de rochas, inclusive, fragmentos de telhas coloniais.

A Espeleoflora é quase inexistente, salvo alguns cogumelos e liquenáceas

(Fungões e Criptogamas). A Espeleomalacofauna é composta do conhecido caramujo

Strophocheilus e do Hélix, além de algumas outras espécies não classificadas. A

Espeleofauna resume-se em alguns pequenos lagartos (Iguanos Lacertilos), roedores, e o

sempre presente morcego (Quirópteros), estes em maior escala, embora sejam, até certo

ponto, recentes na região conforme atesta a reduzida camada de guano existente

naquelas cavidades.

Concluindo, podemos afirmar que as diversas cavidades, quer abrigos, quer

cavernas ou mesmo grutas, que fazem parte do sistema do Vale do Elefante (ou Grajaú),

constituem-se um interessante campo para o estudo e a pesquisa Espeleológica, além de

oferecer excelente possibilidade ao estudo da arqueologia, quer histórica, quer pré-

histórica, como veremos a seguir.

1- O autor é especialista em Espeleologia, tendo realizado extensas pesquisas e

estudado dezenas de cavidades, principalmente no Estado da Guanabara. É

membro do Conselho Técnico Científico da Sociedade Brasileira de

Espeleologia, onde exerceu os cargos de Secretário Geral, Diretor do Patrimônio

e Chefe da Equipe de Pesquisas. Foi Diretor da Divisão Técnica de Espeleologia

do C. E. Light, onde lecionou a matéria em curso especializado. Presentemente

exerce o cargo de Assistente Técnico de Espeleologia no Conselho Técnico do

IAB, além de chefe de Equipe.

2- Bibliografia – Publicada pelo autor.

- Revelando Segredos da Natureza – Diário de Notícias de 26/01/1958, Rio de

Janeiro.

- Estudando a Espeleologia – Diário de Notícias, 2/2/1958, Rio de Janeiro.

- Explorando Cavernas na Guanabara – Diário de Notícias de 19/6/1958, Rio de

Janeiro.

- A Gruta do Cristal – Diário de Notícias de 7/6/1959, Rio de Janeiro.

- Grutas e Cavernas da Guanabara – Revista “Excursionismo”, nº: 28 – Janeiro –

Fevereiro de 1960, Rio de Janeiro.

- Relação Estatística das Grutas da Guanabara – Revista “Excursionismo”, Nº 34,

Janeiro – Fevereiro de 1961, Rio de Janeiro.

- Estatística Espeleológica – boletim de Janeiro de 1961, da Sociedade Brasileira de

Espeleologia, Rio de Janeiro.

(Figura 1 – 2) Bibliografia)

ESBOÇO HISTÓRICO DO VALE DO ELEFANTE

Por Carlos M. Bandeira.

O estudo do Vale denominado “do Elefante” foi uma das metas do IAB, desde o

início das atividades técnicas de campo, resultando no presente trabalho, fundamentado

em estudos e pesquisas os quais passamos a registrar.

O Vale do Elefante, assim denominado por estar situado nas vertentes do Morro

do mesmo nome, na área Norte da Floresta da Tijuca, sendo mais um desfiladeiro,

formado pelo Rio Perdido, também denominado (abaixo da represa) Rio Andaraí ou

Joana.

Sua formação geológica, na Era Arqueozoica, tem o gnaisse facoidal como

principal elemento, o feldspato potássico, o quartzo e o quartzito, a biotita e a granada,

com o predomínio da silimanita. Já nas Eras Proterosoicas e Paleosoicas, surgiram os

Diques de sub-silica efusiva do magma gabrico, com seus fendilhmentos cheios de

basalto ou diabásio, de onde chegamos à formação atual.

Toda esta área hoje jaz sob uma densa cobertura vegetal, sob a qual repousa uma

parcela da história do estado da Guanabara. São vestígios do lavor do colonizador luso e

do braço escravo, os primeiros impulsionadores do progresso da mui leal e nobre cidade

de São Sebastião do Rio de Janeiro.

No final da atual Rua Marianópolis, no bairro do Grajaú, situa-se a entrada do

Vale, que caminho calçado por pedras irregulares, leva às várias ruínas coloniais, das

quais, a da antiga casa grande de fazenda, tida como tendo pertencido ao Barão Bom

Retiro, é um marco vivo daquele passado de lutas. As paredes que ainda estão de pé, o

pátio e o chafariz, além dos vários cômodos que ainda restam, cobrem uma área de mais

de 800m². À esquerda, uma antiga represa, atesta o aproveitamento das águas do Rio

Perdido. A 300m de distância deste local, outras ruínas de “casa grande” jaz

abandonada.

Da entrada o Vale, corre um caminho, rumo ao alto da Serra, ora pelas encostas,

ora junto ao leito do rio, tendo alguns trechos calçados com pedras desiguais, outros

com barreira e muros de arrimo; será talvez, o mais antigo caminho colonial existente

na Guanabara, ainda preservado da destruição pelo avanço da urbe, o que não ocorreu

com os antigos caminhos do Mateus e dos Três Rios, ora inteiramente irreconhecíveis.

Ao que consta, este seria o famoso “caminho dos franceses”, rota pela qual teria sido

invadida a nossa cidade, na época da colonização, merecendo inclusive, já na garganta

do Andaraí, no local denominado “Fortaleza”, a instalação, em 1775, de três baterias

artilhadas.

Em outro trecho do Vale, podem ser vistas obras toscas de hidráulica (no Rio

Perdido), assim como as ruínas de uma estranha fundição, com seu forno de pedra,

ainda em pé, em forma de domo, e, centenas de telhas canal, juncando o piso; o que

talvez venha a confirmar o registro constante nos “Anais da Cidade”, da antiga e

próspera mineração de metais e pedras preciosas na região.

No interior do Vale vários abrigos de pedra foram utilizados pelos escravos e

colonos, sendo farta a coleta de cerâmica e artefatos coloniais ou caboclos.

Quando no início do século XVII toda a área do Vale era desnuda de florestas,

salvo nas margens do rio onde se formavam alguns capões e árvores de porte regular.

Um grande capinzal cobria quase todas as encostas onduladamente. Veio então o ciclo

do café e toda aquelas terras sofreram uma transformação, sendo nelas plantado

milhares de pés da preciosa rubiácea, pés que ainda hoje, podem ser vistos, espalhados

por toda aquela extensão. Em 4 de janeiro de 1862, os escravos do Major Acher

começaram o reflorestamento da floresta da Tijuca, estendendo o mesmo até as terras do

Vale, então já de há muito abandonado quanto à produção de café, formando-se então a

floresta que hoje cobre toda aquela área, da qual se destaca a Arariba, a Canela, o

Cedro-Rosa, o Pau-Brasil, o Jacarandá-tan, o Jequitibá, o Bicuiba, etc.

As aves ali ainda existentes, pois a área pertence ao Ministério da Agricultura

como floresta protetora, são a Jacuí, a Rola, o Bem-te-vi, o Sabiá, a Araponga, o

Gaturamo (Euphone Nigricollis) e a Maitaca (Pionus Maximiliani).

Com este quadro esboçamos para o conhecimento geral, uma área que bem pode

ser classificada como esquecida dos cronistas, mas que, dentro em breve, ainda poderá

ser um celeiro de novas informações relativas à história de nossa cidade.

NOTAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1- Everardo Backheuser – “A Faixa Litorânea do Brasil Meridional”.

2- Anuário de Estatística da Cidade do Rio de Janeiro – Vol. V – 1923 – 1924.

Outras Obras:

O Rio Antigo, de Luiz Edmundo.

Anais da Cidade do Rio de Janeiro, 1942.

Revista “Excursionismo”, “Ruínas do Vale do Elefante”, por C. M. Bandeira –

Nº32 – Setembro – Outubro – ano de 1960.

O Diário de Notícias – As Ruínas do Vale do Elefante – por C. M. Bandeira –

7/6/1959.

(Figura 2 – Notas e bibliografia consultada)

CERÂMICA CABOCLA

Do “Vale do Elefante”

Por: Ondemar F. Dias Junior.

Pesquisando em diversas e contínuas prospecções o sistema espeleológico,

descoberto pelo nosso companheiro Carlos Manes Bandeira, no Vale do Elefante e no

Maciço da Tijuca, logramos descobrir alguns sítios com evidências de ocupação etno-

históricas. Além dos trabalhos em cataria, tipicamente coloniais, levantamos em grande

número de grutas, abrigos e aglomerados rochosos. Em algumas dessas grutas,

anteriormente descritas, localizamos restos de cerâmica, coloniais e caboclas, que

descrevemos suscintamente.

A “Gruta do Cristal”; o “Abrigo do IAB” e a “Gruta dos deuses” foram os

fornecedores dessa cacaria rústica. Chamamos a atenção dos leitores para o fato que

estas denominações, dadas exclusivamente pelos excursionistas, vão sendo consagradas

pelo uso, razão de as conservarmos aqui.

Análise da Cerâmica Cabocla

A – GRUTA DOS DEUSES.

Essa gruta que se apresenta com boa superfície plana protegida, foi prospectada

superficialmente em mais de uma ocasião. Nunca efetuamos escavações, daí a pobreza

do material.

Nº de amostras estudadas – 6

Tipo liso – 5

Tipo Estriado - 1

TIPO LISO

1- Pasta:

Técnica de manufatura – Difícil de determinar - predomina a técnica de modelagem

direta.

Núcleo – grande maioria de peças totalmente negras. Um exemplar de cor ocre,

demonstrando queima oxidante em toda a espessura da peça. Um exemplar com a região

interna mais reduzida do que nas proximidades da parede externa.

Antiplástico – Fino – não podemos afirmar ter sido peneirado, mas houve seleção

prévia. Não ocorrem grãos notáveis no quartzo.

Queima – Como na maior parte da cerâmica cabocla carioca e fluminense, predomina a

queima redutora, dando às peças uma característica coloração negra.

2- Superfície:

Parede externa – predominantemente negra ou acinzentada. Um exemplar de cor ocre.

Tratamento descuidado, alisamento rude.

Parede interna – Alisamento rudimentar. Cores negra, cinza e ocre.

3- Forma:

Reconstituímos peça bem conservada – panela globular com 17 cm de boca. Fundo

arredondado – munida de falsa alça (que possui sulco ao longo do corpo) – totalmente

negra. Decorada com traço sub-labial horizontal, distante 3 cm da borda.

Borda- Exemplar acima – extrovertida com lábio redondo.

Um exemplar reto com lábio cortado em aresta;

Espessura – de 5 até 9mm.

Observações – Encontramos ainda um único exemplar estriado, que não descrevemos

pela sua semelhança com os demais provenientes de outros sítios do vale, adiante

estudados.

B – GRUTA DO CRISTAL.

Foi o primeiro local pesquisado pelo IAB, em abril e maior de 1961.

Realizaram-se algumas escavações pouco profundas naquele período.

A gruta é mais um abrigo, situada em plano elevado, com estreita e longa

plataforma, dotada de solo pouco profundo. Sob a mesma localiza-se a Gruta do

Elefante, ainda não prospectada.

Número de Amostras estudadas – 42

Todos os exemplares coletados são estriados.

1- Pasta:

Técnica de Manufatura – Também aqui é difícil determinar com exatidão a técnica

empregada. Não encontramos nenhum exemplar demonstrando o uso do torno, nem

espirais fraturados. Acreditamos terem sido, também, modelados diretamente.

Núcleo – Tanto encontramos peças totalmente negras, quanto completamente oxidadas.

Ocorrem peças com paredes oxidadas e reduzidas.

Antiplástico – Quartzo abundante – escala menor o feldspato. Numerosíssimas

partículas de mica.

Queima – Sem padronização – regular – peças medianamente resistentes. Queima

redutora e oxidante, ou mista. Não houve bom controle da cocção.

2- Superfície:

Parede externa – de negra a ocre – nenhum exemplar vermelho tijolo.

Parede interna – com idêntica variação.

Tratamento – A face interna sofreu alisamento de bom (brilhante) a rudimentar

(poroso). A face externa foi sempre tratada com objeto que produziu estrias irregulares,

as vezes orientadas em determinadas zonas reduzidas, outras vezes completamente

desordenadas, profundas ou muito leves.

O estriado localizou-se mais no bojo das peças, quase desaparecendo na região da

borda. Raramente encontramos quatro ou cinco traços paralelos, sugerindo a ocorrência

do tipo “penteado”; mas é pouco encontrado e ainda assim, só em certos locais do

estriado. Não acreditamos que se trate, no caso, de técnica separada ou diferente.

Uma peça tem fino englobe na face interna, onde aparece também o estriado (só

conhecemos esta ocorrência numa peça de Cabo Frio, ainda em estudos).

3- Forma:

Pudemos reconstituir duas panelas com aproximadamente vinte centímetros de boca;

ambas globulares, estriadas no bojo, com fundo arredondado, convexo.

Uma delas, negra, além de ter uma decoração pontilhada em <, possuía alça falsa

tubular, que encobria 2/3 desse pontilhado.

Bordas – Introvertidas

Lábios – Arredondados ou cortados planos em bisel.

C – ABRIGO DO IAB

O abrigo assim batizado pela nossa equipe de campo possuía pequeno solo

poeirento e muito pobre. Dali retiramos oito fragmentos de cerâmica lisa, semelhante

àquela anteriormente descrita. A sua cerâmica colonial é idêntica à encontrada na Gruta

do Cristal.

No Abrigo do IAB encontramos um cachimbo fragmentado, tosco, com

vestígios de pintura negra, tipicamente colonial.

CERÂMICA COLONIAL

A cerâmica colonial, encontrada em associação com a cabocla, não demonstra

grande importância para o estudo do comparativo que viemos a realizar em locais do

Estado do Rio, como Calundu e Valonguinho.

Destacamos a encontrada na Gruta do Cristal. Desta sobressai uma panela

colonial, vidrada de verde, internamente munida de falsa alça, tendo 25 cm de boca. É

idêntica a cabocla encontrada, e já descrita, na Gruta dos Deuses. Este paralelismo é

interessante, pois a segunda deve ser nada mais nada menos, que uma imitação

executada pelo caboclo, partindo de um modelo mais evoluído, colonial.

Concluindo podemos adiantar que nossos trabalhos estão em andamento no

local. Não se trata de sítios ricos, mas servem para clarear um pouco nossos

conhecimentos a respeito do povoamento inicial do nosso Estado.