boletim científico do centro de simulação e pesquisa são ... · e o da referências, ... ei...

48
ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 51 ANO 09 FEVEREIRO 2018 Boletim Científico do Centro de Simulação e Pesquisa São Camilo

Upload: hoangmien

Post on 07-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 51 ANO 09 FEVEREIRO 2018

Boletim Científico do Centro de Simulação e Pesquisa São Camilo

BOLETIM FEV 18A.indd 1 28/03/18 21:03

2

1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de literatura, relato de experiência, rela-to de caso, e estudo reflexivo.2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes pa-drões:Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdu-ção, objetivo, metodologia, trajetória metodológica, constru-ção dos resultados, considerações finais e referências. Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências. • Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, revisão de literatura, conside-rações finais e referências. • Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, intro-dução, objetivo, metodologia, descrição do relato de experi-ência, considerações finais e referências. • Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de caso, considerações fi-nais e referências. • Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências. 3 • Para apresentação dos trabalhos o texto deve vir em Word• Fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado• No máximo 12 páginas, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm,• Margem superior de 3 cm, margem inferior de 2 cm, mar-gens laterais de 2 cm. • O texto não deve ultrapassar 15.000 palavras, excluindo re-ferências e tabelas. • O nº total de tabelas e ilustrações não deve ser superior a 6 e o da referências, a 20 citações. • O trabalho deve seguir o seguinte roteiro: Tema, resumo, palavra-chave introdução, método, resultado, considerações finais, referências.4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de ge-

nes e símbolos devem ser usados utilizando o modelo pa-drão internacional e de conhecimento geral. Na primeira ci-tação de siglas, elas devem vir acompanhadas do significado por extenso. 5 • Citações e referências devem seguir as normas de Van-couver. 6 • Caberá ao diretor científico julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundâncias. A ele caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem como a prepa-ração do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial. 7 • O conteúdo pode estar relacionado com apresentação de caso ilustrativo, atualização terapêutica, análise de métodos diagnósticos, apresentação de casuística etc.8 • Deverão ser enviadas as seguintes informações sobre o(s) autor (es): Nome completo, formação acadêmica, instituição a qual está vinculado, e-mail para contato, foto de rosto e uma titulação conforme prefere ser apresentado.9 • Ao enviar o texto, o autor estará automaticamente con-cordando com sua veiculação via correio e via Internet, não ficando responsável a Secretaria Técnica por sua reprodução ou utilização depois de publicado.10 • Cabe ao Departamento de Divulgação do IEP a data de publicação do artigo.11 • Ilustrações: constam de figuras e gráficos, referidos em números arábicos (exemplo: Fig.3, Gráfico 7), sob a forma de desenhos à nanquim, fotografias ou traçados (ECG etc).Se forem “escaneadas”, deverão ser enviadas em formato TIF ou JPG e ter , no mínimo, 270 DPI de resolução. CONSTAR FONTE. Quando possível deverão ser enviadas em forma ori-ginal. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução.12 • Os trabalhos devem ser encaminhados ao Núcleo de Pu-blicações do Centro de Simulação e Pesquisa São Camilo atra-vés do e-mail: [email protected]

Telefones para contato: (11) 3677-4507 / 3677-4405

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM CIENTÍFICO DO CENTRO DE SIMULAÇÃO E PESQUISA SÃO CAMILO

BOLETIM FEV 18A.indd 2 28/03/18 21:03

3

EXPEDIENTE

A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte.

Sociedade Beneficente São CamiloPresidente: João Batista Gomes de LimaVice-Presidente: Anísio Baldessin 1º tesoureiro: Deolindo Francisco Guzi 2º tesoureiro: Adailton Mendes da Silva 1º secretário: Mateus Locatelli2º secretário: Mauricio Gris Superintendente: Antonio Mendes Freitas

Hospitais São Camilo de São PauloSuperintendente: Mário Luis Kozik

Redação e AdministraçãoOs manuscritos deverão ser encaminhados para: IEP - Hospital São Camilo Rua Tavares Bastos, 651 - PompeiaCEP 05012-020 - São Paulo - SP ou enviados para os e-mails: [email protected]

Diretora Editorial: Dra. Lucia Milito EidDiretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva FonsecaCoordenação Editorial: Elisabete RochaProdução Editorial: Elisabete RochaJornalista Responsável: Hugo Politi PacíficoEditor de Arte: Fabiana Sant´AnaProdução Gráfica: NywgrafTiragem: 1000 exemplaresDiagramação: Ei Viu! Design e Comunicação

Conselho Editorial• Adriano Francisco Cardoso Pinto• Alexander Aredes Sobrinho• Ana Lygia Pires Melaragno• Ana Lucia das Graças Gomes• Ariadne da Silva Fonseca• Carla de Oliveira Assis• Carlos Augusto Dias • Carlos Gorios• José Antonio Pinto• Eli Szwarc• Lucia Milito Eid• Marco Aurélio Silvério Neves• Rita de Cássia Calegari• Rogerio Quintela Pirotto• Tania Regina Guedes• Vânia Ronghetti• Viviane Cristina da Silva Marcellani

BOLETIM FEV 18A.indd 3 28/03/18 21:03

4

SUMÁRIO

Editorial

Atuação do Enfermeiro com o Recém-Nascido de Prematuridade Extrema na Unidade de Terapia Intensiva NeonatalPerformance of the Nurse with the Newborn of Extreme Prematurity

in the Neonatal Intensive Care Unit

Actuación del Enfermero con el Recién Nascido de Prematuridad Extrema

en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal

Eliane Cristina de Souza Rosa

Orientadora profª Dra. Giane Elis

Sandra de Melo Andrade Silva

Desenvolvimento de um Software de Gerenciamento e Rastreabilidade para Central de Material e Esterilização: relato de experiênciaDevelopment of a Management and Tracking Software for the Materials and Sterilization Center:

an experience report

Desarrollo de un Software de Gestión y Seguimiento para Central de Material y Esterilización:

relato de experiencia

Rogério de Souza Heringer

Ricardo Cesar Oliveira

Taina Fernandes Vilas Boas

Educação Permanente Norteando as ações da Assistência em Enfermagem: revisão de literaturaPermanent Education Guiding Assistance Actions in Nursing: a literature review

Educación Permanente Norteando las acciones de la Asistencia en Enfermería:

revisión de literatura

Rubia Carla Ramires Morais

Orientador: Profº. Enfº Marcio Mielo

Os Benefícios do Uso da Bola Suíça no Trabalho de Parto NormalThe Benefits of Using the Swiss Ball in Normal Labor

Los Beneficios del Uso de la Pelota Suiza en el Trabajo de Parto Normal

Iolane Raiana Silva da Costa

Mônica Bimbatti Nogueira Cesar

10

06

22

28

38

BOLETIM FEV 18A.indd 4 28/03/18 21:03

5

BOLETIM FEV 18A.indd 5 28/03/18 21:03

6

Centro de Simulação e Pesquisa tem como desenho possibilitar o aprimoramento dos

profissionais de saúde, segundo os padrões de excelência exigidos pelas instituições

de saúde, capazes de se destacarem no contexto profissional e social brasileiro, não só

pela sua capacitação profissional, mas também pelo seu posicionamento moral, ético

e humano.

Cabe às Instituições, possibilitar momentos e atividades para transformar a postura

dos profissionais de saúde perante a vida, facilitando sua integração junto ao cliente,

família e instituição. O cuidado a saúde deve ser trabalhado através da assistência, do

aprimoramento e da pesquisa.

Qualificar a assistência pressupõe acrescer aos tratamentos já instituídos estratégias

de agir. A assistência prestada deve ter como foco a pessoa, seu grupo familiar, o seu

contexto de vida enquanto elementos para a construção de uma estrutura física, mental

e comportamental capaz de possibilitar ao profissional de saúde uma assistência inte-

gral, segura e de qualidade.

Neste contexto, o Centro de Simulação e Pesquisa é a energia geradora para a mu-

dança de postura dos profissionais, de modo a gerar um futuro melhor para sua atuação

profissional. Este processo tem como proposta um caráter inovador, apto a contribuir

com dinâmicas de formação e transformação, capazes de aprimorar médicos, profissio-

nais de saúde e administrativo que privilegiem a saúde, a qualidade de vida, o bem estar

de pessoas, grupos e comunidades reconhecidas em sua integralidade, como também

uma intervenção sustentada em evidências no âmbito da prática preventiva, curativa e

reabilitação.

Neste contexto, tem por meta a construção de saberes e de práticas assistenciais

sintonizadas com as necessidades sociais, considerando a hierarquização das ações de

saúde, organizadas para dar vida a uma dinâmica de profissionalização diferenciada e

de qualidade.

Neste processo, o Centro de Simulação e Pesquisa busca dar um sentido próprio,

frente às experiências, possibilitando aos profissionais a construção de uma lógica ca-

paz de intervir e conduzir pessoas a uma mudança ativa em seu modo de ver e agir em

um mundo de possibilidades.

Frente a este caminhar o Centro de Simulação e Pesquisa vem trabalhando com

o desenvolvimento da pesquisa, publicações, treinamento simulação, simpósios, con-

gressos, workshops e cursos para a comunidade.

Convidamos a todos a participar dos treinamentos realizados neste espaço, que mui-

to pode contribuir para a qualidade e segurança da assistência prestada.

Boa leitura a todos !!!!!!!!!

EDITORIAL

O Centro de Simulação e Pesquisa como possibilidade para o desenvolvimento profissional

Ariadne da Silva FonsecaGerente do Centro de Simulação

e Pesquisa São Camilo

BOLETIM FEV 18A.indd 6 28/03/18 21:03

7

The Simulation and Research Center aims at fostering the im-provement of health professionals according to the standards of excellence required by and health institutions, capable of excelling in the Brazilian professional and social context not only due to their professional qualification but due to their moral, ethical and human stance as well.

It appertains the institutions to provide moments and activities to transform stance of health professionals towards life, facilitating their integration with clients, families and institutions. Health care must be worked through assistance, improvement and research.

Qualifying assistance presupposes adding strategies of action to treatments already in place. The assistance provided must focus on the person, their family group, their context of life as elements for the construction of a physical, mental and behavioral structure capable of enabling health professionals to provide an integral, safe and qual-ity assistance.

In this Context, the Simulation and Research Center is the power-ing energy for the professionals’ change of stance, in order to gener-ate a better future for their professional performance. This process proposal has an innovative nature apt to contribute with formation and transformation dynamics capable of improving doctors, health professionals and administrative professionals who privilege health, life quality, the wellness of persons, groups and communities taken in their integrality, as well as evidence-based interventions within pre-ventive, curative and rehabilitative practices.

In this context, its goal is to build assistance knowledge and prac-tices fine-tuned with social needs, considering the hierarchization of health actions, organized to bring to life a dynamics of differentiated and quality professionalization.

In this process, the Simulation and Research Center seeks to pro-vide a unique sense towards experiences, enabling the professionals to build a logic capable of intervening and leading people to an active change in their viewpoints and actions in a world of possibilities.

In view of this scenario, the Simulation and Research Center has been working with the development of research, publications, train-ing, simulation, symposia, conferences, workshops and courses for the community.

We invite everybody to participate in the training carried out at this space, which can significantly contribute for quality and safety of the assistance provided.

Enjoy your reading!!!!!!!!

Centro de Simulación e Investigación tiene como propósito posibili-tar el perfeccionamiento de los profesionales de salud, según los es-tándares de excelencia exigidos por las instituciones de salud, capaces de destacarse en el contexto profesional y social brasileño, no sólo por su capacitación profesional, pero también por su posicionamiento mor-al, ético y humano.

Corresponde a las Instituciones posibilitar momentos y actividades para transformar la postura de los profesionales de salud ante la vida, facilitando su integración junto al cliente, familia e institución. El cuidado a la salud debe ser trabajado por medio de la asistencia, del perfecci-onamiento y de la investigación.

Cualificar la asistencia presupone agregar a los tratamientos ya ex-istentes estrategias de actuar. La asistencia prestada debe tener como enfoque la persona, su grupo familiar, su contexto de vida como el-ementos para la construcción de una estructura física, mental y com-portamental capaz de posibilitar al profesional de salud una asistencia integral, segura y de calidad.

En este contexto, el Centro de Simulación e Investigación es la en-ergía generadora para el cambio de postura de los profesionales, de modo en generar un futuro mejor para su actuación profesional. Este proceso tiene como propuesta un carácter innovador apto a contribuir con dinámicas de formación y transformación, capaces de perfeccio-nar médicos, profesionales de salud y administrativo que privilegien la salud, la calidad de vida, el bienestar de personas, grupos y comuni-dades reconocidas en su integralidad, como también una intervención sustentada en evidencias en el ámbito de la práctica preventiva, curativa y rehabilitación.

En este contexto, tiene por meta la construcción de saberes y de prácticas asistenciales sintonizadas con las necesidades sociales, con-siderando la jerarquización de las acciones de salud, organizadas para dar vida a una dinámica de profesionalización diferenciada y de calidad.

En este proceso, el Centro de Simulación e Investigación busca dar un sentido propio frente las experiencias, posibilitando a los profesionales la construcción de una lógica capaz de intervenir y conducir a las per-sonas hacia un cambio activo en su modo de ver y actuar en un mundo de posibilidades.

Ante este camino el Centro de Simulación e Investigación viene trabajando con el desarrollo de la investigación, publicaciones, entre-namiento simulación, simposios, congresos, workshops y cursos para la comunidad.

Invitamos a todos a participar de los entrenamientos realizados en este espacio, que mucho puede contribuir para la calidad y seguridad de la asistencia prestada.

¡Buena lectura a todos!

The Simulation and Research Center as possibility for professional development

El Centro de Simulación e Investigación como posibilidad para el desarrollo profesional

BOLETIM FEV 18A.indd 7 28/03/18 21:03

8

BOLETIM FEV 18A.indd 8 28/03/18 21:03

9

BOLETIM FEV 18A.indd 9 28/03/18 21:03

10

ResumoNa última década houve um aumento de 27% do número de

nascimentos prematuros, sendo que os fatores de risco são

diversos, incluindo malformações do útero, alcoolismo, taba-

gismo, diabetes, dependência química, incompatibilidade Rh,

gestações precoces ou tardias, sendo que a assistência à esses

bebês é muito específica, necessitando de uma unidade de te-

rapia intensiva sendo uma das mais complexas do sistema de

saúde, demandando o uso inevitável de tecnologias avançadas

e especialmente de profissionais capacitados para tomar de-

cisões rapidamente e a adoção imediata de condutas, sendo

uma área em constante desenvolvimento. Este trabalho teve

como objetivo descrever atuação do Enfermeiro com o recém-

-nascido de prematuridade extrema na Unidade de Terapia In-

tensiva Neonatal, através das Categorias Temáticas: Realizar a

Sistematização da Assistência de Enfermagem; Planejar, Orga-

nizar e Supervisionar a Assistência ao RN Prematuro; Treinar a

equipe frente a assistência prestada; Promover a saúde do RN

Prematuro; Orientar os pais em relação ao RN Prematuro; For-

necer apoio emocional à família do RN Prematuro e Estimular

a participação ativa dos familiares nos cuidados ao RN Prema-

turo. Conclui-se que a maneira mais adequada de se prestar

assistência ao RN Prematuro em UTIN, é fazer com que os fami-

liares façam parte dessa assistência de forma integral, trazendo

somente benefícios para o tratamento e o bom prognóstico de

saúde do RN prematuro.

Palavras-chave: Recém–Nascido prematuro e Unidade de Tera-

pia Intensiva Neonatal.

AbstractIt is not a risk problem, including malformations of the uterus, al-

coholism, smoking, diabetes, chemical dependence, Rh incompa-

tibility, early or late gestations, being the assistance the need for

an intensive care unit being one of the most complex of the health

system , requiring the use of advanced technologies and espe-

cially of professionals trained to make rapid decisions and adop-

Atuação do Enfermeiro com o Recém-Nascido de Prematuridade Extrema na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Eliane Cristina de Souza RosaTécnica de Enfermagem UTI Pediátrica do Hospital São Camilo Pompéia.

Orientadora profª Dra. Giane ElisProfa. Dra. Giane Elis de Carvalho Sanino do Instituto de Ciências da Saúde

da Universidade Paulista – UNIP Campus Norte.

Sandra de Melo Andrade SilvaEnfermeira da UTI Pediátrica do Hospital São Camilo Pompéia.

Performance of the Nurse with the Newborn of Extreme Prematurity

in the Neonatal Intensive Care Unit

Actuación del Enfermero con el Recién Nascido de Prematuridad Extrema

en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal

BOLETIM FEV 18A.indd 10 28/03/18 21:04

11

tion. development. This study aimed to describe the performance of

the nurse with the newborn of extreme prematurity in the Neonatal

Intensive Care Unit, through the Thematic Categories: Perform a

Systematization of Nursing Care; Plan, Organize and Supervise Pre-

mature Birth Assistance; Train the team in front of the assistance

provided; Promote the health of premature newborns; Orient pa-

rents in relation to premature newborn; Providing emotional support

to the RN Prematuro family and estimation of participation in the

RN Prematuro media. It is concluded that it is a more appropriate

method for providing services to the RN Prematuro in NICU, and

make the family members part of the assistance in an integral way,

bringing only benefits for the treatment and good health prognosis

of the premature newborn.

Key words: Premature Newborn and Neonatal Intensive Care Unit.

ResúmenEn la última década hubo un incremento del 27% del número de

nacimientos prematuros, siendo que los factores de riesgo son di-

versos, incluyendo malformaciones del útero, alcoholismo, taba-

quismo, diabetes, dependencia química, incompatibilidad del factor

Rh, embarazos precoces o tardíos, siendo que la asistencia a esos

bebés es muy específica, necesitando de una unidad de terapia

intensiva siendo una de las más complejas del sistema de salud,

demandando el uso inevitable de tecnologías avanzadas y espe-

cialmente de profesionales capacitados para tomar decisiones rá-

pidamente y la adopción inmediata de conductas, siendo un área

en constante desarrollo. Este trabajo tuvo como objetivo describir

la actuación del Enfermero con el recién nascido de prematuridad

extrema en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal, por medio de

las Categorías Temáticas: Realizar la Sistematización de la Asisten-

cia de Enfermería; Planificar, Organizar y Supervisar la Asistencia al

Recién Nacido Prematuro; Entrenar al equipo frente la asistencia

prestada; Promover la salud del Recién Nacido Prematuro; Orientar

a los padres con relación al Recién Nacido Prematuro; Proporcio-

nar el apoyo emocional a la familia del Recién Nacido Prematuro

y Estimular la participación activa de los familiares en los cuidados

con el Recién Nacido Prematuro. Se concluye que, la manera más

adecuada de prestar asistencia al Recién Nacido Prematuro en Uni-

dad de Terapia Intensiva Neonatal es hacer con que los familiares

hagan parte de esa asistencia de forma integral, proporcionando

beneficios al tratamiento y al buen pronóstico de salud del Recién

Nacido prematuro.

Palabras-clave: Recién Nascido prematuro y Unidad de Terapia

Intensiva Neonatal.

IntroduçãoA Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que no

ano de 2012 que 15 milhões de bebês nasceram antes do tempo por ano, no mundo. Com esse percentual o avanço tecnológico em Unidades Hospitalares que compreende a neonatologia tem colaborado para o aumento da sobrevi-vência de recém-nascidos prematuros. Porém fatores como o aumento da quantidade de equipamentos e do número de procedimentos invasivos, a necessidade constante de luz, o ruído do ambiente e a manipulação excessiva durante a assistência ocasionam uma série de efeitos adversos que desencadeiam alterações no desenvolvimento dos neona-tos, principalmente dos recém-nascidos prematuros.1

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) classi-fica como prematura a criança que nasce com menos de 37 semanas de gestação, ele pode ser classificado em pre-maturidade moderada (32 semanas a 36 semanas de idade gestacional): prematuridade acentuada (28 semanas a 31 semanas de idade gestacional) e, prematuridade extrema (inferior a 28 semanas de idade gestacional). Sendo que, o bebê prematuro, apresenta imaturidade morfológica e funcional. Além do que, muitos neonatos pré-termos apre-sentam maior chance de desenvolver alterações no seu de-senvolvimento, em consequência principalmente da imatu-

BOLETIM FEV 18A.indd 11 28/03/18 21:04

12

ridade do sistema nervoso central.2

Na Unidade de Terapia Neonatal (UTIN) o cuidado de en-fermagem deve estar voltado às necessidades da criança e sua família, ampliando uma proposta do cuidado centrado na família, encorajando-os a implicação afetiva e no cuidado de seu filho. Com isso, pretende-se preservar a indissolubi-lidade do binômio mãe-filho, reduzindo assim o tempo de internação, aumentando o calor afetivo e a colaboração da equipe de saúde, criando um vínculo de confiança entre a família e a equipe.3

Nas unidades de terapia intensiva neonatal, o processo de trabalho é permeado por uma série de particularidades relacionadas à assistência a recém-natos seriamente en-fermos. Dentre tais particularidades destaca-se: o uso de uma abordagem diagnóstica e terapêutica quase sempre invasiva e agressiva; a frequente introdução de inovações tecnológicas; o estreito limiar entre as respostas favorá-veis e possíveis reações adversas à terapia implementada; a imaturidade de vários sistemas orgânicos dos recém--natos, principalmente os prematuros, que pode limitar as respostas fisiológicas. Neste sentido, o padrão de cuida-dos requer a utilização de modelos técno-assistenciais e o envolvimento de uma equipe interdisciplinar qualificada para a estabilização das condições fisiológicas do recém--nato.3

Com o passar dos anos, muitos foram os avanços cientí-ficos e tecnológicos na Neonatologia, com isso ocorreu a diminuição da morbimortalidade de prematuros, fazendo com que houvesse uma elevação no prognóstico desses prematuros, sendo assim a UTIN é um lugar repleto de equi-pamentos e rico em tecnologia de ponta.4

A assistência ao RN prematuro é um cuidado muito com-plexo que visa não só a habilidade técnica da enfermagem, mas também a emocional, pois não se consegue separar o ser humano e cuidar só do seu corpo ou apenas da sua mente, porque um aspecto influência o outro o tempo todo, e ambos compõem uma unidade. O enfermeiro tem como dever constante realizar rigorosas avaliações em relação ao plano de cuidado que esteja aplicando ao RN prematuro, verificando se esta sendo eficaz. Além disso, esses profis-sionais cuidam não somente do RN prematuro, mas tam-bém da família, para que esses diminuam sua ansiedade e insegurança em relação ao estado do RN. Fica claro, que a assistência de enfermagem para o neonato criticamente doente exige a atuação de profissionais comprometidos e capacitados, conciliando a competência, agilidade e destre-za técnica com a sensibilidade para perceber as necessida-des individuais de cada neonato e de sua família.4

A alta hospitalar é um momento de grande expectativa para a família, especialmente por ter que receber em seu

meio o bebê pré-termo, pois este, com suas peculiarida-des, necessitará de um cuidado mais intenso, suscitando, na mãe, obscuridades na competência de cuidar. A equipe de saúde deve, nesse momento, estar munida de paciên-cia, organização, conhecimento e competência para auxi-liar no processo de transição em que a mãe se encontra, orientando-a na responsabilidade e dedicação frente ao estado de saúde do bebê. Um planejamento eficaz da alta hospitalar assegura a continuidade dos cuidados do hos-pital dentro do lar. O plano deve atentar para as neces-sidades individualizadas da família e do recém-nascido, além de ter objetivos claramente definidos de maneira fácil e simples.5

Mais importante que o suporte ventilatório, a infusão me-cânica de medicamentos, o aquecimento e a monitorização hemodinâmica está o amor materno e essas mães estão sempre prontas para ajudar a equipe multidisciplinar no úni-co aspecto em que não somos plenamente capacitados.

O cuidado de enfermagem ao prematuro extremo envol-vem os pais do recém-nascido, não podendo ser reduzido seu aspecto relacional e nem a parte técnica. A aplicação do conhecimento e a presença do profissional bem preparado são elementos importantes para um bom equilíbrio e estra-tégia para o bom prognóstico desses bebês tão frágeis que requerem muita atenção e cuidado.

O interesse em desenvolver a presente pesquisa surgiu das práticas profissionais observadas no cuidado ao pacien-te da Unidade Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a impor-tância do papel do enfermeiro em todo o cuidado do pre-maturo e seus familiares.

Contudo, a importância desse estudo onde demonstra o papel da enfermagem nesse cuidado tão específico que en-globa não só o prematuro como sua família, a enfermagem tem papel importantíssimo no prognóstico dessas crianças, porque é através do seu cuidado, específico, individualiza-do, humanizado que requer conhecimento técnico científico e muito dos aspectos emocionais que será determinante para um desenvolvimento adequado e uma resposta satis-fatória em todo o seu tratamento.

ObjetivosDescrever a atuação do Enfermeiro com o recém-nascido de prematuridade extrema na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Material e MétodosA coleta de dados foi realizada nas fontes localizadas no

banco de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), utili-zando as bases de dados, BDENF (Banco de Dados em En-fermagem), LILACS (Literatura Latino- Americana e do Ca-

BOLETIM FEV 18A.indd 12 28/03/18 21:04

13

ribe em Ciências da Saúde) e MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online – Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), nos meses de Março a Setembro de 2017, usando os descritores: Recém-nascido prematuro e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Os critérios de inclusão dos trabalhos científicos selecio-nados para a revisão da literatura foram artigos em portu-guês publicados entre 2012 à 2017 que possuem carac-terísticas completas de produção, e que correspondam a questão norteadora da pesquisa, a amostra foi constituída de 22 artigos pertinentes ao objetivo do estudo onde foram realizados os fichamentos de cada artigo.

Primeiramente realizou-se uma leitura exploratória, crite-riosa, analítica e interpretativa dos trabalhos científicos rela-cionados à temática para selecionar a amostra. Na sequên-cia, para melhora análise dos resultados procedeu-se com um fichamento do material bibliográfico selecionado. O instrumento de coleta de dados conteve os seguintes itens: ano, autor, título, periódico, objetivo e conclusão.

A primeira abordagem a ser apresentada sobre os dados da amostragem foi quantitativa, descrevendo os dados da publicação, seguido de uma análise qualitativa, através da síntese e da comparação das informações extraídas dos artigos científicos buscando transmitir as principais ideias, conclusões e resultados levantados.

Para a análise dos artigos incluídos na revisão integrativa foram constituídas as seguintes categorias temáticas: reali-zar a sistematização da assistência de enfermagem, plane-jar, organizar e supervisionar a assistência ao RN prematuro, treinar a equipe frente à assistência prestada, prestar assis-tência ao RN prematuro, promover a saúde do RN prema-turo, orientar os pais em relação ao RN prematuro, fornecer apoio emocional à família do RN prematuro e estimular a participação ativa dos familiares na UTIN.

A prematuridade ocorre em todos os países do mundo todo, sendo a enfermagem um dos principais envolvidos nos cuidados desses pacientes, podendo melhorar o seu prognóstico, na prestação do cuidado oferecido nas Unida-des de Terapia Intensiva Neonatal. Esse quadro apresen-tou a utilização de 22 artigos utilizados para a análise desse trabalho, abrangendo os anos de 2012 a 2017, abordando temas relacionados ao recém-nascido prematuro, enferma-gem e família, com o objetivo de descrever em sua maio-ria os cuidados relacionados pela enfermagem com esses recém-nascido e seus familiares, tendo como conduta im-plementação de cuidados, abordagem interdisciplinar, en-volvimento da família, condutas pertinentes principalmente ao enfermeiro.

Na tabela 1 é apresentando o período de publicação dos artigos escolhidos.

Tabela 1 - Ano de publicação dos artigos analisados sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN. UNIP, São Paulo, 2017.

Dos artigos 7 (31,81%) foi publicado no ano de 2012; 4 (18,18%) foi publicado no ano de 2013; em seguida 4 (18,18%) em 2014; 2 (9,09%) em 2015; 4 (18,18%) em 2016 e 1 (4,54%) em 2017.

Em 2012 foi o ano que mais se obteve artigos publicados sobre o tema, porém nos outros anos 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017 o número de artigos publicados sobre o tema foi bem inferior, o que nos aponta a necessidade da realiza-ção de mais trabalhos e pesquisas científicas relacionadas a esse assunto.

Na tabela 2 foi demonstrada a região das publicações dos artigos científicos sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN:

Tabela 2 - Região de publicação dos artigos sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN . UNIP, São Paulo, 2017.

Ano dos Periódicos Nº %

2012

2013

2014

2015

2016

2017 Total

7

4

4

2

4

1

22

31,81%

18,18%

18,18%

9,09%

18,18%

4,54%

100%

Local do Periódico Estado

Nº %

Sudeste

Nordeste

Sul

Centro-Oeste

Norte

Total

10

5

4

3

0

22

45,45%

22,72%

18,18%

13,63%

0%

100%

BOLETIM FEV 18A.indd 13 28/03/18 21:04

14

Verificou-se nessa tabela que a região Sudeste 10 (45,45%) possui o maior número de produção de artigos relacionados ao tema, provavelmente devido as grandes capitais que se concentram nessa região, seguido da re-gião Nordeste 5 (22,72%), seguido da região Sul 4 (18,18%), Região Centro Oeste 3 (13,63%) e finalizando com a Região Norte 0 (0%). Nessa tabela demonstra-se que a maioria dos artigos encontrados foram na região Sudeste, e a minoria, ou seja, nenhum artigo foi encontrado na região Norte, de-vido a região Sudeste se concentrar as principais capitais, sendo mais populosa do que a região Norte, concentran-do assim o maior número de profissionais e hospitais de grande porte, fazendo com que haja um maior interesse na elaboração de estudos, relacionados ao cuidado de pre-maturos em UTIN.

Na tabela 3 estão apresentadas a formação dos profissio-nais que mais desenvolveram pesquisas e publicaram sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN nos anos de 2012 a 2017 no Brasil:

Tabela 3 - Região de publicação dos artigos sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN . UNIP, São Paulo, 2017.

Nota-se que os enfermeiros 18 (81,81%) são os que mais realizaram estudos sobre o tema, demonstrando a preocu-pação com os cuidados relacionados aos prematuros e com o prognóstico obtido com esses cuidados, seguido pelo mé-dico 2 (9,09%); pelo técnico de enfermagem 1 (4,54%) e psicó-logo 1 (4,54%).

3.1 Definições das CategoriasTemáticasNa tabela 4 foi demonstrado as categorias temáticas levan-

tadas nas publicações dos artigos científicos sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN:

Tabela 4 - Categorias Temáticas dos artigos analisados sobre a atuação do enfermeiro com o recém-nascido prematuro em UTIN. UNIP, São Paulo, 2017.

Através das temáticas abordadas foram avaliados os 22 artigos estudados onde 15 (68,18%) abordam a ação de pro-mover a saúde do RN Prematuro, seguido de 10 (45,45%) esti-mular a participação ativa dos familiares nos cuidados ao RN Prematuro; 9 (40,90%) realizar a sistematização da assistência de enfermagem; 9 (40,90%) orientar os pais em relação ao RN Prematuro; 8 (36,36%) planejar, organizar e supervisionar a assistência ao RN Prematuro; 8 (36,36%) fornecer apoio emo-cional à família do RN Prematuro e 6 (27,27%) treinar equipe frente à assistência prestada.

Verificou-se que a maioria das categorias temáticas abor-dadas foi referente a promover a saúde e a menor aborda-da foi referente a treinar equipe, sendo um diferencial muito grande entre uma e outra, o que é surpreendente é que ain-da nos dias atuais, haja tão poucos trabalhos referentes ao treinamento da equipe, pois a educação continuada é muito importante para a atualização dos profissionais, o esclareci-mento de dúvidas, fazendo com que se realize um cuidado individualizado e da maneira mais adequada, conquistando um bom prognóstico para os RNs.25

Formação do Autor Principal

Nº %

Enfermeiro

Médico

Téc. de enfermagem

Psicólogo

Total

18

2

1

1

22

81,81%

9,09%

4,54%

4,54%

100%

Categorias Temáticas

Realizar a SAE

Planejar, organizar e supervisionar a assistência ao RN Prematuro

Treinar equipe frente à assistência prestada

Promover a saúde do RN Prematuro

Orientar os pais em relação ao RN Prematuro

Fornecer apoio emocional à família do RN

Estimular a participação ativa dos familiaresnos cuidados ao RN Prematuro

Nº Artigos %

9

8

6

15

9

8

10

40,90%

36,36%

27,27%

68,18%

40,90%

36,36%

45,45%

1

2

3

4

5

6

7

BOLETIM FEV 18A.indd 14 28/03/18 21:04

15

3.1.1 Realizar a Sistematização da Assistência de Enferma-gem (SAE)

A Sistematização da Assistência de Enfermagem é um mé-todo utilizado pelo enfermeiro para organização e execução do cuidado prestado, devendo ser realizado de forma indi-vidualizada e humanizada, tendo uma visão de um todo. É formado por cinco etapas:16-22

- Histórico de Enfermagem: é a fase onde se investiga o paciente coletando todos os dados possíveis fornecidos pelo mesmo, identificação, hábitos e é nesta fase que se realiza o exame físico, onde se encaixa a inspeção, palpação, percus-são e ausculta.

Na UTIN dentro do histórico de enfermagem cabe ao en-fermeiro realizar a investigação do período antinatal e intra-parto do RN Prematuro, com essas informações irá planejar melhor as intervenções de enfermagem que serão realizadas. O enfermeiro realiza o exame físico, mantendo o calor do RN Prematuro, inicia-se no crânio, verificando tamanho, períme-tro cefálico, distância biauricular, distância ântero-posterior, suturas, fontanelas, bossa, cabelos, olhos, nariz, orelhas, boca descendo para o pescoço, sempre averiguando a presença de alterações; seguido do tórax, verificando padrão respira-tório: ritmo e frequência, forma e tamanho, glândula mamária e mamilos e ausculta; sistema cardiovascular palpar pulsos, verificando a simetria, auscultar avaliando frequência, ritmo intensidade das bulhas e se há presença de sopros; tórax re-alizar palpação verificando fígado, presença de alterações e ausculta; genitália verifica tamanho, posição do meato ure-tral, no RN do sexo masculino ver testículos e bolsa escro-tal, no feminino grandes e pequenos lábios, clitóris, abertura vaginal e distância anuvulvar e em ambos os sexos verificar abertura anal; pele e anexos verificar presença de cianose, ic-terícia, descamação, edema, lesões, hematomas, petéqueas e tumorações e por último coluna e membros avaliar tama-nho, músculos, deformidades e tumorações.

- Diagnóstico de Enfermagem: é neste momento que o en-fermeiro analisa tudo que foi coletado na fase anterior, defi-nindo os diagnósticos de enfermagem e grau de dependên-

cia do cuidado a ser prestado.O RN prematuro que necessita dos cuidados intensivos da

UTIN tem grande risco de morte principalmente os que per-manecem por um grande período de tempo internado. Cabe ao enfermeiro utilizar de ferramentas, técnicas e cuidados adequados desde a admissão, trabalhando juntamente com a equipe e família para que ocorra um bom prognóstico, e para isto exige que essa equipe haja com comprometimento, dedicação, responsabilidade e conhecimento adequado.

Esse cuidado inicia-se quando admitido na UTIN o RN Pre-maturo deve ser acomodado em incubadora aquecida, umi-dificada e com parede dupla, se o mesmo não foi entubado na sala de parto deverá ser realizado nesse momento, man-tendo em ventilação mecânica e administrado surfactante o mais precoce possível, deve manter o RN monitorizado, o enfermeiro deve realizar as passagens de sondas que forem necessárias, auxiliar o médico na passagem de cateter quan-do solicitado e realizar somente um higiene rápida sem o uso de sabonete no primeiro momento.

Durante os próximos dias cabe ao enfermeiro realizar o curativo do cateter instalado no RN seja ele umbilical, PICC ou por dissecção e observar o mesmo e a enfermagem rea-lizar a higiene ocular, corporal, íntima, troca de fixações, mu-dança de decúbito, higiene do coto umbilical entre outros.

Os procedimentos realizados no RN prematuro devido à as-sistência podem ocasionar dor, gerando desgaste e perda de energia, cabe ao enfermeiro se sensibilizar atuando de forma a observar os sinais apresentados pelo RN prematuro, propor-cionando uma melhoria na qualidade da assistência prestada.

Os artigos estudados relataram sobre a maneira correta de se realizar a assistência ao RN prematuro, enfatizando a importância de se realizar essa assistência da maneira mais correta, de forma individualizada, humanizada, com envolvi-mento, sempre pensando no bem estar e no bom prognósti-co do RN Prematuro, não se esquecendo de evitar os possí-veis danos ao mesmo.

Através da utilização do NANDA segue alguns dos princi-pais diagnósticos de enfermagem no RN:22

BOLETIM FEV 18A.indd 15 28/03/18 21:04

16

Quadro 2 - Principais diagnósticos de enfermagem utilizados para o RN em UTIN. UNIP, São Paulo, 2017.

• Planejamento de Enfermagem: é a etapa seguinte após a definição dos diagnósticos, é onde se define a assistência a ser prestada através da criação da prescrição de enferma-gem.35

Segue alguns dos principais cuidados para serem desen-volvidos através da prescrição de enfermagem do RN Pre-maturo:22

Quadro 3 - Principais cuidados de enfermagem utilizada para o RN em UTIN. UNIP, São Paulo, 2017.

• Implementação de Enfermagem: é nesta fase que se con-cretiza a realização do cuidado definido através da prescrição de enfermagem, que foi desenvolvida através do diagnósti-co, realizado pela investigação e é onde a enfermagem irá realizar os cuidados ao RN Prematuro.

• Avaliação (evolução de enfermagem): é realizado nesta fase a anotação de tudo que foi feito, avaliando o cuidado implementado e os resultados dos mesmos utilizando indi-cadores como ausente, melhorado e mantido, e é nesta fase também que se avalia o prognóstico.

A evolução de enfermagem deve ser realizada a cada 24hs deve-se observar e anotar tudo o que se observa no exame físico do RN Prematuro. A anotação de enfermagem de ser realizada pelo técnico de cada período, anotando tudo que se passa e toda assistência prestada ao RN Prematuro, defi-nida através da prescrição de enfermagem.

Observou-se através dos artigos estudados a importância da implantação do SAE que ele é uma função privativa do enfermeiro e que a assistência deve ser organizada, se base-ando nele, quando a assistência é realizada dessa maneira se obtém muitos aspectos positivos como a segurança no pla-nejamento de uma assistência individualizada e humanizada, com a consequente observação da execução e avaliação das condutas de enfermagem, fazendo assim com que se dimi-nua o tempo de hospitalização, porém também observou-se

Diagnóstico

Integridade da pele prejudicada

Risco para déficit no volume de líquidos

Padrão respiratório alterado

Nutrição alterada: menos do que as necessidades corporais

Alto risco para infecção

Risco de crescimento desproporcional

Amamentação ineficaz

Risco de quedas

Risco de sufocação

Risco de desequilíbrio da temperatura corporal

Risco de traumas

Risco de aspiração

Proteção ineficaz

Risco de constipação

Risco de atraso no desenvolvimento

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

Cuidado de enfermagem

Verificar e registrar temperatura corporal e frequência respiratória a cada 3hs

Realizar curativo do coto umbilical com álcool 70% a cada 8hs

Supervisionar a amamentação e eructação

Posicionar adequadamente no berço

Manter decúbito lateral direito

Verificar e registrar peso diariamente

Verificar e registrar eliminações

Observar manifestações de sinais flogísticos em acesso venoso central ou periférico

Hidratar a pele a cada 12hs

Comunicar ao plantonista qualquer alteração

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

BOLETIM FEV 18A.indd 16 28/03/18 21:04

17

que os enfermeiros ainda possuem dificuldades para sua implantação, devido a falta de reconhecimento por parte da equipe de enfermagem, a falta de envolvimento desses en-fermeiros com o processo, o quadro reduzido de enfermei-ros, além do que requer que o enfermeiro tenha base cientí-fica sólida; em habilidades; compromisso e responsabilidade ao prestar a assistência de enfermagem.

O RN prematuro que necessita dos cuidados intensivos da UTIN tem grande risco de morte principalmente os que permanecem por um grande período de tempo internado, cabem ao enfermeiro utilizar de ferramentas, técnicas e cuidados adequados desde a admissão, trabalhando jun-tamente com a equipe e família para que ocorra um bom prognóstico, e para isto exige que essa equipe haja com comprometimento, dedicação, responsabilidade e conheci-mento adequado.21

Esse cuidado inicia-se quando admitido na UTIN o RN Pre-maturo deve ser acomodado em incubadora aquecida, umi-dificada e com parede dupla, se o mesmo não foi entubado na sala de parto deverá ser realizado nesse momento, man-tendo em ventilação mecânica e administrado surfactante o mais precoce possível, deve manter o RN monitorizado, o enfermeiro deve realizar as passagens de sondas que forem necessárias, auxiliar o médico na passagem de cateter quan-do solicitado e realizar somente um higiene rápida sem uso de sabonete no primeiro momento.9

Durante os próximos dias cabe ao enfermeiro realizar o curativo do cateter instalado no RN seja ele umbilical, PICC ou por dissecção e observar o mesmo e a enfermagem rea-lizar a higiene ocular, corporal, íntima, troca de fixações, mu-dança de decúbito, higiene do coto umbilical entre outros.9

Os procedimentos realizados no RN prematuro devido à assistência podem ocasionar dor, gerando desgaste e per-da de energia, cabe ao enfermeiro se sensibilizar atuando de forma a observar os sinais apresentados pelo RN prematuro, proporcionando uma melhoria na qualidade da assistência prestada.23

Os artigos estudados relataram sobre a maneira correta de se realizar a assistência ao RN prematuro, enfatizando a importância de se realizar essa assistência da maneira mais correta, de forma individualizada, humanizada, com envolvi-mento, sempre pensando no bem estar e no bom prognósti-co do RN Prematuro, não se esquecendo de evitar os possí-veis danos ao mesmo.14-16,19,21,23,24

3.1.2 Planejar, Organizar e Supervisionar a assistência ao RN Prematuro

O enfermeiro tem função fundamental na avaliação dos cuidados administrados, como gerente ou coordenador ele avalia essas atividades, observando possíveis erros que

possam ocorrer, trabalhando com um atendimento huma-nizado e seguro, sabendo das carências técnicas-profissio-nais que possam surgir e causar danos ao RN prematuro, essa forma de dedicação tão intensa pode levar ao des-gaste profissional, ocorrendo o absenteísmo e a sobrecarga dos outros profissionais, causando prejuízos administrativos e assistenciais.21-24

O enfermeiro no seu cotidiano precisa desenvolver ações como planejamento que se inicia a partir da definição dos ob-jetivos que se deseja alcançar como a alta do RN prematuro é neste momento que se antecipa as decisões a serem toma-das, determinando os objetivos e metas e é onde se define a missão; a organização é onde se define a maneira para exe-cução dos cuidados, através da definição do tratamento mais correto com o diagnóstico de enfermagem e a prescrição de enfermagem, realizando todos os cuidados indicados para o RN Prematuro e a supervisão é a parte onde lidera equipe de enfermagem neonatal, de forma clara e objetiva, trabalhan-do juntamente, explicando, auxiliando, ensinando, é onde se avalia nos resultados.24

Os artigos estudados relataram que o enfermeiro tem pa-pel fundamental na determinação da qualidade da assistên-cia prestada, tendo como função ser planejador, organizador e supervisor da equipe, verificando todas as atividades rea-lizadas, identificando as falhas e realizando as intervenções adequadas, pois através desses papéis que se irá obter o re-sultado, ou seja, o bom ou mal prognóstico do RN prematuro.

Esses artigos também relataram que muito dos enfermei-ros ainda se encontram despreparados para essa função, tendo como resultado uma assistência inadequada e a insa-tisfação da família da equipe profissional.13,16,17,19

3.1.3 Treinar a equipe frente à assistência prestadaA UTIN requer muito comprometimento, competência, prá-

tica e conhecimentos científicos dos profissionais que atuam nesta unidade, a fragilidade do RN prematuro, as intercorrên-cias que ocorrem, a ansiedade, dúvidas e insegurança dos familiares, acaba por gerar estresse emocional e físico nos profissionais que atuam nesta unidade.19

Sendo fundamental o serviço de educação permanente em serviço para a capacitação dos profissionais que traba-lham na UTIN, para que atue de forma individualizada, tendo espaço para expor suas dificuldades, visando uma qualidade ideal na assistência prestada, uma assistência humanizada fortalecendo as relações, respeitando o RN prematuro e sua família com uma melhora na comunicação, orientação e aco-lhimento.18-24

Devem ser realizados treinamentos frequentemente re-lacionados ao cuidado do RN Prematuro, a fim de manter a equipe neonatal atualizada, informada, retirar dúvidas, esses

BOLETIM FEV 18A.indd 17 28/03/18 21:04

18

treinamentos devem ser realizados na própria UTIN ou em salas de aula, com materiais atuais e dinâmicos com intuito de manter a qualidade da assistência de enfermagem.24

Os artigos relataram a importância desses treinamentos, pois através deles serão sanadas as dúvidas e inseguranças dos profissionais que atuam na UTIN, retirando assim possí-veis formas de erros, os artigos falam também que esses trei-namentos devem ocorrer com frequência mantendo esses profissionais atualizados de forma a realizar os cuidados da maneira mais adequada.16,17,19,21

3.1.4 Promover a saúde do RN PrematuroNa UTIN é onde o enfermeiro realiza o cuidado de forma

integral, evitando os agravos, realizando o diagnóstico de enfermagem, tratamento e cuidado do RN prematuro e sua família em todas as etapas do processo de doença, tendo como consequência a promoção da saúde, ou seja, é um pro-cesso onde pessoas capacitadas atuam da melhor maneira para promover qualidade de vida ao RN prematuro, através da implementação de cuidados, a manutenção de um am-biente favorável a saúde o desenvolvimento das habilidades e a reorientação dos profissionais envolvidos no cuidado.21

Os artigos utilizados enfatizaram a importância do cuidado visto como um todo, mas que seja realizado de forma inte-gral, humanizado, onde o enfermeiro é a chave principal para o aprimoramento desse cuidado, tendo como resultado um bom prognóstico do RN, mas que a família também deve ser envolvida neste cuidado, visando sempre a promoção da saúde do RN prematuro, para que esse vá para casa, com o mínimo de sequelas e que a família esteja preparada para cuidar desse bebê de forma segura, porém alguns artigos fa-laram sobre o déficit no cuidado devido ao despreparo do profissional ou muitas vezes por falta de materiais, equipa-mentos, excesso na carga de trabalho e algumas vezes pelo agravo emocional que a importância desse papel causa, pre-judicando assim a assistência prestada, podendo levar ao dé-ficit no cuidado.14,17,19,20,21,23,24

3.1.5 Orientar os pais em relação ao RN PrematuroÉ muito importante que o cuidado realizado seja mais que

um cuidado técnico e científico, o enfermeiro deve dialogar, escutar, ser presente, comprometido e valorizar a presença dos familiares, estabelecendo assim uma relação afetiva de parceria, orientando as normas e rotinas da unidade, forne-cendo informações sobre o RN prematuro, devendo ser sen-sível, ajudando esses familiares da melhor maneira possível, realizando assim a formação de um laço afetivo, minimizando os efeitos da internação na UTIN.24

É função do enfermeiro atender as necessidades tanto do RN quanto de sua família internados em uma UTIN, deve

haver uma comunicação efetiva, e para que isso aconteça é necessário que o enfermeiro e sua equipe ouçam a família, retire suas dúvidas e responda as questões que irão surgir no decorrer da internação, explicando os procedimentos realizados, respeitando as suas decisões, percebendo as dificuldades que eles apresentarem durante este período. Contudo, as orientações tem papel fundamental e indispen-sável, devendo ser realizado com a maior clareza possível, sem utilização de termos técnicos, para que haja um maior entendimento.23

Os artigos estudados enfatizaram a importância do es-clarecimento aos pais e familiares, para que possam estar cientes e compreender tudo que se é realizado com o RN Prematuro, fazendo com que ocorra um bom desenrolar nos cuidados prestados a esse RN. O enfermeiro deve estar pre-parado para escutar o familiar em todos os momentos, seja para sanar suas dúvidas, seja para dar apoio emocional, en-sinar ou mesmo informar sobre qualquer procedimento a se realizar. Os artigos também relataram a importância do es-clarecimento quanto às rotinas da UTIN, para que haja um entendimento entre o familiar e a equipe, onde o familiar es-teja esclarecido sobre os seus direitos e deveres, causando assim uma harmonia no cuidado prestado, porém também há relatos nesses artigos, onde o enfermeiro não consegue realizar de forma adequada essas orientações muitas vezes devido ao despreparo técnico científico, outras vezes pelo acúmulo de tarefas e por vezes não saber como lidar com a situação.13,17,24,25

3.1.6 Fornecer apoio emocional à família do RN PrematuroDurante esse período tão prolongado de internação em

UTIN é de suma importância à relação entre os profissionais e os familiares, cabe ao profissional realizar uma relação de confiança, através do ouvir, dialogar, oferecer suporte, oca-sionando assim uma relação de confiança, o enfermeiro deve acompanhar os familiares nas visitas, conversar sobre as con-dições do RN, oferecer um cuidado individualizado, respon-der aos questionamentos, dar apoio emocional, envolvê-los nos cuidados e manter os mesmos sempre informados sobre os cuidados a serem prestados, através de uma comunicação efetiva, não utilizando termos técnicos, atentando para que se os familiares estão compreendendo as informações pas-sadas, superando assim a tecnologia com suas habilidades, pois quanto mais suporte e apoio emocional for oferecido, maior será a satisfação dos familiares em relação ao cuidado, se sentindo menos inseguros e diminuindo a ansiedade, para que tudo isso ocorra é imprescindível à atualização e a capa-citação dos profissionais.23

É responsabilidade do enfermeiro e de sua equipe fornecer apoio emocional aos familiares, estando sempre próximo dos

BOLETIM FEV 18A.indd 18 28/03/18 21:04

19

mesmos, através de gestos de carinho, atenção, acolhimento, ouvindo suas queixa e dúvidas, tentando sempre estar o mais próximo possível da criança e de sua família.21

Os artigos também enfatizaram a importância do apoio emocional, eles abordaram sobre esse momento tão singu-lar, onde os familiares estão muito sensíveis, ansiosos e enfa-tizaram a importância desse apoio. Os artigos falaram sobre a importância do ouvir, de “oferecer o ombro”, de se aproximar desse familiar, fazendo com que se sintam amparados e com isso mais confiantes na equipe para o cuidado prestado ao RN Prematuro. Mas, os artigos também relataram que o des-preparo do profissional, principalmente no momento do luto, onde o familiar mais precisa de apoio emocional. Muitas ve-zes o enfermeiro não sabe lidar com a situação, se afastando no momento em que deveria se aproximar, os artigos relatam a importância de um suporte emocional para os profissionais, para esses saberem lidar e estarem preparados para agirem da melhor maneira com esses familiares nesse momento tão delicado, seja no decorrer do desenvolver do RN prematuro, ou seja, no insucesso da terapia.13,17,24

3.1.7 Estimular a participação ativa dos familiares na UTINO enfermeiro através dos seus cuidados deve agir de for-

ma que possibilite o envolvimento da mãe e da família do RN prematuro com uma abordagem que contemple não somen-te os aspectos fisiológicos, mas também os fatores ligados aos aspectos emocionais, visualizando o RN em sua totalida-de, suas limitações e imaturidade, através de novos conheci-mentos contemplando a sensibilidade para as interações no ambiente de UTIN.14-21

Todo RN prematuro que é admitido na UTIN merece um atendimento humanizado, individualizado e esse cuidado se prolonga a sua família e cabe ao enfermeiro e sua equipe estimular a participação desses familiares no cuidado direto ou indireto ao RN prematuro, criando assim um vínculo tanto com a criança como com sua família, e é através desse víncu-lo que se cria confiança, segurança, para que o cuidado seja

realizado da melhor maneira, tendo como resultado um bom prognóstico.24

A família deve fazer parte da assistência ao RN prematu-ro, sendo visto como parceiros, auxiliando nas decisões jun-tamente com os profissionais, participando ativamente dos cuidados, tendo autonomia e consciência da importância do mesmo, estabelecendo um vínculo de afetividade diminuin-do o estresse causado pela internação prolongada garantin-do assim a qualidade da assistência prestada.24

O enfermeiro tem também como função preparar a mãe e os familiares para a alta do RN prematuro, ele deve capacitar os mesmos, trazendo confiança para que desempenhem o papel de cuidador e favorecer a adaptação das necessidades do RN prematuro e de sua família no seu lar.24

A maioria dos artigos relatou sobre a importância do en-volvimento dos familiares em relação ao RN Prematuro, a eficácia no tratamento quando esses são envolvidos. Cabe ao enfermeiro realizar essa aproximação, ele deve incluir o fa-miliar na realização do cuidado, ensinando, observando suas limitações, criando assim um vínculo com a família, fazendo com que esses participem de cada decisão a ser tomada, se sintam confiantes nessa atuação, podendo a família e os pro-fissionais de saúde trabalhar de forma mais harmoniosa tendo um bom resultado na qualidade da assistência. Os artigos re-lataram também que com a estimulação da aproximação do familiar aumente também o vínculo do familiar com o RN pre-maturo, muitas vezes quebrado devido à separação causada pelos procedimentos, equipamentos e dispositivos necessá-rios para o tratamento do RN e para que se sintam seguros e aptos em relação aos cuidados no momento da alta.13,17,18,24

ConclusãoAtravés da atuação do enfermeiro no cuidado do RN de

prematuridade extrema em UTIN foram identificadas sete categorias temáticas para responder as questões norteadora de pesquisa: qual atuação do enfermeiro com o RN Prema-turo na UTIN?

BOLETIM FEV 18A.indd 19 28/03/18 21:04

20

Referências1 • Santos PRS, Santos FG, Brandão RR. Atuação do en-fermeiro nos cuidados ao recém-nascido prematuro: li-mites e possibilidades. Biol. & saúde. Campos de Goyta-cazes, 18(5), 28-29, 2015.

2 • Almeida TSO, Camelo AL, Lins RP et al. Investigação sobre os fatores de risco da prematuridade: uma revisão sistemática. Rev. Bras. De Ciências da Saúde. 2013. vol. 17 suppl 3: 301-308.

3 • Favretto A. Prematuridade extrema é desafio para pro-fissionais da saúde. Gazeta do povo. 2012. Set. p. 1-2. (Onli-ne). Disponível em:<http://www.ibacbrasil.com/noticias/enfermagem/prematuridade- extrema-e-desafio-para--profissionais-da-saude> . Acesso em: 22 Abril 2017.

4 • Duarte IP, Otaviano FP, Soares NS. Assistência da En-fermagem ao Neonato Prematuro em Unidades de Tera-pia Intensiva Neonatal (UTIN). Rev. Saúde em foco. 2015. Teresina. vol. 2, n. 1, jan-jul; pág. 60-79.

5 • Rabelo MZS et al. Sentimentos e expectativas das mães na alta hospitalar do recém-nascido prematu-ro. Acta Paul Enferm. 2007. v. 20, n. 3,p.333-7. (Online). Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002007000300015>. Acesso em: 19 Abril 2017.

6 • Barbosa B. Problema de pesquisa, questões norte-adoras e hipóteses. Projeto de pesquisa. Universidade Castelo Branco.2015. p. 1-36. (Online). Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1642955/>. Acesso em: 30 Maio 2017.

7 • Fonseca SVB. Manual de perinatologia. Federação Brasileira das associações de Ginicologia e Obstetrícia. 2013. pág. 3-121.

8 • Molz P, Pereira CS, Varaschini GB. Perfil nutricional de recém-nascidos prematuros internados em uma UTI e UCI neonatal. Rev. do Departamento de Educação Fí-sica e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul. 2015. vol. 16, n. 1, jan – mar; pág. 1-4.

9 • Cardoso FS, Dellaqua DC. Assistência de Enferma-gem ao recém-nascido prematuro extremo. Rev. Eletrô-nica da Faculdade Evangélica do Paraná. Curitiba, vol. 2, n.4, 2012, out-dez; pág. 2-18.

A pesquisa identificou as seguintes categorias temáticas: Realizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem onde se verificou a importância da implementação do mes-mo para captação da história referente ao RN prematuro e realização do exame físico para a definição dos diagnósticos de enfermagem e realização da prescrição de enfermagem para a implementação da assistência mais adequada; a se-gunda temática foi planejar, organizar e supervisionar a As-sistência ao RN Prematuro, verificou-se a importância do pa-pel do enfermeiro nessas ações, primeiramente planejando o que irá ser realizado antecipando os principais problemas, organizando da maneira mais adequada a se prestar a as-sistência e por último a supervisão verificando de que forma esta sendo realizada essa assistência, trabalhando juntamen-te com a equipe da UTN proporcionando uma assistência de enfermagem de qualidade.

Diante dessa perspectiva foi apontado que as pesquisas relacionadas ao cuidado do enfermeiro em relação ao RN prematuro em UTIN indicam que a capacidade de se unificar esse cuidado, de supervisionar o trabalho da equipe, priorizar o cuidado direto ao RN servirão de subsídios para o enfer-meiro e sua equipe como um todo para a realização do cui-dado humanizado, individualizado e de qualidade.

BOLETIM FEV 18A.indd 20 28/03/18 21:04

21

10 • Lopes J, Martinez CMS, Pizzani L. A detecção preco-ce dos fatores de risco relacionados à prematuridade e suas implicações para a Educação especial. Rev. Edu-cação Especial.2012. vol. 25, n. 44, set-dez; pág. 545-562.

11 • Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão in-tegrativa: Método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. 2012. Vol 17. N4; Florianópolis. Oct. Dez. (Online). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf>. Acesso em: 30 Maio 2017.

12 • Mattos PC. Tipos de revisão de Literatura. Universi-dade de Botucatu. 2014. Vol. 20, n. 1, jan. mar. p.1-9. (On-line). Disponível em: <http:www.fca.unesp.br/home/bi-blioteca/tipos-de-evisão-de-literatura.pdf>. Acesso em: 30 Maio 2017.

13 • Contim D, Ranuzi C, Gonçalves JRL, Bracarense CF et al. Dificuldades vivenciadas por mães de recém-nasci-dos prematuros durante a permanência prolongada em ambiente hospitalar. Rev. Enfermagem Atenção Saúde. 2017; vol.6, n.1, São Paulo, jan-jun; pág. 31-38.

14 • Oliveira LL, Gonçalves AC, Costa JSD, Bonilha ALL. Fatores maternos e neonatais relacionados à prematuri-dade. Rev. Esc. Enferm. USP. 2016; vol.50, n.3 São Paulo, mai-jun; pág. 1-10.

15 • Pombo NCL. Prematuridade na Coorte de Recém nascidos vivos do Município do Rio de Janeiro e Evolu-ção dos Neonatos Prematuros do Hospital Universitário Pedro Ernesto em UTI. Escola Nacional de Saúde Pública Sergi Arouca ENSP. 2016, Rio de Janeiro, pág. 1-77.

16 • Ribeiro JF, Silva LLC, Santos IL et al. O prematuro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: A assistência do Enfermeiro. J. Nurs. UFPE. 2016; vol.10, n.10, Recife, Out; pág. 3833-41.

17 • Silva TRG, Manzo BF, Fioreti FCCF, Silva PM. Cuida-do centrado na família na perspectiva de enfermeiras da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev. Rene. 2016; vol. 17, n.5, Belo Horizonte, set-out; pág. 643-50.

18 • Roseiro CP, Paula KMP. Concepções de humaniza-ção de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Estud. Psicol. 2015; vol 32, n.1; Campinas, jan--mar; pág. 1-10.

19 • Silva LN, Moura CMAB. Cuidados de enfermagem com a pele do recém-nascido pré- termo. Rev. Enf. UFPI. 2015; vol.4, n.4; Maranhão, out-dez; pág. 4-7.

20 • Lages CDR, Sousa JCO, Cunha DJB et al. Fatores preditores para a admissão do recém-nascido na Unida-de de Terapia Intensiva. Rev. Rene. 2014; vol15, n.1; Piauí, jan-fev; pág. 3-11.

21 • Nascimento VF, Silva RCR. Assistência de Enferma-gem ao recém-nascido pré-termo frente às possíveis intercorrências. Rev. Enf. Da UFSM. 2014; vol4, n.2; Mato Grosso, abr-jun; pág. 429-38.

22 • Mara S. Sistematização da Assistência de Enfer-magem-SAE. 2015(Online). Disponível em:<http://www.enfermagemnovidade.com.br/2015/sistematização-da--assistencia-de.html >. Acesso em: 22 Set. 2017.

23 • Otoni ACS, Grave MTQ. Avaliação dos sinais neuro-comportamentais de bebês pré-termo internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev. Ter. Ocup. USP. 2014; vol. 25, n.2; São Paulo, maio-ago; pág. 151-8.

24 • Silva CF, Leite AJM, Almeida NMGS et al. Fatores associados ao óbito neonatal de recém-nascidos de alto risco: estudo multicêntrico em Unidades neonatais de alto risco no nordeste Brasileiro. Cad. Saúde Pública. 2014; vol.30, n.2; Rio de Janeiro, fev; pág.1-11.

25 • Melo RCJ, Souza IEO, Paula CC. Enfermagem neona-tal: o sentido existencial do cuidado na Unidade de Tera-pia Intensiva. Rev. bras. Enferm. 2013; vol.66, n.5; Brasília, set-out; pág. 1-7.

26 • Nascimento CAD, Cartaxo CMB, Monteiro EMLM. Percepção de enfermeiros sobre os pais de prematuros em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev. Rene. 2013; vol. 14, n.4; Recife, mar-jun; pág.811-20.

BOLETIM FEV 18A.indd 21 28/03/18 21:04

22

ResumoO presente estudo tem como objetivo relatar o processo de cria-

ção, desenvolvimento e implantação de um Software para infor-

matizar o setor da Central de Material e Esterilização. Trata-se de

um relato de experiência onde serão descritas todas as etapas de

desenvolvimento do sistema, desde a ideia inicial até o momento

de implantação e testes finais. A ideia de criação do software partiu

da vivência do autor e da necessidade do setor em ter um melhor

controle e rastreabilidade das informações. A Central de Material

e Esterilização é um setor de grande importância dentro de um

hospital por isso necessita de um gerenciamento e controle que

demonstre confiabilidade e esta é a finalidade dos sistemas infor-

matizados trazer segurança no processamento e rastreabilidade

das informações.

AbstractThe present study aims at reporting the process of creation, de-

velopment and implementation of a software to computerize the

Material and Sterilization Center sector. It is an experience report

in which all development phases of the system will be described,

from the initial idea until the moment of implementation and final

tests. The software creation idea originated from the author’s expe-

rience and the sector need to have a batter information control and

tracking. The Materials and Sterilization Center is a very important

sector in a hospital and therefore needs that its management and

control display reliability and this is the purpose of computerized

systems: providing security to the information processing and tra-

cking.

ResúmenEl presente estudio tiene como objetivo relatar el proceso de crea-

ción, desarrollo e implantación de un Software para informatizar el

sector de la Central de Material y Esterilización. Se trata de un relato

de experiencia donde se detallarán todas las etapas de desarrollo

del sistema, desde la idea inicial hasta el momento de implanta-

ción y pruebas finales. La idea de creación del software partió de

Desenvolvimento de um Software de Gerenciamento e Rastreabilidade para Central de Material e Esterilização: relato de experiência

Rogério de Souza Heringer Enfermeiro, Especialista pela FMU em CME, SRPA e CC e Gestão em Enfermagem pela UNIFESP. Ricardo Cesar OliveiraChefe do Departamento Cirúrgico São Camilo Santana, Especialista pela FMU em Urgência e Emergência e Centro Cirúrgico, CME e RPA. Taina Fernandes Vilas BoasSupervisora do Departamento Cirúrgico São Camilo Santana, Especialista pela FMU em Centro Cirúrgico, CME e RPA.

Development of a Management and Tracking Software for the Materials and

Sterilization Center: an experience report

Desarrollo de un Software de Gestión y Seguimiento para Central de Material

y Esterilización: relato de experiencia

BOLETIM FEV 18A.indd 22 28/03/18 21:04

23

la vivencia del autor y de la necesidad del sector en tener un mejor

control y seguimiento de las informaciones. La Central de Material y

Esterilización es un sector de gran importancia dentro de un hospital

por eso necesita de una gestión y control que demuestre confiabili-

dad y esta es la finalidad de los sistemas informatizados proporcionar

seguridad en el procesamiento y seguimiento de las informaciones.

IntroduçãoComo ciência, o processo de esterilização possui menos de

duzentos anos, com a descoberta da bactéria e a busca da morte microbiana muito se evoluiu no campo microbiano e consequentemente no processo de esterilização. Até o início da década de 40 a limpeza, o preparo e armazenamento dos materiais eram realizados pela equipe de enfermagem das próprias unidades, a dinâmica do serviço era descentralizada.

Com o avanço tecnológico e a evolução do edifício hos-pitalar, especificamente na Central de Material e Esteriliza-ção (CME) a partir das últimas décadas do século XX surgiu a necessidade de um aprimoramento das técnicas e dos pro-cessos de limpeza, preparo, esterilização e armazenamento de materiais e roupas. Como consequência, a CME torna-se centralizada, com a supervisão de um enfermeiro e passa a ser definida como uma unidade de apoio técnico a todas as unidades assistenciais, responsável pelo processamento dos materiais, como instrumental e roupas cirúrgicas.1

As constantes mudanças tecnológicas advindas da glo-balização, as facilidades de acesso às informações e a cres-cente competividade no mercado dos diversos setores, levaram as organizações públicas e privadas a se preocu-parem com a qualidade dos seus serviços na tentativa de conquistar novos clientes satisfazendo suas necessidades de um modo mais amplo. Nesse sentido são crescentes os investimentos das organizações em fatores que possam

agregar maior qualidade nos serviços prestados.2,3

Esses avanços tecnológicos determinaram uma nova visão a Central de Material e Esterilização referente à local, instala-ções, equipamentos, metodologia de trabalho e controle de qualidade baseados em conhecimento cientifico, exigindo um trabalhador melhor qualificado e atualizado. Dentre os avanços, emergiram os sistemas informatizados de geren-ciamento e rastreabilidade de instrumental cirúrgico com a utilização de códigos para identificação dos instrumentais cirúrgicos.1

Neste contexto percebe-se um crescente movimento pela melhoria contínua da qualidade dos serviços por meio de programas como a Acreditação hospitalar, que busca avaliar a qualidade dos serviços prestados, processos e resultados destas instituições. Um dos setores que fortemente influên-cia nos resultados dos serviços hospitalares é a CME por for-necer produtos adequadamente processados para a saúde, condicionando garantia da qualidade no uso direto na assis-tência aos indivíduos.1,4

A CME é responsável pela limpeza, desinfecção, esteriliza-ção, armazenamento, guarda e distribuição dos materiais de-sinfetados e esterilizados, sendo um setor fundamental para uma assistência de qualidade e segura.5

As Instituições de saúde que contemplem este serviço de-vem zelar pelo seu correto funcionamento levando em consi-deração a estrutura física, recursos humanos e materiais, nor-mas, procedimentos, processos de acordo com a legislação vigente e padrões de qualidade estabelecidos, uma vez que, se os serviços de uma CME não atendem os padrões de qua-lidade exigidos, podem causar riscos e danos tanto para os trabalhadores como para os usuários, refletindo em aumento das taxas de infecção hospitalar que podem ocasionar óbitos ou complicações preveníeis.5

A Resolução RDC nº. 307, de 14 de novembro de 2002, con-sidera a CME uma unidade de apoio técnico, que tem como finalidade o fornecimento de materiais médico-hospitalares

BOLETIM FEV 18A.indd 23 28/03/18 21:04

24

adequadamente processados. Com a CME funcionando efi-cazmente, as taxas de mortalidades e de infecções hospita-lares caem e resultados positivos ficam bastante visíveis.4

A CME é o local da instituição hospitalar onde é realizado o processamento dos produtos para saúde. Trata-se de um processo complexo e de extrema importância, realizado por meio de uma sequência de etapas de atividades (limpeza, desinfecção, preparo, embalagem, esterilização e distribui-ção) que requer capacidade operacional e tecnológica para atribuir qualidade aos serviços prestados e garantir a segu-rança do paciente.2

Devido à necessidade de protocolos bem estabelecidos e validados que contemplem todas as etapas realizadas na CME, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, em 15 de março de 2012, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 15 (RDC nº 15) que dispõe sobre os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para a saúde.5

O artigo 26 estabelece que a CME deve dispor de um sis-tema de informação manual ou automatizado com registro do monitoramento e controle das etapas de limpeza e de-sinfecção ou esterilização constante nesta resolução, bem como da manutenção e monitoramento dos equipamentos. Os registros devem ser arquivados de forma a garantir a ras-treabilidade por um prazo mínimo de cinco anos.

Entende-se por rastreabilidade a capacidade de traçar e identificar o histórico do processamento dos produtos para saúde e da sua utilização por meio de informações previa-mente registradas, estabelecendo os requisitos de boas prá-ticas no processamento de produtos.5

Com o avanço da tecnologia, da diversidade de materiais cirúrgicos e a crescente preocupação com o gerenciamento das informações, contribuíram para o surgimento de siste-mas de gerenciamento e rastreabilidade automatizados que têm adquirido importância significativa nos últimos tempos.6,7

Os sistemas automatizados permitem a rápida identificação das informações e consequente aumento da produtividade, agregando também uma infinidade de funções e benefícios, tais como controle de resultados de indicadores químicos e biológicos, controle e rastreabilidade de pinças, kit´s e caixas e relatórios gerenciais e estatísticos de produtividade, que se totalmente aproveitados, melhoram a qualidade, agilizam o trabalho e reduzem possibilidades de erro humano. A rápida informação, a redução na perda de instrumentais, a sinaliza-ção de manutenção, o monitoramento da produtividade do colaborador, o controle sobre o inventário e a emissão de re-latórios são alguns benefícios encontrados que corroboram com a literatura.8

Trata-se de um processo gradativo e minucioso que requer tempo e ajustes mesmo após a implantação. O custo de in-

vestimento pode ser alto, mas um sistema de gerenciamento e rastreabilidade automatizada agrega qualidade e padroni-zação aos processos realizados e permite uma gestão mais atuante.8

A aplicação de tecnologia de informação no processo lo-gístico de materiais em serviços de saúde é escassa no Brasil, sistemas informatizados foram implantados em algumas or-ganizações de saúde privadas e mais estruturadas economi-camente. No entanto, são poucas as referências na literatura nacional sobre essas experiências de sistemas informatiza-dos, utilizando código de barras e leitoras ópticas para o ge-renciamento de materiais nas organizações de saúde.8

Deste modo, o presente estudo visa relatar a experiência do autor na criação, desenvolvimento e implantação de um sistema informatizado de Gerenciamento e Rastreabilidade de instrumental cirúrgico em um hospital de grande porte da Cidade de São Paulo.

MétodoO presente trabalho é um estudo descritivo de relato da

experiência do autor enfermeiro, que descreve passo a pas-so suas etapas de criação, desenvolvimento e implantação de um sistema informatizado de gerenciamento e rastreabi-lidade de instrumentais cirúrgicos para Central de Material e Esterilização.

Descrição do Relato

A ideia do desenvolvimento de um Software para CME par-tiu da convicção de um dos autores e da necessidade dos usuários que trabalham neste setor, de que um sistema in-formatizado proporcionaria a qualquer Instituição hospitalar uma maior segurança na execução das tarefas em todas as etapas do processamento dos materiais garantindo resulta-dos fidedignos a partir da rastreabilidade da informação que o sistema permite.

Trabalhando em CME há mais de 10 anos tive a oportuni-dade de conhecer e adquirir experiência através de contato com profissionais com grande conhecimento na área de Es-terilização, isso me fez crescer e pensar em como contribuir no desenvolvimento do setor para facilitar o trabalho e garan-tir uma assistência de qualidade ao paciente.

Vindo de outra Instituição de grande porte da cidade de São Paulo onde trabalhei por 05 anos no setor e a CME que era totalmente informatizada, com todas as suas etapas de processamento dos materiais rastreadas por um sistema de gerenciamento informatizado facilitando e dando total credi-bilidade ao serviço prestado pelo CME.

Percebi então que os processos eram realizados de forma padronizada por todos os colaboradores e eram obedecidas as regras e forma de trabalho que o sistema fornecia. Esta

BOLETIM FEV 18A.indd 24 28/03/18 21:04

25

forma de trabalho padronizada trazia a todos os colaborado-res segurança e a certeza de que o processo estava sendo executado de forma correta sem quebra de barreiras nos dando a garantia de resultados precisos e segurança.

Após um tempo trabalhando nesta Instituição comecei a pensar numa forma de desenvolver um sistema seme-lhante de gerenciamento para a CME que fosse prático e ao mesmo tempo eficaz, dinâmico e eficiente, sendo uma ferramenta que proporcionaria um maior controle das in-formações e registro de tudo que se produz no setor, uma ferramenta de baixo custo e que seria de fácil aceitação por todos os usuários.

Não tendo conhecimento suficiente na área de informáti-ca, tive que procurar um programador que entendesse minha necessidade e que acreditasse no projeto, pois seria peça fundamental no desenvolvimento do sistema.

Em certo momento do projeto fiz contato com um progra-mador da cidade de Mato Grosso do Sul distante a 800 km de São Paulo, porém perto o bastante para acreditar na ideia e achar o projeto viável e muito interessante. Nesta etapa de contato e contratação do programador já tinha tudo descrito a respeito do sistema, todas as etapas, todos os layouts de telas, relatórios, todos os detalhes de como funcionária.

A partir deste momento tive a certeza de que o projeto se tornaria realidade, pois ambos, autor e programador em sintonia e convictos de que o sistema seria uma ferramenta muito útil não só para o setor, mas para a assistência indireta ao paciente.

Após esta etapa de breve contato, firmamos um contrato de prestação de serviço e começamos o desenvolvimento, informações trocadas e enviadas via e-mails, SMS, What-sApp, horas de conversas ao telefone e videoconferência e muitas noites sem dormir.

A ideia inicial para um melhor desenvolvimento do siste-ma seria dividi-lo em etapas, onde teríamos a possibilidade de um maior entendimento do sistema, pois todas as etapas se completam, estão interligadas e se precisássemos fazer correções no decorrer da execução do sistema não seriam necessárias grandes alterações no projeto.

Desenvolvimento do SistemaO sistema foi projetado para ser dividido em módulos

dentro da CME, facilitando seu desempenho e execução, porem todas as etapas interligadas entre si, uma comple-tando a outra.

Primeiro Módulo a ser desenvolvido foram as telas, os layouts que seriam apresentados ao usuário na tela do com-putador juntamente com o módulo geral, onde ficam todos os cadastros de colaboradores, setores, fornecedores, equi-pamentos e instrumentais cirúrgicos. Módulo de suma impor-

tância no sistema, onde será realizado o cadastro de todos os instrumentais cirúrgicos processados no CME de todos os setores e do Centro Cirúrgico nosso maior cliente.

Aqui será realizado o cadastro de todas as caixas cirúrgi-cas, kits e itens avulsos e material de assistência ventilatória, material consignado de empresas e materiais particulares de médicos cirurgiões.

Segundo Módulo o de geração de relatórios e banco de dados, etapa mais complexa do projeto e que requer muito cuidado do programador que necessita ter todas as informa-ções possíveis sobre a utilização do sistema como um todo, todas as etapas, neste momento, precisamos imaginar como tudo poderá acontecer para que esta etapa seja realizada de forma correta e precisa, sem erros e falhas.

Terceiro Módulo o de limpeza, denominado Módulo Expur-go, compreende a etapa de recebimento e limpeza de todos os artigos para a saúde utilizados no hospital e materiais con-signados de empresas terceirizadas e itens particulares de médicos e instrumentadores. Neste módulo selecionaremos os materiais recebidos, definiremos a forma de limpeza e de desinfecção nos equipamentos conforme as características do material realizaremos os testes específicos de limpeza e a impressão de relatórios gerenciais com todos os dados do material lavado e número de ciclo para processo de rastrea-bilidade.

O preparo, Quarto Módulo, etapa de preparo e esteriliza-ção do material, neste módulo iremos executar as tarefas de inspeção, lubrificação, identificação com a produção de eti-quetas com códigos de barras e a embalagem dos artigos. As caixas cirúrgicas serão produzidas conforme listagem de materiais e fotos dos instrumentais cadastrados para confir-mação correta dos itens e neste setor será também possí-vel retirar um item para conserto ou identificar um extravio. Após a etapa de produção realizada iremos esterilizar tudo o que foi produzido, no módulo esterilização. Tudo o que foi produzido, gerado uma etiqueta de produção deverá aqui ser esterilizado, para isso utilizaremos leitores de código de barras facilitando o processo de montagem de carga para o processo de esterilização. A carga é correspondente a todos os itens produzidos na etapa anterior, aqui selecionamos o equipamento, autoclave e definimos o tipo de ciclo conforme as características dos artigos, relaciona-se o número do ciclo para o adequado rastreamento dos artigos, define-se datas de validade e indicadores químico e biológicos do processo de esterilização. Neste módulo teremos também a emissão de relatórios estatísticos e gerenciais e controle de manuten-ção e perdas de instrumentais cirúrgicos.

Um diferencial do projeto acontece nesta fase, onde tere-mos a possibilidade de customização do sistema conforme a necessidade de cada hospital, não tornando o sistema fecha-

BOLETIM FEV 18A.indd 25 28/03/18 21:04

26

do, sem possibilidades de emissão de relatórios específicos para cada Instituição.

Quinto Módulo de distribuição, o Arsenal, aqui faremos a distribuição de todos os artigos esterilizados conforme a so-licitação das unidades assistenciais e o centro cirúrgico, tere-mos aqui também a possibilidade de relacionar todo o mate-rial cirúrgico ao nome do paciente, garantindo um processo mais seguro para a execução do procedimento cirúrgico sem que ocorram falhas ou falta de material durante o ato cirúr-gico, módulo onde controlamos o inventario dos materiais e datas de validade.

SoftwareCME está sendo desenvolvido com muito critério e sabedoria para se tornar uma ferramenta prática e de fácil entendimento para o usuário de uso constante, trocando os velhos hábitos de muita escrita em momentos modernos de automatização.

Implantação do SistemaO sistema será implantado após a realização dos testes e li-

beração da Gerencia de enfermagem de toda a infraestrutura necessária para atender a todos os setores da CME.

Para a informatização da CME da Unidade Santana serão necessárias 05 unidades de computadores, teclados e moni-tores, 03 leitores de código de barras, 01 impressora A4 e 02 impressoras para código de barras, acesso à internet e banco de dados.

O sistema poderá ser implantado de acordo com as nor-mas e necessidade do Hospital, poderemos ter o programa (sistema) instalado no computador principal do hospital e será utilizado sua rede interna de internet e banco de dados

ou ser instalado em um servidor externo com acesso remoto sem acessar a rede interna do hospital.

Após definição e instalação da infraestrutura de computa-dores e periféricos inicia-se a fase de cadastro geral e ca-dastro de instrumentais cirúrgicos, caixas, kits e material de assistência ventilatória, todo material processado pela CME.

Em seguida iniciaremos a fase de treinamento dos colabo-radores e enfermeiros em todos os plantões. Treinamentos realizados partimos para a fase de testes do sistema, acompa-nhamento e verificação de toda a funcionalidade do sistema.

Considerações FinaisA ideia de uma Central de Material e Esterilização moder-

na, automatizada com maior controle de suas informações e rastreabilidade de todo o processo será sempre um objetivo a ser alcançado. E através deste pensamento de inovação e modernidade que o SoftwareCME está sendo desenvolvido, para alcançar os melhores resultados na execução das tare-fas proposta pelo setor, garantindo a qualidade e segurança ao paciente.

O uso do sistema facilita o gerenciamento do CME, pois permite a emissão de relatórios estatísticos e gerenciais em curto tempo, realiza a monitorização de todas as etapas do processamento, assegura qualidade nos processos de lim-peza e esterilização, identifica perdas e controla a manuten-ção de peças e permitindo rastrear o caminho percorrido pela caixa e instrumental desde a sua compra.

A implantação de um sistema informatizado pode também contribuir para diminuir gastos com manutenção e reposição de instrumentais extraviados, perdidos ou danificados devido

BOLETIM FEV 18A.indd 26 28/03/18 21:04

27

ao seu maior controle. O sistema informatizado também insti-ga o funcionário a realizar o trabalho com a máxima atenção e responsabilidade, pois todos os processos podem ser ras-treados, revelando dados referentes à: tempo de montagem de caixa, identificação da participação do funcionário em cada uma das etapas dos processos de limpeza e esteriliza-ção, identificação de possíveis desvios de qualidade, relatório de produtividade por funcionário, entre outras informações de controle.

A padronização de todo o processo que o sistema ofere-ce traz um grande avanço a CME garantindo que todos os processos sejam executados igualmente por todos os fun-cionários.

Um Sistema Informatizado proporciona organização, pa-dronização de processos e garantia de qualidade, devido ao rigoroso controle de todas as etapas dos processos de limpe-za, desinfecção, esterilização e distribuição dos artigos mé-dicos-cirúrgicos, mediante arquivamento das informações coletadas e emissão de relatórios.

Para o sucesso da implantação de um sistema informati-zado é indispensável à participação do profissional de enfer-magem no desenvolvimento e aperfeiçoamento do sistema, compra de equipamentos e definição das importantes infor-mações que serão utilizadas e acontecer de forma transpa-rente e colaborativa e ser uma filosofia da empresa, onde a aquisição não seja vista apenas como uma obrigatoriedade, um gasto desnecessário e sim como um investimento em uma importante ferramenta de gestão e controle, trazendo benefícios não só para a Instituição mas também para seu principal cliente, o paciente.

Referências1 • Lacerda RA. Controle de Infecção em Centro Cirúr-gico: fatos, mitos e controvérsias. Atheneu Editora. São Paulo, 2003.

2 • Freire EMR, Martinez MR. Gerenciamento da qualida-de de um projeto de adequação de uma central de ma-teriais e esterilização: um estudo de caso. Gestão, Edu-cação e Promoção a Saúde. Convibra, 2013.

3 • ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos As-sistenciais de Saúde. 2ª. Edição. Brasília, 2004.

4 • ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Re-solução da Diretoria Colegiada RDC nº 15, de 15 de mar-ço de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 2012.

5 • Mattos LM, Moura MA, Maldonade IR, Silva EYY. Pro-dução segura e rastreabilidade de hortaliças. Hortic Bras. 2009;27(4):408-13.

6 • Caquas S, Chapirot C, Coquard A, Dieu B. Using the T-Doc® software application to calculate sterilization costs. Zentr Steril. 2010;18(3):75-85.

7 • Williamson JE. Advance instrument tracking pa-ves the way for quality. Heathcare purchasing news. 2012;20(2):5-10.

BOLETIM FEV 18A.indd 27 28/03/18 21:04

28

ResumoEste estudo tem como objetivo levantar na literatura artigos relacio-

nados a educação continuada e educação permanente e sua ações

na assistência de enfermagem. Pesquisa bibliográfica realizada em

livros, site e bancos de dados. Foram utilizados 23 materiais. O estu-

do conceitua e aponta os diferentes conceitos da educação em ser-

viço, destacando a educação continuada permanente e a sua apli-

cabilidade na prática, enfocando as principais diferenças entre esses

métodos educacionais, e sua importância para contribuição da me-

lhoria da qualidade da assistência de enfermagem e da qualidade

de vida dos profissionais de saúde. A educação no local de trabalho

é uma diretriz qualificadora da gestão de equipes e de serviços, em

qualquer espaço onde o trabalhador em saúde estiver.

AbstractThis study aims at surveying articles in the literature related to con-

tinued education and permanent education and their actions in

nursing assistance. Literature survey carried out in books, websites

and databases. Twenty-three materials were used. The study con-

cepts and indicates the different concepts of education in service,

highlighting permanent continued education and its applicability in

practice, focusing on the main differences among those educatio-

nal methods and their importance to contribute for the improvement

of nursing assistance quality and life quality of health professionals.

Education at the workplace is a qualifying guideline of teams and

services management in any space where health workers may be.

ResúmenEste estudio tiene como objetivo levantar en la literatura artículos re-

lacionados a la educación continuada y educación permanente y sus

acciones en la asistencia de enfermería. Investigación bibliográfica

realizada en libros, sitio y bases de datos. Se utilizaron 23 materiales.

El estudio conceptúa y apunta los diferentes conceptos de la educa-

ción en servicio, destacando la educación continuada permanente y

su aplicabilidad en la práctica, enfocando las principales diferencias

entre esos métodos de educación y su importancia para la contri-

Educação Permanente Norteando as ações da Assistência em Enfermagem: revisão de literatura

Rubia Carla Ramires MoraisEnfermeira, Coordenadora Assistencial do Hospital São Lucas,

Enfermeira e Presidente da Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar (CCIH), Orientadora da Educação Continuada em

Serviços e Treinamento na Assistência de enfermagem,

Responsável técnico pelo Programa de Gerenciamento de

Resíduos do Serviço de Saúde, Presidente do Núcleo de

segurança do Paciente, Docente da ETEC Monsenhor Antônio

Magliano, Técnico de enfermagem e Técnico de Segurança do

trabalho no Centro Paula Souza.

Orientador: Profº. Enfº Marcio Mielo

Permanent Education Guiding Assistance Actions in Nursing:

a literature review

Educación Permanente Norteando las acciones de la Asistencia

en Enfermería: revisión de literatura

BOLETIM FEV 18A.indd 28 28/03/18 21:04

29

bución de la mejora de la calidad de la asistencia de enfermería y de

la calidad de vida de los profesionales de salud. La educación en el

lugar de trabajo es una directriz calificadora de la gestión de equipos

y de servicios, en cualquier espacio donde esté el trabajador en salud.

IntroduçãoA educação em serviço, educação continuada e educação

permanente são componentes essenciais para a formação e desenvolvimento dos recursos humanos de qualquer institui-ção, oportuniza ascensão pessoal e profissional, porque se faz necessária para aperfeiçoamento das habilidades e compe-tências pessoais e profissionais para o serviço em si e refletin-do posteriormente em sua vida.

O corpo de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) em uma instituição de saúde é um dos prin-cipais veículos de cuidado e atenção dispensada aos clientes. E normalmente, no meio hospitalar, a Enfermagem representa mais de um terço dos profissionais que atuam nestes estabe-lecimentos, sendo assim é de responsabilidade da enferma-gem, pelo número significativo de profissionais desta área, a melhoria do desempenho e da atenção prestada aos serviços de saúde, com qualidade e humanização.

O capital humano o elemento mais importante no funcio-namento de qualquer empresa, grande ou pequena, pública ou privada, ele deve ser objeto de análises permanentes e de adequação de funções para melhorar a eficiência do trabalho, a competência profissional e o nível de satisfação do pessoal.1

“Recurso humano é gente, gente que trabalha para

viver; que tem seus próprios objetivos; que se comuni-

ca para superar problemas; recurso humano é gente,

gente que anseia por proporcionar e desfrutar de uma

melhor qualidade de vida!”2

A educação em serviço, Segundo Chiavenato (2003) é a ma-neira mais comum de transmitir conhecimento, além de ter su-porte nas teorias de aprendizagem. Encontra grande acolhida, principalmente em razão de sua praticabilidade, pois o profis-sional aprende enquanto trabalha.3

A Educação o profissional em seu local de trabalho propor-ciona uma construção continua da pessoa humana, dos seus saberes e aptidões e da sua capacidade de discernir e agir, isto é, provoca modificações no comportamento, tanto físico, como biológico, dos indivíduos e também do ambiente no qual estão inseridos, provocando assim, novos comportamentos.

No ambiente competitivo, a única vantagem real são as pessoas, e sobreviverão as empresas que considerarem o trabalho humano, não apenas físico, mas o desenvolvimento global. Assim, cada vez mais o conhecimento constitui a força propulsora dos indivíduos nas organizações e na sociedade. É importante ressaltar que o desenvolvimento das pessoas na área da enfermagem é de responsabilidade do enfermeiro de Educação Continuada que conta com o apoio de outros enfer-meiros, do gerente de enfermagem e da instituição; por isso é desejável que o enfermeiro desse Serviço tenha a formação compatível com a de um educador, devendo buscar continu-amente o auto - desenvolvimento, sendo capaz de influenciar as pessoas na busca do conhecimento e compartilhar seu tra-balho com todos os envolvidos na assistência de enfermagem nas instituições de saúde.4

Independentemente de a educação ser institucionali-zada ou não, visando o preparo do funcionário para o trabalho, a mesma se processa por fases: Formação profissional - pre-para o homem para a profissão; Aperfeiçoamento profissional - preparo o homem para uma carreira dentro da profissão e Treinamento - prepara o homem para um cargo ou função, sendo este último de nosso interesse, pois ele conceitua o processo educacional dos treinamentos como sendo sistemá-ticos e organizados através dos quais as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos

BOLETIM FEV 18A.indd 29 28/03/18 21:04

30

definidos; isto é, transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente aos aspectos da organiza-ção, da tarefa e ambiente e desenvolvimento de habilidades. Sendo considerada, portanto investimento no profissional para retorno compensador a instituição.4

ObjetivoLevantar na literatura artigos relacionados a educação per-

manente na assistência de enfermagem.

MetodologiaEssa pesquisa utilizou um método de pesquisa qualitativo

e tO trabalho de conclusão de curso baseou-se no método de pesquisa bibliográfica, visando identificar e analisar a fonte literária selecionada.

Sendo estruturado pela revisão bibliográfica através de pesquisa em livros; revistas técnicas; artigos; manuais e bole-tins do Ministério da Saúde, normas e resoluções; endereços eletrônicos da internet como “GOOGLE” utilizando “educação continuada, educação permanente e processo de trabalho em enfermagem” como referência e acesso a bases de dados na biblioteca virtual em saúde através da BIREME (sistema Latino--Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde), através do LILACS (literatura Latino-Americana e do Caribe de informação em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Elec-tonic Library Online). Considerando-se também dissertações e teses da área da enfermagem, privilegiando as mais atuais e acessíveis.

Todo material colhido foi analisado sistematicamente: leitura exploratória do material encontrado, a fim de obter uma visão geral do material disponível; leitura seletiva, através do qual fo-ram selecionados os materiais pertinentes aos propósitos da pesquisa, e para restrição do número de artigos optei por sele-cionar os datados a partir de 1988, organizados em ordem cro-nológica; leitura analítica dos textos, momento de apreciação e julgamento das informações. Finalmente leitura interpretativa que, contribuiu para o processo de síntese e análise dos re-sultados, culminando nos objetivos propostos e na criação do corpo de literatura compreensível.5

Foram encontrados 36 artigos e utilizados para este estudo 23 materiais, dos últimos 20 anos.

Referencial TeóricoA idéia de que os processos educacionais são contínuos ou

permanentes é tão antiga quanto à própria história do homem. No entanto, só no início do século XX é que formalmente se or-ganizaram programas de educação continuada, para os adul-tos. A partir de então, cresce no mundo o reconhecimento da necessidade de se instituírem programas de educação conti-nuada ou permanente. As quais contribuem para definição das

práticas e das ações educativas proporcionando o aprimora-mento profissional. Souza et al descreve o fluxo da evolução histórica, desse processo educativo, (Figura 1).

A produção teórica sobre a educação de profissionais de saúde vem evoluindo ao longo do tempo, se modificando e sendo acrescida de informações de acordo com o momento sócio-econômico-político vivenciado no país. Essa evolução neste mais de 20 anos, resultou em conceitos diversos, que são utilizados, em determinados momentos, como sinôni-mos e, em outros, como concepções diferentes: educação do profissional em seu local de trabalho (Educação em serviço) - educação continuada e educação permanente. Tais concei-tos, independentes dos seus significados, conferem uma di-mensão temporal de continuidade ao processo de educação, correspondentes às necessidades das pessoas durante toda a vida - aprimoramento profissional e pessoal assenta-se em princípios metodológicos e estratégias pedagógicas variadas, por se tratar de educação de adultos.

A educação implica numa busca contínua do homem em ser mais, portanto o homem deve ser sujeito de sua própria educação. Não pode ser objeto dela. Por isso ninguém edu-ca ninguém! Assim, a educação pode tornar-se um caminho de libertação na construção de uma sociedade mais humana, procurando possibilitar o desenvolvimento de uma consciên-cia crítica, que recusa as posições passivas.6,7

Portanto entende-se que a educação em serviço, seja ela educação continuada ou permanente, pode motivar a trans-formação pessoal e profissional do sujeito, buscam alternati-vas para minimizar as dificuldades existentes na realidade vi-venciada.

A aprendizagem como sendo um fator fundamental do comportamento humano, que afeta não somente como as pessoas pensam, sentem-se e agem, mas também suas cren-ças, valores e objetivos. A seguir a figura 02, sintetiza a influên-cia de fatores hereditários e ambientais para a formação do comportamento/atitude humana.8

Fonte: CHIAVENATO.8

Constituição

biológica

Personalidade

completa

Experiências

aprendidas /

aprendizagem

Fatores

hereditários

Fatores

ambientais

Comportamento

/ atitude

BOLETIM FEV 18A.indd 30 28/03/18 21:04

31

A Educação ContinuadaEducação Continuada é uma das estratégias mais impor-

tantes para os profissionais manterem sua empregabilidade e para as empresas potencializarem sua competitividade. É a aplicação de práticas educacionais com a finalidade de de-senvolver o funcionário, integrando-os na própria função e no contexto institucional. Facilita a transformação do poten-cial do trabalhador em comportamentos objetivos, de acor-do com a realidade que o cerca.

A educação continuada representa o conceito de que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender”, uma fi-losofia que tem sido adoptada por uma vasta gama de or-ganizações diferentes. A educação continuada é atitudinal, ou seja, as pessoas podem e devem estar abertas a novas idéias, decisões, habilidades ou comportamentos.9

Amplia-se o enfoque da educação dos funcionários pelo desenvolvimento de uma política de treinamento para os trabalhadores considerando as organizações como res-ponsáveis pela sua educação. A mesma auxilia na reso-lução de conflitos e na mudança de comportamentos de

seus trabalhadores, favorecendo o alcance dos objetivos institucionais.10

A educação continuada permite ao profissional, um acompanhamento das mudanças que ocorrem na profis-são, visando mantê-lo atualizado aceitar essas mudanças e aplicá-las no seu trabalho. Considera então, a educação continuada como um conjunto de práticas educacionais que visam melhorar e atualizar a capacidade do indivíduo, favorecendo o seu desenvolvimento e sua participação efi-caz na vida institucional.11

O fator de maior influencia para o aprendizado e para as mudanças nas atividades desenvolvidas e nas estruturas or-ganizacionais da instituição, para Davim11 é a pratica cons-tante e o conhecimento atualizado, estimulando nos cola-boradores a necessidade de adaptação e reorientação de suas atividades com qualificação, fornecidas através dos programas de educação continuada em serviço, utilizando--se de recursos humanos, materiais e financeiros, ara desen-volvimento. Mesmo a continuidade da educação reconhe-cendo como princípios que, em qualquer espaço físico que

Figura - Fluxo da evolução histórica do processo educativo.

1920 Década 50 Década 60 Década 70 Década 80

A idéia divulgada –

Educação por toda a vida.

Ajuste das pessoas a um novo mundo em

mutação.

Sendo o conhecimento transformado,

necessitando de capacitação e ajuste

as mudanças.

Os projetos multinacionais, favorecerão a

Educação de adultos.

- 1966- Conferência geral da Organização das Nações Unidas

para Educação, ciências e cultura

(UNESCO) em Paris, a qual definiu a

Educação continuada como processo que deve durar por toda

vida.

Enfoque critico, tomada de

consciência que a Educação do

Homem se dá a partir da realidade que o cerca e interação

com os outros. Sendo o sujeito de

transformação

I seminário de Educação continuada

em enfermagem – promovido pela

Sociedade Brasileira de enfermagem

(ABEn). Instiuindo a educação continuad

em enfermagem, importante para

aquisição de competências para

assistência com qualidade.

- 1997- Criação da Sociedade Brasileira de Educação Continuada

em Enfermagem (SOBRECEN) – intercambio de

experiências por meio de reuniões cientificas

e publicações.

Fonte: Souza.5

BOLETIM FEV 18A.indd 31 28/03/18 21:04

32

assegurando o desenvolvimento das responsabilidades dos profissionais e modificação dos processos de trabalho e das relações de trabalho entre os profissionais.

A Educação continuada por refletir em um estilo de gestão que, na prática, consideram como objeto tanto os pacientes quanto o pessoal dos serviços, no processo educativo, acaba reforçando a fragmentação do cuidado, das equipes e do processo de trabalho, na medida em que se centra no de-sempenho de cada categoria profissional em suas funções determinadas social e tecnicamente pela divisão do trabalho e que se formalizam na descrição dos postos de trabalho.

A Educação Continuada se resume, para Arruda14 basica-mente em cursos de capacitação e qualificação para a mo-bilização das pessoas e instituições, visando aproximar as instituições formadoras das ações. Desenvolvida de forma desarticulada e fragmentada e por apresentarem orienta-ções conceituais heterogêneas, essas iniciativas produzem pouco impacto sobre as instituições formadoras, pois as mudanças ocorridas não são significativas para que o mo-delo assistencial (modelo biomédico, centrado na assistên-cia curativa) também fosse mudado. Isto ocorre, por muitas vezes, por pouca habilidade dos atores envolvidos em assu-mir uma postura de mudança diante da problematização de suas práticas de trabalho.

Em virtude da importância do Serviço de Educação Con-tinuada nas instituições de saúde, é de extrema importância que os treinamentos não sejam vistos apenas como um meio para o funcionário capacitar-se para o trabalho; deve ser um instrumento que auxilie o profissional a refletir sobre a im-portância do seu trabalho e quanto ele pode ser rico no seu dia-a-dia, devendo sempre motivá-lo à busca de enriqueci-mento profissional.

Assim, a Educação Continuada deve ser uma ferramenta para promover o desenvolvimento das pessoas e assegurar a qualidade do atendimento aos clientes, devendo, também, ser voltada para a realidade institucional e necessidades do pessoal.

A Educação PermanenteO termo educação permanente é uma expressão bastante

utilizada atualmente na área de Saúde, porém não é recente, pois o filósofo chinês Lao-Tsé dizia há sete séculos A.C. que “todo estudo é interminável”.15 Dando-nos a compreensão que a formação profissional de qualidade, inicia-se com a formação geral e completa-se mais tarde com a educação permanente, ocorrendo assim à formação integral do indi-viduo.16

A Educação Permanente como instrumento de consoli-dação do Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu no Brasil como resultado das ações políticas entre os ministérios

se dê uma interação social, pode ocorrer situação educativa, pois o processo é dinâmico e flexível, a educação tem como objetivo facilitar o desenvolvimento do indivíduo em algum aspecto, para que se sinta crescendo enquanto pessoa e, portanto impulsionando a evolução do seu local de trabalho e da própria sociedade.

O processo ensino-aprendizagem é desenvolvido de for-ma dinâmica e continuo seguindo as evoluções cientifico - tecnológicas e os objetivos e metas institucionais.

Os profissionais de enfermagem reconhecem a necessida-de e importância da educação continuada, para manter-se atualizados e promover uma assistência com mais qualida-de, além de ser um dever profissional. Independentemente de ser desenvolvido dentro da instituição em de várias for-mas e há todos os instantes, através de reuniões, instruções, trocas de experiências entre colaboradores ou treinamentos específicos por áreas de atuação, podem ser realizados atra-vés de atividades extra-instituições, por meio de cursos, con-gressos e eventos por interesses pessoais e profissionais. As mudanças desejadas para o aperfeiçoamento profissional e pessoal são realimentadas pelo saber-fazer (competências e habilidades) e pelas reflexões nas buscas de alternativas para alcançar a melhoria da prática profissional, mais uma vez, destaca-se a importância da educação continuada den-tro dos serviços de saúde.

Na realidade do cotidiano do agir e fazer na enfermagem, é possível dizer que uma das formas de realizar educação continuada é através das inter-relações pessoais, entre en-fermeiro e equipe de enfermagem, a própria equipe e demais equipes dos diferentes serviços que atuam na instituição.12 Dessa maneira, no processo de trabalho em enfermagem, é preciso oferecer estímulos capazes de incentivar o pensa-mento criativo dos participantes e, a melhora da qualidade de vida pessoal, profissional e institucional, capaz de tornar o sujeito histórico, reflexivo, crítico e criativo.

L’Abbate observa que esse saber fazer deve ser um sa-ber fazer bem, no sentido de um saber que leve em conta o técnico, o político e o ético. Para o profissional de saúde, não basta saber, é preciso “articular responsabilidade, liberdade e compromisso.”2

O Ministério da Saúde descreve que alguns programas utilizados pelos Serviços de Educação Continuada das insti-tuições de saúde possuem limitada capacidade de produzir impacto sobre as instituições formadoras, no sentido de ali-mentar os processos de mudança, já que mantêm a lógica programática das ações, não desafiando os distintos atores para uma postura de mudança e problematização de suas próprias práticas e do trabalho em equipe.13

A educação continuada propicia a atualização de conhe-cimentos para a transformação das práticas institucionais,

BOLETIM FEV 18A.indd 32 28/03/18 21:04

33

da saúde e educação, isto é, implica o trabalho articulado entre o sistema de saúde e as instituições de ensino, colo-cando em evidência a formação e o desenvolvimento para o SUS, na perspectiva da educação permanente. Essas di-retrizes políticas foram aprovadas pelo conselho nacional de saúde, pactuadas pela comissão intergestores tripartite e publicadas na portaria GM nº. 198, de 13 de fevereiro de 2004.13 Merhy13 acrescenta que esse projeto do Ministério da Saúde, do Governo Lula, sobre os Pólos de Educação Permanente vem constituindo uma forma de construir um terreno para a problematização necessária da mudança do conjunto das práticas dos gestores da saúde quanto a suas intervenções no campo da educação em saúde, enquanto pauta nacional. Para que isso ocorra é necessário atingir a alma do operar ético-político do trabalhador e dos coleti-vos na construção do cuidado, que é o modo como estes dispõem do seu trabalho vivo em ato, enquanto força pro-dutiva do agir em saúde.

A educação permanente parte do pressuposto da apren-dizagem significativa, que promove e produz sentido, e su-gere que a transformação das práticas profissionais esteja baseada na reflexão crítica sobre as práticas reais, de profis-sionais reais em serviços. A educação permanente é a reali-zação do encontro entre o mundo de formação e o mundo de trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho, contribuindo para o alcance da excelência no atendimento a saúde e a preser-vação ambiental.13

A educação permanente é centrada no processo de tra-balho e tem como propósito melhorar a qualidade de vida humana em todas as dimensões pessoais e sociais, auxilian-do na formação integral do indivíduo e na transformação do meio para uma futura sociedade.18

Para Paschoal a educação permanente é uma exigência na formação do sujeito, pois requer dele novas formas de enca-rar o conhecimento. Atualmente, não basta ‘saber’ ou ‘fazer’, é preciso ‘saber fazer’, interagindo e intervindo, e essa for-mação deve ter como características: a autonomia e a capa-

cidade de aprender constantemente, de relacionar teoria e prática e vice-versa, isto se refere à inseparabilidade do co-nhecimento e da ação. Paschoal completa ainda, que para um aprendizado contínuo, é importante para o desenvolvi-mento do sujeito, no que tange ao seu auto-aprimoramento, o direcionado à busca da competência pessoal, profissional e social, como uma meta a ser seguida por toda a sua vida.19

A educação permanente contribui para modificar o pro-cesso de trabalho dos serviços de saúde, porque o seu pro-cesso é compartilhado coletivamente entre trabalhadores de saúde e usuários do sistema para a busca de soluções dos problemas reais locais. Rovere sintetiza a Educação Permanente como “a educação no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho nos diferentes serviços cuja finalidade é melhorar a saúde da população.”20

A educação permanente para Souza é também apresen-tada como prática institucionalizada, com o objetivo de pro-mover mudança institucional, fortalecer as ações de equipe, transformar práticas técnicas e sociais, adotando-se, para tanto, uma pedagogia centrada na resolução de problemas e efetuada no ambiente de trabalho, de maneira a promover a apropriação do saber científico, configurando-se como res-ponsabilidade da instituição na qual o profissional de saúde atua.15

A prática profissional da enfermagem traduz - se pelo cuidado, ensino do cuidado e por gerenciar o cuidado. Nesse sentido, a enfermagem é a arte de cuidar e de en-sinar a cuidar.16

Cortella se refere à Educação permanente, como uma perspectiva pedagógica para alteração no modelo da edu-cação profissional, na qual o processo de trabalho é reva-lorizado como centro privilegiado da aprendizagem, não procurando transformar todos os problemas em problemas educacionais, mas buscar as lacunas de conhecimento e as atitudes que são parte da estrutura explicativa dos pro-blemas identificados na vida cotidiana dos serviços. Há pro-blemas identificados em que claramente a ação se orienta para a aplicação de conhecimentos científicos e técnicos;

BOLETIM FEV 18A.indd 33 28/03/18 21:04

34

cação permanente, passa por períodos de transição até se efetivar na prática, uma vez que é uma mudança que tem relação direta com a formação dos profissionais de saúde, a qual aceita novos referenciais, sem, contudo, deixar para trás completamente os paradigmas tradicionais.

A Educação Permanente busca soluções a partir dos pro-blemas enfrentados no cotidiano do trabalho, consideran-do as experiências e as vivências de cada um, e, com isso, promover transformações na prática profissional, na própria organização do trabalho e nas práticas de ensino. É um pro-cesso de duplo aprofundamento da educação. Levando-se em consideração tanto a experiência pessoal como social dos sujeitos envolvidos.

Na Educação Continuada o conhecimento define as prá-ticas, na Educação Permanente as práticas são definidas por múltiplos fatores (conhecimentos, valores, relações de trabalho). Trabalha-se a aprendizagem do significado e os atores envolvidos participam ativamente reordenando as práticas.

Outra diferença da Educação Continuada ocorre em seus objetivos que são definidos principalmente pela atualização de conhecimentos específicos. Para a Educação Permanen-te busca-se a transformação das práticas através do plane-jamento das ações. O público alvo da Educação Continua-da são os grupos de profissionais específicos. Na Educação Permanente trabalha-se com equipes multiprofissionais e interdisciplinares.

Em sua operacionalização a Educação Continuada é des-cendente, ou seja, a partir de uma leitura geral do problema identificam temas e conteúdos a serem abordados, geral-mente sob o formato de cursos. No contexto da Educação Permanente sua operacionalização é ascendente, assim a partir da análise coletiva do processo de trabalho e da sua problematização são definidas estratégias para resolução dos problemas.

Na Educação Continuada as atividades educativas são construídas de maneira desarticulada, com cursos padroni-zados. Na Educação Permanente as atividades educativas quando necessárias surgem levando em conta as necessi-dades específicas de profissionais e equipes.

Assim, a Educação Permanente surge como um processo que incorpora algumas características da Educação Conti-nuada, porém, torna-se mais efetiva, já que aborda proble-mas vivenciados, lançando então ações para superá-lo.

Observa-se uma crescente preocupação com a aprendi-zagem significativa que busca combinar o “trabalho e a edu-cação, a teoria e a prática”.

A figura 03 mostra o resumo das comparações feitas entre a Educação Continuada X Educação Permanente.

outros problemas envolvem dimensões no campo das re-lações interpessoais e institucionais, conflitos de valores e princípios. Freqüentemente, problemas aparentemente de natureza técnica podem expressar conflitos latentes nos modos de pensar e de atuar dos profissionais. De qualquer forma, não há aprendizagem se os atores não tomam cons-ciência do problema e se nele não se reconhecem, em sua singularidade.21

A educação permanente em saúde reflete um posiciona-mento frente a diferentes correntes de pensamento sobre a saúde, a educação de adultos e a educação profissional, campos que também permeiam o debate e a prática sobre a formação de recursos humanos. Daí a coincidência, com a proposta metodológica de educação permanente e as ini-ciativas de formação profissional que buscam articular teoria e prática do exercício profissional.

A idéia do próprio conceito de terminalidade da formação, entendo-a como apenas uma etapa do que seria, em ver-dade, um processo de educação permanente. Essa visão é compatível com as discussões sobre a seqüência educação - trabalho, tal como coloca Santos: “Em primeiro lugar, a ace-lerada transformação dos processos produtivos faz com que a educação deixe de ser anterior ao trabalho para ser conco-mitante deste. A formação e o desempenho profissional ten-dem a fundirem-se num só processo produtivo, sendo disso sintomas as exigências de educação permanente, da reci-clagem, da reconversão profissional. Aliás, o próprio espaço da produção transforma-se por vezes numa “comunidade educativa” onde as necessidades de formação, sempre em mutação, são satisfeitas no interior do processo produtivo.”22

O conhecimento é cumulativo, mas sujeito as mudanças de ordem tecnológica, econômica e social. Os conceitos de Educação Continuada e Educação permanente surgem como estratégias que auxiliam nos processos educativos. Não significando apenas trocas de nomes, existem tocantes diferenças entre eles.

A Educação Continuada é, portanto, em poucas pala-vras, um processo que sucede, temporariamente, à etapa de formação profissional, de modo a permitir a atualização do conhecimento, de forma descendente, pontual e frag-mentada.17 Na educação continuada, tradicionalmente, as demandas de educação partem de necessidades percebi-das por indivíduos que ocupam posições hierarquicamente superiores dentro da equipe de trabalho. São treinamentos específicos trabalhados em sala de aula, distantes do locus dos processos de trabalho. Apesar dos avanços das políti-cas educacionais, as instituições de saúde vêm reproduzin-do tais práticas de educação mais tradicionais. Entende-se que essa mudança, da educação continuada para a edu-

BOLETIM FEV 18A.indd 34 28/03/18 21:04

35

Figura 3 - Paralelo entre a pedagogia da Educação Permanente e a Educação Continuada.

Educação PermanenteEducação Continuada

As práticas são definidas por múltiplos fatores (conhecimentos, valores. Relação de poder, organização do trabalho, etc.). A aprendizagem requer que se trabalhe com elementos de produção sentido pelos atores envolvidos (aprendizagem significativa), centrado nas relações.

Transformação das práticas profissionais, na própria organização e nas praticas de ensino.

Equipes (de atenção e/ou gestão), docentes, estudantes e usuários, em qualquer esfera do sistema, isto é, equipe multiprofissional e interdisciplinar.

Ascendente. A partir da análise coletiva dos processos de trabalho e de sua problematização se identificam os aspectos críticos (de natureza diversa) a ser enfrentados. Possibilita a construção de estratégias contextualizadas que promovem o diálogo entre as políticas gerais e a singularidade de lugares e pessoas.

Muitos problemas são resolvidos /enfrentados em situação.

Quando necessária, as atividades educativas são construídas de modo ascendente, levando em conta as necessidades especificas de profissionais e equipe. As atividades educativas são construídas de modo articulado com medidas para reorganização do sistema (atenção, gestão, formação, controle social), que implica acompanhamento e apoio técnico.

Construção de equipes para apoio em temáticas especificas prioritárias; instituição de processos de assessoramento técnico para formulação de políticas especificas; desenvolvimento de habilidades assistenciais; desenvolvimento de capacidades pedagógicas; racionalidade ético-estético-politica na condução de processos e métodos.

Educação transformadora e libertadora – descentralizada, surge da prática.

A aprendizagem é proposta como transmissão de conteúdos, centrado no conhecimento, o qual define a prática.

Atualização dos conhecimentos específicos.

Profissionais específicos, de acordo com os conhecimentos a serem trabalhados.

Descendente. A partir de uma leitura geral dos problemas, se identificam temas e conteúdos para trabalhar com os profissionais, geralmente em formato de cursos.

Cursos padronizados; carga horária, conteúdo e dinâmicas definidas centralmente. As atividades educativas são construídas de modo desarticulado em relação a gestão, a organização do sistema e controle social.

A atividade educativa é pontual, fragmentada e se esgota em si mesma.

Acumulação cognitiva; racionalidade instrumental na condução de métodos e técnicas.

Educação tradicional – centrada no conhecimento do profissional.

Referencia Analítica

Pressuposto Pedagógico

Objetivo principal

Público

Planejamento/programação educativa

Atividade Didático - Pedagógicas

Repercussões Educativas

Parecer

BOLETIM FEV 18A.indd 35 28/03/18 21:04

36

Considerações FinaisEvidenciado as confusões nominais e conceituais da Edu-

cação Continuada e Educação Permanente, porém para a qualificação da prática profissional todo conhecimento ad-quirido é valido. Contribuindo com o processo de trabalho e a realização da prática profissional competente, consciente e responsável, sendo evidenciado pela autora, nos cursos ministrados, pelas atitudes e compromisso firmado consigo mesmo, pela motivação demonstrada em busca do autoco-

nhecimento, do aperfeiçoamento e da atualização, prevendo melhorar o cuidado prestado ao cliente e à comunidade, e conseguinte, melhorando suas condições de trabalho, com mais qualidade de vida.

Para concretização da busca pelo aprender, torna-se ne-cessário à participação de todos os envolvidos nas questões educativas na enfermagem: educadores, educandos, institui-ções, contexto social, político, econômico e outros, para que, em sua relação de troca, indispensável à prática profissional, alcance-se o desenvolvimento pessoal e profissional.

BOLETIM FEV 18A.indd 36 28/03/18 21:04

37

Referências1 • Silva MF, Conceição FA, LEITE MDJ. Educação conti-nuada: um levantamento de necessidades da equipe de enfermagem. Rev. O mundo da Saúde; São Paulo, vol 32; n.1; p. 47-55; jan. - mar., 2008.

2 • L’abbate S. Educação e serviços de saúde: avaliando a capacitação dos profissionais. Cad. Saúde Pública, vol.15 supl.2, p.S15-S27,1999.

3 • Chiavenato I. Treinamento e desenvolvimento de re-cursos humanos: como incrementar talentos na empre-sa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

4 • Chiavenato I. Gestão de pessoas: o novo papel dos re-cursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Cam-pos; 1999.

5 • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informações e documentações: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

6 • FREIRE P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2001.

7 • Freire P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2003.

8 • Chiavenato I. Recursos humanos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1988.

9 • WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation.

Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: <http://

pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Educa%C3%A7%C3%

A3o_continuada&oldid=11917248>. Acesso em: 15 out. 2008.

10 • Kurcgant P. (org.). Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU, 2001.

11 • Davim RMB, Torres GV, Santos SR. Educação con-tinuada em enfermagem: conhecimentos, atividades e barreiras encontradas em uma maternidade escola. Rev.latino-am. enfermagem, Ribeirão Preto, v. 7, n. 5, p. 43-49, dez., 1999.

12 • Cecagno D, Siqueira HCH. Educação Continuada: um novo modelo de ensino na enfermagem – incubadora de aprendizagem – Pelotas: Ed. Universitária PREC/UFPEL, 2006.

13 • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de

Gestão da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. 68p. Série C. Projetos, Programas e Relatórios.

14 • Arruda BKG. Organizador. Educação profissional em saúde e a realidade social. Pernambuco: IMIP; 2001.

15 • Souza MGG, Cruz EMNT, Stefanelli MC. Educação continuada em enfermagem psiquiátrica: reflexão sobre conceitos. Rev Esc Enferm USP; v.40; n.1; p. 105-110; 2006.

16 • Paschoal AS, Mantovani MF, Lacerda MR. A educa-ção permanente em enfermagem: subsídios para a prá-tica profissional. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS); v.27;n.3; p.336-343, set.;2006.

17 • Merhy EE. O desafio que a educação permanente tem em si: a pedagogia da implicação. Interface - Comu-nic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.161-77, set.2004/fev.2005.

18 • Haddad J et al. Processo de trabajo y educacion per-manente de personal de salud: reorientacion y tenden-cias en America Latina. Educacion Médica y Salud, v. 24, n.2, p. 136 - 204, abr-jun 1990.

19 • Paschoal AS, Mantovani MF, Méier MJ. Percepção da educação permanente, continuada e em serviço para enfermeiros de um hospital de ensino. Rev Esc Enferm USP; v.41; n. 3; p. 478-84; 2007.

20 • Rovere MR. Gestion Estratégica de la Educacion Per-manente em Salud in Education Permanente de Personal de Salud. Série Desarrolo de Recursos Humanos Nº100. Organizacion Panamericana de la Salud. E.U.A.1994. In: RIBEIRO, E.C.O.; MOTTA, J.I.J. Educação Permanente como Estratégia na Reorganização dos Serviços de Saú-de. Disponível em: <http://www.redeunida.org.br/arqui-vos/educacao.rtf>.Acesso em: 02 out. 2005.

21 • Cortella MS. Conhecimento e Educação. Conheci-mento escolar: epistemologia e política. São Paulo: Cor-tez, 2000. cap. 4.

22 • Santos BS. Pela Mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.

23 • BRASIL. Ministério da Saúde. Rio de Janeiro: Brasil. Ministério da saúde/Fiocruz, 2005b. 160p.

BOLETIM FEV 18A.indd 37 28/03/18 21:04

38

ResumoNo concernente ao alivio da dor à parturiente, por métodos

não farmacológicos, a bola suíça é um recurso que traz vanta-

gens por seu baixo custo financeiro, pela promoção da posição

vertical, conferindo a liberdade à parturiente para adotar ou-

tras posições pelo exercício do balanço pélvico e por sua ca-

racterística de objeto lúdico que traz benefícios psicológicos.

Objetivo: Identificar quais são os benefícios do uso da bola do

nascimento no trabalho de parto normal. Método: Trata-se de

uma revisão integrativa, em que foram selecionados 4 estudos,

1 Manual de Parto, Aborto e Puerpério e 1 Dissertação, a partir

das bases de dados Lilacs, Scielo, no idioma em português. Re-

sultados e discussão: Observou a facilidade com que os profis-

sionais empregam a bola suíça, embasados quase totalmente

em suas observações empíricas, pois é considerada escassa, a

literatura científica disponível, mas é possível concluir que exis-

tam efeitos benéficos para as parturientes. Conclusão: Pode-se

observar que sua eficácia ainda está um pouco elucidada na

área obstétrica, o que torna necessária a realização de pes-

quisas clínicas com estudos de melhor delineamento, a fim de

evidenciar os benefícios da bola do nascimento no trabalho de

parto normal.

Palavras-chave: Recém–Nascido prematuro e Unidade de Te-

rapia Intensiva Neonatal.

AbstractConcerning the alleviation of parturient pain through non-phar-

macological methods, the Swiss ball is a resource bringing

advantages due to its law financial cost and promotion of the

vertical position, freeing the patient to adopt other positions by

exercising the pelvic balance and due to its characteristic of a

ludic object providing psychological benefits. Objective: Iden-

tify the benefits of using the birthing ball upon normal labor.

Method: This is an integrative review in which four studies, a

Labor, Abortion and Puerperium Handbook, and a Dissertation

in Portuguese from the Lilacs and Scielo databases. Results

Os Benefícios do Uso da Bola Suíça no Trabalho de Parto Normal

Iolane Raiana Silva da CostaEnfermeira, aluna de especialização em Enfermagem Ginecológica e Obstétrica da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mônica Bimbatti Nogueira CesarEnfermeira Obstetra. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente do curso de pós-graduação em Enfermagem Obstétrica e Ginecológica da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein.

The Benefits of Using the Swiss Ball in Normal Labor

Los Beneficios del Uso de la Pelota Suiza en el Trabajo de Parto Normal

BOLETIM FEV 18A.indd 38 28/03/18 21:04

39

and discussion: The facility with which professionals employ the

Swiss ball, almost entirely based on their empirical observations

has been observed, as the available literature is considered sca-

res, but is possible to conclude that there are beneficial effects

for parturients. Conclusion: It can be observed that its effective-

ness has not been elucidated in depth in the obstetric area year,

which makes it necessary to carry out clinical researches with

better outlining studies in order to evidence the birthing ball be-

nefits upon normal labor..

Key words: Labor. Pain alleviation. Humanized childbirth. Non-

-pharmacological methods. Birthing ball.

ResúmenoEn lo concerniente al alivio del dolor a la parturiente por mé-

todos no farmacológicos, la pelota suiza es un recurso que pro-

porciona ventajas por su bajo costo financiero, por la promoción

de la posición vertical, confiriendo libertad a la parturiente para

adoptar otras posiciones por el ejercicio del balanceo pélvico y

por su característica de objeto lúdico que brinda beneficios psi-

cológicos. Objetivo: Identificar cuáles son los beneficios del uso

de la pelota del nacimiento en el trabajo de parto normal. Mé-

todo: Se trata de una revisión integrativa en que fueron selec-

cionados 4 estudios, 1 Manual de Parto, Aborto y Puerperio y 1

Disertación, desde las bases de datos Lilacs, Scielo, en idioma

portugués. Resultados y discusión: Observó la facilidad con que

los profesionales emplean la pelota suiza, con base casi total-

mente en sus observaciones empíricas, pues está considerada

escasa, la literatura científica disponible, pero es posible concluir

que existan efectos benéficos a las parturientes. Conclusión: Se

puede observar que, su eficacia aún está un poco elucidada en el

área obstétrica, lo que hace necesaria la realización de investiga-

ciones clínicas con estudios de mejor delineación con la finalidad

de evidenciar los beneficios de la pelota del nacimiento en el

trabajo de parto normal.

Palabras-clave: Trabajo de parto. Alivio del dolor. Parto humani-

zado. Métodos no farmacológicos. Pelota del Nacimiento.

IntroduçãoNo concernente ao alivio da dor à parturiente, os cuida-

dos não farmacológicos atualmente têm sido colocados como uma opção a fim de substituir, na medida do pos-sível, os anestésicos e analgésicos durante o trabalho de parto e parto.1

A dor do trabalho de parto é interpretada sob diferentes formas pelas mulheres, sendo influenciada por diversos fa-tores como cultura, história familiar, ansiedade, medo e ex-periência anterior ou ainda grupo social a qual pertencem. Uma importante contribuição na assistência à parturiente é proporcionar condições para que esta possa suportar a dor e o desconforto gerado pelas contrações uterinas durante o processo da parturição.2

As práticas não farmacológicas no nascimento são boas alternativas e podem ser incentivadas e adotadas pelos serviços de saúde.3

Práticas ou condutas não farmacológicas como: deam-bulação, movimentação e posicionamento, banho e mas-sagem são ferramentas eficazes e de primeira escolha na condução do trabalho de parto, em relação a outras inter-venções.4

Entre as práticas não medicamentosas, a bola suíça vem sendo empregada em exercícios físicos e fisioterápicos. Al-gumas pesquisas demonstraram uma melhora significativa na estabilidade muscular das regiões peitoral, abdominal e pélvica. Essas musculaturas exercem um papel importante e colaborativo no trabalho de parto e do parto, pois auxi-liam nos processos da respiração profunda, do puxo e na movimentação pélvica.5

O uso da bola tem o potencial de aliviar tensões nervosas por trazer lembranças das brincadeiras de criança, além de favorecer que os joelhos da parturiente fiquem afastados, não havendo, portanto, nenhuma tensão na musculatura adutora.6

A bola do nascimento, também é conhecida como, bola

BOLETIM FEV 18A.indd 39 28/03/18 21:04

40

bobath, gymball, birthball, ballness, pranaball, pezziball, stabilityballs, exerciseballs, physio-balls entre outros ter-mos.5

Dentre os métodos não farmacológicos, a bola suíça é um recurso que traz vantagens por seu baixo custo fi-nanceiro e pela promoção da posição vertical, conferindo liberdade à parturiente para adotar outras posições pelo exercício do balanço pélvico e por sua característica de objeto lúdico, que traz benefícios psicológicos.1

Promover o conforto e a satisfação da mulher no parto está entre as tarefas mais importantes dos provedores de cuidados. As práticas que têm estes objetivos fazem parte de um contexto de valorização do parto fisiológico e do uso adequado de tecnologias na assistência ao parto e no nascimento, que incluem desde modificações nos ambien-tes de assistência ao parto até o emprego de práticas não medicamentosas de alivio à dor do parto; estas causam menos efeitos colaterais para a mãe e ao bebê e podem permitir à mulher mais sensação de controle no parto.5

É fundamental para a humanização do parto o adequado preparo da gestante para o momento do nascimento. Este preparo deve ser iniciado precocemente durante o pré--natal.4

O preparo da gestante para o parto abrange a incorpo-ração de um conjunto de cuidados, medidas e atividades que tem como objetivo oferecer à mulher a possibilida-de de vivenciar a experiência do trabalho de parto e par-to como processos fisiológicos, sentindo-se protagonista deste processo.4

Hoje em dia a bola do nascimento esta ganhando desta-que nas maternidades e casas de parto pelas suas benfei-torias durante o processo de parturição, bem como: auxílio na descida da apresentação fetal, alívio da dor na região lombar, colaboração na adoção da posição vertical duran-te o trabalho de parto, atenuação de tensões nervosas e ajuda no relaxamento.

Vale ressaltar que a literatura científica sobre os bene-fícios do uso da bola do nascimento no trabalho de parto normal é muito escassa e que, portanto, é necessária a re-alização de pesquisas clínicas mais detalhadas para pro-duzir evidências para a prática assistencial não invasiva no trabalho de parto normal.

ObjetivoIdentificar quais são os benefícios do uso da bola do nas-

cimento no trabalho de parto normal.

MétodoTrata-se de uma revisão integrativa. Este método tem

potencial de construir conhecimento em enfermagem,

produzindo um saber fundamentado e uniforme para os enfermeiros realizarem uma prática clínica de qualidade, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto. A síntese do conhecimento, dos es-tudos inclusos na revisão reduz incertezas sobre recomen-dações práticas, permite generalizações precisas sobre o fenômeno, a partir das informações disponíveis limitadas, além de facilitar a tomada de decisões com relação às in-tervenções que poderiam resultar no cuidado mais efetivo e de melhor custo/benefício.7

Para direcionar a revisão foi preparada a seguinte per-gunta norteadora: “Quais são os benefícios do uso da bola do nascimento no trabalho de parto normal?”. Para a cons-trução da pesquisa um levantamento na Internet foi reali-zado, nos bancos de dados:• Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs);• Scientif Eletronic Library Online (Scielo);• Biblioteca Virtual da Saúde.

Os descritores utilizados foram “Trabalho de Parto”, “Alí-vio da dor”, “Parto Humanizado”, “Métodos não farmaco-lógicos”, “Bola Suíça”, “Bola do Nascimento”. A seleção do material ocorreu no período de maio a setembro de 2014.

Os critérios de inclusão dos estudos foram textos no idioma português, publicados em periódicos nacionais que abordasse a natureza do objetivo de estudo.

A busca inicial por meio dos descritores resultou em 8 artigos, 1 Manual de Parto, Aborto e Puerpério, 1 Disser-tação, que após a leitura dos títulos, resumos e posterior análise descartou 4 artigos, nos quais o objetivo do estudo não era abordado. Obedecendo aos critérios de inclusão foram selecionados 4 estudos, 1 Manual de Parto, Aborto e Puerpério e 1 Dissertação. Por escassez de literatura cien-tífica disponível sobre o benefício do uso da bola suíça no trabalho de parto, utilizou-se um manual a fim de enrique-cer a pesquisa.

Resultados e DiscusõesForam analisados 4 artigos, 1 manual e 1 dissertação na

presente revisão integrativa, que atenderam ao critério de inclusão e também contribuíram com a pesquisa. As pu-blicações concentram-se no período de 2001 a 2013. Em seguida foi elaborado um roteiro para coleta de dados da pesquisa contendo identificação do artigo e dos autores, fonte de localização, objetivos, metodologia, resultados, discussão e conclusões.

Nota-se que as produções científicas brasileiras ainda são escassas, porém entre as regiões do Brasil, as que mais buscam o aprofundamento no tema são as regiões Sudeste e Centro-Oeste.

BOLETIM FEV 18A.indd 40 28/03/18 21:04

41

BOLETIM FEV 18A.indd 41 28/03/18 21:04

42

Quanto à formação acadêmica dos autores, nota-se que grande parte foi publicada por mestres em Enfermagem, professores e pós-graduandos, seguida de doutores em Enfermagem e Fisioterapia. As publicações foram realiza-das em Instituições do Município de São Paulo, Curitiba e Distrito Sanitário do Norte de Belo Horizonte, especifica-mente em Centros Obstétricos das Maternidades e Cen-tros de Parto Normal (CPN), com enfermeiras obstétricas, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e par-turientes.

Após análise dos estudos, buscou-se atender a questão norteadora “Quais os benefícios do uso da bola suíça no trabalho de parto normal?”.

A literatura científica brasileira disponível sobre o uso da bola suíça no trabalho de parto é considerada escassa. En-tretanto, experiências apontam que seu emprego insere--se no contexto das políticas públicas de Atenção ao Parto no Brasil.5

Entretanto, observou-se a facilidade com que os profis-sionais empregam a bola suíça, embasados quase total-mente em suas observações empíricas.5

Os benefícios obtidos com o uso da bola no trabalho de parto encontram-se no fato da posição vertical permitir

que a força da gravidade associada ao adequado alinha-mento do eixo fetal com a bacia materna, favoreça a des-cida e a progressão fetal no canal de parto.2

Os efeitos da posição e movimentação materna durante o trabalho de parto podem relacionar-se com a diminuição da dor na região lombar, facilitar a circulação materno-fe-tal, aumentar a intensidade das contrações uterinas, dimi-nuir a duração do trabalho de parto, auxiliar na descida e insinuação da apresentação fetal como também diminuir as taxas de trauma perineal e da episiotomia.2

Além disso, citações como auxílio na dilatação cervical, benefícios psicológicos e promoção da movimentação materna durante o trabalho de parto, também foram apon-tadas, no entanto com menor frequência.1

A totalidade das enfermeiras afirmou não observar for-mação de edema vulvar ou perineal após o emprego da bola, quando questionadas sobre efeitos adversos.1

Estudos apontaram que um percentual pequeno de en-fermeiras, relataram não ter conhecimento ou experiência com essa prática durante sua atividade profissional, e in-formaram empregar outros métodos não medicamentosos na assistência à parturiente, tais como: banho de aspersão e banco tipo “cavalinho”.5

Autor

Sescato AC, Souza SRRK, Wall ML

Barbieri M, Angelita JH, Chors FM, Maia NL, Gabrielloni MC

Silva LM

Ministério da Saúde

Silva LM, Oliveira SMJV, Silva FMB, Alvarenga MB

Lopes TC, Madeira LM, Coelho S

Ano Local Tipo de Estudo

2008

2013

2010

2001

2011

2003

Curitiba

Minas Gerais

São Paulo

Brasília, DF

São Paulo

Minas Gerais

Qualitativa, de natureza exploratória

Clínica experimental ou de intervenção, randomizado

Descritivo, com abordagem quantitativa

Revisão integrativa

Descritivo

Qualitativa, com abordagem descritiva

1

2

3

4

5

6

Quadro 1 - Identificação da amostra dos estudos segundo, número, autor(es), ano, local e tipo de estudo, São Paulo/SP, Brasil, 2014

BOLETIM FEV 18A.indd 42 28/03/18 21:04

43

Quadro 2 - Detalhamento das respostas das enfermeiras obstétricas, quanto aos benefícios do uso da bola suíça no trabalho de parto, empregadas nos Centros Obstétricos e nos Centros de Parto Normal em que trabalham dos municípios de São Paulo, Curitiba e Distrito Sanitário do Norte de Belo Horizonte, 2003 a 2013

ConclusãoConcluindo a presente revisão integrativa, com finalidade de

identificar os benefícios do uso da bola do nascimento no tra-balho de parto normal, pode-se observar que sua eficácia ainda está pouco elucidada na área obstétrica, o que se faz necessá-ria a realização de pesquisas clínicas com estudos de melhor delineamento, a fim de evidenciar os benefícios da bola do nas-cimento no trabalho de parto normal.

Porém, o estudo mostrou, que os profissionais que a empre-gam se embasam, grande parte, em observações empíricas. Os artigos analisados apresentam benefícios comprovados, todavia é necessário que uma investigação mais aprofundada seja realizada, a fim de trazer evidências da questão levantada no estudo.

Verificou-se que, com relação ao conhecimento das enfer-meiras obstétricas sobre o uso da bola do nascimento no traba-lho de parto, uma pequena parcela deste grupo desconhece o seu uso e consequentemente os seus benefícios no trabalho de parto normal. Vale enfatizar que o enfermeiro deve ser o maior incentivador para condutas e práticas não medicamentosas, a fim de evitar o emprego de medicações desnecessárias.

Portanto, é importante ressaltar que os profissionais devem repassar todas as orientações específicas de preparo para o parto para as gestantes, ainda no pré-natal, apresentando todos os métodos não farmacológicos disponíveis que são emprega-dos e seus benefícios durante todo o trabalho de parto.

Referências1 • Sescato AC, Souza SRRK, Wall ML. Os cuidados não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: orientações da equipe de enfermagem. Cogitare enferm [Internet]. 2008 Out/dez [Acesso em 20 de setembro de 2014]. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/cogitare/article/viewFile/13120/8879

2 • Barbieri M, Angelita JH, Chors FM, Maia NL, Gabriello-ni MC. Banho quente de aspersão, exercícios perineais com Bola Suíça e Dor no Trabalho de Parto. Acta Paul enferm [Internet]. 2013 Set. [Acesso em 10 de agosto de 2014]. 26(5). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002 013000500012

3 • Silva LM. Utilização da Bola Suíça na assistência ao parto nos serviços públicos do município de São Paulo [dissertação]. [São Paulo (SP)]: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2010. 108 p. Disponível em: http://www.teses. usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-23062010-092554/pt-br.php

4 • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, Abor-to e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. 2001; Ministério da Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/cd04_13.pdf.

5 • Silva LM, Oliveira SMJV, Silva FMB, Alvarenga MB. Uso da Bola Suíça no trabalho de parto. Acta Paul en-ferm [Internet]. 2011 Abr [Acesso em 05 de agosto de 2014]. 24(5). Disponível em: http://www.scielo.br/scie-lo.php?script= sci_arttext&pid= S0103-2100201100050 0010&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

6 • Lopes TC, Madeira LM, Coelho S. O uso da Bola do Nascimento na promoção da posição vertical em pri-míparas durante o trabalho de Parto. REME rev min en-ferm [Internet]. 2003 Jul/dez [Acesso em 20 de setem-bro de 2014]. 7(2). Disponível em: http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=LIL ACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=479300&indexSearch=ID.

7 • Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão In-tegrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contex-to enferm [Internet]. 2008 Out/dez [Acesso em 20 de setembro de 2014]. 17(4): 758-64. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf

Efeitos

Auxílio na descida e no encaixe da apresentação fetal

Auxílio no relaxamento da parturiente

Auxílio a progressão do trabalho de parto

Exercício a região perineal

Alívio da dor

Auxílio na dilatação cervical

Benefícios psicológicos

Promoção da movimentação materna

Fonte: dados do estudo.

BOLETIM FEV 18A.indd 43 28/03/18 21:04

44

BOLETIM FEV 18A.indd 44 28/03/18 21:04

45

BOLETIM FEV 18A.indd 45 28/03/18 21:04

46

ATIVIDADE Nø DE PONTOS

Congresso nacional da especialidade

Congresso da especialidade no exterior

Congresso/jornada regional/estadual da especialidade

Congresso relacionado à especialidade com apoio da

sociedade nacional da especialidade

Outras jornadas, cursos e simpósios

Programa de educação à distância por ciclo

Artigo publicado em revista médica

Capítulo em livro nacional ou internacional

Edição completa de livro nacional ou internacional

Conferência em evento nacional apoiado pela

Sociedade de Especialidade

Conferência em evento internacional

Conferência em evento regional ou estadual

Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou

jornada da especialidade

Participação em banca examinadora (mestrado,

doutorado, livre-docência, concurso, etc.).

Mestrado na especialidade

Doutorado ou livre docência na especialidade

Coordenação de programa de residência médica

Projetos de pesquisa aprovado

Elaboração de manual de rotinas

Congresso internacional

Apresentação congresso internacional (São Camilo)

Reuniões Científicas

Coordenação de Eventos

Eventos

Atividades Científicas

Atividades Acadêmicas

Atividades Institucionais

TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais.

40

20

05

15

10

0,5/h (mín.1 e máx.10)

0,5/h (máx.10)

05

05

10

05

05

02

02 (máx. 10)

05

15

20

5/ano

20

10

+15

+03

1,0/h

5,0 (máx. 20)

REGRAS DE PREMIAÇÃO

BOLETIM FEV 18A.indd 46 28/03/18 21:04

47

BENEFÍCIOS DIAMANTE PRATAOURO BRONZE

Pontos mínimos para atingir a premiação

Confecção de Banner / Assessoria

Inscrição em Congresso Nacional

Inscrição em Congresso Internacional

Viagem (passagem)

Pacote completo para Congresso Nacional

(passagem, inscrição, banner)

Pacote completo para Congresso Internacional

(passagem, inscrição, banner)

Intercambio internacional

200

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

80

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

140

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

60

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

COTAS PARA PREMIAÇÃO

BOLETIM FEV 18A.indd 47 28/03/18 21:04

48

BOLETIM FEV 18A.indd 48 28/03/18 21:04