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E D I O

ABRIL/2014111

Rodada de assembleias em abril discutir

A luta em torno da campanha salarial dos do-centes das Instituies Federais de Ensino Superior (Ifes) para 2014 est se fortalecendo cada vez mais em todo o Pas. Na ltima reunio do Setor das Ifes do ANDES - Sindicato Nacional, realizada em Braslia nos dias 29 e 30 de maro, os representantes das 41 sees sindicais presentes avaliaram a importncia de intensifi car o processo de mobilizao e indicaram a realizao de assembleias de base nos estados para discutir a possibilidade de greve geral da categoria.

Na Paraba, a ADUFPB realiza rodada de as-sembleias nos dias 15, 23 e 24 de abril, colocando como principal ponto de pauta a deliberao da greve nacional dos docentes. No dia 15 (tera-feira), a reunio acontecer no Campus Litoral Norte, no auditrio de Mamanguape, s 17h.

J no dia 23 (quarta-feira), faro assembleia os professores dos campi de Bananeiras (pela ma-nh) e Areia ( tarde), nas respectivas unidades das secretarias adjuntas da ADUFPB. Os docentes do Campus I, em Joo Pessoa, se renem em 24 de abril (quinta-feira), s 9h, no auditrio 212 do Centro de Educao da UFPB (CE).

GREV E DOS PROFESSORES

NOS CAMPI DA UFPB

UNUNIVIVERERSISIDADDADDEE FFEDERAL DA PARABA A >>>>> JJOOO OO PEPESSSSSSSOOAOAOAO PARABA >>> wwwwwwwww.a.a.a.adudududufpppppppb.b org.ggg br > > > aadudufpppb@b@b@@teeteterrrrrra.a cocococ mm.brbr

Professores da UFPB em assembleia da ADUFPB durante a greve de 2012

Joo Pessoa Aud. do Centro de Educao (CE - 212), s 9h

Professor, participe das assembleias que iro intensificar o processo de mobilizao e discutir a possibilidade de greve geral da categoria!

Locais e horrios das Assembleias da ADUFPB

Dia 15/Abril (tera-feira)

Dia 23/Abril (quarta-feira)

Dia 24/Abril (quinta-feira)

Litoral Norte Auditrio do Campus Mamanguape, s 17h

Bananeiras (manh) Areia (tarde)

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Na luta dos professores da UFPB, alm da pauta geral de reivindincaes protocolada pelo ANDES-SN no Ministrio da Educao, est includa uma pauta especfi ca formatada pela ADUFPB e centrada em quatro eixos: melhoria das con-dies de trabalho docente nos quatro campi (Joo Pessoa, Areia, Bananeiras e Litoral Norte), respeito aos processos de gesto transparentes e democrticos, retomada das obras inconclusas do Projeto Reuni e rejeio Empresa Brasileira de Servios Hospitalares (Ebserh).

O documento detalhando as reivindicaes locais dos professores foi entregue Reitoria no ltimo dia 19 de maro, aps ato pblico que marcou, na UFPB, o Dia Nacional de Paralisao dos Servidores Pblicos Federais, realizado em todo o Pas.

Na ocasio, a ADUFPB reuniu professores, servidores tcnico-administrativos e estudantes em frente reitoria em um ato pblico que buscou esclarecer comunidade universitria sobre a precarizao do trabalho e do ensino nas universidades federais, a falta de autonomia real nas instituies - evidenciada na maneira como as reitorias impuseram a adeso Ebserh (Empresa Brasileira de Servios Hospitalares) - e a ausncia de qualquer sinal do Governo de que ir discutir a reestruturao da carreira docente.

A pauta especfi ca de luta, entregue Rei-toria aps o ato pblico, contm 15 pontos, que foram discutidos e defi nidos durante o semin-rio Universidade e Movimento Docente, pro-movido pela ADUFPB em fevereiro deste ano.

PAUTA LOCAL

1. VALORIZAO SALARIAL

preciso reverter a situao de acha-tamento dos salrios dos docentes, corrodos ano a ano pela inflao. Para isso, a categoria toma como base um piso, referenciado no salrio mnimo proposto pelo Dieese (R$ 2.748,22 para janeiro de 2014), gerador do restante da tabela salarial, a partir de parmetros definidos em lei.

2. REESTRUTURAO DA CARREIRA

O Governo no assegura em lei os par-metros necessrios para constituio de direitos em longo prazo. A composio remuneratria simplesmente remetida para tabelas anexas, nas quais aparecem apenas valores nominais, sem piso, sem lgica de evoluo, sem relao entre regimes de trabalho e titulaes. A re-tribuio por titulao foi retirada do corpo do vencimento. O Governo des-cumpriu os prazos firmados no acordo de 2011, no enfrentou o problema da reestruturao da carreira e desrespei-tou a posio de todas as assembleias gerais durante a greve de 2012. Em 2013, prometeu que traria mesa de negociao informaes concretas sobre o espao existente para negociar com o ANDES, mas protelou e se esquivou de uma resposta.

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Durante o 33 Congresso do ANDES, realizado entre os dias 10 e 15 de fevereiro, em So Lus (MA), os professores discutiram a campanha salarial 2014, reafirmando a pauta de reivindicaes de 2013, uma vez que, no ano passado, o Governo Federal, alm de no atender o movimento docente, seguiu aprofundando as distores na carreira, com a publicao de medida provisria.

Quatro pontos so destaque na pauta dos docentes: condies de trabalho, reestruturao da carreira docente, valorizao salarial de ativos e aposentados e respeito autonomia universitria. Entenda melhor cada um deles no quadro abaixo.

3. CONDIES DE TRABALHO

Esse tema fez parte da pauta de vrias greves localizadas realizadas ao longo do ano de 2013. O ANDES-SN denunciou o quadro de difi culdades vivenciado nas Instituies Federais de Ensino por meio da publicao das duas edies da Re-vista Dossi 3 - Precarizao do trabalho docente I e II, que retratam o estado de abandono e precarizao gerado pela expanso desordenada das Ifes, por pro-gramas como o Reuni e o Pronatec, este ltimo que introduz no ensino pblico federal o grau mximo de precarizao da fora de trabalho docente, com a fi gura do professor temporrio horista.

4. GARANTIA DE AUTONOMIA

O Governo mantm o discurso da defesa da autonomia, incentivando a Andifes a avanar na desgastada proposta de uma Lei Orgnica, mas na prtica cria uma s-rie de mecanismos por meio de decretos, portarias, instrues normativas e projetos de lei que limitam a autonomia didtico--cientfica, administrativa e de gesto fi nanceira e patrimonial, atestando contra o princpio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso, para tentar abrir caminho a condutas e contratos que visam mercantilizao da educao p-blica e da pesquisa acadmica. Exemplos mais recentes disso so a implantao do Reuni, das Fundaes de Apoio e da Ebserh.

1. Mximo de 40 alunos por disciplina em sala de aula;

2. 12 horas de carga horria docente m-xima em sala de aula por semestre letivo;

3. Regulamentao interna do acesso classe de Professor Titular;

4. Regulamentao interna da Comisso de Saberes e Competncias da carreira de EBTT;

5. Projeto de ampliao do nmero de ambientes docentes na UFPB;

6. Convocao para o segundo semestre de 2014 do CONGRESSO ESTATUINTE DA UFPB;

7. Pagamento imediato de todos os pro-cessos jurdicos transitados em julgado (1/3 de frias, Abono Permanncia, Auxlio Transporte);

8. Reativao do pagamento do direito adquirido do artigo 192 aos docentes aposentados;

9. Cumprimento do Termo de Acordo assinado pela Reitoria da UFPB e a co-munidade universitria do Litoral Norte (Mamanguape e Rio Tinto);

10. Alocao de mais recursos orament-rios de custeio e contratao de docentes para a Escola de Educao Bsica;

11. Ampliao dos recursos para a assistncia estudantil e uma poltica de permanncia, acessibilidade e mobilidade da comunidade universitria nos campi;

12. Atualizao online dos Relatrios de Gesto e de Execuo Oramentria da Administrao da UFPB, incluindo os relatrios do exerccio de 2013;

13. Retomar a construo do Restaurante Universitrio Docente;

14. Retomar todas as outras obras incon-clusas do Projeto Reuni;

15. Resciso do contrato da UFPB com a Empresa Brasileira de Servios Hospita-lares (Ebserh).

ADUFPB protocola na Reitoria PAUTA ESPECFICA

dos professores da UFPB

Aps a mobilizao no Campus I da UFPB, professores protocolam reinvidicaes com o vice-Reitor

CONFIRA AS REIVINDICAES PROTOCOLADAS NA REITORIA DA UFPB

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Durante todo o ms de abril Jornada de visitas promovidas pelas sees sindicais aos campi e s unida-des das Ifes para discutir a pauta/mobilizao, buscando articulao com os tcnico-administrativos e os estudantes

Entre os dias 31 de maro e 9 de abril Rodada de Assembleias Gerais, incluindo na pauta paralisao das atividades dos docentes no dia 10 de abril, greve nacional dos docentes das Ifes e intensificao da mobilizao na categoria

Entre os dias 31 de maro e 9 de abril Constituir Comisses Locais de Mobilizao (debatendo pauta local e nacional, greve, EBSERH, FUNPRESP)

Entre 1 e 25 de abril Enviar as pautas locais atua-lizadas para a secretaria do ANDES-SN

Dia 2 de abril Audincia no MEC sobre Hospital da UNIRIO/EBSERH. Representao de entidades nacionais e locais

Dia 7 de abril Ato Pelo Dia Mundial da Sade convo-cado pelo Frum de Sade do Rio de Janeiro Campanha 2014 dos docentes das Ifes/Defesa da autonomia universi-tria e contra a EBSERH com representao de entidades nacionais e das sees sindicais concentrao s 16h no Largo da Carioca, Rio de Janeiro

Dia 8 de abril Ato nos Estados da Campanha dos SPF

Dia 10 de abril Paralisao nacional dos docentes das Ifes

Dia 10 de abril Audincia do ANDES-SN com a SESU/MEC

Dia 10 de abril Reunio ANDES-SN/FASUBRA/SINASEFE

Dia 11 de abril Reunio do Frum Nacional das Entidades dos SPF

Entre os dias 11 e 25 de abril Rodada de Assem-bleias Gerais, incluindo na pauta a deliberao da greve nacional dos docentes das Ifes 2014, com indicao de perodo e da relao com a greve das demais categorias

Entre 22 a 25 de abril Convocar a CNM

Dias 26 e 27 de abril Reunio do Setor das IFES, em Braslia, incluindo na pauta a deliberao da greve nacional dos docentes das Ifes 2014, com indicao de perodo e da relao com a greve das demais categorias

Dia 1 maio Dia do Trabalhador com atos nos Estados

Dia 7 de maio Marcha a Braslia dos SPF

Dia 15 de maio Dia Nacional de Luta contra as remoes da Copa

SETOR DAS FEDERAIS DEFINE CALENDRIO

MOBILIZAO DOCENTE

A reunio do Setor das Instituies Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES, realizada nos dias 29 e 30 de maro, avaliou a importncia

de intensificar o processo de mobilizao e definiu um calendrio deatividades, que culminar em uma nova reunio no final de abril.

De acordo com Marina Barbosa Pinto, 1 secre-tria do ANDES-SN e da coordenao do Setor das Ifes, as sees sindicais fi zeram um debate muito consistente sobre o momento poltico, sobre as difi culdades e as peculiaridades de 2014, tanto do ponto de vista dos desdobramentos de 2012 e 2013, quanto ao fato deste ser um ano eleitoral.

Consideramos tambm a mobilizao conjunta com os demais servidores federais e especfi ca do setor da educao federal, que j tem uma greve em curso iniciada pela Fasubra [tcnico-administrativos] e outra deliberada para o dia 21 de abril, dos companheiros do Sinasefe [servidores e docentes dos Institutos Federais de Ensino], que estiveram presentes na reunio e trouxeram relatos da mobilizao

nas suas bases. Alm disso, foram destacados os resultados que a implantao do projeto de carreira do governo trouxe para a realidade dos professores, consolidando a desestruturao da carreira o que j era previsto pelo movimento desde 2012 quando a proposta foi amplamente rejeitada pela categoria. Avaliamos ainda o aprofundamento da precarizao das condies de trabalho nas Ifes, comentou Marina.

De acordo com a diretora do ANDES, o movi-mento docente est mobilizado e protagonizou aes signifi cativas, como a paralisao do dia 19 em vrias Ifes, e apontou a importncia de avanar nesse processo. Ficou evidente a dispo-sio de responder contundentemente e avanar na construo dessa reao. Para isso, aprovamos

um calendrio que visa intensifi cao da mobi-lizao, dando destaque, por exemplo, a debates sobre as aes polticas do governo de retirada de direitos e a situao precria nas Ifes, com paralisa-es e atividades com outras categorias, explica.

GREVE NACIONAL

A agenda de atividades defi nida pelo Setor das Ifes (confi ra mais abaixo) culmina na reunio apontada para os dias 26 e 27 de abril, quando a deliberao sobre a greve nacional dos docentes ser tomada a partir das decises na base, com rodadas de assembleias gerais, que devem indicar o perodo para a paralisao e a relao com a greve das demais categorias.

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CARREIRA DOCENTE

Ainda pior para quem entraSe as carreiras impostas pelo governo ao fi nal

de 2012 (via Lei n 12.772) pioraram a situao dos professores em geral, o horizonte ainda mais dramtico para os novos quadros do magistrio su-perior. Pelas regras atuais, mesmo com titulao de mestres ou doutores, eles precisam entrar nos estgios iniciais da carreira, com denominaes como Assistente-A ou Adjunto-A. O resultado que vo sofrer perdas reais, at 2015, que variam de 6,4% (caso dos mestres) a 11,8% (doutores) (veja tabela). As informaes so da professora Maria Malta, do Instituto de Economia.

Mesmo os que aparecem um pouco melhor em toda a histria, os Titulares doutores (com provveis 8,7% de ganhos reais ao fi nal de 2015), no escapam da infl ao, destaca a economista. Parte expressiva de seu aumento salarial tam-bm ser comida pela infl ao, como em toda a categoria. A diferena, como alertvamos desde a greve (de 2012), que esta carreira deu au-mentos diferenciados para cada classe e cada nvel da carreira, e os Titulares foram os mais favorecidos. Foi uma jogada esperta do governo, pois so apenas 3% da categoria em termos nacio-nais; na UFRJ no chegam a 5%. Mas so os que possuem representao nata nas congregaes e maior representao nos conselhos superiores. Ou seja, so os que tm voz na instituio. Assim, o governo pagou barato por um possvel consenso.

Maria trabalhou com os dados dos professores

mestres ou doutores em regime de dedicao exclusiva, situao mais comum na universidade. Ela ainda prepara estudos para os professores de outros regimes de trabalho e titulao das duas carreiras. O ano-base escolhido para a gerao das tabelas foi o de 2011, quando o governo prometeu um pacote de aumento que, des-cumprido, desencadeou a greve do ano seguinte.

Nos clculos, foi utilizado o ndice de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o ndice ofi cial para medir a infl ao do pas. Mas ela faz uma ressalva, de que as perdas podem ser ainda maiores: As previses do Banco Central para o IPCA tm sido revistas para cima h muitos anos. Eles sempre apontam um valor um pouco abaixo do centro da meta de infl ao (5%) estabelecida por eles mesmos. No entanto, temos quase sem-pre estado mais prximos do teto da meta (6,5%).

Se usarmos outras referncias, como o ICV do Dieese, as previses infl acionrias so bem maiores, explica Maria Malta.

De acordo com as tabelas geradas pela pro-fessora, sempre usando a previso de infl ao do Banco Central, fora os Titulares doutores do magistrio superior, a maioria dos nveis das duas carreiras fi ca bastante prxima de nenhum ou de poucos ganhos at 2015 (ou seja, ameaados pela alta da infl ao). Por outro lado, os nveis iniciais (tanto no MS como no EBTT) enfrentaro as maiores perdas, com certeza.

Outra questo importante o tempo que o novo professor leva para chegar a Adjunto 4. So nove anos. Trs anos para a primeira promoo para Adjunto 1 e mais seis anos para chegar a Adjunto 4, tendo cumprido os critrios da avaliao para progresso com obteno de 70% dos pontos. Nestes nove anos, seu ganho salarial nominal bruto ter sido de pou-co mais de R$ 2 mil o que, em termos reais, considerando uma infl ao de 6% (mdia dos ltimos trs anos pelo IPCA), representaria um ganho de aproxima-damente R$ 1,3 mil em nove anos. Se fosse ganho linear, seriam R$ 145, tendo sido um professor- pesquisador-extensio-nista exemplar. D para comprar um ou dois livros por ano, a depender da rea do professor, ironiza Maria Malta.

MAIS TEMPO PARA CHEGAR A

ADJUNTO 4

Matria publicada no jornal da Seo Sindical dos Docentes da UFRJ (ADUFRJ), edio 838, Ano XIII, 24 de maro de 2014, pgina 3.

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