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C aro Catequista, está nas tuas mãos mais um número do Boletim PONTES. Neste número vais poder reflectir sobre a Família e o seu papel na transmissão da Fé. Tens também disponível dois temas para as reuniões mensais de catequistas, bem como um caderno temático dedicado à Qua- resma, onde se insere uma proposta de Caminhada quaresmal, à semelhança daquela que fizémos no Advento e que foi bem acolhida por muitos catequistas. Mas o grande desafio deste número é propor-te que leias todos os dias um pedaço da Bíblia, de modo que sejas capaz de a ler em 365 dias. Parece difícil? Por que não tentar… Que mais este número seja uma oportunidade para reforçar o teu empenho de ser catequista e os laços que te unem à grande família dos catequistas da Arquidiocese editorial B O L E T I M *04 janeiro 2008 . boletim trimestral . ano I

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BOLETIM 1

Caro Catequista, está nas tuas mãos mais um número do Boletim PONTES.Neste número vais poder reflectir sobre a Família e o seu

papel na transmissão da Fé.Tens também disponível dois temas para as reuniões mensais de catequistas, bem como um caderno temático dedicado à Qua-resma, onde se insere uma proposta de Caminhada quaresmal, à semelhança daquela que fizémos no Advento e que foi bem acolhida por muitos catequistas.Mas o grande desafio deste número é propor-te que leias todos os dias um pedaço da Bíblia, de modo que sejas capaz de a ler em 365 dias. Parece difícil? Por que não tentar…Que mais este número seja uma oportunidade para reforçar o teu empenho de ser catequista e os laços que te unem à grande família dos catequistas da Arquidiocese

editorial

B O L E T I M *04janeiro 2008 . boletim trimestral . ano I

BOLETIM 2

Secção ENTrEvISTA

A Rosário e o José são um casal de catequistas e pais de um jovem e de uma adolescente. Eles

aceitaram falar connosco sobre as suas inquieta-ções como pais e como catequistas.

Pontes – Que peso atribuem à importância da família no processo de evangelização dos seus filhos?

Rosário e José – A família tem um papel fundamen-tal na descoberta do Dom da Fé, assim como no seu crescimento e amadurecimento.A família é o lugar propício para que os filhos des-cubram os valores, quer como homens, quer como cristãos.Se a família se identifica com projecto de Jesus e vive de acordo com ele, há uma adesão, quase que natural, ao amor e à religiosidade. Pontes – São muitos os motivos sociais, culturais e mes-mo políticos que contribuem para uma crise, cada vez mais acentuada, da família tradicional, impondo-se um novo desafio à catequese actual. Não sei se concordam? Conseguem identificar quais serão esses desafios?

Rosário e José – Em primeiro lugar, não gostamos muito de falar numa crise na família. Poderemos é ter uma degradação dos valores da família tradicional. Agora, a Catequese e a Igreja em geral não podem continuar a adoptar a mesma atitude que tinham há trinta anos; não podem continuar a ter o mesmo discurso por, efectivamente, a família, os seus valores e as suas prioridades terem mudado, e terem mudado substancialmente.Na área empresarial, diz-se que, em cada ameaça, há uma oportunidade para se ganhar. As empresas que, perante uma ameaça, começam a lamentar-se do “anti-gamente”, por norma, desaparecem. Ora, a Igreja e, par-ticularmente a catequese, tem que ver nas mudanças familiares uma grande oportunidade para fazer uma verdadeira evangelização centrada no amor de Jesus. Não pode é continuamente andar “a lamentar-se” e a dizer “antigamente é que era bom”. Na verdade, gos-taríamos que, em vez de andarmos constantemente a debater a problemática da família nos gabinetes e nas salas cheias de legalismos, olhássemos para a realidade actual com os mesmos olhos que Jesus Cristo olharia.Gostaríamos que a Igreja e, em particular, a cateque-se, pensassem seriamente como Jesus reagiria a ver famílias desestruturadas; famílias com elementos desempregados; famílias que limitam o seu tempo de convívio por causa das excessivas horas de trabalho diário; famílias que duvidam do seu futuro, por causa

do trabalho precário; famílias que contam cêntimos até ao final do mês para sobreviver; famílias sobre endividadas, porque lhes prometeram a felicidade fácil, que os juros nunca iriam aumentar. Perante isto, e estas são as realidades que limitam toda uma sociedade, o que diria e faria Jesus de Nazaré?Como reagiria Jesus de Nazaré, ao ver a sociedade portuguesa torna-se numa sociedade característica do terceiro mundo, os muito ricos (poucos) e a grande maioria no limite da subsistência?Era bom que, em vez de andarmos a «inventar» novas estruturas e novas coisas, parássemos e fizemos esta reflexão, pois estes são os principais problemas das fa-mílias actualmente e a Igreja tem de ser a voz daqueles que sofrem tudo isto. Jesus, perante isto, certamente não ficaria calado.

Pontes – Hoje, é grande a discussão em torno da relação entre família e catequese. Qual é, para vós, a importância de uma relação cada vez mais constante da catequese com a família?

Rosário e José – É importante, e seria de todo inte-ressante que este relacionamento se intensificasse. Na

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verdade, achamos que, nestes aspectos, quer os pais, quer, principalmente a catequese, têm feito um esforço para que esta aproximação seja uma realidade.No entanto, muitas vezes, a família tem uma ideia mui-to errada da catequese, porque, muitas vezes, se torna mais fácil deitar a culpa para a família do que fazer uma análise critica e verdadeira das nossas catequeses. A catequese, os catequistas, e eu diria mesmo a própria Igreja em geral, têm de responsabilizar menos a família pelo insucesso e reflectir se, muitas vezes, o insucesso reside na deficiente (eu diria muitas vezes incompeten-te) organização da catequese. A Igreja faz da catequese uma actividade residual e amadora e exige da família uma atitude profissional. Muitas vezes, os catequis-tas e a catequese são muito mais rápidos a julgar os comportamentos das famílias do que a acolher. Ora, isto é a antítese daquilo que ensinou, viveu e propôs Jesus Cristo.

Pontes – Uma das preocupações mais recorrentes dos catequistas assenta na falta de motivação dos pais na educação religiosa dos seus filhos. Como vos parece que poderá a Igreja, e, em particular, a catequese pa-roquial, favorecer e estimular uma participação mais

activa e consciente dos pais na vida religiosa dos seus filhos?

Rosário e José – A motivação cria-se. Achamos, em primeiro lugar, que os pais contactam muito mais com a Igreja burocrática, do que com a Igreja amor e acolhimento. A imagem que a Igreja dá aos pais, e à sociedade em geral, é a de um manual para cumprimen-to de regras. Quando a família – ou a sociedade em geral – precisa da Igreja, apercebe-se que já tem afixado na porta um horário de expediente que, em muitos casos, é rigorosamente cumprido. Pensamos que estamos a por a lei à frente do coração e isso desmotiva, naturalmente.Em segundo lugar, a Catequese deve ser o espelho da Comunidade, e a Comunidade manifesta-se principal-mente na Celebração da Fé. Relativamente à Celebra-ção, que deveria ser um factor motivante, torna-se, em muitos casos, pela falta de preparação e pelo “despachar”, num factor de desmotivação. Se todos nos sentirmos úteis e bem acolhidos, certamente que ninguém faltará à chamada.Confessamos que sentimos muitas dificuldades em motivar os nossos filhos para a participação na Eucaristia, em especial, quando, por qualquer motivo, participamos fora da nossa Comunidade de referência.Às vezes queremos inventar tudo, e queremos que tudo seja novo e esquecemos de tratar e preparar mui-to bem tudo o que de bem temos na Igreja. Nós temos um grande momento semanal de encontro de partilha e que muitas vezes tratamos muito mal. Se tivéssemos mais cuidado com as nossas Eucaristias dominicais, se todas as comunidades preparassem e vivessem com entusiasmo e Fé a sua Celebração Dominical, isso seria um factor motivante para os pais e para aqueles que não têm Fé. Porém, não motivamos ninguém com as nossas tristezas e, por muito que nos custe, as nossas Missas, às vezes, são muito tristes.

Pontes – Enquanto educadores, qual vos parece que deve ser o papel de educador na família, na catequese e na comunidade, em ordem à transmissão da fé.

Rosário e José – Nós temos com os nossos filhos um cuidado muito especial em quatro aspectos: o saber escutar os outros, o perdoar os outros, o saber pedir desculpa aos outros pelos nossos erros e o estar sem-pre próximo daqueles que precisam da nossa ajuda. Pensamos que, se conseguirmos isto, ficaremos muito felizes na nossa função de educadores, pois as teorias, essas, eles vão aprendendo ao longo da vida. Se con-seguirem viver assim, vivem certamente os ideais e a doutrina de Jesus Cristo.

BOLETIM 4

Secção NOTÍCIAS

Decorreu de 30 de Novembro a 2 de Dezembro maisuma Jornada Nacional de Cate-quistas, subordinada ao tema «Para que acreditem e tenham vida», na perspectiva

da renovação dos materiais catequéticos.Na primeira conferência, D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém, valorizou a importância dos manuais / guias, com todo o processo de reflexão e ela-boração que estes implicam à Igreja. Alertou para o facto de os materiais, sejam eles quais forem, são “pouco” sem a autenticidade de vida de fé da comunidade cristã e da pessoa do catequista: “não podemos, nem devemos fazer catequese em função do catecismo, mas o catecismo é que há-de estar em função da vida. Portanto, os catecismos têm necessariamente de acompanhar a renovação da catequese”, disse o referido prelado.A primeira conferência de sábado esteve a cargo do P.e Hélder Fonseca, com o tema: “Catequese e transmissão da fé (dificuldades e desafios)”. Começou por colocar uma pergunta: “que dificuldades se notam na transmissão da fé?” de imediato apontou-nos quatro fren-tes em que estas dificuldades se deparam: o próprio acto/ objecto da fé; o sujeito que pretende transmitir; o meio em que nos é dado transmitir; e os destinatários.Também o P.e José Henrique Pedrosa ao expor o seu tema: “Cate-quese Evangelizadora” abordou, embora não tão directamente, a questão da fé no processo de uma catequese evangelizadora.Fazendo uma breve análise sociológica ao mundo contemporâ-neo que nos últimos decénios se transformou de forma vertigino-sa, de tal modo que nos insere num novo contexto sócio cultural e religioso, ao qual a Igreja não passa de forma alguma indiferente e que, por isso mesmo, toma consciência da descristianização que se manifesta neste ambiente social. Referiu ainda ainda que evangelizar, missionar, já não se trata propriamente de ir “lá longe” (também) e que viver esta identidade da Igreja é um desafio que nos lança para as praças e ruas as nossas cidades e aldeias, até mesmo das nossas próprias casas, dos nossos “bancos” de catequese.O tema do P.e Luís Miguel Rodrigues gravitou em torno da questão da Iniciação Cristã, vista como um serviço à vida. Reflectindo sobre o documento Para que acreditem e tenham vida, realizou uma reflexão sobre o modo como a Igreja, fiel á sua

Jornadas Nacionaisde Catequistas: Fátima 2007

BOLETIM 5

Jornadas Nacionaisde Catequistas: Fátima 2007

missão de evangelizar, há-de ajudar cada pessoa, colaborando com a graça divina, a participar da vida que nos vem de Deus, através de um itinerário de iniciação.

Perante a sua exposição ficou claro quanto a catequese de Iniciação é imprescin-dível na vida da Igreja para que todo e qualquer catequizando possa respon-

der livremente ao dom da fé confiando-se a Deus e entregando-se à vida de caridade evangélica.

O tema que se seguiu, tratado pela Dra. Cristina Sá Carvalho, expôs o tema “A influência decisiva da família na educação humana e cristã –

Adesão a Jesus Cristo na comunidade”.Começando por falar no Matrimónio e na Família num projecto

cristão, cuja comunhão conjugal prolonga-se na fecundidade, ou seja, está ao serviço da vida passou para a questão da educação como um direito e dever dos pais, original e primário, em relação ao dever educativo dos demais, pela unicidade de amor entre pais e filhos. Na última comunicação de sábado, o P.e Manuel Queirós, falando-nos sobre “A comunidade cristã como sujeito, am-biente e meta da catequese”, após uma breve observação histórica deste processo na área catequética, desenvolveu a forma de como esta, está contemplada nos materiais catequéticos da adolescência. Começando por afirmar uma realidade subjacente a toda a catequese: “a catequese de adolescentes faz-se em grupo. O grupo de catequese é, de

facto, uma experiência de comunidade”, salientou a impor-tância do grupo no processo de desenvolvimento da pessoas,

não só pela boa socialização que o grupo oferece, como pelo espaço privilegiado da maturação da fé, que este favorece, e

isto reporta-se tanto para a catequese da infância como para a catequese da adolescência, “este constitui quase uma necessida-

de vital na formação da sua personalidade”, pelo que o catequista deve participar, com intensidade, na vida do grupo, deve sentir e

valorizar a sua dinâmica, mas sempre como “testemunha activa do Evangelho, sendo capaz de partilhar com os outros os frutos da sua

fé madura, e estimulando, de forma inteligente, a descoberta comum.

BOLETIM 6

Secção NOTÍCIAS

A 10 de Outubro de 2007, realizou-se, no arciprstado de Vieira do Minho, uma reunião entre os catequistas do Ar-

ciprstado e o Coordenador Arquidiocesano, Pe. Luís Miguel Figueiredo, a fim de escolher os elementos integrantes da Equipa Arciprestal de Catequese deste Arciprestado. Na sequência da presente reunião, o Coordenador Arquidiocesano propôs aos catequistas presentes

a definição de objectivos e metas a atingir neste Ano Pastoral dedicado à Família, no que concerne a Catequese no arciprstado de Vieira do Minho.Assim, a fim de dar resposta ao pedido do Pe. Luís Miguel, a Equipa Arciprestal procedeu, de imediato, à aplicação de um questionário destinado aos catequis-tas do Arciprstado, com o intuito de actualizar a base de dados existente, relativamente à identificação dos catequistas, assim como dos respectivos Coordenado-res Paroquiais do Arciprestado.

Caminhada catequética unificadora… em vieira do Minho

Saliente-se que este refresh tornou possível a realiza-ção de um encontro, no dia 05 de Janeiro do corren-te ano, pelas 10 horas, onde estiveram presentes os vários Coordenadores Paroquiais, a Equipa Arcipres-tal e o Coordenador Arquidiocesano Pe. Luís Miguel Figueiredo.

Com uma presença relativa de Coordenadores Paroquiais, a reunião teve como tema de destaque a Formação de Catequistas, pela qual somos convidados a um maior aprofundamento na fé, e que assenta, segundo o P. Luís Miguel, na trilogia: ser, saber e saber fazer. Despertou-se, ainda, a atenção dos Coordenadores Paroquiais para o papel que estes desempenham nas suas comunidades paroquiais, com vista a uma atitude unificadora da Família cristã, e tendo por base a noção da importância da comunidade enquanto educadora na fé e elemento estruturante na vida da Igreja.Em síntese, ficou claro que cada Coordenador é um elemento que não deve estar isolado, mas sim inserido num grupo, e que, pela sua competência, maturidade e responsabilidade, deve ser capaz de movimentar e formar discípulos de Cristo.Deste modo, conscientes da importância da formação catequética para o bom desempenho da missão de Apóstolos de Cristo, e no intuito de dar seguimento à caminhada catequética, propôs-se dar continuidade à realização de Encontros de catequistas, alicerçados sempre na formação integral.Assim sendo, é desde já dado a conhecer que o pri-meiro encontro de catequistas deste Ano Pastoral está agendado para o dia 26 de Janeiro, e será moderado pela Irmã Laurinda Martins.

Encontros de Coordenadores Paroquiais em Cabeceiras de Basto

A Equipa Arciprestal de Catequese de Cabeceiras de Basto, cujo campo de acção assenta numa

tentativa de fomentar um elo de ligação com as várias paróquias do Arciprestado, com a Arquidiocese de Braga e outras Equipas Arciprestais de Catequese, promoveu um projecto de formação destinado a todos os Coordenadores Paroquiais do Arciprestado. Tendo como principal objectivo o de estimular, nos Coordenadores Paroquiais, uma reflexão sobre a

importância da sua missão, bem como o de lhes dar instrumentos de trabalho para a concretização da sua missão, este projecto de formação decorre no Centro de Catequese de Refojos e organiza-se em dois encontros base: o primeiro encontro realizou-se a 10 de Novembro de 2007, subordinado ao tema «Juntos é possível» e o segundo encontro decorrerá, entre as 9h e 12h, a 19 de Janeiro de 2008, com o tema «O Coorde-nador: desafios».

BOLETIM 7

A missão do catequista, enquanto mensageiro da Palavra de Deus, é, hoje, cada vez mais difícil, numa

sociedade marcada por profundas transformações sócio-culturais.Assim, conscientes da importância da missão do catequista na vida da Igreja e na formação de novos discípulos de Cristo, o Departamento Arquidiocesano da Catequese irá proceder, a partir do presente ano, à distri-buição de um cartão de identificação do catequista. Este cartão destina-se a todos os catequistas da Ar-quidiocese de Braga e tem como principal objectivo a identificação do catequista, bem como acompanhar a sua respectiva formação em catequese, pelo que nesta área será atribuída a designação de: catequista ou catequista auxiliar. Ressalve-se que a denominação de catequista é apenas atribuída após o término do Está-gio em catequese, sendo-se catequista auxiliar durante todo seu o processo de formação. Assim, o cartão de identificação do catequista será entregue aos mesmos, no final de cada acção de for-mação catequética, desde que requerido pela Equipa Arciprstal. Não obstante, refira-se que o respectivo ca-tequista terá de estar inscrito na base de dados criada pelo Departamento Arquidiocesano da Catequese, para que possa ser emitido o seu cartão de identificação. Dadas as dificuldades e obstáculos que os catequistas

Cartão de Identificação do Catequista

encontram no exercício da sua missão, é cada vez mais importante que os catequistas sintam a necessidade de criar um ambiente de partilha e de comunhão entre si. Foi no sentido de fomentar esta união e de formar uma verdadeira comunidade de discípulos de Cristo, que o Departamento Arquidiocesano da Catequese decidiu promover a distribuição dos respectivos car-tões identificativos.

Cientes da importância da formação de catequistas para o bom exercício da sua actividade catequé-

tica, iniciou-se a 13 de Outubro de 2007, no Centro de Catequese de Refojos – Arciprestado de Cabeceiras de Basto – uma formação catequética complementar, com o intuito de promover o conhecimento e reflexão da catequese actual a partir do Catecismo da Igreja Católica e do Directório Geral da Catequese. Esta formação catequética complementar, destinada a todos os catequistas do Arciprestado com Curso de Iniciação ou Curso Geral, que pretendam rever e aprofundar a sua formação em catequese, reuniu, num primeiro encontro, cerca de 55 catequistas de todo o Arciprestado. Esta formação desenvolve-se em 6 módulos: Cate-quista; Pedagogia de Jesus; História da Catequese;

Catequese para hoje; Revelação e Divina e Catecismo da Igreja Católica e Iniciação Cristã.No final de cada módulo, os formandos são convidados a realizar, individualmente, ou em grupo, um trabalho síntese da formação ministrada, sendo, posteriormente, atribuído um certificado de presença, na respectiva for-mação, a quem participar em todos os módulos e realizar os trabalhos propostos na formação supracitada. Tendo os encontros uma periodicidade de dois em dois meses, é, desde já, dado a conhecer que o próximo en-contro realizar-se-á no dia 9 de Fevereiro de 2008, entre as 9h e as 12h, com o módulo “Catequese para hoje”.

Formação catequética complementar em Cabeceiras de Basto

BOLETIM 8

A19 de Outubro de 2007, realizou-se, no Centro Cívico de Famalicão, um encontro de Catequistas Coorde-

nadores Paroquiais. Neste encontro, estiveram presentes vários Catequistas Coordenadores provenientes de diversas paróquias de todo o Arciprestado. O encontro, que procurou ser um pequeno momento de formação, iniciou-se com a apresentação do Plano Pastoral do Departamento Arquidiocesano de Catequese (DAC) para 2007-2008 – Compromisso de Fé, resposta ao Dom de Deus, havendo ainda espaço para a criação de momento de diálogo e reflexão, com vista à partilha de experiências e dificuldades / necessidades sentidas em cada paróquia. Assim, consciente da riqueza e da produtividade que se colheu com este encontro, a Equipa Arciprestal de Vila Nova de Famalicão marcou para o dia 02 de Feve-reiro de 2008 um novo encontro, a realizar-se também no Centro Cívico de Famalicão, com o objectivo de dar seguimento à dinâmica já criada. A Equipa Arciprestal

Equipa Arciprestal de Catequese de vila Nova de Famalicão promove encontro de Catequistas Coordenadores Paroquiais

Secção NOTÍCIAS

Decorreu, no passado mês de Novembro, o Cur-so de Iniciação de Catequese, promovido pela

Equipa Vice-Arciprestal de Catequese de Guima-rães e Vizela/Sul. Esta formação catequética inicial contou com a presença de 28 catequistas, prove-nientes de diversas paróquias da Arquidiocese de Braga (Nespereira, Tagilde, Moreira e S. Miguel) e da Diocese do Porto (Santa Eulália, Regilde, Revi-nhade e Santo Adrião).Com o objectivo de partilhar experiências e opini-ões, tem vindo, ainda, a decorrer, a um ritmo men-sal, um encontro de catequistas, dirigido a todos os que frequentaram o Curso Geral de Catequese no ano passado. Salienta-se, ainda, em paralelo, a frequência de um grupo significativo de catequis-tas e outros nos encontros da Escola da Palavra, orientada pelo Padre João Alberto e cuja periodi-cidade é mensal.

Catequese em vizela

BOLETIM 9

Equipa Arciprestal de Catequese de vila Nova de Famalicão promove encontro de Catequistas Coordenadores Paroquiais

convida, desde já, para este novo encontro, todos os Catequistas Coordenadores, de todo o Arciprestado, que desejem reflectir sobre a sua missão. Entretanto, realizou-se ainda, no Salão Paroquial de Landim, no período decorrente de 22 de Outubro a 01 de Dezembro de 2007, mais um Curso de Iniciação que contou com a participação de 20 formandos, oriundos das paróquias de Landim, Riba D’Ave, Bente, Gondifelos, Delães, Fradelos, Esmeriz, Palmeira e Sta. Marinha da Portela. Ressalve-se que todos os encon-tros se caracterizaram pelo elevado nível de empenho e participação de todos os formandos.No dia de encerramento do curso, que terminou com um jantar participado pelos formandos, formadores e alguns párocos das comunidades envolvidas, assistiu-se a um momento de agradável convívio onde era visível a satisfação de todos, manifestada pela mútua troca de agradecimentos.

Catequese em vizelaPor outro lado, ainda num esforço conjunto de formação catequética, as várias paróquias de todo o Vice- Ar-ciprestado de Guimarães e Vizela/Sul têm vindo a promover, mensalmente, um conjunto de reuniões de catequis-tas.Além destas reuniões, realizadas nas várias paróquias, os seus Coorde-nadores da Catequese da Infância e da Adolescência têm vindo, de igual forma, a reunir-se, com uma periodici-dade de 2 meses, constituindo, deste modo, a Equipa de Catequese neste Vice-Arciprestado.Note-se que, no passado dia 14 de Novembro 2007, numa das suas reuni-ões habituais, a Equipa de Catequese

acima referida teve a presença do Pe. Luís Miguel Rodrigues, coordenador do Departamento da Arquidiocese de Braga (DAC). Ainda no Vice-Arciprestado de Muira~es e Vizela/Sul, realizou-se, no dia 3 de Novembro 2007, no Santuário de São Bento das Pêras, o primeiro dia de retiro destinado a todos os catequistas que manifestassem o desejo de participar, a fim de lhes proporcionar um momento de oração e de reflexão. Por cada trimestre realizar-se-á um dia de retiro orientado pelo Padre Alpoim da Ordem dos Carmelitas. Por fim, mais se informa que teve lugar, no passado dia 25 de Novembro 2007, o Encontro Trimestral dos Catequistas das 15 paróquias desta Região Pastoral Interdiocesana, cuja orientação foi feita pelo Padre Raúl e pela Irmã Cândida, da Congregação do Espírito Santo.

BOLETIM 10

Secção NOTÍCIAS

v Encontro Arciprestal de Coordenadores Paroquiais promovido pela Equipa Arciprestal da Catequese de Barcelos…

A Equipa Arciprestal de Catequese de Barcelos, numa preocupação constante de formar os

seus Coordenadores Paroquiais e, com eles, avaliar e programar as suas acções, realizou, a 5 de Outu-bro de 2007, nas instalações da ECA, um Encontro Arciprestal de Coordenadores, subordinado ao tema: «Construir o nosso projecto». Neste encon-tro foi trabalhada a metodologia do projecto, enquanto ferramenta de trabalho. Além disso, atendendo a que o plano estratégico, que a Equi-pa Arciprestal de Catequese de Barcelos definiu em 2004, entrou no último ano da sua implemen-tação, foi ainda iniciada, com os presentes, uma reflexão, com vista à concretização de objectivos e projectos para o futuro.

Dia Arciprestal do Catequista em Barcelos

No sentido de favorecer o sentido de união entre os vários catequistas do Arciprestado de Barcelos,

decorreu, no passado dia 5 de Janeiro, o Dia Arciprestal do Catequista, no Centro Paroquial de Rio Covo de Santa Eugénia. O dia começou com o acolhimento, a que se se-guiu um momento de oração. O resto da manhã foi ocupado com dois atelier’s: subordinados aos temas: «“catecismos” da I Fase» e «A adolescência».Posteriormente, após um almoço convívio, onde todos os catequistas se reuniram num ambiente en-volto pela camaradagem e harmonia, os catequistas voltaram a reunir-se para a oração da tarde e ainda para acolher aqueles que só puderam chegar àquela hora. O programa da tarde constou de três atelier’s: «Técnicas de Expressão e Comunicação», os «“cate-cismos” da Adolescência» e «Coordenadores Paro-

quiais», tendo este sido concluído com a Celebração da Palavra.A ECA de Barcelos agradece ao Pe. Luís Miguel Figuei-redo, coordenador do DAC, à Fátima, à Regina e à Rosa da Equipa Arciprestal de Catequese de Cabeceiras de Basto e ao Sérgio dos Salesianos o seu inexcedível apoio à realização desta actividade.

Equipa Arciprestal de Catequese de Barcelos promove cursos de formação catequética

Realizou-se, no Arciprestado de Barcelos, um Cur-so Geral de Catequese, promovido pela Equipa

Arciprestal de Catequese e em colaboração com o Departamento Arquidiocesano da Catequese (DAC). Este Curso Geral iniciou-se a 10 de Outubro de 2007, nas instalações da ECA com o módulo «História da Catequese e Catequética», monistrado pelo P.e Luís Miguel Rodrigues. A ECA de Barcelos promoveu, ainda, a formação de dois Cursos de Iniciação, nas instalações da ECA, desti-nados a todas as pessoas com mais de 18 anos, confir-mados na fé, e que se sintam motivados a aprofundar a sua fé em Deus, bem como iniciar o seu ministério de catequista. Estes Cursos de Iniciação desenvolveram-se em duas modalidades distintas: um primeiro Curso de Iniciação decorreu no período de 17 de Setembro a 20 de Ou-tubro de 2007, com uma periodicidade de 3 encontros semanais, em horário pós-laboral. Em paralelo, um segundo Curso de Iniciação, que prin-cipiou a 27 de Outubro e teve o seu término a 15 de Dezembro, tinha por base um único encontro semanal aos sábados da manhã, para que assim o desejasse. Foi ainda realizado, neste Arciprestado, entre 20 e 27 de Dezembro, um Curso de Introdução à Catequese, dirigido a todos os jovens com menos de 18 anos, que colaboram com a catequese. Este Curso de Introdução, que decorreu nas instalações da ECA, procurou abor-dar temas básicos e fundamentais para um bom exer-cício da missão do catequista, a saber: Ser catequista; Credo; Sagrada Escritura e o acto catequético na I Fase e teve por base de trabalho a oração e a didáctica.

BOLETIM 11

Secção CADErNO FOrMAçãO

A crise familiar e sua consequente perda de identidade

Actualmente, um dos temas que mais preocupações tem suscitado no seio da nossa sociedade é justamen-te a crise familiar, cuja perda de identidade tem vindo a intensificar-se nas últimas décadas. São, na verdade, inegáveis as transformações sociais, culturais e políticas que convergem para provocar uma crise cada vez mais evidente da família, compro-metendo “em boa medida, a verdade e a dignidade da pessoa humana e põem em discussão, desfigurando-o, o próprio conceito de família” (Exortação apostólica Pós-Sinodal, A Igreja na Europa, 90). Em boa verdade, a família, célula viva da nossa socie-dade, apresenta-se, hoje, profundamente transformada nos seus modos de constituição, nas suas formas, na sua composição, assim como na sua própria estrutura. Se observarmos atentamente a realidade que nos en-volve, é, de facto, cada vez mais recorrente o aumento do número de famílias ausentes, desestruturadas, com pouco tempo para o convívio familiar, e pouco cons-cientes do seu papel de primeiros educadores, muito devido às intensas solicitações exteriores à própria família.

Novo contexto sócio-cultural e religioso na transmissão da féInfelizmente, as profundas transformações sócio-culturais que marcam esta nova situação familiar repercutem-se, invariavelmente, ao nível da transmissão da fé. Com efeito, se antes a comunicação da mesma passava quase espon-taneamente de pais para filhos, hoje, porém, a transmis-são da fé depara-se com dificuldades cada vez maiores. Constata-se, na verdade, que, na globalidade das crianças e adolescentes que frequentam a catequese, muitos destes não adquirem o sentido da presença e da amizade de Deus, e muitos deles nem sempre podem contar com o apoio da família para o crescimento da fé. Falta-lhes, em geral, uma relação vivida com Deus e uma leitura da vida humana à luz desta relação. Conscientes desta ausência de união entre a fé e a vida, uma das apreensões mais recorrentes dos párocos e catequistas assenta, frequen-temente, na fraca motivação dos pais em acompanhar o crescimento de fé dos seus educandos. Com efeito, ainda que, no processo de evangelização, encontremos pais corajosos, dispostos a aprofundar a sua fé, a fim de a po-derem transmitir aos seus filhos, verificámos, no entanto, que muitos outros pais se encontram desencorajados e pouco conscientes da sua missão evangelizadora. Destarte, verifica-se que, a transmissão da fé, que antes tinha os seus canais próprios na família, encontra-se, hoje, debilitada, sendo, pois, urgente, “redescobrir a ver-

Catequese e Família: Um Novo Desafio

dade da família, enquanto íntima comunhão de vida e de amor, aberta à geração de novas pessoas; a sua dignidade de «igreja doméstica» e a sua participação na missão da Igreja e na vida da sociedade” (Exortação apostólica Pós-Sinodal, A Igreja na Europa, 90). A este respeito, também João Paulo II, na sua Exortação Apos-tólica sobre a Catequese para Hoje, enfatiza o papel missionário da família, considerando a sua “… acção catequética […] em certo sentido, insubstituível” (Cate-chesi Tradendae, 68). Em boa verdade, é na família que cada um de nós experiencia momentos estruturantes que nos levam a tomar consciência de sermos pessoas humanas e é nela que vivenciamos o sentimento mais precioso e belo que qualquer ser humano pode e deve experienciar: o Amor. É importante perceber que a família é, antes de mais, uma comunhão de amor, e só através de um verdadeiro testemunho de amor na família, podemos sentir uma verdadeira experiência de Deus. “Como sem o amor, a família não é uma comunida-de de pessoas, assim também, sem o amor, a família não pode viver, crescer, aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas” (Exortação Apostólica, Família Cristã, 18).

A família: escola de fé e a sua relação com a catequeseA família é, neste sentido, a primeira escola de fé, o espaço onde os seus membros sentem a presen-ça do amor de Deus, sentem-se como uma Igreja doméstica, onde o amor é uma realidade presente e constante. Mais do que qualquer palavra, o processo de crescimento da fé, na família, brota da convivên-cia, do clima familiar e do testemunho de vida de fé dos pais. Destarte, e sendo que “a catequese familiar (…) precede, acompanha e enriquece todas as outras formas de catequese” (CT 68), impõe-se, hoje, mais do que nunca, um claro desafio à evangelização e ao trabalho desenvolvido com os pais das crianças e adolescentes que participam nas nossas catequeses paroquiais, em direcção a uma verdadeira consciência catequética familiar. De facto, para que toda a Igreja cresça em comunidade, é prioritário ajudar as famí-lias a serem experiências de comunhão de vida e de amor, consciencializando-as da sua missão enquanto primeiras educadoras da fé. Ora, sendo a catequese uma caminhada conjunta, onde todos os membros da comunidade cristã (pais, catequistas, catequizan-dos…) procuram testemunhar e anunciar a Palavra de Deus, os pais devem ser orientados, não só para dar uma formação consciente e explicitamente cristã aos

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filhos, mas também para eles mesmos crescerem no seu compromisso cristão e na capacidade de iluminar pela fé a realidade familiar e social, que são chama dos a construir (cf. CT 68). Revela-se, deste modo, prioritário encorajar todos membros da comunidade cristã, em particular catequistas e párocos, a ajudar os pais a cumprirem a sua missão evangelizadora, promovendo, para tal, serviços acolhedores, dedicados e perseveran-tes, que fomentem a participação activa dos mesmos nesta caminhada. Assim sendo, é de todo vantajoso que cada paróquia se dedique à promoção de um verdadeiro percurso catequético de adultos, uma vez que comunidade cristã não poderá pôr em prática uma formação cristã permanente, sem a participação directa e consciente dos pais e demais adultos. Em boa verdade, não nos podemos esquecer que a família não é um simples destinatário ou objecto de catequese, mas, pelo contrário, é o local por excelência de cate-quese, sobretudo na primeira infância. Nesse sentido, é fundamental ter em atenção o testemunho de fé e de amor, as necessidades, os interesses e problemas

de cada uma das famílias envolvidas no processo catequético. Dever-se-á, pois, estimular, entre pais e ca-tequistas, uma relação positiva, franca e aberta, assente no diálogo e na confiança, onde todos os membros se sintam incentivados a colaborar activamente, e em conjunto, na planificação dos diferentes momentos do acto catequético. Trata-se, pois, de criar, entre estes, uma “educação partilhada”, onde todos intervêm plenamente na caminhada catequética. Consequen-temente, a catequese deixa de ser concebida como algo que é oferecido aos pais, passando, pelo contrário, a ser desenvolvida e vivida por todos. Sentindo-se acolhidos, os pais sentem-se, desta forma, aliciados a voltar à catequese dos seus filhos. Isto dependerá, não obstante, do trabalho de equipa desenvolvido pelos diferentes responsáveis, assim como da qualidade da relação comunicativa desenvolvida entre os mesmos. Contudo, e apesar das dificuldades que este trabalho de equipa comporta, não nos podemos esquecer que este trabalho permitirá a condução dos catequizandos a uma vida verdadeiramente cristã, humana e feliz.

Secção CADErNO FOrMAçãO

Consciente da necessidade de reacender o amor pela Sagrada Escritura, alimento espiritual de todo

o cristão, o Papa Bento XVI convocou, para o ano de 2008, um Sínodo com tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, convidando, desta forma, todos os fiéis à leitura assídua da Bíblia e apelando para a prática da Palavra de Deus na Liturgia e na Catequese. Em boa verdade, não nos esqueçamos que a missão principal da catequese assenta na transmissão fiel do Evangelho, para que o catequizando, em contacto com ele, se deixe interpelar e transformar, no seu íntimo, pela sua mensagem. Nesta transmissão da fé da Igreja, o catequista assume a grande missão de arauto da Palavra divina, pois “ninguém se deu a fé a si mesmo (…) Foi de outrem que o crente recebeu a fé; a outrem a deve transmitir. O nosso amor a Jesus e aos homens impele-nos a falar da nossa fé aos outros” (CCE 166). Não obstante, é importante que o catequista, para o bom exercício do seu ministério, se consciencialize da necessidade de ler e meditar na Sagrada Escritura, para, assim, a transmitir o mais fielmente possível. Na verdade, é indispensável que este último sinta a neces-sidade de recorrer à Palavra de Deus, como fonte de alimento da sua acção evangelizadora. Como afirmou o Papa Bento XVI, “somente quem se coloca antes à escuta” da Palavra de Deus, “pode depois, tornar-se anunciador”, porque o que se deve ensinar não é uma

"sabedoria própria, mas a sabedoria de Deus". É, na ver-dade, através da Sagrada Escritura, que a Igreja, na sua catequese, na sua prática litúrgica e no seu testemu-nho de vida, transmite o seu saber divino, que é, preci-samente Jesus Cristo: “Não há verdadeira evangelização, enquanto não se anunciar o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino e o mistério de Jesus de Nazaré, filho de Deus” (EN 22). A catequese precisa da palavra viva do catequista e do testemunho de fé da comunidade cristã. Na verdade, é a Palavra proclamada que suscita e alimenta a nossa fé, nos congrega no seu amor, e nos envia em Seu nome. Assim sendo, é a Palavra de Deus que deve nortear o nosso pensar, falar e agir.Sendo, pois, imperioso reforçar a importância da Palavra divina na vida de cada cristão e no seio da comunidade cristã, e uma vez que estamos prestes a iniciar o Tempo da Quaresma, o Departamento Ar-quidiocesano de Catequese desafia cada catequista a consagrar, no decorrer do presente ano, alguns minutos do seu tempo à leitura diária da Bíblia. Para tal, apresentamos, de seguida, o seguinte plano de leitura diária da Bíblia, que poderá seguir, ao longo de todo o ano, tendo este início no trinta dias depois do início da Quaresma, a 5 de Março. À medida que vai lendo as leituras propostas, pode utilizar as colunas OK para marcar os textos bíbli-cos já lidos.

O catequista, arauto da fé da Igreja

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PLANO DE LEITURA DIÁRIA DA BÍBLIA

Mês Dia 1.ª Leitura OK 2ª Leitura OK 3ª Leitura OK

MARÇO

5 GÊNESIS 1,1-3,24 SALMOS 1 MATEUS 1,1-17

6 4,1-8,22 2 1,18-25

7 9,1-11,26 3 2,1-12

8 11,27-16,16 4 2,13-23

9 17,1-22,24 5 3,1-17

10 23,1-25,18 6 4,1-17

11 25,19-30,43 7 4,18-25

12 31,1-36,43 8 5,1-12

13 37,1-41,57 9 5,13-26

14 42,1-45,28 10 5,27-37

15 46,1-50,26 11(10) 5,38-48

16 ÊXODO 1,1-6,13 12(11) 6,1-18

17 6,14-12,36 13(12) 6,19-34

18 12,37-18,27 14(13) 7,1-29

19 19,1-24,18 15(14) 8,1-17

20 25,1-29,46 16(15) 8,18-34

21 30,1-34,35 17(16) 9,1-17

22 35,1-40,38 18(17) 9,18-38

23 LEVÍTICO 1,1-5,26 19(18) 10,1-16

24 6,1-10,20 20(19) 10,17-33

25 11,1-13,59 21(20) 10,34-11,1

26 14,1-16,34 22(21) 11,2-19

27 17,1-20,27 23(22) 11,20-30

28 21,1-24,23 24(23) 12,1-15

29 25,1-27,34 25(24) 12,16-37

30 NÚMEROS 1,1-5,31 26(25) 12,38-50

31 6,1-10,10 27(26) 13,1-30

ABRIL

Dia 1.ª Leitura OK 2ª Leitura OK 3ª Leitura OK

1 10,11-14,45 28(27) 13,31-53

2 15,1-18,32 29(28) 13,54-14,21

3 19,1-22,1 30(29) 14,22-36

4 22,2-25,18 31(30) 15,1-20

5 26,1-30,17 32(31) 15,21-39

6 31,1-36,13 33(32) 16,1-12

7 DEUTERONÓMIO 1,1-4,43 34(33) 16,13-28

8 4,44-11,32 35(34) 17,1-13

9 12,1-17,20 36(35) 17,14-27

10 18,1-23,26 37(36) 18,1-18

11 24,1-26,19 38(37) 18,19-19,2

12 27,1-31,29 39(38) 19,3-15

13 31,30-34,12 40(39) 19,16-30

14 JOSUÉ 1,1-2,24 41(40) 20,1-16

15 3,1-4,24 42(41) 20,17-34

16 5,1-6,27 43(42) 21,1-17

17 7,1-8,35 44(43) 21,18-32

18 9,1-10,43 45(44) 21,33-46

19 11,1-12,24 46(45) 22,1-14

20 13,1-14,15 47(46) 22,15-33

21 15,1-17,18 48(47) 22,34-46

22 18,1-19,51 49(48) 23,1-39

23 20,1-21,45 50(49) 24,1-28

24 22,1-34 51(50) 24,29-51

25 23,1-24,33 52(51) 25,1-30

26 JUÍZES 1,1-3,6 53(52) 25,31-26,2

27 3,7-4,24 54(53) 26,3-25

28 5,1-31 55(54) 26,26-56

29 6,1-8,35 56(55) 26,57-75

30 9,1-10,18 57(56) 27,1-26

MAIO

Dia 1.ª Leitura OK 2ª Leitura OK 3ª Leitura OK

1 11,1-12,15 58(57) 27,27-66

2 13,1-14,20 59(58) 28,1-20

3 15,1-16,31 60(59) MARCOS 1,1-13

4 17,1-18,31 61(60) 1,14-31

5 19,1-21,25 62(61) 1,32-45

6 RUTE 1-4,22 63(62) 2,1-17

7 1 SAMUEL 1,1-2,36 64(63) 2,18-28

8 3,1-4,22 65(64) 3,1-19

9 5,1-7,17 66(65) 3,20-35

10 8,1-10,27 67(66) 4,1-25

11 11,1-12,25 68(67) 4,26-41

12 13,1-14,48 69(68) 5,1-20

13 14,49-16,23 70(69) 5,21-43

14 17,1-58 71(70) 6,1-29

15 18,1-19,24 72(71) 6,30-56

16 20,1-42 73(72) 7,1-23

17 21,1-22,23 74(73) 7,24-37

18 23,1-24,23 75(74) 8,1-26

19 25,1-44 76(75) 8,27-38

20 26,1-25 77(76) 9,1-32

21 27,1-28,25 78(77) 9,33-10,1

22 29,1-31,13 79(78) 10,2-31

23 2 SAMUEL 1,1-2,7 80(79) 10,32-52

24 2,8-3,39 81(80) 11,1-14

25 4,1-5,25 82(81) 11,15-33

26 6,1-7,29 83(82) 12,1-27

27 8,1-9,13 84(83) 12,28-44

28 10,1-11,27 85(84) 13,1-23

29 12,1-13,39 86(85) 13,24-37

30 14,1-15,37 87(86) 14,1-21

31 16,1-17,29 88(87) 14,22-52

JUNHO

Dia 1.ª Leitura OK 2ª Leitura OK 3ª Leitura OK

1 18,1-19,44 89(88) 14,53-72

2 20,1-26 90(89) 15,1-15

3 21,1-23,7 91(90) 15,16-47

4 23,8-24,25 92(91) 16,1-20

5 1 REIS 1,1-53 93(92) LUCAS 1,1-45

6 2,1-3,28 94(93) 1,46-80

7 4,1-5,32 95(94) 2,1-21

8 6,1-7,51 96(95) 2,22-52

9 8,1-9,28 97(96) 3,1-22

10 10,1-11,43 98(97) 3,23-38

11 12,1-14,31 99(98) 4,1-13

12 15,1-16,34 100(99) 4,14-44

13 17,1-18,46 101(100) 5,1-26

14 19,1-20,43 102(101) 5,27-39

15 21,1-29 103(102) 6,1-26

16 22,1-54 104(103) 6,27-49

17 2 REIS 1,1-2,25 105(104) 7,1-28

18 3,1-4,44 106(105) 7,29-50

19 5,1-7,2 107(106) 8,1-25

20 7,3-8,29 108(107) 8,26-56

21 9,1-10,36 109(108) 9,1-27

22 11,1-12,22 110(109) 9,28-50

23 13,1-14,29 111(110) 9,51-62

24 15,1-16,20 112(111) 10,1-24

25 17,1-41 113(112) 10,25-42

26 18,1-19,37 114(113) 11,1-28

27 20,1-21,26 115(114) 11,29-54

28 22,1-23,35 116(115) 12,1-34

29 24,1-25,30 117(116) 12,35-59

30 1 CRÓNICAS 1,1-2,55 118(117) 13,1-17

BOLETIM 14

Secção CADErNO TEMÁTICO

Conscientes da importância que a Páscoa tinha para a sua vida, os cristãos desde os tempos

apostólicos começaram a celebrá-la e bem cedo começaram também a reservar um tempo de prepa-ração para a celebração do Mistério Pascal. Esse período de preparação através de sucessivas ampliações, acabou por se fixar, no século IV, em quarenta dias, número muito rico de simbolismo. Na verdade, na História da Salvação, os grandes acontecimentos e os encontros decisivos do ho-mem com Deus estão ligados a esse número, que na Bíblia exprime também a totalidade da nossa vida. A Quaresma é, portanto, um período de quarenta dias de preparação para a Páscoa, «a maior das solenida-des», pois actualiza o Acontecimento culminante da História da Salvação. Era durante este «tempo aceitável, tempo de salva-ção» que os adultos, que haviam encontrado Cristo e se vinham iniciando, ao longo de vários anos, ao Mistério cristão, terminavam o seu catecumenato. Amparados por toda a comunidade, no início da Quaresma, começavam a sua «prova» e empreen-diam uma preparação mais intensa em ordem à sua incorporação em Cristo, pelo Baptismo recebido na noite da Páscoa. Por seu lado os cristãos, que haviam já ressuscitado, com Cristo, da morte do pecado para a vida do Es-pírito, esforçavam-se por fazer uma séria revisão da sua vida cristã, morrendo mais profundamente para o mal, consolidando a sua perfeição de Baptizados, crescendo na vida divina, de modo a participarem, mais intensa e vitalmente, no Mistério Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor.

Dimensões penitencial e baptismalDeste modo, como diz a Constituição conciliar sobre a reforma da Liturgia, a Quaresma tem uma dimensão penitencial e uma dimensão baptismal.

Tempo da

QuaresmaNa sua dimensão penitencial, a Quaresma é, para catecúmenos e baptizados, tempo de tomada de cons-ciência dos seus pecados, tempo de busca de Deus, tempo de conversão, o que implica, necessariamente, participação na luta e sacrifício de Cristo, pois a guerra contra o mal e a renovação interior no pensar, no amar e no agir, não se realizam sem esforço. Na sua dimensão baptismal, a Quaresma leva todos os baptizados a reviverem e a aprofundarem, acom-panhando o dinamismo dos catecúmenos, todas as etapas do caminho da fé, a fim de, consciente e generosamente, renovarem a sua aliança com Deus, juntamente com aqueles que a contraem no Baptis-mo, na noite de Páscoa.

Palavra de Deus na QuaresmaNesta caminhada espiritual, que é a Quaresma, somos alimentados pela Palavra de Deus, a qual nos faz reviver as grandes etapas da História da Salvação e as figuras que as encarnam: Adão – criação, pecado e gra-ça (1.º dom.); Abraão – vocação e promessa (2.º dom.); Moisés – aliança e lei (3.º dom.); David e reino messiâ-nico (4.º dom.); Ezequiel e a esperança dos profetas (5.º dom.); Isaías e o poema do Messias sofredor (Dom. de Ramos). Somos fortalecidos com os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, que nos ajudam a viver a nossa opção (1.º dom.) e a realizar o trabalho da nossa transfor-mação espiritual (2.º dom.), pois eles nos põem em contacto vital com Cristo, fonte de água viva (3.º dom. – Samaritana), luz do mundo (4.º dom. – o cego curado); vida verdadeira que ultrapassa a morte física (5.º dom. – Lázaro).Nesta travessia, feita de dificuldades e trabalhos, em que o novo Povo de Deus está empenhado, temos um guia: é o mesmo Cristo, o Senhor que age na observân-cia quaresmal da Igreja, para levar os homens à paz, à liberdade, à vida divina e à perfeita comunhão com os irmãos.

BOLETIM 15

Que cada um olhe bem para dentro de si. Que esta Quaresma seja tempo de peregrinação interior.

Que o grupo de catequistas e cada catequista faça a sua Quaresma de mãos dadas unidos no essencial.

A proposta que fazemos é para ser concretizada a dois tempos:

1 No grupo de catequistas: que reflectindo escolhem, juntos, os símbolos que semana após semana vão colocan-do na caixa de areia e os respectivos textos explicativos.

2 Na Eucaristia: trocando as frases da caixa pelo símbolo escolhido explicando-o. Uma caixa de areia em frente ao altar simbolizando o deserto.

Momento Cartões para a caixa de areia Símbolo

Quarta-feira (cinzas) És pó!

1.º Domingo Pára!

2.º Domingo Atenção!

3.º Domingo Sacia!

4.º Domingo Vê!

5.º Domingo Crê!

Domingo de Ramos Aclama!

Quinta-feira Santa Saboreia!

Sexta-feira Santa Porquê? Cobrir a caixa com um pão preto ou roxo

SábadoSanto(Vigília Pascal)

Vida!Cruz (grande) do Ressuscitado (produzida e ornamentada pelos adolescentes do 8º ano que, na Vigília Pascal, têm o dia por excelência para a «Festa da Vida».Pais, filhos e avós podem ser convidados a encher a caixa de flores e velas.

Quaresma Uma proposta de

Caminhada naQuaresma

BOLETIM 16

Secção PrOPOSTAS DE rEUNIãO

Objectivos Gerais:– Apelar para a importância da vivência da fé no

ensino da fé cristã; – Compreender a importância das celebrações cristãs e dos sacramentos para uma vida mais comprometida com os valores cristãos; – Conhecer a natureza e as características próprias da festa e da celebração cristã.

Pistas para reflexão: 1 Por que razão não podemos dissociar o ensino da

fé cristã de toda a acção litúrgica e sacramental? 2 De que forma deverá a catequese iniciar o cate-

quizando na celebrações litúrgicas e sacramentais, fomentando a sua particicipação nas mesmas?

Reflexão: O ensino e a celebração da fé, da Palavra de Deus, não podem viver uma sem a outra dentro da Igreja. Em boa verdade, uma catequese que se dissocie da experiência cristã vivida em comunidade, é uma catequese alie-nada, exterior à realidade dessa comunidade e cujos conteúdos não são mais do que simples informações religiosas. Ainda que a transmissão da fé seja funda-mental, esta deve também ser vivida e celebrada nas acções litúrgicas, momento onde todos os cristãos celebram o Mistério Pascal. A Liturgia é, na verdade, a fonte e o cume de toda a vida cristã (cf. LG 11), onde os catequizandos experimentam e vivenciam em comunidade o que ouvem na catequese e descobrem sinais visíveis da experiência de Deus: "A catequese está intrinsecamente ligada a toda acção litúr-gica e sacramental. Pois é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transformação dos homens". (CCE 1074). Por sua vez, a Igreja, que transmite a fé como dom do Senhor, que está presente na Sua Igreja, especialmente nas acções litúrgicas (cf. SC 7), acredita ser importante que os cristãos participem activa, mas também conscien-temente, na liturgia, onde celebram a presença salvífica de Cristo. Destarte, à catequese, como caminho de fé e inserção na vida eclesial, compete iniciar o catequizando na liturgia, favorecendo o conhecimento dos significados litúrgicos e sacramentais, de forma a que a celebração dos ritos cristãos sejam, de facto, expressão dum caminho de fé que garanta a verdade e a autenticidade. Não se trata apenas de uma instrução sobre um determinado objecto religioso, mas uma iniciação viva e orante que deve levar

Catequese e Liturgiaà interiorização do culto litúrgico: “…a vida sacramental empobrece e bem depressa se torna um ritualismo oco, se ela não estiver fundada num conhecimento sério do que significam os sacramentos. E a catequese intelectu-aliza-se, se não for haurir vida numa prática sacramental” (CT 23). Os jovens devem ir adquirindo gradualmente consciência do que celebram os cristãos, porque é que a Eucaristia é o centro e o cume da vida cristã, qual a impor-tância da Palavra de Deus nas celebrações, que relação deve existir entre a fé vivida e a fé celebrada, etc. Deste modo, sendo a catequese uma aprendizagem dinâmica da fé, da vida cristã, e da celebração da Euca-ristia, esta não pode prescindir de momentos celebra-tivos e festivos fortes, porque sem expressão de fé não há comunicação nem amadurecimento da mesma. Daí que a catequese acompanhe, por exemplo, o ano litúrgico, vivendo o Tempo do Advento e da Quaresma, acrescida de celebrações paralitúrgicas e de momen-tos de oração. O importante é que estes sejam verda-deiramente momentos de celebração que inundem as crianças com a alegria de seguir o caminho do Senhor. Assim, a catequese deve conduzir o catequizando a uma experiência viva da presença e acção de Cristo na vida da Igreja, de modo a poder levar a um seguimen-to firme do Senhor e a um compromisso missionário. Quando as pessoas são evangelizadas a partir da sua própria vivência cristã e, a partir daí, se sentem chamados a se identificarem a Cristo, a liturgia e os sacramentos assumem nas suas vidas um novo valor e um sentido diferente.

BOLETIM 17

A Celebração Cristã e a importância da criatividade na sua construçãoObjectivos Gerais:

- Consciencializar para a importâncias das celebrações;- Saber preparar uma celebração; - Avaliar uma celebração. Sendo a celebração cristã uma festa, um encontro com Cristo vivo e com os irmãos, a catequese paroquial deve conduzir as crianças e jovens a uma participação cada vez maior nas celebrações. Congregados em comunidade, e conscientes da presença de Cristo Ressuscitado no meio delas, as pessoas encontram-se e participam da alegria de partilhar a sua fé, unindo as suas vozes e corações para o louvor a Deus “Onde dois ou três se reunirem em meu nome, Eu estarei no meio deles”. Não obstante, quando se trata de celebrações com crianças e jovens, é importante que estas sejam fortalecidas com uma grande criatividade, de modo a que estas pessoas vivam, de facto, a celebração cristã como um tempo de festa e de partilha. Em boa

Santuário de Fátima

verdade, não nos podemos esquecer que cada um vive e sente a sua fé de uma forma que lhes é muito própria e sentem o desejo de a expressar na sua própria linguagem. Daí a necessidade, cada vez mais urgente, de criarmos uma celebração em sintonia com a sua própria vida e com as suas expectativas e desejos, fomentando um clima de festa e onde eles se sintam bem. Assim, o catequista deve conscien-cializar-se que tem, cada vez mais, pela frente o desafio da criatividade nas suas celebrações, a fim de que os catequizandos não se sintam tentados a procurar outros espaços que melhor respondam às suas exigências. É importante que estes percepcio-nem a celebração como uma experiência de fé que os torna mais felizes na construção de um mundo novo. Conscientes da importância da criatividade nas nossas celebrações, expomos aqui algumas di-cas, que possam ajudar o catequista a construir uma celebração na catequese.

BOLETIM 18

CONSTRUIR UMA CELEBRAÇÃO CRISTÃ:

Para preparar uma celebração cristã com crianças e adolescentes, é necessário ter em conta, entre outras coisas, o seguinte:

– Preparação do local:a fim de facilitar a comunicação entre os vários

membros, deve-se ter em atenção a disposi-ção dos bancos, pelo que a melhor disposição deverá ser em semi-círculo. Não esquecer de prever as passagens para as deslocações neces-sárias durante o acto celebrativo, isto quando a celebração não é numa Igreja ou capela.

Devendo o ambiente da celebração ser um convite à oração, à escuta da Palavra e ao silêncio, deve-se ter em atenção os símbolos usados na celebração, predispondo-os no seu lugar, antecipadamente: flores, o círio aceso, os painéis, meios audiovisuais, etc.

– As leituras e a partilha da Palavra: Quando pretendemos escolher as leituras que

deverão objecto de reflexão nas celebrações criadas, devemos atender ao seguinte:

Que acontecimento da vida de Jesus pre-tendemos celebrar?

Qual a mensagem que pretendemos trans-mitir aos nossos catequizandos, a partir da Palavra de Deus?

Que textos não bíblicos poderão servir para ler na celebração, de forma a poder ajudar a compreender a mensagem evangélica? Algum poema ou um conto?

Como e de que forma serão proclamadas as leituras bíblicas escolhidas? - Leituras em forma dialogada, repetição de certas frases, expressão em gestos, dramatização sóbria e discreta, fundo musical, visualização de diapositivos, etc.

Como será feito o comentário: será apenas o animador a comentar ou será feita uma partilha entre todos os membros da assem-bleia?

Que oração ou orações podemos utilizar?

Aquando a partilha da Palavra, deve-se procu-rar criar esquemas que fomentem a participa-ção de todos os membros da assembleia, de forma a que esta nunca se torne um monólogo. O celebrante poderá, por exemplo, dar a pala-vra aos catequizandos, dialogando com eles, a partir de determinadas questões.

Não esquecer que o livro da Palavra de Deus deve estar sempre embelezado e colocado em destaque, para que todos os membros o possam ver.

– Os elementos simbólicos: Em todas as celebrações, há, depois de procla-

mada a Palavra, um momento simbólico, no qual as crianças e os adolescentes expressam a sua atitude de fé. É, pois, importante que, ao construir uma celebração, se pense em quais as acções simbólicas a por em acção naquele mo-mento (gestos, atitudes, movimentos, dramati-zações, dança, etc) e quais os símbolos a utilizar no decorrer da celebração (luz, água, sal, frutos, livro, martelo, relógio, raiz, etc.).

Este momento deve ser devidamente introdu-zido, devendo o clima criado favorecer a inte-riorização, de modo a que as crianças sintam a alegria de acreditar, de amar e de esperar.

– Os cânticos: Uma vez que a celebração deve exprimir a ale-

gria de estar com Jesus, os cânticos escolhidos devem ser alegres e bem ritmados, condizentes com o tema geral da celebração.

Nota: No final de cada celebração, é importante que o grupo de catequistas proceda a uma avaliação da mesma, de forma a verificar se os objectivos propostos foram atingidos. Para tal, pode-se responder às seguin-tes questões:

Houve participação de todos os membros da assembleia?

Criou-se um clima de festa, simples e medi-tativo?

Os leitores proclamaram bem a Palavra?Como se integrou a música na celebração? As acções simbólicas foram bem realizadas?Como resultou a partilha da Palavra?O local da celebração estava devidamente

preparado? Todos os elementos da assembleia viam e

ouviam bem?Brotou da celebração a necessidade de um

verdadeiro compromisso?

BOLETIM 19

V – VERTICAL H – HORIzONTAL

3H Acto de incluir, introduzir, implantar, enxertar.14V Gradual.4H Colectividade do nós por oposição à sociedade, que é a colecti-

vidade do se, da gente, impessoal e anónima.5H Inclinação da inteligência para respeitar o que ultrapassa a

razão. O que está bem escondido e oculto, seja aquilo que é contido, desígnio secreto, seja aquilo que contém, rito reservado aos iniciados.

6H Do grego «ungido» e do aramaico Messias. Título que desde a época apostólica, se torna o nome próprio de Jesus.

7H O termo original tem um sentido profano: serviço público, oficial, administração ou função. Os conceitos relativos a este termo foram evoluindo ao longo dos séculos. A partir do séc. XVIII é:

•emsentidolatooconjuntodocultooficialdaIgreja.Teologi-camente é o conjunto dos sinais eficazes da santificação e do culto da Igreja e,

•emsentidoestrito,oordenamentodocultodivinosegundoasleis e costumes de uma Igreja ou Igrejas. Conjunto dos ritos em vigor para o exercício dos actos de culto, orações e cerimónias.

8H Convocação santa feita por Deus em Cristo nestes tempos em ordem ao seu Reino, uma construção espiritual de santidade entre os homens, um novo Israel de Deus.

Instituição ao serviço da comunidade dos Santos para a guiar espiritualmente, ensinar e governar.

9H Acção de servir de intermediário. Aquele que põe em comuni-cação o homem ou um grupo com outro.

10H O próprio agir enquanto se realiza.11H Presente, dádiva, dotes naturais.13H Acto ou efeito de eduzir, isto é, deduzir, extrair.14H Norma. Disposição dos órgãos (de uma instituição) e conjunto

de leis que o regem.15H Metódica. Relativo a um sistema.16H Absolutamente necessário, indispensável; peculiar. O ponto

capital, a coisa principal.18H Ser que se move por si mesmo, pelo menos em certas operações e

tem três grandes graus: vegetativa, sensitiva e inteligível. Pode ser … da graça, … cristã, … sobrenatural, … espiritual, … nova.

7Hb Sinal ritual de uma realidade invisível e sagrada, destinada a santificar os homens.

Sinais sagrados característicos da Igreja nas quais ela une os crentes ao mistério de Cristo e prolonga a acção santificadora do Salvador.

Secção PASSATEMPO

Cada sinal sacramental tem um tríplice significado: - (passado) significa a Páscoa de Cristo (Morte-Ressurreição); - (presente) significa uma graça que Cristo simboliza; - (futuro) anuncia o acabamento da graça: a glória dos eleitos

com Cristo;12Hb Comprometer-se, garantir por seu lado, assegurar.13Hb Característica do acto voluntário; Senhor de si mesmo (faculda-

de de uma pessoa poder dispor de si). A vontade que põem em movimento. Fazer ou não fazer pelo seu livre arbítrio.

22V Designação de Deus, segundo a qual n’Ele há três pessoas, re-almente distintas, iguais e consubstanciais, numa só indivisível natureza. Mistério de fé.

• As soluções são publicadas na próxima edição.

Iniciação Cristã

SOLUÇÃO DO NúMERO ANTERIOR

CAIXA DE PErGUNTAS

“A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, que compreende essencialmente o ensino da doutrina cristã” CT 18), e que pressupõe uma adesão inicial, levando cada um à sua Profissão de Fé viva, explícita e actuante (cf. DGC 66).

Acreditamos que, de forma a suscitar, a despertar, a descobrir e a fazer crescer a fé no catequizando, o catequista deve, sobretudo, procurar seguir e imitar a pedagogia de Deus, ou seja, a pedagogia do amor, aceitando cada catequizando tal como ele é, amando-os e respeitando-os nas suas diferenças, individualidades e ritmos próprios de crescimento na fé, para que os catequizandos possam acolher novos modelos de acção. Tal como a vida e a mensagem de Jesus são um convite permanente a uma nova forma de pensar, de amar, de agir e de viver, também o catequista deve procurar seguir uma pedagogia pautada pela atenção e pelo respeito às pessoas; pela escuta e pelo diálogo, num processo de enriquecimento recíproco, aproximando-se dos seus catequizandos. É importante que, na catequese, o catequizando entre em diálogo e comunhão com Deus, aprenda á amá-lo e a reconhecê-lo como centro da vida humana. Num processo de crescimento da fé, o catequista deve favorecer a relação espon-tânea de uns com os outros, deve estar atento a cada um dos seus jovens para acolher o que cada um comunica. Com efeito, cada um de nós tem uma semente de Deus que se vai desabrochando nos nossos corações. O cate-quista deve, pois, servir de ponte para essa aproximação progressiva a Jesus.Além disso, é importante que, nos diálogos criados com o catequizando, o catequista lhe mostre a importância da vivência da fé nas comunidades cristãs, para que ele, gradualmente, sinta este desejo de participar nas Eucaristias. Não nos esqueçamos que quem catequiza é o Espírito Santo. Devemos deixar que o Espírito Santo trabalhe no interior de cada catequizando, de forma a que este desejo frutifique espontaneamente em cada um: “Graças ao dom do Espírito Santo enviado por Cristo, o discípulo cresce como o seu Mestre ‘em sabedoria, em estatura e em graça diante dos homens’” (DGC 142).Por fim, para que o catequizando sinta o desejo de participar na Eucaristia, o catequista não se pode esquecer da importância do seu testemunho, De facto, além de ser uma pessoa que sabe ensinar e transmitir a riqueza da Mensagem de Cristo, o catequista é também uma testemunha da fé; é alguém convencido dos valores que anuncia e que orientam a sua vida. Assim sendo, o catequista não é uma pessoa indiferente e distante dos valores que anuncia, mas, pelo contrário, é alguém que vive profundamente o que propõe e o que quer comunicar. É cada vez mais importante que o catequista seja sempre um testemunho autêntico da sua fé; o seu testemunho será um sinal capaz de suscitar interrogações naqueles com que convive e partilha a sua fé: “o homem contemporâneo escuta com mais gosto os que dão testemunho, do que aqueles que só ensinam” (EN 41). Desta forma, os catequizandos irão, gradualmente, adquirindo a consciência do sentido da Eucaristia e qual a sua importância na vida de todo o cristão.

centro cultural e pastoral da arquidioceseruadeS.Domingos,94B•4710-435Braga•tel.253203180•[email protected]•www.diocese-braga.pt/catequese

COmO POssO fomentar no catequizando o desejode participar regularmente na Eucaristia ?