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 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL – PUCRS FACULDADE DE ENGENHARIA CAIÃ DIEGO MÜSSNICH EDERSON DOS SANTOS BROCHADEIRAS Porto Alegre – RS Maio de 2010

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO

SUL – PUCRS

FACULDADE DE ENGENHARIA

CAIÃ

DIEGO MÜSSNICH

EDERSON DOS SANTOS

BROCHADEIRAS

Porto Alegre – RS

Maio de 2010

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CAIÃ

DIEGO MÜSSNICH

EDERSON DOS SANTOS

BROCHADEIRAS

Trabalho apresentado a Prof Dr. NilsonValega da disciplina de Usinagem,

turma 370, do curso de Engenharia

Mecânica e Mecatrônica, da Pontifícia

Universidade Católica do Rio grande do

Sul.

Porto Alegre – RS

Maio de 2010.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Brochadeira.............................................................................................9

Figura 2 - Brochadeira vertical..............................................................................10

Figura 3 - Brochadeira horizontal...........................................................................11

Figura 4 - Brochamento.........................................................................................12

Figura 5 - Brochamento externo e interno.............................................................13

Figura 6 - Processo de brochadura........................................................................13

Figura 7 - Óleos Refrigerantes...............................................................................16

Figura 8 - Brochas internas de tração....................................................................18

Figura 9 - Brochas internas de compressão...........................................................18

Figura 10 - Cabeças de tração...............................................................................19

Figura 11 - Guias...................................................................................................20

Figura 12 - Brochas...............................................................................................21

Figura 13 - Detalhes da geometria dos dentes de uma brocha..............................22

Figura 14 - Geometria dos dentes de desbaste......................................................22

Figura 15 - Influência do perfil do dente na formação do cavaco...........................23

Figura 16 - Perfil dos dentes de calibração............................................................24

Figura 17 - Ângulos do gume de corte e avanço....................................................24

Figura 18 - Avanço................................................................................................25

Figura 19 - Afiação das brochas.............................................................................26

Figura 20 - Progressão de corte.............................................................................33

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4

Figura 21 - Força Total de brocheamento..............................................................35

Figura 22 - Progressão do corte e formação de cavaco..........................................43

Figura 23 - Raios R e r...........................................................................................44

Figura 24 - Formação de Cavaco...........................................................................45

Figura 25 - Quebra – cavaco..................................................................................46

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LISTA DE TABELAS

 Tabela 1 - Ângulos.................................................................................................23

 Tabela 2 - Relação de velocidades de corte...........................................................28

 Tabela 3 - Fatores de multiplicação da velocidade de corte...................................28

 Tabela 4 - Tempo de usinagem em brochadeiras..................................................30

 Tabela 5 - Profundidade de corte, em mm.............................................................32

 Tabela 6 - Resistência Específica de corte.............................................................37

 Tabela 7 - Fluído refrigerante x índice de usinabilidade.........................................41

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

BROCHEADEIRA......................................................................................................7

BROCHAMENTO.....................................................................................................11

MATERIAS BROCHÁVEIS E FLUÍDOS UTILIZADOS:.................................................15

BROCHAS:............................................................................................................16

VELOCIDADE DE CORTE........................................................................................27

 TEMPO DE USINAGEM ...........................................................................................29

PROFUNDIDADE DE CORTE....................................................................................32

ACABAMENTO SUPERFICIAL...................................................................................34

FORÇA TOTAL DE BROCHEAMENTO.......................................................................35

POTÊNCIA DE BROCHEAMENTO.............................................................................38

REFRIGERAÇÃO DE CORTE....................................................................................40

CAVACO................................................................................................................43

EMPREGO E LIMITAÇÕES DE USO..........................................................................46

CONCLUSÃO..........................................................................................................47

INTRODUÇÃO

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7

Iniciamos este trabalho de pesquisa sobre o funcionamento operacional das

máquinas de usinagem denominadas brochadeiras. Esperamos mostrar o

funcionamento das mesmas, quando elas devem ser empregadas, tipos de

máquinas e ferramental utilizado, vantagens e desvantagens do seu uso.

Portanto, esperamos adquirir novos conhecimentos quanto ao funcionamento

da máquina brochadeira e passar a todos que lerem o trabalho que segue, um

pouco deste processo de usinagem.

BROCHEADEIRA

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8

Para termos uma noção desta máquina operatriz chamada brochadeira

devemos buscar um pouco da história dela: a patente da brochadeira surgiu em

1873 nos Estado Unidos, logo depois em 1882 surge a 1ª máquina de brochear 

externamente, essas opeações vão sendo aplicadas, quando em 1914 começam a

aparecer as primeiras máquinas de duplo cabeçote, então em 1921 surge as

brochadeiras verticas de tração ou compressão e em 1925 a produção já pode ser 

em série. Atualmente as máquinas de brochamento suportam ate 100 toneladas.

  A brochadeira é uma máquina operatriz responsável pela operação de

usinagem que é denominada de brochamento. Esta peração consiste em arrancar 

linear e progressivamente o cavaco da superfície de uma detreminada peça.

As brochadeiras são basicamente um mecanismo que produz o movimento

relativo entre a ferramenta que é chamada de brocha e a peça, que normalmente é

linear, denominadas máquinas de brochar. As máquinas têm o seu acionamento nagrande maioria de maneira hidráulica, por exigir uma grande força.

 A brochadeira é utilizada quando necessário a obtenção de trabalhos com

perfis internos ou externos com canaletas, estrias, dentes. A industria utiliza desta,

pois a brochadeira substitui com rendimento e precisão os serviços especias das

fresadoras, plainas ou tornos utilizadando menos tempo. Estas maquinas possuem

ferramentas que possuem ferramentas que atuam uma em seguida da outra, em

trabalhos em série.

Existem diferentes tipos de brochadeiras, para diferentes funcionamentos,

algumas tracionam o objeto, já outras comprimem o objeto e outras que tracionam e

comprimem o objeto. As brochadeiras que comprimem o objeto trabalhado

normalmente são brochadeiras verticais e as que tracionam o objeto trabalhado são

as horizontais.

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1.1 TIPOS DE BROCHADEIRAS

Figura 1 - Brochadeira

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Pelo fatos das brochadeiras serem utiliazadas para diferentes tipos de

trabalhos, temos mais de um tipo de brochadeiras que basicamente dividem-se emdois tipos: As brochadeiras verticais e as brochadeiras horizontais.

Brochadeira Vertical: são as que têm uma disposição vertical e que usam

quase sempre da força de compressão. Mas pode ser utilizada para o tracionamento

também e em outros até mesmo usar das duas forças, tanto para o brochamento

externo como para o brochamento interno. Quando não se têm muito espaço, a

vertical é a mais recomendada.

Brochadeira Horizontal: normalmente é utilizada quando há a necessidade deusar ferramentas com maiores comprimentos. Ela é bastante utilizada na indústria

mecânica. Quando há um trabalho por força de tração necessita de ferramentas de

Figura 2 - Brochadeira vertical

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longos comprimentos a montagem que é feita deve ter cuidado para que não ocorra

a flexão da brocha pelo seu próprio peso.

 

BROCHAMENTO

Figura 3 - Brochadeira horizontal

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O brochamento é um processo de usinagem onde o movimento é linear. A

ferramenta possui diversos dentes com altura crescente, colocados em série paraque cada um corte de determinada profundidade. Á maquina operatriz desse

processo é conhecida como brochadeira e a ferramenta utilizada é a brocha Essa

operção é normalmente utilizada para a produção de grandes lotes, pois cada

operação tem a sua característica, algo que aumenta de maneira elevada o preço.

Este processo permite criar de maneira rápida encaixes com diferentes

geometrias para diferentes tipos de fixação. O brochamento pode ser interno com a

ferramenta atuando em um furo executado anteriormente na peça ou externamente

com a ferramenta atuando na periferia da peça. As penetrações de avanço são da

ordem de 0,06 a 0,15 mm de modo que as espessuras maiores resultam em um

número elevado de dentes em série tendo, portanto a necessidade de máquinas

com um curso elevado. Veja abaixo figuras ilustrativas:

Figura 4 - Brochamento

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Este equipamento é utilizado para realizar a operação de construir raias em

câmaras internas de peças usinadas. Normalmente costuma-se produzir raias

internas em canos de armas, que proporcionam o giro do projétil, quando o mesmo é

disparado. Confere a superfície do metal elevada característica mecânica, pois sua

utilização é feita por compactação e esmagamento da superfície.

1.2 MÉTODOS DE BROCHAMENTO

Figura 5 - Brochamento externo e interno

Figura 6 - Processo de brochadura

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Há diversas maneiras de classificar os métodos existentes de brochamento,

classifica-se eles como:

a) Tipo de superfície

- Interna (mais utilizado);

- Externa;

b) Movimento

- Da ferramenta (mais utilizado);

- Da peça;

c) Direção do movimento

- Vertical;

- Horizontal (mais utilizado);

d) Brochamento helicoidal

- Normal;

- Comandado;

e) Aplicação do esforço

- Por tração (mais utilizado);

- Por compressão.

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RESULTADO DE DIFERENTES TIPOS DE BROCHAMENTOS:

MATERIAS BROCHÁVEIS E FLUÍDOS UTILIZADOS:

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Os materiais que são usinados no brochamento são os mesmo que são

utilizados em praticamente todos o processos de usinagem, e basicamente são osaços, bronze, latão, zinco, ligas de alumínio de laminação (com cobre), ligas de

alumínio de fundição e tantos outros matérias brocháveis.

E outro fator muito importante também para a o brochamento é a escolha de

um fluido para fazer a refrigeração, sendo eles:

-Óleo mineral com base de enxofre ou misturas de óleos graxos, que é

utilizado em aços de poucas ou sem ligas;

-Óleo mineral com base de enxofre e tetracloreto de carbono, para coes

inoxidáveis ou com muitas ligas;

-Óleo solúvel e parafina ou trabalho a seco ou óleo solúvel puro ou óleo

mineral com base de enxofre, utilizado em ferros fundidos, latões e bronza;

-Óleo solúvel (ligas pouco siliciosas) ou Óleo mineral (ligas siliciosas)

 

BROCHAS:

Figura 7 - Óleos Refrigerantes

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 As brochas são as ferramentas que utiliza-se nas brochadeiras, com a

finalidade de realizar os mais diferentes tipo de de cortes lineares, em diferentes

formas, com alguma exceções. Normalmente é feita de um aço temperado e

revenido, baseado no tipo de material à usinar, relativamente comprida e que possui

diversos tipos de dentes dispostos em seqüência e com dimensões progressivas em

alturas crescentes até a forma final desejada, para trabalhar diversos tipos de

materiais.

Existem brochas de vários tipos, dependendo do trabalho que se tem a

realizar. Todas elas, entretanto, apresentam três partes distintas na região dos

dentes para o corte progressivo: desbaste, acabamento e calibração. Pode ser usada para aplainar ou gerar superfícies internas ou externas, de perfis regulares ou

irregulares.

 As brochas internas de tração, que são as mais utilizadas, possuem três

partes principais, que são: haste ou cabo, dentadura e guia posterior (com ou sem

suporte). Todas estas partes podem ser observadas na figura:

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No entanto, as brochas internas de compressão, não possuem a cabeça e o

cabo, ou seja, a haste é composta apenas da guia anterior:

Figura 8 - Brochas internas de tração

Figura 9 - Brochas internas de compressão

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g p

19

 A cabeça de tração é a parte da brocha onde se conecta o dispositivo de

tração da brochadeira. Sua forma depende do tipo de fixação permitida pela

máquina. Há vários padrões, como mostra a figura:

Figura 10 - Cabeças de tração

  A guia anterior tem

por finalidade centrar a

ferramenta no furo

inicial. Deve ter um

comprimento mínimo

igual ao comprimento a

ser brochado

(espessura da peça)

e seu diâmetro deve ser 

igual ao do furo inicial.

Veja a figura:

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 A guia posterior tem diâmetro igual ao mínimo diâmetro da forma brochada

para que possa passar por ela. Seu comprimento é usualmente adotado entre 0.5 ou

0.7 do comprimento a ser brochado (desde que não seja menor que 10 mm). A

dentadura é responsável pela remoção do material. Como já foi dito, é composta de

três partes: desbaste, acabamento e calibração. A região de calibração possui de 3

a 6 dentes, todos com a mesma dimensão, e que tem por objetivo, como o próprio

nome diz, calibrar a forma e dar o acabamento final.

Figura 11 - Guias

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1.3 GEOMETRIA DOS DENTES DE UMA BROCHA

Os dentes das brochas são componentes muito importantes no processo de

brochamento, pois são eles que realizam o corte do material e determinam a

profundidade de corte. Eles são dispostos em série e apresentam altura crescente.

No brochamento a máquina atua com a força e velocidade e a ferramenta por si só é

que determina o avanço, que será determinado pelo seu desenho e projeto.

Os primeiros dentes, de desbaste, são de dimensões aproximadas das

medidas finais da peça para arrancar o material e assegurar o corte, e enquanto os

dentes de acabamento se aproximam progressivamente da forma final desejada.

  Abaixo apresentamos uma vista dos dentes de uma brocha onde é possível

identificar as principais superfícies além das ranhuras de quebra cavaco.

Figura 12 - Brochas

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Figura 13 - Detalhes da geometria dos dentes de uma brocha

 A distância entre um dente e outro é definido como passo dos dentes (P).

Passo dos dentes é um dos mais importantes elementos no projeto de uma brocha,

pois determinam o número de dentes em corte simultâneo, a força de tração, a

capacidade da bolsa de cavacos e o comprimento da brocha. A altura medida entre

o fundo do dente e a ponta de corte é dado por h. Vemos também os ângulos de

saída(γ) e folga(α). A diferença entre as alturas dos gumes cortantes (a) é o avanço.

Figura 14 - Geometria dos dentes de desbaste

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Tabela 1 - Ângulos

Os raios de concordância R e r devem ser definidos de forma que ajudem a

formação de cavaco, buscando não parti-lo, como mostra a figura abaixo. O cavaco

bem formado enrola-se e não possui arestas pontiagudas em contato com a

ferramenta. Um cavaco que se parte gera diversas arestas que podem danificar o

acabamento da peça que está sendo usinada e também a própria ferramenta.

Figura 15 - Influência do perfil do dente na formação do cavaco

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 A figura 17 mostra o perfil de dentes com θ=30º e θ=45º.Observamos a

mudança dos raios R e r e que são dentes de calibração notado a partir da presença

da plataforma paralela ao eixo longitudinal da brocha, de comprimento f, que permite

o reafiamento sem perda da altura h.

Figura 16 - Perfil dos dentes de calibração

 A figura 18 apresenta apenas os ângulos que definem o dente e o avanço a.

Figura 17 - Ângulos do gume de corte e avanço

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 A figura 19 reforça que o avanço a é igual para todos os dentes de uma

mesma parte da dentadura.

Figura 18 - Avanço

1.4 AFIAÇÃO DAS BROCHAS

 As brochas podem ter uma longa vida útil se tiverem um bom processo de

reafiação. Tem que se escolher corretamente o rebolo para cada operação de

afiação, uma vez que sua forma, dimensão, tipo de abrasivo, tamanho de grão, grau

de estrutura, influem na velocidade de trabalho, evitam a queima da brocha ou a

vitrificação do próprio rebolo.

Geralmente emprega-se rebolo em forma de pires, com cantos arredondados,

para afiar o ângulo de saída de brochas redondas, e do tipo de copo cônico para

afiar brochas de superfície.

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Figura 19 - Afiação das brochas

 As brochas requerem afiação quando:

  A operação de brochamento começa a requerer mais força da

máquina;

 Acabamento insatisfatório começa a ser evidente no produto;

 A seção de corte da brocha apresenta sinais de desgaste;

Vibrações ou chiados surgem durante o processo.

Uma brocha afiada corretamente:

 Assegura uma usinagem precisa e de qualidade;

Tem menos tendência a desvios;

 Assegura uma forma ou perfil preciso;

 Aumenta a vida útil da brocha(em vários anos);

Corta custos.

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VELOCIDADE DE CORTE

No brochamento, vários fatores influem na velocidade de corte:

 Ângulos de incidência, de saída, da cunha e do corte;

Perfil da aresta cortante;

 Acabamento das faces dos dentes;

Natureza do material da ferramenta;

Profundidade de corte;

Uso ou não de refrigeração;

Material a ser brocheado; Dureza e resistência do material da peça;

 Abrasividade.

 A tabela 2 mostra a relação entre diferentes materiais e a velocidade de corte

com uma brocha de aço rápido.

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Tabela 2 - Relação de velocidades de corte

Para brochas de outros materiais, essas velocidades de corte devem ser 

multiplicadas pelos fatores da tabela 3, em função da dureza do material da peça

que será brochada.

Tabela 3 - Fatores de multiplicação da velocidade de corte

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TEMPO DE USINAGEM

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O tempo de usinagem para a brochadeira é tabelado de acordo com a figura

abaixo.

Tabela 4 - Tempo de usinagem em brochadeiras

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LB = L + (2.50)

Observação: para Vc em m/min. utilizar Lb em metros.

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PROFUNDIDADE DE CORTE

 A progressão de corte depende de alguns fatores:

Dureza e tenacidade do material a brochear;

Tipo de operação de brochamento;

Grau de acabamento superficial desejado;

Tolerância especificada para cada peça;

Quantidade total do material a ser removido;

Do comprimento da superfície a usinar;

Rigidez da peça;

Dimensões da brocha.

Tabela 5 - Profundidade de corte, em mm

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33

O comprimento da superfície a usinar constitui fator que obriga a adoção de

menores profundidades de corte, para permitir que todo o material a ser removido

por cada dente possa ser acomodado na cavidade de cavacos.

Figura 20 - Progressão de corte

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34

ACABAMENTO SUPERFICIAL

O brocheamento proporciona um bom acabamento superficial, só

utrapassado por processos de usinagem por abrasão, tais como a retificação de

precisão, lapidação e polimento, todos de rendimento inferior. Elimina a necessidade

de um outro processo de acabamento posterior.

Produz superfícies com acabamento de 16 a 125 RMS, superior ao

torneamento, aplainamento, furação, etc.

RMS = √((1/n).(l1 2 + l2 2 + l3 2 + ...))

Sendo l1, l2, l3... as abcissas igualmente espaçadas e medidas da superfície a

uma linha central de referencia em milionésimos de polegada e n o nº de abcissas.

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35

FORÇA TOTAL DE BROCHEAMENTO

  A força total de brocheamento é a força F usada para determinar a

capacidade que a brochadeira deve ter para realizar a operação de corte.

Figura 21 - Força Total de brocheamento

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g ç

36

 A força total de brocheamento é dada pela fórmula:

F = F1 + F3

Sendo:

F1 = Resistência ao corte

F2 = Reação da peça absorvida pela brocha e pela peça

F3 = Resistência do atrito entre ferramenta e peça.

Calculada pela expressão:

F = S . Re

S = seção de corte em mm²

Re = Resistência específica de corte em kg/mm²

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Sendo que o S ainda é calculado pela seguinte expressão:

S = p . b

p = Profundidade de corte, em mm

b = Largura de corte, em mm

Os valores da Resistência Específica de corte, em kg/mm², são retirados da

tabela a seguir:

Portanto, a fórmula completa para calcular a Força F, segue abaixo:

F = p . b . Re . nc

Tabela 6 - Resistência Específica de corte

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n = nº máximo de dentes em corte, simultaneamente

c = coeficiente relativo ao refrigerante de corte

O coeficiente c, é definido pelos seguintes valores:

c = 1,0 para óleos solúveis em água ou corte a seco

c = 0,9 para óleos minerais

c = 0,8 para óleos vegetais

Para o cálculo do n, é necessário saber o comprimento do material usinado e

o tamanho do passo, pois o seu valor é definido pela forma a seguir:

n = C / t

C = Comprimento em mm

t = passo, em mm

POTÊNCIA DE BROCHEAMENTO

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Potência de brocheamento é a potência gerada na operação, sendo definida

em CV, dependendo dos valores de Força, F(kg) e da velocidade de corte, v(m/min),

definido conforme a expressão a seguir:

Sendo:

Pu = Potência útil absorvida na ferramenta

Para verificar a potência total (Pt) absorvida pela brocheadeira em corte, é

utilizada a seguinte expressão:

Onde:

Pt = Potência total absorvida pela brocheadeira em corte

Ŋ = Rendimento total da brocheadeira (motor)

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40

REFRIGERAÇÃO DE CORTE

Nas operações de brocheamento, muitas vezes se torna necessária autilização de um fluído refrigerante de corte, onde o mesmo possui as seguintes

funções:

- Lubrificar as cavidades dos dentes da brocha, permitindo que os cavacos

deslizem pela mesma com um mínimo de atrito, assim, não gerando calor em

demasia e consequentemente o desgaste dos dentes;

- Refrigerar a zona de corte absorvendo o calor desenvolvido no corte e o

gerado pelo atrito da plataforma dos dentes contra a superfície usinada;

- Auxiliar na remoção dos cavacos que possam estar impregnados ou não nos

dentes da brocha.

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 A escolha do refrigerante pode ser feita segundo o índice de usinabilidade do

material a ser brocheado, como pode ser visto na tabela abaixo:

Tabela 7 - Fluído refrigerante x índice de usinabilidade

Os fluídos refrigerantes também são escolhidos devido ao tipo de

brocheamento a ser realizado, conforme informações abaixo:

- Óleos solúveis: brocheamentos com pequena velocidade e profundidade de

corte;

- Óleos minerais: brocheamentos leves, de metais não ferrosos de elevado

índice de usinabilidade, devido a sua pouca ação antisoldante;

- Óleos sulfurados: brocheamentos onde existem altas pressões de corte,

impedindo a soldagem das falsas aparas;

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- Óleos graxos: brocheamentos de ligas de cobre, devido a sua oleosidade.

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CAVACO

O cavaco é arrancado em linha reta e progressivamente pela sucessão

ordenada das arestas de corte, vindo ao mesmo ficar preso na bolsa de cavaco. Na

imagem abaixo, pode ser verificada a altura diferente das arestas de corte,

removendo o cavaco:

Figura 22 - Progressão do corte e formação de cavaco

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O alojamento ou bolsa de cavacos é de extrema importância para a redução

do esforço de corte. Se este alojamento for muito pequeno para a quantidade de

cavaco gerada pela operação, pode aumentar o esforço de corte e podendo chegar 

a quebra da ferramenta.

Portanto, para estabelecer o tamanho do alojamento para o cavaco, é muito

importante saber a profundidade do corte, o comprimento do mesmo e o passo.

Os raios definidos na confecção do alojamento de cavacos na brocha, são de

extrema importância para a definição do tipo de cavaco que será gerado na

operação. Portanto, os raios R e r devem ajudar sempre para a formação do cavaco,

conforme imagem a seguir:

Figura 23 - Raios R e r 

Um cavaco bem formado, enrola-se e não possui arestas pontiagudas,

conforme pode ser visto a seguir:

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Figura 24 - Formação de Cavaco

1.5 QUEBRA – CAVACO

O quebra – cavaco é um artifício utilizado para as operações de usinagem,

visando facilitar a quebra do cavaco usinado e sua respectiva saída da peça e

ferramenta.

Para as operações de brochamento, os quebra – cavacos são retificados na

brocha, sobre formas de entalhe e de forma desencontrada, conforme pode ser 

visulizado na imagem abaixo:

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Figura 25 - Quebra – cavaco

O material deixado pelo entalhe, é retirado pela próxima aresta de corte. Os

últimos dentes da brocha, não podem possuir os entalhes do quebra – cavaco,

devido a peça estar em seu acabamento.

EMPREGO E LIMITAÇÕES DE USO

  As brochadeiras susbstituem com muita vantagem a plaina vertical, as

máquinas de mortejar, para execução de caneluras e estrias, os tornos e fresadoras

para perfis dentados, helicoidais, as limadoras, para execução de perfis externos,

entretanto o brocheamento é essencialmente aplicado para a produção em grandes

séries, uma vez que a brocha é geralmente projetada para realizar uma determinada

operação específica.

  Abaixo, seguem algumas vantagens e desvantagens do emprego de

brochadeiras:

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Vantagens:

Alta produtividade (única passagem da brocha);

Manutenção de tolerâncias estreitas de usinagens e bom

acabamento superficial;

Capacidade de produzir as mais diversas formas externas e

internas;

Vida longa da ferramenta;

Produção econômica.

Desvantagens:

Investimento inicial elevado;

Ferramental caro;

Para oficinas com baixa produção.

CONCLUSÃO

Concluímos que as brochadeiras são máquinas utilizadas com sucesso para

grandes produções em série, devido a sua ferramenta ser fabricada geralmente para

uma operação específica. Utilizada para produção em série, substitui com muita

vantagem as máquinas de usinagem convencionais, como plainas verticais, tornos,

limadoras. Sendo a produção pequena, não vemos vantagem de substituir asmáquinas convencionais devido a variedade de ferramentas e o custo das mesmas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, José de Mendonça. Tecnologia Mecânica – Máquinas limadoras eretificadoras. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978

http://www.essel.com.br/cursos/material/01/ProcessosFabricacao/67proc.pdf 

http://www.fei.edu.br/mecanica/me733/Me733a/Apbrochamento01.pdf 

http://professorbertholdo.br.tripod.com/bertholdo14.html