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Boas Práticas Alimentares e Cuidados Nutricionais para Idosos Institucionalizados Volume 1: Desnutrição

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Boas Práticas Alimentares e Cuidados Nutricionais para Idosos

Institucionalizados

Volume 1: Desnutrição

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Ficha técnica

• Título: Boas Práticas Alimentares e Cuidados Nutricionais para Idosos Institucionalizados

• Propriedade: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

• Redação: Divisão de Ação, Social, Voluntariado e Saúde

Ivo Sousa, Ana Sofia Almeida

Contacto em caso de dúvidas ou sugestões :

[email protected]

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Conteúdos

• Contextualização

• Objetivos do Manual

• Desnutrição

– Definição

– Desnutrição e Envelhecimento

– Efeitos no Envelhecimento

• Protocolo de Boas Práticas de Prevenção

– Sinais Indicadores

– Elaboração de Ementas

– Monitorização

– Vigiar a ingestão alimentar

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Contextualização A população idosa está a aumentar a nível mundial, apresentando um maior e mais célebre crescimento quando comparada com as outras faixas etárias. Em Portugal, o índice de envelhecimento da população aumentou de 125.8 em 2011, para 153.2 em 2017. Cerca de 10% dos idosos portugueses usufruem do suporte das diferentes valências de apoio geriátrico, nomeadamente centro de dia (18%), lares (40%) e apoio domiciliário (35%). No concelho de Vila Nova de Gaia, 15.5% da população tem idade igual ou superior a 65 anos e 7.5% estão institucionalizados, designadamente 19.1%, em centros de dia, 30.3% em estruturas residenciais para idosos e 24.7% em apoio domiciliário.

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Contextualização Com o aumento da população idosa, a prevalência de patologias como a desnutrição (14,8%), a desidratação (11,6%), excesso de peso (44,3%) e obesidade (38,9%) estão a assumir uma expressão cada vez maior. Destacando a desnutrição, os idosos institucionalizados apresentam um maior risco do que os não institucionalizados (38,7% e 16,9%, respetivamente), devido ao potencial estado subnutrido ao qual se apresentam no momento de admissão.

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Objetivos do Manual Fornecer informação básica sobre alimentação

saudável no idoso;

Oferecer ajudas práticas para o planeamento da alimentação em instituições geriátricas;

Otimizar os cuidados nutricionais nas instituições geriátricas;

Promover a literacia alimentar e nutricional dos profissionais das instituições geriátricas;

Sensibilizar os responsáveis das instituições geriátricas para a importância dos cuidados nutricionais;

Contribuir para que as instituições geriátricas disponibilizem uma alimentação saudável, equilibrada, individualizada e adequada às necessidades dos idosos;

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Desnutrição

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Definição

A desnutrição é patologia caracterizada pelo défice de nutrientes e energia

devido a uma diminuição do consumo alimentar ou a um aumento das perdas

nutricionais. É transversal a todas as faixas etárias, existindo grupos de

indivíduos mais vulneráveis aos seus efeitos, como as crianças e os idosos.

Possui os seguintes sinais sugestivos:

1. Oscilações de Peso

2. Perda de Apetite

3. Náuseas, Vómitos e Diarreia

4. Fadiga

No entanto, a desnutrição nem sempre é detetável por estes sintomas, pelo

que é necessário recorrer a abordagens mais específicas.

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Desnutrição e Envelhecimento 11

O envelhecimento é um processo que acompanha o ser humano desde do nascimento até à sua morte. É uma etapa natural, irreversível, complexa e progressiva caracterizada por diversas alterações corporais fisiológicas, psicológicas e sociais, que condicionam o normal funcionamento do organismo. Estas alterações incluem perdas sensoriais, alterações gástricas, doenças renais e cardiovasculares, complicações na função neurológica, depressão, demência, úlceras de pressão, síndrome de fragilidade e sarcopenia.

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Desnutrição e Envelhecimento 12

A desnutrição é um estado relacionado com as alterações que acompanham o envelhecimento, nomeadamente:

• Diminuição da ingestão alimentar: causada pela disfagia (dificuldade a mastigar e a engolir os alimentos) e pelas perdas sensoriais;

• Aumento das perdas nutricionais e Alteração do metabolismo dos nutrientes ;

• Aumento das necessidades nutricionais, sendo um exemplo a maior necessidade proteica;

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Efeitos no Envelhecimento 13

• Aumento significativo da morbilidade e mortalidade.

• Aparecimento e agravamento de outras doenças e condições subjacentes.

• Atraso da recuperação, prolongamento do tempo de hospitalização, levando ao aumento da suscetibilidade face ao aparecimento de infeções.

• Aumento das despesas, do ponto de vista económico, visto que, os utentes desnutridos são mais propensos a necessitar de serviços sociais e de saúde.

• Diminuição da qualidade de vida.

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Efeitos no Envelhecimento 14

A Nutrição e a Alimentação são condicionantes da qualidade de vida, devendo-se intervir adequadamente ao nível dos estilos de vida, alimentação e atividade física. Os cuidados nutricionais nas instituições de apoio geriátrico são essenciais na manutenção da qualidade de vida dos utentes e na prevenção dos efeitos e consequências da desnutrição.

-> Necessidade de aplicar um protocolo de boas práticas

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Protocolo de Boas Práticas

1. Estar atento aos sinais e efeitos característicos da desnutrição;

2. Ter especial atenção na elaboração, preparação e confeção das ementas,

seguindo os princípios da Roda dos Alimentos;

3. Desenvolver listas contendo as necessidades alimentares especiais e

preferências dos utentes;

4. Fornecer uma boa ingestão proteica (equivalente a 1,2 g/kg corporal por

dia);

5. Incentivar a prática de atividade física para se manter ativo;

6. Efetuar monitorizações regulares idealmente logo no momento da

admissão;

7. Acompanhar a ingestão alimentar do residente ao longo dia;

8. Aplicar e cumprir com o Sistema de HACCP;

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18 Sinais Indicadores

(adaptado de Mahan L.K, Escott-Stump S. 2008, Cawood et al 2012, Malnutrition Task Force. 2013, Graça P. et al 2014)

Oscilações de Peso do Utente Perda de Apetite Náuseas Vómitos Diarreia Perda de peso não intencional Fadiga e Cansaço Anemia Depressão Fraqueza Muscular e perda de força Problemas de memória Enfraquecimento do sistema imunitário

Tabela 1 - Alertas para a possível presença da desnutrição

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Elaboração de Ementas 20

A elaboração das ementas deve ter em consideração : • O equilíbrio, variação e teor nutricional dos

componentes da refeição, de acordo com o contexto sociocultural dos utentes;

• Diversificação dos pratos, de acordo com as necessidades;

• Preferências e especificidades de cada utente;

• Periodicidade semanal. Este processo de elaboração deve ser realizado com a colaboração de todos os responsáveis no estabelecimento por este e com base no aconselhamento de um nutricionista. De uma forma geral, as ementas devem sempre fornecer uma alimentação saudável.

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Roda dos Alimentos 21

Guia Alimentar, desenvolvido e adaptado para a população portuguesa

Possuiu 7 grupos alimentares distintos e de diferentes tamanhos

Ilustra quais as porções alimentos que devem ser consumidos em maior e menor quantidades

Alimentação Completa, Equilibrada e Variada

Utilização desde 1977 na campanha “Saber comer é saber viver”.

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Roda dos Alimentos 22

Relativamente às porções recomendadas, de acordo com a Associação Portuguesa de Nutrição são utilizados valores intermédios:

4 Porções

4 Porções

2 Porções

2 Porções

7 Porções

2 Porções

1,5 Porções

Em que consiste uma

porção?

Consulte o Manual de

Planeamento de ementas e capitações.

Adaptado de Barbosa, M. et al. 2013 e Gregório, M. et al. 2017.

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23 Roda dos Alimentos

Oscilações de Peso do Utente Perda de Apetite Náuseas Vómitos Diarreia Perda de peso não intencional Fadiga e Cansaço Anemia Depressão Fraqueza Muscular e perda de força Problemas de memória Enfraquecimento do sistema imunitário

Tabela 2 – Princípios da Roda dos Alimentos e Atividade Física

Princípios da Roda dos Alimentos e Atividade Física

Princípios da Roda dos Alimentos Consumir preferencialmente frutas e hortícolas Escolher alimentos locais ou nacionais e da época Preparar refeições com diferentes cores, sabores, texturas, aromas e formas Utilizar ervas aromáticas e especiarias como tempero Beber água ao longo do dia Moderar o consumo de açúcar, sal e bebidas alcoólicas

Atividade Física Promover a prática de exercício de forma regular e não esporádica Não fazer exercício que lhe provoque dor Evitar exercícios bruscos e demasiado intensos

(Adaptado de Barbosa, M. et al. 2013 e Gregório, M. et al. 2017.)

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Roda dos Alimentos 24

Na prática, os princípios traduzem-se para:

• Fornecer 5 refeições por dia ;

• Assegurar, diariamente, a oferta durante as refeições intercalares de 240 mL de leite ou iogurte, ambos meios gordos (o equivalente a uma chávena almoçadeira de leite ou um iogurte);

• Distribuir 3 peças de fruta por dia a cada utente;

• Dar preferência aos pães e cereais integrais pouco açucarados, oferecendo uma porção diariamente a cada refeição intercalar (o equivalente a 1 pão, 6-8 bolachas ou uma chávena de cereais);

• Alternar entre o queijo, fiambre e manteiga/margarina como acompanhamento do pão durante o pequeno-almoço e as merendas;

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Roda dos Alimentos 25

Na prática, os princípios traduzem-se para:

• Fornecer pratos fritos e sobremesas doces em dias separados, esporadicamente;

• Variar as formas de confeção para precaver a monotonia à refeição;

• Evitar refeições monocromáticas, isto é, refeições feitas à base de alimentos muito semelhantes a nível de cor, sabor, textura e aspeto, não repetindo os ingredientes;

• Disponibilizar oleaginosas, isto nozes, amêndoas, avelãs ou pinhões (1/3 de chávena), no mínimo uma vez semanalmente;

• Confecionar o almoço e jantar de forma a fornecer uma refeição constituída por sopa, prato principal, sobremesa e água;

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Monitorização 27

• Peso

• IMC

• Instrumentos de Sinalização e Monitorização

3 Exemplos simples de formas de monitorização

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1. Calibrar a balança.

2. Retirar os sapatos e

usar roupa leve.

3. Subir devagar para a

plataforma.

4. Manter posição vertical

sem movimento.

5. Registar a medição até

0,1 kg.

Se possível, fazer a medição com a

bexiga vazia.

Idealmente, a medição deve ser

sempre feita à mesma hora do dia,

no caso de seguimento.

Podem ser feitas estimativas de

descontos de peso atribuídos à

roupa (arbitrários).

28 Medição do Peso

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Plano de Frankfurt – linha horizontal, paralela ao chão, que une o ponto mais baixo da

margem orbitária ao ponto mais alto da margem do meato acústico externo.

29 Medição do Estatura

1. Posicionar o indivíduo com a cabeça no plano de Frankfurt.

2. A cabeça, costas, nádegas e pernas devem (se possível) tocar a craveira.

3. Manter as pernas direitas, ombros relaxados, braços ao longo do corpo e os

pés descalços com os calcanhares próximos e as pontas dos pés afastadas .

4. A craveira do estadiómetro deverá ser baixada lentamente, comprimindo o

cabelo e contactando com o topo da cabeça (retirar acessórios de cabelo).

5. Os olhos do medidor devem estar ao nível do local da medição.

6. Registar a medição até 0,1 cm.

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30 Índice de Massa Corporal

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida da gordura corporal com base

na altura (em metros) e no peso (em kg) que se aplica tanto a homens e

mulheres adultos, apresentando escalas especificas para cada faixa etária

incluindo os idosos.

IMC

Tabela 3 – Cálculo e Escala do Índice de Massa Corporal

(adaptado de Lipschitz DA.1994.)

IMC (kg/m2) CLASSIFICAÇÃO

<22 Magreza

22-27 Eutrofia

>27 Obesidade

IMC = 𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔)

𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚 × 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚)

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31 Mini Nutritional Assessment

Short form

• Forma de rastreio e avaliação nutricional não invasiva;

• Bem validada para o público idoso;

• Versão simplificada do MNA completo, composta por 6 questões de pontuação máxima 14;

• Recomendado que seja aplicado o mais precocemente possível para identificar a desnutrição e dar aos profissionais a oportunidade de intervir num estágio inicial;

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32 Mini Nutritional Assessment

Short form

• Pode ser aplicada pelos profissionais de saúde ou cuidadores institucionais.;

• Usando esta ferramenta, consegue-se realizar uma intervenção médica e nutricional prevenindo o agravamento da desnutrição e melhorar o estado de saúde;

• Administrado em duas etapas: 1. Preencher o enunciado,

recolhendo as informações necessária.

2. Somar a pontuação e classificar.

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33 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA A Nos últimos três meses houve diminuição da ingestão alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir? 0 = diminuição grave da ingestão 1 = diminuição moderada da ingestão 2 = sem diminuição da ingestão

Perguntar ao utente: “Comeu menos que o normal nos últimos 3 meses?”; Se a resposta for sim, perguntar “comeu muito menos que antes ou só um pouco menos?”;

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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34 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA B Perda de peso nos últimos 3 meses 0 = superior a três quilos 1 = não sabe informar 2 = entre um e três quilos 3 = sem perda de peso

Perguntar ao utente: “Perdeu peso sem querer nos últimos 3 meses?” “A cintura das calças está mais larga?” Se a resposta for sim, perguntar “Quanto peso acha que perdeu? Mais ou menos do que 3 kg?”

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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35 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA C Mobilidade 0 = restrito ao leito ou à cadeira de rodas 1 = deambula, mas não é capaz de sair de casa 2 = normal

Perceber o estado do utente

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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36 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA D Passou por algum stress psicológico ou doença aguda nos últimos três meses? 0 = sim 2 = não

Perguntar ao utente: “Perdeu algum ente querido recentemente?” “Ficou doente recentemente?”

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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37 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA E Problemas neuropsicológicos 0 = demência ou depressão graves 1 = demência ligeira 2 = sem problemas psicológicos

Rever histórico médico do paciente e conversar com a equipa de enfermagem e/ou cuidadores para perceber o estado do utente.

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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38 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA F1 Índice de Massa Corporal = peso em kg/(estatura em m)2 0 = IMC < 19 1 = 19 ≤ IMC < 21 2 = 21 ≤ IMC < 23 3 = IMC ≥ 23

O IMC é calculado dividindo-se o peso (kg) pelo quadrado da altura (m2).

Se IMC não disponível, substituir a questão F1 pela questão F2. Não responder à questão F2 se a questão F1 já estiver completa.

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

IMC = 𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔)

𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚 × 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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39 Mini Nutritional Assessment

Short form

1.Preencher o enunciado, recolhendo as informações necessárias.

As perguntas presentes no enunciado do MNA podem ser feitas da seguinte forma

PERGUNTA F2 Circunferência da Perna (CP) em cm 0 = CP menor que 31 3 = CP maior ou igual a 31

O indivíduo deve permanecer de pé, com os braços pendentes ao longo do tronco. Os pés devem estar afastados e o peso igualmente distribuído sobre os dois pés. Colocar a fita métrica em volta da parte mais larga da perna e anotar a medida. Fazer medições adicionais acima e abaixo desse ponto, para assegurar-se de que a primeira medida era a maior.

Tabela 4 – Questões Mini Nutritional Assessement (continuação)

(adaptado de Guia para Completar a Mini Avaliação Nutricional – Nestlé Nutrition Institute.)

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40 Mini Nutritional Assessment

Short form

2. Somar a pontuação e classificar.

Aplicar a versão completa do MNA

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41 Mini Nutritional Assessment

versão completa

• Forma de rastreio e avaliação nutricional não invasiva, bem validada para o público idoso

• Composto por 18 questões derivadas de quatro parâmetros:

– Avaliação Antropométrica

– Avaliação Geral

– Avaliação Nutricional

– Autoavaliação

• Aplicado por profissionais de saúde que tenham recebido formação para esse efeito

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42 Mini Nutritional Assessment

versão completa

• O MNA é usado, não só como uma forma de deteção da desnutrição, mas também como um guia para orientar intervenções nutricionais.

• A fim de orientar a intervenção e corrigir potenciais erros, é crucial observar onde o paciente perde pontos no MNA e propor medidas para corrigir.

• Exemplos:

Ao ser detetada na monitorização, por ser uma causa comum de desnutrição, as intervenções devem ser direcionadas para reduzi-la sempre que possível.

Polimedicação Se o utente não for capaz de se alimentar sozinho, deve ser redobrada a atenção sobre os alimentos fornecidos e sobre o acompanhamento que lhe está a ser dado, bem como as dificuldades sentidas pelo cuidador.

Hábitos alimentares

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Vigiar a ingestão alimentar 44

1. Dividir os utentes em pequenos grupos, colocando entre um a dois cuidadores sobre vigia no momento da refeição.

2. Observar o prato no fim da refeição para a presença de desperdício.

3. Destacar a presença de perda de apetite, de acordo com:

3.1 Potenciais sintomas e causas da perda de apetite

3.2 A quantidade presente no prato e com os padrões alimentares demonstrados previamente pelo utente:

• Se restou mais comida que outrora pode ser um potencial indicio de perda de apetite.

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Vigiar a ingestão alimentar 45

Potenciais causas de perda de apetite:

Alterações no sistema digestivo, Alterações hormonais, Doenças Crónicas (insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência renal, doença hepática crónica, doença de Parkinson e cancro), Dores Corporais, Alterações Sensoriais, Alterações das necessidades energéticas

Causas fisiológicas

Ambiente da refeição pouco cativante, Estado de humor, Depressão, Delírio, Comer sozinho(a), Mudanças na rotina

Causas Psicossociais

Polimedicação, Interações Fármaco - Alimento

Causas Farmacológicas

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Conclusão

• Os idosos, principalmente os institucionalizados, são um grupo populacional muito vulnerável à presença de desnutrição.

• Esta patologia é caracterizada por sintomas e efeitos muito característicos sendo exemplos Oscilações de Peso do Utente, Perda de Apetite , Náuseas , Vómitos

• Para precaver e prevenir os efeitos da desnutrição existem boas práticas que devem ser implementadas de forma a garantir a manutenção de um bom estado de saúde ao utente idosos

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• Barbosa, M. et al. 2013. Ebook: Alimentação no Ciclo de Vida: Alimentação na pessoa idosa Associação Portuguesa dos Nutricionistas: nº31. Disponível: https://bit.ly/1jZnOCV data de consulta: 01/20/2019

• Carta Social. 2018. Gabinete de Estratégia e Planeamento disponível: http://www.cartasocial.pt/index2.php data de consulta: 01/20/19

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• Ferreira A. et al 2017 Proposta De Ferramenta De Avaliação Qualitativa De Ementas Destinadas A Idosos, Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável Direção-Geral da Saúde Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa pp.34 disponível: https://bit.ly/2mwoEK9 Disponível: https://bit.ly/1jZnOCV data de consulta: 02/14/2019

• Graça P. et al 2014. Portugal - Alimentação Saudável em números - 2014 In: Direção-Geral da Saúde

47 Referências Bibliográficas

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