boas praticas agrÍcolas cuidados até a colheita

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Boas Prticas Agrcolas para Produo de Alimentos Seguros no Campo

Cuidados at a ColheitaQualidade e Segurana dos AlimentosSrie

CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA - CNI CONSELHO NACIONAL DO SENAI Armando de Queiroz Monteiro Neto Diretor-Presidente CONSELHO NACIONAL DO SESI Jair Antonio Meneguelli Presidente AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA - ANVISA Cludio Maierovitch P. Henriques Diretor-Presidente Ricardo Oliva Diretor de Alimentos e Toxicologia CONFEDERAO NACIONAL DO COMRCIO - CNC CONSELHO NACIONAL DO SENAC CONSELHO NACIONAL DO SESC Antnio Oliveira Santos Presidente CONFEDERAO NACIONAL DA AGRICULTURA - CNA CONSELHO NACIONAL DO SENAR Antnio Ernesto Werna de Salvo Presidente EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA Slvio Crestana Diretor-Presidente Tatiana Deane de Abreu S Diretora-Executiva Kepler Eudides Filho Diretor-Executivo Jos Geraldo Eugnio de Frana Diretor-Executivo

SENAI DEPARTAMENTO NACIONAL Jos Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Torres Diretora de Operaes SEBRAE NACIONAL Paulo Tarciso Okamotto Diretor-Presidente Luiz Carlos Barboza Diretor Tcnico Csar Acosta Rech Diretor de Administrao e Finanas SESI - DEPARTAMENTO NACIONAL Armando Queiroz Monteiro Diretor-Nacional Rui Lima do Nascimento Diretor-Superintendente Jos Treigger Diretor de Operaes SENAC - DEPARTAMENTO NACIONAL Sidney da Silva Cunha Diretor Geral SESC - DEPARTAMENTO NACIONAL Marom Emile Abi-Abib Diretor Geral lvaro de Mello Salmito Diretor de Programas Sociais Fernando Dysarz Gerente de Esportes e Sade SENAR - SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL Antnio Ernesto Werna de Salvo Presidente do Conselho Deliberativo Geraldo Gontijo Ribeiro Secretrio-Executivo

Srie Qualidade e Segurana dos Alimentos

Boas Prticas Agrcolas para Produo de Alimentos Seguros no Campo

Cuidados at a Colheita

Embrapa Transferncia de Tecnologia Braslia, DF 2 0 0 5

2005. EMBRAPA Sede Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo em parte ou total deste material.

EMBRAPA - Sede Parque Estao Biolgica - PqEB s/n Edifcio Sede Caixa Postal: 040315 CEP 70770-900 Braslia-DF Tel.: (61) 3448 4433 Fax: (61) 3347 9668 Internet: www.embrapa.br/snt

FICHA CATALOGRFICAPAS Campo. Boas prticas agrcolas para produo de alimentos seguros no campo: cuidados at a colheita. Braslia, DF : Embrapa Transferncia de Tecnologia, 2005. 58 p. : il. (Srie Qualidade e segurana dos alimentos). PAS Campo - Programa Alimentos Seguros, Setor Campo. Convnio CNI/SENAI/ SEBRAE/EMBRAPA. ISBN 85-7383-302-5 1. Adubao. 2. Compostagem. 3. Contaminao. 4. Manejo de gua. 5. Manejo de solo. 6. Plantio. I. Programa Alimentos Seguros (PAS). II. Ttulo. III. Srie. CDD 363.192

S UMRIOA PRESENTAO ............................................... 5 I NTRODUO .................................................. 7 S ELEODA

REA ........................................... 9

C OMO I DENTIFICAR PROBLEMAS ? ..........................12 E SCOLHA S EMENTES A DUBOSE DA E

C ULTURA ......................................14 MUDAS ........................................15

C ORRETIVOS .....................................24E

F ERTILIZANTES ORGNICOS

E STERCO .................... 28

C ULTIVO P ROTEGIDO ........................................35 P RODUODE

B ROTOS ......................................37

Q UALIDADE DA GUA ....................................... 40 E SGOTO E LIXO ..............................................49 C UIDADOSNA

C OLHEITA ....................................54

B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA ................................58

A PRESENTAOA unidade de produo rural o elo primrio da cadeia produtiva de alimentos. Portanto, a forma como est organizada e os procedimentos adotados iro interferir diretamente na qualidade e na segurana dos alimentos produzidos, com conseqncias para os demais elos da cadeia produtiva. Dependendo dos cuidados tomados na produo dos alimentos haver maior ou menor possibilidade dos produtos oferecidos populao serem saudveis e incuos, ou seja, sem riscos sade do consumidor. No mundo globalizado, a preocupao com a segurana do alimento tem sido cada vez maior. H uma crescente exigncia para que as indstrias, o comrcio e mais recentemente, a produo primria ofeream produtos seguros e demonstrem que trabalham com ferramentas que possibilitem esta segurana. Estas ferramentas so as Boas Prticas e o Sistema APPCC (Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle) e cada elo da cadeia produtiva deve estabelecer procedimentos e cumprir com critrios de desempenho que garantam a produo de alimentos seguros. Esse conjunto de cartilhas, alm de proporcionar uma viso geral sobre os perigos e as Boas Prticas, pretende auxiliar os produtores rurais a implantarem as Boas Prticas com uma viso dos princpios do Sistema APPCC, focando as prticas e os procedimentos crticos para o controle dos perigos em cada cultura.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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I NTRODUOMuitas pessoas ficam doentes depois de comerem alimentos produzidos de forma descuidada. Para que os alimentos possam ser seguros para a sade das pessoas os cuidados devem comear ainda no campo, na seleo da rea de produo e depois no plantio, passando por todas as etapas do cultivo at a colheita. Tais cuidados devem estender-se s etapas de ps-colheita (seleo, classificao, beneficiamento, empacotamento, armazenagem e transporte). E devem continuar durante a comercializao e na hora do preparo. Esses so os elos da cadeia produtiva dos alimentos, desde o campo at a mesa. Produzir alimento seguro coisa sria. Mas no difcil... As Boas Prticas Agrcolas so recomendaes que comeam a ser usadas no Brasil para ajudar o produtor rural a produzir alimentos seguros para os consumidores. O Programa Alimentos Seguros (PAS) est difundindo as Boas Prticas e os princpios do sistema APPCC (Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle) para identificar os perigos em todos os elos da cadeia produtiva do alimento e control-los. O objetivo desta cartilha introduzir as Boas Prticas Agrcolas no manejo do solo e das culturas e no uso da gua at a colheita dos produtos.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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S ELEO

DA

REA

As Boas Prticas Agrcolas comeam com a seleo da rea. preciso conhecer o histrico de uso do local. reas que j foram usadas para atividades industriais ou outras atividades que no sejam agrcolas podem estar contaminadas com microrganismos causadores de doenas ou com produtos qumicos txicos. Obter o histrico de uso da rea importante e ajuda muito a identificar os perigos potenciais. Informaes que precisam ser obtidas sobre o uso anterior do solo, incluem se o terreno j foi: Abatedouro ou curtume; Local de despejo de lixo, resduo industrial, produtos txicos, material radioativo e resduo de incinerao; Aterro sanitrio ou rea de manipulao de resduo sanitrio; rea de minerao, explorao de gs ou petrleo ou sujeita a vazamento de leo ou outros produtos txicos; rea sujeita a inundaes severas que possam ter trazido resduos qumicos de reas vizinhas; rea que j foi sujeita aplicao excessiva e indiscriminada de agrotxicos ou outros agroqumicos;

ESTAS REAS NO SERVEM MAIS PARA PLANTAR VEGETAIS QUE SERO USADOS COMO ALIMENTO OU RAO.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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A produo de alimentos deve ser feita em reas cujos arredores no apresentem riscos de contaminao para o produto agrcola. As reas perto de gua poluda ou quaisquer das situaes descritas anteriormente no devem ser usadas para produo de alimentos. Principalmente, se esto sujeitas a inundaes provocadas pela gua da chuva (enchentes).

A contaminao trazida pelos ventos (fumaa de lixes e de incineradores de lixo) tambm pode alcanar a produo. reas usadas para minerao ou que j foram sujeitas a derrame de petrleo podem estar contaminadas com metais pesados contaminantes ou poluentes qumicos. Se a contaminao est localizada fora da rea selecionada para plantio, medidas como o escoamento adequado da gua de chuva e avaliao peridica da qualidade da gua subterrnea devem ser devidamente consideradas.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Em todos esses casos, o melhor usar o terreno para reflorestamento, produo de fibras, ou biocombustvel. Isto porque grande o risco do alimento produzido ficar contaminado por produtos txicos, por metais pesados (contaminantes qumicos) ou por microrganismos que possam causar doenas ao homem e aos animais.

Se existir criao de animais a uma curta distncia do local de cultivo preciso avaliar as condies das instalaes para identificar os riscos potenciais de contaminao biolgica do solo, da gua subterrnea e dos cursos de gua pelos dejetos dos animais.

Em alguns casos pode ser necessrio o uso de barreiras fsicas, como cercas vivas, quebra-vento e possvel desvio de cursos de gua para proteger as reas de produo dos animais silvestres e de outras fontes de contaminaes. No caso de hortas, preciso dificultar o acesso de animais. Isto pode ser conseguido por meio de cercas (de arame ou cerca viva) ou de uma tela.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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COMO IDENTIFICAR PROBLEMAS?Saber identificar problemas de poluio muito importante. E pode ser aprendido facilmente. Deve fazer parte do programa de capacitao dos agricultores. fcil reconhecer um lixo, uma vala poluda, mas os antigos aterros sanitrios e depsitos de produtos qumicos so mais difceis de reconhecer. preciso conversar com os vizinhos, andar pelo terreno e prestar muita ateno nos detalhes. Procure por restos de lixo, embalagens vazias, latas e cacos de vidro.

Sempre que o histrico da rea puder ser identificado ou a avaliao indicar a existncia de perigos potenciais, so recomendadas anlises da gua subterrnea e do solo. Na dvida, deve-se buscar orientao tcnica e preparar um plano de coleta de amostras e de anlises. O resultado da anlise pode dizer se existe perigo de contaminao com produtos qumicos e metais pesados. A anlise um registro importante e deve ser guardada.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

HORA DE FAZER A VERIFICAO DESSAS PRTICAS NA SUA UNIDADE DE PRODUO 1- As reas vizinhas aos locais de cultivo no so fontes de contaminao para a cultura? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 2- Existem barreiras, cercas vivas ou outra cerca para dificultar o acesso de animais s reas de cultivo? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 3- H comprovao de que o local de cultivo no foi utilizado anteriormente para despejo de resduos qumicos, de lixo, para instalao de currais ou estbulos ou para criao de animais e nem como aterro sanitrio? ISTO CRTICO. ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 4- H histrico de que o local de cultivo no sofreu e no suscetvel a inundaes com arraste de resduos e de contaminantes? ISTO CRTICO. ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 5- H registro da anlise inicial do solo quanto a possveis contaminaes por metais pesados, hidrocarbonetos e outros poluentes? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA

APS OBTER AS RESPOSTAS E FAZER UMA AVALIAO DAS MESMAS, VOC DEVE VERIFICAR OS ITENS QUE NO ESTO DE ACORDO COM AS BOAS PRTICAS AGRCOLAS (ITENS NO CONFORMES) E ELABORAR UM PLANO DE AO CORRETIVA.

EXEMPLO DE PLANILHA PARA O PLANEJAMENTO DE AES CORRETIVASDESCRIO DO ITEM NO CONFORME AO CORRETIVA PRAZO RESPONSVEL

OBS: Aps o diagnstico e a elaborao do plano de aes corretivas e sua implantao, deve-se continuar monitorando, verificando e registrando se a situao continua "Conforme" ou se ocorreram desvios na aplicao das aes corretivas.CUIDADOS AT A COLHEITA

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ESCOLHA

DA

C ULTURA

A escolha da cultura precisa sempre considerar o clima da regio e o tipo de solo onde se vai plantar. S assim possvel ter sucesso no plantio. Por isso to importante ter um levantamento do solo da fazenda ou do stio e ter a rea de produo dividida em glebas ou parcelas de acordo com a anlise do solo e a aptido agrcola da regio. Depois disso, s preparar um mapa ou croqui da unidade de produo que ser usado para organizar a produo.

PRECISO OBSERVAR TAMBM SE O TIPO DE CULTURA ADEQUADO AO LOCAL.

Em reas montanhosas ou prximas a reservas biolgicas ou florestais, so mais indicados os sistemas agroflorestais, silvipastoris, agrosilvipastoris, ou culturas perenes, como os pomares. bom lembrar que o plantio de sementes transgnicas no est permitido em reas prximas a reservas biolgicas.

reas mais planas e mecanizveis so indicadas para as grandes culturas anuais (soja, milho, feijo, arroz, algodo, etc.). So tambm indicadas para hortas. Em qualquer situao, preciso considerar a aptido natural do solo para suporte da cultura e o clima da regio. O tcnico da extenso rural deve ser consultado para uma avaliao adequada da cultura, das variedades e do sistema de produo mais apropriado. O manejo usado e as culturas plantadas em cada gleba devem ser registrados no caderno de campo. Assim, fica muito fcil lembrar o histrico de uso de cada gleba do terreno quando for poca de planejamento da produo futura.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

S EMENTES

E

MUDAS

Para se ter uma boa plantao preciso escolher sementes ou mudas de qualidade. Deve-se usar variedades resistentes ou tolerantes a pragas e doenas, adequadas para a regio e de boa aceitao no mercado consumidor a que se destinam. Na aquisio da semente, o produtor deve sempre: Verificar o estado da embalagem; Observar a identificao adequada da variedade e do lote de sementes; Preferir variedades resistentes/tolerantes a pragas e doenas comercialmente importantes e adaptadas s condies de cultivo da regio; Verificar a porcentagem de germinao; Verificar o prazo de validade; Solicitar o certificado fitossanitrio. A semente de qualidade no tem mistura com outras sementes e constituda por uma nica variedade. No compre qualquer semente. Procure saber de onde ela veio e como foi produzida. E guarde o atestado de garantia e todas as informaes obtidas sobre as sementes.

O uso de uma semente de qualidade com certificado fitossanitrio garante o rpido estabelecimento da lavoura, com boa distribuio das plantas, livre da disseminao de plantas espontneas, agentes de doenas e pragas que possam comprometer a produo. Para avaliar a qualidade das sementes adquiridas, o agricultor pode recorrer a uma rede de laboratrios credenciados para anlise de sementes, sempre que for necessrio. Com as mudas, porta-enxertos e materiais vegetativos de propagao, os cuidados precisam ser ainda maiores. Muitas pragas e agentes de doenas podem ser introduzidos com estes materiais. preciso escolher bons fornecedores ou preparar as mudas na prpria unidade de produo.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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Deve-se verificar sinais de doenas e pragas e exigir registro de procedncia credenciada com certificado fitossanitrio, conforme a legislao em vigor. Todos os tratamentos fitossanitrios aplicados devem estar registrados no caderno de campo. A produo de mudas de qualidade depende da devida desinfestao do substrato. Preferencialmente, devem ser usados mtodos fsicos: solarizao do substrato com filme de plstico ou o uso de esterilizador solar. A fumigao s deve ser feita com produtos qumicos registrados para uso no viveiro e receitados por um tcnico. Deve-se seguir fielmente as recomendaes de uso para no contaminar as mudas e o ambiente.

As sementes podem ser tratadas com agrotxicos visando o controle e/ou proteo contra pragas e doenas. Tambm podem ser inoculadas com microrganismos benficos ou peletizadas (envolvidas com nutrientes e cola) para agregao de nutrientes. Como pode ser visto as Boas Prticas tambm devem ser aplicadas na formao das mudas. No caderno de campo, devem ser anotados: o local, o tipo e nome do produto e de seu fabricante, a quantidade, a data, o lote e tambm condies de uso, quem fez a aplicao e como o produto foi aplicado. Lembre-se: preciso guardar o certificado fitossanitrio e todos os documentos que comprovam a qualidade das sementes, mudas e porta-enxertos e demais materiais de propagao e anotar o nmero de lote e a marca do produto no caderno de campo.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

CUIDADOS

COM AS

SEMENTES

A semente um ser vivo e precisa respirar. Por isso, deve ser acondicionada em embalagens porosas que permitam a entrada de ar. As sementes precisam ser armazenadas com cuidado para que se mantenham viveis.

A fumigao de galpes ou depsito de sementes s deve ser feita com produtos registrados para esse fim e receitados por um tcnico. Deve-se seguir fielmente as recomendaes de uso para no contaminar as sementes. A fumigao com gs carbnico uma prtica alternativa que no deixa resduos que possam contaminar as sementes ou o ambiente. No caderno de campo, devem ser anotados: o nome do produto usado na fumigao, a quantidade, o dia, o lote e tambm quem preparou a soluo, quem fez a aplicao e como o produto foi aplicado. A umidade e a temperatura elevadas durante o armazenamento e o transporte de sementes so prejudiciais e provocam perda de vigor e do poder de germinao. As sementes devem ser protegidas contra bolores (fungos), insetos e roedores. Mas importante que as sementes no sejam armazenadas junto aos agrotxicos, fertilizantes, combustveis e lubrificantes pois pode acontecer uma contaminao acidental.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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HORA DE FAZER A VERIFICAO DESSAS PRTICAS NA SUA UNIDADE DE PRODUO 1- Na unidade de produo existem levantamentos e mapas/croquis do solo? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 2- Os mapas ou croquis so adequados para o planejamento das rotaes, plantaes e demais atividades de manejo da unidade de produo? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 3- Este mapa/croqui usado para programas de manejo agrcola? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 4- O sistema produtivo est compatvel com as aptides edafoclimticas e funes ecolgicas da regio? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 5- A seleo do local e do tipo de cultivo est apoiada em um estudo prvio do impacto ambiental? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 6- H documentao da procedncia, do credenciamento e da certificao de sanidade das sementes e/ou mudas? ISTO CRTICO. ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 7- As cultivares/variedades usadas tm resistncia/tolerncia a pragas e doenas importantes? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 8- O cultivo de sementes transgnicas est de acordo com a legislao vigente? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 9- O uso de fumigantes nos viveiros justificado? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 10- Existem registros de utilizao de substncias qumicas para a desinfestao de substratos, com a indicao de local, data, tipo de substncia utilizada, mtodo de esterilizao, condies de uso e operador? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA

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CUIDADOS AT A COLHEITA

11- H priorizao da desinfestao trmica frente ao uso de produtos qumicos para tratamento de substratos? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA

12- Existe garantia de que os substratos utilizados no representam uma fonte potencial de contaminao? ISTO CRTICO. ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA

APS OBTER AS RESPOSTAS E FAZER UMA AVALIAO DAS MESMAS, VOC DEVE VERIFICAR OS ITENS QUE NO ESTO DE ACORDO COM AS BOAS PRTICAS AGRCOLAS (ITENS NO CONFORMES) E ELABORAR UM PLANO DE AO CORRETIVA.

EXEMPLO DE PLANILHA PARA O PLANEJAMENTO DE AO CORRETIVADESCRIO DO ITEM NO CONFORME AO CORRETIVA PRAZO RESPONSVEL

OBS: Aps o diagnstico e a elaborao do plano de aes corretivas e sua implantao, deve-se continuar monitorando, verificando e registrando se a situao continua "Conforme" ou se ocorreram desvios na aplicao das aes corretivas.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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PREPARO

DO

SOLO

O preparo da terra a base de uma boa plantao. A fertilidade do solo depende de um manejo bem planejado. Nunca se deve plantar milho aps milho, soja aps soja, etc. Isso aumenta a quantidade de doenas e a necessidade de agrotxicos, alm da planta extrair nutrientes sempre na mesma camada de solo.

PARA MANTER A FERTILIDADE DO SOLO DEVE SER ESTABELECIDO UM PLANO DE ROTAO DAS CULTURAS

sempre bom relembrar que a arao e a semeadura devem ser feitas seguindo a curva de nvel do terreno. O terraceamento importante nas regies que apresentam declividade mais acentuada. Assim, a gua da chuva no escorre com velocidade arrastando a terra boa e os adubos aplicados.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Nas regies tropicais, a eroso responsvel por grandes perdas da camada frtil do solo, perda de adubos e conseqente perda da produtividade com o passar dos anos. A eroso tambm uma das causas de poluio de rios, lagoas e audes, provocando assoreamento e grandes perdas de investimento.

PERDER SOLO POR EROSO NO BOM PARA NINGUM!

Para muitas culturas, recomendvel o sistema de plantio direto ou o sistema de manejo da cobertura viva do solo. Estas prticas, por no envolverem arao, reduzem a eroso.

Tambm recomendvel fazer associao entre culturas. bastante comum o plantio do milho com o feijo ou outras leguminosas para adubo verde. o que chamamos de consrcio. O consrcio melhora a reciclagem dos nutrientes e diminui o ataque de pragas.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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LEMBRE-SE: O CULTIVO DE ESPCIES DIFERENTES EM FAIXAS ALTERNADAS UMA TCNICA QUE DIMINUI O ATAQUE DE PRAGAS E DOENAS.

Planeje o preparo do solo com antecedncia para no perder a melhor poca de semeadura. Plantar fora da melhor poca pode trazer prejuzo.

O solo um recurso natural que precisa ser conservado para que produza bem hoje e continue a produzir por muitas outras geraes.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

HORA DE FAZER A VERIFICAO DESSAS PRTICAS NA SUA UNIDADE DE PRODUO 1- Existe um plano de rotao/consorciao de culturas? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 2- H previso para a adoo de um plano de rotao de culturas? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 3- O manejo do solo feito de modo a garantir o controle da eroso do solo, evitando a contaminao de mananciais? ISTO CRTICO. ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA 4- A inexistncia de um plano de rotao de culturas justificada? ! SIM ! NO ! S VEZES ! NO SE APLICA

APS OBTER AS RESPOSTAS E FAZER UMA AVALIAO DAS MESMAS, VOC DEVE VERIFICAR OS ITENS QUE NO ESTO DE ACORDO COM AS BOAS PRTICAS AGRCOLAS (ITENS NO CONFORMES) E ELABORAR UM PLANO DE AO CORRETIVA.

EXEMPLO DE PLANILHA PARA O PLANEJAMENTO DE AO CORRETIVADESCRIO DO ITEM NO CONFORME AO CORRETIVA PRAZO RESPONSVEL

OBS: Aps o diagnstico e a elaborao do plano de aes corretivas e sua implantao, deve-se continuar monitorando, verificando e registrando se a situao continua "Conforme" ou se ocorreram desvios na aplicao das aes corretivas.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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ADUBOS

E

CORRETIVOS

Na hora de usar adubo, preciso preciso. Adubo de mais ou de menos prejuzo. Adubo demais, desperdcio. levado pelas chuvas e vai poluir lagoas, audes e riachos. Aplicando de menos, a plantao cresce pouco. Com a unidade de produo, fazenda ou stio, dividida em glebas com solo da mesma cor, com a mesma declividade e mesmo histrico de uso e manejo, fica mais fcil determinar a necessidade de adubos e corretivos para que os cultivos tenham bom desenvolvimento.

PROGRAMA

DE

COLETA

DE

A MOSTRAS

DE

SOLO

Para saber quanto adubo ou corretivo aplicar, preciso coletar amostras do solo. Gleba por gleba. E enviar as amostras para um laboratrio para que seja feita uma anlise qumica para fins de fertilidade e recomendao de fertilizantes e corretivos.

A coleta de amostras deve ser feita com muito cuidado. Essa uma etapa importante e qualquer erro pode comprometer a recomendao da quantidade de adubos e calcrio a ser usado.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Existem regras que precisam ser seguidas na coleta de amostras de solo para anlise: 1. Para tirar cada amostra, deve-se limpar o local, retirando os resduos de plantas. 2. Depois preciso fazer uma cova com a p reta ou enxado. A profundidade da amostra deve ser de 0 a 20 cm para as reas novas de formao. Nas culturas anuais em sistema de plantio direto ou em culturas perenes e pastagens j formadas, a profundidade da amostra deve ser de 0 a 10 cm; 3. Evitar as reas prximas a construes, brejos, voorocas, caminhos, formigueiros ou cupinzeiros; 4. No usar sacos usados de adubos e corretivos, embalagens de agrotxicos, cimento ou rao ou ento saquinho de leite para guardar as amostras; 5. O nmero de amostras simples deve ser proporcional ao tamanho da rea, sendo recomendadas de 10 a 20 amostras simples por hectare retiradas ao acaso enquanto se caminha em zig-zag pela gleba. 6. Ao final da caminhada, juntar todas as amostras da gleba e misturar muito bem. Guardar meio quilo dessa amostra composta em um saco plstico limpo. Amarrar bem e colocar uma etiqueta com a identificao da amostra. Colocar dentro de outro saco e amarrar bem.

CUIDADOS AT A COLHEITA

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Tudo deve ser anotado no caderno de campo: o dia e o nome de quem fez a coleta de amostras; as glebas onde foram coletadas as amostras; os resultados do laboratrio. Com a anlise do solo possvel saber com segurana qual adubo deve ser usado e quanto ser necessrio para cada gleba. Faa um planejamento da adubao para usar o que for necessrio, nem de mais nem de menos. Consulte um tcnico para ter maiores orientaes sobre: o levantamento do solo da sua unidade de produo; o procedimento para coleta de amostras de solo para anlise; a recomendao do tipo, quantidades e forma de aplicao de adubos e corretivos apropriados para cada cultura.

preciso tambm verificar a procedncia dos adubos e corretivos. Deve-se usar produtos registrados nos rgos competentes e garantidos quanto ao controle de contaminantes. Escolha bem seus fornecedores. Na dvida, sempre bom encaminhar o produto para ser analisado em laboratrio credenciado.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Os equipamentos utilizados para a adubao precisam ser regulados para garantir a melhor utilizao dos insumos. Tambm, as plantadeiras precisam de regulagem para no haver desperdcio com sementes de mais ou prejuzo com sementes de menos. Como prevenir melhor do que remediar, faa um plano de manuteno e registre: o que foi feito (por exemplo, troca de leo, regulagem), quando foi feita, como foi feita e quem fez a manuteno de cada equipamento,.

H muitas formas de aplicar os fertilizantes: adubao do solo em geral; adubao gradativa no sulco de plantio (mais econmica); adubao de manuteno no sulco ou em cobertura; adubao de fundao, feita nas covas no caso de culturas perenes; por peletizao (tratamento das sementes); adubao foliar, em geral como suplementao de outros tipos de adubao; fertirrigao, onde o fertilizante aplicado junto com a gua de irrigao.

Qualquer que seja a forma de aplicao de fertilizantes importante anotar no caderno de campo: o tipo do fertilizante usado, a marca, o lote, a quantidade, a data a gleba quem fez a adubao e como o fertilizante foi aplicado. preciso usar EPI apropriados para o manuseio de fertilizantes!

CUIDADOS AT A COLHEITA

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FERTILIZANTES O RGNICOS

E

E STERCO

A vida do solo depende da manuteno da matria orgnica. A matria orgnica do solo consiste de resduos de plantas e de animais depois que sofreram decomposio. A matria orgnica ajuda o solo a reter gua, libera nutrientes para as culturas e ajuda o solo a se recuperar de contaminaes qumicas e biolgicas. Quando o manejo inadequado, ocorre uma diminuio da quantidade de matria orgnica. Ocorre tambm perda da fertilidade e diminuio da produo e do lucro. Um manejo que prioriza a manuteno da matria orgnica deve considerar o plantio direto, o plantio de adubos verdes em consrcio ou rotao e o uso de fertilizantes orgnicos e organo-minerais. O esterco de curral e a cama de avirio ou de sunos bem estabilizados assim como a torta de mamona so excelentes adubos orgnicos. Fazem a terra ter mais vida.

CUIDADOS

NO

USO

DE

E STERCO

NO RECOMENDADO o uso de esterco fresco (sem compostagem ou estabilizao) que pode conter microrganismos que causam doenas graves. Representa um grande risco de contaminao para as frutas, legumes e verduras, principalmente para as que so consumidas cruas. O esterco fresco s pode ser usado em culturas anuais, desde que incorporado ao solo antes do plantio ou em culturas perenes, desde que aplicado imediatamente aps a colheita. importante observar que o transporte e uso de esterco numa gleba no pode representar um risco para os cultivos nas demais glebas da unidade de produo.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Alm disso, preciso verificar as condies adequadas de estocagem do esterco para que o vento e a chuva no o espalhem, contaminando os produtos e a rea de produo.

IMPORTANTE: O MELHOR MESMO S USAR ESTERCO OU CAMA DE ANIMAIS APS COMPOSTAGEM OU ESTABILIZAO

C OMPOSTAGEM UM PROCESSO NATURAL E BIOLGICO NO QUAL ESTERCO E OUTROS MATERIAIS ORGNICOS SO DECOMPOSTOS. Para fazer uma boa compostagem, preciso misturar esterco com palha e outros restos de cultivo e montar uma pilha de cerca de 1,20 a 1,50 m de altura.

Esterco

Palha

Restos de cultivo

Logo nos primeiros dias, a temperatura no interior da pilha sobe muito. Isto acontece porque o processo de fermentao gera muito calor. o calor que reduz/ elimina os perigos biolgicos presentes no esterco. Elimina tambm as sementes de plantas invasoras. Durante a compostagem, a pilha precisa ser REVOLVIDA para melhorar a aerao da mistura e para que todo o material seja aquecido por igual. Deve-se tambm controlar a umidade, que no pode ser de menos nem de mais. s tomar um pouco da mistura da pilha e tentar formar um bolinho, apertando a mistura na mo. Se escorrer gua, o material est molhado demais. Se esfarelar e for impossvel formar um bolo por que est seco demais.CUIDADOS AT A COLHEITA

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A temperatura da compostagem deve ser monitorada, registrando no caderno de campo ou ficha de controle a temperatura que alcanou, tomando o cuidado de medir todos os dias sempre no mesmo horrio. O interior da pilha deve permanecer a uma temperatura na faixa de 55-65C por pelo menos 15 dias. Nesse perodo, a pilha deve ser revolvida pelo menos 5 vezes para que todo o material seja exposto temperatura do interior da pilha e para facilitar a secagem. Observao: durante a compostagem h escorrimento de um lquido, chamado de "chorume". O chorume rico em nutrientes e deve ser retornado para a pilha. No deve nunca correr para rios ou lagos.

ESTERCO C URTIDO

OU

ESTABILIZADO

O esterco pode ser apenas curtido. Para curtir o esterco, pode-se usar um processo: Passivo Ativo No processo passivo, o esterco apenas empilhado, no sendo revirado. um processo muito demorado no qual a temperatura, a umidade e a radiao ultravioleta atuam sobre o material e reduzem os microrganismos que causam doenas. preciso esperar de 6 meses a 1 ano para que o nmero de microrganismos que causam doenas seja significativamente reduzido.

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CUIDADOS AT A COLHEITA

Nesse tempo, ocorre fermentao anaerbica (sem oxignio) e alteraes na acidez do esterco que reduzem ou eliminam os microrganismos que podem causar doenas nas pessoas e nos animais, assim como as sementes de plantas invasoras. difcil determinar o tempo certo para que o esterco estabilizado passivamente seja considerado seguro. Diversos fatores podem afetar o processo, como por exemplo, umidade e temperatura do ar. Por isso, NO UMA PRTICA RECOMENDVEL. Pode, entretanto, ser melhorada atravs da adio de cal, solarizao, pasteurizao, secagem ou digesto anaerbica ou uma combinao desses tratamentos.

LEMBRE-SE: PROIBIDO O USO DE LODO DE ESGOTO (SEJA CURTIDO OU COMPOSTADO) NA PRODUO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS.

No caderno de campo, devem ser anotadas todas as informaes sobre a compostagem e a estabilizao do esterco. Se o composto for adquirido fora da unidade de produo deve-se verificar a procedncia e solicitar um certificado de garantia. Tambm no uso de fertilizantes orgnicos preciso anotar no caderno de campo o local, data, tipo e quantidade usada, mtodo de aplicao e o nome de quem aplicou.

Sugesto de informaes para registro: Origem dos materiais usados na compostagem Data do incio do processo de compostagem Tratamentos aplicados Nmero de vezes que a pilha foi virada (mnimo de 5 vezes) Temperatura durante a compostagem (recomendado 55C ou mais) Nmero de dias na temperatura de 55-65C. Quantidade usada Local de uso Data da aplicao Mtodo de aplicao Pessoa responsvel pela aplicao Teste microbiolgico (recomendado: E. coli