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Flávio Campos Devoção e Paixão

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FlávioCamposDevoção e Paixão

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“O tempo é uma testemunha leviana,

que não se importa com as sentenç

as

e as emboscadas da sorte. Se não

fosse a recordação, o passado ser

ia

a maior das impunidades”

Maximiano Campos

Idealização e organizaçãoFlávio Rubem Accioly Campos Filho

Pesquisa Iconográfica e documentalAntonioni Henrique Martins ChagasCícero BelmarEliane Maria Campos RaposoFernando Antonio Campelo Accioly CamposFlávio Rubem Accioly Campos FilhoMarcela Villa Nova

Textos ComplementaresAlduisio M. de SouzaCícero BelmarFlávio Rubem Accioly Campos Filho

Projeto Gráfico Via Design Criação EstratégicaClaudia FagundesDaniela SilveiraEduardo MafraNara CastroTiago Moraes

Tratamento de ImagemJair Teixeira

PatrocínioFundação Alice Figueira

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A família, sua paixão 86Maria Lúcia

O encontro

O casamento

Os filhos

Os netos

Os sobrinhos

Sua sogra e seus cunhados

Seus momentos

Bodas de ouro

A saudade

As Amizades 111Fernando Figueira

Paulo Figueira

Carlos Serrano

Antônio Virgílio

Arturo Aballi

Helena Moura

Aguinaldo Jurema

Edvards Andrade

José Carneiro Leão

A cada nova moradia, novas amizades 122A primeira casa própria

A casa de Piedade

A casa de Fazenda Nova

Parque das Esculturas

Caruaru

Reconhecimento 132Títulos e Honrarias

80 Anos

Depoimentos

Dr. Flávio por Dr. Flávio

Posfácio 152Antônio Carlos Figueira

Apresentação 6Antônio Campos

Introdução 10Alduísio M. de Souza

Prefácio 1 16Eduardo Campos

Prefácio 2 20Vanja Campos

Currículo 24

Suas Origens 30Do Tempo

Da Terra

Lembranças dos Engenhos

Meus Irmãos

Formação 50Formação

Acadêmico

Medicina, sua devoção 56Magistério

Exercício da Medicina

Médico do IAPB

Neonatologia

IMIP

Médico do INSS

A Pedreira

Brejo da Madre de Deus

Sumário

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Apresentação

Dr. Flávio Ladeado por Antonio Ricardo Accioly Campos e sua esposa

Flávio ladeado por Antônio

Tio Flávio. Todos que me conhecem sabem que para mim as coisas mais importantes

na vida são o amor e a família. O tio Flávio é a união desses dois importantes

pilares. Ele, que é ao mesmo tempo meu tio – irmão do meu pai, Maximiano Campos

– e padrinho, é a perfeita representação do amor, seja pela família ou pela profissão.

Durante minha infância convivi intensamente com meu tio e em uma fase que estamos

construindo nossa personalidade pude ver o quanto os valores morais de uma família são

importantes. Lembro-me sempre de uma frase escritor russo Léon Tolstoi em que ele diz

que “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.” Comigo foi

sempre assim. Recebi o carinho dos meus pais, avós, tios e primos em todos os momentos

de minha vida.

Tio Flávio é para todos nós uma referência de pai, esposo, avô e amigo. Sua atuação

enquanto médico é um caso a parte, pois sempre foi um nome importante na medicina

do Estado. Tendo inclusive feito parte da criação de um dos maiores hospitais do país

em pediatria e obstetrícia: o Instituto Materno Infantil de Pernambuco, IMIP, hoje Instituto

de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. É com imensa satisfação que tento, em

poucas linhas, descrever como é prazeroso tê-lo como tio, segundo pai, amigo e médico

oficial da família. Este livro é uma maneira de levar à sociedade a história desse homem

que dedicou (e dedica) a vida à saúde e à família, cumprindo com excelência seu papel

de médico e cidadão.

Antônio Campos Advogado e Escritor

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IntroduçãoQuem, dentre aqueles que tenham alguma relação com

crianças, quer sejam filhos, netos, nossos ou de amigos

e parentes, desconhece a luta pelo aleitamento materno,

pela assistência à mãe desamparada e, posteriormente,

à assistência integral da família que mobilizou, a partir

da década de 1960 tantas personagens ilustres de nossa

Pediatria?

Alduisio e Flávio

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Quem, dentre aqueles que tenham alguma relação com crianças, quer sejam filhos, netos,

nossos ou de amigos e parentes, desconhece a luta pelo aleitamento materno, pela

assistência à mãe desamparada e, posteriormente, à assistência integral da família que

mobilizou, a partir da década de 1960 tantas personagens ilustres de nossa Pediatria?

Mas, a surpresa maior foi quando falamos de coisas românticas, de literatura, serestas

etc. Estava diante de um homem que, para

além de sua importância na Medicina, tinha

uma vida viva de conhecimentos: falamos de

Guimarães Rosa, Flaubert, Camus, Dostoievski

e nos comprometemos que um dia faríamos

uma serenata com todo o rigor de meados

do século passado: voz, violão e um solo de

violino. Para quem? A resposta mais simples

seria dizer que era para a vida, mas como

somos partes dela, homenagear a ele seria

nos homenagear. Então a homenagem só

poderia ser à amizade que ali surgia e corria o

risco de frutificar.

Tinha recém participado das exéquias de

Dona Maria Lúcia Campos, esposa de Dr.

Flávio, esposa muito amada, mãe, avó

sempre lembrada pelos filhos, netos, noras e

genro, amada por todos os familiares e amigos que aos poucos estava conhecendo. Foi

nessa ocasião que ouvira a homenagem prestada por seu filho, Dr. Fernando Campos,

e a referência e mesmo reverência ao seu pai ali presente, momento de luto e tristeza, o

que muito me emocionou, sendo eu mesmo oriundo de uma família mineira, educado nos

laços rigorosos da estima, do afeto e dos valores familiares.

Ali, naquele momento, começou a ser gestada a ideia deste livro, uma fotobiografia sucinta,

que registrasse de forma pontual, uma presença tão marcante sob vários ângulos: da

profissão, da família, das amizades e da qualidade humana que, às vezes, deixamos que se

perca com tanta facilidade no nosso tempo presente. Por que um livro? Simplesmente porque

ele já estava escrito no corpo e na alma de Dr. Flávio, somente faltando lhe dar forma.

...falamos de Guimarães Rosa, Flaubert, Camus, Dostoievski e nos comprometemos que um dia faríamos uma serenata com todo o rigor de meadas do século passado: voz, vilão e um solo de violino.

Foi o grande poeta Vinícius de Moraes que disse:

“A vida é a arte do encontro, apesar de que há tantos desencontros pela vida”.

Pode parecer piegas a referência, mas quem de nossa geração não teve e tem, em

suas divagações amorosas, os belos sonetos do Poeta? Pois foi assim, entre tantos

desencontros, que me encontrei com o Dr. Flávio Campos, num almoço em família e com

quem logo fiz amizade.

Chamou-me a atenção a elegância não somente na forma de se vestir, mas também da

nobreza dos gestos. E o carinho que via desenrolar diante de mim, entre filhos, noras, netos

e amigos, com aquele senhor de aparência tão jovial, apesar de saber que era pai de meu

amigo Fernando Campos e avô de meus enteados Diogo (e Janine), Rodrigo (e Renata)

e, por afinidade, Débora. Ou seja, ele, como pai, avô e personagem dos mais ativos da

história da Medicina em Pernambuco, de quem eu já tinha um tantinho de conhecimento

por ouvir dizer, havia percorrido um bom bocado de vida e estampava ali, bem à frente,

o testemunho: uma família unida, alegre e com muitas qualidades que aos poucos fui

conhecendo.

A conversa fluiu fácil até porque havia entre nós uma história que ele vivera e que eu

gostaria de conhecer: a história da Pediatria ou da Neonatologia em Pernambuco. Eu sabia

ter sido ele, juntamente com Dr. Fernando Figueira, um dos precursores, tendo ainda feito

parte de toda a história do IMIP, um centro de irradiação humana e de referência médica

que não se limitou às fronteiras de Pernambuco e mesmo do Brasil, com reconhecimento

de sua excelência pela Organização Mundial de Saúde e do Unicef (ONU).

Mas, inteirei-me aos poucos que estava diante de um senhor que fazia parte de uma

das mais ilustres famílias pernambucanas, ligada às artes, à literatura e à política. Afinal,

era irmão do escritor cronista Renato Carneiro Campos, casado com Dona Pompéia.

Ela era aquela alegria e simpatia, assistente do pintor João Câmara; e também irmão

do romancista Maximiano Campos, que fora casado com Ana Arraes, pais do atual

governador Eduardo Campos.

Por laços de afinidades então ao ilustre ex-governador Miguel Arraes, dos Accioly Campos,

ou seja, de ilustres personagens da política e da literatura que povoaram e povoam o

imaginário daqueles nascidos pós-Segunda Guerra Mundial e que viveram e vivem a

história recente do Brasil em todas suas vicissitudes passadas e atuais.

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Será que falar hoje da Pediatria, do aleitamento materno, do atendimento integral da

mãe, criança e família, seria a mesma coisa depois da experiência do IMIP, desde

aquela data de 13 de junho de 1960 e das reuniões que se seguiram até a aprovação

do Estatuto do IMIP em 12 de Janeiro de 1961? Que o diga esta figura ímpar que é Dona

Francisca do Nascimento Sales, Francisquinha, com aquele sorriso franco e matreiro: “O Dr.

Flávio foi o único que jamais faltou a uma reunião sequer”, num dizer onde se mesclam

agradecimento, amizade e admiração. Era a reunião do grupo de fundadores, o alicerce

da experiência: Fernando Figueira, Jaldemar Serpa, Flávio Campos, Nilton Cireno, Antonio

Aureliano, Helena Moura, Fernanda Wanderley, Murilo Arraes, Manoel Figueira e Alberto

Batista da Silva Mota. Outros nomes foram agregados até 12 de janeiro de 1961, o que está

fartamente documentado nas publicações do IMIP.

Mas eu queria fazer mais: reunir, para aquele a quem amamos e queremos bem, Dr.

Flávio, seus familiares e amigos, reunir num único volume em forma de um álbum-livro para

que o olvido não abata sobre a história sua mão cruel do esquecimento. Que permaneça

como lembranças e congregue o testemunho de muitos: primeiramente dele mesmo, dos

amigos, dos filhos – Fernando Antonio, Flavio Rubem, Paulo Sérgio e Eliane – noras e

genro – Mônica, Amelinha, Suzana e Romero – netos, Rodrigo, Diogo, Débora, Romerinho,

Renata, Rafaela, Flávio Neto e Arthur, noras-netas – Renatinha, Janine e mesmo aqueles

em compasso de espera, solteiros que ainda permanecem indecisos sobre a escolha, ou

talvez porque ainda não houve para eles o Encontro. Todos em torno de Dr. Flávio e de sua

inesquecível companheira, em memória, Maria Lúcia Campos.

Este ano eles estariam comemorando 57 anos, quase que as bodas de diamante do tão

querido casal, e como o ser humano dispõe da incrível capacidade da memória, podemos

tornar presente aqueles que se ausentaram e por isso mesmo aqui homenageamos o

casal, já que para além da memória temos a presença dos filhos, netos, amigos e todos

aqueles que usufruem da amizade deste conjunto que aqui temos: A FAMÍLIA DE DOUTOR

FLÁVIO CAMPOS.

E que, sobretudo, signifique o seguinte: nós sabemos de tudo isso e, por isso mesmo,

para que não caia no esquecimento, queremos responder com nossa presença e nosso

testemunho que esta é uma vida digna, responsável, cuja história hoje os filhos e netos

tratam de transmitir para a posteridade.

Alduisio M. de SouzaPsicanalista e Escritor

Estava escrito pela própria vida no seu corpo, sua alma, mas permaneceria em silêncio,

como adormecido, e que não podia ser esquecido. Não-esquecido, uma aleteia, que bem

sabemos que há tantas que não se efetivam como testemunho de uma vida.

Não basta ser somente lembrado por aqueles que participam da mesma família, do

mesmo grupo social. Não! Deve fazer parte da memória da cultura, da memória da

história para que outros de outras gerações possam ter em mãos. Possam fruir de relatos

de uma vida, de imagens que lhe são simultâneas, pois, todos, somos responsáveis por

cuidar de nosso patrimônio. Mas, este todo é muito vago, e penso que deveria ser dito:

cada um de nós e que bom seria se todos o fizessem! Melhor ainda quando podemos

cuidar de um patrimônio vivo, como hoje se faz no âmbito das artes plásticas, figurativas e

literárias do Estado de Pernambuco.

É o que estou fazendo, cônscio de minha responsabilidade e atento para que seja justo

na apreciação que faço de uma vida cheia de acontecimentos e de grandes feitos, não

somente na área de sua especialidade. Mas a ideia maior transcende os fatos, pois é

uma maneira nada discreta, simples, é verdade, de prestar uma homenagem a um grande

homem em vida, pois é de sua vida que tiramos tantos exemplos e tantos causos como

veremos.

Resolvi dividir a tarefa com vários parentes, amigos e colegas: primeiramente com o próprio

Dr. Flávio, o Autor com A maiúsculo, pois se trata de um pequeno retrato da vida que ele

escreveu com seus atos, suas perspectivas, seus trabalhos e, mesmo porque não, seus

sacrifícios. Alguém desconhece o que é a vida de um pediatra quando dedicado à sua

profissão e leal ao Juramento de Hipócrates? Dividir com os filhos, Fernando Antônio, Flávio

Rubem e Eliane; noras e genro e netos e afins, ou seja, os namorados e namoradas dos

respectivos netos ou netas.

Hoje, a cultura avaliza, senão exige, que a família seja uma composição de

consanguinidade e afinidades. São filhos e filhas, noras e genro, netos, e variados

amigos que completam um círculo familiar. A vida de Dr. Flávio Campos permanece a

história de sua família, sua profissão, das homenagens recebidas, quantas, no campo

da Medicina e da Educação, do IMIP, a suas passagens pelo Rio de Janeiro e de suas

relações com Dr. Pernetta e Dr. Lages e tantos outros. De sua exigência decidida -

juntamente com Dr. Fernando Figueira, seu compadre e companheiro das jornadas que

fizeram com que a “Escola de Pediatria de Recife” se tornasse uma realidade mais que

tangível, transcendental - já passou a ocupar um lugar simbólico na Cultura, não somente

pernambucana, nordestina, brasileira, mas universal.

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PrefácioSempre me vêm à mente referências de ética, fidelidade e

força quando falo de Tio Flávio. Falo por mim, mas também

posso garantir que essas certezas são repetidas por todos

os componentes da família Campos.

Renata , Flávio e Eduardo

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Sempre me vêm à mente referências de ética, fidelidade e força

quando falo de Tio Flávio. Inicialmente por causa da sua figura

correta e séria, marcante na minha infância e adolescência, quando eu já o via como

personificação das grandes vir tudes. Essas qualidades lhes conferiam uma imagem

especial, mas não o tornavam inacessível. Pelo contrário, eram elas que nos davam

proximidade e confiança. Mais adiante, na minha juventude e maturidade, esses

conceitos solidificaram-se na minha admiração. Hoje, mais que nunca, posso afirmar

que ele é um dos seres humanos mais retos e vir tuosos que conheço. É um privilégio

poder dizer que sou sobrinho de um homem que é um exemplo a ser seguido.

Em todos os setores da vida, do profissional ao pessoal, Tio Flávio sempre foi essa

figura receptiva e competente, a quem podíamos recorrer a qualquer hora. Tê-lo

conosco sempre nos deu a sensação de proteção. O mundo era mais seguro e mais

justo. Um homem de grandes bondade e generosidade. Principalmente quando

se tratavam de questões ligadas a algum familiar, era capaz de gestos que são

indefiníveis. Porque as palavras, por mais delicadas, parecem insuficientes para definir

o significado de gestos que marcaram. É por isso que digo com tranquilidade: construir

este caminho, que é a vida, com a certeza de contar com o braço firme e o coração

leal de Tio Flávio, é fonte primeira de alegria e de bem-estar.

Falo por mim, mas também posso garantir que essas certezas são repetidas por todos

os componentes da família Campos. O amor recebido e a confiança que sentimos

diante de alguém tão investido do papel de irmão, marido, pai, avô, tio, sogro foi e é

de grande importância para cada um. Tio Flávio, mais velho de uma família de quatro

irmãos, serviu de influência e de referência. Por ele, o meu pai, Maximiano Campos,

seu irmão mais novo, tinha respeito e devotamento como de um filho para com um

pai. E isso nos ficou de herança.

A homenagem deste livro, no ano em que se festeja o 80º aniversário de sua

existência, é mais que necessária e abriga um significado especial. Trata-se de um

resgate da vida de um homem raro, que sempre optou por agir voluntariamente pela

justiça. Aqui, eu diria, está um resumo da sua vida e também muitas características

Um homem vir tuoso

do que somos, nas entrelinhas, pois trazemos conosco traços dessa herança. É

impossível imaginar Tio Flávio sem sua família, sem sua devoção pela medicina, sem

sua paixão por tia Maria Lúcia, com quem tinha uma verdadeira ligação espiritual. É

impossível falar dele sem citar seus filhos, netos, sobrinhos, noras, genro, amigos. Está

tudo aqui.

Entre todos nós, que podemos compartilhar da sua convivência, os aprendizados

foram e são constantes. “Uma palavra nos liberta de todos os fardos e dores da

vida: essa palavra é amor”, disse o dramaturgo grego Sófocles. Mas ela se ajusta

perfeitamente às entrelinhas deste livro.

Eduardo Henrique Accioly CamposGovernador do Estado de Pernambuco

“Uma palavra nos liberta de

todos os fardos e dores da

vida: essa palavra é amor”

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PrefácioEm Laços de Família, Clarice Lispector fala de um amor que

previamente estava a amar por toda a vida. No panteão dos

afetos mais caros à minha constituição, trago tio Flávio, que

previamente amei desde o primeiro grito de vida. Antes mesmo

de sentir o amor que viria a se elevar no tempo, ao som dos

apelos de novos gritos, novas alegrias e tristezas.

Flávio e Vanja

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no Grande Hotel, Luís Dias, Lucila, Cidete, Luís Heráclito, banhos de piscina, maiô engana-

mamãe, a Paixão de Cristo recrutando os primeiros atores para o espetáculo. Brejo da

Madre de Deus. Tempo, tempo, tempo.

Sentada diante do computador, tudo me chega com cheiro, sabor, música e dança. Depois,

vieram os amores de hoje, meus amores definitivos, também vindos ao mundo pelas

mãos de tio Flávio: Ana Luiza e Luiz Renato, meus filhos, minha fortuna. E assim, tio, o

álbum vai-se formando, agora, com mais descendentes, para alegria de todos: Matheus,

Clara, Pedro e Helena, meus netos. Figuras que me ensinam dia a dia a amar um amor

absoluto - amor tão praticado sem esforço pela minha mãe.

Sei que Malu e João, meus irmãos muitíssimo amados, e meus cunhados-irmãos Roberto

e Rosana, também têm cada um suas preciosas lembranças de grandes momentos

com tio Flávio. Da casa de tio Flávio e tia Maria Lúcia. Do socorro de tio Flávio, nosso

reconhecido oráculo. E aqui, no mesmo panteão, lembro-me em igual medida dos meus

tios Maximiano e Mauro, de Ana e de tia Solange. De suas casas, tantas vezes abrigo e

refúgio, dos dias e noites de terno acolhimento. Do colo dos meus primos Dudu, Tonca,

Renata, Flávia, Roberta e Ricardo, amados companheiros de tantas lutas.

Tio, receba em nome do meu pai, de quem você também foi pai, da minha mãe, dos

meus irmãos e cunhados, dos meus filhos, do meu genro, dos netos e sobrinhos, o nosso

mais forte e carinhoso abraço. Fique certo que o seu legado de bondade, fraternidade e

solidariedade será honrado por todos nós, como reza o sábio culto aos ancestrais.

Vanja Carneiro CamposSocióloga e Escritora

“Por onde for, quero ser seu par...”

Em Laços de Família, Clarice Lispector fala de um amor que previamente

estava a amar por toda a vida. No panteão dos afetos mais caros à

minha constituição, trago tio Flávio, que previamente amei desde o primeiro grito de

vida. Antes mesmo de sentir o amor que viria a se elevar no tempo, ao som dos apelos

de novos gritos, novas alegrias e tristezas.

Ele sempre esteve ali, aqui, em todos os quadrantes da minha existência. Nunca foi de

falar muito, a sua bata branca, impecavelmente branca, refletia a extrema seriedade

com que sempre se apresentou no campo médico. O território sagrado da Medicina.

No exercício profissional, tarefa de toda a vida, dedicou sua máxima elegância,

conhecimento aprofundado nos livros e na prática, ouvido paciente, diagnóstico seguro,

exame rigoroso, sem a pressa exigida pelo mundo do consumo e por uma engrenagem

que transforma pessoas em coisas e doença em sofisticado produto comercial. Tio

Flávio fez parte de um grupo de médicos no qual o Juramento de Hipócrates era

renovado espontânea e diariamente, em longa jornada noite a dentro, de porta em

porta, fosse qual fosse a porta, viesse de quem viesse a dor, foi esse desde sempre o

seu compromisso inarredável, prevalecente sobre qualquer outro interesse.

De sua casa, meu tio, guardo as melhores lembranças. A ternura alegre de tia Maria

Lúcia. O bolo de laranja, as comidinhas ao gosto de cada um, sol, mar, noites de lua,

grandes papos pela madrugada, serenatas, festas com luz negra, amigos, o primeiro

namorado, as brincadeiras de pera, uva e maçã na areia da praia. “No woman, no

cry...”, “prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar...”, “... mas muito cuidado

não vale chorar”. Nando, Uba, Paulinho, Eliane, Romero (já filho desde aquele tempo),

Marcelo, primos amados e queridos, responsáveis pela porção de alegria mantida

intacta dentro de mim. O riso, a gargalhada, o batom ensaiado no contorno da boca,

o cabelo estirado em touca de meia, calça boca de sino, sandália de pneu, perfume

Bond Street , sabonete Phebo, cozido, feijoada. “Por onde for, quero ser seu par...”.

Andança, no violão de Guilherme da Fonte. Lúcia de Fátima, Lizá, Lucinha, Nilson

Roberto, Maria Helena, Alcindo, Milton Castro, Mário Pontual, Pedro Carneiro Leão,

Fátima Castro. “Quem me dera agora tivesse uma viola pra cantar...”, “Caminhando e

cantando e seguindo a canção... quem sabe faz a hora não espera acontecer...”, rum

com Coca Cola, Encontro de Brotos no Clube Internacional. Fazenda Nova. Cadeiras na

calçada, banho de bica com tamanco, passeios a cavalo, sapos papudos, romã, festas

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DADOS PESSOAISNome: Flávio Rubem Accioly CamposFiliação: Fernando Carneiro Ribeiro Campos e Mº do Carmo Accioly CamposData do Nascimento: 8/3/1930Local do Nascimento: Jaboatão dos Guararapes – PEEstado Civil: Viúvo

FORMAÇÃOCURSO DO 2º GRAU Colégio Osvaldo Cruz – RecifeCURSO SUPERIORFac. de Medicina da Universidade do Recife (atual UFPE) - Colação de grau de Médico em 06/12/1952.

ATIVIDADES ENQUANTO ACADÊMICOTRABALHO APRESENTADO AO CENTRO ACADÊMICO“Delivramento Normal Placentar” – Maternidade do Derby.CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIAAnestesiologia: Curso ministrado pelos professores Barros Lima, Nelson Falcão e Moacir Monteiro de Moraes, patrocinado pelo Diretório Acadêmico de Medicina, Odontologia e Farmácia da Universidade do Recife, mar/1951.Cirurgia e Obstetrícia de Urgência: Curso Ministrado pelo Dr. Valdemir Lopes, patrocinado pelo Diretório Acadêmico de Medicina e Odontologia, Farmácia da Universidade do Recife, nov/1951.

ATIVIDADES NO CURSOFaculdade de Medicina da Universidade do Recife> Acadêmico Interno da Disciplina de

Clínica Médica, a serviço do profº Gonçalo de Melo, de 1951 a 1952.

> Acadêmico Interno da Disciplina de Obstetrícia, na Maternidade do Derby, com o profº Selva Junior, de 1951 a 1952.

ESTÁGIOS REALIZADOS > Fac. de Medicina da Universidade do

Recife.> Acadêmico Estagiário da Disciplina de

Clínica Propedêutica Cirúrgica, a serviço do profº Romero Marques, de 1948 a 1949.

> Acadêmico Estagiário da Disciplina de Clínica Propedêutica Médica, a serviço do profº Arnaldo Marques, em 1949.

ATIVIDADES EM SERVIÇOS MÉDICOS > Acadêmico do Serviço Médico do Instituto

dos Bancários, de 1949 a 1952.> Acadêmico responsável pelo Serviço de

Imunização e Oxigenoterapia do Instituto dos Bancários, de 1950 a 1952.

Curriculum VitaeCURSOS, ESTÁGIOS E TITULOS Recém-Nascido: Curso ministrado pelo profº Torres Barbosa, no Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro.Doenças Infectocontagiosas: Curso patrocinado pelo Centro Internacional de L´Enfance, realizado no Rio de Janeiro, de 08/09 a 08/10/59. Estágio em Pediatria: Instituto Fenandes Figueira, enfermaria do profº César Pernetta, no Rio de Janeiro. 1953. Pediatria de Urgência: Patrocinado pelo Sind. dos Médicos, ministrado pelo profº Jaldemar Serpa, mai/1958. Neuropediatria: Ministrado pelo profº Antônio Branco Levefre, patrocinado pela Sociedade de Pediatria de PE e Instituto Puericultura do NE, no Recife, dez/1960. Endocrinologia e Genética Médica: Ministrado pelo profº Lytt Gardner, da State University of York. Patrocinado pelo Instituto de Medicina Infantil de PE, 1961. Semiologia Infantil: Curso do profº César Pernetta, na XII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, set/1952. Patologia do Recém-Nascido: Curso do profº José Obes Poleri, na XII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria no Recife, set/l962. Neurologia Infantil: Curso do profº Antônio Lefreve, na XII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, no Recife, set/1962. Patologia Renal: Ministrado pelo profº Renato Woisky, na XII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, no Recife, set/1962. Alergia na Infância: Ministrado pelos professores Álvaro Aguiar e C. Castelar Pinto, na XII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, no Recife, set/962.Nestlé de atualização: Ministrado para Colaboradores da Cátedra de Puericultura e Pediatria, em São Paulo, 1963.Endocrinologia e Metabolismo na Infância: Ministrado pelo profº Renê François, patrocinado pela Fac. de Medicina da Universidade do Recife, out/1964.Desenvolvimento Psicológico da Criança: Ministrado pelo profº José Maria Lopes, na XIII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, em Porto Alegre, nov/1964.Atualização Pediátrica: Ministrado pelo profº José Maria Albore, na XIII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, em Porto Alegre, nov/1964.Endocrinologia: Curso ministrado pelo profº Martín Culen, na XIII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, em Porto Alegre, nov/1964.

Endocrinologia e Metabolismo na Infância: Ministrado pelo profº Lytt Gardner, no Recife, 1964. Nefrologia Infantil: Curso ministrado na XIV Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, 1º Cong. do XI Distrito da American Academy of Pediatricks, congressos pediátricos do IV Centenário do Rio de Janeiro, ministrado pelo profº Gordillo, out/1965.Nestlé de Atualização: para Colaboradores de Cátedras de Puericultura e Pediatria, curso sob o patrocínio da Nestlé, Sociedade Brasileira de Pediatria, Depart. de Pediatria da Associação Paulista de Medicina da Universidade de São Paulo e a Cátedra de Clínica Pediátrica Médica Infantil da Escola Paulista de Medicina, out/1965. Conferência de Pediatria: Ministrada pelo profº Arturo Aballi, de Nova Iorque, patrocinado pela Sociedade de Pediatria de PE, fev/1967.Problemas de Pediatria e Nutrição: Ministrada pelos professores Lytt Gardner, Nelson Ordway, R. Ramos Galvan e Maurice Lamy, realizado e patrocinado pela Fac. de Medicina da Universidade do Recife e Clínica Pediátrica Médica e Higiene Infantil, no Recife, nov/1967. Síndrome da Insuficiência Respiratória Infantil: Trabalho apresentado no Simpósio sobre o Recém-nascido, na Sociedade de Medicina de PE, patrocinado pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de PE, mar/1968Temas de Pediatria: Ministrado pelo Dr. Arturo Aballi, de Nova Iorque, patrocinado pela Sociedade de Pediatria de PE, Instituto de Medicina Infantil de PE e Cadeira de Pediatria da Fac. de Medicina da UFPE, mar/1969. Progressos em Pediatria: Ministrado pelo profº Arturo Aballi, de Nova Iorque, patrocinado pela Fac. de Medicina, da UFPE, com a colaboração do Instituto de Medicina de PE e da Sociedade de Pediatria de PE, no Recife, mar/1970. Neurologia Pediátrica: Ministrado pelo profº Antônio B. Lefévre, no Recife, 1970. Urologia Pediátrica: Ministrado pelos professores Sami Arap e Alfredo Duarte, no Recife, 1970. Atualização em Pediatria: Curso ministrado pelos professores Arturo Aballi, de Nova Iorque e Gustavo Gordillo, do México, realizado e patrocinado pelo VI Depart. da Fac. de Medicina da UFPE e Instituto de Medicina Infantil de PE, fev/1971. Recentes Progressos em Pediatria: Ministrado pelo profº Arturo Aballi, de Nova Iorque, realizado e patrocinado pelo Instituto de Medicina Infantil de PE, de 20/03 a 19/04/1977, no Recife.

Neonatologia: Ministrado pelo profº Haroldo Capurro, do serviço do profº Caldeyro Barcia, do Uruguai, promovido e patrocinado pelo Instituto de Medicina Infantil de PE, no Recife, jul/1978

ESTÁGIOSInstituto Fernandes Figueira: No Serviço de Pediatria, de março a junho de 1953, na equipe do profº César PernettaHospital das Clínicas de São Paulo: 1963. Centro de Recém-Nascidos e prematuros de Monte Vídeo: do Dr. Obes Polleri, nov/1964.Berçário do Hospital dos Servidores do Estado da Guanabara: 1964.Visita ao serviço do professor José Maria Albores: 1964.

TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIAConferido pela Soc. Brasileira de Pediatria, 1967.

ATIVIDADES CIENTÍFICAS, TÉCNICAS, LIBERAIS E ARTÍSTICASTRABALHOS PUBLICADOSTo1erância da Criança e Administração de Tetracloretileno Emulsionado com o Tween 80: Trabalho em colaboração com os professores Fernando Figueira, Edite Cordeiro e Helena Moura, publicado em Estudo Sanitários do Nordeste, nº 06.Síndrome de Hunter Huller (Gargoilismo): Trabalho em colaboração publicado nos Anais da Fac. de Medicina da UFPE, 1960. Um caso de Candidíase Cutâneo-Mucosa crônica tratado com Anfotericina B endovenosa: Trabalho em colaboração publicado no Anais da Fac. de Medicina da UFPE. Vol. 20, nº2, dez/1960.Tratamento da Desnutrição: Tratamento dos Distúrbios Hidroeletrólicos”. Trabalho publicado em Pediatria Moderna, edição especial, nº 10, Vol IV, São Paulo, em 1970. Desnutrição: Trabalho em colaboração publicado na Revista Pediatria Moderna, edição especial, vol.IV, nº10, jan/1970.Anteprojeto para Implantação de um Programa Materno-infantil na Zona Norte da Cidade de Recife: Publicação do Ministério da Previdência e Assistência Social /MAPS e INPS, dez/1976. Sepsis Neonatorum: Capítulo publicado no número especial do JAMB, 1976.Herpevirus Hominis: Capítulo publicado no Manual de Pediatria, de Oreste de Carvalho, Editora Guanabara Koogan, 1977.

TRABALHOS APRESENTADOS Exclusão Renal Unilateral em uma Criança de 11 anos: Trabalho em colaboração apresentado no VI Congr. Médico do Nordeste e VIII Congr. Médico Estadual de PE, abr/1964.Atresia Cloanal: Trabalho em colaboração apresentado na Sociedade de Pediatria de PE.Tratamento da Ancilostomose com Befenio: Trabalho em colaboração apresentado na Sociedade de Pediatria de PE. Colite Ucerativa Crônica na Criança: Trabalho em colaboração apresentado no XIII Congr. Médico Estadual de PE e VI Congr.

Médico do Nordeste, em Garanhuns, 1964. Exclusão Renal em uma criança de 11 anos: XIII Congr. Médico Estadual de PE e VI Congr. Médico do Nordeste, em Garanhuns, em 1964. Alguns Aspectos Médicos-Sociais da Desnutrição na Criança: XIII Congr. Médico Estadual de PE. Promovido pela Sociedade de Medicina de PE, no Recife, set/1965. Estudo Clínico e Hematológico da Doença de ABB-LETTERER-SIME: XIV Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Soc. de Medicina de PE, set/1965. Organização e Funcionamento do Berçário da Equipe Própria de Obstetrícia do INPS e Hospital Barão de Lucena - 1° ano de instalação: VIII Congr. Médico do Nordeste e XVII Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado Sociedade de Medicina de PE, Garanhuns, set/1968.Síndrome de Insuficiência Respiratória Infantil: Simpósio sobre o Recém-Nascido, realizado no auditório da Soc. de Medicina de PE, patrocinado pela Soc. de Ginecologia e Obstetrícia de PE, no Recife, 1968. A propósito de um Caso de Hemorragia Fetoplacentar: VIII Congr. Médico do Nordeste e XVII Congr. Médico Estadual de PE, patrocinados pela Soc. de Medicina de PE, set/1968. Estudo Clínico e Hematolópico da Doença de Lettere Siwe: Trabalho em colaboração apresentado no Congr. Médico Estadual de PE, realizado em Garanhuns, set/1969.Um Novo Reflexo em Recém-Nascido: Trabalho em colaboração apresentado na Sociedade de Pediatria de PE, 1969. Aspectos Clínicos da Desnutrição: Trabalho em colaboração apresentado no XIV Congr. Médico Estadual de PE, em Garanhuns. Hipertensão Arterial por Hipoplasia da Artéria Renal: Trabalho em colaboração.Aspectos Clínicos da Associação Esquistossomose – Leishmaniose: Apresentação de um caso, em colaboração, no XIV Congr. Médico Estadual de PE, Garanhuns.Três Casos de Meningite por Herella vaginicola ocorridos no Berçário da E.P.O/H.B.L: XVII Congr. Médico Estadual de PE, realizado em Caruaru, 1970.Estudo comparativo do emprego da Solução de Uscher por Via Oral e Endovenosa ao R.N. no Tratamento da SARE: Coautor do trabalho apresentado no Congr. Médico Estadual de PE, Caruaru, 1970. Emprego do Fenobarbital no Tratamento das Icterícias: Trabalho apresentado no XVII Congr. Médico Estadual de PE, Caruaru, out/1970. Síndrome de Membrana Hialina: Reunião da Sociedade Medicina de PE - regional de Arcoverde, em abril de 1972. Trabalho sobre Monocitose e Lues Congenita: apresentado e classificado em 1º lugar no Foro Científico promovido pelo

Centro de Estudos do IMIP, em 1975. Editorial sobre Adolescência e Liberdade: Publicado na Revista Científica do IMIP, em 1981.Pautas do IMIP: Otite Média Aguda na Infância - 1986. Pautas do IMIP: Otite Crônica na Infância - 1986. Obesidade na Infância: Jornada Brasileira de Pediatria - 1986.

TRABALHOS ENTREGUES PARA PUBLICAÇÃO Reponsável pelo Capítulo Recém-Nascido: “Características Anatofisiológico do RN a Termo e Prematuro, Assistência ao RN Normal; Assistência ao RN Prematuro e Anoxia perinatal”, a ser publicado no livro de Pediatria do Corpo Clínico do IMIP em elaboração.Monicitose e Lues Congenita: A ser publicado no Jornal Brasileiro de Pediatria. Considerações clínicas e Terapêuticas da Leischimaniose na Infância: A ser publicado no Jornal Brasileiro de Pediairia ATIVIDADES DE MAGISTÉRIO ENSINO E PESQUISA EM GRAU SUPERIOR> Atuação em Clínica Pediátrica Médica > Assistente Voluntário da Cadeira de

Puericultura e Clínica da 1ª Infância da Fac. de Medicina da UFPE, 1954.

> Instrutor de Ensino Contratado da Cadeira de Pediatria e Higiene Infantil da Fac. de Medicina da UFPE, a partir de 1964.

> Assistente de Ensino Superior da Fac. de Medicina da UFPE, na Cadeira de Clínica Pediátrica Médica e Higiene Infantil, a partir de 1960.

> Profº Adjunto da Fac. de Medicina da UFPE, a partir de 1969.

CURSO DE GRADUAÇÃO> Responsável pela Disciplina de Clínica

Pediátrica Médica da Fac. de Medicina da UFPE, entre 1973-1974.

> Vice-coordenador do 6º ano do Curso Médico da Fac. de Medicina da UFPE, de fevereiro a junho de 1976.

> Curso de Mestrado - Responsável pela disciplina de Neonatologia, ministrada no Mestrado em Pediatria, do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, período de 06/12/1976 a 01/06/1977, com carga horária de 220 horas e 8 créditos.

> Assessor do profº César Pernetta - Trabalho no Ensino da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica, 1977.

FUNÇÕES DESEMPENHADAS Participação em Colegiado > Supervisor do Convênio entre as Cadeiras de

Pediatria e Higiene Infantil e Puericultura e Clínica da 1ª Infância da Fac. de Medicina da UFPE e Maternidade da Equipe de Obstetrícia e Pediatria, no Hosp. Barão de Lucena, para treinamento em Neonatologia

> Responsável pelo Setor de Treinamento de Neonatologia para estagiários do Convênio OMS/FISI e residentes do ano de 1970.

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> Responsável pela Disciplina de Pediatria no ano de 1973.

> Assistente de Ensino Superior do Depart. de Pediatria da Fac. de Medicina da Universidade do Recife, ministrando aulas teóricas e práticas de 1954 a 1969, bem como auxiliando e assistindo o profº catedrático no desenvolvimento do programa de ensino das disciplinas de Puericultura e Clínica da 1ª Infância.

> Suplente do Colegiado do Curso Médico da Fac. de Medicina da UFPE, representando o Depart. Materno Infantil, em 1975.

> Membro do Colegiado do Mestrado em Pediatria da Fac. de Medicina da UFPE.

> Representante do Colegiado do Curso Médico do Depart. Materno-Infantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE em 1976.

Membro em Bancas Examinadoras> Participante da banca examinadora para

concessão do título de especilista em Pediatria, realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria no Recife de 30 a 31/01/1972.

> Participante da banca examinadora do concurso para concessão do título de especialista em Pediatria, realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria no Recife, nos dias 18 e 19 de dezembro de 1973.

> Participante da banca examinadora para seleção dos acadêmicos internos da disciplina de Clínica Pediátrica Médica da FM da UFPE nos anos letivos de 1973 e 1975.

> Participante da comissão para a prova de seleção de monitores, disciplina de Neonatologia e Puericultura em 05/03/1974.

> Participante da banca examinadora da disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, concurso para profº assistente, fev/1978.

> Participante da banca examinadora da disciplina de Neonatologia e Puericultura do Centro de Ciências da Saude da UFPE, concurso para profº assistente, fev/1978.

Participante Ativo em Comissões e Programas> Membro da Comissão de Residentes da

Cadeira de Pediatria e Higiene Infantil da Fac. de Medicina do Recife.

> Representante dos professores adjuntos na Comissão Diretora do VI Depart. de Pediatria da Fac. de Medicina da UFPE , 1972.

> Membro da Comissão de Ensino e Pesquisa do VI Departamento, 1973.

> Representante dos professores adjuntos na Comissão Diretora do VI Departamento da Fac. de Medicina da UFPE de 1973-1975.

> Participante da Comissão para estrutura do anteprojeto do regimento do I Departamento Materno-Infantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, em 1974.

> Participante do Programa de Saúde Comunitária - Projeto Vitória - como coordenador do Sub-Programa Materno-Infantil, na qualidade de representante da

disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Depart. Materno-Infantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, em 1975.

> Membro da comissão para estabeler tabela de honorários do IMIP, nomeado pela Portaria n° 06/1977, de 05/08/1977.

> Membro da comissão estadual para as comemorações do Ano Internacional da Criança, em 1979, na qualidade de representante do INAMPS.

AULAS MINISTRADASCursos de Extensão, Atualização, Aperfeiçoamento, Graduação.> Aulas teóricas e práticas no Curso Médico

da Fac. de Medicina da UFPE, nos cursos de extensão universitária, estagiários optativos (doutorandos), colaborando com o catedrático no estabelecimento dos programas e na realização das provas, desde 1954.

> Aulas no Curso de Alimentação do Lactente Sadio, patrocinado pela Sociedade dos Acadêmicos Internos dos Hospitais, da Fac. de Medicina da UFPE, em mai/1955.

> Aulas no curso de Atualização em Pediatria, patrocinado pela Nestlé, para médicos do Nordeste.

> Aula sobre “Síndrome da Má Absorção”, na Semana Nestlé de Atualização, realizada em Campina Grande, em 1963.

> Ministrou aula no Curso de Atualização sobre “Nutrição”, na cadeira de Filosofia da Fac. de Medicina da UFPE, 1964 e 1965.

> Aula sobre “Síndrome de Angústia Respiratória Infantil”. No Curso de Pediatria do XVI Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, realizado em Garanhuns, set/1967.

> Aula no Curso de Pediatria patrocinado pelo Instituto de Higiene da Fac. de Medicina da UFPE, nos anos de 1965 a 1968.

> Aula no curso de Atualização em Pediatria do Convênio OMS/ FISI/UFPE na cadeira de Clínica Pediátrica Médica e Higiene Infantil, de 1964 a 1969.

> Aulas de Dietética Infantil no Curso de Nutricionistas, patrocinado pela Cadeira de Fi1osofia, de 1960 a 1965.

> Aulas sobre “Temas de Neonatologia” na Fac. de Ciência Médica de PE, a convite do Profº Fernando Figueira, em 1970.

> Aulas sobre “Temas de Neonatologia” para médicos estagiários do Convênio OMS/FISI/UFPE, em 1970.

> Aula sobre “Insuficiência Repiratória do Recém-Nascido” do Curso Profº Oscar Coutinho, sobre “Temas Obstétricos”, patrociando pela Fac. de Medicina da UFPE e Fac. de Ciência Médica de PE, dos departamentos de Ginecologia e Obstetrícia das respectivas Fac.s e da equipe própria de Obstetrícia do Hospital

Curriculum VitaeBarão de Lucena e do INPS, em 1972.

> Aula sobre “Diabetes Mellitus”, no curso acima referido.

> Aula sobre “Infecção no Período Neonatal – Aparelho Respiratório e aparelho Digestivo – Septicemias – Recém-Nascidos de Grande Risco de Vida”. No curso de Pediatria de Urgência, promovido pela sociedade dos Doutorandos de 1973, da Fac. de Medicina da UFPE, ago/1973.

> Aulas no Curso de Neonatologia, como profº convidado, aos alunos do 4º ano médico da Fac. de Medicina de Campina Grande, nov/1973.

> Aula sobre “Distúrbios Respiratórios do Recém-Nascido”, no Curso de Atualização em Neonatologia, patrocinado pelo Serviço de Neonatologia do HBL/INPS, Centro de Estudos Perinatais de PE, realizado no Recife, dez/1974.

> Aula sobre “Infecções Entéricas no Recém-Nascido”, no 3º curso de Atualização em Neonatologia patrocinado pelo Serviço de Neonatologia do HBL/INPS, Comitê de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de Penambuco, dez/1975.

> Aula sobre “Septicemia Neonatal”, tema abordado no Curso Nestlé de Atualização em Pediatria, João Pessoa, jul/1976, no Painel “RN gravemente enfermo”, curso patrocinado pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

> Aulas na Disciplina de Neonatologia aos alunos do Curso de Mestrado em Pediatria, do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, de dez/1976 a jan/1977

> Aula sobre o Programa Materno Infantil no IMIP – jun/1980

> Aulas sobre Distúrbios Respiratórios do Recém-Nascido, de mai/1984 a set/1984.

> Aulas no Curso de Atualização em Pediatria para Médicos Pediatras da Delegacia Federal da Criança.

> Aulas no Curso de Obstetrícia da Cadeira de Obstetrícia da Fac. de Medicina da UFPE, em 1964.

> Aulas no Curso de Preparação para o Casamento, patrocinado pela UFPE, Fac. de Direito e Fac. de Medicina.

> Aulas no Curso de Pediatria de Urgência patrocinado pelo Sind. dos Médicos de PE.

> Aulas no Curso de Enfermagem Ana Nery, da Fac. de Medicina da UFPE, em 1963.

> Aulas sobre Dietética Infantil, na semana das Nutricionista, a convite do Diretório da Escola de Nutrição.

> Aulas no Curso de Atualização em Pediatria, patrocinado pela Sociedade de Pediatria de PE, durante o XIV Congr. Médico Estadual de Garanhuns.

> Aulas teóricas e práticas sobre temas de Pediatria a alunos do curso médico.

> Aulas sobre “Síndrome de Má Absorção”, na Semana Nestlé de Atualização em Pediatria, patrocinada pela Sociedade Médica de Campina Grande, ago/964.

> Aulas sobre “Primeiros Cuidados com o Recém-Nascido a termo e prematuro - Reanimação”, no curso de Urgências em Pediatria, patrocinado pela Sociedade de Internos dos Hospitais do Recife, realizado no período de 27 de março a 6 de abril de 1967.

ATIVIDADES CULTURAIS

CONGRESSOS, REUNIÕES, ENCONTROS Participação Ativa > Membro Efetivo dos Congr. Pediátricos do

IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, jul/1965.

> Membro do XIV Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, realizado em Garanhuns, em 1965.

> Participação no Congr. realizado em Arcoverde sobre Medicina Preventiva, com o tema “Desnutrição”, sob patrocínio do SESP.

> Componente da Mesa sobre Parasitoses Intestinais no Congr. sobre Medicina Preventiva, Arcoverde, patrocinado pelo SESP.

> Membro do XV Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, realizado em Garanhuns, mai/1966.

> Observador do Seminário Regional Brasileiro de Nutrição Infantil promovido pelo Instituto Interamericano da Criança - organismo especializado da OEA, UFPE e Governo do Estado de PE, mar/1967.

> Membro do XVI Congr. Médico Estadual de PE realizado em Garanhuns, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, set/1967.

> Membro do VIII Congr. Médico Estadual do Nordeste e XVII Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, realizado em Garanhuns, set/1968.

> Membro do XVIII Congr. Médico Estadual de PE, realizado em Garanhuns, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, set/1969.

> Participante do Comitê de Neonatologia da Sociedade de Medicina de PE, 1972.

> Coordenador científico do Curso de Pediatria de Urgência promovido pela Sociedade de Doutorandos de 1973, da Fac. de Medicina da UFPE, ago/1973.

> Participante dos Programas Científicos nos Congressos Pediátricos da Bahia, out/1973.

> Representante da Fac. de Medicina da UFPE no Seminário Materno-Infantil promovido pelo Ministério da Saúde em Garanhuns, ago/197l.

> Frequentou com assiduidade o Encontro Nestlé de Pediatria realizado no Recife, organizado pela Sociedade de Pediatria de PE e patrocinado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, no dia 23/05/1975.

> Membro da Comissão Organizadora da V Reunião Brasileira de Perinatologia e II Reunião Brasileira de Enfermagem Perinatal, realizados sob patrocínio do Comitê Brasileiro de Perinatologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, XI Distrito da Academia Americana de Pediatria e Comitê de Perinatologia da Sociedade de Pediatria de PE, no Recife, out/1976.

> Membro Efetivo da V Reunião Brasileira de Perinatologia, II Reunião Brasileira de Enfermagem Perinatal, realizados sob o patrocínio do Comitê Brasileiro de Perinatologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, XI Distrito da Academia Americana de Pediatria e Comitê de Perinatologia da Sociedade de Pediatria de PE, no Recife, out/1976.

> Participou do XXXVII Congr. Médico Acadêmico Estadual, promovido pela Sociedade de Internos dos Hospitais do Recife, na qualidade de presidente da Comissão Científica de Pediatria, set/1978.

JORNADASParticipação Ativa> Membro Efetivo da XIII Jornada Brasileira

de Puericultura e Pediatria, realizada no Recife, set/1962.

> Membro Efetivo da XIII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, realizada em Porto Alegre, nov/1964.

> Presidente da mesa dirigente dos trabalhadores de Temas Livres na XIII Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, em Porto Alegre, nov/1964.

> Presidente-coordenador de uma sessão de Temas Livres na XIV Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, nos Congr. pediátricos do IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro, jul/ 1965.

> Mesa de Reidratação na XIV Jornada Brasileira de Puericultura e Pediatria, nos Congr.s pediátricos do IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro, jul/1965.

> Membro efetivo da II Jornada Alagoana de Pediatria, patrocinada pela Sociedade de Medicina de Alagoas e Fac. de Medicina de Alagoas, out/1966.

CONFERÊNCIA PROFERIDA> I Ciclo de Estudo sobre Problemas

Materno-Infantis, promovido pelo INPS, debatendo consideraçõe sobre “Programa Materno-Infantil da Previdência Social, nov/1977.

SIMPÓSIOSParticipação Ativa> Participante como componente

do Simpósio sobre “Iatrogenia em Pediatria”, relator do tema “Iatrogenia em Reidratação”, no XVI Congr. Médico Estadual, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, em Garanhuns, set/1967.

> Participante do Simpósio sobre “Meningite”, set/1974, promovido pela Sociedade de Medicina de PE e Associação Médica Brasileira.

MESAS REDONDASParticipação Ativa> Mesa Redonda sobre “Desidratação”, no

X Congr. Médico Estadual de PE, realizado em Garanhuns, abr/1961.

> Mesa Redonda sobre “Quimioterapia Anti-Neoplástica”, no XI Congr. Médico

Estadual de PE, realizado em Garanhuns, em maio de 1962.

> Mesa Redonda sobre “Emergência em Pediatria”, no XI Congr. Médico Estadual de PE, realizado em Garanhuns, mai/1962.

> Mesa Redonda sobre “Cardiopatias na Infância”, no XIV Congr. Médico Estadual de PE, em Garanhuns.

> Presidente-coordenador da Mesa Redonda sobre Temas Livres no 13º Congr. Médico Brasileiro do RS

> Mesa Redonda sobre “Infecções do Aparelho Respiratório do Recém-Nascido”, Patrocinado pelo SESP, em Timbaúba.

> Mesa Redonda sobre “Afecções do Aparelho Digestivo”, patrocinado pelo SESP, em Penedo.

> Mesa Redonda sobre “Emergências do Aparelho Respiratório”, na Semana de Medicina Preventiva patrocinada pelo SESP em Catende.

> Mesa Redonda sobre “Emergências do Aparelho Digestivo”, patrocinada pelo Centro de Estudos do Hospital de Pronto Socorro do Recife

> Relator da Mesa Redonda “Urgências Respiratórias Agudas”, no III Congr. Brasileiro de Medicina Cirúrgica e Odontologia de Urgência, patrocinado pelo Centro de Estudos Científicos SANDU de PE, out/1962.

> Mesa Redonda sobre “Tétano Neo-Natoriun”, patrocinado pela Maternidade Nossa Senhora de Fátima do Recife, 1966.

> Mesa Redonda sobre “Tratamento das Parasitoses Intestinais na Infância”, no XV Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, realizado em Garanhuns, mai/1966.

> Coordenador da Mesa sobre “Neonato1ogia”, no XXVII Congr. Médico Acadêmico Estadual, patrocinado pela Sociedade de Internos dos hospitais do Recife, out/1968.

> Relator da Mesa Redonda “Urgências Respiratórias Agudas”, no III Congr. Brasileiro de Medicina, Cirurgia e Odontologia de Emergência, out/1968.

> Coordenador da Mesa Redonda sobre “Temas de Neonatologia” no XVII Congr. Médico Estadual de PE, Caruaru, out/1970.

> Mesa Redonda sobre “Efeitos Colaterais dos Analgésicos e Anestésicos utilizados em Obstetrícias sobre o Feto Recém-Nascido”, no Congr. de Anestesiologia realizado no Recife em out/1970.

> Coordenador da Mesa Redonda sobre “Medicina Preventiva”, no XXI Congr. Médico Estadual de PE, patrocinado pela Sociedade de Medicina de PE, Garanhuns, out/1972.

> Membro da Mesa Redonda sobre “Esquistossomose Mansoni”, nos XVII Congr. Brasileiro de Pediatria, V Congr. do Distrito XI da Academia Americana de Pediatria, patrocinado pelos Congr.s pediátricos da Bahia, e realizados em Salvador, out/1973.

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> Relator do tema: Pneumonias na Infância, 1ª Jornada Internacional de Pneumologia, 1985.

> Professor escolhido pelo Centro de Ciências da Saúde para fazer a saudação ao profº Arturo Asalli, quando foi concedido o Título de Professor Honoris Causa.

SOCIEDADES MÉDICAS Participação como Sócio> Sócio efetivo da Soc. Brasileira de Pediatria

desde 1953.> Sócio efetivo da Soc. de Pediatria de PE

desde 1954.> Sócio honorário da Soc. Acadêmicos

Internos do Hospital das Clínicas da Universidade do Recife, desde maio de 1955.

> Fellow da Academia Americana de Pediatria desde 1959.

> Sócio contribuinte do Instituto de Proteção e Assistência à Infância desde 1961.

> Sócio fundador do Instituto de Medicina Infantil de PE-IMIP (ex Instituto Materno-Infantil PE, atual Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira) desde 1963.

> Sócio fundador do Centro de Estudos de Neonatologia do Hospital Barão de Lucena desde 1968.

> Irmão da Santa Casa de Misericórdia do Recife desde 1971.

> Sócio da Assoc. Médica Brasileira.> Sócio fundador do Centro de Estudos

Fernando Figueira, em 1977.> Sócio da Sociedade de Medicina de PE.

Funções Desempenhadas> Orador da Soc. de Pediatria de PE em 1960

e 1964.> Secretário da Soc. de Medicina de PE, 1961.> Presidente da Soc. de Pediatria de PE em

1961, 1962 e 1963.> Vice-presidente da Sociedade de Pediatria

de PE em 1961.> Diretor-Tesoureiro do IMIP de 1969 a 1972.

ATIVIDADES PROFISSIONAISAtividades em Órgãos Públicos> Membro do Conselho Fiscal do Laboratório

Farmacêutico do Estado de PE – LAFEPE -, desde 1972.

> Coordenador do Setor de Medicina Comunitária do INAMPS, desde 1977.

> Chefe do Berçário da Maternidade da equipe própia do INPS no Hopital Barão de Lucena, 1967 a 1968.

> Assistência de Pediatria da Fac. de Ciência Médicas de PE.

> Médico do Instituto de Puericultura do NE> Reponsável pelo Setor de Estágio e

Extramural da Cadeira de Pediatria e do IMIP em 1970.

> Sub-chefe do VI Depart. de Pediatria, 1972. > Exerceu funções de ensino em nível

de graduação e pós-graduação, nas enfermarias da disciplina de Clínica Pediátrica Médica durante o ano 1975.

> Chefe em exercício do Depart. Materno-

Curriculum VitaeInfantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, 1976

> Vice-chefe do Depart. Materno-Iinfantil do Centro de Ciência da Saúde da UFPE, 1985 a 1987.

> Desempenhando a função de Chefe de Depart. Materno Infantil em várias oportunidades, entre 1985 e 1987.

> Chefe em exercício do Depart. Materno-Infantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, de 23/08 a 06/09/1976.

> Coordenador, em exercício, da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciência da Saúde da UFPE, de 12 a 20/05/1977.

> Sub-chefe do Depart. Materno-Infantil do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, de 1975 a 1977.

> Chefe do Setor Materno-Infantil do INAMPS em 1977.

> Coordenador, em exercício, da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFPE de 15/08 a 13/09/1978.

> Coordenador em exercício da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saude da UFPE, mai/1978.

> Titular, em exercício, da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, mai/1978

> Titular em exercício da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saúde da UFPE, ago/1978.

> Titular, em exercício, da Disciplina de Clínica Pediátrica Médica do Centro de Ciências da Saude da UFPE, de 15/08 a 14/09/1978.

> Médico da Família da Prefeitura do Brejo da Madre de Deus, de 2000 a 2006.

Atividades em Órgãos Privados > Pediatra do Instituto de Aposentadoria e

Pensões dos Bancários, nov/1952.> Pediatra da Delegacia do Instituto dos

Bancários no Rio de Janeiro, 1955. > Ex-chefe do Serviço Médico da Algodoeira

União do Brasil S.A., de 1954 a 1960. > Ex-médico clínico responsável pelo serviço

de pré e pós-operatório da Casa de Saúde São Geraldo no Rio de Janeiro.

> Médico pediatra preferencial do Instituto do Açúcar e do Álcool de PE.

> Ex-Médico preferencial do do Instituto dos Economiários.

> Chefe do Serviço do Pediatria do lnstituto dos Bancários.

> Chefe do Berçário da Maternidade do Instituto dos Bancários.

> Pediatra da Delegacia do Instituto dos Bancários no Rio de Janeiro,1955

> Ex-Assistente do Dr. Lages Neto, no Berçário do Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro.

> Membro da Comissão de Residência Médica do IMIP, 1969.

> Assessor especial da presidência

do Instituto Matemo-Infantil de PE, de 26/04/1978 a 20/06/1978, durante o impedimento do titular, designado pela Portaria n° 04/78, de 26/04/78.

> Delegado da Sociedade do Medicina de PE, junto à AMB, 1987.

Planejamento, Organização e Implantação de Serviços Médicos> Componente da Comissão de Supervisão,

para implantar os seguintes serviços na UFPE: transferência dos Serviços de Patologia Clínica e Atenção Ambulatorial, Serviços do Centro Cirúrgico, Centro de Material, Centro Obstetrício, Centro de Esterilização, Setor de Internação, Serviço de Conforto Médico e aproveitamento das instalações do HPAM.

> Membro da comissão instituída para estudar o funcionamento da unidade de internamento (Hospital Geral de Pediatria) do Instituto Materno-Infantil de PE, abr/1978.

> Pediatra credenciado pelo Saúde Bradesco.> Pediatra credenciado da Caixa Economica

Federal – 1975.

CONSULTORIAS> Consultor para assuntos de Neonatologia do

Instituto de Medicina Infantil de PE.> Consultor de Clínica Privada.> Membro do Conselho Superior do IMIP,

administração – 1986.

CONCURSOS> Concurso público para Médico Pediatra do

Instituto dos Bancários, concurso de provas e títulos, aprovado em 1º lugar, em 1954.

HONRARIAS> Título de Cidadão do Brejo da Madre de

Deus, concedido pela Câmara Municipal em 1990.

> Medalha de São Lucas, conferida pela Sociedade de Medicina de PE, Conselho Regional de Medicina e Sind. dos Médicos de PE em 1995.

> Sócio honorário do IMIP em 1994> Homenagem prestada pelo Conselho

Departamental do Centro de Ciências da Saúde, posteriormente à aposentadoria.

> Placa de Honra ao Mérito, de Nova Jerusalém, concedida em 2006.

> Medalha de Mérito da Educação Médica Professor Otávio de Freitas, em 22/08/2008.

> Diploma de “Mérito Pediátrico Dr. Lincoln Marcelo Silveira Freire”, concedido pela Sociedade de Pediatria de PE, em comemoração aos 70 anos de sua fundação, por serviços prestados a essa entidade e à Pediatria pernambucana, em 18/03/2009.

> Medalha do Mérito Pediátrico Professor Antônio Aureliano, concedida pela Sociedade Pernambucana de Pediatria, em 18 de maio de 2010.

> Medalha do Cinquentenário do IMIP concedida em 14 de junho de 2010.

“O passado não é o que

passou, Mas o que f icou

do passado”Tristão de athaide

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“Eu entendo que o homem, nas suas origens

históricas, é filho do tempo e da terra. O tempo é um

pai, assim como a terra é mãe. Por toda sua vida, o

homem será resultado do seu tempo e da sua terra.

Ambos exercerão uma influência muito forte, diria até

determinante, nas formas de ser e agir de cada pessoa.”

Flávio Campos

Suas Origens

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DO TEMPO

1929 não terminou em 31 de dezembro...

O último ano da década de 1920 foi daqueles que ficam no calendário como divisor dos

rumos da história da humanidade. Fatos marcantes fizeram com que 1930 chegasse como

um apêndice do anterior. Na verdade, era apenas o primeiro de uma fase enodoada pelas

consequências do colapso econômico que repercutiu em escala global. É impossível, hoje,

falar de alguém que nasceu em 1930 sem abordar a crise do capitalismo provocada pela

queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a mais importante do mundo.

Somente como registro histórico, convém lembrar: não demorou para a crise atingir a Europa,

que começou a sentir os resultados do crash econômico, com desemprego em massa,

desvalorização de moedas e queda na produção industrial. Era uma espécie de efeito

cascata, que atravessava os continentes, contaminando independentemente os países ricos

e pobres.

No Brasil também não podia ser de outra forma. A economia local era muito dependente.

O país, movido pela agricultura, tinha como principal produto de exportação o café. Foi

exatamente ele o mais prejudicado: a comercialização despencou dramaticamente.

E isso tinha muitos significados. Respingava na política. A produção agrícola do Brasil era

carne-e-unha com o poder político nessa fase da história que ficou conhecida como

República Velha. Alternavam-se no poder os grupos ligados aos laticínios de Minas Gerais e

aos cafeicultores de São Paulo. Era a chamada “política do café com leite”. Xeque-mate: a

crise econômica abalou essa hegemonia.

A novidade era Getúlio Vargas, opção dos adversários dessa política café com leite. No

entanto, em março, Júlio Prestes foi eleito e tomou posse. Em julho, o candidato a vice na

chapa derrotada de Getúlio, o governador da Paraíba, João Pessoa, foi assassinado numa

confeitaria no centro do Recife.

Esse fato foi explorado de acordo com as conveniências para enfraquecer ainda mais a

combalida República Velha. O clima agravava-se porque o Exército, por sua vez, era contrário

ao governo desde o tenentismo. Na sociedade civil, havia uma situação de desconforto

em decorrência da crise econômica, que gerava profunda insatisfação popular. A soma de

todas essas causas resultou na deposição de Júlio Prestes. Vitória das oposições. Getúlio foi

nomeado presidente, começando um novo capítulo da História do Brasil.

Foi nessa sociedade repleta de crises e

transformações políticas que nasceu Flávio Campos.

Não seria de todo um exagero afirmar que os

brasileiros dessa época trazem consigo a característica

das pessoas que tomam um partido em qualquer

situação da vida. E para quem a fidelidade é marca

registrada.

Flávio Campos, natural de Pernambuco, Estado, à época, eminentemente agrícola. Mas o

produto número um da economia local não era o café. E sim a cana-de-açúcar, o ouro

branco da vasta faixa litorânea da Zona da Mata.

DA TERRANasci em 8 de março de 1930, no Engenho Duas Unas, Jaboatão dos Guararapes. Sou

filho de Fernando Carneiro Ribeiro Campos e Maria do Carmo Accioly Campos. Foi um

parto difícil, a fórceps, feito pelo obstetra Dr. Diniz.

Engenho Duas Unas | Casa Grande

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D. Maria do Carmo Accioly Campos

Obra produzida por D. Maria do Carmo Accioly Campos

Meu pai trabalhava na fiscalização do porto e era senhor de engenho. Nascido em

10 de Junho de 1903, era filho de Leôncio Ribeiro Campos e Maria Izilina Carneiro de

Albuquerque, também conhecida como Marieta. Ela era neta do Barão de Limoeiro.

Fernando Ribeiro Carneiro Campos

Minha mãe, era uma exímia artista plástica. Nascida em 08 de Março de 1912, era filha

única de Maximiano Accioly Cavalcanti e Leonita Rabelo Accioly Cavalcanti, que faleceu de

varíola. Ele casou em segundas núpcias com a cunhada Antonia Rabelo Accioly Cavalcanti,

chamada de Mãe Nenêm, que foi quem efetivamente a criou.

Meu pai, com a morte de seu sogro, Maximiano Cavalcanti, passou a administrar os

engenhos Duas Unas, Guarani e Horizonte. Esse último pertencente aos avós maternos de

minha mãe. Sofri toda a influência, de minhas origens, de meu tempo, e de minha terra. Foi

Maximiano, Flávio, D.Maria Lúcia, Mãe Nenên, D. Maria do Carmo e Fernando Carneiro Ribeiro Campos

no Engenho Guarani, onde vivi até os dez anos de idade, num cenário onde ainda podia

se sentir o glamour do apogeu dos engenhos, da sua cultura e tradição. Onde meu pai,

um senhor de engenho, e seus familiares, continuavam a gozar de muito respeito e estima

dentro e fora de nossas propriedades.

Na infância, convivi com personagens marcantes e ambientes que foram temas de livros e

estudos, como a casa grande, a moenda, a senzala já sem escravos, a casa de farinha,

barracões. Realizei caçadas, pescarias nos rios e açudes, passeios de cavalo e outras

diversões que só esses ambientes poderiam propiciar. O que vivi faz lembrar o relato de

um dos clássicos da literatura brasileira:

“Meu avô me levava sempre em suas visitas de

corregedor às terras de seu engenho. Ia ver de perto

os seus moradores, dar uma visita de senhor nos seus

campos. O velho José Paulino gostava de percorrer a

sua propriedade, de andá-la canto por canto, entrar

pelas suas matas, olhar as suas nascentes, saber das

precisões de seu povo, dar os seus gritos de chefe,

ouvir queixas e implantar a ordem. Andávamos muito

nessas suas visitas de patriarca.”

Trecho do romance “Menino de Engenho”, de José Lins do Rego.

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Engenho Guarani | Casa Grande

LEMBRANÇAS DOS ENGENHOS

ENGENHO GUARANI

Renato, meu irmão, escreveu sobre Guarani, engenho do meu pai localizado em Jaboatão,

como sendo “Tampico”. Acredito que tenha se inspirado em Tipase, recanto onde Camus (o

filósofo Albert Camus), ia passar as suas férias, localizado na Cordilheira do Chanôa, em Argel.

A casa grande do Engenho Guarani ficava em um morro, cercada de terraços, com várias

fruteiras, um riacho de água corrente movia a roda gigante e movimentava as moendas

que esmagavam as canas que se tornavam mel de engenho.

O avô, à tardinha, gritava para o vaqueiro prender os bezerros. De medalha e de lembrança

e, soltar o da saudade. No alto da cajazeira, o canário amarelo da terra Turril cantava ao

fim do dia, a sua cor confundia-se com a cor do fruto. Os carros de boi carregados de cana

iam chegando para abastecer as moendas. O caldo se transformando na cor negra do mel

de engenho. O açúcar mascavo em torrões é transformado e degustado pelas crianças e

moleques da cor cinzenta dos bagaços espalhados pela campina.

O rio estendendo-se pela ribanceira, sendo usado como reservatório de camarões, traíras,

camurins. As moradoras, com os puçás com iscas de mandioca mole pegavam camarões

que eram degustados nas panelas dos moradores do engenho, tomando-se uma

alimentação mais amena.

“Quem chamou as off icinas em que se fabrica o assucar, engenhos, acertou verdadeiramente no nome. Porquê quem quer que as vê, e considera com reflexão que merecem, he obrigado a confessar, que são huns dos principaes partos, e invenções dos engenhos humanos, o qual como pequena porção do Divino, sempre se mostra no seu modo de obrar, admirável... [...]O ser senhor de engenho, he título, a que muitos aspirão, porque traz consigo, o ser ouvido, obedecido e respeitado de muitos.”

André João Antonil

Cultura e Opulência do Brasil, 1710

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Na casa de farinha as mandiocas são raspadas pela metade e a outra metade pelas

comadres e compadres da farinhada. A massa é esmagada pela prensa, sendo retirada a

goma para fazer beiju. A alegria é grande na farinhada. Coloca-se o assunto em dia. O que

aconteceu de bom e de ruim. Geralmente no dia de sábado, fim de semana, o trabalhador

coloca a roupa domingueira e vai para a feira vender as bananas do seu sítio, a farinha e os

beijus de goma. O trabalhador compra roupa nas bancas de feira para ele, sua esposa e os

filhos. Na sua volta pensa como Vitor Hugo: “Acha o seu lar e o acha embelezado”.

ENGENHO FLORESTA

Todos os fins de semana meu pai ia fazer o pagamento dos trabalhadores do engenho que

fica em Moreno. Quem dirigia o carro era eu. A estrada era péssima, muita lama e atoleiros.

A paisagem era muito bonita, o canavial parecia um mar verde que o vento balançava e

fazia barulho. Geralmente, a maior preocupação era uma ladeira de barro vermelho, perto

de chegar à Casa Grande do Engenho.

A Casa Grande era muito bonita, ficava em cima de

porões onde se guardava o café para ser moído.

Ao lado ficava um pé de munguba, que no fim do

ano floria e ficava todo branco. Era lindo porque os

passarinhos aproveitavam para comer as flores, eram

jandaias, papagaios, saíras, sanhaçús, verde linhos,

pintores. Ficava que parecia uma árvore de natal.

O engenho era aproveitado para casa de farinha e carpintaria onde eram feitos os carros

de boi. Os cercados eram todos verdes, onde pastavam o gado de várias cores. Pintados,

vermelhos, pretos, brancos, que enfeitavam a paisagem. O jardim era cheio de roseiras,

acácias vermelhas e amarelas e de rosedáis. No oitão da casa tinha um pé de pitangas

suculentas, vermelhas, que eram degustadas com prazer. Tinha um lago com águas claras

que era um deleite da meninada para pescar e tomar banhos. A mata era densa e habitada

por pássaros, pacas, cotias, veados, tatus e porcos do mato que eram a distração dos

caçadores.

Minha mãe aproveitava as festas da região para fazer tapiocas, pamonhas, que eram

vendidas aos moradores a preços simbólicos. O engenho tinha um barracão onde eram

vendidos gêneros alimentícios aos trabalhadores. Era um ponto de reunião, à noite, quando

os mesmos largavam do trabalho. A distração era, àqueles que sabiam, ler um folheto que

contava o mito do Pedro Malasarte, do Amarelinho e do Homem Valente que desafiava

todos e sempre vencia. Meu pai ia ao Engenho para correr os serviços e fiscalizar as

plantações. Tinha um cavalo, o Asa Branca, que chamava a atenção porque tinha muita

passada e seus arreios eram muito bonitos.

Meu avô, Maximiano Accioly Cavalcanti, proprietário do engenho Duas Unas, nos presenteou,

a mim e a Renato, com cavalos ajaezados, com celas pequenas e estribos adequados para

crianças. Ficávamos muito satisfeitos porque podíamos passear e visitar os outros engenhos

Meu pai tinha vários amigos que nos visitavam com frequência. Joca de Kanzanza Azevedo,

do Engenho Camaço; Guilherme, do Engenho Caraúna; Evaldo, do Engenho Mato Grosso.

Renato, meu irmão, era muito amigo de Gilvan, filho de Joca de Kanzaza. Certo dia, Renato

foi convidado por Gilvan para almoçar, mas ficou desconfiado, achando que o peru, que o

mesmo lhe serviu, era o urubu que ele criava no quintal. Gilvan negou veementemente. De

certo foi brincadeira de meu irmão com Gilvan.

Flávio com sua espingarda

A distração era, aqueles que sabiam, ler um folheto que contava

o mito do Pedro Malasarte, do Amarelinho e do Homem Valente que

desafiava todos e sempre vencia.

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As caçadas de veado

Meu tio Jorge, médico que morava em São Paulo, vinha sempre ao Recife. Era um grande

caçador e pescador. Os seus cachorros de caça, conhecidos. Ele presenteou a mim e a

Mauro, meu irmão, com um casal de cães, Chorão e Madrugada. Eles marcaram época

nas nossas caçadas em Pernambuco. Chorão era vermelho; Madrugada, preta, com as

patas amarelas.

Fiz uma caçada com Chorão e presenciei quando o mesmo pegou um veado capoeiro

com os dentes. As caçadas eram muito animadas, contava com vários caçadores. Eles

marcavam geralmente os sábados de madrugada para se reunir. Conversavam, falavam

das caçadas e dos cachorros.

Geralmente, um dos caçadores mais resistentes era o que acompanhava a matilha de

perto e dava o grito de levante. Quando o veado morria no levante, a caçada terminava;

quando não, durava o dia inteiro até o veado ser morto a tiro ou pego pela matilha,

que era o mais comum. O grito do caçador que atuava perto da matilha era: “Morreu,

morreu!”. E todos eram avisados. Não só eu tenho boas lembranças dos engenhos, mas

também todos os meus irmãos. Prova disso, pode ser observada pela excelente poesia de

Maximiano sobre o Engenho Horizonte.

Flávio e Maximiano saindo para uma das caçadas

ENGENHO HORIZONTE

No Engenho Horizonte

Bumba-meu-boi, reisado,

terço e novena,

casamento, batizado.

No Engenho Horizonte

uma prima toca piano

a outra canta com ela,

a noite é mais noite

na escuridão dos olhos dela.

No Engenho Horizonte

um canário canta o dia

acorda do sono

meu avô que dormia.

No Engenho Horizonte

meu avô galopa

em cavalo alazão,

de esporas de prata,

bengala incrustada

de ouro na mão

No Engenho Horizonte

a avó fala baíxinho,

mistura sua voz

aos cantos dos passarinhos.

No Engenho Horizonte

um rio correndo

e um menino atrás,

nem um, nem outro, voltaram mais.

Poesia de Maximiano Campos

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Estudou em Paris com o professor Joffre Dumaedier. Foi pesquisador e diretor do

Departamento de Sociologia do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, hoje

Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj); professor de Literatura da Universidade Federal de

Pernambuco; vice-coordenador do Seminário de Tropicologia.

Conferencista, ensaísta, jornalista, escritor, além de colaborar em revistas e jornais, publicou,

na área de folclore, “Folhetos populares da zona dos engenhos de Pernambuco” (1955) e

“Ideologia dos poetas populares do Nordeste” (1959). Faleceu em 1977.

MEUS IRMÃOS

Tenho três irmãos, Renato, Mauro e Maximiano. Como eu, passaram suas infâncias nos

engenhos, convivendo com os filhos dos trabalhadores rurais, com as contradições sociais,

tão bem retratada por Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala.

Todos nós, como meninos de engenho, participamos

de numerosas brincadeiras - subir em árvores,

participar das farinhadas, das festas de época,

dançar as tradicionais quadrilhas do São João, pegar

passarinho com arapucas, caçar, tirar leite de vaca,

andar de cavalo, tomar banho de rio. Enfim, era uma

vida com muita liberdade e felicidade, completamente

diferente das crianças urbanas.

Todos nós tivemos que enfrentar a vida da metrópole, onde viemos estudar e residir, na

pré-adolescência. Na mocidade dividíamos os estudos, com as diversões nos assustados,

veraneios em Piedade, nas paqueras, sem deixarmos de ir sempre aos engenhos de

papai. Graças a Deus todos nos formamos, eu fui ser Médico, Renato e Maximiano

Bacharéis em Direito e Mauro, Agrônomo. Todos os meus irmãos, no meu entender,

obtiveram sucesso nas suas profissões. Como pode ser melhor apreciado nas suas breves

biografias, narradas a seguir.

SUAS BIOGRAFIAS

Renato

Renato, casado com Pompéia, teve três filhos: Vanja, Maria Luiza e João Henrique. Ele

nasceu no dia 8 de março de 1931, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco.

Concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do

Recife, em 1953.

Renato Carneiro Campos

Meu irmão mais moço do que eu (um ano), foi um grande escritor

de crônicas.

Faleceu jovem, de um tumor maligno, no mediastino. Quando soube

do resultado da radiografia olhou para mim e exclamou: “Tenho pena

de você meu irmão, não pode nem adiar a minha sentença!” Morreu

valentemente, com galhardia, reunindo os amigos mais chegados

para ouvir música e cantar as canções de que gostava.

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Casado com Pompéia, que não o abandonou até os últimos dias

de sua vida. Exemplo de esposa, mãe e companheira de todos os

momentos.

Foi um boêmio que viveu intensamente todos os momentos da

vida. Escreveu um artigo, já doente, que me emocionou muito,

sobre o fim do ano: “Quero um fim de ano sem prisões, sem

doenças, de confraternização dos amigos, sem vinganças, sem

guerras e sem agressões”.

Escreveu sobre uma menina de biquíni amarelo. Ele a via todos os

dias, quando ela ia tomar banho na praia onde estava. Também

fez um artigo sobre os puxa-sacos dos ricos. Gostava de fazer

seresta, tinha uma voz afinada e era muito amigo dos amigos.

Quando Luiz Heráclio faleceu Renato falou que faltou outro Luiz

para salvar o mesmo. Foi muito amigo de Gilberto Freyre e o ajudou

bastante no Instituto Joaquim Nabuco. Como dizia o poeta, não

morreu, encantou-se!

Flávio Campos

Renato, Vanja, Pompéia e Maria Luiza

Renato Carneiro Campos à esquerda de Gilberto Freyre

Mauro

Mauro nasceu em 25 de junho de 1934. Formou-se em Agronomia. Inicialmente, trabalhou

nos engenhos do pai e depois, na Usina Jaboatão.

Tendo ingressado no Ministério da Agricultura, participou de várias pesquisas

experimentais de melhoria genética e de formulação de manejos de diversos tipos de

cultura. Ocupou outros cargos de destaque até se aposentar como Auditor Fiscal de

Inspeção.

Foi arrendatário de engenho, diretor do Bancoplan e fazendeiro. Casado com Solange Bivar,

tem três filhos: Ricardo, Flávia e Roberta.

Renato, Pompéia e Vanja

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Mauro Carneiro Campos

Mauro é o penúltimo dos filhos de papai, formou-se em

Agronomia, foi trabalhar no Ministério da Agricultura, ficando

encarregado das fazendas experimentais desse órgão,

primeiramente em Caruaru e, posteriormente, em Igarassu.

Casou com Solange Bivar e teve três filhos. Todos eles nasceram

prematuros e tive que acompanhá-los de perto, o que me levou a

ir com frequência à sua casa, ora como médico e ora como irmão.

Como ele eu gostava muito de caçar e pescar.

Tivemos oportunidade de fazer boas caçadas e memoráveis

pescarias, pois seu sogro, Dr. Milton Bivar, gostava muito de pescar

em alto mar. Tanto assim que eu e Mauro acabamos tendo uma

jangada, motor, molinetes, varas. Íamos com Zezé, um excelente

pescador que conhecia bem os pontos de boas pescarias, tanto de

peixe de lama como de pedra.

Em Caruaru, recordo-me de um fato engraçado. Atravessávamos

o Rio Ipojuca, na época infestado de esquistossoma. Íamos

numa tosca jangada, com meus filhos Flávio Rubem e Fernando

Antônio, além do cachorro perdigueiro, para caçar lambú, quando

numa manobra meio desastrada a jangada virou e tomamos

um inevitável banho no rio. Por causa dessa aventura fiz uma

desinfecção com álcool, evitando dessa forma, graças a Deus,

uma provável e inevitável manifestação de esquistossoma, mas

em compensação servindo de ironias e brincadeiras por anos a fio.

Em Igarassu, a fazenda experimental ficava à beira do Rio

Monjope, rio de águas cristalinas, onde colocávamos armadilhas

para pegarmos pitu, não a bebida mas sim o camarão. Lá

íamos passarinhar, pegar curiós e papa-capins com alçapão.

Bem próximo de onde passarinhávamos ficava o vertedouro da

barragem de Monjope e uma casa de farinha, ainda nos moldes

antigos, onde deliciávamos saborosos beijús.

Lá também fizemos diversas pescarias em fazendas de viveiros de

peixes, onde pescávamos maravilhosas e grandes bicudas. Mauro

gostava de caçar, tinha bons cachorros perdigueiros para lambús e

beagles para caçadas de raposa e veado. Ele fazia questão de levar

seu filho Ricardo e meus filhos Fernando e Flávio, todos meninos,

para essas caçadas, tendo Fernando ficado adepto desse hobby.

Conseguiu, através de Renato nosso irmão, uma diretoria

no BANCOPLAN, tendo firmado conhecimento com diversos

fornecedores de cana, o que o possibilitou arrendar um engenho

em Vitória de Santo Antão, que foi posteriormente vendido para

comprar um bom apartamento na Rua Navegantes.

Mauro, também como eu, construiu sua casa de blomaco, tijolos

de madeira, com proteção anti-incêndio e anticupim. A minha foi

construída em Piedade e a dele em Candeias. Pela proximidade

de nossas moradias, por gostarmos dos mesmos hobbies, tivemos

muitos bons momentos, fizemos muitas farras nos terraços de

nossas casas e hoje, dessas lembranças só resta-me a saudade.”

Flávio Campos

Ricardo, Maria Lucia, Mauro, Solange e Flávio

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Maximiano

Maximiano nasceu em 19 de novembro de 1941 e faleceu em 06 de agosto de 1998, aos 57

anos. Foi casado com Ana Lúcia Arraes. Teve dois filhos: Eduardo Henrique e Antônio Ricardo.

Bacharel em Direito e Escritor - contista, romancista e poeta -, pertenceu à Geração de

1965. Foi funcionário da Fundaj, Secretário de Cultura e compositor.

A sua obra — Sem Lei nem Rei (romance); As Emboscadas da Sorte (contos); As Sentenças

do Tempo (contos); As Feras Mortas (contos); A Loucura Imaginosa (novela); O Major

Façanha (novela); A Memória Revoltada (novela); Lavrador do Tempo (poesia); Cartas aos

Amigos (ensaios); Do Amor e Outras Loucuras (poesia) e Os Cassacos (novela) — compõem,

na área da ficção, um expressivo mural da vida nordestina, ou melhor, da vida humana,

através deste pedaço de Brasil que é o Nordeste.

Flávio, João Henrique, Eduardo, Maximiano e Mauro

Casou com Ana Arraes. Foi um casamento meio tumultuado, na

Base Aérea, quando Miguel Arraes estava preso. Foi viver com

meus pais em uma fazenda em Vitória de Santo Antão. Era muito

inteligente e culto. Trabalhava no Instituto Joaquim Nabuco com

Fernando Freyre, que foi um grande amigo.

Pai de dois filhos muito inteligentes que foram sempre muito amigos.

Eduardo, sendo governador do Estado e Antônio Campos, grande

advogado, escritor e poeta.

Maximiano Campos liderou e conviveu com vários poetas de

sua geração. Foi Secretário de Cultura e muito amigo de Ariano

Suassuna, de quem admirava e era grande amigo. Valente, andava

sempre armado, era um verdadeiro colecionador de armas. Atirava

muito bem com arma de fogo.

Apesar de Maximiano ter um temperamento difícil, Ana foi uma boa

companheira para o mesmo. Sempre o desculpava. E o ajudava

muito nos seus livros. Conhecia bem ortografia e literatura.”

Flávio Campos

Maximiano Accioly Campos

Meu irmão mais moço foi criado por meus pais, com muito carinho,

que lhes faziam todas as suas vontades.

Formado em Direito, identificou-se muito bem com o irmão Renato.

Começou a escrever cedo vários romances que marcaram época.

Acredito que vários dos seus contos eram baseados em sua vida:

“Sem Lei, nem Rei”, “Emboscadas da Sorte”, “Major Façanha” etc.

Maximiano e seu pai Fernanco

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Médico | Turma de 06 de Dezembro de 1952

“As atitudes boas e ruins, as vir tudes e vícios, são resultantes

de um aprendizado. São coisas que observamos nos outros,

copiamos, agimos e repassamos. Por isso, é fundamental o

bom exemplo. Se, na nossa formação, vimos gente boa agindo

corretamente em nossa casa e na escola, a tendência é sermos

assim, justos e honestos.”

Flávio Campos

Formação

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FORMAÇÃO

Flávio Campos fez o curso primário com professores particulares nos engenhos de seu

pai e o ginasial, hoje equivalente ao ensino fundamental 2, no Ginásio da Madalena. Veio

“meio matuto” para o Recife e teve que impor respeito à tapa. Brigava muito. Uma das

confusões foi com o também brigão Aguinaldo Jurema. Depois, tornaram-se grandes

amigos. Considerando-se irmãos.

Posteriormente, ingressou no Colégio Osvaldo Cruz para fazer o científico. Foi um curso

pontilhado por grandes entraves, um deles com o professor Júlio de Melo, de matemática.

Mesmo assim, destacava-se em várias disciplinas, principalmente em física, cujas aulas

eram ministradas pelo professor Milton Maia. Só tirava boas notas.

Foi no científico (hoje, ensino médio) onde conheceu outro grande amigo, Edvard Pereira de

Andrade. Tanto Aguinaldo quanto Edvard foram posteriormente seus colegas de faculdade

e amigos-irmãos por toda a vida.

Colégio Osvaldo Cruz

Quando Flávio Campos veio completar os estudos secundários no Recife eram fins da

década de 1930 e início dos anos 1940. Vivia-se um período de muitas transformações.

Na política, por exemplo, Getúlio Vargas já tinha feito um governo provisório, passara a

presidente constitucionalista e gostou tanto do poder que instalou o Estado Novo.

Na ditadura, com poderes ilimitados, outorgou uma Constituição. Em Pernambuco, nomeou

interventor federal o seu amigo e aliado fiel, Agamenon Magalhães. Mas as novidades

não se limitavam à política.

A sociedade como um todo estava mudada: a migração do homem do campo para

tentar a vida nas cidades era um fenômeno crescente, as favelas começavam a surgir nos

grandes centros urbanos. Nas fábricas, a mão-de-obra feminina tornava-se comum.

O Recife modernizava-se, com os planos urbanísticos de remodelação. Se por um lado

os belos sobrados antigos, esguios e altos, ainda lhe remetia a uma imagem colonial, por

outro a paisagem se modificava com abertura de novas vias que garantiam estrutura

viária. A cidade já tinha fama de capital mais desenvolvida do Nordeste. O comércio e

a indústria começavam a se expandir. Os bondes elétricos agora trafegavam em maior

número, vindo de novos subúrbios.

A Segunda Guerra Mundial, que estourou na Europa em 1939, encheu o Recife de marines

americanos. O povo se preparava para os dias difíceis e o comportamento era ditado pelo

ritmo dos fatos, com a população tecendo a sua própria história. Durante todo o conflito

bélico, que durou até 1945, e mesmo nos primeiros anos após o seu término, tudo na

sociedade civil também era causa e consequência da guerra.

Em 1947, Flávio Campos prestou vestibular e foi aprovado, ingressando na Faculdade de

Medicina do Recife. Pela importância, essa instituição, por si, merece uma ressalva.