blind loves o dia da europa juraj lehotsky diferentes ... · derada o começo da criação do que...

2
The Taylor Hearing Boy O DIA DA EUROPA Em 9 de Maio de 1950, Robert Schuman apresentou uma propos- ta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção de relações pacíficas.Esta proposta é consi- derada o começo da criação do que é hoje a União Europeia. O dia 9 de Maio tornou-se um símbolo europeu e constitui uma oportunidade para desenvolver actividades que aproximam a Eu- ropa dos seus cidadãos e os povos da União entre si. Hoje ambicionamos construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo. A União Europeia está atenta aos desejos dos cidadãos e coloca- se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os seus hábitos e a sua língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na “pátria europeia”, onde podem circular livremente. Margarida Marques Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal DOC_EUROPA Nova Europa? Velha Europa? 27 países, 27 filmes. Tudo se passa como se estivéssemos a inventar um jogo de adivinhas: quem é mais europeu, tu ou eu? Os 27 documentários que reunimos para comemorar o dia da Eu- ropa permitem-nos colocar algumas das questões mais imediatas sobre o nosso continente. Quem somos hoje? Para onde vamos? Que diferenças existem entre os europeus? Que diversidade, ou diversidades, a União Europeia pode comportar? Através destes 27 filmes (de duração e estilo tão diferentes) percebemos depressa que a Europa não é um conceito político imaginário, nem artificial. Ao fim de alguns minutos de projecção, as diferenças linguísticas desvanecem-se e entramos num uni- verso que não nos é estranho. Na Áustria descobrimos Portugal. Na Grécia encontramos a Polónia. Na Irlanda vemos o reflexo de todo o Continente. Esta mostra é um convite a pensarmos sobre nós próprios. Cada filme funciona como um potencial espelho, em cujo reflexo ora nos reconhecemos, ora nos surpreendemos. Assim também po- demos tentar compreender quem são os portugueses hoje e qual é a nossa realidade dentro da Europa dos 27. APORDOC Blind Loves, Eslováquia, 2008, 77’ Juraj Lehotsky Diferentes formas de amor entre pessoas cegas. Expõem a beleza dos seus valores, a visão que têm do amor e da sua necessidade. Uma viagem construída como uma po- derosa reflexão a respeito dos íntimos sentimentos que marcam o universo dos cegos. DINAMARCA, ROMéNIA, BULGáRIA Hearing Boy, Dinamarca, 2007, 28’ Katrine Talks Karen é surda, mas dá à luz uma criança que ouve. A relação com o filho obriga-a a enfrentar uma realida- de que sempre preferiu ignorar: o mundo dos ouvintes. “Hearing Boy” é realizado pela irmã de Karen e revela- nos a intimidade de um mundo quase impenetrável Independenta, Roménia, 2007, 33’ Rastko Petrovic - com a presença do realizador Será que as condições de vida precárias, o trabalho pe- sado do pai, a ausência da mãe (emigrada), as dolorosas visitas ao dentista interferem no despertar dos senti- mentos de um adolescente? Retrato de uma família normal na cidade de Independenta. Goleshovo, Bulgária, 2008, 45’ Allian Metev, Metodi Metev Goleshovo é uma aldeia quase abandonada, esquecida nas montanhas da Bulgária, onde um grupo de velhos luta pela sobrevivência. Um casal zanga-se com o seu burro. Um padre confunde os fiéis. Uma mulher anima os amigos com canções. Não se sabe se os filhos algu- ma vez voltarão. 21H30 POLóNIA, FINLâNDIA, PORTUGAL Behind the Fence, Polónia, 2005, 12’ Marcin Sauter Regresso ao tempo mágico da infância, às férias e ao calor do Verão. Um número infinito de sensações. Um momento da vida em que cada instante de descoberta parece ser a eternidade. Keidas, Finlândia, 2007, 19’ PV Lehtinen Muitos finlandeses consideram a piscina olímpica ao ar livre a sua segunda casa e ali passam todo o Verão. Keidas é um retrato lírico dos clientes habituais da piscina. Documento Boxe, Portugal, 2005, 52’ Miguel Clara Vasconcelos - com a presença do realizador Documento Boxe é uma surpreendente incursão no mun- do do boxe português. A preparação nos balneários, as pesagens dos atletas, o convívio, os treinos, os ginásios e todos os elementos que rodeiam um combate nem sem- pre honesto. DOC_EUROPA - ficha técnica Uma inicitiva da Comissão Europeia Centro de Informação Europeia Jacques Delors Produção e Programação Apordoc Programadores Maria João Madeira Manuel Villaverde Sérgio Tréfaut Produção Executiva Ivânia West Maria João Taborda Nina Ramos Grafismo Mwaduma/Calixto 19H30

Upload: ngominh

Post on 21-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

The Taylor

Hearing Boy

O Dia Da EurOpa

Em 9 de Maio de 1950, Robert Schuman apresentou uma propos-ta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção de relações pacíficas.Esta proposta é consi-derada o começo da criação do que é hoje a União Europeia.

O dia 9 de Maio tornou-se um símbolo europeu e constitui uma oportunidade para desenvolver actividades que aproximam a Eu-ropa dos seus cidadãos e os povos da União entre si.

Hoje ambicionamos construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo.

A União Europeia está atenta aos desejos dos cidadãos e coloca-se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os seus hábitos e a sua língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na “pátria europeia”, onde podem circular livremente.

Margarida Marques

Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal

DOC_EurOpa

Nova Europa? Velha Europa? 27 países, 27 filmes. Tudo se passa como se estivéssemos a inventar um jogo de adivinhas: quem é mais europeu, tu ou eu?

Os 27 documentários que reunimos para comemorar o dia da Eu-ropa permitem-nos colocar algumas das questões mais imediatas sobre o nosso continente. Quem somos hoje? Para onde vamos? Que diferenças existem entre os europeus? Que diversidade, ou diversidades, a União Europeia pode comportar?

Através destes 27 filmes (de duração e estilo tão diferentes) percebemos depressa que a Europa não é um conceito político imaginário, nem artificial. Ao fim de alguns minutos de projecção, as diferenças linguísticas desvanecem-se e entramos num uni-verso que não nos é estranho. Na Áustria descobrimos Portugal. Na Grécia encontramos a Polónia. Na Irlanda vemos o reflexo de todo o Continente.

Esta mostra é um convite a pensarmos sobre nós próprios. Cada filme funciona como um potencial espelho, em cujo reflexo ora nos reconhecemos, ora nos surpreendemos. Assim também po-demos tentar compreender quem são os portugueses hoje e qual é a nossa realidade dentro da Europa dos 27.

APORDOC

Blind Loves, Eslováquia, 2008, 77’

Juraj Lehotsky Diferentes formas de amor entre pessoas cegas. Expõem a beleza dos seus valores, a visão que têm do amor e da sua necessidade. Uma viagem construída como uma po-derosa reflexão a respeito dos íntimos sentimentos que marcam o universo dos cegos.

DinamarCa, rOménia, BuLgária

Hearing Boy, Dinamarca, 2007, 28’

Katrine Talks Karen é surda, mas dá à luz uma criança que ouve. A relação com o filho obriga-a a enfrentar uma realida-de que sempre preferiu ignorar: o mundo dos ouvintes. “Hearing Boy” é realizado pela irmã de Karen e revela-nos a intimidade de um mundo quase impenetrável

independenta, Roménia, 2007, 33’

Rastko Petrovic - com a presença do realizador Será que as condições de vida precárias, o trabalho pe-sado do pai, a ausência da mãe (emigrada), as dolorosas visitas ao dentista interferem no despertar dos senti-mentos de um adolescente? Retrato de uma família normal na cidade de Independenta.

goleshovo, Bulgária, 2008, 45’

Allian Metev, Metodi Metev Goleshovo é uma aldeia quase abandonada, esquecida nas montanhas da Bulgária, onde um grupo de velhos luta pela sobrevivência. Um casal zanga-se com o seu burro. Um padre confunde os fiéis. Uma mulher anima os amigos com canções. Não se sabe se os filhos algu-ma vez voltarão.

21H30 pOLónia, FinLânDia, pOrtugaL

Behind the Fence, Polónia, 2005, 12’

Marcin Sauter Regresso ao tempo mágico da infância, às férias e ao calor do Verão. Um número infinito de sensações. Um momento da vida em que cada instante de descoberta parece ser a eternidade.

Keidas, Finlândia, 2007, 19’

PV Lehtinen Muitos finlandeses consideram a piscina olímpica ao ar livre a sua segunda casa e ali passam todo o Verão. Keidas é um retrato lírico dos clientes habituais da piscina.

Documento Boxe, Portugal, 2005, 52’

Miguel Clara Vasconcelos - com a presença do realizador Documento Boxe é uma surpreendente incursão no mun-do do boxe português. A preparação nos balneários, as pesagens dos atletas, o convívio, os treinos, os ginásios e todos os elementos que rodeiam um combate nem sem-pre honesto.

DOC_EurOpa - ficha técnica

uma inicitiva da Comissão Europeia

Centro de informação Europeia Jacques Delors

produção e programação

Apordoc

programadores

Maria João MadeiraManuel VillaverdeSérgio Tréfaut

produção Executiva

Ivânia WestMaria João TabordaNina Ramos

grafismo

Mwaduma/Calixto

19H30

19H00

21H30

Hidden

Trial of a Child Denied

Behind the Fence

08/05 sexta

itáLia, França

padre nostro, Itália, 2008,40’

Carlo Lo Giudice - com a presença do realizador Padre Nostro é uma história de amor. Salvatore e o seu pai Vannino, de 90 anos, partilham tudo, até a cama. Todos os dias adormecem nos braços um do outro porque Vannino não consegue fechar os olhos sem que Salvatore lhe venha coçar as costas.

the protestants, França, 2006, 85’

Clarisse Hahn Uma família da alta burguesia francesa, retratada na intimi-dade por um dos seus membros. As gerações modelam-se umas às outras e mantêm valores religiosos, sociais, polí-ticos. Os segredos da identidade Protestante são revelados com alguma reserva, mas não sem humor.

SuéCia, ESpanHa, rEinO uniDO

Hidden, Suécia, 2002, 8’

Hanna Heilborn, David Aronowitsch, Mats Johansson Animação documental que tem como ponto de partida uma entrevista a uma criança peruana refugiada na Suécia. Giancarlo ainda não tem visto de residência e descreve as perseguições a que foi sujeito.

the taylor, Espanha, 2007, 25’Óscar Perez No Raval, um dos bairros mais emblemáticos de Barcelona, Mohamed, um alfaiate paquistanês, e Singh, o seu empregado indiano, costuram horas a fio. Mohamed é um homem tem-peramental a quem apenas interessa o negócio e a crença religiosa. Mas os clientes nem sempre parecem satisfeitos.

all White in Barking, Reino Unido, 2007, 72’

Marc Isaacs Um quadro vivo do multiculturalismo no bairro britânico de Barking, onde o fluxo de imigrantes conhece uma das maio-res taxas de entrada no país. Um documentário provocador e irónico que questiona preconceitos e estereótipos com notáveis resultados.

09/05 sábado

Lituânia, HOLanDa, LuxEmBurgO

Scarecrow, Lituânia, 2002, 9’

Rimantas Gruodis Pequena obra poética sobre a importância dos espanta-lhos.

there goes my Heart, Holanda, 2005, 59’

John Appel O primeiro lar para idosos toxicodependentes da Holanda não é um hotel de luxo, mas oferece muito mais do que simples conforto. Os seus sete habitantes pertencem à velha geração de consumidores de drogas duras de Roter-dão. Alguns estão viciados há mais de quarenta anos.

the red Bridge, Luxemburgo, 2007, 14’

Geneviève Mersch Uma ponte de aço é uma grande obra de engenharia. Mas também pode ser um local de culto para suicidas.

Hungria, aLEmanHa, irLanDa

Strip tease, Hungria, 2005, 7’ Attila V. Nagy De onde vêm as penas dos nossos confortáveis edredons? Que semelhança poderá haver entre uma quinta de gansos e um campo de concentração?

Osman’s Land, Alemanha, 2007, 28’

Cristóvão Reis - com a presença do realizador Osman, um imigrante de origem turca, começou a cultivar uma horta junto ao muro de Berlim em 1982. Ainda hoje tem lá a sua casa e um terreno de cultivo que desafia a lógica da metrópole alemã. Uma história de imigração, integração e sonhos.

alive, alive O – a requiem for Dublin, Irlanda, 2000, 55’

Sé Merry Doyle Crónica ensombrada das ruas de Dublin: da destruição de bairros populares ao encerramento dos mercados tradicio-nais, passando pelo flagelo da heroína. Os velhos dubliners revelam toda a sua força de carácter face à adversidade.

CHiprE, rEp. CHECa, ESLOvénia

Home sweet Hope, Chipre, 2007, 9’

Stella Karageorgi Em 2003, quando a Linha Verde que divide Chipre há 29 anos foi aberta por um dia, refugiados de ambos os lados amontoaram-se junto à fronteira para visitar as suas anti-gas casas e famílias. Florentia, uma refugiada de Yialousa, faz planos para o regresso enquanto ouve o noticiário.

trial of a Child Denied, Rep. Checa, 2008, 25’

Michelle Coomber - com a presença da realizadora Helena tinha apenas 19 anos. Durante o trabalho de parto do seu filho, deram-lhe um documento para assinar. Só mais tarde percebeu que tinha autorizado a sua própria es-terilização. Não é um caso único na Europa Central, onde a esterilização forçada a mulheres ciganas é regularmente denunciada.

rubbed Out, Eslovénia, 2004, 45’

Dimitar Anakiev Quando, em 1991, a Eslovénia se separou da Jugoslávia e se tornou um estado independente, 18.000 cidadãos de origem não-eslovena foram apagados de todos os regis-tos oficiais. Este número é reconhecido pelo Estado, mas as estimativas da Helsinki Watch são muito superiores – entre 200.000 e 300.000. A Associação das Pessoas Apa-gadas foi criada para lutar pelos direitos desta minoria.

gréCia, áuStria

the Box, Grécia, 2004, 11’

Eva Stefani - com a presença da realizadora Uma senhora idosa apaixona-se por um apresentador de televisão que só conhece através da «caixa mágica» onde o vê todos os dias.

Out of time, Áustria, 2006, 80’

Harald Friedl - com a presença do realizador As antigas lojas familiares de Viena estão a desaparecer lentamente. São os últimos dias da ‘Rainha dos Botões’, da drogaria, do talho e da casa de peles. Dificuldades do presente e glórias do passado confundem-se por detrás de um amontoado de mercadorias, minuciosamente or-ganizadas, obsessivamente limpas.

10/05 domingo

BéLgiCa, EStónia, LEtónia

parlez moi d’amour, Bélgica, 2007, 14’

Alexia Bonta Num quarto de hospital, duas mulheres perto do fim da vida falam do amor e dão conselhos à jovem realizadora. O amor como era dantes. O amor como é agora.

Jolly Old Farts, Estónia, 2009, 28’

Manfred Vainokivi O fim do regime soviético alterou todas as formas de vida e de trabalho. Na Estónia, um velho realizador de cinema e um operador de câmara partilham um segredo: quando o trabalho escasseia, o melhor é divertirem-se.

Egg Lady, Letónia, 2000, 26’

Una Celma - com a presença da realizadora Todos os dias, Aina parte 20.000 ovos à mão numa fábri-ca de bolos. O seu trabalho pode parecer vazio de sen-tido, mas para Aina é gratificante: “passar o dia a partir ovos permite-me pensar muito na vida”.

maLta, ESLOváquia

Kaxxa infernali, Malta, 2001, 26’

Edward Said, Mark Samsone Jean é um rapaz de 13 anos, fascinado pelos fogos de artifício da festa da sua aldeia. Uma manhã, enquanto observa os preparativos da festa, o sacristão da paróquia convida-o a entrar na igreja. “Kaxxa Infernali” é um regis-to de memórias experimental.

14H30

19H30

14H30

17H00

21H30

17H00

Padre Nostro