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SEMANA 01

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SEMANA 01

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SumárioBoas-vindas ..............................................................................................3

O que é biossegurança? ..........................................................................3

Biossegurança – Introdução .....................................................................4

Biossegurança – Processo de implantação .............................................4

Identificando os riscos no local de trabalho .............................................5

Conhecendo o processo de trabalho .......................................................6

Rotinas do serviço de saúde ....................................................................6

Conscientizar para prevenir .....................................................................7

Estratégias para contenção do risco ........................................................8

Adesão da direção às novas propostas ...................................................9

Aplicação da Portaria 3.214/78 no serviço de saúde .............................10

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Boas-vindasSeja bem-vindo ao componente curricular de Biossegurança nas Ações de Saúde! Este é o componente final do módulo I.

Durante as aulas, você vai conhecer o que é biossegurança e como pode ser aplicada nos servi-ços de saúde, objetivando proteger os profissionais e os clientes dos riscos biológicos.

Aproveite as aulas para ampliar seu conhecimento, refletir sobre as experiências vividas e cons-truir uma nova visão sobre o assunto.

Tenha um ótimo fim de módulo!

O que é biossegurança?Antes de aplicar a biossegurança em um local, é necessário saber em que consiste. Para enten-dê-la, podemos partir da seguinte definição:

São estratégias utilizadas para eliminar, diminuir e controlar os riscos existentes em determinadas atividades que possam cau-sar danos à saúde ou ao meio ambiente, diminuindo a qualidade de vida da população exposta. As estratégias podem ser chama-das de “medidas de biossegurança”.

Se for analisada a morfologia da palavra “biossegurança”, será possível compreender exatamen-te o que significa. Ela é formada pelo prefixo bios, que é de origem grega e quer dizer “vida”, mais a palavra “segurança”. Logo, conclui-se que a palavra fala sobre a segurança da vida.

Na definição exposta anteriormente, observou-se que a aplicação das estraté-gias se dá para proteger as pessoas e o ambiente dos riscos a que estão expos-tos, de acordo com a própria origem da palavra.

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Biossegurança – IntroduçãoA palavra “biossegurança” e sua aplicação nas práticas de saúde são recentes. A preocupação em proteger o profissional que está exposto ao risco em suas atividades só surgiu na década de 1970, no momento em que tomaram volume as experiências de engenharia genética.

Não existe, portanto, um conceito fechado sobre biossegurança, mas ideias de mesmo sentido. Frente a isso, no decorrer deste módulo, iremos atribuir ao termo “biossegurança” o sentido de “segurança da vida”.

As diretrizes que norteiam a biossegurança são:

Logo, em cada local em que for praticada a biossegurança, devem ser respeitadas essas diretrizes.

Para a realização da biossegurança, podemos dividi-la em duas vertentes:

● a biossegurança legal, que é regulamentada pela Lei 8.974/95; e

● práticas que serão desenvolvidas para conter riscos ambientais.

Biossegurança – Processo de implantaçãoA execução da biossegurança no local de trabalho dependerá da sincronia dos seguintes fatores:

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A falha na análise ou no seguimento de um desses itens desencadeará uma sequência de erros. Dessa forma, o objetivo de proteção à saúde e ao meio ambiente não será atingido, o que poderá resultar em multas para o estabelecimento, em desastre ambiental ou em morte. Logo, como a biossegurança é uma ação interdisciplinar, depende do conhecimento e da atuação de diversas áreas, sendo a integração a base para um bom desempenho no processo. A seguir, conhecere-mos um pouco de cada item acima.

Para que se tenha sucesso na implantação da biossegurança em um determi-nado local, esses fatores devem ser seguidos com a preocupação de não haver falha em nenhuma das etapas.

Identificando os riscos no local de trabalhoPara que seja possível prevenir doenças e acidentes de trabalho, é indispensável conhecer o ambiente de trabalho e os riscos inerentes a ele e às atividades executadas. É preciso, então, ter conhecimento do que seja risco e das condições que podem causar danos às pessoas, a equi-pamentos, a animais, ao meio ambiente, entre outros, podendo resultar na perda dos elementos citados, assim como na redução da capacidade de produção.

Não basta identificar os riscos a que estamos expostos. A partir do momento em que os conhe-cemos, precisamos nos prevenir e proteger, tendo consciência das consequências que esses riscos trarão. Entretanto, as pessoas percebem o mundo de uma forma, e isso depende de como foram criadas, educadas, e das suas experiências de vida. Para ajudá-las a perceber os riscos, devemos saber o que pensam sobre eles. Para comprovar que isso é verdadeiro, observe a imagem a seguir:

Na imagem ao lado, pode-se ver um pato, mas também se pode ver um coelho. A figura é uma só, mas a maneira como cada um a vê é diferente. Da mesma forma funciona com o risco: ele só será identificado como perigo pelo colaborador que conseguir percebê-lo assim.

No ambiente de trabalho, podemos encontrar diversos riscos. Para mais facilmente identificá-los, dividimo-los em cinco grupos, que são:

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● riscos químicos;

● riscos físicos;

● riscos biológicos;

● riscos ergonômicos; e

● riscos mecânicos ou de acidentes. ●

Conhecendo o processo de trabalhoConhecer o processo de trabalho dos profissionais de saúde é essencial para pôr em prática as estratégias de biossegurança, pois muitos procedimentos, se realizados inadequadamente, po-dem causar situações que colocarão em risco o ambiente, o profissional e o cliente.

É indispensável saber a forma correta de execução das rotinas e das atividades de cada setor e de cada função do serviço de saúde para comparar os erros que acontecem, suas causas e consequências.

Para ajudar na redução de erros, muitos setores desenvolvem procedimentos que detalham a ma-neira como a atividade deve ser realizada. Ainda assim, muitos profissionais, para poupar tempo, por não terem os materiais adequados ou por falta de capacitação, acabam não os seguindo.

Rotinas do serviço de saúdeA observação das rotinas do serviço de saúde proporciona o entendimento das necessidades de melhorias no setor, o que favorece a reflexão sobre alternativas para, entre outras coisas:

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Sabendo que cada pessoa adquire o conhecimento de acordo com seus valores e sua cultura, podemos ter trabalhadores na mesma instituição que têm a mesma função e a mesma formação profissional, mas que desenvolvem seu trabalho de forma totalmente diferente.

A análise no processo de trabalho não vai rastrear a uniformidade da realização das técnicas, e, sim, a preservação dos princípios de segurança.

Portanto, quando o técnico em segurança do trabalho (TST) está observando a rotina de um determinado serviço ou setor, ele deve manter o foco na prevenção dos riscos e na proteção dos elementos envolvidos. Deve procurar informar-se, questionando e pesquisando sobre as interfe-rências que as adaptações na realização das técnicas podem causar para os profissionais.

Conscientizar para prevenir

A conscientização de uma pessoa depende mais dela do que de outro elemento, pois é ela quem irá se abrir para a mudança de atitude. Para isso, deve querer e estar preparada. Para uma pes-soa auxiliar na conscientização de outra, deve conhecer os valores e as atitudes desta, de forma a poder traçar estratégias para sensibilizá-la, utilizando as reações apresentadas a cada ação proposta e tentando modificar as atitudes que não contribuem para o processo.

A mudança de atitude é um processo que demora a acontecer; e, para que a atuação nesse processo seja constante, é preciso procurar estimular as pessoas para que pensem constantemente sobre o assunto a respeito do qual se quer conscientizar.

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A reflexão, seja por meio de campanhas, de informativos, de treinamentos, seja por outras es-tratégias, causa desconforto e, se for provocada de forma incorreta, proporcionará um resultado contrário ao esperado.

Em um ambiente de trabalho, devemos conhecer os líderes dos setores, aqueles que nasceram com a característica de liderar, que demonstram ter persuasão, que conseguem mudar os pen-samentos dos colegas ao expor suas ideias. Esses líderes podem ajudar na modificação das atitudes dos colaboradores; mas, se não forem vistos com bons olhos pela chefia, podem fazer com que o processo de conscientização seja visto de forma negativa.

Portanto, a conscientização de cada profissional será atingida de forma diferente, e a identificação das estratégias que proporcionarão a mudança é fundamental para o sucesso da implantação da biossegurança.

Estratégias para contenção do riscoAs estratégias existentes para conter riscos e promover a biossegurança são inúmeras, e o que mostrará se são realmente efetivas é a forma como os trabalhadores receberão a proposta. O índi-ce de adesão dos trabalhadores é a resposta para a continuidade ou a modificação da estratégia.

Podemos visualizar as estratégias de duas maneiras: coletivamente e individualmente. Como no ambiente de trabalho há pouco tempo para desenvolver todas as ações pertinentes à biosseguran-ça, as coletivas são as mais desenvolvidas, sendo utilizadas as seguintes estratégias:

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Para conhecer o índice de adesão das estratégias propostas, deve-se conhecer o número de pes-soas que deverão participar e estabelecer uma meta, que inicialmente deve ser baixa para que a pessoa que está realizando a implantação não se frustre com os objetivos não alcançados.

Da mesma forma, deve-se estabelecer uma data para a análise dos resultados, que deve ser feita periodicamente, a fim de comparar a evolução da adesão dos participantes. Caso os índices não ultrapassem as metas ou decresçam, uma mudança de estratégia deve ser considerada.

Adesão da direção às novas propostas

Toda ação a ser desenvolvida no ambiente de trabalho, antes de ser implemen-tada, deve passar pela aprovação da alta hierarquia. Por melhor que seja a pro-posta, se não for bem projetada e justificada, não será aceita.

Quando se fala em biossegurança, fala-se em prioridades; e nós, da área técnica, entendemos muito bem isso. Para que a direção tenha a mesma visão sobre o assunto, devemos mostrar-lhe os impactos que as falhas na biossegurança causarão aos profissionais de saúde, ao meio ambiente e aos clientes.

A justificativa pode ser feita sobre lucros e despesas, assinalando o valor que se perde quando se tem um funcionário acidentado ou doente em decorrência das condições de trabalho. Dessa forma, devem ser analisados em cima de um acidente os reflexos que ocorreram no serviço após o acontecimento, como:

● índices de atestado médico;

● necessidade de se afastarem pessoas do trabalho;

● novas contratações para cobrir a falta dos trabalhadores afastados;

● notificações;

● multas;

● indenizações;

● perda de materiais;

● desastres ambientais;

● clientes prejudicados.

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Dessa forma, a direção fica ciente da importância de se realiza-rem melhorias para proteger os trabalhadores e pode modificar sua visão sobre despesas e lucros com equipamentos, treina-mentos, exames de saúde e análises laboratoriais para controle de infecção.

Aplicação da Portaria 3.214/78 no serviço de saúdeNa Portaria 3.214/781, temos a NR 32, que fala especificamente sobre como devem ser contidos os riscos no ambiente de trabalho de um serviço de saúde.

● Ela trata do seguinte: os riscos biológicos que podemos encontrar no ambiente de trabalho de um serviço de saúde; as vacinações que os trabalhadores desse serviço devem realizar para prevenir doenças imunopreveníveis; como deve ser feito o descarte de materiais perfuro-cortantes; a necessidade de impermeabilizar materiais como colchões, cadeiras estofadas e outros, para que o risco seja diminuído.

● Sobre os riscos químicos, aborda: a forma de identificação dos produtos utilizados; a proibição de reutilização da embalagem desses produtos; a necessidade de manter a FISPQ (ficha de informação de segurança do produto químico) nos locais em que são utilizados; a capacitação dos colaboradores para manuseio do produto; cuidados com gases/pro-dutos inflamáveis, gases anestésicos, quimioterápicos, medicamentos de risco e procedimentos operacionais em caso de acidente ambiental ou pessoal relacionado ao assunto.

● Em relação a riscos físicos, abordam: a obrigatoriedade de haver um PPR (plano de proteção radiológica); a estrutura de que deve dispor um serviço de medicina nuclear; os dispositivos de segurança para um serviço de radioterapia; a forma de identificação dos recipientes invólu-cros de material radioativo para transporte; capacitação dos trabalha-dores; e parâmetros de segurança para um serviço de radiodiagnóstico odontológico.

Questões sobre saúde e segurança ocupacional, que são tratadas em outras normas regulamen-tadoras, também são abordadas na NR 32 de forma específica. Veja:

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● Resíduos: NR 25.

● PCMSO: NR 07.

● PPRA: NR 09.

● EPI: NR 06.

● Condições sanitárias de conforto nos locais de trabalho: NR 24.

● Manutenção de máquinas e de equipamentos: NR 12.

1 BRASIL. Ministério do Trabalho. Presidência da República. Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978. Disponí-

vel em: <http://www.mte.gov.br/seg_sau/leg_normas_regulamentadoras.asp>. Acesso em: 9 fev. 2012.