biossegurança aplicada a radiologia

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CENTRO LITERATUS

Biossegurana Aplicada

a

RadiologiaCurso: Tcnico em Radiologia Mdica

Disciplina: Biossegurana Aplicada a RadiologiaBiossegurana Aplicada a Radiologia

O significado da palavra Biossegurana, pode ser entendido por seus componentes:

Bio (do grego bios) significa vida.

Segurana se refere qualidade de ser ou estar seguro, protegido, livre de riscos ou de perigo.

Portanto, Biossegurana refere-se vida protegida, preservada, livre de danos, perigo ou risco.

A radiologia uma especialidade difcil e perigosa que exclui toda improvisao. imperativo que somente a pessoas com relevantes conhecimentos tcnicos em radiologia diagnstica e em radioproteo seja permitido utilizar raios-x.

responsabilidade do operador (tcnico em radiologia) assegurar o uso de proteo mxima para si e para o paciente.

Quando pensamos em proteo radiolgica, costumamos associ-la a gastos com instalaes, equipamentos sofisticados e alta tecnologia para a sua implantao. Na verdade, a biossegurana (proteo radiolgica) depende mais da conscincia do profissional do que de altos investimentos neste setor.

Algumas medidas simples e que no envolvem custos, como manter-se distante da fonte de radiao, so realmente eficazes e merecem ser incorporadas na rotina diria de trabalho.

So 3 os fatores principais envolvidos na proteo radiolgica:

Tempo de exposio

Blindagem adequada

Distncia da fonte de radiao

A radiao no pode ser percebida pelos rgos dos sentidos humanos. O que percebemos so os seus efeitos, que podem se manifestar no futuro, se as medidas de proteo radiolgicas no forem adequadamente adotadas no presente.Princpios de Proteo Radiolgica

Os fundamentos da proteo radiolgica obedecem ao princpio ALARA (As Low As Reasonably Achievable), expresso que pode ser traduzida como to baixo quanto razoavelmente executvel, em uma referencia utilizao de doses mnimas suficientes para o cumprimento de suas finalidades.

Os organismos nacionais e internacionais que regulam as normas de proteo radiolgicas estabeleceram princpios para que todos os profissionais que lidam com radiaes ionizantes, pacientes e pblico em geral, possam conviver de forma segura e harmoniosa.

Os princpios so:

Justificativa

Otimizao

Limitao de doses

Estes princpios esto definidos na Portaria Federal N 453, de 01 de Junho de 1998, da ANVISA (Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria).Princpio da justificativa

O princpio bsico de proteo radiolgica estabelece que nenhuma prtica ou fonte adscrita a uma prtica deve ser autorizada a menos que produza suficiente benefcio para o indivduo exposto ou para a sociedade, de modo a compensar o detrimento que possa ser causado.

Em outras palavras, isso significa que s se admite o uso de radiao se este for suficiente para produzir algum benefcio.

Em hiptese nenhuma a radiao poder ser utilizada com outra finalidade.

Princpio da otimizao

O princpio de otimizao estabelece que as instalaes e as prticas devem ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o nmero de pessoas expostas e a probabilidade de exposies acidentais sejam to baixos quanto razoavelmente exeqveis, levando-se em conta fatores sociais e econmicos, alm das restries de dose aplicveis.

Esse princpio estabelece que devemos, sempre que possvel, utilizar a menor dose de radiao.

O princpio da otimizao deve ser rigorosamente observado, planejado e calculado para evitar exposies desnecessrias aos indivduos.

Recomendaes prticas para otimizao da dose:

Usar filtro na janela do tubo

Usar limitadores de campo: cones, cilindros, diafragmas e colimadores

Usar campo de radiao o menor possvel; apenas o suficiente para cobrir a ares de interesse

Usar saiote plumbfero, sempre que possvel, para a proteo das glndulas genitais. No trabalhar com a distncia foco-objeto, menor que 30 cm

Usar crans intensificadores de luz verde

Evitar a repetio de radiografias

Realizar manuteno peridica no sistema de processamento (revelao)

Sempre que possvel, utilizar tcnica com alto kV e baixo mAs.

Prticas recomendadas para proteo ao trabalhador

Submeter-se periodicamente a exame clnico geral

Realizar hemograma completo com contagem de plaquetas

Afastar-se de atividades radiolgicas, sempre que forem detectadas alteraes hematolgicas

Efetuar o exame radiolgico sempre protegido por biombos ou barreiras de proteo Usar, sempre que necessrio, avental de chumbo, como por exemplo, os exame no leito, CTIs, UTIs, Centro Cirrgico, etc. Usar culos plumbferos e protetores de tireides quando permanecer em salas sob exames radiolgicos

Manter-se o mais distante possvel da fonte de radiao

Quando o operador (tc. em radiologia) realizar exames no leito do paciente utilizando um aparelho de raios-x porttil, aconselhvel utilizar o disparador com o fio longo; assim, diminuir muito a dose recebida no operador.

No se expor radiao primria, mesmo sob a proteo de aventais

Utilizar permanentemente os dosmetros individuais

Princpio da limitao de dose

Os limites de doses individuais so valores de dose efetiva ou de dose equivalente, estabelecidos para exposio ocupacional e exposio do pblico decorrentes de prticas controladas, cujas magnitudes no devem ser excedidas.

Dose absorvida

definida como a quantidade de energia cedida matria pela radiao ionizante por unidade de massa da matria irradiada, no local de interesse.

A Unidade Tradicional de Medida para dose absorvida de radiao o RAD (radiation absorbed dose dose absorvida de radiao).

No Sistema Internacional de Medidas, a unidade de medida de dose absorvida o Gray, representado pelo smbolo Gy

100 Rad = 1 Gy

1 Rad = 0,01 Gy

Dose equivalente

Os efeitos biolgicos de diferentes tipos de radiao ionizantes no so idnticos. Dependem da qualidade da radiao e das condies de irradiao. A mesma deposio de energia de diferentes tipos de radiao pode no produzir os mesmos efeitos biolgicos.

A dose equivalente a medida que permite diferenciar a efetividade radiolgica dos diferentes tipos de radiao.

A Unidade Tradicional de Medida para dose equivalente o REM (Rntgen equivalent man equivalente Rntgen no homem).

No Sistema Internacional de Medidas, a unidade de medida de dose equivalente o Sievert, representado pelo smbolo Sv

1 Rad de dose absorvida, equivale a 1 Rem de dose equivalente.

1 Gy de dose absorvida, equivale a 1Sv de dose equivalente para raios-x.

1 Rad = 1 Rem100 Rad = 1 Gy

1 Rad = 0,01 Gy

1 Gy = 1 Sv

100 Rem = 1 Sv

1 Rem = 0,01 Sv

Resumo

Dose absorvida: 1Rad = 0,01Gy ou 1Gy = 100 Rad

Dose equivalente: 1Rem = 0,01Sv ou 1Sv = 100Rem

Relaes (equivalncias): 1Sv = 1Gy e 1Rad = 1Rem

Efeitos Biolgicos das Radiaes Ionizantes

Os raios-x, quando atravessam o corpo humano, tm parte de sua energia absorvida pelos tecidos do corpo, levando a efeitos biolgicos que so dependentes da dose absorvida (quantidade), da taxa de exposio (tempo) e da forma da exposio (volume irradiado) como mostra na tabela a baixo:

Alguns efeitos da exposio radiao em indivduos adultosDose absorvida (Gy)Efeitos

0 0,8 corpo inteiroNenhum efeito clnico detectvel

0,3 localizadoEsterilidade temporria no homem

1 2 - corpo inteiroNuseas, vmitos, diarrias

2 localizadoCatarata. Quanto maior a dose, maior a velocidade de estabelecimento do processo

3 - localizadoEsterilidade temporria na mulher

4 4,5 corpo inteiroMorte de 50% dos indivduos irradiados

5 localizadoEsterilidade definitiva do homem

6 8 localizado Esterilidade definitiva na mulher

8 9 - corpo inteiroInsuficincia respiratria aguda, morte entre 14 e 36h

10 corpo inteiroMorte em poucas horas

16 20 - localizadoRadiodermite exsudativa (bolhas)

25 - localizadoRadionecrose (Morte do tecido ou rgo)

Os raios-x so danosos aos tecidos vivos devido ao seu poder de ionizao. A ionizao pode causar danos diretos nas clulas pela quebra das ligaes qumicas de molculas biolgicas importantes, como o DNA, e danos indiretos pela criao radicais livres nas molculas de gua das clulas, que por sua vez reagem quimicamente com as molculas biolgicas, alterando-as.

Esses danos, dependendo da sua extenso, podem ser reparados por processos biolgicos naturais. Quando esses reparos so bem sucedidos, nenhum efeito observado, mas quando o reparo realizado parcialmente, ou no realizado o resultado pode ser:

Morte da clula (necrose)

Mau funcionamento da clula, que restrito a clula em questo, ou seja, no passado s linhagens seguintes (efeitos somticos)

Alterao permanente da clula, que passada s linhagens seguintes (efeitos genticos)

Efeitos somticos

So aqueles que no so transmitidos s linhagens seguintes. Dividem-se em:

Imediatos

Tardios

Efeitos somticos imediatos (agudos)

So efeitos que podem ser observados pouco tempo aps o organismo ser submetido a altas doses de radiao por um curto perodo de tempo. Exemplo: uma dose de 4,5 Sv (450 Rad) por uma hora no corpo inteiro causar em:

Poucas horas vmitos e diarrias

Algumas semanas febre, queda de cabelo e perda de peso

60 dias 50% de chance de morte se no houver tratamento mdico

Efeitos somticos tardios (de longo prazo)

So efeitos que podem ser observados aps um perodo de latncia (20 anos ou mais), ou seja, tempos aps o organismo ter sido submetido radiao ionizante, como no caso de alguns tumores malignos (cncer), que podem ocorrer anos aps a exposio radiao.

Efeitos genticos

So transmitidos aos descendentes dos indivduos irradiados por alteraes introduzidas na molcula de DNA.

importante lembrar que mutaes genticas no so causadas apenas por radiaes ionizantes, algumas substncias qumicas, altas temperaturas e outros agentes podem tambm produzi-las.

Efeitos teratognicos

Podem ocorrer a partir da exposio de embries ou feto a radiao, determinando alteraes na formao do organismo. O efeito teratognico no deve ser confundido com efeito genticoClassificao dos efeitos biolgicos

Os efeitos biolgicos podem ser classificados de acordo com as condies sob as quais eles aparecem, em:

Determinsticos

Estocsticos (randmicos)

Efeitos biolgicos determinsticos

So caracterizados por uma relao determinada entre dose e efeito. Esses efeitos variam muito pouco de uma pessoa para a outra, e aparecem quando a dose atinge ou ultrapassa um certo valor. Como exemplos, podem ser citados a catarata e a esterilidade.

Efeitos biolgicos estocsticos ou randmicos

So caracterizados por uma relao probabilstica entre dose e efeito. O grau de severidade do efeito independe da dose recebida. So efeitos tardios que aparecem apenas aps um perodo de latncia, o qual pode variar de alguns anos a algumas dcadas. So indistinguveis daqueles que aparecem espontaneamente. Como exemplos, podem ser citados as leucemias (cncer no sangue) e alguns tumores malignos.

O objetivo da radioproteo prevenir os efeitos determinsticos (no estocsticos) e limitar a probabilidade do efeito estocstico a nveis aceitveis.

Limites de dose equivalente

O homem sempre esteve e estar continuamente exposto s radiaes ionizantes naturais, como os raios csmicos e as radiaes naturais. A dose equivalente mdia, devido a essas radiaes naturais, estimada em cerca de 2,6 mSv (0,26 rem) por ano, segundo a Comisso de Energia Nuclear (CNEN). Alm disso, estamos tambm expostos s radiaes ionizantes produzidas pelo homem, cujo a dose mdia estimada em cerca de 0,6 mSv (0,06 rem) por ano.

Aproximadamente 90% da exposio da populao s radiaes ionizantes produzidas pelo homem resulta de aplicaes mdicas, e mais de 90% dessa exposio devida aos raios-x de diagnstico. Como as radiaes ionizantes produzem danos aos tecidos vivos, os limites de dose equivalentes so estabelecidos de modo que a probabilidade de dano seja to pequena que o efeito no possa ser detectado.

Os valores dos limites de dose equivalente, presentes na Portaria 453 do Ministrio da Sade, foram estabelecidos na Resoluo-CNEN 12/88 e determinam que:

Limite anual de dose para trabalhadoresLimite anual de dose para indivduos do pblico

Parte do corpoSvRemSvRem

Corpo inteiro0,0550,0010,1

Cristalino0,15150,055

Pele0,5500,055

Mos, ps, tornozelos e antebraos0,5500,055

rgo ou tecidos0,5500,0010,1

Dose equivalente efetiva

Para operadores A dose equivalente efetiva para operadores no deve exceder 0,02Sv (2 rem) em qualquer perodo de 5 anos consecutivo, no podendo ser maior que 0,05 Sv (5 rem) em nenhum ano

Para indivduos do pblico A dose equivalente efetiva anual para indivduos no deve exceder 1 mSv (100 mrem ou 0,1 rem)

Para mulheres no perodo gestacional (gravidez) Em mulheres no perodo gestacional, a dose na superfcie do abdome (da me) no deve exceder 2 mSv (200 mrem) durante o perodo gestacional.

A dose equivalente mxima para o feto de 1 mSv (100 mrem) em todo perodo.

Para estudantes A dose equivalente efetiva para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estgio de treinamento profissional, no deve exceder 0,006 Sv (0,6 rem) em nenhum ano.Dose equivalente para extremidades

Para operadores A dose equivalentes para extremidades no deve ser maior que 0,5 Sv (50 rem) por ano.

Para estudantes A dose equivalente anual para extremidades no deve ser maior que 0,15 Sv (15 rem)

Dose equivalente para o cristalino

A dose equivalente para o cristalino no deve exceder 0,15 Sv (15 rem)

Dosmetro

Todo pessoal ocupacionalmente exposto deve portar medidores individuais de dose (dosmetros pessoais) durante a jornada de trabalho. importante ressaltar que os monitores individuais de dose so pessoais e intransferveis, e servem para quantificar a exposio do operador (tcnico, tecnlogo ou mdico) radiao ionizante na jornada de trabalho.

Os monitores so enviados para instituies nacionais credenciadas pela Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para sua calibrao e avaliao, normalmente, a cada ms.

A monitorao individual da dose recebida pode ser feita para o corpo inteiro e para extremidades.

Monitorao individual de dose de corpo inteiro

Geralmente feita com dosmetro na forma de crach, posicionado na parte do corpo mais exposta a radiao, geralmente no trax. No caso da utilizao de avental plumbfero, deve ser posicionado por fora do avental, pendurado na lapela (gola da camisa).

Pode ser feita de duas maneiras: utilizando-se filme dosimtrico ou dosmetro termoluminescente.

Filme dosimtrico Tambm denominado filme monitor, utilizado para medio da dose individual de corpo inteiro. constitudo por um invlucro (revestimento) plstico vetado luz, que contem no seu interior um filme radiogrfico do tipo odontolgico, posicionado entre filtros de cobre e chumbo, geralmente 2 pares de filtros de cobre de espessura diferentes, e um par de filtro de chumbo. Uma regio do filme no possui filtros, sendo denominada janela. Os filtros servem para determinar, de acordo com o grau de enegrecimento do filme, a dose absorvida e a qualidade da radiao.

Dosmetro termoluminescente (DTL) Mais preciso que o filme dosimtrico, constitudo por material termoluminescente, que colocado dentro de um invlucro de plstico.

O processo de leitura consiste no aquecimento do material termoluminescente (200 a 350C), que emitir uma luz proporcional a dose de radiao recebida.

Monitorao individual de extremidade

Alm dos monitores utilizados para a avaliao de dose de corpo inteiro, existem os monitores de extremidades, do tipo anel ou pulseira, contendo dosmetros termoluminescentes, que serve para determinar a dose nas mos. Esses devem ser utilizados em procedimentos onde o operador utiliza as mos muito prximas do campo irradiado, como no caso das angiografias.

Outros tipos de monitores

Existem ainda, para monitorao individual, os dosmetros de bolso e as canetas dosimtricas, usados particularmente para medio da exposio durante alguma operao especial planejada, ou para medio em intervalos de tempo inferiores a um ms.

A caneta dosimtrica deve ser lida logo aps o uso, e a dose recebida deve ser registrada em fichas individuais. Aps a leitura, a caneta dosimtrica deve ser carregada (zerada) com um dispositivo carregador especial (bateria).

Conceitos Bsicos em Radioproteo

Toda pessoa ocupacionalmente envolvida com raios-x deve ter conhecimento da Portaria 453 de 01 de Junho de 1998.

responsabilidade do operador (tcnico, tecnlogo, mdico) proporcionar ao paciente uma exposio mnima radiao, suficiente para a obteno de uma imagem radiogrfica com todas as informaes necessrias ao diagnstico.

Proteo radiolgica e o equipamento de raios-x

Quando os equipamentos de raios-x so utilizados de acordo com todas as normas pertinentes, o operador est sob condies mximas de proteo. importante, portanto, que as instalaes sejam utilizadas corretamente.

Ateno especial deve ser dada aos aparelhos mveis, onde a Portaria 453 estabelece que devem possuir colimador luminoso e um cabo disparador com no mnimo 2 metros de comprimento.

Os aparelhos dentrios devem possuir um diafragma em que o campo de radiao (na pele) no seja superior a 6 cm de dimetro.

Para evitar conceitos errados acerca dos raios-x, importante salientar que no existe contaminao de radiao em salas de raios-x, pois todas as radiaes primria, secundria e terciria deixam de existir no instante em que a alta tenso desligada.

Acessrios para proteo radiolgica

So dispositivos cuja finalidade proporcionar proteo radiolgica ao operador, paciente e acompanhante (quando necessrio), durante a realizao do exame radiogrfico.

Os acessrios normalmente encontrados no mercado so: aventais plumbferos, protetores de tireides, protetores genitais, luvas plumbferos e culos plumbferos (com lentes de vidro plumbfero).

Proteo radiolgica do paciente

Para a proteo radiolgica do paciente, de acordo com a Portaria 453, devem ser observados os seguintes pontos:

Realizao de exames os exames radiolgicos s podem ser realizados quando necessrios, e com prescrio mdica.

Uso de colimadores luminosos a regio a ser examinada (irradiada) deve ser rigorosamente delimitada por meio de colimadores luminosos mesmo nas unidades mveis (aparelhos transportveis), de maneira que seu tamanho seja o menor possvel, nunca excedendo o tamanho do filme radiogrfico.

A dose-pele no paciente deve ser a menor possvel o feixe de radiao deve ser filtrado pela utilizao de filtros de alumnio, que retiram as radiaes de baixa energia.

A filtrao total (inerente e adicional) permanentes do feixe til de radiao dever ser de, no mnimo, o equivalente a 2,5 mm de alumnio.

A distancia foco-filme (dFoFi) deve ser de, no mnimo, 1 metro.

Deve ser usada, sempre que possvel, uma tcnica com uma maior quilovoltagem (kV) e uma menor miliamperagem-segundo (mAs).

Gnadas (glndulas masculina - testculo; glndula feminina - ovrio) as gnadas do paciente devem ser sempre protegidas por aventais plumbferos ou protetor de gnadas (conhecidas como protetores genitais), desde que no interfira no estudo da regio.

Repetio de radiografias a repetio de radiografias implica uma exposio do paciente a uma dose adicional de radiao. Para evit-la deve ser observado o seguinte:

Deve ser explicado ao paciente o posicionamento correto, o tipo e como ir ser realizado o procedimento;

Deve ser medida a espessura do paciente, no centro da regio a ser examinada, na direo do feixe de radiao. No deve ser utilizada a estimativa da espessura pelo olhar, que na maioria das vezes produz uma radiografia de qualidade inferior, sendo necessria sua repetio.

Mulheres em idade frtil nas mulheres em idade frtil, s so permitidos exames radiolgicos quando no existir evidncias de gravidez.

Nos casos de gravidez, se o exame for imprescindvel, deve-se utilizar todos os meios para minimizar a dose no feto.

Recm-nascidos e crianas alm do feixe de radiao ser rigorosamente colimado no limite da regio a ser estudada, as gnadas devem estar sempre protegidas.

Material radiogrfico a escolha do material radiogrfico no deve ser guiada apenas por consideraes econmicas.

Devido necessidade de reduzir a dose de radiao, deve ser usado o sistema de crans de terras raras com filme radiogrfico sensvel ao verde (base verde), de dupla emulso, alta sensibilidade e de alta qualidade.

Filmes sem cran devem ser utilizados apenas em raios-x dentrios.

O conjunto de chassis de um servio de radiologia deve possuir crans do mesmo tipo, com o mesmo fator de intensificao. Para tal, aconselhvel o uso de crans do mesmo fabricante e, se possvel, do mesmo lote. crans do mesmo tipo, de diferentes fabricantes, geralmente possuem fatores de intensificao (velocidade) diferentes.

O chassi utilizado deve possuir a identificao do tipo de cran pelo lado de fora.

Processamento do filme radiogrfico para se obter uma boa qualidade de imagem com uma dose mnima de radiao no paciente, e evitar a repetio de radiografias, importante manter constante a qualidade do processamento dos filmes radiogrficos.

Proteo radiolgica dos indivduos ocupacionalmente expostos radiao ionizante

Para a proteo radiolgica do operador (tcnico, tecnlogo ou mdico), em conformidade com a Portaria 453 de 1 de junho de 1998, devem ser observados os seguintes pontos:

Localizao do operador na sala de exames durante a realizao do exame durante as exposies, o operador deve se posicionar junto mesa de comando do aparelho, que por sua vez dever estar posicionada atrs de uma blindagem (parede ou biombo fixo de chumbo).

Nos exames em que seja necessria a permanncia do tcnico prximo ao paciente, este dever sempre utilizar os acessrios de proteo radiolgicos (avental plumbfero, luvas etc.).

Imobilizao de pacientes para realizao de exame pode surgir o caso em que o paciente necessite ser imobilizado durante a exposio (criana pequena ou adulto incapacitado). Nesse caso, o acompanhante (adulto no ocupacionalmente exposto) deve ser solicitado a imobilizar o paciente usando os acessrios de proteo radiolgica adequados.

Realizao de exames com aparelhos transportveis em equipamentos mveis ou em aparelhos de raios-x dentrios, o operador deve ficar a pelo menos 2 metros de distancia do paciente e do foco emissor de radiao (tubo de raios-x). Nesses casos, o uso de avental plumbfero e o protetor de tireide so de uso obrigatrio, pois reduzem em cerca de 90% a exposio radiao.

Utilizao do dosmetro pessoal - o operador (tcnico, tecnlogo ou mdico) deve utilizar sempre o monitor individual de dose (dosmetro pessoal) durante a jornada de trabalho.

Exames mdicos peridicos - o operador (tcnico, tecnlogo ou mdico) deve se submeter periodicamente a exames mdicos e laboratoriais (hemograma e contagem de plaquetas).

OS AMBIENTES

Os ambientes do estabelecimento de sade que empregam raios-x diagnsticos devem estar em conformidade com as normas estabelecidas pelo Ministrio da Sade para Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais de Sade:

As salas de raios-x devem dispor de paredes, piso, teto e portas com blindagem que proporcionem proteo radiolgica s reas adjacentes (vizinhas);

As blindagens devem ser contnuas e sem falhas;

A blindagem das paredes pode ser reduzida acima de 210 cm do piso, desde que devidamente justificado;

Particular ateno deve ser dada blindagem da parede com bucky mural para exame de trax e s reas atingidas pelo feixe primrio de radiao;

Toda superfcie de chumbo deve estar coberta com revestimento protetor, como madeira, pintura ou outro material adequado;

A cabine de comando deve ter dimenses e blindagem que proporcione a diminuio ou o bloqueio da radiao para garantir a proteo do operador;

Quando o comando estiver dentro da sala de raios-x, permitido que a cabine seja aberta ou que seja utilizado um biombo fixado permanentemente no piso e com altura mnima de 210 cm, desde que a rea de comando no seja atingida diretamente pelo feixe espalhado pelo paciente;

A sinalizao deve ser visvel na parte exterior da porta de acesso, contendo o smbolo internacional da radiao ionizante, acompanhado das inscries; raios-x, entrada restrita ou Raios X, entrada proibida a pessoas no autorizadas.

A sala deve ter sinalizao luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertncia: Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada proibida. A sinalizao luminosa deve ser acionada durante os procedimento radiolgicos, indicando que o gerador est ligado e que pode haver exposio. Alternativamente, pode ser adotado um sistema de acionamento automtico da sinalizao luminosa, diretamente conectado ao mecanismo de disparo dos raios-x.

Deve haver um quadro com as seguintes orientaes de proteo radiolgica, em lugar visvel:

No permitida a permanncia de acompanhantes na sala durante o exame radiolgico, salvo quando estritamente necessrio e autorizado.

Acompanhante, quando houver necessidade de conteno de paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua proteo.

Nesta sala somente pode permanecer um paciente de cada vez.

Mulheres grvidas ou com suspeita de gravidez: Favor informar ao mdico ou ao tcnico antes do exame.

Devem estar disponveis vestimentas de proteo individual para pacientes, equipe e acompanhantes, e todos os acessrios necessrios aos procedimentos previstos para a sala;

Junto ao painel de controle de cada equipamento de raios-x, deve ser mantido um protocolo de tcnicas radiogrficas (tabela de exposio) especificando, para cada exame realizado no equipamento, as seguintes informaes:

Tipo de exame (espessuras e partes anatmicas do paciente) e respectivos fatores de tcnica radiogrfica No permitida a instalao de mais de um equipamento de raios-x por sala;

De acordo com a Portaria 453, as reas do Servio de Radiologia devem ser classificadas em reas controladas e reas livres.

reas Controladas

Correspondem sala que contm o aparelho de raios-x (sala de exames) e sala onde fica a mesa de comando. Nessas reas, o limite equivalente de dose ambiente de 5 rem/ano.

A rea controlada no deve incluir vestirio, sala de espera ou corredores.

A mesa de comando do aparelho de raios-x pode ser colocada em uma sala separada (blindada), ou na prpria sala, atrs de um biombo protetor (de chumbo) fixo, de maneira que o paciente possa ser observado atravs de um vidro plumbfero e de onde deve haver tambm a possibilidade de comunicao com o mesmo.

As salas de exame devem conter sinalizao visvel na parte externa da porta de entrada, contendo o smbolo internacional da radiao ionizante, acompanhado da inscrio Raios X, entrada proibida a pessoas no autorizadas. Acima da porta, na parte externa, deve ser colocada uma luz vermelha que deve estar acesa durante o procedimento radiolgico. Prximo a essa luz, deve ser colocada uma inscrio com os seguintes dizeres: Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada proibida.

reas livres

Possuem um limite equivalente de dose ambiente de 0,5 rem/ano e correspondem a todas as outras reas do Servio de Radiologia, como sala de espera, secretarias, estacionamentos, escritrios, jardins etc., localizadas nas vizinhanas da rea controlada.

Alm disso, essas reas livres incluem as salas localizadas nos pavimentos acima e abaixo, e tambm qualquer sala ocasionalmente usada que esteja nas vizinhanas da sala de exames (depsitos, escadas etc.).Cmara escura

Ainda de acordo coma Portaria 453, a cmara escura deve possuir:

Vedao apropriada contra luz externa;

Interruptor de luz clara (de teto), posicionado de maneira a evitar acionamento acidental;

A lmpada de segurana deve estar posicionada a uma distncia mnima de 1,2m do local de manipulao;

Um sistema de exausto de ar eficiente;

Piso antiderrapante, anticorrosivo e impermevel;

Paredes limpas, pintadas com tinta anti-reflexo.

Cmara clara e sala de laudos

A cmara clara e sala de laudos devem possuir condies eficientes e agradveis de trabalho. As paredes devem ser pintadas com tinta lavvel. A iluminao deve ser branca (fluorescente), com controle de luminosidade de maneira que a iluminao possa ser reduzida para no prejudicar a interpretao radiogrfica.

Leitura do filme radiogrfico a leitura do filme radiogrfico deve ser feita em negatoscpios sob condies que forneam boa visibilidade.

A superfcie do negatoscpio deve estar limpa e fornecer luz difusa (irradiada) de brilho uniforme. recomendvel o uso de lmpadas fluorescentes de mesma cor (tipo luz do dia) em todos os corpos do negatoscpio.

O negatoscpio deve ser desmontado e limpo com frequncia. Quando uma lmpada perder intensidade ou queimar, devem ser trocadas todas as lmpadas do negatoscpio.Realizao de exames no leito

A realizao de exames radiolgicos com equipamentos mveis em leitos hospitalares ou ambientes coletivos de internao, tais como unidades de tratamento intensivo (UTI) e berrios, somente ser permitida quando for impossvel ou clinicamente inaceitvel transferir o paciente para uma instalao com equipamento fixo.

Neste caso, deve ser adotada uma das seguintes medidas: Os demais pacientes que no puderem ser removidos do ambiente devem ser protegidos da radiao espalhada por uma barreira protetora (proteo de corpo inteiro) com, no mnimo, 0,5 mm equivalentes de chumbo.

Os demais pacientes que no puderem ser removidos do ambiente devem ser posicionados de modo que nenhuma parte do corpo esteja a menos de 2 metros do cabeote ou do receptor de imagem.

Bibliografias

BIASOLI, Antnio Jr - Tcnicas Radiogrficas, Editora Rubio Rio de Janeiro. 2006

SCAFF, Luiz A. M. - Fsica da Radioterapia, 2 Edio, Editora: Sarvier So Paulo.

Comisso Nacional de Energia Nuclear

Biombo

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