bionator de balters - neom sp · 2018-12-05 · bionator é feito, então com a mordida figura 2 -...

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Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 70 Resumo O Bionator é um aparelho ortopédi- co funcional com ação de verdadeira gi- nástica e treinamento muscular. Visa a normalização funcional, a alteração postural da mandíbula em relação à maxila, devolvendo ao aparelho esto- matognático estímulos normais de cres- cimento e desenvolvimento, dando-lhes condições para normalização através de forças próprias do organismo. A Bionatorterapia preocupa-se, por- tanto, com o equilíbrio das estruturas faciais aos dentes relacionados, para que o equilíbrio final do aparelho mas- tigatório possa ser alcançado. Introdução O bionator é um aparelho ortopédi- co funcional que foi desenvolvido por Wilhelm Balters na década de 50 7,12 . A terapêutica ortopédica funcional é aquela que se fixa com o propósito de modificar a morfologia do aparelho den- tomaxilofacial para obter um complexo arquitetônico mais adaptado à função 5,8,10 . Ela age não apenas sobre a arcada den- tária, mas também em estruturas craniofaciais médias, e sobre funções vi- tais essenciais, tais como musculares, res- piratórias e fonéticas. O propósito do mé- todo do Professor Balters corresponde à esta definição citada por Muzy, que afirma que o desenvolvimento harmonioso dos arcos dentários é promovido pela estimu- lação de todas as funções 21,27,56 . Balters considerou que a comprova- ção da influência dos hábitos adquiridos agindo como fatores etiológicos das ano- malias dentofaciais, poderia ser feita me- diante a observação do crescimento na- tural do corpo e sua capacidade de apre- sentar compensações e um correto equilí- brio de suas partes, sem a utilização de forças mecanicamente ativas. Chamou a isto de autocorreção dirigida e utilizava o bionator dentro desta concepção integral do corpo, ressaltando a importância do estabelecimento do equilíbrio entre a mus- culatura mastigatória, labial, lingual e bucinadora; capacitadas a influir sobre o crescimento dos maxilares e posiciona- mento dentário 5,6,10,28 . Enfatizou, ainda, a observância à manutenção da respiração nasal, como sendo necessária ao correto equilíbrio desses músculos 7,69,77 . Para representar esquematicamente o espaço bucal, Balters utilizou a forma de Tópico Especial Bionator de Balters Unitermos: Bionator de Balters, Ortopedia Funcional dos Maxilares. Cristina Ortolani-Faltin Cristina Ortolani-Faltin Kurt Faltin Junior A Especialista em Ortodontia - Universidade Paulista; Mestre e Doutora em Diagnóstico Bucal - FOUSP; Professora Adjunta da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista; Professora Titular da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Fonoaudiologia da Universidade Paulista B Pós-Graduado e Doutorado em Ortopedia Maxilar - Bonn, Alemanha; Professor Titular da Disciplina de Ortodontia e Responsável pelos Cursos de Pós-Graduação (Especialização e Mestrado) da Universidade Paulista; Professor Convi- dado da Universidade de ULM - Alemanha. Bionator of Balters

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Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 70

Resumo

O Bionator é um aparelho ortopédi-co funcional com ação de verdadeira gi-nástica e treinamento muscular. Visa anormalização funcional, a alteraçãopostural da mandíbula em relação àmaxila, devolvendo ao aparelho esto-matognático estímulos normais de cres-cimento e desenvolvimento, dando-lhescondições para normalização através deforças próprias do organismo.

A Bionatorterapia preocupa-se, por-tanto, com o equilíbrio das estruturasfaciais aos dentes relacionados, paraque o equilíbrio final do aparelho mas-tigatório possa ser alcançado.

Introdução

O bionator é um aparelho ortopédi-co funcional que foi desenvolvido porWilhelm Balters na década de 507,12.

A terapêutica ortopédica funcional éaquela que se fixa com o propósito demodificar a morfologia do aparelho den-tomaxilofacial para obter um complexoarquitetônico mais adaptado à função5,8,10.Ela age não apenas sobre a arcada den-tária, mas também em estruturascraniofaciais médias, e sobre funções vi-

tais essenciais, tais como musculares, res-piratórias e fonéticas. O propósito do mé-todo do Professor Balters corresponde àesta definição citada por Muzy, que afirmaque o desenvolvimento harmonioso dosarcos dentários é promovido pela estimu-lação de todas as funções21,27,56.

Balters considerou que a comprova-ção da influência dos hábitos adquiridosagindo como fatores etiológicos das ano-malias dentofaciais, poderia ser feita me-diante a observação do crescimento na-tural do corpo e sua capacidade de apre-sentar compensações e um correto equilí-brio de suas partes, sem a utilização deforças mecanicamente ativas. Chamou aisto de autocorreção dirigida e utilizava obionator dentro desta concepção integraldo corpo, ressaltando a importância doestabelecimento do equilíbrio entre a mus-culatura mastigatória, labial, lingual ebucinadora; capacitadas a influir sobre ocrescimento dos maxilares e posiciona-mento dentário5,6,10,28. Enfatizou, ainda, aobservância à manutenção da respiraçãonasal, como sendo necessária ao corretoequilíbrio desses músculos7,69,77.

Para representar esquematicamente oespaço bucal, Balters utilizou a forma de

Tópico Especial

Bionator de Balters

Unitermos:Bionator de Balters,

Ortopedia Funcional dosMaxilares.

Cristina Ortolani-Faltin

Cristina Ortolani-FaltinKurt Faltin Junior

A Especialista em Ortodontia - Universidade Paulista; Mestre e Doutora em Diagnóstico Bucal - FOUSP; ProfessoraAdjunta da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista; Professora Titular daDisciplina de Ortodontia da Faculdade de Fonoaudiologia da Universidade Paulista

B Pós-Graduado e Doutorado em Ortopedia Maxilar - Bonn, Alemanha; Professor Titular da Disciplina de Ortodontia eResponsável pelos Cursos de Pós-Graduação (Especialização e Mestrado) da Universidade Paulista; Professor Convi-dado da Universidade de ULM - Alemanha.

Bionator of Balters

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um ovo onde, em condições de nor-malidade, o polo maior estaria parafrente, tendo sua amplitude máximana região dos primeiros molares. Oespaço bucal é constituído pela cavi-dade bucal, essencialmente formadapela abóbada palatina. Após a erup-ção dos dentes e formação das arca-das dentárias, o espaço bucal apre-senta limites que podem ser modifi-cados. Assim, pode mudar de formae se ampliar, através das modifica-ções da posição mandibular e lin-gual4,6,7,12,23,32.

O vedamento desse espaço é as-segurado, na parte anterior, pelos lá-bios e, na posterior, pelo encontro dodorso da língua com o palato mole48,73.

Segundo o autor os dentes e osmaxilares são submissos às funçõesdo espaço bucal, no que se refere aoseu crescimento, alinhamento e rela-ções mútuas. Nas anomalias, o polomaior do ovo está na região do palatomole ou mais posteriormente, interfe-rindo nas zonas reflexas da degluti-ção. A excitação constante ou ocasioaa necessidade de deglutir frequente-mente ou provoca uma abertura labi-al, a fim de separar a língua do palatomole, ocasionando, assim, uma pro-pensão à respiração bucal. O polomenor do ovo estará voltado parafrente, dando à arcada dentária umaforma ponteaguda na região de inci-sivos. Na região palatina anterior seestabelece uma êxtase linfática e umairrigação sanguínea deficiente4,6,8,11,28.

Sendo assim, o princípio do tra-tamento com o Bionator consiste emprovocar a inversão de polaridade doovo, levando à normalização do es-paço bucal funcional, na modificaçãoda Curva de Spee e no reequilíbrio detodo o sistema dentomaxilofacial21.

No tratamento das anomaliasdentofaciais, a meta é normalizar oespaço bucal funcional e não apenascorrigir a posição dentária e a rela-ção maxilo-mandibular. Quando oespaço bucal está alterado, encon-tram-se também distúrbios namastigação deglutição, fonação e res-piração10,15,18,54. FIGURA 1 - Tipos de Bionatores de Balters.

A função do bionator é obter oespaço bucal ideal e corrigir a posi-ção e a função da língua, lábios ebochechas mediante o estímulo deforças fisiológicas. Desta maneiratorna-se possível levar ao pleno de-senvolvimento as forças de cresci-mento próprias do organismo9,29.

Para Balters, o equilíbrio da lín-gua de um lado e dos lábios e boche-chas do outro é de grande importân-cia para a harmonia das bases ósse-as e arcadas dentárias. E conclui que,para o aparelho mastigatório se com-portar como uma unidade funcional,é necessário, além do espaço funcio-nal para a língua, um perfeito sela-mento anterior dos lábios e um sela-mento posterior do dorso da línguacom o palato mole26,35,56.

O conhecimento de ciências bio-lógicas básicas, o respeito ao tipofacial e à individualidade de cada pa-ciente, o estudo dos mecanismos decontrole do crecimento, o diagnósti-co detalhado de cada caso atravésde documentação e análise avança-das e auxiliadas pela computação sãoprincípios que necessitam ser respei-tados no uso de qualquer terapia. Ouso da Bionatorterapia no planeja-mento de uma correção facial deve,portanto, ser obrigatoriamente fun-damentada num correto e minuciosodiagnóstico diferencial30.

Tipos de bionatores

Existem três tipos de bionatoresque se destinam à correção das dife-rentes anomalias esqueléticas e alte-rações funcionais: o bionator base,o invertido e o fechado. Algumas dis-funções podem exigir escudos de pro-teção no setor lateral e/ou frontal dosdentes.

Os elementos do Bionator e suasprincipais funções segundo a descri-ção de Balters:

- plano de oclusão: é um plano deacrílico com orientação pararela aoplano de Camper. Ele vai orientar osdentes logo após a erupção;

- alça palatina: colocada na basede acrílico, entre a língua e o palato.Serve para sustentação do corpo dobionator e orienta o posicionamentoda língua.

- alça vestibular: é formada porduas partes:

- alça labial: estimula o selamen-to labial.

- alça bucinadora: continuaçãoda alça labial ocupa o espaço en-tre a arcada dentária e o músculobucinador. Ela vai evitar a interfe-rência dos tecidos moles das bo-chechas sobre as arcadas dentá-rias;

- apoios verticais: asseguram umafixação permanente da oclusão fun-

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cional. Devem evitar os desvios damandíbula no plano vertical. Quandoreduzidos por meio de fresas, formam-se áreas de deslizamento até que odente chegue ao plano de oclusão;

- apoios interproximais apoios interproximais apoios interproximais apoios interproximais apoios interproximais: evitamos desvios sagitais ântero-posterio-res do Bionator.

BALTERS10,11 observou que a ori-entação do crânio em indivíduos nor-mais estava disposta de tal forma queo plano oclusal e a linha ouvido-nariz(Plano de Camper) eram paralelas.Esta linha deve ser utilizada como re-ferência para a construção do apare-lho Bionator, para que a regulariza-ção do plano oclusal aconteça auto-maticamente durante o tratamento.

Balters descreveu os três tipos debionatores, como segue9,21,28,56:

1- BIONATOR BASE: utilizadopara o tratamento do retrognatismomandibular.

Mordida de construção: Essencialpara o posicionamento mandibular epara obtenção do espaço bucal ideal.Se a mordida incisiva de topo a topofor possível, ela deve ser registrada namordida de construção. Quando o tres-passe horizontal é acentuado, utiliza-se uma posição intermediária (3mmà 5mm de avanço). Após algum tem-po de uso do aparelho, um novobionator é feito, então com a mordida FIGURA 2 - O aparelho Bionator base de Balters e seus elementos.

FIGURA 3 - Transferência do Plano de Camper aos mode-los para orientação do plano oclusal.

FIGURA 4 - Utilização do transferidor do plano oclusal deCalteux e Bakker.

Bionator base e seus elementos:

PO -plano oclusal

AP - alça palatina

AV - alça vestibular

1 - apoios verticais

2 - liberação total para crescimento vertical do processo alveolar

3 - liberação para crescimento vertical do processodentoalveolar até o plano oclusal

4 - apoios interproximais

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de topo a topo. A dimensão verticalda mordida de construção, baseia-sena altura de desoclusão posterior de-corrente do contato de topo entre osincisivos.

a - Base acrílica: a base acrílica émínima em extensão e espessura,possibilitando o uso do aparelho o diainteiro. O acrílico estende-se lateral-mente de distal dos caninos superio-res até cerca de 2 a 3mm atrás dosprimeiros molares. No sentido verti-cal se estende somente 2 a 3mmabaixo da margem gengival dos den-tes posteriores superiores e inferio-res. Na região anterior inferior, o acrí-lico se estende de distal de canino adistal de canino, protegendo a arca-da inferior da pressão lingual. O acrí-lico, nesta região, não deve tocardentes e gengiva. A base acrílica nãose estende à região anterior superior,portanto, não há proteção acrílica nosdentes anteriores superiores.

b - Alça palatina: tem como objeti-vo estimular a alteração de postura dalíngua e estabilizar as partes lateraisda base acrílica. É confeccionada comfio 1,2 mm e se insere na base acrílicana região de mesial dos primeiros pré-molares superiores. Tem a forma ovalvoltada para distal e vai até a regiãomedial dos primeiros molares superi-ores. A alça palatina está ligeiramen-te afastada do palato e é passiva. Elanunca deverá ser ativada.

c - Alça vestibular: apresenta par-tes bucinadoras bilaterais e a partelabial. As partes bucinadoras, que sãoposteriores, têm como finalidade afas-tar os tecidos moles das bochechas.A parte labial, que é anterior,tem comofinalidade excitar o selamento labial.A alça vestibular é confeccionada comfio 0.9 mm que se insere na baseacrílica, no plano de mordida posteri-or, na região dos primeiros pré-mola-res superiores, e apresenta um percur-so superior posterior até a medial doprimeiro molar superior,retornando emsentido anterior inferior até a regiãodos primeiros pré-molares. Esta é aparte bucinadora que deverá estarafastada cerca de 3 mm dos dentes, BIONATOR BASE

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impedindo a pressão das bochechase estimulando, desse modo, a expan-são das arcadas atrésicas. Sofre, nes-te local, uma dobra no sentido anteri-or superior até a região do canino su-perior onde sofre nova dobra no sen-tido horizontal, contornando os den-tes anteriores superiores na altura doestômio, até a região do canino supe-rior do lado oposto. A parte labial daalça vestibular é passiva e está dis-tante cerca de 1 mm dos incisivos su-periores. Ela não pode ser ativada deencontro com os incisivos.

2 - BIONATOR FECHADO: para acorreção das mordidas abertas comou sem alterações esqueléticas.

É idêntico ao bionator base, comuma característica especial: a baseacrílica apresenta uma extensão naregião dos dentes anteriores superi-ores. Esta extensão de acrílico tem afinalidade de proteger também osdentes anteriores superiores da pres-são lingual anormal. O acrílico nasregiões anteriores superior e inferiornão pode tocar dentes e gengiva. Aeliminação da interferência lingual, anormalização da sua postura juntoao palato e a excitação do selamentolabial permitem o fechamento da mor-dida aberta anterior.

3 - BIONATOR INVERTIDO: paracorrigir o prognatismo mandibular.

a - Mordida de construção: é to-mada na posição mais retrusiva, nosentido ântero-posterior e no sentidovertical, numa altura um pouco maiorque topo a topo para permitir a corre-ção da mordida cruzada anterior.

b - Base acrílica: é idêntica à dobionator base.

c - Alça palatina: é invertida, istoé, se insere na região distal dos pri-meiros molares superiores e apresen-ta um trajeto anterior em forma oval.Sua parte anterior fica na altura dosprimeiros pré-molares ou primeirosmolares decíduos. Ela é, portanto,aberta no sentido posterior. A alçapalatina invertida tem por finalidadealterar a postura da língua, excitan-do a ação da ponta da língua no sen-tido anterior posterior. BIONATOR FECHADO

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d - Alça vestibular: apresenta aspartes bucinadoras idênticas as dobionator base. No entanto, a partelabial não sofre as dobras no sentidosuperior e horizontal na região dosdentes anteriores superiores. Seu tra-jeto continua inferior, contornando osdentes anteriores inferiores (não podeser ativada contra os dentes).

Os elementos do bionator não sãoativos e nem podem ser ativados. Asalterações morfológicas são consequên-cia da normalização funcional.

O Bionator é um aparelho bima-xilar de volume reduzido, podendo edevendo ser usado em período inte-gral, à exceção dos períodos de ali-mentação, práticas esportivas ondehaja perigo de trauma bucal e situa-ções onde a melhor dicção do paci-ente seja requisitada. Durante as pri-meiras semanas o tempo de uso é au-mentado gradativamente, ou seja, 4horas na primeira semana, 8 horasna segunda, o dia todo na terceira ena quarta semana, inclusive dormircom o aparelho, totalizando aproxi-madamente 20 horas de uso diário.Em seu uso, os pacientes são orien-tados quanto à necessidade de fecha-mento labial, importante fator parao reequilíbrio das musculaturas deprotração e retração mandibular epara o correto posicionamento da lín-gua junto ao palato.

Modificações

dentomaxilofaciais

resultantes do tratamento

com Bionator.

JANSON 38 em estudo realizado em207 pacientes (134 tratados combionator e 73 não tratados, paracomparação) concluiu que há suces-so clínico na área dentoalveolar e queeste é mais intenso antes da puber-dade. As adaptações nas áreasesqueletais também são mais efetivasno período da pré puberdade.

PETROVIC e STUTZMANN 58 disse-ram que o bionator exerce sua funçãoprincipalmente através dos movimen-tos da mandíbula. Estes movimentos BIONATOR INVERTIDO

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agem como um efeito estimulante queproporciona crescimento da cartilagemcondilar. Os autores afirmaram, ain-da, que a intensificação da atividadedo escudo retrodiscal é associada a umaumento no fluxo de sangue e de linfae uma diminuição tanto da concen-tração catabólica celular como dos fa-tores de “feedback negativo“. Estasmudanças explicam o crescimentosuplementar da cartilagem condilar,ocasionado pelo bionator.

SCHULHOF e ENGEL 68 analisa-ram telerradiografias de 33 pacien-tes portadores de Classe II que fo-ram tratados com bionator e compa-raram os resultados com a previsãode crescimento sem tratamento. Osresultados obtidos mostraram que otratamento com o bionator estimu-lou maior crescimento que o espera-do. Os autores observaram os seguin-tes resultados com o uso do bionator:

· eixo condilar: aumento maiorque o crescimento normal;

· eixo do corpo: aumento maiorque o crescimento normal;

· ângulo goníaco: não houve mu-dança significativa;

· eixo facial: constante;· incisivos inferiores: sem extrusão

com o crescimento;· incisivos superiores: inclinados

para palatino;· molares inferiores: pequena di-

ferença do crescimento normal;· molares superiores: permanecem

distal contra o crescimento.

Utilizando o Bionator no trata-mento de pacientes com má oclusãode Classe II, divisão 1 na dentiçãomista tardia, TSAMTSOURIS eVENDRENNE74 puderam concluir queas alterações favoráveis obtidas noperfil facial e no padrão esqueléticoeram resultado da liberação do po-tencial de crescimento da mandíbu-la, que estava restringido até entãopela função anormal da musculaturaorofacial. Para os autores, o uso desteaparelho na dentição mista protege-ria os incisivos de possíveis fraturas,eliminaria a injúria da mucosa oral

na sobremordida profunda traumá-tica e favoreceria a competência la-bial. Seus benefícios não seriam sóestéticos, mas também na melhoriados padrões de crescimento verticale horizontal do complexo dentofacial.

DROSCHL25 enumerou as principaismetas a serem atingidas com o Biona-tor, segundo o seu idealizador Balters:

· selamento labial e contato dodorso da língua com o palato;

· aumento do espaço bucal;· estabelecimento de uma boa re-

lação entre os incisivos superiores einferiores;

· avanço mandibular com conse-qüente aumento do espaço bucal emelhora do posicionamento lingual;

· obtenção como resultado de to-das essas adaptações de um melhorrelacionamento entre as bases ósse-as e um melhor posicionamento dalíngua, das arcadas dentárias e dostecidos moles peribucais.

BOLMGREN e MOSHIRI 17 estu-daram a influência do uso do Biona-tor durante o tratamento de pacientescom má oclusão Classe II, divisão 1com deficiência ou retrognatismo man-dibular. Para este estudo utilizaram umgrupo de 20 pacientes tratados com oBionator e complementados a seguircom aparelhos ortodônticos fixos, sen-do verificados radiograficamente emuma e outra fase do tratamento. Estegrupo foi comparado com 2 gruposcontrole também de Classe II divisão1, sendo o primeiro de pacientes nãotratados e o segundo de pacientes tra-tados exclusivamente com aparelhosfixos. Os resultados demonstraramque o Bionator proporcionou umaretrusão e verticalização dos incisivossuperiores, um aumento do compri-mento mandibular ( Co-Gn ), a nor-malização do relacionamento maxilo-mandibular e um aumento da alturadentária posterior responsável peloaumento do ângulo do plano mandi-bular. Na fase seguinte com aparelhosfixos mostrou que aparentemente porcausa do tratamento prévio com o Bi-onator as alterações dentárias e es-

queléticas nesta fase foram muito se-melhantes às dos grupos controle. Esteestudo, segundo os autores, demons-trou que as alterações esqueléticas,principalmente na indução da acele-ração do crescimento mandibular, fo-ram mais significativas que as altera-ções dentoalveolares,na correção daClasse II.

STUTZMANN e PETROVIC 70,através de estudo realizado, chega-ram à conclusão de que o Bionator ébasicamente um aparelho funcionalcujo grau de efetividade depende, pri-meiramente, do avanço suplementarda mandíbula, que é maior nos ca-sos de crescimento rotacional ante-rior da mandíbula. Concluíram, tam-bém, que o Bionator é efetivo naindução de um crescimento suple-mentar na cartilagem condilar e re-bordo posterior do ramo ascenden-te, isto é, um alongamento suplemen-tar da mandíbula.

CARELS e VAN DER LINDEN 20

afirmaram que, com o uso do Biona-tor, tem-se uma influência tanto nocomplexo nasomaxilar como na man-díbula, no sentido sagital e vertical.Toda vez que o paciente usa o apare-lho, uma força generalizada age nosentido anterior e inferior, na man-díbula; e posterior e superior, no com-plexo maxilar.

MAMANDRAS e ALLEN 46 atravésde telerradiografias iniciais e finais detratamento, analisaram os resultadosalcançados com o uso do Bionator nospacientes portadores de má oclusãoClasse II, divisão 1 apresentando retrogna-tismo mandibular. Compararam 20 ca-sos tratados com resultados mais ex-pressivos, onde os avanços do pontoPogônio após o tratamento foram de3,5 mm ou mais, com outros 20 casosde menor expressão, onde os avançosdo ponto Pogônio foram de 3 mm oumenos. A avaliação do crescimento totalda mandíbula ( Co-Gn) na compara-ção entre os dois grupos mostrou quehouve um incremento mais significati-vo no crescimento total da mandíbulanaqueles pacientes que ao início do tra-tamento apresentavam o ponto

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Pogônio mais próximo da linha per-pendicular de referência; sugerindo queaqueles pacientes que possuíam man-díbulas menores, responderam melhorao tratamento. Os autores atribuíramos resultados encontrados a uma pos-sível ação do Bionator que seria a deatuar contra os fatores inibitórios docrescimento mandibular, liberando opotencial de crescimento que se en-contraria mais restringido nos paci-entes com maior retrognatismo.

FALTIN JR.29 apresentou os resul-tados de um estudo de longo prazo,realizado sobre uma amostra formadapor pacientes de ambos os sexos, sele-cionada consecutivamente com base nonúmero de controle de fichas clínicas;apresentou média de idade de 9,8 anose tempo médio de tratamento de 2,2anos. A reavaliação telerradiográficapós- tratamento, abrangeu um perío-do de 5 a 9 anos. Os resultados doestudo avaliados pela análise cefalomé-trica de Ricketts, mostraram que hou-ve uma estabilidade do ângulo da Pro-fundidade Maxilar, com média de 89,7graus, enquanto o Ângulo da Profun-didade Facial, apresentou um incremen-to médio de 2,2 graus, estatisticamen-te significante ao nível de 5%. A com-binação desses dois resultados, teria,então, propiciado a correção da máoclusão de Classe II.

MCNAMARA JR. e BRUDON 53 con-sideram, a respeito do Bionator, que asmodificações verticais do crescimentomandibular seriam as mais difíceis deserem obtidas no tratamento ortopédi-co da Classe II, principalmente quandoa Altura Facial Ântero-Inferior fosse ex-cessiva. Os autores indicaram o Bio-nator para o tratamento dessas másoclusões, com ênfase para pacientescom extrema diminuição da AlturaFacial Ântero-Inferior. Nesses casos, oBionator seria usado para aumentar adimensão vertical, através da erupçãodiferencial dos dentes posteriores. Res-saltaram também que o Bionator po-deria ser usado nos casos que apre-sentassem uma Altura Facial excessi-va, promovendo a prevenção da sobreerupção dos dentes posteriores, reali-

zada através de um bloqueio com oacrílico do plano de oclusão do apare-lho. Os autores salientaram que o Bi-onator talvez seja o aparelho funcio-nal mais utilizado na atualidade emtodo o mundo devido as facilidadesproporcionadas por este aparelho,tanto no que se refere à confecção,como no manejo clínico e aceitaçãopor parte dos pacientes, pois apre-senta uma estrutura mais simples emenor volume.

KESSNER42 realizou um estudocefalométrico em telerradiografias ob-tidas em norma lateral, com a finali-dade de avaliar o efeito do tratamentocom o Bionator de Balters sobre amandíbula, em pacientes portadoresde má oclusão de Classe II, divisão 1com retrognatismo mandibular. Aamostra tratada contou com um totalde 33 pacientes, com média de idadede 10 anos e tempo médio de contro-le radiográfico de 18,6 meses. O au-tor averiguou o comportamento dasvariáveis da mandíbula: XI-PM, XI-DC, AFP e CF-XI, comparando as di-ferenças encontradas em suas medi-das entre os momentos T1 e T2, comas respectivas expectativas de incre-mento, de acordo com a previsão decrescimento de Ricketts. As variáveisXI-DC e XI-Co foram comparadas nosdois momentos. A análise dos resul-tados indicou que as variáveis man-dibulares apresentaram incrementossignificantes maiores do que suas pre-visões, destacando-se as diferençasmarcantes verificadas nas variáveis doramo ascendente da mandíbula, cujasconcordâncias de resultados salienta-ram as mudanças ocorridas na estru-tura do ramo ascendente durante operíodo estudado.A frequência de ocor-rência de incremento entre as variá-veis Ba-Na,XI-PM e XI-DC só apon-tou correlação entre Ba-Na e XI-PM.Segundo o autor o Bionator de Baltersfoi um recurso eficiente na aceleraçãodo crescimento mandibular.

ALMEIDA 1 realizou estudo com opropósito de avaliar as mudanças nasdimensões transversas dos arcos den-tários no tratamento da má oclusão de

Classe II com retrognatismo mandibu-lar, usando o aparelho Bionator basede Balters. Foram utilizados modelos degesso de 31 pacientes em dentição mis-ta, com uma idade média ao início dotratamento de 10 anos e 3 meses, nosquais foram realizadas medidas nosmodelos antes e após o tratamento (mé-dia de duração de 11.9 meses), noscaninos, primeiros pré-molares e pri-meiros molares. Três pontos de medi-ções foram usados para verificar se oaumento esperado seria por movimen-to de corpo ou inclinação do dente. Osresultados sugeriram movimento de cor-po dos caninos superiores e pré-mola-res inferiores. Um aumento significantena largura dos arcos para todas asmedidas foi observado, exceto para asdistâncias intercaninos inferiores eintermolares inferiores a nível alveolar.Os resultados indicam que normal-mente ocorre uma expansão passivados arcos quando o Bionator é usado.Essa expansão foi significantementemaior no arco maxilar do que no arcomandibular.

BIGLIAZZI14 analizou cefalometri-camente 35 pacientes utilizando aanálise das contrapartes de Enlow,com a finalidade de avaliar as altera-ções anatômicas e morfológicas dotratamento com o Bionator de Baltersem pacientes portadores de má oclu-são de Classe II, divisão 1 com re-trognatismo mandibular, com umamédia de idade de 9 anos e tempo mé-dio de controle radiográfico de 20 me-ses. Após análise estatística dos re-sultados verificou quais relaçõesanatômicas responderam ao trata-mento com o Bionator e quais perma-neceram inalteradas e concluiu que oAlinhamento da FCM, Alinhamento doramo, Alinhamento corpo-oclusal,Largura Ra/FCM e o ângulo goníacopermaneceram inalterados durante operíodo de tratamento com o Biona-tor. Responderam significantementeno sentido de reduzir a retrusão man-dibular o Efeito agregado FCM.A/Ra.B, Efeito agregado FCM.PrS/Ra.Id,Maxila A/Mandíbula B, Maxila PrS/Mandíbula Id e a Curva de Spee.

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Caso 1 - Figs. 14 a 37:

Paciente do sexo masculino, nove anos e três mesesde idade, retrovertido, portador de uma anomalia de ClasseII, divisão 1 com retrognatismo mandibular.

Tratamento executado com Ortopedia Funcional dosMaxilares: três Bionatores de Balters, durante 3 anos.

FIGURA 14, 15, 16 - Fotos faciais de frente no início dotratamento, 3 anos após o término do tratamento e 7 anospós-tratamento.

FIGURA 17, 18, 19 - Fotos faciais de perfil no início dotratamento, 3 anos e 7 anos pós-tratamento. 17

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FIGURA 20, 21, 22 - Fotos bucais no início do tratamento. 20

FIGURA 23, 24, 25 - Fotos bucais 3 anos após o términodo tratamento. 23

FIGURA 26, 27, 28 - Fotos bucais 7 anos após o términodo tratamento. 26

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 81

2221

2524

27 28

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 82

Initial - 07/06/79 Retention - 23/05/85 Final - 23/06/89

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

Superimposition:Basion-Nasion at CC

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

27.9

81.483.4

60.7

10.1

49.5

22.4

124.13.0

5.0

28.2

Initial - 07/06/79

FIGURA 29, 30, 31 - Telerradiografias laterais no início dotratamento, 3 anos e 7 anos pós-tratamento. 29

FIGURA 32, 33, 34 - Traçados cefalométricos: início do tra-tamento, 3 e 7 anos pós-tratamento.

FIGURA 35, 36, 37 - Superposições dos traçadoscefalométricos do início do tratamento, 3 anos e 7 anospós-tratamento.

32

35

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 83

Initial - 07/06/79 Retention - 23/05/85 Final - 23/06/89

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

Superimposition: Corpus Axis at Xi

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

Superimposition: Basion-Nasion at Nasion

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

27.4

87.688.1

57.0

22.4

51.5

25.5

131.14.6

0.6

23.3

Final - 23/06/89

30 31

33 34

36 37

MBSRace: CaucasianBorn: 25/03/70Sex: M

Analysis: FALTIN

29.4

24.8

82.084.7

59.6

16.2

51.9

22.5

129.7

4.7

3.3

Retention - 23/05/85

Initial - 07/06/79 Retention - 23/05/85 Final - 23/06/89

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 84

FIGURA 38, 39, 40 - Fotos faciais de frente no início dotratamento, fase intermediária após extrações de quatro1 pré-molares + uso de Bionator e 5 anos após acomplementação com aparelhos fixos.

FIGURA 41, 42, 43 - Fotos faciais de perfil no início dotratamento, fase intermediária e 5 anos pós-tratamento.

Caso 2 - Figs. 38 a 64:

Paciente do sexo masculino, nove anos de idade,neutrofacial, portador de uma anomalia de Classe IImaxilo-mandibular, apinhamentos e disfunções totais.

Tratamento realizado com preparação ortodônticacom aparelho removível superior de expansão + arcobase inferior; extração de 4 primeiros pré-molares; Bi-onator de Balters + arco base inferior e complementa-ção com aparelhos fixos.

38

41

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 85

39 40

42 43

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 86

FIGURA 50, 51, 52 - Fotos bucais em fase intermediária. 50

FIGURA 53, 54, 55 - Fotos bucais 5 anos após a comple-mentação com aparelhos fixos. 53

Figura 44, 45, 46 - Fotos bucais no início do tratamento. 44

FIGURA 47, 48, 49 - Fotos bucais em fase intermediária:Bionator + arco base inferior. 47

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51 52

54 55

45 46

48 49

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 88

AMGLRace CaucasianBorn: 29/01/75Sexo: M

Analysis: FALTIN

Superimposition:Basion-Nasion at CC

Initial - 30/12/84 Progress (bionator)- 13/09/91 Final - 25/02/97

32.9

86.6

81.0

64.9

14.6

52.3

25.9

118.90.5

9.6

AMGLRace: CaucasianBorn: 29/01/75Sex: M

Analysis: FALTIN

FIGURA 59, 60, 61 - Traçados cefalométricos: início do tra-tamento, fase intermediária e 5 anos pós-tratamento.

FIGURA 56, 57, 58 - Telerradiografias laterais no início dotratamento, fase intermediária e 5 anos pós-tratamento.

FIGURA 62, 63, 64 - Superposições dos traçadoscefalométricos do início do tratamento, fase intermediáriae 5 anos pós-tratamento.

62

56

59

Initial - 30/12/84

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 89

AMGLRace: CaucasianBorn: 29/01/75Sex: M

Analysis: FALTIN

Superimposition:Corpus Axis at Xi

Initial - 30/12/84 Progress (bionator)- 13/09/91 Final - 25/02/97

AMGLRace: CaucasianBorn: 29/01/75Sex: M

Analysis: FALTIN

Superimposition:Basion-Nasion at CC

Initial - 30/12/84 Progress (bionator)- 13/09/91 Final - 25/02/97

31.8

91.385.7

64.7

23.5

53.5

17.3

142.6

0.7

3.3

AMGLRace: CaucasianBorn: 29/01/75Sex: M

Analysis:FALTIN

Progress (bionator) - 13/09/91

60

63 64

57 58

31.3

91.9

85.6

62.5

23.6

52.4

19.3

143.7

-1.0

1.6

AMGLRace: CaucasianBorn: 29/01/75Sex: M

Analysis: FALTIN

Final - 25/02/97

61

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 90

FIGURA 67, 68 - Fotos faciais de perfil no início do trata-mento e 3 anos pós-tratamento. 67

Figura 65, 66 - Fotos faciais de frente no início do tratamen-to e 3 anos pós-tratamento. 65

Caso 3 - Figs. 65 a 76:

Paciente do sexo feminino, oito anos e cinco meses deidade, neutrovertida, com mordida aberta anterior e mor-dida cruzada posterior do lado direito.

Tratamento executado com aparelho removível supe-rior de expansão com plano de mordida posterior; Bionatorfechado de Balters; aparelhos fixos superiores e inferio-res.

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 91

68

66

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 92

Figura 72, 73, 74 - Fotos bucais 3 anos pós-tratamento. 72

69FIGURA 69, 70, 71 - Fotos bucais no início do tratamento.

75FIGURA 75, 76 - Telerradiografias laterais no início do tra-tamento e 3 anos pós-tratamento.

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 93

73 74

70 71

76

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 94

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Abstract

The bionator is a functionalorthopedic appliance with an actionof muscular exercising and training.It is designed to normalize functionand change mandible position in

relation to maxilla restoring to thestomatognatic complex normalsetting through own body forces.

The Bionator therapy isconcerned with the facial structurebalance to related teeth to achieve

the final balance of masticatorycomplex.

Uniterms

Balters Bionator; Functional jawOrthopedics.

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998 95

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