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região bairradina 19-03-2014 13 Centenário da Morte de José Luciano de Castro José Luciano de Castro Pereira Corte Real nas- ceu, em Oliveirinha, concelho de Aveiro, a 14 de Dezembro de 1834. Era filho segundo génito do últi- mo morgado da Casa de solar da Oliveirinha, Fran- cisco Joaquim de Castro Pereira Corte Real e de D. Maria Augusta de Meneses Silva e Castro. Des- cende assim de uma família nobre que, por linha materna, se vai cruzar com a do Marquês de Pom- bal. Em 1865 casou com D. Maria Emília Seabra, tendo-se então radicado em Anadia, onde viria a falecer a 9 de Março de 1914. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, consagrou-se como importante jurisconsulto, mas também como jornalista e exce- lente orador, tendo sido sobretudo um afamado chefe político e ilustre homem público. Ainda quando estudante, em Coimbra, interes- sou-se pelo jornalismo, tendo colaborado em “O Ob- servador”, que mais tarde adoptaria o nome de •”O Conimbricense”. A sua paixão pelo jornalismo bem como o seu talento não lhe permitiram ficar por aí e a sua naturalidade aveirense levou-o a interessar-se também pelo jornalismo local, tendo sido uma das figuras mais representativas que inspiraram, orienta- ram ou dirigiram os órgãos de opinião da cidade de Aveiro. José Luciano de Castro dedicou-se durante cerca de 50 anos ao jornalismo, onde teve como tribuna parlamentar uma posição de relevo, que acompa- nhou todas as fases da sua carreira de ininterrupta ascensão. Como colaborador efectivo, foi redactor de vários jornais: “Comércio do Porto”, “Progres- so”, “Nacional” e “Jornal do Porto”, cuja redacção emparceirou com Ramalho Ortigão. Foi responsá- vel ainda pela fundação de uma importante revista de jurisprudência, “O Direito”. Publicou importantes e interessantes trabalhos, como: “A Questão das Subsistências” (1856); “Legislação sobre a Liberda- de de Imprensa” (1859); “Discursos” (1863, 1872,1877); e muitos outros se poderiam citar. Importante jornalista, José Luciano de Castro é antes de tudo um político e um homem de acção, desde cedo atraído para a carreira política, para onde o chamavam os seus poderosos recursos de orador e publicista. Estadista notável, chefe do Partido Pro- gressista, foi um dos seus fundadores em 1876, sen- do o seu presidente quando a república se implantou, cargo que ocupava desde 1885, tendo nessa altura sucedido a Anselmo José Braamcamp. Quando chefe do partido Progressista, alternou com o chefe do partido Regenerador no desempenho do cargo de Presidente do Conselho de Ministros durante o período do Rotativismo. Parlamentar dis- tinto, muitas vezes ministro e chefe do governo, encontrava-se na Presidência do Conselho quando se deu o Ultimato de 1890 e enfrentou a crise finan- ceira que levou os alemães e ingleses a disputarem as colónias portuguesas em África. Muito se lhe deve na obtenção do tratado de reforço da aliança com a Inglaterra, para defesa do império colonial cobiçado pela Alemanha, de que resultou a assinatu- ra do tratado de 1891. Deputado da Nação, Conselheiro de Estado, Vo- gal efectivo aposentado do Supremo Tribunal Admi- nistrativo e governador da Companhia Geral do Cré- dito Predial Português foram também cargos que desempenhou. Biografia Publicação doada, à Câmara Municipal de Anadia, por Cipriano Pereira Alegre e Idálio Pereira Alegre, a pedido de seu pai, Avelino Alegre. PUB Fonte: Wikipedia

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Page 1: Biografia - CM Anadia · 2019. 3. 8. · Maria Augusta de Meneses Silva e Castro. Des-cende assim de uma família nobre que, por linha materna, se vai cruzar com a do Marquês de

Bairrada região bairradina 19-03-201413 BairradaCentenário da Morte de José Luciano de Castro

José Luciano de Castro Pereira Corte Real nas-ceu, em Oliveirinha, concelho de Aveiro, a 14 deDezembro de 1834. Era filho segundo génito do últi-mo morgado da Casa de solar da Oliveirinha, Fran-cisco Joaquim de Castro Pereira Corte Real e de D.Maria Augusta de Meneses Silva e Castro. Des-cende assim de uma família nobre que, por linhamaterna, se vai cruzar com a do Marquês de Pom-bal. Em 1865 casou com D. Maria Emília Seabra,tendo-se então radicado em Anadia, onde viria afalecer a 9 de Março de 1914.

Licenciado em Direito pela Universidade deCoimbra, consagrou-se como importantejurisconsulto, mas também como jornalista e exce-lente orador, tendo sido sobretudo um afamado chefepolítico e ilustre homem público.

Ainda quando estudante, em Coimbra, interes-sou-se pelo jornalismo, tendo colaborado em “O Ob-servador”, que mais tarde adoptaria o nome de •”OConimbricense”. A sua paixão pelo jornalismo bemcomo o seu talento não lhe permitiram ficar por aí e asua naturalidade aveirense levou-o a interessar-setambém pelo jornalismo local, tendo sido uma dasfiguras mais representativas que inspiraram, orienta-ram ou dirigiram os órgãos de opinião da cidade deAveiro.

José Luciano de Castro dedicou-se durante cercade 50 anos ao jornalismo, onde teve como tribunaparlamentar uma posição de relevo, que acompa-nhou todas as fases da sua carreira de ininterruptaascensão. Como colaborador efectivo, foi redactorde vários jornais: “Comércio do Porto”, “Progres-so”, “Nacional” e “Jornal do Porto”, cuja redacçãoemparceirou com Ramalho Ortigão. Foi responsá-vel ainda pela fundação de uma importante revistade jurisprudência, “O Direito”. Publicou importantese interessantes trabalhos, como: “A Questão dasSubsistências” (1856); “Legislação sobre a Liberda-de de Imprensa” (1859); “Discursos” (1863,1872,1877); e muitos outros se poderiam citar.

Importante jornalista, José Luciano de Castro éantes de tudo um político e um homem de acção,desde cedo atraído para a carreira política, para ondeo chamavam os seus poderosos recursos de oradore publicista. Estadista notável, chefe do Partido Pro-gressista, foi um dos seus fundadores em 1876, sen-do o seu presidente quando a república se implantou,cargo que ocupava desde 1885, tendo nessa alturasucedido a Anselmo José Braamcamp.

Quando chefe do partido Progressista, alternoucom o chefe do partido Regenerador no desempenhodo cargo de Presidente do Conselho de Ministrosdurante o período do Rotativismo. Parlamentar dis-tinto, muitas vezes ministro e chefe do governo,encontrava-se na Presidência do Conselho quandose deu o Ultimato de 1890 e enfrentou a crise finan-ceira que levou os alemães e ingleses a disputaremas colónias portuguesas em África. Muito se lhedeve na obtenção do tratado de reforço da aliançacom a Inglaterra, para defesa do império colonialcobiçado pela Alemanha, de que resultou a assinatu-ra do tratado de 1891.

Deputado da Nação, Conselheiro de Estado, Vo-gal efectivo aposentado do Supremo Tribunal Admi-nistrativo e governador da Companhia Geral do Cré-dito Predial Português foram também cargos quedesempenhou.

Biografia

Publicação doada, à Câmara Municipal de Anadia, por Cipriano Pereira Alegre e Idálio Pereira Alegre, a pedido de seu pai, Avelino Alegre.

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Fonte: Wikipedia

Page 2: Biografia - CM Anadia · 2019. 3. 8. · Maria Augusta de Meneses Silva e Castro. Des-cende assim de uma família nobre que, por linha materna, se vai cruzar com a do Marquês de

Bairrada região bairradina 19-03-201414 Centenário da Morte de José Luciano de Castro

“Sobre José Luciano de Castro, gos-taríamos de começar por recordar otestemunho de Albano Coutinho nasessão do Senado de 10 de Marçode 1914, a propósito da morte do con-selheiro:“Como amigo dos seus vizinhos,pugnando sempre pelos melhoramen-tos locais, sem olhar a preocupa-ções partidárias, desempenhou umpapel simpático e altruísta. Anadia osabe; Anadia não o deverá nuncaesquecer”.Decorridos 100 anos sobre a suamorte, Anadia sabe-o e não o esque-ce. Por isso, aqui estamos para pres-tar uma justa homenagem a JoséLuciano de Castro – mais uma –, erecordar a sua vida e a sua obra. Esabemos que, não obstante tratar-sede uma figura polémica e intrinseca-mente ligada à agonia da monarquia,ainda assim o conselheiro logrou,num contexto republicano, ser reco-nhecido como um notável político,de espírito liberal, que teve sempreem mente contribuir para o progres-so da Nação.José Luciano de Castro foi, pois, umhomem do Liberalismo, que defen-deu e praticou valores essenciais dasactuais democracias: parlamento,eleições, liberdade de imprensa, etc.Os seus ideais e as suas competên-cias pessoais, alicerçados numa boadose de ambição e numa enormedeterminação, permitiram-lhe umaascensão fulgurante em diversos do-mínios. De entre estes, terá sido noplano político que José Luciano deCastro teve as grandes oportunida-des de trabalhar em prol do país etambém de Anadia.Com um pé no centro de poder eoutro na província, José Luciano deCastro teve a sua imagem perma-nentemente associada a Anadia(como se pode constatar nalgumasdas caricaturas que ilustram a expo-sição que enquadra esta cerimónia).Aqui se deslocou para pedir a Ale-xandre de Seabra, que não conheciapessoalmente, que lhe cedesse o seulugar nas listas para eleição de depu-tados; aqui se tornou seu amigo; aquicasou com a sua filha, Maria Emília,e constituiu família, firmando, destaforma e para sempre, a sua ligação àterra que adoptou e pela qual foiadoptado.A família e o património foram as suasâncoras na capital da Bairrada. Masdaqui não levantou ferros… pelo con-trário. Graças a esta ligação, Anadiaconheceu uma grande notoriedade epelo Palacete Seabra de Castro pas-saram grandes figuras da vida sociale política, nomeadamente a família

real, que aqui vieram não só paradisfrutarem de momentos de lazer,mas também para analisarem e dis-cutirem grandes decisões a tomar àdata.Apesar dos graves problemas desaúde e das exigências de uma in-tensa vida profissional, que o obriga-va a conciliar o trabalho jurídico comos sucessivos cargos políticos (orano poder, ora na oposição), JoséLuciano de Castro nunca deixou deprestar atenção a Anadia. É certo queMaria Emília Seabra de Castro – a“Senhora Ministra” - teve aqui umpapel preponderante e ainda poucodivulgado, mas não deixa de ser umfacto a presença do nome do esta-dista em projectos que ganharam for-ma em Anadia.Desde logo, na criação, a 30 de Ju-nho de 1887, da Escola Prática deViticultura e Pomologia da Bairrada,uma iniciativa do governo por si pre-sidido. Cumpre lembrar que três anosmais tarde, o director da escola, oEng.º Tavares da Silva, viria a tersucesso na produção de vinhos es-pumantes segundo o método daChampagne e a escola apoiaria inici-ativas neste domínio.Uma dessas iniciativas nascerá a 3de Novembro de 1893, em casa deJosé Luciano de Castro, em Anadia.Foi aí que se realizou a escritura deconstituição da empresa AssociaçãoVinícola da Bairrada, destinada a pro-duzir vinhos espumantes, e na qualo conselheiro foi um dos quatrooutorgantes.Em Julho de 1901, José Luciano deCastro, Paulo Cancela e outrosviticultores da Bairrada conseguirama atribuição da primeira adega socialcriada nos termos da nova legisla-ção promulgada um mês antes como intuito de combater a crise no sectorvitícola.Entretanto, Maria Emília Seabra deCastro e Albano Coutinho tinham emmãos planos para exploração daságuas da Curia e empenharam-sena criação e no desenvolvimento deuma estância termal. A Sociedadedas Águas da Curia vê os seus esta-tutos aprovados em 1899 e obtém aconcessão de exploração em 1902.Em Anadia, Albano Coutinho vai arti-culando o projecto com a CâmaraMunicipal, enquanto, em Lisboa, Ma-ria Emília não deixa os seus créditospor mãos alheias e usa a sua influên-cia junto do poder central em prol daCuria.Em 1908, José Luciano de Castrovoltou a deixar o seu nome associa-do à criação de uma outra instituiçãoque ainda hoje é um pilar da acção

social no nosso concelho: a SantaCasa da Misericórdia de Anadia. Foio seu primeiro irmão fundador e opalacete da família Seabra de Castroé hoje a sede desta entidade, alber-gando um Museu que ostenta o nomedo estadista e lhe é dedicado.Por essa altura, e num contexto maisíntimo, a família de José Luciano deCastro potenciava o futuro de umacriança que viria a tornar-se um dosmaiores e mais conceituados filólogosportugueses: Manuel RodriguesLapa. Como o próprio teve oportuni-dade de deixar registado, foi em casado conselheiro que foi criado, e, poreste motivo, nutria por este e pelasua família uma enorme gratidão.Rodrigues Lapa será apenas o perfilmais famoso dos muitos que a famí-lia Seabra de Castro ajudou.As polémicas em que José Lucianode Castro se viu envolvido ao longodo seu percurso político, originaramcampanhas violentas contra a suapessoa, que afectaram negativamen-te a sua família, reconhecendo estater sofrido bastante em diversas oca-siões. Por isso, estamos em crerque o respeito e a veneração que osAnadienses demonstraram ao esta-dista, antes e depois da implantaçãoda República, terão sido decisivospara o aumento da acção beneméritaempreendida em Anadia pela suamulher e filhas. Ainda em vida deMaria Emília, foi criado o Hospital-Asilo José Luciano de Castro, e, semdescendência, as duas filhas,Henriqueta e Júlia, legaram a maiorparte do seu património à Santa Casada Misericórdia, para reforço do seupapel assistencial.Como dissemos, o palacete onderesidiam é hoje propriedade da Mise-ricórdia e deu lugar ao Museu JoséLuciano de Castro onde figura acolecção doada em vida e em testa-mento, designadamente objectos defamília e objectos pessoais do esta-dista: mobiliário, cerâmicas, vidros,trajes oficiais e civis da época, eainda parte da biblioteca e do arqui-vo .A Câmara Municipal de Anadia tam-bém não foi esquecida e recebeuparte do acervo bibliográfico da famí-lia, que hoje se conserva na Bibliote-ca Municipal de Anadia.

Um século após a sua morte, o Mu-nicípio recorda a sua vida e a suaobra, e, em especial, o seu legadoao concelho de Anadia, salientandoque muitos dos seus ideais continu-am actuais e que alguns dos seuscontributos se perpetuam.Cem anos depois, o País, pelo seu

parlamento, continua a discutir no-vas reformas da lei eleitoral e novasreorganizações em matéria adminis-trativa, judicial e de saúde.O Município de Anadia não escapa aessas reformas, que colocam emcausa conquistas que as populaçõeslevaram a cabo durante vários anos,designadamente a criação das suasfreguesias, da sua identidade históri-ca, cultural e patrimonial.A nova reorganização judiciária con-duziu à centralização dos serviços eà dependência dos mesmos em re-lação às grandes áreas de influên-cia, afastando as pessoas da Justiçae dos seus Tribunais.A nova reorganização da saúde le-vou a que o Município de Anadia,nomeadamente o seu Hospital JoséLuciano de Castro, tivesse perdidoalguns serviços e valências, semque ainda hoje se perceba, de formaclara e objectiva, quais os serviçosa prestar no futuro, a quem cabe asua gestão ou até quando a popula-ção do concelho vai ter de esperarpara que este hospital recupere a suaanterior prestação à comunidade.Contudo, decorridos 100 anos,Anadia também cresceu, também semodernizou: criaram-se novas infra-estruturas de educação, de desportoe de cultura, e melhorou-se radical-mente a qualidade de vida e o nívelde bem-estar dos seus cidadãos.Anadia continua a ser uma referênciano sector vitivinícola e nagastronomia. A indústria e o comér-cio ganharam o seu espaço, não sónos planos local ou regional, mastambém na internacionalização dosseus produtos, que gradualmente sevão impondo.Incontestavelmente Anadia assumehoje um papel crucial na Região e noPaís, mas muito tem de lutar paraque as contínuas reformas do Estadonão afectem ainda mais os direitosdos seus Munícipes.

Também o governante José Lucianode Castro imprimiu a sua marca emAnadia e no País. A política local doconcelho, esteve à época, a si liga-da, e mesmo após o triunfo do regi-me republicano, o apreço dosAnadienses pelo conselheiro não di-minuiu. Em vários momentos fize-ram a defesa intransigente do seubom nome e demonstraram a suagratidão a José Luciano e à sua famí-lia, perpetuando a sua memória: opatrimónio legado à Misericórdia deAnadia e o Hospital mantêm o seunome, o qual foi também restituído àprincipal avenida de Anadia, e aindaatribuído a uma das suas transver-

sais. Na praça do Município, e defrente para a avenida com o nome doconselheiro e tendo como fundo acasa do poder político local, ergue-se o busto de José Luciano de Cas-tro, que se mantém como testemu-nho da sua história e da sua influên-cia na vida local.Como disse Albano Coutinho: Anadianão deverá nunca esquecer.Por isso, nesta data simbólica, inici-amos um ciclo de acções que oMunicípio de Anadia desenvolveráem parceria com outras entidades, epara as quais convidamos toda acomunidade local a participar.Aproveitamos para agradecer à Jun-ta de Freguesia de Oliveirinha, localonde José Luciano de Castro nas-ceu, e na pessoa do seu Presidentede Junta, a disponibilidade para estaraqui hoje connosco, nesta sessãoevocativa. Tal como já foi referido,também em Oliveirinha decorrerãoactividades de homenagem a estehomem ilustre.Agradecemos igualmente aos repre-sentantes do Instituto José Lucianode Castro, a sua presença e o seuinteresse.Agradecemos ainda a presença daSanta Casa da Misericórdia deAnadia, na pessoa do seu Provedor,Eng.º Carlos Matos, e do Director doMuseu José Luciano de Castro, Dr.Carlos Alegre, por se juntarem a es-tas realizações, aproveitando tam-bém para, em seu nome, convidaros presentes e toda a comunidade avisitarem o Museu e, deste modo,partilharem a história e o legado doestadista.Gostaríamos também de agradecera presença dos administradores doHospital José Luciano de Castro, Dr.ªMaria João Passão, Dr. Rui Simõese Enf.º Pedro Nogueira, que assimhomenageiam o homem que dá nomeao Hospital de Anadia, instituição quedesejamos continuar a ver ao servi-ço do concelho e da região, com amelhor prestação de cuidados desaúde às populações.Por último, agradecemos aos nos-sos oradores, Dr. Manuel CardosoLeal e Prof. Dr. António dos SantosJusto, pela forma eloquente e cati-vante como nos deram a conhecerum pouco mais da vida e do legadode José Luciano de Castro ao con-celho e ao país.Estamos também reconhecidos pelapresença de todos os convidados,que hoje quiseram participar nestacerimónia e ficar um pouco maiselucidados sobre esta notável figurada nossa história.Não poderemos terminar sem uma

palavra de apreço aos familiares doestadista. Dos vários filhos do casalJosé Luciano de Castro e Maria Emíliade Castro, apenas Henriqueta e Júlialograram vingar, mas acabariam pornão casar nem deixar descendên-cia. Mas José Luciano foi o quarto deseis irmãos, cujos descendentesconhecem e recordam a importânciadeste seu notável parente. Algunsdestes familiares estão aqui hoje,associando-se a esta homenagem ecertamente agradados por saberemque, mais uma vez, Anadia não es-quece o conselheiro, nem a genero-sidade da sua família para com osmais necessitados.Assim, a todos deixo, em nome doMunicípio de Anadia, o convite paraestarem presentes nos vários even-tos que ao longo deste ano irão ocor-rer, e que desejamos que cheguemao conhecimento de um grande nú-mero de pessoas, sem deixar de foraa comunidade educativa do nossoconcelho, que desafiamos a ter umpapel activo na missão de divulga-ção desta figura ilustre do Municípiode Anadia .José Luciano de Castro foi um ho-mem carismático, de elevada supe-rioridade e com o dom do comando,características que pareciam contra-riar o seu lado afectuoso e de bomouvinte. Disto mesmo deixaram tes-temunho os seus apoiantes e tam-bém os seus adversários, que nãohesitaram em curvar-se perante o seugrande e notável desempenho navida pública.Façamo-lo hoje também. Assim, epara terminar esta cerimónia, gosta-ríamos de vos convidar a connoscose deslocarem até ao monumento queos Anadienses erigiram em homena-gem a José Luciano de Castro, situ-ado na fronteira Praça do Município,a fim de ali descerrarmos uma placaque perpetue este momento e de pro-cedermos à deposição de uma co-roa de flores.Porque “Anadia não deverá nuncaesquecer”.

Teresa Cardoso,Presidente da CâmaraMunicipal de Anadia(Discurso proferido na sessãosolene de homenagem a JoséLuciano de Castro)

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Bairrada região bairradina 19-03-201415 Centenário da Morte de José Luciano de Castro

09. Abril.2014Exposição “José Luciano de Castro (1834-1914)”:Início da itinerância pelas Bibliotecas dos Municípios da Região de Aveiro

Abril.2014 (data a definir)Evocação do centenário da morte de José Luciano deCastro: Assembleia de Freguesia de Oliveirinha

04. Maio.2014Palestra de homenagem a José Luciano de Castro:Junta de Freguesia de OliveirinhaExposição “José Luciano de Castro (1834-1914)”:Junta de Freguesia de OliveirinhaDescerramento de placa evocativa na casa onde nasceu José Luciano de Castro, em Oliveirinha

01. Julho.2014Exposição “José Luciano de Castro (1834-1914)”:Termas da Curia (Buvette) por ocasião das comemorações do Centenário da Fonte Albano Coutinho (atéSetembro)

06. Julho.2014Peddy-paper José Luciano de Castro, em Anadia

22. Setembro.2014Exposição “José Luciano de Castro (1834-1914)”:Início da itinerância pelas escolas do concelho de Anadia até final do primeiro período

Peça de teatro : “José Luciano de Castro”:Início da itinerância pelas escolas do concelho de Anadia até final do primeiro período

Outubro e Novembro.2014Ciclo de Cinema “Fim de Século”:Museu do Vinho Bairrada

Calendarização:10. Out. – “Aqui del-rei”17. Out. – “Chaimite”24. Out. – “A augusta personagem”31. Out. – “A grande recepeção”07. Nov. – “A senhora Ministra”

08. Novembro.2014Exposição de caricaturas de José Luciano de Castro:Museu do Vinho Bairrada

Apresentação do Espumante José Luciano de Castro:Museu do Vinho Bairrada

28. Novembro.2014Colóquio José Luciano de Castro:Cineteatro Anadia

Lançamento de facsimile do número de homenagem a José Luciano de Castro da revista “O Direito”:Cineteatro Anadia

5. Janeiro.2015Concurso de trabalhos escolares sobre José Luciano de Castro (até 20 de Fevereiro):escolas de Anadia e escolas de Oliveirinha

28. Fevereiro.2015Exposição dos trabalhos escolares (até 07 de Março):Biblioteca Municipal de Anadia e Junta de Freguesia de Oliveirinha

09. Março.2015Entrega de prémios do concurso de trabalhos escolares:Biblioteca Municipal de Anadia e Junta de Freguesia de Oliveirinha

Programa da Homenagema José Luciano de Castro

ENTIDADES:

Câmara Municipal de Anadia; Região de Aveiro (CIRA); Junta da União das Freguesias de Arcos e Mogofores;Junta de Freguesia de Oliveirinha; Santa Casa da Misericórdia de Anadia; Instituto José Luciano de Castro;Agrupamento de Escolas de Anadia; Colégio Nossa Senhora da Assunção; Colégio Salesiano S. João Bosco;VITI – Escola Profissional de Anadia; Revista “O Direito”; Editora Almedina; Comissão Vitivinícola da Bairrada;Termas da Curia; Universidade Sénior da Curia

Exposição “José Luciano de Castro (1834-1914)”patente na Biblioteca Municipal de AnadiaA Biblioteca Municipal de Anadia tem patente ao público a exposição “José Lucianode Castro (1834-1914)”, que pode ser visitada até ao dia 5 de Abril. A mostra temcomo principal objectivo divulgar a sua vida e obra. Através desta exposição, o visi-tante é convidado a ter um renovado olhar sobre José Luciano de Castro e a suaépoca, bem como a reflectir sobre a acção de um homem que chefiou três governose que, apesar da sua debilidade física, manteve até ao fim do regime monárquico,uma enorme preponderância na vida política portuguesa.

Assinalando o centenário da morte de José Luciano de Castro, a Câmara Municipalde Anadia produziu e editou uma monografia que visa dar a conhecer, de forma resu-mida, a vida e a obra do estadista.Esta monografia de 32 páginas, profusamente ilustrada, tem por base os conteúdosda exposição actualmente em exibição na Biblioteca Municipal de Anadia, e que embreve iniciará uma itinerância pelos municípios da Comunidade Intermunicipal daRegião de Aveiro. Os principais marcos da vida de José Luciano de Castro, principal-mente ao nível político, mas também no que respeita à sua vida pessoal e familiar,são aqui abordados em três fases distintas: “Das Invasões Francesas à Regenera-ção “ (1807-1851), “Regeneração, concórdia e progresso” (1851-1890) e “O ocaso daMonarquia” (1890-1910), prolongando-se a cronologia até 1914, ano da morte doconselheiro.

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Bairrada região bairradina 19-03-201416 Centenário da Morte de José Luciano de Castro

Celebramos um dos maiores esta-distas portugueses da História Con-temporânea, com uma carreira demais de 50 anos na frente política.Celebramos os ideais que defendeue a obra que nos legou, que em gran-de medida permanecem actuais,mesmo que integrados num regimeextinto há mais de 100 anos. Porqueos valores da soberania da nação,ou da soberania dos cidadãos atra-vés dos seus representantes, emcontraponto com a soberania de umrei, são valores que atravessam osregimes monárquico ou republicano,são valores tendencialmente republi-canos. Aliás, grandes vultos da mo-narquia aceitavam a república comoprincípio, e José Luciano de Castro,quando se opôs a um excessivopoder do rei, chegou a declarar: «Aci-ma da Monarquia está a Liberdade».Tudo é evolutivo, até a palavra libe-ral. O liberalismo foi a maior mudan-ça, a maior modernização política daHistória Contemporânea, tanto emPortugal como nos países mais avan-çados da Europa. E José Luciano foium dos principais obreiros dessaevolução,- nascido no ano da vitória liberal

sobre o absolutismo, 1834, no fim deuma guerra que foi a maior convul-são na nossa História recente,- entrado na política quando o n/ libe-ralismo chegou à maturidade, ou seja,quando a luta política deixou de serarmada e passou a ser legal,- depois, participante activo, mesmoestando na oposição, em reformasimportantes e duradouras, tais como,abolição dos morgadios edesamortização, crédito predial, leide imprensa, código civil e outroscódigos, direito de voto, lei eleitoral,reforma constitucional, tudo no senti-do de alargar a soberania dos cida-dãos em detrimento da soberania dorei, a par dos países mais avança-dos.Estava José Luciano no topo do po-der, como presidente do conselho,quando teve de se demitir com o«ultimato inglês», em 1890, dondese gerou uma crise política, agrava-da com uma bancarrota, que favore-ceu novas ideias de engrandecimen-to do poder régio que levaram à anu-lação de muitos dos progressos an-tes conseguidos. Mas ele continuoua defender as suas ideias de sem-pre, mesmo depois de adoecer gra-

vemente em 1900, mantendo-se ain-da durante mais dez anos, em condi-ções de grande debilidade física, nomeio de uma luta política extrema-mente agressiva.Em certa medida a República foi umprolongamento do liberalismo, mascom uma carga radical, não inclusi-va, que determinou o seu insucessoe substituição por um regime autori-tário e antiliberal, como que num re-gresso ao absolutismo. Não só emPortugal, mas também em outrospaíses europeus vingaram as ideiasantiliberais, nesse tempo entre a I e aII guerras mundiais em que se tra-vou uma luta entre extremos, comofoi aqui ao lado a guerra civil deEspanha.Ao tempo da II Guerra Mundial, asdemocracias liberais estavam confi-nadas a uma dúzia de países nomundo, precisamente aqueles quesouberam fazer uma transição pacífi-ca e gradual da soberania do rei paraa soberania dos cidadãos, tão gradu-al em alguns caos que nem precisa-ram de depor o rei. Hoje em dia, onúmero de democracias liberais au-mentou dez vezes, para cerca de120. Claro que são democracias

bastante diferentes dos regime libe-rais do século XIX, porque tambémagora as sociedades são diferentes,mais instruídas e informadas, comgrandes classes médias, requeren-do e sustentando novas políticas so-ciais que só ao longo do século XXse foram desenvolvendo. Todavia,os valores da soberania dos cida-dãos, do parlamento, das eleições,da liberdade de imprensa, etc., tãocaros a José Luciano, permanecemessenciais.Entre as actuais 120 democraciasliberais, há grandes diferenças dequalidade. Muito temos que evoluir

para ficar ao nível dos melhores, masnão julgo que a democracia portu-guesa esteja mal cotada no conjuntodelas, algumas só agora conhecemas experiências que entre nós já sefizeram no tempo de José Luciano deCastro. É sempre uma questão deevolução, de aprendizagem. Aliás, acrise actual torna bem evidentes no-vos problemas, por exemplo, umproblema comum aos outros cida-dãos europeus, que é o de sabercomo é que os cidadãos exercem asoberania quando decisões importan-tes são tomadas lá longe, algures naEuropa.

“Acima da Monarquia está a Liberdade”Por que é que o grande portuguêsque foi José Luciano de Castro não émais lembrado a nível nacional? Pri-meiro, deu-se o caso de o seu nometer sido retirado de avenidas e pra-ças em todas as cidades do país,logo que chegou a República comaquele afã, tão repetido, de culpar osanteriores pelos males do país. Emtermos mais gerais, acontece que aépoca do liberalismo foi, durante lar-gas décadas do século XX, pratica-mente omitida das pesquisashistoriográficas e do ensino nas es-colas. Hoje em dia há bons historia-dores especializados, mas são pou-cos. Por isso, merece todo o aplau-so o programa da CMA que prevê,lá para o final do ano, a reunião dealguns desses especialistas em tor-no de José Luciano de Castro. Serámais uma boa maneira de o conhe-cermos melhor e homenagearmos asua personalidade e os valores de-mocráticos liberais que ele nos le-gou.

Manuel M. Cardoso Leal(Discurso proferido na sessão sole-ne de homenagem a José Lucianode Castro)

A noticia do falecimentodo sr. Conselheiro JoséLuciano de Castro, transmi-tida na manhã de segunda-feira para todo o paiz, cau-sou em toda a parte profun-da emoção e foi acolhidacom imensa dôr por todosos que conheciam de pertoas qualidades d’alma e decoração do grande estadis-ta. As manifestações de pe-sar que logo em seguidaforam recebidas, não sódos vultos mais em eviden-cia na política como tam-bém das individualidadesmais em destaque nosmeios sociais da nação,são a demonstração plenade que no coração de todosa noticia da morte do ilustrehomem publico despertousentimentos de saudade ede amôr que muitos julga-vam, porventura, adormeci-dos, ou, talvez, postergadospela ação de retrahimentoa que o sr. José Luciano sesubmettera após as convul-sões politicas que determi-naram a quéda da monar-quia. Essas manifestaçõesde pesar, pelo seu numero,pela expressão do seu sen-tir e pelo nivel social deonde derivaram, são a con-firmação plena de que apujante individualidade do

sr. Conselheiro José Lu-ciano de Castro se mante-ve na memoria de toda anação, atravez de todos oscontratempos e de todas asagitações em que a vonta-de popular se encontrouafastada dos que por largosannos a dirigiram e a orien-taram para se entregar àeddificação do presente e ácorrente dominante que aseduz e a atrae, obedecen-do d’ess’arte aos impulsospsicologicos da sua propriaconformação.

Ninguem esqueceu oseu papel na politica do paizde há sessenta anos paracá; e todos, fasendo justiçaao seu patriotismo, á suahonestidade e ao seu ca-racter, acudiram no dia dasua morte a significar á de-solada familia e ao mundointeiro, o conceito publicoque todos sentiam pelassuas qualidades e pelanobresa dos seus senti-mentos.

Todos, desde o chefe danação até ao mais humildealdeão, vieram prestar aoilustre morto a consagraçãoque era devida pelo seu ta-lento, pelos serviços pres-tados á Patria durante maisde meio seculo e pela suahonestidade comprovada

em todos os seus actos eem toda a sua agitada car-reira de homem publico, poruma isenção de interessese de beneficios que contras-tava singularmente com anorma dos homens do seutempo para quem o interes-se proprio sobrepujava ointeresse da nação.

Vilmente acusado nosultimos annos da sua vidapolitica por aquelles que lheinvejavam a sua situação dedestaque entre todos, nãoconseguiram nem a intriganem a calunia, nem aagressão torpe, que chegoua ser infame de audacia eviolencia, beliscar sequer areputação do grande ho-mem. Elle tudo ouviu, tudosuportou, com a serenida-de de quem sente a cons-ciencia tranquila e de quemnão tem um remorso a acu-sa-lo. E o pazi, julgando-o,arrancou-o das mãos dosegoistas e dos hypocritas ecolocou-o no altar da suaconsciencia, imaculado epuro, e conservou-o intima-mente comsigo. E emboraas condições politicas, de-terminadas por correntes deopinião adversas aosideaes do grande estadis-ta, arredassem de si os ho-mens publicos que haviam

servido um regimen queessas condições politicaspuseram de parte comonocivo ao bem comum, opaiz conservou pelo sr. JoséLuciano o culto que se pro-fessa pelas reliquias dopassado e concedeu-lhe oque não concedeu a outrohomem do regimen depos-to – a sua dedicação, a suaadmiração e carinho quevimos exteriorisados agoracom as manifestações depesar e de condolencia aque nos temos referido.

E o paiz, diga-se, não foialem do cumprimento doseu dever, porque o sr. JoséLuciano, só para o servir,consumiu sessenta annosda sua vida, sofrendo fadi-gas, desgostos, más von-tades, injurias e insultos,como nenhum outro ho-mem publico. Pugnousempre pelas suas liberda-des tendo sido dentro damonarquia o homem publi-co mais democrata e o mai-or defensor das regaliaspopulares. E, sendo religi-oso por educação e por tra-dição dos seus maiores,nunca foi reacionario, ten-do defendido sempre, comaprumo e com energia, osdireitos do Poder Civil con-tra o poder de Roma por ve-

zes em cheque pelos assal-tos do ultramontanismo. Ede que era um democrata eum defensor acerrimo dasregalias populares, dentrodo regimen deposto, comoo não foi nenhum homempublico do seu tempo, de-monstra-o a acusação queem tempos lhe fizeram al-guns jornaes monarquicos– de que os republicanoshaviam pensado em o con-vidar para adherir ao seupartido elegendo-o presi-dente da republica.

Tal facto não se deu, massó a suposição de que sehavia dado confirma plena-mente a consideração emque o tinham como demo-crata e como amigo das li-berdades publicas, saben-do-se principalmente queessa acusação partiu de umestadista financeiro que foiseu colega de ministeriodurante alguns annos eque, por isso, estava a pardos sentimentos e da opi-nião do ilustre estadista so-bre regalias populares e li-berdades publicas.

Era, portanto, o sr. JoséLuciano, um liberal, qualida-de que sempre afirmou nosseus actos como ministro,como deputado e como pardo reino, e, por isso, elle

baixou ao tumulo cercadodas considerações e doscarinhos de toda a naçãoque uniu os seus senti-mentos de desgosto e desaudade, à dôr profunda dasua desolada familia e dosseus amigos mais queri-dos.

Anadia, que elle tantoamou, perdeu com a suamorte um grande amigo eum grande protector. Tudoquanto ahi há a elle e a suabondosa Esposa se deve.

Por isso, a desolação éprofunda em todos osanadienses. A dôr confran-ge todos os corações doshabitantes d’esta linda ter-ra e a saudade pelo ilustemorto será eterna, porquenós a saberemos transmi-tir aos corações dos nos-sos filhos e dos nossosnetos para elles, por sua vez,a transmitirem tambem aosseus vindouros, E, assim,jamais findará a lembrançados beneficios que recebe-mos d’Esse que foi o nos-so grande, o nosso maiorAmigo…

Descance em paz…

Notícia publicada na página 2 do Jornal de Anadia, n.º 1200, de 14 de Março de 1914, a propósito da morte de José Luciano deCastro (manteve-se a grafia original).

Falecimento de José Luciano de Castro