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Av. Sidónio Pais, Apartado 12066 1050-214 Lisboa, Portugal Tel. (00351) 21 351 08 00 Fax (00351) 21 351 08 09 E-mail: [email protected] www.calusofona.org

Lisboa, Abril de 2004

RELATÓRIO DA MISSÃO EMPRESARIAL A MOÇAMBIQUE

5 a 17 de Março de 2004

ÍNDICE

I. Introdução .................................................................................................................. 3

II. Objectivos ................................................................................................................... 4

III. Participantes ............................................................................................................... 4

IV. Actividades ................................................................................................................. 5

i. INIA – Instituto Nacional de Investigação Agronómica ..........................................5

ii. BCI – Banco de Comércio e Investimento..................................................................7

iii. CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique ....................8

iv. Frutimel.............................................................................................................................9

v. Sociedade Pecuária Chinonanquila, Lda.......................................................................10

vi. Citrun.................................................................................................................................10

vii. Sapel - Sociedade Agro-Pecuária do Libombos ..........................................................11

viii. Siagri – Agropecuária e Agricultura ..............................................................................11

ix. Mega Cash & Carry .........................................................................................................12

x. António Lebre – Michafutene Plants ...........................................................................13

xi. Parmalat ............................................................................................................................14

xii. Fasol – Indústria de Óleos .............................................................................................14

xiii. Maragra .............................................................................................................................15

xiv. Visita ao Vale do Chókwè - Programa Competir .......................................................15

xv. AJAM ................................................................................................................................16

xvi. Embaixada do Brasil .......................................................................................................17

xvii. Frutisul ..............................................................................................................................18

xviii. MPT - Moçambique Produce Terminal .......................................................................19

xix. Embaixada de Portugal / ICEP ...................................................................................20

V. II Jornadas da Agricultura Lusófona ......................................................................... 21

VI. Exposição de Produtos Portugueses.......................................................................... 24

VII. Conclusões.................................................................................................................. 25

VIII. Agradecimentos.......................................................................................................... 26

IX. Programa da Missão Empresarial .............................................................................. 27

X. Programa das II Jornadas de Agricultura Lusófona ................................................. 28

XI. Mapa de Moçambique ............................................................................................... 30

XII. Contactos Úteis .......................................................................................................... 31

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I. INTRODUÇÃO

“Moçambique – Terra de Oportunidades”, é o lema das II Jornadas de Agricultura que a CAL realizou em Maputo no dia 15 de Março. Este lema resume aquilo que entendemos relativamente à importância dos mercados lusófonos para as empresas agrícolas e agro-alimentares portuguesas. São mercados que pelas suas idiossincrasias conferem aos empresários lusos vantagens competitivas. Muito se tem escrito acerca dos negócios em Moçambique. Mega-projectos, designadamente na área das telecomunicações e energia surgem do lado dos sucessos. Os projectos agrícolas e agro-industriais, por seu lado, contam-se do lado dos insucessos. Importava, por conseguinte, sem teorias, sem complicações, rumar a Maputo para avaliar in loco o potencial deste mercado. Visitando as empresas que funcionam bem e que investem cada vez mais em Moçambique, sejam de capital português, nacional ou sul-africano, podemos questionar a sua real situação, conhecer os segredos do seu sucesso e os meandros do mercado moçambicano. Neste sentido, e, tendo em conta que, inclusive ao nível político, o Governo começa a compreender a importância dos mercados lusófonos para a economia portuguesa, a CAL organizou uma missão empresarial a Moçambique. Procurando ser o mais representativa possível foram seleccionadas empresas dos sectores comercial, agro-alimentar e agrícola. Convidámos inclusive jornalistas de dois importantes periódicos portugueses, Expresso e Correio da Manhã, que acompanharam todas as actividades da missão. Num gesto de confiança e transparência, porque acreditamos que Moçambique é uma boa aposta. Não ignoramos as dificuldades que um investimento desta índole contempla, e, como tal, os empresários missionários (participantes na missão) puderam apresentar as suas questões àqueles que lidam com elas diariamente, desde o acesso ao crédito à lei das terras. Destacamos aqui a boa receptividade e o apoio concedido desde o primeiro momento da parte do ICEP Moçambique e da Embaixada de Portugal. Mencionamos também o importante apoio na elaboração das II Jornadas de Agricultura por parte da CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique. O programa da missão integrava visitas ao interior, onde há espaço para a produção agrícola e agropecuária. Incluiu também contactos com o BCI – Banco de Comércio e Investimento, Parmalat, Fasol, AJAM - Associação de jovens Agricultores de Moçambique. No final da missão, realizámos um seminário, uma jornada de agricultura, sobre Moçambique, abarcando desde a formação profissional, ao crédito, capitais de risco, legislação, incentivos, oportunidades, cooperação, etc. Com este programa, ficamos com a certeza de que os participantes na missão ficaram com um conhecimento bastante aprofundado e prático sobre as vantagens e os constrangimentos do investimento em Moçambique, sendo que sabem agora quais as melhores de negócio ao nível do agribusiness. Cumprimos o nosso dever enquanto Câmara de Agricultura Lusófona – oferecemos aos nossos associados e demais participantes um conhecimento que se bem aproveitado lhes proporcionará um futuro mais próspero e um crescimento sustentado, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento de um país e de um povo que nos é caro.

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II. OBJECTIVOS A missão empresarial que decorreu de 5 a 17 de Março de 2004 tinha como principais premissas os seguintes pontos: o Promover uma alternativa de investimento e de expansão de negócios aos

empresários portugueses; o Fomentar a cooperação empresarial com um país de expressão lusófona; o Avaliar in loco o potencial agrícola de Moçambique e analisar as oportunidades de

negócio existentes; o Aprofundar o conhecimento das realidades do agribusiness.

III. PARTICIPANTES

A delegação da CAL foi composta por 36 empresários, sendo no total composta por 49 participantes representantes do sector agrícola, agro-alimentar, mas também associativo. Destacamos a presença de dois jornalistas, que acompanharam diariamente os empresários participantes, bem como do Vice-Governador e do Director Provincial de Agricultura do Huambo, Angola. Por fim, destacamos a presença do presidente do CEC – Conselho Empresarial do Centro (Câmara de Comércio e Indústria do Centro), de um representante do IFADAP/INGA e de um representante do MADRP (Ministério da Agricultura). A Fenapa – Federação Nacional dos Pequenos Agricultores de S. Tomé e Príncipe - esteve representada pelo seu presidente; e da parte da Guiné-Bissau, esteve o presidente da AJASP – Associação Nacional de Jovens Agricultores da Guiné. No quadro abaixo, descriminamos as principais empresas e entidades representadas na missão:

EMPRESA ACTIVIDADE CAL Cooperação empresarial Obirocha, CRL Cooperativa Frutícola Valdelima, CRL Coop. Desenvolvimento Rural Cooperativa Favaios CRL Vinhos Mendes Gonçalves e Filhos, Lda Vinagres e Vinhos Indumel, Lda Embalagens Plástico Consonob, Lda Consultoria e Formação Embrapa – Indústria Agro-alimentar Investigação Agrícola Eduardo Mira Cruz - empresário individual Agro-pecuária AJAL - Associação Jovens Agricultores do Distrito de Leiria Associativismo Leader Oeste Desenvolvimento Rural CARO – Centro Agrícola e Rural do Oeste Consultor Agrícola AAO - Associação de Agricultores do Oeste Associativismo, Formação ADAM - Assoc. Defesa Agricultores Monção Associação para DesenvolvimentoCaves D. Policarpo Vinhos APT - Associação de Produtores de Tabaco Associação Agrícola Quinta das Arcas Bebidas e Aguardentes Fernando Lameira – Frutas e Tansportes, Lda. Comércio e Transportes MADRP – Ministério da Agricultura Agricultura GesVenture Capital de Risco AJASP - Associação de Jovens Agricultores da Associação Agrícola

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Guiné-Bissau Governo da Província do Huambo Governo Angola FENAPA (Federação Nacional dos Pequenos Agricultores S. Tomé e Príncipe) Federação Agrícola (S. Tomé) HortoFrades, CRL Agro-indústria IFADAP/Inga Instituto Público Geoáfrica, S.A. Agro-alimentar CEC – Conselho Empresarial do Centro Comércio e Indústria Siagri, lda. Agropecuária e avicultura Agrofloresta, lda. Exploração florestal Globalfood Comércio Internacional AJARN (Associação de Jovens Agricultores do Ribatejo Norte) Associação agrícola Correio da Manhã Comunicação Social Expresso Comunicação Social

IV. ACTIVIDADES

i. INIA – Instituto Nacional de Investigação Agronómica O INIA foi de certa forma uma revelação para a maioria dos empresários, dado o conhecimento que demonstrou ter ao nível do potencial agronómico de Moçambique, dispondo dos meios técnico-científicos para cruzar informação e apontar qual a melhor cultura a implementar em determinada localidade. Foi-nos apresentado o programa PROAGRI - Programa de Desenvolvimento do Sector Agrário, que visa:

Diminuição da pobreza, Segurança alimentar; Criação de emprego; Melhoria da balança de

pagamentos. O Governo moçambicano pretende passar da agricultura de subsistência à agricultura sustentável. Este programa visa a renovação do sector agrário, beneficiando primeiramente o pequeno agricultor (sector familiar). Quanto a indicadores, 3,5 milhões de hectares de terra arável pertencem ao sector familiar. A segunda fase do programa PROAGRI teve início recentemente, com uma forte componente de apoio ao produtor, designadamente através do crédito e de desenvolvimento do comércio agrário. O INIA refere que 25% do PIB resulta da agricultura, sendo que este valor significa um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Para os empresários que procuram terras para o início das suas actividades, estas encontram-se com maior disponibilidade no Norte do que no Centro/Sul. O Centro e o Sul do país são sistematicamente afectados por cheias, devido às bacias hidrográficas.

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Existem vários problemas que se relacionam com a extensão do território, por exemplo, é mais caro transporar o cereal do Norte para a capital do que importar directamente dos Estados Unidos. O sector familiar representa 97% da superfície total cultivada, enquanto que o sector privado está ainda em desenvolvimento e apresenta falta de financiamento. As principais culturas de exportação são, a saber: algodão, madeiras, caju (castanha) e tabaco (estando em crescimento: 30.000 t em 2003). As culturas com maior potencial para investimento são: amendoim, milho, arroz e mandioca. O principal objectivo do INIA é a produção de plantas com interesse económico, bem como contribuir simultaneamente para a sustentabilidade ambiental. As áreas de intervenção do INIA são respectivamente: Departamento da Terra e da Água, Departamento da Água e do Sistema Produtivo e o Banco Nacional de Germoplasma. O Departamento de Terra e Águas indicou quais os principais programas em curso, a saber: Gestão das terras com o objectivo da pedologia, aumentar a fertilidade dos solos e

hidrologia. Parte das zonas aptas à implementação da gestão das terras não coincide com a região de maior concentração populacional. A zona Centro está mais apta à implementação, todavia é a zona Sul que dispõe de maior densidade populacional.

Levantamento dos regadios em todo o país. Os pequenos regadios são os que têm mais interesse ao nível do investimento, e situam-se maioritariamente no Sul. Existem algumas infra-estruturas, porém com uma fraca utilização, sendo na maior parte utilizadas para a produção de cana-de-açúcar. O sistema mais utilizado é a rega por gravidade.

Segundo Manuel Haman, do Departamento de Agricultura e Sistemas de Produção, é necessário fazer o acompanhamento das tecnologias de ponta. Assim, nesse sentido indicou os objectivos que pretendem atingir: Introduzir o chá num programa de pesquisa e testes; Melhoramento do arroz e avaliação das variedades para as regiões de sequeiro; Obtenção de milho resistente à secura, para a agricultura de sequeiro; Aumentar a produtividade do caju, criando clones resistentes ao oídio - um dos

principais problemas da cultura; Novas variedades de milho e leguminosas para grão. Identificação de extractos de plantas com efeitos pesticidas.

Samira Isaldina, do Departamento de Botânica, informou que este departamento estuda cada componente das plantas medicinais em cada nicho ecológico e procede à identificação das espécies in-situ, com a colaboração da população. O banco de germoplasma, que tem como principal objectivo a redução da erosão genética, tem 1536 acessos conservados, dos quais 62% são cereais, 32% oleaginosas e 5% de outras culturas.

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Um projecto que reuniu o interesse dos empresários da delegação da CAL, inclusive dos representantes da comunicação social portuguesa, foi o Projecto Nacional de Batata-doce e Mandioca. Depois das cheias houve a necessidade de melhoramento da batata-doce e da mandioca, que garantem a segurança alimentar. Uma em cada sete crianças morre no primeiro ano de vida, 70% das crianças até aos 5 anos sofrem por falta de vitamina A e 13% da população é seropositiva. Neste contexto, a batata-doce e mandioca têm um papel fundamental na melhoria da dieta alimentar, sobretudo das populações rurais, uma vez que são culturas que se adaptam a qualquer época.

Variedades de qualidade superior de batata-doce e mandioca foram distribuídas a 477.735 famílias, em 93 distritos. E apostou--se fortemente na promoção da batata-doce de polpa alaranjada através de cartazes e campanhas na rádio, junto de supermercados, restaurantes, escolas e na comunidade rural. Para o efeito imprimiram-se t-shirts alusivas, bem como kapulanas (saias tradicionais). A batata-doce constitui uma oportunidade

de negócio interessante, servindo inclusive para a confecção do pão, que, feito desta matéria, fica mais barato. A título de exemplo, na China já se procede à produção de esparguete de batata-doce. O Departamento da Terra e da Água procede à realização de análises à matéria orgânica, fósforo assimilável, determinação do cálcio, magnésio e potássio assimilável. Actualmente, encontram-se a implementar um sistema de identificação em mapas GIS, caracterizando os solos a nível pedológico, águas e litológico. O INIA refere que são poucos os empresários que primeiramente visitam esta instituição antes de se aventurarem nos seus negócios. Consideram que esta atitude só demonstra desconhecimento por parte dos empresários. Se o INIA fosse consultado logo desde início poderia disponibilizar informações técnico-científicas que auxiliariam os empresários nas suas explorações agrícolas. O INIA tem o conhecimento que lhe permite identificar as áreas de maior rentabilidade para cada cultura.

ii. BCI – Banco de Comércio e Investimento O capital é a primeira necessidade no tocante ao investimento, e nesse sentido a banca terá de ser um parceiro se não se dispuser de capitais próprios. Daí a CAL ter providenciado o contacto com um banco, detido maioritariamente pela banca portuguesa (Caixa Geral de Depósitos). O Dr. José Valentim Barbieri, vice-presidente do BCI – Banco Comercial de Investimento, recebeu a delegação da CAL e, num diálogo aberto, elucidou os empresários sobre as actuais condições do acesso ao crédito em Moçambique.

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O BCI é o principal banco envolvido com a produção do algodão, uma cultura de grande representatividade, apoiando desde o pequeno produtor às médias empresas. O mesmo sucede na cultura do caju. Os principais constrangimentos detectados pelo banco prendem-se com a falta de capacidade de gestão dos pequenos empresários, dificuldades no acesso à tecnologia. No tocante ao investimento estrangeiro, este tem sido dirigido à cultura do algodão. Isto porque os sul-africanos são um importante parceiro, dispondo de capital e know-how. Dispor de capital próprio, suficiente para suportar as flutuações da moeda local, é muito importante para o sucesso do investimento. Quanto a oportunidades de negócios, destaca-se o tabaco, cuja exploração está a aumentar consideravelmente com vista à exportação. Ao nível do agronegócio, as oportunidades são consideráveis, em virtude da fraca exploração dos recursos agrícolas. Citando o exemplo do caju, apenas a castanha deste fruto é explorada. Ou seja, veja-se o potencial do fruto em si, ao nível agro-alimentar, para a produção de sumos com vista à exportação para o mercado europeu. O acesso ao crédito é dificultado pelas condições das taxas de juro, sendo que estas variam consoante o risco do investimento, a sua maturidade e o período de garantia. O financiamento é cedido em moedas fortes, como o euro, o dólar ou o rand - neste caso a flutuação é menor do que a média do metical. A questão das garantias do investimento prende-se com o acesso à terra. Os empresários poderão contornar isto, dando como garantia o equipamento, as infra-estruturas existentes, e sobretudo, um factor de sucesso é dispor de um contrato de comercialização com um parceiro estrangeiro, por exemplo, sul-africano. Ou seja, ter no papel, que tudo o que for produzido será adquirido por esse parceiro. Isto significa uma forte redução do risco do investimento. iii. CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique

A CTA foi um importante parceiro desta missão empresarial da CAL. Manifestou ensejo em reunir-se com a nossa delegação logo no primeiro dia actividades, para criar o

enquadramento geral aos empresários. Segundo César Guitunga, o Programa Competir é um apoio importante para a produção de arroz, tomate, bem como para o gado e florestas. O mercado de Maputo, para a carne é muito interessante. E os empresários precisam de estar conscientes de que daqui a cerca de 8 anos, com a abertura das fronteiras, as oportunidades serão ainda muito maiores.

José Alcobia referiu a importância da produção de uva, maçã e pêra, uma vez que estas frutas têm muita procura e são na totalidade importadas da África do Sul.

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Um dos constrangimentos mencionados é a inexistência de um mercado abastecedor grossista, em Maputo, o que geraria políticas de mercado e melhoria da concorrência. A África do Sul é um mercado interessante a considerar, uma vez que as taxas aduaneiras para a exportação de Moçambique são baixas (em virtude de Moçambique ser um país em Desenvolvimento). As taxas de importação, por seu lado, são mais elevadas. O acesso à Africa do Sul é cómodo, rápido e económico. As vantagens do investimento agrícola em Moçambique são muitas, destacando-se desde logo a abundância de terras disponíveis, os recursos hídricos e a mão-de-obra. Outro factor a considerar é a isenção de taxação do IVA e outros benefícios fiscais destinados à produção agrícola. Futuramente serão introduzidos incentivos como a “electricidade verde” e “gasóleo agrícola”. Neste momento a principal dificuldade é a falta de empresários com capacidade empresarial, boa organização e know-how. Algo de que os empresários portugueses que participaram nesta missão dispõem. iv. Frutimel

A Frutimel produz e comercializa frutas, mel e plantas fruteiras enxertadas, providenciando assistência técnica nas áreas de fruticultura e apicultura. A sede desta entidade é no bairro de Chinonanquila, em Boane. Os produtos que produz são comercializados nos supermercados da capital. José Alcobia pretende expandir de forma gradual o seu volume de negócios, através das áreas de fruteiras de maior procura e rendimento. Pretende aumentar a produção de mel e as quantidades comercializadas aos produtores para o mercado nacional e futuramente para a exportação. Actualmente, no tocante ao mel, a Nova Zelândia é o principal abastecedor de Moçambique. Oportunidades destacadas por José Alcobia: Abertura dos mercados externos - caso da África do Sul, Europa e dos países Árabes

que vão garantir o escoamento em grandes quantidades, A produção local de frutas exóticas actualmente importadas da África do Sul em

grandes quantidades, tais como a uva, maçã, pêra, ameixa e pêssego, para consumo no mercado.

Principais constrangimentos: Inexistência de financiamentos com juros a taxas acessíveis, para investimento em

equipamento, infra-estruturas, produção e marketing; Domínio total das tecnologias de produção de culturas temperadas em clima

subtropical, para a optimização dos rendimentos e da qualidade dos frutos; Tecnologias de agroprocessamento para o aproveitamento integral da produção.

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A empresa tem boas perspectivas de futuro, pretendendo entrar no mercado sul-africano. Todo o mel produzido é consumido em Maputo. O mel é usado para a elaboração de bebidas e na medicina tradicional, daí o seu consumo ser elevado.

v. Sociedade Pecuária Chinonanquila, Lda. Alguns dos empresários participantes, operam na mesma área em Portugal e manifestarm interesse neste tipo de negócio, daí a importância desta visita. Deixando de lá as salas de reunião ou de seminários, partindo para o terreno, os empresários puderam ver, com os seus próprios olhos, empresas a funcionar. Foi o caso da SPC, que se dedica à produção de ovos. É associada da União Geral das Cooperativas. De acordo com fonte da empresa, 5% dos ovos consumidos em Maputo são produzidos pela Sociedade Pecuária de Chinonanquila. Esta sociedade possui 8000 galinhas.

O ovo é um negócio muito interessante em Maputo, com uma enorme procura. A título de exemplo, refira-se que o Hotel Polana, o ex-libris de Maputo, consome 900 dúzias de ovos por semana. E a produção de galinha de carne é igualmente interessante, uma vez que a taxa de importação é de 62%. Relativamente à produção de ovos, não incide sobre estes qualquer imposto. E o produtor fica ainda isento de IVA. Quanto à ração, esta é produzida em Moçambique, todavia os principais componentes são importados da África do Sul. As galinhas também são importadas deste país. Os direitos aduaneiros são uma importante receita para a tesouraria das finanças públicas. Daí a taxação ser elevada.

vi. CITRUN

A visita à Citrun foi sem dúvida uma das mais importantes mais valias desta missão empresarial. Num país com potencial agrícola, mas com uma população muito carenciada, foi importante conhecer quem consegue gerir um negócio de sucesso, e concomitantemente ter um papel activo na promoção do bem-estar da comunidade rural onde se situa a empresa.

Paulo Negrão, o director geral desta empresa, foi o anfitrião que recebeu a nossa comitiva. O local do encontro possibilitava uma visão geral da exploração agrícola da empresa, concretamente a produção de toranja. A Citrun foi criada em 2002 e iniciou a sua actividade em Maio de 2003. Na campanha agrícola anterior, exportou 15 mil caixas de toranja, ou seja, 255 t. Destas, 80% é composto por toranja vermelha, sendo a restante branca e laranja.

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O plano de trabalho aquando da aquisição da exploração passou, em primeiro lugar, pela recuperação das árvores, fazendo-se paralelamente banana indígena (cabandigi), com a produção colateral deste fruto para o comércio local, numa área de cerca de 18 hectares. A embalagem e normalização da produção é feita na própria exploração, sendo no entanto verificada no Porto de Maputo por uma empresa que assegura as condições de acondicionamento necessárias para o embarque e exportação. Enquanto a maioria das empresas têm vindo a dispensar a sua força laboral, para aumento dos lucros, a Citrun mantém os 235 trabalhadores iniciais, que herdou da empresa já existente. Esta foi a condição do Governo. A Citrun, não satisfeita por manter os trabalhadores, decidiu melhor o seu nível de vida, captando a ajuda de ONGD’s (Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento) especializadas nas áreas da educação, saúde e água e saneamento e formação. Entretanto, almejaram um acordo com uma ONGD norte-americana para a construção de 600 casas pré-fabricadas a ser oferecidas à comunidade. Sem dúvida, um exemplo a seguir. A produção e o comércio da toranja é um negócio a considerar. A Citrun iniciou o negócio tendo garantido desde logo o comprador na África do Sul, que por sua vez exporta tudo para a Grã-Bretanha. vii. Sapel - Sociedade Agro-Pecuária do Limbobos

A Sapel considera que fez um bom negócio em Moçambique, o investimento foi bem sucedido. Segundo António Gomes, os investimentos “sérios” terão sucesso, desde que não considerem apenas o mercado nacional. Na sua óptica os países árabes, com os quais Moçambique desfruta de um bom relacionamento, constituem um mercado apetecível. A sua actividade principal é a produção da banana, destinada ao mercado sul-africano. O ananás é a segunda cultura da empresa, destinada ao mercado britânico, todavia, fá-lo via África do Sul. Os principais constrangimentos que a empresa encontra no decurso das suas actividades são: disponibilidade de água, mão-

de-obra (2 pessoas por hectare) e conflitos de terra. Dispõe de 40 hectares, 90.000 pés, para a produção bananeira, sendo a produção média de 60 toneladas por hectare. O ponto de viragem para a produção comercial é às 40 t por hectare, decorrendo cerca de 3 meses entre a polinização e a colheita do fruto. viii. Siagri – Agropecuária e Agricultura A Siagri é uma empresa 100% de capital português. Sete empresários portugueses resolveram juntar esforços e investir na agropecuária em Moçambique. Com duas explorações a cerca de 100 km a Sul da capital, uma em Palati com 8000 ha e outra em Maziminhama com 4000 ha.

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A Siagri actualmente desenvolve as seguintes produções: bovinos de carne, galinhas poedeiras, suínos, caprinos, hortícolas e culturas forrageiras. Criada em 1997, iniciou a actividade em Maio de 2001. Os sócios organizaram-se entre si, afim de manterem uma presença permanente de um, para garantirem o sucesso da empresa. Quando ao efectivo pecuário, este é composto pelos seguintes animais: 300 vacas; 12 touros; 160 novilhos; 90 vitelos (bezerros); 6.500 galinhas poedeiras (4000 ovos/dia); 5.000 frangos de carne; 30 porcas reprodutoras; 4 varrascos; 260 porcos de engorda; 324 cabras e 23 bodes. A empresa dispõe das seguintes infra-estruturas, a saber: habitações; armazéns; moagem (fabrico de rações); enfermaria; pavilhão de engorda para 20 mil frangos; 35 pavilhões para galinhas poedeiras, com capacidade total de 15.000 aves; suinicultura para 100 porcas reprodutoras (regime semi-extensivo); tanques carracicidas; diversos parques de engorda; parques de recolha de gado; pavilhão para embalamento de ovos; casa de arrecadação das farinhas; banheiros; oficina; escritório; estação de bombagem; cantinas e diversos cercados.

Os sócios garantem que o negócio não tem sido fácil, dado as condicionantes do mercado local. Todavia, têm conseguido vender a produção no mercado de Maputo. O negócio dos ovos tem sido o mais rentável, sendo que a criação do gado dará resultados palpáveis a médio longo prazo. A sociedade a 7 tem permitido distribuir “o mal pelas aldeias”, ou seja, permitiu que fosse mais fácil montar e sustentar o negócio. É importante que os empresários que pretendam investir em Moçambique possuam capital próprio e tenham parceiros. Melhor ainda se tiverem desde início garantido um comprador para a produção. A opinião dos 7 parceiros nesta empresa é unânime: não deu para enriquecer, mas valeu a pena até agora todo o esforço e investimento despendido, nem que seja pelo simples prazer da

aventura e paixão por África. A localização e condições da propriedade são excelentes, com uma paisagem francamente magnífica. A relação com a comunidade local tem sido vantajosa para ambas as partes, sendo que a Siagri decidiu abrir três cantinas, onde as populações locais pudessem comercializar as suas produções e fazer os seus negócios. ix. Mega Cash & Carry

A empresa retalhista Mega Cash & Carry é a 41.ª maior empresa moçambicana, numa joint-venture com o Estado Moçambicano que detém 20%. Refere José Pedro Fernandes, director-geral da empresa do Grupo Manuel Nunes e Fernandes, que a farinha e o arroz são os produtos mais procurados. A forma de funcionamento teve que ser adaptada em relação à realidade do país. Assim existem dois tipos de clientes, os sociais, que gastam produtos sociais, essencialmente farinha e arroz, e os outros que gastam de tudo, como na Europa.

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O cesto básico moçambicano é composto em 60 a 70% por produtos sociais, ou seja, arroz, farinha, massa, leite, vinho e os produtos energéticos, isto é Coca-Cola e Sumos. O consumo destes líquidos é elevado, devido à necessidade de repor a vitalidade. Não o fazem por puro prazer como na Europa. O vinho é caro em virtude dos direitos aduaneiros (25%) e do imposto de consumo (65%). Não é possível implementar um sistema grossista semelhante ao europeu, tendo em conta os hábitos da população local e o seu nível salarial. Além disso, não podemos ignorar ou afastar os pequenos empresários, que poderão a médio longo prazo torna-se grandes empresários.

Em Moçambique 50% da economia funciona a um nível informal. O preço resulta sempre em função da quantidade da compra. José Pedro Fernandes, refere que vale a pena investir em Moçambique, mas é fundamental ter uma forte estrutura económica por detrás, para se aguentar as oscilações do mercado. Menciona a importância da produção local de frescos, uma vez que estes estão continuamente em ruptura de abastecimento. Será interessante apostar em projectos agro-industriais, vocacionado para os produtos frescos. A Mega facturou em 2003, 9,8 milhões de euros.

x. António Lebre – Michafutene Plants António Lebre possui uma exploração agrícola com 3 hectares em Marracuene, a Norte de Maputo. A sua produção é em floricultura. Inicialmente começou a explorá-la recorrendo à rega manual, por falta de energia eléctrica. Hoje já o faz com um sistema automático. Solicitou 3 ha em Outubro de 2000. Precisamente 3 anos depois recebeu a concessão. Quanto ao título da propriedade ainda não tem. Refere todavia, que o processo se encontra actualmente mais agilizado.

Lebre produz as seguintes flores: rosa, cravo, gerbera, gipsofila e statice. Comercializa toda a sua produção no mercado local. Sendo um mercado deficitário ao nível deste sector, o preço é muito interessante (superior ao de exportação), mesmo para as flores de menor qualidade, as quais são absorvidas pelas casas funerárias, cemitérios e igrejas. Refere que a mão-de-obra é acessível em quantidade e custos, todavia peca por falta de especialização e de formação

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base. Quanto à actividade de exploração, os maiores entraves resultam do facto de se ter de deslocar à África do Sul para encontrar pesticidas, plantas e propágulos. Em suma, António Lebre, considera esta actividade interessante, e com muito potencial de exportação para a Europa, designadamente para a Holanda e Reino Unido. xi. Parmalat

Ao contrário da Lactogal, que investiu fortemente e passados dois anos retirou-se completamente do mercado Moçambicano, o negócio da Parmalat em Moçambique tem sido um sucesso. E a prova disso é que agora que a casa mãe, em Itália, decidiu encerrar diversas fábricas e retirar-se de todos os mercados não estratégicos, mas manteve a aposta em Moçambique. O leite é importado da África do Sul, porque não existe produção suficiente em Moçambique. A Parmalat Moçambique recebe o leite, ultrapasteuriza e engarrafa-o em unidades de 0,5 e 1 litro. A procura é na sua grande maioria de leite gordo, uma vez que a população moçambicana não tem as preocupações com a dieta, como na Europa. Quanto aos problemas que a Parmalat tem enfrentado, estes são de ordem técnica, isto é problemas com a manutenção e avarias, e as quebras de energia que cria distúrbios no funcionamento dos automatismos. A principal dificuldade do mercado moçambicano é o fraco poder de compra da maioria da população e a dependência em relação à África do Sul, com constantes oscilações. O negócio da Parmalat em Moçambique está de pedra e cal. Haja produtores de leite no local, e a empresa italiana deixará de importar leite da África do Sul – um desafio para os empresários portugueses. Um sinal da boa saúde de que goza a empresa é o lançamento de novos sabores de sumos e Ice Tea. xii. Fasol – Indústria de Oleaginosas Jamú Hassan é um nome que não será esquecido pelos empresários portugueses. Com uma visão prática do mundo dos negócios, este empresário moçambicano mostrou uma visão pouco comum no meio político-empresarial africano. Hassan é o administrador da Fasol – Indústria de Oleaginosas. Actualmente compra a matéria-prima na África do Sul, porque não tem quem a produza em quantidade suficiente localmente. O empresário lançou um desafio aos empresários da delegação da CAL: “disponibilizo as minhas terras, desde que me garantam a produção das máterias-primas que necessito, e prescindo da participação na empresa agrícola; o meu negócio é a

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transformação agro-industrial, não é a produção.” A grande dificuldade que enfrenta é o abastecimento continuado, com regularidade, de matéria-prima, pelo que vê com bons olhos a chegada de empresários lusos com know-how e capital que garantam a produção dessa matéria-prima. O negócio das oleaginosas é um negócio com um tremendo potencial. Importa, por conseguinte, incentivar a produção local de girassol e soja. xiii. Maragra – Marracuene Agrícola Açucareira De capital privado é a terceira maior açucareira do mundo, tendo no ano de 2003 uma produção de 2 milhões de toneladas numa área com 200 Km².

O ciclo da cana-de-açúcar é contínuo, estando no solo cerca de 7 anos. O trabalho nos anos seguintes é: cuidar da planta, principalmente contra o escaravelho, cortar a cana e extrair o açúcar. A exportação é realizada em sacos que seguem por via férrea, estando neste momento a ser implantado o sistema de transporte directo para o local de destino a partir directamente da firma.

A açucareira da Maragra é contabilizada como um dos investimentos portugueses com sucesso em Moçambique. Foi recuperada em 1993, num processo de privatizações, pela família Petiz que a criou inicialmente nos anos 60. Actualmente a empresa produz mais de 60 mil toneladas de açúcar, tendo como alvo as 110 mil toneladas, atingíveis daqui a 4 anos. A empresa dispõe de 6600 hectares de terra cultivados com cana-de-açúcar. Tal como a Citrun, a Maragra desenvolve uma parte activa na melhoria das condições de vida da comunidade rural onde se integra, composta de cerca de 22 mil pessoas. Estas acções passam pelo combate ao paludismo, água e educação (escola). xiv. Visita ao Vale do Chókwè – Projecto Competir O Vale Chókwè tem uma área total de regadio de 23.000 hectares, apresentando um Programa de Desenvolvimento - Competir - de modo a que quem investe tenha retorno e haja também criação de riqueza local, podendo a pecuária ser bem sucedida e competitiva com o mercado Sul Africano, por exemplo; mas se a empresa ou pessoa que tem a terra, não a explorar, o que acontece é que esta lhe é retirada.

As prioridades de investimento para o sector privado referem-se às agro-industriais, ao gado, à lenha e carvão, não sendo deste modo necessário «pedir» terra. Para o caso do arroz não existe competição, tendo-se como objectivo mínimo a produção de 5 toneladas por hectare, restando apenas encontrar uma parceria que faça com que o objectivo se concretize, porque como referiu o Eng.º Rodrigues Pereira «se produzirmos menos que este valor termos que justificar a diferença de produção».

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O Programa Competir surgiu na sequência do levantamento de oportunidades, tendo como principal objectivo ser uma alavanca económica e admite como convénio «se um privado quiser 500 hectares, terá que primeiramente competir naquela área com os índices de produção e têm que ser usados os rácios instituídos no programa. Neste Programa estão incluídas 17 culturas, lenha e carvão, estando também incluídos os planos de negócio para algumas - as agro-industriais podem promover a produção nomeadamente através do contacto com alguns agricultores da região, no entanto se os agricultores não forem bem seleccionados todo o sistema fica ameaçado. Para as outras culturas, caso da paprika, tomate, tabaco e batata, o problema que se apresenta é a comercialização. Neste caso se o investidor não tiver ligação com as linhas de venda, todo o trabalho anterior fica anulado e a quantidade de paprika a produzir seria muito elevada para poder competir. O objectivo fundamental deste programa é o de promover o interesse privado, de modo a que o estado não tenha que intervir nos negócios das culturas desta iniciativa, facilitando também o acesso ao crédito, à excepção da parte pública. A competitividade terá que ser garantida sem mexer na taxa aduaneira. Por exemplo para o caso do tomate, descasque do arroz, floresta e gado os estudos já estão feitos. A diferença entre o Chokwé do passado e do futuro é que este tem que produzir para o Estado poder privatizar e deixar de intervir. O Engº Rodrigues Pereira referiu que «gado, tomate, arroz, soja, feijão verde e leite, façam mas bem feito, bem discutido e de forma a manter o interesse privado». Por exemplo, actualmente a batata custa entre 13 e 14.000 Mts/Kg. Este valor tem tendência a ser maior, apresenta uma taxa de rendimento interno de 20 a 30% sendo então necessário competir com a África do Sul. O Programa Competir gere 150 Milhões de dólares, facilitando a chegada do investimento, do acesso ao crédito e para o projecto poder ser analisado tem que ter um valor mínimo de 1 milhão de dólares.

xv. AJAM – Associação dos Jovens Agricultores de Moçambique

A AJAM foi criada em 1992 e reconhecida oficialmente em 1994. Segundo Simão Sevene, presidente da AJAM, os principais problemas da população rural são: o desemprego ao nível da juventude, a extrema pobreza, o isolamento, os conflitos entre as secas e as chuvas e a emigração contínua dos jovens moçambicanos que residem nas zonas fronteiriças. Esta associação promove o desenvolvimento rural, capacitando os jovens agricultores para o trabalho no mundo rural. Neste contexto, a

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AJAM considera importante a parceria que detém com a CAL – Câmara de Agricultura Lusófona. Simão Sevene defende que a CAL deve apostar em projectos em Moçambique, que lhe permitam manter uma representação permanente neste país. A AJAM considera a CAL um parceiro estratégico para a cooperação empresarial e ao nível do desenvolvimento. O presidente da AJAM referiu que o PROAGRI é o único programa de desenvolvimento agrário de Moçambique, com a duração de 5 anos, sendo que neste momento se prepara arrancar a 2.ª iniciativa deste programa. Este programa pode ser uma fonte de apoio ao investimento dos empresários portugueses. xvi. Embaixada do Brasil Moçambique está apostado na cooperação com os países lusófonos, designadamente com Portugal e o Brasil. O Brasil tem vindo a aumentar o investimento em Moçambique, destacando-se, a título de exemplo, o plano de sementeira de 100 mil hectares de soja. A soja produzida será adquirida pela Noruega, desde que sejam garantidas condições financeiras interessantes. O Brasil estabeleceu acordos para o desenvolvimento da pecuária, concedendo apoio desde as infra-estruturas aos encargos variáveis, devendo estes ser implementados a médio prazo. Os principais problemas de implementação prendem-se com a burocracia e com as garantias bancárias, já que, aquando da concretização do negócio e no momento dos financiamentos, os bancos exigem muitas garantias. O que se está a fazer é a implementação de projectos âncora, isto é, desenvolvem-se diversos investimentos que depois trazem outros.

O empresário estrangeiro acaba por ter diversos problemas, que o governo acaba por não resolver. Como exemplo, aponta-se o caso real de um equipamento tecnológico para ajudar os moçambicanos a resolver o problema da sida. No entanto o Governo de Moçambique já adiou a reunião duas vezes. O Projecto da soja é apoiado pelo governo moçambicano e pode ser implementado com a ajuda dos privados, designadamente de origem portuguesa. Existe uma listagem considerável de produtos alimentares que não sofrem limites de exportação, como é o caso da soja.

Juntar o capital brasileiro com a tecnologia portuguesa, é um projecto interessante. Os portugueses conhecem melhor a realidade moçambicana e dispõem de know-how ao nível tecnológico para produzir em Moçambique, e o Brasil dispõe de verbas para o investimento. Para que os EUA – Estados Unidos da América não controlassem todo o mercado, estabeleceu-se o Programa AGOA, de forma a que o continente africano tenha a sua quota-parte na balança comercial mundial. Eis uma vantagem competitiva, explorar esta quota de produção a que Moçambique tem direito.

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xvii. Frutisul No decurso desta missão empresarial a CAL assinou um protocolo de cooperação com a Frutisul, na presença do Ministro da Agricultura, Dr. Hélder Muteia. O presidente José Alcobia, foi um importante no planeamento desta missão. A Frutisul é uma associação criada em 1994 vocacionada para a formação profissional. A Frutisul apresenta ainda pouca actividade de intervenção, estando neste momento na fase de angariação de mais associados, apoios para implementação de um plano estratégico e implementação de parcerias, afim de poder ter uma maior representatividade, cumprindo dessa forma os objectivos a que se propôs. Segundo Gonzalez é importante a cooperação entre a CAL e a Frutisul em diversas matérias, designadamente: Partilha da informação que a CAL promove

na sua actividade editorial (revista Agrodesafios, Guia de Negócios Lusófono e Sítio na Internet – www.calusofona.org);

Permitir o acesso e participação da Frutisul nas principais feiras lusófonas, designadamente em Portugal;

Concretização de acções de formação em parceria, em Moçambique, afim de incentivar e dinamizar a Frutisul.

A troca de documentação entre a CAL e a Frutisul permitirá o cruzamento entre oportunidades de negócio moçambicanas e investidores lusos, incentivando a cooperação empresarial entre os dois países. Segundo José Alcobia, os principais constrangimentos da agricultura em Moçambique prendem-se com o facto de os factores de produção serem muito caros, o acesso ao crédito ter juros elevados e haver falta de representatividade no mercado.

Em termos de oportunidades, o Eng.º Rui Gonzalez, vice-presidente da Frutisul, referiu que a fruticultura é um sector estratégico, tendo como áreas mais interessantes a toranja, laranja, limão, papaia, manga, ananás e abacate. A produção de frescos já foi completamente autónoma em Moçambique. Actualmente os produtos frescos são adquiridos na totalidade na República da África do Sul, inclusive ao nível dos hortícolas.

O açúcar já foi um negócio que era objecto de forte especulação em Moçambique, porque vinha do Zimbabué, a preços muito elevados. Assim que a produção em solo moçambicano ganhou força, os preços caíram. A agricultura é um sector de investimento que detém vantagens comparativas. O principal problema é incentivar a produção. Para esse efeito os empresários portugueses que queiram investir em Moçambique deverão apresentar: Plano de Negócios, Plano Financeiro e Ideia Concreta de Investimento.

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Inocêncio Macavel, refere ainda que o CPI - Centro de Promoção de Investimento - presta todas as informações a quem queira investir em Moçambique. Tem que se estar atento e primeiramente delinear uma estratégia com a execução dos estudos de mercado e perfeita identificação com aquilo que se pretende produzir. Importa além do mais "jogar" com a data de exportação, aproveitando as fases em que os outros países não conseguem produzir, designadamente no caso da manga e do maracujá. Convém ter em conta o fosso existente entre os “empresários” que praticam a agricultura de subsistência e os grandes empresários – retrato real da economia moçambicana. Importa preencher este fosso com empresários de pequena e média dimensão. Ainda no que concerne às oportunidades de negócio, é de referir também o caso da pêra, maçã e uva, que podem representar nichos de mercado, havendo também a necessidade de maior produção de mel. xviii. MPT - Moçambique Produce Terminal, Lda. A Moçambique Produce Terminal (MPT) é uma companhia do grupo Fresh Produce Terminals, instalada em Maputo. A MPT Lda. foi criada em 1995, sendo o primeiro terminal privado a operar no Porto de Maputo. A criação deste terminal ficou a dever-se à necessidade de reduzir a pressão sobre o terminal de Durban, na África do Sul, bem como para reduzir os custos para os exportadores das áreas geográficas de Maputo, Zimbabué, Suazilândia e região Norte da África do Sul. Maputo é sem dúvida a rota mais económica para os mercados do Oriente e Médio Oriente, sendo que este porto serve igualmente os mercados da Europa Continental, Reino Unido, Mediterrâneo e Médio Oriente através dos exportadores: Capespan, Dole, Unifrutti, Afrifresh, Komati Fruits, Intertrading, Biotrace, Lona e Letaba. Com uma capacidade de 130 mil paletes por ano, o MPT está a operar a 50% da sua capacidade, tendo manuseado 75 mil paletes em 2003. O porto de Maputo actualmente manuseia apenas citrinos no período de Abril a Outubro e daí o objectivo de começar a operar com manga, lichia, abacate, flores e outros produtos de forma a aproveitar as reais capacidades do terminal. Maputo não é um porto de liners, à excepção da altura dos citrinos. Na restante parte do ano manuseia com as restantes produções O ano de 2004 conheceu o aumento de mais um navio por semana, indiciando uma certa animação para este porto. No entanto, há ainda muito por fazer. Por exemplo, em Maputo não se faz a preparação e o acondicionamento da fruta para o Japão, isso é feito em Durban. Para que haja capacidade de resposta aos investimentos terão de ser efectuados ajustamentos no porto. Este é um processo lento que, todavia, tem conhecido algum progresso que resulta do crescimento económico de Moçambique.

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xix. Embaixada de Portugal António Sennfelt, Embaixador de Portugal em Moçambique, franqueou as portas da sua residência oficial, num gesto de boa vontade e de aprovação da iniciativa da CAL, à comitiva de empresários portugueses. Num cocktail de boas-vindas, o Embaixador e a responsável pelo ICEP em Moçambique, Dr.ª Luísa Agapito, permitiram o contacto social entre os empresários portugueses e os seus homólogos moçambicanos. Estiveram mais de 100 empresários moçambicanos neste evento. O Embaixador, ciente que os empresários tinha desfrutado de uma semana intensa de actividades e contactos, entendeu propiciar um encontro de descontracção que permitisse o cruzamento de ideias e o estabelecimento de negócios.

O Dr. António Sennfelt recebeu os jornalistas que acompanhavam a delegação da CAL e manifestou o seu agrado por iniciativas desta índole, desde que continuadas por acções sustentadas em prol do desenvolvimento do mercado Moçambicano, o que constitui uma oportunidade interessante para as empresas portuguesas.

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V. II JORNADAS DE AGRICULTURA LUSÓFONA

As II Jornadas da Agricultura Lusófona contaram com a participação de figuras de relevo na área do empresariado agrícola. Subordinada ao tema “MOÇAMBIQUE — TERRA DE OPORTUNIDADES”, esta conferência procurou ser um palco de partilha de testemunhos e de opiniões em torno do potencial agrícola de Moçambique e da criação de uma dinâmica de apoio ao desenvolvimento deste sector no país. A Câmara da Agricultura Lusófona assumiu neste contexto um papel de efectiva relevância enquanto geradora de uma plataforma aberta à discussão, com a participação de vários quadrantes do mundo do investimento. Orientada a sua acção para a cooperação, promoção do investimento e alargamento do mercado no espaço lusófono, a CAL pretende identificar áreas de investimento e, desta forma, proceder à sua dinamização no espaço lusófono. Para tal, há que criar-se mecanismos de apoio ao investimento. Segundo Jorge Santos, Presidente da CAL, Moçambique carece ainda de condições indispensáveis de apoio ao investimento que passam pela criação local de legislação favorável a essa acção. Assim, «o esforço colectivo deve propiciar uma estratégia de investimento com maior agressividade e atrevimento»- palavras de Jorge Santos.

É nesse sentido que estão, neste momento, a ser levadas a cabo reformas fiscais que tornam o país lusófono numa vantagem para o investidor estrangeiro. Segundo Carlos Morgado, Ministro da Indústria e do Comércio, Moçambique apresentou em 2003 um crescimento sustentável de 7,4% e uma taxa de inflação de 13%. Paralelamente têm sido gerados programas específicos de combate à corrupção e realizam-se actualmente fiscalizações a nível da educação. Mas Moçambique vinga pelo potencial agrícola que oferece ao investidor. A soja, o algodão, o tabaco e a quantidade de terra arável fazem deste país uma oportunidade para investidores. Luísa Lopes Agapito, Delegada do ICEP, destaca as províncias de Maputo, Nampula, Sofala, Manica e Gaza como as zonas de maior concentração de PIB, com valores de

3500 biliões de dólares em 2002. Os sectores da agro-pecuária e sivicultura são os principais responsáveis pela variação a favor do crescimento económico. Entre as culturas alimentares destacam-se a mandioca, o milho, a manpira, o arroz com casca e feijão como as mais importantes, e as culturas de rendimento a cana-de-açúcar, a castanha de caju, o algodão de caroço, copra, tabaco, citrinos, chá verde e girassol. Além disso, é de salientar a presença dos empresários portugueses neste país. Todavia, é sobretudo a falta de dinâmica local que representa o maior entrave ao investimento estrangeiro. Foi nessa perspectiva que o I Painel orientou a tua temática sobre a Engenharia Financeira como instrumentos de apoio ao investimento em Moçambique. Jorge Barata Preto (Moçambique) da Sociedade de Capital de Risco define o capital de risco como um

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instrumento financeiro que complementa o financiamento empresarial, funcionando como um parceiro de impulsão às empresas que aí se pretendem instalar. A Capital de Risco apresenta-se como uma forma vantajosa para as empresas pela sua credibilidade técnica, pela potencialidade de crescimento rápido, a diminuição de risco e acréscimo de credibilidade e pela melhoria da Corporate Governance- complementaridade de experiências e competências profissionais. Numa outra perspectiva, António Souto ofereceu, por seu lado, a experiência da GAPI- Instituição Financeira de Crédito. A GAPI garantiu desde a sua origem o preenchimento de um espaço financeiro vazio, numa «zona repleta de desafios, em que os recursos financeiros são mal geridos». O papel da GAPI, enquanto Sociedade Financeira de Desenvolvimento, consiste em contribuir para o acesso aos mercados e tecnologia. Entretanto, a concretização de um plano dinamizador de investimento para Moçambique passa ainda pela criação de legislação e protecção favorável a essa prática. O sistema actual define a terra como propriedade do estado, não podendo haver negócio jurídico com este bem. Segundo Amina Abdala, da MGA- Sociedade de Consultores e Advogados, há ainda no sistema legal moçambicano alguns entraves relativos à definição jurídica de terra e à sua dificuldade de aquisição. O ênfase reforçado sobre o direito, uso e aproveitamento da Terra em Moçambique agrega assim questões essenciais ao investimento agrícola neste país. O III Painel «Importância da Formação Profissional, contou com a presença de Ana Isabel Santos (Consonob), o Director Pereira Raposo (Proforge) e João Monteiro (CAL). É sob o moto da liderança que as duas primeiras empresas agem. Têm como linhas mestras a motivação, a concretização de objectivos, valorização de equipas, qualidade de excelência. Assim, para a implementação do projecto formativo é necessário diagnosticar necessidades, planear o projecto em si, conceber objectivos, conteúdos, métodos e modelos de avaliação, desenvolver materiais pedagógicos de apoio, implementar acções e controle de qualidade e avaliar a satisfação dos formandos e os resultados globais. O IV Painel versou sobre a inovação no sector alimentar. Amauri Rosenthal, chefe geral da Embrapa Agro-Industrial de Alimentos, contribuiu com a experiência da Embrapa e do avanço técnico científico, inserido na conjuntura internacional e o fenómeno internacional

da globalização. A boa gestão de produção na Embrapa prende-se assim com as boas práticas agrícolas e com a rastreabilidade, assente em produtos alimentares de grande segurança e de melhor qualidade. Francisco Banha, principal sócio da Gesventure, defende que há um novo modelo empresarial contratando a hierarquia piramidal caracterizado com agregação de competência, variedade de empresas, oportunidades de negócios e integração de bens e serviços. É neste sentido que Francisco Banha traçou as oportunidades de negócio em Moçambique e referiu os aspectos da terra, a produção a

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população, o investimento, a urgência de adopção de um modelo novo de cooperação entre Portugal e Moçambique. Como tal, a utilização do capital de risco torna-se fundamental na complementaridade entre Portugal e Moçambique, dentro de um modelo estratégico. João Monteiro, da CAL, traçou o panorama geral de toda a Missão Empresarial, em que se inserem estas Jornadas, e salientou a importância da CAL na implementação do processo de investimento, bem como a contribuição desta instituição para a cooperação e cultura agrícola nos países lusófonos. O Agribusiness em Moçambique foi objecto final e essencial de discussão nas II Jornadas da Agricultura Lusófona. A falta de dinâmica local e a dificuldade de acesso ao crédito foram factores chave apontados para a dificuldade sentida pelos empresários. No entanto, segundo Arnaldo Ribeiro, subsistem ainda grandes problemas nesta região de África que têm que ver com o acesso ao crédito, a falta de experiência com o mercado alimentar e pós-colheita, remodelação governamental assim como o Programa de Desenvolvimento da Agricultura (PROAGRI) estando em reorganização o sistema de investimento. Da mesma forma, há 36 milhões de hectares de terra arável, mas só apenas 10% é cultivada, onde 3,3 milhões de hectares são irrigáveis, as condições climatéricas óptimas, permitindo a diversificação de produtos agrícolas, sendo as regiões do Centro e Norte com melhores condições para a agricultura. É nesse sentido que o Centro de Desenvolvimento Empresarial (CDE), representado por Sara Taibo, tem como estratégia prioritária as empresas e suas organizações intermediárias, uma política de presença genuína no terreno através de descentralização; serviços não financeiros com subsídios e que tenham como actividade a diversificação e absorção de progresso tecnológico, que desenvolvam ligações com mercados e parceiros em economias desenvolvidas, que explorem vantagens comparativas em mercados internacionais e que sejam capazes de atrair investimento e financiamento estrangeiro. O último painel contou com o relato da experiência de empresas já fixadas em Moçambique. José Fernando Jossias, em representação do IPEX - Instituto para a Promoção de Exportação, afirma que estão criadas todas as condições para aumentar o volume de vendas para o exterior, tanto em termos logísticos como em termos técnicos. A confirmá-lo estão as empresas já ali fixadas, nomeadamente o Grupo Visabeira, a Cash & Carry e a empresa Citrun. Estas tiveram, neste espaço de partilha de experiências, a oportunidade partilhar o segredo do seu sucesso e as oportunidades de investimento em Moçambique. Desta forma, António Luís da Silva Sennfelt, Embaixador de Portugal em Moçambique, apelou para a necessidade de os empresários serem pragmáticos, analisando todas as

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condições do investimento. O papel dos investidores será de impulso a toda a economia, sendo que as PME’S poderão contribuir para o desenvolvimento do país. E é à agro-indústria, agro-pecuária e agricultura que cabe essa tarefa actualmente, e a partilha de testemunhos que se proporcionou deverá sortir efeito de tal forma que «o acesso ao crédito não

seja motivo para a falta de investimento» sublinha Hélder Muteia, Ministro da Agricultura de Moçambique. A necessidade de constituição de parcerias, de promoção da cooperação e da partilha daquilo que cada um dos países de origem lusófona tem de melhor e único foi ponto assente neste seminário e possibilitou a criação de perspectivas dinâmicas na área do Agribusiness.

VI. EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS PORTUGUESES Com o apoio da LeaderOeste, a CAL decidiu complementar as II Jornadas de Agricultura Lusófona com a realização de uma pequena mas representativa exposição de produtos regionais e tradicionais portugueses. Foi uma iniciativa saudada por todos os empresários participantes, que contribuíram com as suas produções, mas igualmente saudada pelas autoridades locais. Consideraram a iniciativa interessante, e estão interessados em que algo idêntico possa suceder, desta feita com os produtos moçambicanos no Espaço Agro-Lusófono que a CAL pretende implementar na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

A exposição dos produtos tinha por objectivo potenciar o interesse por parte dos empresários moçambicanos em encetar relações comerciais com os empresários portugueses. Portugal tem que saber apresentar aquilo que bem sabe fazer, e depois de um evento em que se falou de investimento, ficou manifesto que nós sabemos fazer e temos produtos para competir com o mercado internacional. Moçambique pode ser uma porta de entrada para a África do Sul.

A CAL criou um CD que foi oferecido a todos os participantes nas II Jornadas de Agricultura que promove um variedade que pretendíamos o mais representativa possível do que melhor se produz regionalmente em Portugal, sendo que a partir deste CD se facilita o acesso ao sítio na Internet de um portal especializado na promoção de produtos portugueses.

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VII. CONCLUSÕES

A avaliação por parte dos empresários foi muito positiva. O nosso objectivo foi cumprido, demonstrar aos empresários participantes que a realização de negócios por parte das PME’s é possível. A comprová-lo estão as empresas visitadas, lideradas por empresários portugueses instalados em Moçambique. Foi o efeito demonstrador. Prova evidente de que Moçambique tem condições para captar investimentos. A oferta e diversificação das áreas de negócio que Moçambique tem é muito interessante. O programa incidiu sobre empresas de agropecuária, comércio e agro-indústria. O outro objectivo foi o apelo e o desafio lançado às autoridades moçambicanas, e mormente às portuguesas, da necessidade da criação de mecanismos de apoio direccionado às PME’s deste sector, através de capitais de risco, fundos de financiamento. Esta proposta já foi apresentada à cooperação portuguesa. Mostrámos a todos os participantes o ambiente dos negócios em Moçambique, daí a atenção que demos a contactos com o Estado, instituições financeiras, empresas e associações empresariais. Esta missão teve uma particularidade que foi a realização das II Jornadas de Agricultura Lusófona. O objectivo deste evento foi colocar no mesmo espaço todos os interessados ao nível do investimento em Moçambique, inclusive na área da inovação agro-alimentar e engenharia financeira. As oportunidades de negócio, foram expostas, quer por parte das autoridades, quer por parte dos empresários. O sucesso deste evento foi indiscutível. A adesão foi enorme, expressa pela presença dos líderes governamentais e do empresariado moçambicano. Concluímos que efectivamente existem empresários com apetência para investir nos países lusófonos. Apesar de alguma euforia e ousadia individual característica própria ao empresário empreendedor, no nosso entender o investimento em Moçambique terá de ser concertado com as instituições que podem apoiar económica e diplomaticamente. Terá de haver um esforço colectivo de afirmação de Portugal no exterior, mas também uma melhor articulação entre aquilo que é o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Economia e Ministério da Agricultura.

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VIII. AGRADECIMENTOS

Num evento desta natureza foram muitos os apoios que contribuíram para o sucesso desta missão empresarial. Sendo naturalmente impossível descriminar todos, teremos de nos ater àqueles cujo contributo foi mais significativo. Começamos por destacar o papel do ICEP Maputo, na pessoa da Dr.ª Luísa Agapito, por ter sido praticamente a nossa representante em Moçambique, franqueando-nos portas e colocando-nos em contacto com os órgãos do Governo e com os empresários moçambicanos. O seu papel na organização das Jornadas de Agricultura foi igualmente valioso. A Embaixada de Portugal, dignou-se a oferecer um cocktail de boas-vindas aos empresários portugueses e congregou uma centena de empresários moçambicanos. Agradecemos igualmente ao sr. Embaixador, Dr. António Sennfelt, pela sua intervenção na sessão de abertura e encerramento das II Jornadas de Agricultura. O Ministério da Agricultura de Moçambique merece um especial agradecimento, pela presença do sr. Ministro, Dr. Hélder Muteia, no encerramento das Jornadas, bem como todo o apoio concedido pelo Secretário Permanente, Dr. Tomás Bernardino. Os técnicos do GPSCA foram outrossim valiosos contributos. Ao sr. Ministro do Comércio, agradecemos a presença na sessão de abertura nas Jornadas. Em Moçambique contámos com três associações que nos deram todo o apoio para a realização deste evento, a saber: CTA, AJAM e Frutisul. Destinamos uma palavra de apreço ao Governo Provincial do Huambo, Angola, que se fez representar neste evento e nas Jornadas, através das pessoas do Vice-Governador e do Director Provincial de Agricultura. Quanto a entidades portuguesas, a nossa palavra de amizade e agradecimento à LeaderOeste, por todo o apoio concedido à realização deste evento e a contribuição especial para a Exposição de Produtos Portugueses. O IFADAP/Inga dignou-se gentilmente a participar, representado pela Dr.ª Catarina George, que pôde in loco avaliar o potencial de Moçambique ao nível do agribusiness, bem como o interesse manifesto pelos empresários participantes na realização de investimentos em Moçambique, e o papel que uma organização como a CAL pode ter no apoio a estes investimentos. O Ministério de Agricultura de Portugal, na pessoa do Sec. Estado da Agricultura, Dr. Bianchi de Aguiar, contribuiu com a cedência do técnico Eng. Salvador Domingues, que acompanhou a missão e elaborou um projecto de formação em fruticultura, no seguimento da assinatura do protocolo com a Frutisul que a CAL submeteu à Cooperação Portuguesa. A Direcção Regional de Agricultura do Algarve, facilitou a dispensa do Eng. Domingues. O diário e semanário, respectivamente, Correio da Manhã e Expresso, merecem igualmente uma palavra de apreço por terem disponibilizado jornalistas para cobrir este evento, a fim de que seja público a importância que Moçambique pode ter para as PME’s portuguesas. E sobre o muito que está por fazer, bem como a escassez de apoios especializados ao investidor e às entidades não-governamentais que prestam serviços nesta área. A Revista África Hoje, destacou esta nossa iniciativa, desde já agradecemos esse apoio. Terminamos, informado que esta missão não teria sido exequível sem o cofinanciamento por parte do CDE – Centro de Desenvolvimento Empresarial e do ICEP Portugal. Agradecemos o apoio do BCI – Banco de Fomento à realização das II Jornadas.

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IX. PROGRAMA DA MISSÃO EMPRESARIAL

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X. PROGRAMA DAS II JORNADAS DE AGRICULTURA LUSÓFONA

Moçambique — Terra de Oportunidades

15 de Março de 2004, Hotel VIP Maputo 8:30 Entrega de Documentação 9:00 Sessão de Abertura CAL - Câmara de Agricultura Lusófona – Presidente Jorge Correia Santos Ministério da Industria e do Comércio – Ministro Carlos Morgado Embaixador de Portugal em Moçambique – António Luís da Silva Sennfelt Frutisul – Presidente José Alcobia (Moçambique) AJAM – Associação dos Jovens Agricultores de Moçambique – Presidente Simão Sevene 9:30 I Painel: Engenharia Financeira GCI – Sociedade de Capital de Risco, SARL – Jorge Barata Preto (Moçambique) GAPI – Instituição Financeira de Crédito – Director António Souto (Moçambique) Debate

11:00 Coffee Break 11:15 II Painel: Questões Legais e Protecção do Investimento MGA – Sociedade de Consultores e Advogados – Francisco Avillez (Moçambique) 11:45 III Painel: Importância da Formação Profissional CONSONOB – Formação e Consultoria, Lda. – Ana Isabel Santos (Portugal) PROFORGE – Director Pereira Raposo (Moçambique) Debate 12:30 Pausa para Almoço 14:30 IV Painel: Inovação no Sector Agro-alimentar Embrapa – Agro-industria de Alimentos – Rio de Janeiro – Amauri Rosenthal (Brasil) GesVenture – Capital de Risco – Francisco Banha (Portugal) CAL – Câmara de Agricultura Lusófona – João Monteiro (Portugal) CEC – Conselho Empresarial do Centro – Presidente António Henriques (Portugal) 15:15 V Painel: Oportunidades e Ameaças do Agribusiness em Moçambique MADER – Gabinete de Promoção do Sector Comercial Agrário – Arnaldo Ribeiro (Moçambique) CDE – Centro de Desenvolvimento Empresarial – Sara Taibo ICEP Maputo – Luísa Lopes Agapito CPI – Centro de Promoção do Investimento – António Luís Macamo (Moçambique) CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique – Jim Lafleur (Moçambique) Debate 16:45 Coffee Break 17:00 VI Painel: Experiências e Expectativas no Mercado Moçambicano

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Mega Cash & Carry – Grupo Manuel Nunes e Fernandes (Moçambique) Citrun – Paulo Negrão (Moçambique) Grupo Visabeira – Paulo Varela (Moçambique) IPEX – Felizberto Ferrão (Moçambique) FIDA – Custódio Muscavele (Moçambique) Debate 18:15 Sessão de Encerramento CAL – Câmara de Agricultura Lusófona – Presidente Jorge Correia Santos Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural – Ministro Hélder Muteia Embaixador de Portugal em Moçambique – António Luís da Silva Sennfelt 19:00 – Exposição de Produtos Portugueses

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XI. MAPA DE MOÇAMBIQUE

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XII. CONTACTOS ÚTEIS MADER Nome: Hélder Muteia (Ministro) Tomás Bernardino (Secretário Permanente) Telefone: +258 146 0017 GPSCA Director Arnaldo Ribeiro - 082 304104 Morada: Praça dos Hérois Moçambicanos, Maputo – Moçambique Contactos: +2581460011/6 IFC - International Finance Corporation Eng.º Daniel Sousa Morada: Av. Kenneth Kaunda, 1224 Caixa Postal 4053, Maputo Tel.: 00258 1 492841/51 Fax: 00258 1 492893 CPI - Centro de Promoção do Investimento Nome: Mahomed Rafik Jossub, Director Geral CPI Contacto: 322457 Morada: Rua da Imprensa nº332 r/c, 4635 Maputo – Moçambique MGA Nome: Francisco Avillez Tel. +258 082 302 611 Morada: Prédio JAT, Av. 25 de Setembro, 420, 4º Piso, N4 Maputo Delegação ICEP Nome: Dr.ª Luísa Agapito Delegada Maputo Morada: Av. Julius Nyerere, 720, C. Postal 48 – Maputo Contacto:+2581490523 Delegado da União Europeia Nome: Dr. João Manuel Pinto Teixeira (Delegado) Morada: Av. do Zimbabwe nº 1214 Maputo Moçambique Contacto: +258 490266/ 494949

Ministério do Comércio (vai fazer a abertura Seminário) Nome: Eng.º Carlos Morgado Morada: Praça 25 de Junho, Maputo - Moçambique Contacto: +258 310 844 Embaixada de Portugal em Moçambique Nome: António Sennfelt Morada: Av. Julius Nyenere, 720/730 CP 4696-00110 Maputo Moçambique Contacto: +258490316 E-mail: [email protected] Embaixada do Brasil em Moçambique Nome: Sr. Embaixador Pedro Carneiro Mendonça Morada: Av. Kenneth Kaunda, 296 CP Nr 1167 Maputo Moçambique Contacto: +258492387 Siagri, Lda. – Agro-Pecuária e Agricultura Fax +258 1 499787 Morada: Rua da Nachigweia, 530/2 – 1º Andar Bairro de Polana, Maputo Frutimel Nome: Isabel Langa Morada: Matola E-mail: [email protected] Sector: Produção de mel Fasol (MAPAC) Nome: Jamú Hassan Morada: Rua Valentim City, 439 R/C 4369 Maputo Contacto: 002581415118 Mega Cash & Carry – Grupo Manuel Nunes e Fernandes Nome: Manuel Nunes Morada: Rua Major João Luís de Moura, bairro da Milharada 1679-019 Famões Contacto: 21 4788460

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Parmalat Nome: Sr. Ernesto Fernandes Morada: Puratos Moçambique, Lda; Matola talhão 190, CP 3664 Maputo Moçambique Contacto: +25881720162 AJAM – Associação de Jovens Agricultores de Moçambique Nome: Simão Sevene Morada: Av. 25 de Setembro nº 1509, 6º Andar, Porta 6 Contacto: 258 1 47 22 98 Frutisul – Associação Fruticultores do Sul de Moçambique Nome: José Alcobia Morada: Cx. Postal 1623 Maputo Moçambique Contacto: 082308162 (telemóvel) Maragra – Marracuene Agrícola Açucareira, SARL Nome: Morada: Av. 25 de Setembro, 1020 -1º, Maputo Contacto: 313234 CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique Eng. Sérgio Chitará, Dr. César Guitunga e Engº Jim La Fleur Morada: Av. 10 de Novembro Caixa Postal 2975 Maputo Moçambique Tel.: 00258 1 311734 Fax: 00258 1 311732 Secto00: Associativismo , cooperação empresarial Sociedade Pecuária Chinonaquila Nome: Luís Amorim Morada: Matola Sector: Avicultura (ovos)

Citrun- Citrinos Gerente: Paulo Guilherme Negrão Local de exploração: Pequenos Limbobos, Boane Morada: Rua Fernão Lopes 196 CP 1500 Maputo Moçambique Tel.: 00258 1 775002 Sector: Exportação de toranja António Lebre Gerente: António Lebre Local de exploração: Marraquene Telemóvel: 082 478 762 Sector: Floricultura (cravos, rosas, gerberas) Sapel – Sociedade Agro-Pecuária dos Limbobos, Lda. Nome: António Gomes Local de exploração: Pequenos Limbobos Morada: Rua de Penafiel 588 Matola Tel.: 00258 1 493160/2 Fax: 00258 1 493163 Sector: Indústria de carne Embrapa Nome: Amauri Rosenthal Morada: Av. das Américas, 29501 – Bairro Guaratiba 23020-470 – Rio de Janeiro – RJ Contacto: (21) 2410 7400 Grupo Visabeira Nome: Dr. Paulo Varela Contacto: Av. Kenneth Kaunda, nº403 Morada: 494716/17/18/19 GAPI – Instituição Financeira de Crédito Nome: Director António Souto Contacto: 491505 Morada: Rua Mukumbura, 434, CP 2909 Maputo IPEX – Instituto de Promoção das Exportações Nome: Eng.ª Maria Rita Telemóvel: 082 317877 Morada: Av. 25 de Setembro, 1008 - 2º - 4º andar

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PROFORGE Nome: Director Pedro Chaves Contacto: 082 325195 Morada: Av. 25 de Setembro, 1509 INIA (Instituto Nacional de Investigação Agrária) Director Dr. Calisto Bias Morada: Av. da FPLM, nº 2698, Maputo Tel.: 00258 460190/460180 Fax: 00258 460 074 Sector: Investigação Agrária

BCI- Banco Comercial e de Investimento Dr. José Vanlentim Barbieri (vice-presidente) Morada: Prédio John Orr´s Av. 25 de Setembro nº 1467 CP 4745 Tel.: 00258 1 307777/307263/9 Fax: 00258 1 307152 E-mail: [email protected] Sector: bancário CIM – Companhia Industrial Nome: Dra. Lola Lopez Morada: Matola Tel.: 00258 1 720086/9 Fax: 00258 1 720183 Sector: Indústria de Rações e Moagem

Lisboa, 5 de Abril de 2004 Departamento Técnico da CAL