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CADERNO DE RESULTADOS 2004 | 2005 | 2006 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Coletãneas de conceitos sobre Biodiversidade, publicação do componente de Educação Ambiental do Projeto Paraná Biodiversidade na SEMA/PR.Coordenação de Rosane Fontoura, Design Adalberto Camargo e Patricia Werckelin/Danielle Prim

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Page 1: Biodiversidade Web

CADERNO DERESULTADOS2004 | 2005 | 2006

EDUCAÇÃOAMBIENTAL

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Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAProjeto Paraná Biodiversidade: Cartilha Teórica, 2007.

1. Biodiversidade. 2. Solo 3. Recursos hídricos 4. Educação ambiental

Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ................................ Lindsley da Silva Rasca RodriguesAssessora de Educação Ambiental .............................................................................................................. Rosa RiskallaGerente Geral - SEPL/UGP ....................................................................................................................... Erich SchaitzaGerente Técnica - SEPL/UGP .................................................................................................. Gracie Abad Maximiano

FICHA TÉCNICA: Rosane Fontoura ................................................................... Coordenação | SociólogaAdalberto N. de Almeida Camargo ....................................... Projeto Gráfico | DesignerPatricia Weckerlin e Silva ......................................................Material Didático | BiólogaDanielle Prim .................................................................................... Logística | BiólogaAntônia Scwinden .............................................................................................. RevisãoHarvey E. Schlenker | Denis Ferreira Neto | Arquivo Emater-PR ...................... Fotografia

APOIO: Dennis Nogarolli M. Patrocínio ................................................................. Biólogo | IAPIzabella Maria Swierczynski .................................................................. Geógrafa | SEPLLeverci Silveira Filho .............................................................................. Biólogo | SEMAThemis Piazzetta Marques ................................................ Engenheira Florestal | SEMALuiz Marcos Feitosa dos Santos ................................... Engenheiro Agrônomo | EmaterMárcia de Guadalupe Pires Tossulino ....................................................... Bióloga | IAPMariese Cargnin Muchailh .................................................... Engenheira Florestal | IAPMauro de Moura Britto ............................................................................. Biólogo | IAPPaulo Roberto Castella .................................................. Engenheiro Agrônomo | SEMA

Capa:Harvey E. Schlenker e J.

Carneiro

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1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................00

2. CONCEITO DA BIODIVERSIDADE ..........................................................................00

3. VALOR DA BIODIVERSIDADE .................................................................................00

4. DISTRIBUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE ....................................................................00

5. CORREDORES DA BIODIVERSIDADE .....................................................................00

6. BIODIVERSIDADE E SOLO .......................................................................................00

7. BIODIVERSIDADE E ÁGUA ......................................................................................00

8. CAUSAS DA REDUÇÃO DA BIODIVERSIDADE ......................................................00

9. SOLUÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE .................................00

10. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................00

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................00

12. REFERÊNCIAS .........................................................................................................00

Floresta com Araucária. Foto:

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Onça- Pintada | Foto: Denis F. Neto

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A Secretaria de Estado do Meio Ambiente

elaborou o presente trabalho com a participação de

técnicos da área de biologia, agronomia, pedagogia,

geografia, sociologia e engenharia florestal da

Secretaria do Estado do Planejamento e

Coordenação Geral (Sepl), Empresa Paranaense de

Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater),

Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e apoio da

Secretaria de Estado da Educação (Seed).

Este material didático promove o debate da

compatibilização da produção rural com a

conservação ambiental.

Lindsley da Silva Rasca Rodrigues

Secretário de Estado do Meio Ambiente

e Recursos Hídricos

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CONCEITO DA BIODIVERSIDADE

O termo “diversidade biológica” foi criado por

Thomas Lovejoy em 1980. A partir daí, este novo

conceito foi utilizado por ambientalistas

preocupados com a natureza, alertando sobre a

rápida destruição dos recursos naturais. Em 1986,

a palavra “biodiversidade” foi utilizada no primeiro

fórum americano sobre diversidade biológica.

Tendo sido logo aceita, foi sugerida a substituição

da expressão “diversidade biológica” pelo

neologismo “biodiversidade”, que seria mais

eficaz em termos de comunicação.

A popularização do termo tornou-o logo evidente

durante a Conferência do Rio de Janeiro em 1992

(Rio-92), onde foi assinada a Convenção daDiversidade Biológica – tratado este que tinha

como tema a conservação da biodiversidade, o

uso sustentável de seus componentes, a

distribuição justa e equilibrada de seus benefícios

e a utilização dos recursos genéticos, espécies e

ecossistemas.

A biodiversidade ou diversidade biológica, é a

variedade de vida na Terra. Ela é constituída pelas

variedades interespecíficas, entre espécies e de

ecossistemas. A biodiversidade também se refere

às relações complexas entre os seres vivos e entre

seres vivos e seu meio ambiente

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Legenda

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Diversidade genética:

Diversidade que existe dentro da espécie; variedade de

diferentes tipos dos mesmos genes dentro das espécies.

Espécie: populações deseres vivos comcaracterísticas géneticascomuns, que emcondições naturaisreproduzem-se gerandodescendentes férteis eviáveis (IBGE, 2004).

Diversidade do ecossistema:

Riqueza e complexidade de uma ou mais comunidades

(variedade de florestas, lagos, desertos, entre outros).

Diversidade de espécies:

Diferentes tipos de organismos que vivem em uma comunidade/

ecossistema.

Acima: Amigos daBiodiversidadeAo meio: Ipê - amarelo/branco/roxoEmbaixo: Floresta comAraucária / FlorestaEstacional Semidecidual

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VALOR DA BIODIVERSIDADE

A biodiversidade, ou a variedade de vida na Terra, é responsável

pela manutenção da vida em nosso planeta. A interação entre os seres

vivos e a oferta dos bens e serviços que sustentam a sociedade

humana e sua economia. Esses bens e serviços incluem alimentos,

medicamentos, água e ar limpo entre outros recursos naturais que

mantêm uma ampla variedade de atividades humanas e industriais,

que podem ser agricultura, silvicultura, exploração de minérios,

produtos farmacêuticos, lazer e outros (Gross, 2005).

Alguns bens e serviços ambientais decorrentes da biodiversidade

são: ecológicos, econômicos, estéticos e éticos.

Ecológico Econômicmo

Ético

EstéticoFotos: Macaco-prego /apicultura / cachoeira /aldeia indígena

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Ecológicos

Conservação da diversidade de vida: avariedade de espécies vivendo em seusdiversos hábitats e ecossistemas influencia aprodutividade e os serviços que abiodiversidade oferece.

Manutenção dos lagos e depósitos deágua subterrânea: a vegetação teminfluência na estabilidade da vazão dos rios,lagos e na manutenção do nível dosreservatórios de águas subterrâneas.

Fornecimento de alimentos e abrigo (parafauna terrestre e aquática): muitos animaisutilizam as estruturas vegetais para dormir efugir dos predadores.

Conservação e fertilidade do solo:bactérias, fungos, insetos, minhocas entreoutros seres que vivem no solo sãoimportantes para manter a fertilidade do solo.

Controle microclimático: as florestasprotegem o ambiente contra a incidência diretada radiação solar e conservam a umidade doar, reduzindo as variações térmicas. Nasáreas florestadas a temperatura ambientevaria muito pouco entre o dia e a noite (1,5 a2°) e nas áreas desmatadas o intervalo chegaa 10°.

Controle biológico de pragas: é o controlenatural de pragas, realizado pelos própriosanimais.

Reciclagem dos nutrientes: osmicrorganismos, além de auxiliarem nadecomposição, fixam e disponibilizam osnutrientes ao meio. Algumas espécies defungos e bactérias podem degradar metaispesados, pesticidas e esgotos.

Polinização: os agentes polinizadores comoinsetos, aves e mamíferos são essenciais paraas plantas nativas e cultivadas, porqueauxiliam na fecundação.

Dispersão de sementes: muitas espéciesde plantas têm nos animais (aves emamíferos) os principais agentes dispersorespara disseminação de sua espécie.

Banco de genes (germoplasma): mediantea diversidade genética, é possível obter aadaptação das espécies, frente asmodificações climáticas e do ambiente.

Econômicos

Atividades agrícolas e pecuárias:possibilita a produção de alimentos.

Extrativismo: matéria-prima para indústriamoveleira, construção civil, indústria decosméticos, farmacêutica, fonte de nutriçãoe outros.

Medicamentos naturais: utilização deespécies in natura. Exemplos: açoita cavalo,utilizado contra úlceras, inflamações internase gripe, e espinheira-santa, para gastrite entreoutros.

Medicamentos: utilização do princípio ativopela indústria farmacêutica. Exemplo: drogaciclosporina derivada de um fungo, utilizadaem transplantes cardíacos e renais.

Melhoramento do banco genético: buscade culturas e raças mais produtivas eresistentes para a agropecuária.

Indústria da biotecnologia: fonte depesquisa para novos medicamentos.

Estéticos Lazer e ecoturismo: o contato com a

natureza nos proporciona prazer e bem-estar.

Éticos Cada espécie tem o direito de existir,

beneficiando ou não a humanidade. Nenhuma espécie é independente, as

espécies necessitam uma das outras parasobreviver.

Na ausência de dados concretos científicosde efeitos danosos sobre o meio ambiente,devem ser tomadas precauções que evitemeste risco.

Biotecnologia: significaqualquer aplicação

tecnológica que utilizasistemas biológicos,organismos vivos, ouseus derivados, parafabricar ou modificar

produtos ou processospara utilização específica

(IBGE,2004).

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DISTRIBUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE

No planeta Terra encontramos diferentes ambientes que são

habitados por várias formas de vida. Dentre esses locais, muitos se

mantêm pouco conhecidos, a exemplo do solo, do fundo dos mares e

das copas das árvores das florestas tropicais, que abrigam variados

tipos de insetos, os quais quase nunca chegam ao chão (Wilson &

Peter, 1997).

Os cientistas acreditam que existem aproximadamente 10 milhões

de espécies. Destas espécies, 1.413.000 foi catalogado; sendo

751.000 insetos, 248.500 espécies de plantas, 69.000 fungos, 26.900

algas, 4.800 bactérias e formas similares, 1000 vírus, 30.800 protistas,

281.000 todos outros animais (Primack & Rodrigues, 2001).

As Florestas Tropicais cobrem 7% da superfície terrestre e detêm

entre 50% e 80% das espécies da biota mundial (Wilson & Peter, 1997).

Os países mais ricos em biodiversidade são denominados pela

organização Conservação Internacional (CI) “Países de

Megadiversidade”, termo este criado pelo primatólogo Russell Mittermeier.

Os 12 países megadiversos estãodistribuídos em quatro continentes.

Países com ricaBiodiversidade:

1º - Brasil2º - Colômbia3º - México4º - Zaire5º - Madagascar6º - Indonésia

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3.1. Biodiversidade Brasileira

O Brasil apresenta a maior diversidade biológica dentre os 12 países

megadiversos (Wilson & Peter, 1997). Considera-se que o Brasil

possui de 15 a 20 % de toda a biodiversidade mundial e o maior

número de espécies endêmicas do globo. Foram catalogadas

aproximadamente 45 mil espécies de plantas superiores (22% do

total mundial), 524 de mamíferos (131 endêmicos), 517 anfíbios (294

endêmicos), 1.622 espécies de aves (191 endêmicas), 468 répteis

(172 endêmicos). Estima-se que haja cerca de 3.000 espécies de

peixes de água doce (Lewinson, T. M., 2002).

Segundo a Conservação Internacional (2000), no Brasil está

aproximadamente um terço das florestas tropicais do mundo, com

358 milhões de hectares, o que representa uma área maior do que a

encontrada em todo continente africano e asiático. Isso é possível em

função da localização, geografia, dimensão, condições climáticas,

estoque de água e extensão costeira. Os biomas brasileiros são:

Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

3.2. Biodiversidade Paranaense

O Estado do Paraná é formado por várias regiões fitogeográficas,

resultantes de suas peculiaridades geomorfológicas, pedológicas e

climáticas. As florestas presentes no Estado pertencem a três tipos

principais: Floresta Ombrófila Densa (litoral e Serra do Mar), Floresta

Estacional Semidecidual (oeste e norte do Estado) e a Floresta com

Araucária (leste e sul da região dos planaltos). As três unidades

fitogeográficas estão englobadas no Bioma “Mata Atlântica” Existem

ainda outras formações não-florestais na área do Estado, entre elas

estão os campos, nas regiões de Ponta Grossa e Guarapuava, os

cerrados, restingas, mangues, várzeas, campos de altitude e

vegetação rupestre (Maack, 1981).

A biodiversidade paranaense apresenta uma rica variedade de

espécies: 10.000 espécies de borboletas e mariposas, 450 de

abelhas, 950 de peixes,160 de répteis, 770 de aves e 180 de

mamíferos (Mikich & Bérnils, 2004).

Espécie endêmica:espécie animal ouvegetal que ocorresomente em umadeterminada área ouregião geográfica(IBGE,2004).

Fitogeografia: Ramo daEcologia que se ocupado estudo dadistribuição e dasrelações existentes entreos vegetais e o meioambiente. IBGE 2004

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Amazônia

É a maior floresta tropical, abrigando entre 10 e 15% da biodiversidade global, sendo

considerado o maior banco genético do planeta. Cobre 42% do território nacional, com uma

formação de paisagens com florestas, densa rede de drenagem, igapós e uma fauna

abundante (por exemplo: peixe-boi, boto, paca, araras, papagaios, cobras e variadas

espécies de peixes como tucunaré e pirarucu).

Cerrado

Cobre 28% do território nacional, apresentando uma

paisagem constituída por árvores e arbustos tortuosos. Em suas

regiões são encontrados canyons, chapadas, cachoeiras e rica

diversidade de animais (por exemplo: lobo-guará, onça-

pintada, tamanduá, carcará, ema e gavião).

Caatinga

É um bioma exclusivamente brasileiro e estudos

recentes relatam que há uma grande diversidade de

espécies endêmicas de alto valor para fins de conservação nesta

região. Em suas paisagens é encontrada uma vegetação arbustiva semidesértica que

perde as folhas na estação seca, entre elas estão a aroeira, juazeiro, xiquexique e uma

fauna variada (por exemplo: cascavel, jibóia, gambá e veado catingueiro).

PantanalPantanalPantanalPantanalPantanal

É a maior planície inundável do planeta, onde os rios da bacia do Rio Paraguai extravasam

suas águas nos meses mais secos, muitas regiões ainda permanecem alagadas, dando origem

a pequenas lagoas entremeadas por terras firmes. Possui plantas típicas de brejo, vegetação

típica do cerrado, de campo, de floresta e uma fauna diversificada (por exemplo: veados,

macacos, araras, jaburu, capivaras e jacarés).

Mata Atlântica

O bioma Mata Atlântica envolve variados ecossistemas: Floresta Ombrófila Densa, Floresta

Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e em algumas

áreas existem fragmentos de cerrado, campos e campos de altitude. Também estão

compreendidos Manguezais, Restingas, Praias e Ilhas Litorâneas. Ocorre uma grande

diversidade de espécies, tais como: onças, micos, papagaios, tamanduás, golfinhos, lagartos,

ostras, entre outros.

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Pampa

Na Região Sul, no Estado do Rio Grande Sul, são encontrados

os pampas, regiões de campos em áreas planas com a presença

de arbustos. Em áreas de vegetação úmida, encontram-se os

banhados. Também existem os campos situados em áreas de

transição com o domínio de araucárias e espécies associadas da

flora e fauna (por exemplo: marrecos, garças, capivara, veados e

lontras).

Fonte mapa: Ibge, 2003 | Ilustração: Adalberto Camargo

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As florestas são uma das maiores expressões da biodiversidadee propiciam o equilíbrio ecológico e climático que sustentam a vidano Planeta. O Projeto Paraná Biodiversidade atua em duas regiõesfitogeograficas: Floresta Ombrófila Mista e Floresta EstacionalSemidecidual, sendo consideradas importantes áreas derepresentatividade da biodiversidade.

Floresta Ombrófila Mista - Floresta com Araucária

Originalmente, a Floresta com Araucária ocupou 49,8% de todoParaná, sendo a maior área de abrangência de Floresta com Araucáriana Região Sul do Brasil. Segundo Leite & Klein (1990), a Florestacom Araucária é composta de 352 espécies, das quais 13,3% sãoexclusivas desta região. Localizam-se em regiões serranas e planaltos,entre as altitudes de 500 a 1.500 metros, podendo chegar até os 2.300metros acima do nível do mar.

A Araucária ou pinheiro-do-paraná é uma planta dióica, comárvores masculinas e femininas, pode variar de 30 a 50 metros altura.As árvores jovens apresentam a copa em forma de cone, as adultas,em forma de guarda-chuva e quando se tornam senis, a forma é deuma taça. Esta espécie pode viver em média entre 200 e 300 anos.

O vento é o agente polinizador, responsável pelo transporte do pólenda flor masculina da araucária para a feminina. Este processo ocorreentre os meses de agosto e outubro.

Espécies associadas:• imbuia,• pinheiro-bravo,• canela-sassafrás,• ipê amarelo,• cedro,• bracatinga,• canela-guaiacá,• erva-mate, entreoutras.

Floresta com Araucária

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Floresta Estacional Semidecidual

Este tipo de vegetação recebe este nome porque entre 20 e 50%

das árvores caducifólias neste conjunto florestal perdem suas folhas

em função da ação de fatores climáticos: verões quentes e chuvosos

e invernos frios e secos.

Originalmente essa floresta ocupou 37,6% de todo o Estado do

Paraná, mas hoje restam dela apenas fragmentos florestais; o maior

e mais significativo é o Parque Nacional do Iguaçu, com mais de 185.000

ha de Floresta Estacional Semidecidual. Segundo Leite & Klein (1990),

foram catalogadas 213 espécies arbóreas na região da Floresta

Estacional Semidecidual, sendo 20% exclusivas da região. Algumas

espécies encontradas são: peroba, ipê-roxo, pau-d’alho, pau-marfim,

canafístula, louro-pardo, grápia, palmito, cabreúva, guabiroba, figueira,

pitanga, xaxim bugio, entre outras.

A altitude de ocorrência desta floresta pode variar de 400 a 500 metros

nas regiões norte, oeste, sudoeste do Paraná e entre 400 e 1.500 metros

nas regiões norte e oeste, próximo às áreas de transição com a Floresta

Ombrófila Mista.

Fragmentos florestais:qualquer área defloresta nativa, semconexão com áreasflorestais vizinhas,separados destas poráreas agrícolas,pastagens, florestascomerciais de espéciesexóticas ou mesmo áreasurbanas (MMA, 2003).

Floresta Estacional Semidecidual

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FaunaMacaco-prego | Foto: Harvey E. Schlenker

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Fauna

A fauna representa um importante papel na manutenção do equilíbrio

ecológico como controladores de população, biondicadores,

recicladores, polinizadores e dispersores de sementes.

Controladores de população

Alguns exemplos dos principais predadores responsáveis pelo

controle das populações são: onças, iraras e gaviões, que estão no

topo da cadeia alimentar.

As cadeias alimentares são níveis de alimentação encontrados em

todas as comunidades de seres vivos, ou seja, seres de um nível se

alimentam dos membros do nível abaixo e são consumidos por aqueles

do nível acima, para que haja equilíbrio entre as populações de

espécies e elas não aumentem demais (SEMA 2006); da mesma forma

doenças e parasitas têm sua função na cadeia alimentar, controlando

o crescimento das populações.

Recicladores

No nível trófico dos decompositores, além dos fungos e bactérias,

os insetos são importantes recicladores de nutrientes da floresta.

Algumas larvas alimentam-se de matéria morta e existem os animais

carniceiros como o urubu.

Bioindicadores

A qualidade dos ecossistemas pode determinar a presença de

certas espécies de animais que são considerados bioindicadores e

podem ser aliados importantes do ser humano como indicadores

ambientais das várias modificações ocorridas no meio ambiente

(Hammes, 2002).

Alguns mamíferos precisam de uma grande área para sobreviver.

O puma precisa de cerca de 3.200 ha, dependendo do ambiente em

que vive, disponibilidade de alimento e se a fêmea está criando e

alimentando seus filhotes e a anta necessita de 200 ha (Mikich &

Bérnils, 2004).

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Reduzindo a área de que cada animal necessita, esses animais

podem desaparecer ou são obrigados a deslocar-se para outras

áreas, atacando criações. A sua presença torna-se um fator indicador

da qualidade dos hábitats locais, porque são consideradas espécies

situadas no topo de cadeia alimentar no caso do puma, ou por

necessitar de ambientes em bom estado de conservação como ocorre

com a anta.

Segundo Sick (1984), algumas espécies de aves, que pertencem

ao topo da cadeia alimentar, como a Harpia harpyja são importantes

bioindicadoras da qualidade ambiental.

As formigas de correição ou caçadoras não sobrevivem em

florestas muito fragmentadas ou em pequenas áreas florestadas, este

processo pode prejudicar diversas espécies de aves, que se

alimentam dos animais que fogem da aproximação das formigas

(Hammes, 2002).

Bioindicadores: sãoseres vivos cuja presençaem um determinadoambiente indica aexistência demodificações denatureza biológica, físicaou química. (IBGE, 2004).

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POLINIZAÇÃO

Muitas plantas possuem atrativos para chamar atenção de seus

agentes polinizadores, como flores com cor, odor, pólen, néctar, cera

ou óleo. Existem alguns insetos que podem ser atraídos pela flor por

meio da cor e odor, mesmo que este não seja agradável aos humanos.

Há flores com cheiro de carne podre, atraente para as moscas, como,

por exemplo, as da planta exótica Raflesia. Entre os principais agentes

polinizadores, além dos insetos como as abelhas, borboletas, vespas

e besouros, estão os pássaros e morcegos.

DISPERSÃO

Os insetos, as aves e os mamíferos são excelentes dispersores de

sementes, sendo importantes na regeneração, recuperação dos

ambientes florestais.

TIPOS DE POLINIZAÇÃOAnemofilia ventoHidrofilia águaEntomofilia insetosOrnitofilia avesQuiropterofilia morcegos

Fonte: Hammes, 2002.

TIPOS DE DISPERSÃOEspécie

Anemocoria (vento)Autocoria (abertura do fruto)

Baracocoria (gravidade)Hidrocoria (água)

Quiroptocoria (morcegos)Mamalocoria (mamíferos)

Ornicoria (aves)

Borboletas | Foto: Denis F. Neto

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4. CORREDORES DE BIODIVERSIDADE

Corredor de Biodiversidade: de acordo

com a concepção do Projeto Paraná

Biodiversidade é uma área com extensão e

largura variáveis que compreende um

mosaico de uso da terra formado por

fragmentos de vegetação natural, agricultura,

pecuária ou outro uso, gerenciada de forma

integrada para garantir a conservação da

biodiversidade.

Os critérios para a definição dos

corredores, a serem implantados pelo Projeto

Paraná Biodiversidade, tiveram por base a

análise das regiões existentes, cuja presença

de espécies-chave, animais e vegetais, fosse

significativa para a biodiversidade local,

regional e global.

A formação dos corredores de biodiver-

sidade pode proporcionar os seguintes

benefícios:

Integração de remanescentes florestais:a conexão entre fragmentos isolados permite oaumento dos fluxos biológicos de fauna e florae conseqüentemente o aumento dabiodiversidade. Muitas espécies frugívoraspassam a transitar de um fragmento para outroe são importantes dispersoras de sementes.

Controle da erosão: o aumento de vegetaçãoreduz o impacto da chuva no solo e os efeitosde enxurrada acarretando a erosão e oempobrecimento do solo.

Recarga hídrica: proporciona melhorabsorção da água da chuva pelo solo, evitandoo rebaixamento do lençol freático, mantendo osníveis dos rios.

Manutenção de micro-clima: a vegetaçãoauxilia a manutenção da estabilidade térmica.

Embelezamento das paisagens locais:proporcionam lugares de recreação e lazer,além de causar uma sensação de harmonia ebem-estar.

Corredor de Santa Maria, PR.

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A figura a seguir representa a formação dos corredores da

biodiversidade por meio da conexão da mata ciliar, que é a vegetação

existente nas margens dos rios, dos lagos, das represas, dos córregos

e das nascentes.

O corredor da biodiversidade interliga os fragmentos florestais

representados pela mata ciliar, reserva legal, ou qualquer área de

floresta vizinha, localizadas próximas às áreas agrícolas, pastagens,

florestas comerciais de espécies exóticas ou mesmo áreas urbanas.

MATAS CILIARES

Os corredores podem ser formados através das matas ciliares

interligando as unidades de conservação a outros fragmentos

florestais.

Zona deamortecimento: são asáreas circundantes das

Unidades deConservação, onde as

atividades humanasestão sujeitas a normas e

restrições específicas,com o propósito de

minimizar os impactosnegativos sobre a

unidade.

Mata Ciliar.

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A preservação da Mata Ciliar é importante, por inúmeras razões,

as principais são:

Reter/filtrar resíduos de agrotóxicos, evitando a poluição dos

cursos d’água.

Proteger contra o assoreamento dos rios, evitando enchentes.

Formar corredores de biodiversidade.

Recuperar a biodiversidade nos rios e áreas ciliares.

Conservar o solo.

Auxiliar no controle biológico da fauna, inclusive das pragas.

Equilibrar o clima.

Melhorar a qualidade do ar, água e solo.

Manter a harmonia da paisagem.

CORREDOR ARAUCÁRIA

O Corredor Araucária está situado na região da Floresta Ombrófila

Mista (Floresta com Araucária). Juntamente com a Araucária,

encontramos outras espécies, tais como: bracatinga, canela-guaicá,

cedro, erva-mate e imbuia.

A fauna local exerce importante papel na disseminação da Araucária

por meio da dispersão das sementes (pinhão). Esta

fauna é representada pelo bugio-ruivo, capivara,

cateto, curió, gato-do-mato-pequeno,

lontra, papagaio-de-peito-roxo, saíra-

sete-cores, tamanduá-de-colete,

veado-virá, entre outros.

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CORREDOR IGUCORREDOR IGUCORREDOR IGUCORREDOR IGUCORREDOR IGUAÇU PAÇU PAÇU PAÇU PAÇU PARANÁARANÁARANÁARANÁARANÁ

No Corredor Iguaçu-Paraná

situa-se uma área de transição

das duas regiões: Floresta

Ombrófila Mista e Floresta

Estacional Semidecidual. Principais

elementos da flora:pau-marfim,

alecrim, feijão-cru, guajuvira,

cedro, canelas, jerivá, fumo-bravo,

capororoca, mamica-de-porca,

canafístula, angico-vermelho, xaxim,

pinheiro, cabreúva, grápia, palmito e

peroba. Principais elementos da fauna: juruva, formigueiro-de-

asa-vermelha, mosqueterinho, tié-tinga, bico-de-pimenta,

papagaio-do-peito-roxo, macuco, urubu-rei, pica-pau-de-cara-amarela, inambu,

tucano, canário-da-terra, jacu, azulão, macuco, onça, cuíca, tamanduá, morcego, bugio,

cateto, veado, cutia, paca, tapiti, cisqueiro, capivara, irara, jaguatirica, quati, queixada

e puma.

CORREDOR CAIUÁ-ILHA GRANDE

O Corredor Caiuá-Ilha Grande situa-se na

Floresta Estacional Semidecidual abrangendo

as ilhas e várzeas do Rio Paraná,

representa um ambiente com rica

biodiversidade de espécies aquáticas

entre outras. Principais elementos da

flora: figueira, amendoim, guarita,

cedro, canafístula, pau-óleo,

capixingui, canelinha, jaracatiá,

louro, angico, canjarana, rabo-de-bugio, tápia,

embaúba, sapuva, guabiroba, ipê-roxo, peroba,

pitanga. Principais elementos da fauna: garça-cinza,

garça vaqueira, perdiz, coleira, jacu, papagaios, tatu,

lontra , anta, ariranha, onça-pintada, urubu-rei, puma,

tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, macaco-prego,

lontra, veado e gato-do-mato.

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8. BIODIVERSIDADE E SOLO

O solo é a camada mais fina da crosta terrestre, sendo a base

para o desenvolvimento da vida. O solo é originado pela ação de

agentes intempéricos (ventos, chuvas, gelo, variação de temperatura

e organismos) na rocha matriz, seguido de um processo de formação

em determinado relevo ao longo do tempo. Os solos podem variar

conforme sua origem, natureza e composição relativa à quantidade

de materiais minerais e matéria orgânica.

Além das plantas, existem outras formas de vidas que habitam o

solo, como animais (cupins, formigas, minhocas, besouros, colêmbolos,

tatuzinhos, ácaros, aranhas e centopéias) e os microrganismos

(bactérias, protozoários, algas e fungos), que realizam uma série de

processos relacionados à circulação do ar, infiltração da água, produção

de húmus, mobilização de nutrientes, estruturação e formação do solo;

daí porque o solo é considerado um “sistema vivo”.

Existe uma inter-relação entre a vida no solo, por exemplo muitos

organismos contribuem para a estrutura granulosa estável à água,

liberação de enzimas excretadas, contribuindo para nutrição das

plantas, estimulando o crescimento de plantas de culturas (Primavesi,

2002). Em função dessa inter-relação, a extinção de uma espécie

pode ocasionar a perda de várias espécies e proliferação de outras,

gerando um desequilíbrio do ecossistema natural. Quanto maior a

variedade de espécies de plantas no cultivo, mais microrganismos

existirão no solo, por esse motivo é recomendado a diversidade de

cultivo em lugar da monocultura.

Podemos considerar também que o clima e o tipo de vegetação

são fatores que influenciam a inter-relação entre a vida e o solo. Dessa

relação surge a possibilidade de alguns seres vivos serem utilizados

como bioindicadores, que são excelentes sinalizadores do excesso

ou carência de alguns elementos ou nutrientes. Os bioindicadores

podem aparecer em determinada cultura, em quantidade proporcional

ao desequilíbrio, podendo ser animais, insetos, vegetais, fungos,

bactérias e vírus.

SOLO

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Alguns bioindicadores são bioacumuladores, pois denunciam a

presença de substância tóxicas, acumulando-as.

ORGANISMOS SINALIZADORES INDICADORES

Ausência de abelhas Resíduos de agrotóxicosCapim-sapé Ph baixo do solo

Carqueja Excesso de umidade no invernoe falta de umidade no verão

Cigarrinhas Poucos animais no lote e pasto alto e úmidoGuaxuma Laje superficial

Poucos pássaros predadores (o que tambémInfestação aranha pode significar excesso de agrotóxicos,

local pouco sombreado)

Excesso de moscas e larvas Excesso de matéria orgânica em decomposiçãosem devida cobertura.

Muito carrapato Poucos predadores (aves), excesso desombreamento (umidade) e pasto muito alto.

Nabo-bravo Carência de boro e manganêsSamambaia Excesso de alumínioTiririca Laje duraFonte:Hammes,V.2002.vol.4

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SOLO

Função biológica

O solo abriga numerosas espécies vegetais e animais. Numerosos ciclosbiogeoquímicos (água, carbono e nitrogênio) ocorrem no solo, que é parte integrantede numerosos ecossistemas.

Função alimentar

O solo contém pequenas quantidades de elementos minerais (ferro, cálcio,magnésio e outros) e de matéria orgânica, além de água e ar, necessários à vidadas plantas e dos animais. Quando nos alimentamos com vegetais ou animaisestamos ingerindo esses elementos vindos do solo que são essenciais à nossasaúde.

Função de filtro

O solo é poroso, assim a água proveniente da chuva pode atravessá-lo. Aopercorrer esse caminho até a água subsuperficial e subterrânea, a água vaiagregando outros elementos, por meio de processos físicos, químicos e biológicos.

Função material

O solo é suporte para as atividades agrícolas, construções, estradas, casas eoutras.

Fonte: Hammes, V. 2002.vol.3

Composição do solo

Os solos podem variar conforme sua origem, natureza e composiçãorelativa à quantidade de materiais minerais e matéria orgânica. O sologeralmente é composto por 45% de substâncias minerais (areia,argila, silte), 25% de ar, 25% de água e 5 % de matéria orgânica(restos de animais e plantas).

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Solo e Agricultura

O solo é fonte de recursos naturais para agricultura. Com o

crescimento populacional mundial e a conseqüente necessidade de

aumento da produção de alimentos, cada vez mais se utilizam grandes

áreas terrestres para atividades agrossilvipastoris.

Para aumentar a produção, a agricultura passou a fazer uso intensivo

de máquinas e tratores agrícolas, monocultura, irrigação, aplicação

de fertilizante sintético, controle químico de pragas e doenças

(agrotóxicos), sementes melhoradas e corretivas de solo. Todas estas

práticas quando usadas irracionalmente causam danos ambientais.

Entre os danos ambientais associados a essa irracionalidade estão:

a contaminação da água, do ar, do solo e do homem; a destruição de

ambientes frágeis levando conseqüentemente à perda da

biodiversidade.

“Para formar os 30 cmde solo agrícola no qualtrabalhamos, a naturezalevou, em média, 12.000anos” (Hamerschmidt,2005).

Paisagem | Foto: J. Carneiro

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Produção Rural e Conservação da Biodiversidade

O Paraná é o principal estado agrícola do país, responsável pela produção de grãos

(milho, trigo, feijão e soja), ocupando o ranking nacional:

• 1º produtor de casulo de seda,

• 2º produtor de soja e frango,

• 3º produtor de mandioca e suíno,

• 4º produtor de café e leite.

Fonte: SEAB, março 2007.

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29Produção rural | Fotos: arquivo EMATER

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Práticas Conservacionistas

As práticas conservacionistas são alternativas para conservação

do solo e da água. A seguir, as principais práticas incentivadas pelo

Projeto Paraná Biodiversidade:

Práticas Mecânicas

Técnicas utilizadas para diminuir a velocidade da água que causa

erosão (quando não há a cobertura vegetal, ou ela é deficiente) do

solo. As mais utilizadas são: terraceamento, plantio em contorno e

curva de nível.

Terraceamento: prática mecânica de conservação de solo,

constituída de camalhão e canal, visando, além de interceptar a água

de enxurrada, em casos de muito volume, também conduzir o excesso

pelo canal, sem causar erosão e perda do solo.

Plantio em contorno: plantio que consiste em dispor as fileiras

das plantas e preparar todas as operações de cultivo no sentido

transversal a pendente do terreno, por meio de curvas de nível ou linhas

de contorno.

Curva de nível: linha que se apresenta em um mapa ou carta,

destinada a retratar matematicamente uma forma de relevo, unindo

todos os pontos de igual altitude em relação à uma superfície de

referência, em geral o nível médio do mar.

Decompositores:microrganismos (fungos

ou bactérias) querealizam a

decomposição damatéria orgânica, ouseja, eles contribuem

para que os organismosmortos (inclusive

plantas, animais e sereshumanos sedesintegrem

(SEMA,2006).

Terraceamento.

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Práticas Vegetativas

Técnicas utilizadas para diminuir a velocidade da água e melhorar as condições químicase físicas do solo. As práticas vegetativas mais recomendadas pelo Projeto são: plantio direto,cobertura vegetal, rotação de cultura, adubação verde e quebra vento.

Plantio direto: sistema de semeadura, no qual a semente é colocada diretamente no solonão revolvido, com a utilização de máquinas especiais. É aberto um pequeno sulco ou cova, comprofundidade e larguras suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com osolo, sendo que não mais do que 25% a 30% da superfície do solo são preparados.

Cobertura vegetal: camada constituída de plantas vivas sobre a superfície do solo, quetem como função a proteção do solo contra a erosão.

Rotação de cultura: sistema de plantio que consiste em alternar em um mesmo terrenodiferentes culturas em uma seqüência de acordo com um plano definido. A escolha das culturasque deverão entrar em rotação deve levar em conta diversos fatores, tais como condições dosolo, topografia, clima, dentre outros.

Adubação verde: técnica agrícola utilizada para elevar o conteúdo de matéria orgânicano solo. As plantas que apresentam crescimento rápido são cortadas jovens, ainda verdes eincorporadas ao solo, promovendo seu enriquecimento pela ação de microrganismosdecompositores, aumentando a capacidade de reter fertilizantes e manter a umidade do solo.Devem ser preferidas aquelas da família das leguminosas, que, além da matéria orgânica,incorporam ainda nitrogênio ao solo.

Quebra-vento: método que consiste em estabelecer uma barreira densa de árvores,colocadas a intervalos regulares no terreno, em regiões sujeitas a fortes ventos, de modo aformarem anteparos contra os ventos dominantes, impedindo desta forma a erosão eólica. Osmais eficientes são aqueles que possuem diferentes espécies de plantas, com as de menorporte colocadas na frente, com o aumento gradual do tamanho.

Plantio direto.

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Degradação do solo

O mau uso e o manejo do solo sem a utilização de técnicas

adequadas ao tipo de solo e topografia geram a degradação

ambiental (esgotamento do solo), levando à desertificação e ao

abandono destas áreas por terem se tornado inapropriadas. Isso pode

acontecer em função do uso e da ocupação inadequados do solo e

da utilização intensiva de insumos por meio da adubação química e

agrotóxicos.

Os principais problemas ambientais gerados são:

compactação, empobrecimento e salinização do solo, devido àmecanização excessiva;

perda de nutrientes, eliminação da microfauna – pequenosanimais, insetos, fungos e bactérias – e perda de matériaorgânica, por queimadas;

eliminação de inimigos naturais e aparecimento de pragasresistentes, devido ao aumento da dose de adubos e pesticidas,elevando o custo da produção;

diminuição da biodiversidade, ocasionando extinção de algumasespécies animais, da diversidade vegetal; introdução de espéciesexóticas;

erosão e assoreamento dos cursos e nascentes d’água; contaminação química e biológica das águas superficiais esubterrâneas;

poluição das águas e do ar; lixo tóxico e desequilíbrio climático.

Erosão.

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Práticas apoiadas pelo Projeto ParanáBiodiversidade

São apresentadas a seguir sugestões de algumas técnicas agrícolas

menos impactantes, para o uso sustentável da biodiversidade. Tais

como: restabelecimento da biodiversidade e da paisagem,

racionalização do uso de insumo e otimização do solo agrícola.

Restabelecimento da biodiversidade

retorno de plantas e animais funcionais; reequilíbrio das populações e; melhoria das condições ecológicas nos ecossistema.

Restabelecimento da paisagem

recuperação de matas ciliares e reserva legal; implementação dos corredores e enriquecimento dosremanescentes florestais;

instalação de bebedouros, que são utilizados as matas ciliares,na dessendentação (matar a sede) dos animais, evitando queeles tenham acesso aos mananciais naturais.

Racionalização no uso de insumos

diminuição do uso de adubos químicos e utilização racional debiocidas;

controle biológicos de pragas, manejo de pragas, plantasdaninhas e doenças;

cultivo de espécies e variedades menos suscetíveis; adequação de resíduos – embalagens e; construção de abastecedouros comunitários que evita o uso de rios,córregos, várzeas, sendo utilizados diretamente para coleta de água.

Otimização do uso do solo agrícola

adoção de algumas práticas de recuperação e conservação dosolo;

manejo e aptidão do solo e; planejamento da propriedade e adoção de modelo de produçãosustentável, com visão agroecológica.

As práticas acima visam a compatibilização rural com aconservação ambiental, alternativas menos impactantes que podemser implementadas nas propriedades rurais.

Biocida: substânciaquímica de origemnatural ou sintética queé utilizada para controlarou mesmo eliminarorganismos vivosconsiderados nocivos àatividades ou saúdehumana (SEMA,2006).

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Agricultura conservacionista

Contempla o plantio direto na palha; a cobertura

permanente do solo; o manejo integrado de pragas, de

doenças e de ervas daninhas; o uso do solo conforme

aptidão das terras e a adoção de práticas

complementares de controle da erosão e da poluição.

Agricultura biológica

Destaca-se pelo controle biológico,

manejo integrado de pragas e doenças e

pela teoria da trofobiose. Esta agricultura

reforça o uso da adubação orgânica e

demais técnicas biológicas.

Agricultura integrada

Um sistema de exploração

agrária que produz alimentos e

outros produtos de qualidade,

minimizando o uso dos insumos.

Permacultura

Procura criar agroecossistemas

sustentáveis mediante a simulação dos

ecossistemas naturais, priorizando culturas

perenes, em especial as árvores.

○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Segundo Hamerschmidt (2005), para sanar este

problema, novos sistemas alternativos de produção

agrícola podem ser adotados com enfoque ecológico,

visando conciliar produção, qualidade, ambiente e lucro.

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Trofobiose: teoria queexplica que o aumentode pragas oudesequilíbrio biológicosnos agroecossistemas ébaseado no equilíbrionutricional das plantas(HAMERSCHMIDT, 2005).

Agricultura orgânica

Tem como base a manutenção da

fertilidade do solo e da sanidade

geral da planta, por meio da

adubação orgânica e diversificação

e rotação de culturas.

Agricultura alternativa

Agricultura alternativa, regenerativa ou

sustentável: são outras denominações que se

assemelham do ponto de vista técnico, em uma

ou outra categoria mencionada.

Agroecologia

Tem como base uma abordagem que

integra os princípios agronômicos,

ecológicos e socioeconômicos, utilizando

o agroecossistema como unidade de

estudo e trabalho.

Agricultura natural

Preconiza a menor alteração possível no funcionamento

natural dos ecossistemas e utiliza microrganismos

benéficos à produção vegetal e animal, conhecidos

pela sigla EM (microrganismos eficazes).

○○○○○○○○○○○○○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Agricultura biodinâmica

Aplica todos os princípios da

agricultura orgânica acrescidos de

preparados dinzmiados como

homeopatia agrícola.

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6 . ÁGUA E BIODIVERSIDADE

A água é um bem precioso indispensável a todos os seres vivos; é

um elemento básico e necessário na maioria das atividades humanas,

pois utilizamos intensamente a água em nosso dia-a-dia. A água atua

no metabolismo dos seres vivos e também é importante para os

ecossistemas e na composição dos solos.

Os seres vivos precisam de água para realizar seus processos

vitais. Tanto as plantas como os animais e o ser humano precisam

absorver as substâncias alimentares que ingerem e é a água que

auxilia na dissolução desses nutrientes, levando-as a todas as partes

do organismo (Cruz, 2001). A água também é responsável pela

manutenção da temperatura corporal.

A água é essencial na produção de energia elétrica, limpeza das

cidades, construção de obras, combate a incêndios e irrigação de

jardins, entre outros. As indústrias a utilizam como matéria-prima, ou

remoção de impurezas, geração de vapor e refrigeração. A agricultura

é a que mais consome água, cerca de 70% de água captada (IDEC,

2005).

Na biosfera a água é a substância mais abundante. Pode estar em

seus diferentes estados nos oceanos, rios e lagos, nas calotas polares

e geleiras, no ar e no subsolo. A água dos oceanos representa cerca

de 97% do total disponível no planeta. Do restante, aproximadamente

2% está na forma de gelo e atmosfera e a água doce representa

apenas 1% sendo disponível para uso.

ÁguaRio Paraná.

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Classificação das Águas

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA - estabelece a

seguinte classificação das águas, para defesa de seus níveis de

qualidade:

Águas destinadas

I – Classe Especial:I – Classe Especial:I – Classe Especial:I – Classe Especial:I – Classe Especial:a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção;b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II - Classe 1:II - Classe 1:II - Classe 1:II - Classe 1:II - Classe 1:a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;b) à proteção das comunidades aquáticas;c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvam rentes ao solo e que são ingeridas cruas sem remoção de película;e) à criação natural e(ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à

alimentação humana.

III - Classe 2:III - Classe 2:III - Classe 2:III - Classe 2:III - Classe 2:a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;b) à proteção das comunidades aquáticas;c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho);d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;e) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à

alimentação humana;

IV - Classe 3:IV - Classe 3:IV - Classe 3:IV - Classe 3:IV - Classe 3:a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;c) à dessedentação de animais.

V - Classe 4V - Classe 4V - Classe 4V - Classe 4V - Classe 4:a) à navegação:b) à harmonia paisagística;c) aos usos menos exigentes.Águas Salinas

VI - Classe 5:VI - Classe 5:VI - Classe 5:VI - Classe 5:VI - Classe 5:a) à recreação de contato primário;b) à proteção das comunidades aquáticas;c) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à

alimentação humana.

VII - Classe 6:VII - Classe 6:VII - Classe 6:VII - Classe 6:VII - Classe 6:a) à navegação comercial;b) à harmonia paisagística;c) à recreação de contato secundário.Águas Salobras

VII – Classe 7:VII – Classe 7:VII – Classe 7:VII – Classe 7:VII – Classe 7:a) à recreação de contato primário;b) à proteção das comunidades aquáticas;c) à criação natural e (ou) intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à

alimentação humana.

IX – Classe 8:IX – Classe 8:IX – Classe 8:IX – Classe 8:IX – Classe 8:a)à navegação comercial;b)à harmonia paisagística;c) à recreação de contato secundário.

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Bacias Hidrográficas

Uma região compreendida entre divisores de água, na qual toda

água precipitada escoa por um único exutório, isto é, o ponto mais

baixo, no limite de um sistema de drenagem (Ibge, 2004).

É uma unidade espacial que encerra uma série de vantagens para

o planejamento do manejo e da conservação dos recursos naturais,

principalmente das matas ciliares.

Ações para o Manejo de Bacias Hidrográficas

Proteção para áreas de recarga: manutenção de florestas e

proibição de atividades poluentes no entorno.

Agricultura em terraço: são práticas indispensáveis para

lavoura em terrenos declivosos.

Mecanização em áreas planas: as máquinas devem ser

usadas sem excesso e somente nas áreas planas, trabalhando

em nível.

Preservação das mata ciliares: toda margem de rio deve ser

coberta por mata, é a proteção para o rio e para o solo.

Consórcio de cultura: a rotação de culturas diferentes

descansa e desintoxica os solos.

Agricultura em curvas de nível: evita a perda de nutrientes

do solo.

Cortinas protetoras, quebra-ventos: diminuem as secas,

protegem a lavoura e abrigam o gado.

Utilização racional dos rios e lagos: uma área bem manejada

favorece a vida silvestre.

Tratamento de efluentes, resíduos de criadouros esaneamento das casas: evita a contaminação da água.

Rio Iguaçu | Foto: Harvey E. Schlenker

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Bacia do Iguaçu

A bacia do Iguaçu possui uma superfície de 70.800 km2, 80,4%

está no Paraná, 16,5% em Santa Catarina e 3% na Argentina. A maior

parte deste território é coberta originalmente por Floresta Ombrófila

Mista (Floresta com Araucária); na região oeste é coberta pela

Floresta Estacional Semidecidual, sendo que somente o Parque

Nacional do Iguaçu tem aproximadamente 225 mil hectares de Floresta

Estacional Semidecidual. O Parque abriga mais de 340 espécies de

aves, 40 de mamíferos e 700 de borboletas. A bacia do Rio Iguaçu

abriga os corredores da biodiversidade: Iguaçu - Paraná no sudoeste

e Araucária no centro-sul.

Bacia Paraná I

A bacia do Paraná I possui uma superfície de 1.629,45 km2,

localizada na região noroeste do Estado. Esta bacia é composta pela

transição entre Floresta Estacional Semidecidual e áreas de várzeas

e ilhas do Rio Paraná. Nesta bacia localiza-se parte do corredor Caiuá-

Ilha Grande, com sua biodiversidade aquática.

Bacia Paraná II

A bacia do Paraná II possui uma superfície de 2.919,74 km2,

localizada na região oeste do Estado. Sendo composta por um

arquipélago fluvial e várzeas denominadas charcos do Rio Paraná. A

bacia é composta pela transição entre Floresta Estacional

Semidecidual e campos do Mato Grosso do Sul. O Parque Nacional

de Ilha Grande e o seu entorno com a APA da Ilhas estão localizados

nesta bacia. Nesta bacia também se localiza parte do corredor Caiuá-

Ilha Grande, com um número variado de espécies: 60 mamíferos,298

aves, 37 répteis, 22 anfíbios e 170 peixes.

São 14 Baciashidrográficas doParaná: Cinzas, Iguaçu,Itararé, Ivaí, Litorânea,Paraná 1,2,3,Paranapanema 1,2,3,4,Piquiri, Pirapó, Ribeira eTibagi.

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Bacia Paraná III

A Bacia Hidrográfica do Paraná III possui uma superfície de 8.389

km2, localizada no oeste do Estado. O sudeste da bacia é composto

por formações transitórias de Floresta com Araucária; a porção

noroeste é composta pela transição da Floresta Estacional

Semidecidual. Estas duas formações vegetacionais são

caracterizadas como ecótonos e apresentam uma rica biodiversidade,

com presença de variados ecossistemas, onde encontramos o registro

de 348 espécies de aves, 52 répteis, 60 mamíferos, 250 borboletas,

170 peixes e 22 anfíbios. Parte do Corredor Iguaçu-Paraná localiza-

se nessa bacia, sendo que no limite norte localiza-se o sul do corredor

Caiuá – Ilha Grande.

Bacia Paranapanema IV

A bacia do Paranapanema IV possui uma superfície de 4.158,89

km2; localizada na região noroeste do Estado, envolve um trecho

divisório entre os estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do

Sul. A cobertura florestal dominante é a Floresta Estacional

Semidecidual abrigando 239 espécies aves e 30 espécies de

mamíferos.

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Causas da redução

Desmatamento IlegalÉ a principal causa daredução da biodiversidade,diminuindo a possibilidadede áreas naturais semanterem comoecossistemas vivos.

Espécies exóticasinvasorasAs espécies exóticasinvasoras ameaçam adiversidade biológicalocal.

Agricultura impactanteO mau uso e manejo depráticas agrícolas geram oempobrecimento do solo.

AgrotóxicosO uso indiscriminado deagrotóxicos elimina,juntamente com aspragas, organismos úteis,espécies animais evegetais, contaminando oar, solo e a água.

ErosãoA erosão empobrece o solodiminuindo a produção dealimentos e a biodiversidade.

○○○

○○

○○

○○

○○

○○

○○○○○○○○○○○○○○

Aumento populacionalO aumento populacional leva aexpansão urbana e o aumento daexploração dos recursos naturais.

PoluiçãoOs efeitos gerais da poluiçãodo ar, solo e água reduzem adiversidade biológica.

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o da Biodiversidade

Qualidade de vidaA redução da qualidade ambiental reduza qualidade de vida das populações.

QueimadasPrática inadequada que leva à diminuição eextinção de muitos ambientes naturais,reduzindo a diversidade biológica.

Escassez de águaO consumo mundial de água cresce de modo acelerado,mas as fontes de recursos hídricos são limitadas.

Ausência de Mata CiliarA diminuição da cobertura florestalacelera o processo erosivo.

Mudança climáticaA mudança climática, pode apresentar gravesconseqüências como a redução da biodiversidade.

Doenças e pragasO aumento de temperatura propicia o agravamentode doenças tropicais como a malária e a dengue.

ExtinçãoMuitas espécies estãoameaçadasprincipalmente pelaredução da áreasnaturais.

BiodiversidadeDesmatamento, Invasoras, população, poluição agriculturaimpactante, agrotóxicos, erosão, queimadas, ausência da mataciliar, escassez da água, mudança climática, doença/praga eextinção de espécies são causas da redução da biodiversidade.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○

○○

○○

○○

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Fragmentação dos Hábitats /Desmatamento

O Paraná, sendo um estado agrícola, teve um

processo de desenvolvimento baseado no uso

intensivo da terra pela agricultura/pecuária e em

alagamentos de áreas para abastecimento de água,

geração de energia elétrica e expansão urbana,

reduzindo as grandes áreas contínuas de cobertura

florestal nativa do Estado. Com essa redução da

cobertura florestal, muitos hábitats se transformaram

em pequenas áreas florestais isoladas, chamadas de

fragmentos, que acarretam diretamente a redução da

biodiversidade.

Expansão urbana / Aumentopopulacional

O aumento mundial da população tem sidoconsiderado um dos fatores que afetam a conservaçãoda natureza. No Brasil as principais cidades estãosituadas ao longo da costa brasileira em regiões queoriginalmente ocorria a Floresta Atlântica. Ocrescimento urbano nas cidades paranaenses alterouo ambiente natural levando a: impermeabilidade dosolo, canalização e mudanças dos cursos de rios,redução de áreas de florestas, incluindo a mata ciliar,afetando a biodiversidade regional.

Práticas que em épocas anteriores foram apoiadaspelo governo, tais como desmatamento para aberturade fronteiras, hoje são fiscalizadas e condicionadas aplanos que busquem o manejo sustentável e amanutenção de Área de Preservação Permanente eReserva Legal.

Apesar de ainda haver infrações contra o meioambiente, hoje há uma consciência generalizada daimportância de conservar a biodiversidade, não só nomeio rural, mas também no meio urbano.

64,12%(Gubert Filho 1994)

1930

1965

1990

2000

23,92%(Gubert Filho 1994)

7,59%(Gubert Filho 1994)

Todos estágios médio eavançado 14,64% eestágio avançado 3,40% -Fonte : Atlas daVegetação do Paraná.

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Espécies Exóticas Invasoras

As espécies exóticas invasoras são plantas, animais ou

microrganismos, aquáticos ou terrestres, que se encontram fora da

sua área de distribuição natural e que ameaçam a diversidade

biológica local. A invasão biológica, além de causar enorme prejuízo

econômico, constitui uma das principais ameaças à biodiversidade

e aos ecossistemas naturais, bem como de riscos à saúde humana.

É considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade, ficando

atrás apenas da fragmentação dos hábitats.

Alguns exemplos de espécies exóticas invasoras

LeucenaLeucaena leucocephala

Caramujo-gigante-africanoAchatina fulica

TilápiaOreochromis niloticus

Tartaruga-americanaTrachemys scripta

Pombo-domésticoColumba livia

JavaliSus scrofa

ESPÉCIES IMPACTOS

sua formação densa e aglomeradaimpede circulação da fauna ecrescimento de outras plantas.

pela sua voracidade naalimentação competindo com afauna nativa, destroemplantações como mandioca,feijão, tomate entre outras,tornando-se uma praga agrícola.Pode transmitir doenças gravesque levando a morte.

por ser uma espécie agressivacompete por alimento e espaçocom as espécies nativas.

comercializada como animal deestimação, competição comoutras tartarugas nativas e outrosgrupos de animais. Quando emcativeiro e não forem mantidascom hábitos sanitáriosadequados, podem carregar abactéria da Salmonella.

competição com espécies nativaspor alimento e veiculação dedoenças.

competição com as espéciesnativas e alteração do ambientenatural por fuçar, o solodeslocando plantas nativas ealterando solos principalmente debrejos e beira de rios. Causam seistipos de doenças que podemtransmitir a outros animaisdomésticos e selvagens, incluindoraiva, leptospirose e febre aftosa.

Leucena.

Fonte: http://www.institutohorus.org.br..

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Agricultura Impactante

Apesar da agricultura ser responsável pela maior parte do Produto

Interno Bruto (PIB), representando 44% das exportações brasileiras

e 37% dos empregos no Brasil (Jornal Gazeta Mercantil, 2004). A

agricultura tomou o lugar de grandes áreas florestais, reduzindo a

biodiversidade local.

O aumento de áreas com uso excessivo de agrotóxicos e a falta de

saneamento ambiental têm gerado: erosão do solo, degradação da

qualidade da água, efeito estufa, escassez de água potável, produção

de substâncias tóxicas no ecossistema e na oferta de alimentos, além

da perda de hábitat e de biodiversidade.

Poluição

Os efeitos gerais da poluição ambiental, além de deteriorar o

ambiente, podem reduzir ou eliminar populações de espécies

sensíveis, e em alguns casos a contaminação pode se refletir ao longo

da cadeia alimentar e se tornar uma ameaça para a diversidade

biológica e um risco à saúde humana.

Poluição do solo

Em decorrência ao uso indiscriminado e excessivo de agrotóxico,

vazamento de óleo e depósitos industriais de metais pesados, ocorre

a infiltração de substâncias poluentes no solo.

Poluição da água

O lançamento de agrotóxicos, dejetos industriais, rurais e

domésticos (esgoto e detergentes) e metais pesados (mercúrio,

chumbo e zinco), geram a contaminação das águas.

Poluição do ar

A emissão de substâncias químicas nocivas que poluem o ar

acarreta várias conseqüências negativas para a atmosfera. Um dos

exemplos são as metalúrgicas e usinas termoelétricas movidas a óleo

e carvão que liberam grande quantidade de nitratos e sulfatos no ar,

que, combinando com a umidade da atmosfera, produz a chuva ácida

(ácido nítrico e o ácido sulfúrico). A principal conseqüência da chuva

ácida é o empobrecimento do solo, da vegetação e dos monumentos.

Resíduos na beira do rio.Manipulação de

agrotóxicos.

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Escassez da água

As principais atividades que afetam negativamente a qualidade e

distribuição da água são: diminuição da cobertura florestal, erosão,

assoreamento e ocupação inapropriada dos mananciais.

Diminuição da cobertura florestal, causada pela ocupação

irracional do solo e pela exploração indevida dos recursos naturais.

A retirada da cobertura florestal faz com que ocorra a redução da

infiltração da água no solo.

Erosão e assoreamento: o aumento do escorrimento superficial,

além de limitar a alimentação dos lençóis subterrâneos e das várzeas,

elimina ou diminui as reservas que garantem a descarga dos rios

durante as estiagens. Pode provocar ao mesmo tempo a velocidade

do escorrimento superficial, aumentando o processo erosivo e

conseqüentemente o assoreamento e a poluição dos cursos de água.

Ocupação inapropriada dos mananciais: pode contaminar a

água dos rios de superfície e também atingir os lençóis freáticos por

meio de resíduos como: agrotóxicos/fertilizantes, esgoto doméstico,

hospitalar e industrial, dejetos de animais, resíduos florestais, resíduos

sólidos/lixo doméstico, rural, hospitalar e industrial.

Mudanças Climáticas

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas-

IPCC, órgão técnico que apóia a Convenção de Mudança Climática

das Nações Unidas, a queima de combustível fóssil é responsável

por 80% da emissão de gás de efeito estufa que vem causando o

aquecimento global no último século. O aquecimento global atinge o

globo e os grupos sociais de forma diferenciada.

Entre as conseqüências mais graves destacam-se:

o aumento do nível do mar,

realocação de grandes contingentes populacionais;

intensificação da desertificação resultante de redução de

precipitação em algumas regiões provoca perdas de safras e até de

condições agrícolas de forma permanente;

o aumento de temperatura em latitudes mais baixas e o aumento

de temperatura em outras alteram o hábitat de muitas espécies

Chuva ácida: chuva,neve ou neblina que caina superfície da Terra,contendo agentesquímicos nocivosproduzidos pelosprocessos industriais epela queima de carvão epetróleo (Sema, 2006).

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colocando em risco a sua reprodução, conseqüentemente a perda da

biodiversidade;

o aumento de temperatura propicia o agravamento de doenças

tropicais como a malária e o dengue, e o surgimento delas em regiões

antes não atingidas;

as ondas de calor intenso agravam as enfermidades

cardiovasculares e respiratórias, principalmente de idosos e crianças.

Extinção de Espécies

Os produtos florestais, pesqueiros e silvestres têm sido exploradosde forma desordenada levando, em alguns casos, ao extermínio dealgumas espécies. O extrativismo predatório na busca de benspreciosos, animais de estimação e artigos de coleção também vemafetando algumas populações da fauna e da flora e até mesmoeliminando outras.

Muitas espécies de árvores nativas estão ameaçadas de extinção

devido ao desmatamento, fragmentação e exploração intensiva de

forma indiscriminadas.

Muitas espécies da fauna se encontram ameaçadas em função da

destruição dos ambientes naturais, introdução de espécies exóticas

invasoras, caça e pesca predatória, comércio ilegal de espécies e

poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticas.

Efeito estufa:aquecimento da

temperatura média naTerra; recebeu esse

nome porque oprocesso é semelhante

ao produzido pelapassagem da luz atravésdo vidro de uma estufa,que não permite a saída

do calor (SEMA,2006).

Queimada | Foto: arquivo SEMA

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Soluções

Dentre as soluções para conservação

da biodiversidade, podemos encontrar

algumas ações executadas por diferentes

atores sociais: governo, iniciativa privada

e organização da sociedade civil, que

conjuntamente estabelecem legislações,

acordos, projetos internacionais, nacionais

e locais e educação ambiental .Pássaro | Foto: Harvey E. Schlenker

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LegislaçãoNo artigo 225 da Constituição Federal dispõe que todos têm direito a ummeio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povoe essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e acoletividade o dever de defendê-los e preservá-los para as presentes efuturas gerações.> Lei 4.771, de 15/09/65 que institui o Código Florestal. O códigoregulamenta vários aspectos da extração de produtos florestais e define aReserva Legal como sendo uma área da propriedade rural na qual não épermitido o corte raso; na Região Sul do Brasil, corresponde a 20% da áreatotal da propriedade.> Lei 5.197, de 03/01/67, dispõe sobre a Proteção à Fauna: proíbe ocomércio de espécies da fauna silvestre e maltrato com os animais.> Lei n° 6.930, de 17/01/81. Lei que define a Política Nacional do MeioAmbiente.> Lei dos Agrotóxicos n° 7.802, de 11/07/89,: criou o receituárioagronômico e que deve ter um destino final dos resíduos e das embalagens.> Lei n° 9.433, de 08/01/87. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricose cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos.> Lei n° 8.171, de 17/01/91. Dispõe Política Agrícola, coloca a proteçãodo meio ambiente, entre seus objetivos.ICMS Ecológico é a Lei Complementar Estadual 58/91. Programa compostopor duas grandes variáveis: atuar na conservação da biodiversidade enos mananciais de abastecimento.> Lei n° 9.605, de 12/02/98. A Lei dos Crimes Ambientais reordena alegislação ambiental brasileira, no que se refere as infrações e punições.> Lei n° 9.795, de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui aPolítica Nacional de Educação Ambiental.> Lei Federal n° 9.985, de 2000 cria o Sistema Nacional de Unidades deConservação – SNUC: que estabelece critérios e normas para criação,implantação e gestão das unidades de conservação de acordo com ascategorias: Unidade de Proteção Integral e Unidade de Uso Sustentável.

Acordos e Projetos Internacionais, nacionais elocais

Para estabelecimento de políticas comuns de meio ambiente, são

realizados vários acordos de âmbito internacional, nacional e local.

Os impactos ambientais ultrapassam as delimitações geográficas.

Convenção sobre diversidade Biológica - CDB

A utilização de componentes da biodiversidade deve serestabelecida, de modo e em ritmo tais que não levem, em longoprazo, à diminuição da biodiversidade mantendo assim seupotencial para atender às necessidades e aspirações dasgerações presentes e futuras.

(Convenção sobre Diversidade Biológica,1992).

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A CDB, representando um compromisso legal, foi o primeiro acordo

mundial sobre a conservação e uso sustentável de todos os

componentes da biodiversidade, incluindo recursos genéticos,

espécies e ecossistemas. A Convenção entrou em vigor em 1993 e,

atualmente, tem 188 partes. Ao ratificarem a Convenção, as partes

comprometeram-se, em termos gerais, a implementar medidas

nacionais e internacionais com o propósito de alcançar três objetivos:

conservação da diversidade biológica, uso sustentável de seus

componentes e repartição eqüitativa dos benefícios resultantes do uso

de recursos genéticos (Gross, T. et alii.2005).

A CDB convoca as Partes a respeitar, preservar e manter o

conhecimento, as inovações e práticas de comunidades indígenas e

locais e a encorajar seus usos habituais dos recursos biológicoscompatíveis com a conservação e uso sustentável dos recursos.

(Gross, T. et alii. 2005).

COP 8 – Oitava Conferência das Partes

A Oitava Conferência Mundial entre as Partes sobre Biodiversidade,

realizada em Curitiba em março/2006, com representantes ambientais

de 188 países, discutiu convenções e cartas para conservação da

biodiversidade.

OS DEZ PRINCÍPIOS PARA A CONSERVAÇÃO DABIODIVERSIDADE

1. Cada manifestação de vida é única e exige o respeito dahumanidade.

2. A conservação da biodiversidade é um investimento que resultaem consideráveis benefícios locais, nacionais e mundiais.

3. Os custos e benefícios da conservação da biodiversidadedevem ser repartidos de maneira mais justa entre as naçõese seus habitantes.

4. Como parte de um esforço em grande escala para atingir umdesenvolvimento sustentável, a conservação da biodiversidaderequer mudanças fundamentais nos padrões e nas práticasde desenvolvimento econômico do mundo todo.

5. Só o aumento de verbas para a conservação dabiodiversidade não diminuirá a perda da biodiversidade. Énecessário reformar políticas e instituições para criarcondições que tornem mais eficazes a aplicação de novosfinanciamentos.

6. A ordem de prioridade dos objetivos da conservação da

Recurso biológico:conjunto dosorganismos vivosexistentes na natureza(Urban, 2002).

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biodiversidade difere quando observados sob perspectivalocal, nacional ou mundial; porém todos estes objetivos sãolegítimos e devem ser considerados. Não deve estar centradaexclusivamente em alguns ecossistemas ou países ricos emespécies.

7. A conservação da biodiversidade só pode ser sustentada seforem incrementadas a conscientização e a preocupaçãopopular, e se os responsáveis pela elaboração de políticastiveram acesso a informações confiáveis nas quais basearsuas decisões.

8. As medidas destinadas a biodiversidade precisam serplanejadas e implementadas em escala determinada porcritérios ecológicos e sociais. Os focos da atividade devemser locais onde as pessoas vivem e trabalham, assim comoas áreas silvestres protegidas.

9. A diversidade cultural está estreitamente ligada àbiodiversidade. O conhecimento coletivo da Humanidadesobre a biodiversidade, sua utilização e administraçãorepousam sobre a diversidade cultural, e vice-versa. Aconservação da biodiversidade pode ajudar a fortalecer osvalores culturais e sua integridade.

10. O aumento da participação popular, o respeito pelos direitoshumanos básicos, o acesso mais fácil à educação e àinformação e uma maior responsabilidade institucional sãoelementos essenciais à conservação da biodiversidade.

Fonte: A Estratégia Global da Biodiversidade, 1992.

Projeto Paraná Biodiversidade

O Projeto tem como principal estratégia para conservação da

biodiversidade a conexão dos fragmentos florestais e a reorientação

rural para modelos menos impactantes.

Conexão dos fragmentos florestais:

Por meio da recuperação de áreas desmatadas, visa interligar

fragmentos florestais conectando à Unidades de Conservação. Esta

formação é possível mediante a interligação das reservas legais,

unidades de conservação (reservas particulares do patrimônio natural,

parques estaduais, municipais e federais), áreas de preservação

permanente (matas ciliares, encostas e topos de morros), entre outras.

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Ações do Projeto relacionada com a conservação daBiodiversidade:

Considerar as unidades de conservação como pólos irradiadores

para a conexão dos fragmentos florestais e a preservação dos

ambientes naturais.

Proteger espécies da fauna e flora regional por meio de adoção

de sistemas de fiscalização e controle mais eficiente.

Recuperar áreas de reserva legal (RL) e áreas de preservação

permanente (APP) mediante o isolamento de áreas relacionadas às

medidas previstas em lei, com a construção de cercas e plantio de mudas.

Reorientação rural para modelos menos impactantes:

Compatibilizar a produção rural e a conservação ambiental como

uso de tecnologias alternativas menos impactantes, adotando e

apoiando práticas agrícolas que minimizem os impactos ambientais

(uso de agrotóxicos).

Reconverter o modelo de agricultura e pecuária convencional,

mediante ações menos agressivas ao meio ambiente e de incentivos

como módulos agroecológicos, agricultura conservacionista, cultura

de orgânicos, agroecologia e agrossilvopastoril, manejo biológico de

pragas entre outros.

Consorciar a criação de animais e o cultivo de plantas, aplicar sistema

de rotação de cultura e plantio direto, evitando o empobrecimento da

terra e o aumento de incidência de pragas e doenças.

Realizar o planejamento de microbacias e propriedades rurais

inseridas nos corredores da biodiversidade.

Educação Ambiental

Capacitar os técnicos (com treinamentos), visando ao

fortalecimento dos sistemas de fiscalização, licenciamento e

monitoramento ambiental.

Sensibilizar quanto à importância da conservação da biodiversidade.

Formar multiplicadores e agentes participativos para contribuir

no processo de recuperação e manutenção da qualidade dos

ecossistemas.

Qualidade de vida: sãocondições favoráveis aobem-estar, como infra-estrutura adequada(moradia digna,alimentação, acesso àsaúde, educação,cultura e lazer) e vida aomeio ambienteecologicamenteequilibrado (SEMA,2006).

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EducaçãoAmbiental

A equipe de Educação Ambiental da SEMA desenvolveu e adaptou algumas práticas

ambientais, tais como: diversidade humana, corredores de biodiversidade, biodiversidade e

o solo fértil, bacia hidrográfica, biodiversidade e a paisagem, biodiversidade e as espécies

paranaenses, biodiversidade e as matas ciliares, efeito dominó e árvore dos sonhos.

Com essas práticas ambientais, é possível desenvolver: habilidades artísticas como teatro,

música, artesanato; atividades físicas como trilhas em áreas naturais; observação da paisagem;

estímulo à produção de trabalhos artísticos pelos alunos, cujos resultados podem ser peças

como desenhos, cerâmica, pinturas, músicas, estórias, poesias, panôs e maquetes.

Rosa Maria RiskallaAssessora de Educação Ambiental

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA

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12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROJETO PARANÁBIODIVERSIDADE

A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de

valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das

habilidades e a mudança das atitudes em relação ao meio, para

entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas

culturas e seus meios biofísicos.

O Projeto incentiva a participação efetiva dos professores, pois se

acredita constituir um elo importante na sua comunidade juntamente a

outras lideranças comunitárias que podem contribuir na implementação

de práticas voltadas à conservação da biodiversidade, além da

formação de cidadãos responsáveis e conscientes da fragilidade do

planeta.

A Educação Ambiental, para que seja trabalhada de forma

integrada e interdisciplinar, deve considerar a relação entre o ambiente

natural e o artificial, enfocando os aspectos biológicos, científicos,

ecológicos, sociais, culturais, éticos, políticos, econômicos e

tecnológicos.

Além dos conceitos teóricos, sugerem-se algumas práticas e

atividades ambientais, visando contribuir com o professor, parceiro

do projeto, e facilitar seu trabalho na sensibilização da Conservação

da Biodiversidade.

PRÁTICAS AMBIENTAIS

A equipe de Educação Ambiental da SEMA desenvolveu e adaptou

algumas práticas ambientais, tais como: diversidade humana,

corredores de biodiversidade, biodiversidade e o solo fértil, bacia

hidrográfica, biodiversidade e a paisagem, biodiversidade e as

espécies paranaenses, biodiversidade e as matas ciliares, efeito

dominó e árvore dos sonhos.

Com essas práticas ambientais, é possível desenvolver: habilidades

artísticas como teatro, música, artesanato; atividades físicas como

trilhas em áreas naturais; observação da paisagem; estímulo à

produção de trabalhos artísticos pelos alunos, cujos resultados podem

ser peças como desenhos, cerâmica, pinturas, músicas, estórias,

poesias, panôs e maquetes.

“Educação ambiental éum processo no qual osindivíduos e ascomunidades adquiremconsciência de seu meioe apreendem osconhecimentos, osvalores, as habilidades, aexperiência e também adeterminação que lhescapacite agir, individuale coletivamente, naresolução dos problemasambientais presentes efuturos” (CongressoInternacional sobreEducação Ambiental,Moscou, 1987).

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A Educação Ambiental está relacionada com a prática das tomadasde decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidadede vida”.

- A educação deve ser um direito de todos; com todos sendoaprendizes e educadores.

- A educação ambiental deve ter como base o pensamento críticoe inovador, em qualquer tempo ou lugar, em suas modalidadesformal, não-formal e informal, promovendo a transformação e aconstrução da sociedade.

- A educação ambiental deve ser individual e coletiva. Tem opropósito de formar cidadãos com a consciência local e planetária,respeitando a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.

- A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdadee o respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégiasdemocráticas e de interação entre as culturas.

- A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas,suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, emseu contexto social e histórico. Deve ter como aspectos primordiaisos relacionados ao desenvolvimento e ao meio ambiente, tais como:população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome edegradação da flora e fauna.

- A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar,refletir e utilizar a história indígena e a cultura-local, assim comopromover a diversidade cultural, lingüística e ecológica. Isto implicauma revisão da história dos povos nativos para modificar os enfoquesetnocêntricos, além de estimular a educação bilíngüe.

- A educação ambiental deve estimular e potencializar o poderdas diversas populações, promovendo oportunidades para asmudanças democráticas de base que estimulem os setores popularesda sociedade. Isto implica que as comunidades devem retomar acondução de seus próprios destinos.

- A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões,valores, atitudes e ações. Deve converter cada oportunidade emexperiências educativas de sociedades sustentáveis.

- A educação ambiental deve ajudar a desenvolver umaconsciência ética sobre todas as formas de vida com as quaiscompartilhamos este planeta, respeitando os ciclos vitais e impondolimites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos.

Fonte: Philippi, A.;Pelicioni, 2005.

“Pensar globale agir local.”

> planeta> continente> país> estado> corredor> município> microbacia> bairro> comunidade> escola> casa> indivíduo

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Prática Ambiental - Diversidade Humana

O Brasil, além da sua grande biodiversidade, é também um país

de diversidade sociocultural, representada por 215 povos indígenas

diferentes, com mais de 170 línguas diversas, além de uma dezena

de populações tradicionais, fruto da miscigenação entre índios,

colonizadores e negros (Ferrarro, A. 2005).

Objetivo:

Compreender o significado do conceito de biodiversidade e

ressaltar a diversidade humana, mediante o estudo das etnias.

Metodologia:

Elaborar uma feira das etnias locais colonizadoras, onde os alunos

podem dividir-se em grupos e cada grupo se apresentará

caracterizado com vestimentas, artesanatos e comidas típicas.

Na sala de aula, compor um painel com fotos dos alunos e de

seus familiares, buscando suas semelhanças e diferenças: cor dos

cabelos, olhos, altura, entre outros e quando os alunos estiverem

montando o painel, deixar que relatem sobre sua descendência.

É importante que se promova uma discussão sobre as diferenças

culturais, respeito ao próximo independentemente das diferenças

culturais, valorização das tradições regionais, variabilidade genética,

populações, comunidades e as espécies. Contextualizar o conceito

de biodiversidade e a diversidade humana.

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Prática Ambiental - Corredores da Biodiversidade

“Os corredores de Biodiversidade permitem que as plantas e

animais se dispersem de uma área à outra, facilitando o fluxo gênico

e a colonização e ajudando a preservar espécies de animais que são

obrigados a migrar sazonalmente a procura de diferentes habitats para

obter alimentos” (Campos, 2006).

Objetivos:

refletir sobre a necessidade dos diferentes ambientes naturais e

artificiais;

despertar no aluno a preocupação com o processo da

fragmentação e como conseqüência a redução das espécies e a

importância de conservar os recursos naturais.

Metodologia:

Como a brincadeira “dança das cadeiras”, a prática constitui em

correr entorno de cinco áreas naturais e artificiais por meio da utilização

de pedaços de barbantes, delimitando os círculos no chão, onde cada

um representará um ambiente diferente:

Estação Ecológica Caiuá, PR.

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Cada participante irá representar um elemento da natureza. Para

isso, deverão escolher uma figura, que representará a fauna, flora ou

outros elementos da natureza (água, solo, cachoeira, paisagem, entre

outros..). Após serem definidos, os participantes correrão em volta

dos círculos enquanto a música estiver tocando, no momento que parar,

cada elemento irá para seu respectivo círculo, correspondendo ao seu

hábitat e depois da primeira rodada, o monitor discretamente irá

retirando os círculos que correspondem às áreas artificiais, naturais e

assim sucessivamente, até sobrarem a cidade e a agricultura.

Aqueles elementos que estiverem fora do seu hábitat serão

eliminados, e enquanto os participantes estiverem correndo em volta

dos círculos, o monitor pode também retirar alguns representantes de

ambiente conservado e depois explicar que ele representava a ação

predatória humana (caçador, indústria de carvão e especulação

imobiliária, entre outros). No final, quando só sobrar o círculo da cidade

e da agricultura, o monitor fará, então, uma reflexão sobre a importância

destes ambientes artificiais (sem colocá-los como vilões) e também

da necessidade da existência e relação com os ambientes naturais.

Conclui-se, assim, com uma abordagem sobre a importância da

formação dos Corredores da Biodiversidade.

01 Círculo: Agricultura;02 Círculo: Cidade;03 Círculo: Mata ciliar;04 Círculo: Reserva legal comagricultura e05 Círculo: Unidade deconservação.

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Prática Ambiental – Bacia Hidrográfica

As bacias, seus recursos naturais (fauna, flora e solo) e os grupos

sociais possuem diferentes características biológicas, sociais,

econômicas e culturais que permitem individualizar e ordenar seu

manejo em função de suas particularidades e identidade.

Objetivo:

Reconhecer os principais rios da região e descrever a sua

conservação.

Metodologia:

A atividade consiste em que o participante faça em uma folha de

papel kraft o esboço de uma microbacia. Os procedimentos são: traçar

o principal rio e seus afluentes; depois de traçado o esquema, colar

os pedaços de barbante em cima do traçado, montando uma

microbacia; nomear cada rio e fazer uma breve descrição sobre os

seus aspectos ambientais. Também poderá ser feita uma descrição

sobre as nascentes, se o rio está num meio rural, industrial ou urbano.

Escola em Bituruna, PR.

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Prática ambiental – biodiversidade e a paisagem

Paisagem é o espaço de terreno que se abrange num lance de

vista. Este espaço pode ser vivenciado de diferentes formas, mediante

a projeção de sentimentos ou emoções pessoais, admiração de uma

beleza cênica, a organização ou planejamento da ocupação territorial,

a domesticação ou modificação da natureza segundo padrões

sociais, o entendimento das relações da biota com seu ambiente, ou

cenário/palco de eventos históricos.

Objetivo:

Sensibilizar os alunos para a observação da paisagem como um

sistema vivo e

Verificar com os alunos os principais problemas ambientais e

maneiras para conservação da biodiversidade.

Metodologia:

Esta prática é possível mediante a construção de uma maquete,

relacionando os temas: fauna, flora, relevo, hidrografia, solo/uso,

ocupação, clima e cartografia.

A maquete pode ser montada em sala de aula, onde a base

poderá ser de isopor, as montanhas poderão ser rochas (pedras)

espalhadas pelo local.

Deverão ser escolhidas rochas de vários tamanhos; para dar um

visual mais real, poderão ser revestidas ou não com papel crepom

verde ou marrom. Os rios poderão ser de barbante ou papel “crepom”,

azul claro e escuro – se for utilizado papel, é possível recortar rios

mais largos e mais estreitos. Alguns “nascem” nas montanhas, outros

entre as montanhas; unem-se, formando rios maiores ou menores,

tendo matas ciliares mais ou menos largas, sempre pensando em

ambientes propícios a hábitats da fauna e flora local. É possível

complementar com florestas, animais silvestres e domésticos

(galinhas, gado e porcos), casas e outras atividades humanas (todos

estes elementos podem ser representados com recortes, ou animais

de plásticos). É possível, também, retratar a paisagem natural.

O importante é tentar retratar ao máximo a paisagem local e nela

descobrir os “erros” e “acertos” dos moradores.

Maquete

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Prática Ambiental - Biodiversidade e as espéciesparanaenses

É importante que sejam valorizadas e conhecidas a fauna e flora

brasileira, e principalmente as espécies que estão ameaças, bem

como as principais causas das ameaças da sua redução.

Objetivo:

Incentivar o conhecimento da flora e fauna local.

Metodologia:

Cada aluno em sala de aula pode construir seu disco e escolher

as espécies locais. A parte interna do disco é fixa e as exteriores são

móveis; em uma face está representada a fauna e em outra a flora. Os

alunos podem pesquisar ainda sobre as espécies que estão

ameaçadas de extinção.

Fauna

Na face do disco há um triângulo com a ilustração do elemento

da biodiversidade e três retângulos que correspondem ao hábitat, à

alimentação e às ameaças que giram e se encaixam ao mesmo tempo.

Flora

Na face do disco há um triângulo com a ilustração do elemento

da biodiversidade e três retângulos que correspondem às

características gerais, polinização/dispersão e uso, que giram e se

encaixam ao mesmo tempo.

Unix-Plamas, PR e atividadesdesenvolvidas.

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Prática Ambiental - Biodiversidade e as MatasCiliares

São formação vegetais variadas, compostas por ervas, arbustos e

árvores de grande porte que existem ao redor dos cursos d’água. A

mata ciliar compõe a Área de Preservação Permanente (APP),

juntamente com outras partes da propriedade (encostas muito

inclinadas, topos de morros etc.).

Dentre as várias funções da Mata Ciliar, ela também serve de

corredor para que as espécies tanto da flora quanto da fauna possam

deslocar-se, aumentando a variabilidade genética e fomentando a

biodiversidade da região. A mata ciliar retém a umidade no solo e vai

liberando-a aos poucos para o ambiente.

Objetivo:

Reforçar a importância da vegetação nas margens dos rios para

a manutenção da qualidade da água, retenção de resíduos,

conservação do solo e equilíbrio do clima.

Metodologia:

Com o copo graduado, despejar 500ml de água sobre o piso

inclinado, deixando-a escorrer no recipiente plástico. Colocar a água

novamente no copo graduado e fazer a medição e

envolver o piso com uma toalha e com o copo graduado, despejar

500ml de água sobre o piso envolto na toalha e deixar escorrer no

recipiente plástico. Colocar a água que escorreu novamente no copo

graduado e fazer a medição. Com esta prática pode-se trabalhar os

seguintes temas: enchente, assoreamento, desmatamento, erosão,

qualidade da água, declividade, escoamento, entre outros...

Representação da MataCiliar.

Loanda-PR.

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Prática Ambiental – Árvore das Soluções

Todos nós temos o sonho de que exista uma nova sociedade que

possa ser considerada não apenas ecologicamente responsável, mas

também socialmente justa e politicamente atuante,ou,em outras

palavras, uma sociedade sustentável.

Objetivo:

Verificar com as crianças quais as soluções locais e atitudes

para a conservação da biodiversidade.

Metodologia:

Após a realização do diagnóstico (dos problemas) das principais

causas da redução da biodiversidade, é necessário que seja discutido

quais são as principais soluções para a conservação da

biodiversidade.

Cada aluno recebe um cartão com barbante para escrever suas

sugestões sobre a conservação da biodiversidade e depois deverá

ler e colocar seu cartão em um galho da árvore.

Escola em Santa Cruz doMonte Castelo, PR.

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Prática Ambiental - Efeito Dominó

A prática ambiental “Efeito Dominó” é uma analogia às principais

causas da redução da biodiversidade. Por meio desta prática é

possível diagnosticar os principais problemas ambientais, tais como:

Desmatamento

Invasoras

População

Poluição

Agricultura impactante

Agrotóxicos

Erosão

Queimadas

Ausência de mata ciliar

Escassez de água

Mudanças climáticas

Doença-praga

Extinção

Biodiversidade

Qualidade de vida

Tal como o efeito dominó, esses problemas atingem a qualidade de

vida. Listando todos os problemas é possível fazer uma relação das

causas e conseqüências, até chegar à alteração da qualidade de vida.

Objetivo:

Relacionar o jogo de dominó com as conseqüências de redução

da biodiversidade e sensibilizar sobre a conservação dos recursos

naturais.

Metodologia:

Confeccionar caixas de papelão retangulares, ou encapar caixas

de leites, que serão decoradas conforme a criatividade do aluno,

representado os principais problemas ambientais da região que

podem ser colocados em seqüência de ação predatória que pode

gerar outra, até a redução da biodiversidade, afetando a qualidade

de vida.

Para a montagem das peças do dominó, que representa o

diagnóstico de uma área estudada, deverão ser levantados os

principais problemas locais. Cada problema poderá ser repassado

para um grupo, que ficará responsável pela pesquisa sobre o assunto

e suas possíveis soluções a serem apresentadas no momento em

que forem montar o jogo do dominó.

Feira da Biodiversidade.

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Elaboração de Projetos Ambientais

Os professores que participaram dos Seminários de Conservação

e Uso Sustentável da Biodiversidade foram incentivados a elaborar

projetos ambientais voltados à conservação da biodiversidade e a

continuar aplicando ou readequando os projetos anteriormente

existentes, para conservação da biodiversidade. Os projetos

ambientais estão sujeitos a erros e acertos. Para auxiliar na eficiência

dos resultados a serem propostos, é necessário que se realize um

questionamento sobre a viabilidade da atividade.

Para elaboração do Projeto, é importante que sejam tomados

alguns passos:

1. Diagnosticar/justificar a problemática ambiental.

2. Identificar o local onde será realizado.

3. Definir o objetivo.

4. Estabelecer o público-alvo. Faixa etária, número de

participantes .

5. Desenvolver uma metodologia.

6. Quantificar o tempo que será necessário.

7. Estimar o custo da execução.

8. Tentar estabelecer parceiros para o projeto.

9. Apresentar indicadores e resultados.

10. Avaliar o projeto e seu resultado.

A seguir alguns projetos ambientais realizados pelos professores.

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Amigos dos Parques locais

É uma proposta de projeto ambiental em que os professores juntos

com os alunos escolherão um parque de sua região, com qual tenham

afinidade ou entendam importante para a sua conservação.

Os alunos, supervisionados pelos professores, farão um diagnóstico

das condições atuais do parque e quais são as medidas compensatórias

para a diminuição do impacto ambiental e sua conservação.

Exemplo: necessidade de lixeiras, áreas que estão com o solo

exposto em função do intenso acesso de pessoas, falta de proteção

de nascentes e mata ciliar, observação de aves e mamíferos (se for

necessário colocar ninhos nas árvores).

Também é possível comparar a dinâmica da natureza nas diferentes

estações do ano.

Preservando as Araucárias

Escolher uma área natural onde ocorram araucárias e, com os alunos,

observar e preencher uma ficha sobre essa área visitada. Os alunos

devem estar atentos para a utilidade ambiental das araucárias e as

espécies da flora e da fauna que vivem associadas a ela. Eles deverão

ser motivados a pesquisar sobre a araucária e sua importância para

conservação ambiental. Pode-se realizar, ainda, uma campanha na

escola incentivando o plantio da espécie em áreas adequadas.

Horta orgânica

Sugere-se que a projeto seja desenvolvido com a orientação de

um técnico da Emater, o qual dará as recomendações corretas de

como adaptar ou construir uma horta orgânica. Com esta prática

pretende-se estimular os alunos à adoção de hábitos alimentares

saudáveis e seus benefícios para a saúde.

Cuidando da Mata Ciliar

É um projeto em que os alunos são sensibilizados sobre a

importância da preservação e recuperação da mata ciliar. Os alunos

são, ainda, motivados a servir de agentes multiplicadores na

sociedade, informando tanto sobre as principais funções ambientais

da mata ciliar quanto sobre a sua adequada preservação e

recuperação, pelo abandono ou isolamento da área.

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Dia da Diversidade Biológica

O calendário ecológico pode ser fonte de vários projetos

ambientais, a exemplo do Dia da Diversidade Biológica, comemorado

no dia 22 de maio. Dentro deste tema podem ser abordados os

seguintes conceitos: definição, distribuição, benefícios, causas da

redução e maneiras de conservação da biodiversidade. Após os

temas serem trabalhados consecutivamente no Dia da Diversidade

Biológica as turmas podem enfeitar a escola com fotos, figuras, mapas

e cartazes representando a Biodiversidade Paranaense e também

promover uma gincana com teatro, música, parodias, provas e

responder perguntas relacionadas sobre o assunto.

Trilhas Interpretativas

É uma proposta de projeto que incentiva a trabalhar nas unidades

de conservação (parques, reservas, estações ecológicas) e em outros

remanescentes naturais próximos de sua escola como, por exemplo,

um capão de mato, reforçando assuntos teóricos verificados em sala

de aula, despertando a urgência da necessidade de conservação da

biodiversidade, para garantia da vida.

Objetivos do Milênio

Os executores, parceiros, organizações não governamentais,

professores, alunos, proprietários de meio rural podem ajudar o Brasil

e o Paraná alcançar objetivo de qualidade de vida e respeito ao meio

ambiente estabelecido pela Organização das Nações Unidas - ONU

que tem a assinatura de 191 países através das ações voltadas a

conservação da Biodiversidade. São eles: Redução da fome e a

miséria, Educação de qualidade para todos, Igualdade entre sexos e

valorização da mulher, Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde

das gestantes, Combater a Aids, a malária e outras doenças,

Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, Todo mundo

trabalhando pelo desenvolvimento.

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O sucesso do Projeto depende muito da participação

de toda a população nas ações de conservação de

biodiversidade, como plantio de mata ciliar, recuperação

do solo, proteção das nascentes, adoção de práticas de

saneamento ambiental, proteção da fauna e flora, adoção

de hábitos ambientalmente corretos e valorização dos

conhecimentos tradicionais.

Da mesma maneira, a atuação dos proprietários rurais

é fundamental no processo de mudança da agricultura

convencional para uma conservacionista, contemplando

o plantio direto na palha com cobertura permanente do

solo e manejo integrado de pragas, de doenças e de ervas

daninhas: Devem, ainda, ser contemplados o uso do solo

conforme a aptidão das terras e as práticas

complementares de controle da erosão e da poluição.

Mais do que conhecimentos teóricos, a conservação

da biodiversidade é uma questão de atitude, e você,

professor, poderá ajudar na implantação da segunda

fase, que poderá ir muito além do término do Projeto,

definido para 2009. Espécie de mariposaFoto: Harvey E.

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http://www.taxonline.ufpr.br/links/menu/biodiversidade.htm

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O que você pode fazer pela biodiversidade?

A seguir algumas ações cotidianas de cada um têm um impacto narecuperação ambiental.

Em casa: Fechar a torneira enquanto escova os dentes. Separe o seu lixo orgânico e não orgânico (papel, plástico, vidro e metal) Utilize a vassoura e não água para limpar a calçada. Utilize a capacidade máxima de suas máquinas( lavar, louça....) Faça a manutenção correta de seu mobiliário para durar muitos anos. Apague a luz em ambientes que não estão sendo utilizados. Procure um colega que more no seu bairro e organize um rodízio de caronas.

No trabalho e na escola: Utilize o verso do papel já impresso para rascunho. - Economize papel. Tenha sua própria caneca para água e café – não utilize copos descartáveis.

Hábitos de Consumo: Privilegie embalagens de vidro ao invés de garrafas pet. Evite o consumo de produtos ou embalagens descartáveis. Economize energia elétrica. Evite o consumismo exagerado. Evite a retirada e a compra de plantas e animais silvestres. Procurar adotar hábitos pessoais saudáveis e questione suas atitudes

Na propriedade rural: Procure fazer irrigação noturna . Proteja as matas ciliares. Procure plantar árvores nativas da região. Aplique o sistema de rotação de cultura. Reduza o uso de agrotóxicos, utilizando adubos orgânicos (compostagem). Mantenha as áreas de preservação permanente. Crie RPPN ( Reserva Particular Patrimônio Natural) Mantenha a cobertura vegetal. Consorcie a criação de animais e o cultivo de plantas. Proteja as fontes e nascentes.

Outras atitudes de cidadania: Não jogue lixo nos rios e lagos. Denuncie atos criminosos praticados contra fauna e flora. Não solte balões. Respeite a época de defeso (restrição ou proibição de pesca). Não comercialize animais silvestres. Procure visitar áreas naturais sem agredir o ambiente Não compre xaxim, orquídeas e bromélias extraídos ilegalmente da floresta

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