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193 BIODIVERSIDADE DE VERTEBRADOS DO BAIXO RIO DO PEIXE/SC 1 Anderson Guzzi 2 Clóvis A. Segalin 3 Osvaldo J. Onghero 4 Edson F. Spier 5 Tiago Zago 6 Mario Arthur Favretto 7 1. INTRODUÇÃO A região da Bacia do Rio do Peixe constitui um ecótono entre dois importantes ecossistemas: seguindo de norte para sul, a região do rio do Peixe tem sua biodiversidade influenciada fortemente por espécies de Floresta Ombrófila Mista, onde se destacam as araucárias e pela Floresta Estacional Decidual. Nesta, a marcante mudança na fisionomia das árvores emergentes, que perdem totalmente suas folhas no inverno, revela as espécies do interior da mata e modifica a paisagem nos meses mais frios. O presente estudo teve como objetivo realizar um inventário da fauna de vertebrados do Baixo Rio do Peixe, em um primeiro momento reunindo fontes de dados bibliográficos que foram complementados com os resultados de oito campanhas amostrais ao longo do trecho compreendido entre os Municípios de Joaçaba/SC e Piratuba/SC, no período de 02 a 04/2008, trecho doravante denominado Baixo Rio do Peixe/SC. A fauna levantada compreende 364 espécies de vertebrados, distribuídos em 54 espécies de peixes, 47 espécies de anfíbios, 55 espécies de répteis, 184 espécies de aves e 24 espécies de mamíferos. Todas as fotos e tratamento estatístico são apresentados em detalhe no livro Vertebrados do Baixo Rio do Peixe (Guzzi et al 2008). 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Caracterização da área de estudo 1 -Pesquisa financiada pela FAPESC e CT Hidro/ANA/CNPq, Projeto Rede Guarani/Serra Geral (Convênio FUNJAB/FAPESC 15.915/2007-8). 2 - Doutor em Zoologia pela Univesidade Estadual Paulista (UNESP). Professor do Departamento de Ciências Naturais da Universidade Federal do Piauí. Pesquisador do Projeto Rede Guarani Serra Geral. E-mail: [email protected] 3 - Médico Veterinário Especialista em Psicultura. Pesquisador da EPAGRI/Joaçaba/SC. E-mail: [email protected] 4 - Biólogo. E-mail: [email protected] 5 - Biólogo. E-mail: [email protected] 6 - Biólogo. E-mail: [email protected] 7 - Aluno do Curso de Ciências Biológicas/UNOESC/Joaçaba/SC. E-mail: [email protected]

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BIODIVERSIDADE DE VERTEBRADOS DO BAIXO RIO DO PEIXE/SC 1

Anderson Guzzi2

Clóvis A. Segalin 3

Osvaldo J. Onghero 4

Edson F. Spier 5

Tiago Zago 6

Mario Arthur Favretto 7

1. INTRODUÇÃO

A região da Bacia do Rio do Peixe constitui um ecótono entre dois importantes

ecossistemas: seguindo de norte para sul, a região do rio do Peixe tem sua biodiversidade

influenciada fortemente por espécies de Floresta Ombrófila Mista, onde se destacam as

araucárias e pela Floresta Estacional Decidual. Nesta, a marcante mudança na fisionomia das

árvores emergentes, que perdem totalmente suas folhas no inverno, revela as espécies do

interior da mata e modifica a paisagem nos meses mais frios.

O presente estudo teve como objetivo realizar um inventário da fauna de vertebrados

do Baixo Rio do Peixe, em um primeiro momento reunindo fontes de dados bibliográficos que

foram complementados com os resultados de oito campanhas amostrais ao longo do trecho

compreendido entre os Municípios de Joaçaba/SC e Piratuba/SC, no período de 02 a 04/2008,

trecho doravante denominado Baixo Rio do Peixe/SC.

A fauna levantada compreende 364 espécies de vertebrados, distribuídos em 54

espécies de peixes, 47 espécies de anfíbios, 55 espécies de répteis, 184 espécies de aves e 24

espécies de mamíferos. Todas as fotos e tratamento estatístico são apresentados em detalhe no

livro Vertebrados do Baixo Rio do Peixe (Guzzi et al 2008).

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Caracterização da área de estudo

1 -Pesquisa financiada pela FAPESC e CT Hidro/ANA/CNPq, Projeto Rede Guarani/Serra Geral (Convênio

FUNJAB/FAPESC 15.915/2007-8). 2 - Doutor em Zoologia pela Univesidade Estadual Paulista (UNESP). Professor do Departamento de Ciências

Naturais da Universidade Federal do Piauí. Pesquisador do Projeto Rede Guarani Serra Geral. E-mail:

[email protected] 3 - Médico Veterinário – Especialista em Psicultura. Pesquisador da EPAGRI/Joaçaba/SC. E-mail:

[email protected] 4 - Biólogo. E-mail: [email protected] 5 - Biólogo. E-mail: [email protected] 6 - Biólogo. E-mail: [email protected] 7 - Aluno do Curso de Ciências Biológicas/UNOESC/Joaçaba/SC. E-mail: [email protected]

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O Rio do Peixe nasce na Serra do Espigão, no município de Calmon, a uma altitude de

1150 m, percorre uma extensão de 290 km e desemboca no Rio Uruguai com uma cota de 350

m, possui vários afluentes, sendo os principais os rios do Bugre, Quinze de Novembro, São

Bento, Estreito, Tigre, Pato Roxo, Pinheiro pela margem direita e os rios Cerro Azul, das

Pedras, Castelhano, Caçador, Bonito, do Veado e Leão pela margem esquerda. Entre as

cidades da bacia, destacam-se: Caçador, Videira, Tangará, Herval D’Oeste, Joaçaba, Capinzal

e Ouro.

O clima, segundo o sistema de Koeppen, é do tipo Cfa, subtropical úmido com verões

quentes, no litoral e nas partes mais baixas do planalto, e Cfb, subtropical úmido com verões

brandos, no restante do planalto (Gaplan, 1986).

O Rio do peixe caracteriza-se por ser um rio de montanha com muitas corredeiras; é o

maior afluente do Rio Uruguai em sua margem direita no trecho compreendido entre as UHE

de Itá e UHE de Machadinho, está localizado entre os paralelos S 26º36’ e 27º29 e os

meridianos W 50º481 e 51º54’ (Lindner, 2007), por isso todos os peixes reofílicos têm em

suas águas uma oportunidade de perpetuação das suas espécies.

Considerando a amplitude geográfica da área estudada foram eleitos oito pontos de

amostragem para realização das coletas. Os trabalhos iniciaram na área A1, entre os

municípios de Lacerdópolis e Erval Velho e seguiu-se em direção a foz do Rio do Peixe,

passando pelos no Município de Lacerdópolis, área A2,Comunidade de São Carlos, área A3

ainda nos mesmos municípios, Ouro, área A4, entre os municípios de Ouro e Campos Novos,

Águas de Ouro, área A5, entre Ouro e o município de Capinzal, Alto Alegre, área A6, nos

mesmos municípios, Barra do Pinheiro, área A7, entre Capinzal e o município de Ipira e por

último em Piratuba, área A8, entre este município e o de Ipira.

Tabela 1. Pontos amostrais georreferenciados

A 1 – Lacerdópolis (Assombrado) S – 27°16’22,9” W – 51°32’38,2”

A2 – Lacerdópolis S – 27°14’27,4” W – 51°32’00”

A3 – Lacerdópolis (São Carlos) S – 27°18’46,2” W – 51°34’31,0”

A4 – Ouro S – 27°19’39,5” W – 51°36’44,8”

A5 – Ouro (Águas de Ouro) S – 27°20’43” W – 51°38’09,8”

A6 – Ouro (Alto Alegre) S – 27°21’05,7” W – 51°41’11,7”

A7 – Capinzal (Barra do Pinheiro) S – 27°21’30,6” W – 51°43’35,6”

A8 – Piratuba S – 27º23’56,9” W – 51°45’44.7”

2.2. Métodos de levantamento de fauna

2.2.1. Ictiofauna

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Foram realizadas coletas quantitativas com auxilio de redes de emalhar. Estas eram

armadas ao entardecer e revistadas no amanhecer e entardecer. Os peixes capturados foram

medidos, pesados com balança digital, fotografados e identificados. Para as coletas

quantitativas foram utilizadas redes com malhas de 2, 3, 4,5,6,7 e 8 cm, com comprimentos

que variaram entre 5 m até 70 m. Para os arrastões marginais, foi utilizada rede multifiamento

com 20 m de comprimento e malha 0,8 cm entre nós e também telas plásticas com 2 mm entre

fios, além de tarrafas com malha de 15, 25 e 30 mm entre nós com fios de monofilamento de

nylon. Outras modalidades de captura foram realizadas utilizando-se espinheis com diversos

tamanhos de anzóis que eram armados ao entardecer e retirados ao amanhecer, além do uso de

linhas de espera, varas com e sem molinetes e barcos movidos a remo.

2.2.2. Herpetofauna (Anuros)

Nas áreas amostrais foram realizadas buscas ativas por espécies que compõem a

anurofauna regional, por meio de transectos lineares ao longo das matas ciliares do Baixo Rio

do Peixe, buscando a visualização direta dos espécimes em seus habitats. Os transectos foram

percorridos nos períodos diurno (entre 09:00 e 14:00) e noturno (entre 19:00 e 24:00).

Durante o percurso foram vistoriados ambientes costumeiramente habitados por anfíbios, tais

como: bromélias de solo e epífitas, fendas de rochas, cavidades de árvores, sob troncos e

rochas dispostas no solo, dentro de “cupinzeiros”, na serapilheira e na vegetação marginal dos

cursos d’agua.

Buscou-se ativamente por espécimes em sítios de reprodução (poças temporárias,

charcos, banhados, açudes) de forma a amostrar espécies que se encontravam em período

reprodutivo ou em atividade de vocalização. As amostragens noturnas foram realizadas com o

auxílio de lanternas de luz branca, quando avistados, os indivíduos foram fotografados com o

auxilio de uma câmera digital SONY modelo DSC-H2, quando em atividade de vocalização,

foram gravados os cantos com o auxilio de um gravador digital PANASONIC modelo RR-US

450, acoplado a um microfone unidirecional YOGA modelo HT- 81.

Além das atividades de busca, procurou-se obter dados sobre a anurofauna por meio

de entrevistas com moradores de áreas lindeiras.

2.2.3. Herpetofauna (Répteis)

Para a realização dos levantamentos utilizou-se do método de coleta direta, onde foram

realizadas buscas ativas através de trilhas nas áreas compostas por diversos tipos de

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ambientes, interior de mata, campo aberto, lavouras e rochedos, bem como entrevistas com os

moradores ribeirinhos locais.

As buscas foram realizadas por duas pessoas simultaneamente, ocorrendo no período

da manhã, tarde e noite, sendo revistados serrapilheira, buracos naturais e artificiais, troncos

podres, entulhos de madeira, galpões, residências e murros de pedra (taipa).

O esforço amostral nas oito áreas juntas soma 16 dias, sendo dois para cada área, com

média de 28 horas/homem, totalizando 224 horas/homem para todas as áreas estudadas.

Os pontos de início e fim das trilhas foram georreferenciados com GPS Garmin

modelo Vista, bem como as confirmações dos animais e visualizações dos mesmos. Quando

encontrados, os animais foram capturados com um bastão “L”de madeira, fotografados com

uma máquina digital Sony DSC H2, e posteriormente soltos no mesmo ambiente.

A pontualidade deste levantanmento lhe confere um caráter preliminar.

2.2.4. Avifauna

Foram realizadas observações no período compreendido entre 09 e 10/02/2008 (A1 -

Lacerdópolis), 16 e 17/02/2008 (A2 – Lacerdópolis), 23 e 24/02/2008 (A3 - Lacerdópolis), 01

e 02/03/2008 (A4 – Ouro), 08 e 09/03/2008 (A5 – Ouro), 15 e 16/03/2008 (A6 – Capinzal),

22 e 23/03/2008 (A7 – Capinzal), 29 e 30/03/2008 (A 8 – Piratuba), considerando as aves

vistas e/ou ouvidas durante o período de amostragem. Para o registro dos contatos visuais

foram utilizados binóculos TASCO (8X-17X25mm) e ViewCatcher, com câmera digital

acoplada, enquanto para os auditivos foi utilizado um gravador digital Panasonic RR-US450

com microfone unidirecional Yoga HT-81. Além disso, os seguintes guias de identificação

também foram utilizados para assegurar a correta identificação das espécies: Sick (1997),

Sigrist (2005), Narosky & Yzurieta (2006).

As observações realizadas para o levantamento da avifauna foram diárias, ocorrendo

durante as três primeiras e as três últimas horas do dia, em cada área, num total de 12 horas de

observação por área amostral, totalizando 96 horas de observação.

O método utilizado neste levantamento foi o do transecto linear, de acordo com Bibby

et al (1992) durante o deslocamento entre os pontos, e o método dos pontos de escuta,

segundo Vielliard & Silva (1990) para as áreas mais preservadas. Apesar de distintas, as duas

metodologias foram usadas de forma complementar, otimizando o tempo de amostragem.

A nomenclatura das espécies de aves e a distribuição por habitat seguem CBRO

(2007).

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2.2.5. Mastofauna

Os levantamentos ocorreram em oito esforços de campo, cada esforço durou dois dias,

totalizando dezesseis dias de campo. Em cada esforço foi realizado a cobertura das áreas de

mata ciliar do Rio do Peixe. As datas e locais de estudo seguem abaixo:

Ao realizarem suas atividades estes animais deixam vestígios no ambiente, como

rastros, fezes, tocas e restos alimentares. Os cheiros deixados nas trilhas também dão indícios

de sua ocorrência no local, se estes sinais forem interpretados corretamente, fornecem

identificação segura do animal que os fez (Câmara & Murta, 2003). A reunião desses sinais,

aliado a um criterioso estudo dos materiais no laboratório constituem um dos métodos

indiretos de levantamento da mastofauna.

A procura por vestígios de fezes, pêlos, grunidos, rastros e avistamentos, foi realizada

por transectos nas margens direita e esquerda do Rio do Peixe, principalmente nas matas

ciliares, ocorrendo uma vez ao dia e uma vez à noite, totalizando 08 transectos lineares

(Oliveira & Cassaro, 2005). O inicio e o término de todos os transectos foram

georreferenciados com GPS - Garmin, Vista 2003.

Foram realizados transectos na SC 135 todas as vezes em que a área de estudo estava

na área de influência desta rodovia, e os animais atropelados foram registrados como registro

casual, fora do período amostral.

O avistamento é um dos métodos de levantamento direto, confirmando a espécie vista.

Alguns avistamentos foram fotografados e georreferenciados, e as espécies levantadas foram

confirmadas com manuais de campo apropriados.

As áreas com maior sucesso de registro de rastros foram as áreas de margem do Rio do

Peixe, com substrato de argila e arenito (sedimentos), margens das estradas de terra e

substratos úmidos da mata ciliar estudada. Foram feitos moldes de gesso em locais secos e de

parafina em locais úmidos, pois o gesso demora a secar em lugares úmidos podendo danificar

o rastro (Pardini et al., 2003). Todos os rastros foram fotografados e georreferenciados.

A entrevista semi-estruturada também é um método bastante utilizado para

complementar dados, sendo proveitoso quando aplicado em pessoas que residem ou

trabalhem no local ou próximo ao local de estudo (Oliveira & Cassaro, 2005). As entrevistas

foram realizadas com moradores próximos das áreas estudadas, variando de dois a cinco

entrevistados por área amostral, de acordo com o número de moradores residentes próximos

das áreas estudadas.

Foi realizado o estudo da tricologia dos pêlos (cutícula e medula) e dos restos

osteológicos dos animais encontrados nas fezes de animais coletadas durante o período

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amostral, com o intuito de identificar a espécie a qual pertence bem como sua dieta. Através

desse método foi possível comprovar que tipo de animais o predador se alimentou, bem como

a identidade do próprio predador (Quadros & Monteiro 1998).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Ictiofauna: Espécies de peixes registradas no Baixo Rio do Peixe.

Espécies A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8

Classe Actinopterygii

Divisão Teleostei

Subdivisão Euteleostei

Superordem Acanthopterygii

Série Atherinomorpha Ordem Atheriniformes

FamiliaAtherinidae

Odontestes perugiae (Evermann & Kulander, 1906)

Superordem Ostariophysi

Serie Otophysi

Ordem Characiformes

Familia Anostomidae

Leporinus amae (Godoy,1980)

Schizodon aff. nasutus (Kner, 1858)

Familia Characidae

Subfamília Acestrorhynchinae

Acestrorhynchus pantaneiro (Menezes, 1992) Subfamília Cynopotaminae

Galeocharax humeralis

Subfamília Serrasalminae

Serrasalmus maculatus (Kner, 1858)

Subfamília Tetragonopterinae

Astyanax bimaculatus lacustris (Rheinhardt, 1874)

Astyanax fasciatus (CUVIER, 1819)

Astyanax gr.scabripinis (Jenyns, 1842)

Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887)

Oligosarcus breviorus (Menezes, 1987)

Oligosarcus jenynsii (Günter, 1864) Família Curimatidae,

Steindachnerina biornata (Braga & Azpeliqueta, 1987)

Steindachnerina brevipina (Eigenmann & Eigenmann,

1889)

Família Erythrinidae

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)

Hoplias lacerdae (Miranda-Ribeiro, 1908)

Familia Parodontidae

Apareiodon affinis (Steindachner, 1879)

Ordem Siluriformes

Subordem Gymnotoidei

Familia Gymnotidae Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758)

Subordem Siluroidei

Familia Auchenipteridae

Parauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766)

Família Heptapteridae

Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)

Familia Pimelodidae

Iheringichthys labrosus (Lutken, 1874)

C

C

C

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C

C

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Pimelodus absconditus (Azpeliqueta, 1995)

Steindachneridion scripta (Miranda Ribeiro, 1999)

Pimelodus maculatus (Lacépède, 1803)

Pimelodus atrobrunneus (Vidal & Lucena, 1999)

Familia Loricariidae

Ancistrus sp.

Hemiancistrus sp.

Hypostomus comersoni (Valencienes, 1836)

Hypostomus isbruekeri (Reis, Weber & Malabarba, 1990)

Hypostomus luteus (GODOY, 1980)

Hypostomus roseopunctatus (Reis, Weber & Malabarba, 1990)

Superordem Acanthopterygii

Serie Percomorpha

Ordem Perciformes

Subordem Labroidei

Familia Cichlidae

Crenicichla celidochilus (CASCIOTTA, 1987)

Crenicichla sp.

Crenicichla jurubi (Lucena, 1992)

Crenicichla vittata (Heckel, 1840)

Crenicichla tendybaguassu (Lucena & kullander, 1992)

Crenicichla sp. Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824)

Espécies exóticas

Ordem Cypriniformes

Família Cyprinidae

Arystichthys nobilis (Richardson, 1845)

Ctnepharingodon idella (Valencienes, 1844)

Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758)

Espécies confirmadas através de entrevistas com pescadores

e moradores locais. Superordem Ostariophysi

Serie Otophysi

Ordem Characiformes

Familia Anostomidae

Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836)

Subfamilia Bryconinae

Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850)

Subfamilia Salmininae

Salminus brasiliensis (Cuvier, 1858)

Subfamilia Serrasalminae

Pygocentrus nattereri (Kner, 1858)

Familia Prochilodontidae Prochilodus lineatus (Valencienes, 1836)

Ordem Siluriformes

Familia Clariidae

Clarias gariepinus (Burchell, 1822)

Familia Pimelodidae

Pseudoplatystoma corruscans (Spix & Agassiz, 1829)

Sorubim lima (Bloch & Schneider, 1801)

Ordem Synbranchiformes

Familia Symbranchidae

Synbranchus marmoratus (Bloch, 1795)

Serie Percomorpha Ordem Perciformes

Subordem Labroidei

Familia Cichlidae

C

C

C

C

C

C

C

C

C

C

C

C

C

C

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C

CE

CE

CE

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Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758)

CE

CE

CE

CE

CE

CE

CE

CE

C – Espécie confirmada através de captura; CE – espécie com presença confirmada através de entrevistas com

moradores locais e pescadores amadores

3.2. Herpetofauna (Anuros): Espécies de anfíbios registradas no Baixo Rio do Peixe.

Família Espécies Nome popular

Revis

ão A1 A 2 A 3 A 4 A 5 A 6 A 7 A 8

Brachycephali

dae Eleutherodactylus binotatus Rã do foliço - Rã das matas R

Eleutherodactylus

guentheri Rã do foliço - Rã das matas R C C C C

Bufonidae

Melanophryniscus

cambaraensis Sapinho verde R

Melanophryniscus

tumifrons Sapinho de barriga vermelha R E E

C+

E E C

Rhinella Icterica Sapo cururú - Sapo comum R

C+

E

C+

E

C+

E

C+

E

C+

E

C+

E

C+

E

C+

E

Caeciliidae Siphonops aff. paulensis Cecília R

Centrolenidae

Hyalinobatrachium

uranoscopum Rã-de-vidro R

Cycloramphid

ae Odontophrynus americanus Sapo escavador R C C

Procerathophrys avelinoi Rã-lisa-de-chifres R C C C

Procerathophrys bigibbosa Rã-lisa-de-chifres R

Procerathophrys boiei Sapo-boi-de-chifres R

Procerathophrys brauni Sapo-de-chifres R

Thoropa saxatilis Rã-das-pedras R

Hylidae Aplastodiscus perviridis Perereca verde R C C C C

Dendrophsuphus microps

Pererequinha - Perereca das

árvores R

Dendrophsuphus minutus

Perereca rajada - Pererequinha

do brejo R C C C C C C C C

Dendrophsuphus sanborni Pererequinha R

Hypsiboas bischoffi Perereca - Perereca de Bischoff R

Hypsiboas faber Sapo ferreiro - Sapo Martelo R

C+

E C

C+

E

C+

E

Hypsiboas leptolineatus Perereca listrada R

Hypsiboas marginatus

Perereca verde - Perereca

marginada R

Hypsiboas pulchellus

pulchellus Perereca do Banhado R

Hypsiboas semiguttatus Perereca do Banhado R

Phyllomedusa tetraploidea Perereca-das-folhagens R

Pseudis Cardosoi Rã-boiadora - Rã-d'água R

Scinax berthae Perereca-de-pintas-laranjas R

Scinax catharinae Perereca malhada R

Scinax eringiophilus Perereca R

Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro R C

C+

E C C C

C+

E C

C+

E

Scinax granulatus Perereca-do-gravatá R

Scinax perereca Perereca R C C C

Scinax squalirostris Perereca-nariguda R

Sphaenorhynchus surdus Pererequinha-limão R C

Trachycephalus imitatrix Perereca-grudenta R

Hylodidae Hylodes meridionalis Rã-de-corredeira R

Leiuperidae Physalaemus cuvieri Rã-cachorro - Foi-não-foi R C C

C+

E C

C+

E C C

Physalaemus gracilis Rã-gato – Chorãozinho R

C+

E

C+

E

Physalaemus lisei Rã-da-espuma R

Physalaemus nanus Rã-da-espuma R

Leptodactylid

ae Leptodactylus fuscus Rã-assobiadora R

Leptodactylus marmoratus Rãzinha-marmoreada R

Leptodactylus mystacinus Rã-marrom R

Leptodactylus occellatus

Rã-criola - Rã-manteiga - Rã-

paulistinha R

C+

E C C

C+

E C

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201

Leptodactylus plaumanni Rã-do-banhado - Rã-do-charco R C C

Microhylidae Elachistocleis bicolor

Rã-oval - Sapo-guarda-de-duas-

cores R

Elachistocleis erythrogaster Sapo-guarda R

Ranidae Lithobates catesbeianus Rã-touro R

C+

E

C+

E

C+

E E E

C+

E E

C+

E

C = confirmado com entontro E = entrevista R = revisão de literatura

3.3. Herpetofauna (Répteis): Espécies de répteis registradas no Baixo Rio do Peixe.

FAMÍLIA ESPÉCIES NOME POPULAR REV. A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8

Chelidae Acanthochelys spixii Cágado-preto R

Amphisbaenidae Amphisbaena darwini Mussurana R

Amphisbaena prunicolor Anfisbena marrom R

Leiosauridae Anisolepis grilli Lagartixa-das-uvas R

Colubridae Atractus taeniatus Cobras da terra R E E E C/E E E E C/E

Boiruna maculata Muçurana comum R

Viperidae Bothrops alternatus Urutu, cruzeira R E E E E E E E E

Bothrops cotiara Cotiara R E E E E E E E E

Bothrops jararaca Jararaca R E C/E C/E C/E E E E E

Bothrops neuwiedi Jararaca pintada R E E

Bothrops pubescens Jararaca pintada dos pampas e

Uruguai

R

Alligatoridae Cayman latirostris Jacaré-de- papo-amarelo R

Gymnophthalmidae Cercosaura schreibersii Não encontrado R

Colubridae Clelia rustica Mussurana R

Chironius bicarinatus Cobra-cipó R

Viperidae Crotalus durissus Cacavel R

Colubridae Echinantera bilineata Corredeira de mato R

Echinantera cyanopleura Corredeira-do-mato-grande R

Echinantera poecilopogon Corredeira de barriga vermelha R

Leiosauridae Enyalius Iheringii Lagartinho- verde R

Colubridae Gomesophis brasiliensis Cobra bola R

Helicops infrataeniatus Cobra d’agua R E E E E E

Gekkonidae Hemidactylus maboia Lagarticha R E E E E E E E E

Chelidae Hydromedusa tectifera Cágado pescoço de cobra R C/E C/E C/E E E E E

Liolaemidae Liolaemus occipitalis Lagartinho-da-praia R

Colubridae Liophis flavifrenatus Jararaquinha-listrada R

Liophis jaegeri jaegeri Jararaquinha-do-campo R

Liophis miliaris Cobra-lisa R

Liophis poecilogyrus Cobra-do-capim R

Anomalepididae Liotyphlops beui Cobra-cega R E E E E E

Colubridae Lystrophis dorbignyi Nariguda R

Scincidae Mabuya dorsivittata Scinco comum R

Colubridae Mastigodryas bifossatus Jararaca do brejo R

Elapidae Micrurus altirostris Cobra –coral R E E C/E E E E E

Anguidae Ophiodes estriatus Cobra-de-vidro R

Colubridae Oxyropus clathrstus Cobra preta R E E

Oxyropus rhombifer Falsa coral R E E E E E E E E

Phalotris iheringii Cabeça preta serrana R

Phalotris lemniscatus Cobra de vidro verde R

Chelidae Phrynops hilarii Cágado-da lagoa R

Colubridae Phylodryas olfersii Boiubu, Cobra- verde R E E E C/E E E E C/E

Phylodryas aestiva Cobra-verde R E E E C/E E E E E

Phylodryas patagoniensis Parelheira R

Spilotes pullatus Caninana, Papa-pinto, Cobra-tigre R

Sybimorphus

ventrimaculatus

Dormideira comum R

Teiidae Teius ocelatus Teju-verde R

Colubridae Thamnodynastes strigatus Corredeira de campo R

Thamnodynastes

hypoconia

Corredeira de campo R

Tomodon dorsatus Cobra-espada R

Tropiduridae Tropidurus torquatus Calanguinho R A

Emydidae Trachemys dorbigni Tigre-d’agua R

Teiidae Tupinambis merianae Teiú, lagarto R E E E E E E E E

Typhlopidae typhlops cf.

brongersmianus

Cobra-cega R

Colubridae Waglerophis merremii Boipeva, Cobra-chata R E

Xenodon neuwiedii Falsa-jararaca R

Revisão (R), Avistamento (A), Entrevista (E), Confirmado (C).

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202

3.4. Avifauna: Espécies de aves registradas no Baixo Rio do Peixe.

ESPÉCIES GUILDA HAB E NOME POPULAR REV. A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 F.O%

TINAMIFORMES

TINAMIDAE

Crypturellus obsoletus FRU FLO Inhambuguaçu R C C 25

Crypturellus parvirostris ONI CA/FLO Inhambu-xororo R C C C 37,5

Crypturellus tataupa ONI CA/FLO Inhambu-xintã R

ANSERIFORMES

ANATIDAE

DENDROCYGNAE

Dendrocygna viduata ONI LRB Irerê R C C C C 50

ANATINAE

Amazonetta brasiliensis ONI LRB Marreca-pé-vermelho R C C C C C C C 87,5

GALLIFORMES

CRACIDAE

Penelope obscura ONI FLO Jacu R C C C C C C 75

PELECANIFORMES

PHALACROCORACIDAE

Phalacrocorax brasilianus CAR LRB Biguá R C C C C C C C C 100

CICONIIFORMES

ARDEIDAE

Nycticorax nycticorax CAR/INS LRB Savacu R C C C 37,5

Butorides striata CAR/INS LRB Socozinho R C C C C C C C 87,5

Ardea alba CAR LRB Garça-branca-grande R C C 25

Syrigma sibilatrix ONI CA Maria-faceira R C C C C 50

Egretta thula CAR LRB Garça-branca-pequena R C C C C C C 75

THRESKIORNITHIDAE

Theristicus caudatus ONI CA Curucaca R C C C C C C C C 100

Mesembrinibis caynensis ONI CA Coró-coró R C C C C C 50

CATHARTIFORMES

CATHARTIDAE

Cathartes aura NC CA/FLO Urubu-de-cabeça-vermelha R C C C C C C 75

Cathartes burrovianus NC CA Urubu-de-cabeça-amarela R C 12,5

Coragyps atratus NC CA Urubu-de-cabeça-preta R C C C C C C 75

FALCONIFORMES

ACCIPITRIDAE

Elanoides forficatus INS/FRU FLO Gavião-tesoura R C C C 37,5

Elanus leucurus INS/CAR FLO Gavião-peneira R

Harpagus diodon INS/CAR FLO Gavião -bombachinha R

Ictinia plúmbea INS CA/FLO Sovi R

Buteogallus urubitinga CAR FLO Gavião-preto R C 12,5

Perchnohierax leucorrhous CAR FLO Gavião-de-sobre-branco R

Rupornis magnirostris INS/CAR CA/FLO Gavião-carijó R C C C C C C 75

Buteo brachyurus CAR CA/FLO Gavião-de-cauda-curta R C

FALCONIDAE

Caracara plancus ONI CA Carrancho R C C C C C C 75

Milvago chimachima ONI CA Carrapateiro R C C C C C C C C 100

Milvago chimango ONI CA Gavião-pinhé R C 12,5

Micrastur ruficollis INS/CAR FLO Gavião-caburé R C C C 37,5

Micrastur semitorquatus INS/CAR FLO Gavião-caburé R

Falco sparverius CAR CA Quiri-quiri R

Falco femoralis CAR CA Falcão-de-coleira R C 12,5

GRUIFORMES

RALLIDAE

Aramides cajanea ONI FLO Saracura-três-potes R C C C C C C 75

Aramides saracura ONI FLO X Saracura-do-mato R C C C C C C C C 100

Pardirallus nigricans ONI LRB Saracura-sanã R

Gallinula chloropus ONI LRB Frango-d’água R

Parphyrio martinica ONI LRB Frango-d’água-azul R

CARIAMIDAE

Cariama cristata INS CA Seriema R C C 25

CHARADRIIFORMES

CHARADRIIDAE

Vanellus chilensis INS CA Quero-quero R C C C C C C C C 100

JACANIDAE

Jacana jacana INS/CAR LRB Jaçanã R C C C 37,5

COLUMBIFORMES

COLUMBIDAE

Columbina talpacoti GRA CA Rolinha R C C C C C C C C 100

Columbina picui GRA CA Rolinha-picui R C C C C 50

Patagioenas picazuro FRU FLO Pomba-carijó R C C C C C C 75

Patagioenas cayennensis FRU FLO Pomba-galega R

Patagioenas plúmbea FRU FLO Pomba-amargosa R

Zenaida auriculata GRA CA Pomba-de-bando R C C C C C C 75

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203

Leptotila verreauxi FRU FLO Juriti R C C C C C C C C 100

Leptotila rufaxilla FRU FLO Gemedeira R C C C C C C C 87,5

PSITTACIFORMES

PSITTACIDAE

Pyrrhura frontalis FRU FLO X Tiriba R C C C C C C C C 100

Forpus xanthopterygius FRU CA/FLO Tuim R C C 25

Pionopsitta pileata FRU CA/FLO Cuiú-cuiú R

Pionus maximiliani FRU FLO Baitaca R C C C C C C C 87,5

Amazona aestiva FRU CA/FLO Papagaio-verdadeiro C 12,5

Amazona vinacea FRU FLO X `Papagaio-de-peito-roxo R C 12,5

CUCULIFORMES

CUCULIDAE

CUCULINAE

Piaya cayana INS FLO Rabo-de-palha R C C C C C C C C 100

Coccyzus americanus INS CA/FLO Papa-lagarta-de-asa-vermelha R

CROTOPHAGINAE

Crotophaga ani INS CA Anu-preto R C C C C C C 75

Guira guira INS CA Anu-branco R C C C C C C C 87,5

TAPERINAE

Tapera naevia INS/CAR CA Saci R

STRIGIFORMES

TYTONIDAE

Tyto alba INS/CAR CA Suindara R C C 25

STRIGIDAE

Megascops choliba INS/CAR CA/FLO Corujinha-do-mato R C 12,5

Pulsatrix koeniswaldiana INS/CAR FLO X Murucututu R C 12,5

Strix hylophila INS/CAR FLO X Coruja-listrada R

Strix huhula INS/CAR FLO Coruja-preta R

Athene cunicularia CAR CA Coruja-buraqueira R C C C 37,5

CAPRIMULGIFORMES

NYCTIBIIDAE

Nyctibius griseus INS CA/FLO Urutau R C C 25

CAPRIMULGIDAE

Nyctidromus albicollis INS CA/FLO Curiango R

Caprimulgus parvulus INS CA/FLO Bacurau R C 12,5

Hydropsalis torquata INS CA/FLO Bacurau-tesoura R

Macropsalis forcipata INS CA/FLO Bacurau-tesoura-gigante R

APODIFORMES

APODIDAE

Chaetura cinereiventris INS FLO/CA Andorinhão-de-barriga-cinza R C 12,5

Chaetura meridionalis INS FLO/CA Andorinhão-de-temporal R C 12,5

TROCHILIDAE

PHAETHORNITHINAE

Phaethornis eurynome NEC FLO X Rabo-branco-da-mata R C C 25

TROCHILINAE

Florisuga fusca NEC FLO/CA X Beija-flor-preto-e-branco R

Stephanoxis lalandi loddigesi NEC FLO/CA X Beija-flor-de-topete R C C 25

Chlorostilbon lucidus NEC FLO/CA Besourinho-verde R C C C C C C C 87,5

Leucochloris albicollis NEC FLO/CA X Beija-flor-de-papo-branco R C C C C C C C 87,5

TROGONIFORMES

TROGONIDAE

Trogon surrucura INS/FRU FLO X Surucuá R C C C C C C C C 100

CORACIIFORMES

ALCENIDAE

Megaceryle torquata CAR LRB Martim-pescador-grande R C C C C C 62,5

Chloroceryle amazona CAR LRB Martim-pescador-verde R C C C C C C C C 100

Chloroceryle americana CAR LRB Martim-pescador-anão R C C C C C C 75

GALBULIFORMES

BUCCONIDAE

Nystalus chacuru R

PICIFORMES

RAMPHASTIDAE

Ramphastos dicolorus INS CA/FLO Tucano-de-bico-verde R C C C C C C C C 100

PICIDAE

Picumnus temminckii INS CA/FLO X Pica-pau-anão R C C C C C C 75

Picumnus nebulosus INS CA/FLO Pica-pau-anão-carijó R

Verniliornis spilogaster INS FLO X Pica-pau-verde-carijó R C C C 37,5

Piculus aurulentus INS FLO X Pica-pau-dourado R

Colaptes melanochloros INS CA/FLO Pica-pau-verde-barrado R C C C C C C 75

Colaptes campestris INS CA Pica-pau-do-campo R C C 25

Dryocopus lineatus INS CA/FLO Pica-pau-banda-branca R C C C 37,5

PASSERIFORMES

THAMNOPHILIDAE

Thamnophilus caerulescens

gilvigaster INS FLO/CA Choca-da-mata R C C C C C C 75

Thamnophilus ruficapillus INS CA/FLO Choca-de-boné-vermelho R C C C 37,5

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204

Dysithamnus mentalis INS FLO Choquinha-lisa R C C C C C C 75

Drymophila rubricollis INS FLO X Trovoada R

Drymophila malura INS FLO X Choquinha-de-tranqueira R

CONOPOPHAGIDAE

Conopophaga lineata R C C C C 50

FORMICARIIDAE

Chamaeza campanisona INS FLO/CA Chupa-dente R C C C 37,5

DENDROCOLAPTIDAE

Sittasomus griseicapillus INS FLO Arapaçu-verde R C C C C C 62,5

Xiphocolaptes albicollis INS FLO Arapaçu-de-coleira-branca R C C C 37,5

Dendrocolaptes platyrostris INS FLO Arapaçu-grande R C 12,5

Lepidocolaptes falcinellus INS FLO Arapuçu-escamado-do-sul R

FURNARIIDAE

Furnarius rufus INS CA João-de-barro R C C C C C C C C 100

Leptasthenura setaria INS FLO X Grimpeiro R

Synallaxis ruficapilla INS FLO X Pichororé R C C C C C C 75

Synallaxis cinesrascens INS FLO João-teneném-da-mata R C C C 37,5

Synallaxis spixi INS CA/FLO João-teneném R C C C 37,5

Philydor lichtensteini INS FLO/CA X Limpa-folha-ocráceo R C C 25

Philydor rufus INS FLO/CA Limpa-folha-coroado R

Lochmia nematura INS FLO João-porca R C C C C C C C 87,5

Heliobletus contaminatus INS FLO X Trepadorzinho R

Xenops rutilans INS FLO Bico-virado R

TYRANNIDAE

PIPROMORPHINAE

Leptopogon amaurocephalus INS FLO Cabeçudo R C C C C 50

Poecilotriccus plumbeiceps INS FLO/CA Tororó R C C C C C C 87,5

ELAENIINAE

Phyllomyias fasciatus INS FLO/CA Piolhinho R C 12,5

Myiopagis caniceps INS/FRU FLO Maria-da-copa R

Elaenia flavogaster FRU/INS CA Maria-é-dia R C C C C C C C 87,5

Elaenia mesoleuca INS FLO/CA Tuque R

Elaenia obscura INS FLO/CA Tucão R

Camptostoma obsoletum INS CA/FLO Risadinha R C C C C C C 75

Serpophaga subcristata INS FLO Alegrinho R C 12,5

Capsiempsis flaveola INS FLO/CA Marianinha-amarela R

Phylloscartes ventralis INS FLO/CA borboletinha-do-mato R C C C 37,5

Myiornis auricularis INS FLO/CA miudinho R C C 25

Tolmomyias sulphurescens INS FLO Bico-chato R C C 25

Platyrinchus mystaceus INS FLO Patinho-gigante R C C C C C C 87,5

FLUVICOLINAE

Myiophobus fasciatus INS FLO/CA Filipe R C C 25

Hirundinea ferruginea INS CA Gibão-de-couro R C

Lathrotriccus euleri INS FLO Enferrujado R C C C C 50

Knipolegus lophotes INS CA Maria-preta-de-penacho R

Xolmis cinereus INS CA Primavera R

Xolmis dominicanus INS CA Noivinha-de-rabo-preto R C C C C 50

Muscipipra vetula INS FLO/CA X Papa-moscas-cinza R

Colonia colonus INS CA Viuvinha R

Machetornis rixosa INS CA Bem-te-vi-de-gado R

TYRANNINAE

Legatus leucophaius INS CA Bem-te-vi-pirata R

Myiozetetes similis FRU/INS CA/FLO Bem-te-vizinho R C C 25

Pitangus sulphuratus ONI FLO/CA Bem-te-vi R C C C C C C 75

Myiodynastes maculatus INS/FRU FLO/CA Bem-te-vi-rajado R C C C C C C C 87,5

Megarynchus pitangua INS FLO Nei-nei R C C C C C C 75

Empidonomus varius INS/FRU CA/FLO Peitica R C C C C C 62,5

Tyrannus melancholicus INS/FRU CA Suiriri R C C C C C C 75

Tyrannus savana INS CA Tesourinha R C 12,5

Sirystes sibilator INS FLO Maria-assobiadeira R

Myiarchus swainsoni INS/FRU FLO/CA Irrê R C 12,5

Attila phoenicurus INS FLO Capitão-castanho R

PIPRIDAE

Chiroxiphia caudata FRU FLO X Tangará R C C C C C 62,5

TITYRIDAE

Schiffornis virescens FRU/INS FLO X Flautim R C 12,5

Tityra inquisitor FRU/INS FLO/CA Araponguinha R C C 25

Tityra cayana FRU/INS FLO/CA Anambé-branco R C C 25

Pochyramphus polychopterus FRU/INS FLO/CA Caneleiro-preto R C C C C C C C 87,5

VIREONIDAE

Cyclarhis gujanensis INS FLO/CA Pitiguari R C C C C C C 75

Vireo olivaceus INS/FRU FLO Juruviara R C C C 37,5

Hylophilus poecilotis INS FLO/CA Verdinho-coroado R C C C 37,5

CORVIDAE

Cyanocorax caeruleus ONI FLO X Gralha-azul R

Cyanocorax chrysops ONI FLO X Gralha-picaça R C 12,5

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205

HIRUNDINIDAE

Progne chalybea INS CA Andorinha-de-casa-grande R

Pygochelidon cyanoleuca INS CA Andorinha-de-casa-pequena R C C C C 50

Stelgidopteryx ruficollis INS CA Andorinha-serrador R C 12,5

TROGLODYTIDAE

Troglodytes musculus ONI CA Curruira R C C C C C C C 87,5

TURDIDAE

Turdus rufiventris ONI FLO Sabia-laranjeira R C C C C C 62,5

Turdus leucomelas ONI FLO/CA Sabiá-barranco R C C C 37,5

Turdus amaurochalinus ONI FLO/CA Sabiá-poca R C C C C C C C C 100

Turdus subalaris ONI FLO X Sabiá-ferreiro R

Turdus albicollis ONI FLO Sabiá-coleira R C C 25

MIMIDAE

Mimus saturninus ONI CA Sabiá-do-campo R C C C 37,5

COEREBIDAE

Coereba flaveola NEC FLO/CA Sebinho R C C C C C C 75

THRAUPIDAE

Pyrrhocoma ruficeps FRU FLO X Cabecinha-castanha R

Trichothraupis melanops FRU FLO Tiê-espelho R C C C C 50

Tachyphonus coronatus FRU FLO/CA X Tiê-preto R C C C C C 62,5

Thraupis sayaca FRU CA/FLO Sanhaço-cinzento R C C C C C C C 87,5

Thraupis bonariensis FRU FLO/CA Sanhaço-papa-laranja R C C C C 50

Stephanophorus diadematus FRU FLO Sanhaço-frade R

Pipraeidea melanonota FRU FLO/CA Saíra-viúva R

Tersina viridis FRU FLO/CA Saí-andorinha R C C C 37,5

Dacnis cayana FRU FLO/CA Saí-azul R

Hemithraupis guira FRU FLO Saíra-de-papo-preto R C 12,5

Conirostrum speciosa FRU FLO Sebinho-de-crisso-castanho R C 12,5

EMBERIZIDAE

Zonotrichia capensis ONI CA Tico-tico R C C C C C C C C 100

Poospiza nigrorufa ONI FLO/CA Quem-te-vestiu R

Poospiza thoracica ONI FLO Peito-pinhão R

Poospiza lateralis ONI FLO/CA Quete R

Sicalis flaveola GRA CA Canário-da-terra R C C C C C C C C 100

Sicalis luteola GRA CA Canário-típio R

Embernagra platensis GRA CA Sabiá-do-banhado R C 12,5

Volatinia jacarina GRA CA Tiziu R C C C C C C 75

Sporophila plumbea GRA CA Patativa R

Sporophila caerulescens GRS CA Coleirinha R C C C C C C C C 100

Coryphospingus cucullatus ONI CA Sangue-de-boi R C C C C C C 75

Paroaria coronata ONI CA Cardeal R

CARDINALIDAE

Saltator similis ONI FLO Trinca-ferro R C C C C 50

PARULIDAE

Parula pitiayumi INS/NEC FLO Mariquita R C C C C C C C 87,5

Basileuterus culicivorus INS FLO Pula-pula-coroado R C C C C C C C C 100

Basileuterus flaveolus INS FLO Canário-do-mato C C C C 50

Basileuterus leucoblepharus INS FLO X Pula-pula-assoviador R C C C C C C C 87,5

Geothlypis aequinoctialis INS FLO Pia-cobra R C C 25

ICTERIDAE

Cacicus haemorrhous ONI FLO Guaxe R C C C C C C C C 100

Cacicus chrysopterus ONI FLO Tecelão R C C C C C 62,5

Gnorimopsar chopi ONI CA Pássaro-preto R

Pseudoleistes guirahuro ONI CA Chopim-do-brejo R C C 25

Agelaioides badius ONI CA Asa-de-telha R C C C 37,5

Molothrus bonariensis ONI CA Chopim R C C C C C C 75

Sturnella superciliaris ONI CA Polícia-inglesa-do-sul R

FRINGILLIDAE

Carduelis magellanica GRA CA/FLO Pintassilgo R C C C C C C 75

Euphonia chlorotica FRU FLO/CA Vi-vi R C C C C C 50

Euphonia violacea FRU FLO Gaturamo R C C 25

Euphonia chalybea FRU FLO/CA X Cais-cais R C C C C C C 62,5

Chlorophonia cyanea FRU FLO/CA Gaturamo-bandeira R C C 25

ESTRILDIDAE

Estrilda astrild GRA CA Bico-de-lacre R C C C 37,5

PASSERIDAE

Passer domesticus ONI CA Pardal R C C C 37,5

209 espécies 67 90 93 90 62 94 101 59

Legenda: nectarívoros (NEC), granívoros (GRA), frugívoros (FRU), frugívoros/insetívoros (FRU/INS),

insetívoros/frugívoros (INS/FRU), insetívoros (INS), onívoros (ONI), insetívoros/carnívoros (INS/CAR),

carnívoros/insetívoros (CAR/INS), carnívoros (CAR), necrófagos (NC), espécie florestal (FLO), espécie

campestre (CA), espécie florestal/campestre (FLO/CA), espécie campestre/florestal (CA/FLO), espécies que

foram observadas em lagos, rios ou banhados (LRB). E: Espécies endêmicas da Mata Atlântica. F.O. Freqüência de Ocorrência da Avifauna.

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206

3.5. Mastofauna: Espécies de mamíferos registradas no Baixo Rio do Peixe.

Espécies RL A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8

Didelphis albiventris (Lund, 1840) Gambá X C/E C/E C/E C/E C/E C/E E E

Dasypus novencinctus (Linnaeus, 1758) Tatu

galinha X E C/E C/E E E C/E C/E

Dasypus septemcinctus (Linnaeus, 1758). Tatu

mulita

X E E E

Cabassous tatouay (Desmarest, 1804) Tatu-de-

rabo-mole X C/E

Tamanduá tetradactyla (Linnaeus, 1758)

Tamanduá-mirim X E E C/E E E

Cebus apella (Linnaeus, 1758) Macaco-Prego X E E E E E

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Graxaim X C/E C/E C C/E E C/E C/E

Leopardus tigrinus (Scheber, 1775) Gato do mato pequeno

X E C/E C/E C/E E E E

Herpailurus yagouaroundi (Geoffroy,1803) Gato-

mourisco

X C E C E

Galictis cuja (Molina,1782) Furão X E E E E E E

Lontra longicaudis (Olfer, 1818) Lontra X E E E E C/E C/E C/E

Eira bárbara (Linnaeus, 1758) Irara X E E C/E

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati X C/E C/E E E E E E

Procyon cancrivorus (G.cuvier, 1798) Mão-

pelada

X C C/E C/E C/E C E C/E C/E

Lepus europaeus (Linnaeus,1758) Lebre Européia X E E E E C/E E

Mazama gouzoubira (Fischer, 1814) Veado

catingueiro X E E E E E E

Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Paca. X E E E E

Hydrochaeris hydrochaeris (Linnaeus, 1766)

Capivara X C/E C/E C/E C/E C/E C/E C/E C/E

Sphiggurus villosus (F. Cuvier, 1823) Ouriço X E E E E

Cavia aperea (Erxleben,1777) Preá X E E C/E E C/E E

Dasyprocta azarae (Lictenstein, 1823) Cutia X E E E

Sciurus aestuans (Linnaeus, 1766) Cerelepe X E E E C/E C/E E E

Myocastor Coypus (Molina, 1782)-Ratão-do-

Banhado X E E E E E

C= Espécie confirmada/ E= Entrevistas semi-estruturadas com moradores locais

4. CONCLUSÕES

O levantamento efetuado, mesmo que parcial, demonstra que existe uma grande

riqueza de espécies no Rio do Peixe e esta precisa ser preservada. O retorno de espécies de

peixes de importância esportiva e econômica foi confirmado pelas capturas e pelas entrevistas

com os pescadores amadores e moradores ribeirinhos.

A modificação de habitat, sem dúvida é a mais documentada causa do constante

declínio das populações de anfíbios. Segundo Ross (1999), a perda de habitat seguramente

reduz a diversidade e a abundância de anfíbios nas áreas afetadas.

A presença da espécie exótica Lithobates catesbeianus em todos pontos amostrais

denota que a anurofauna, além dos problemas inerentes a ação antrópica, possivelmente esteja

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sofrendo os efeitos da competição exercida por esta espécie. Segundo Gonsales (2004), esta

espécie apresenta grande voracidade, é predadora de quase todos os animais de menor porte, o

que inclui outras espécies de anfíbios, além de possuir alta tolerância à ambientes degradados,

demonstrando ter mais vantagens quando comparada ás espécies nativas. Esses fatos que

levam á crer que Lithobates catesbeianus pode representar um perigo potencial para o

equilíbrio do ecossistema onde está inserida.

Observando as listas de vertebrados ameaçados de extinção dos estados do Paraná

(IAP, 2004) e do Rio Grande do Sul (Marques, 2002), podemos afirmar que a única espécie

citada trata-se de Sphaenorhynchus surdus, classificada como vulnerável na lista do Rio

Grande do Sul.

A técnica de levantamento de avifauna empregada forneceu um perfil da estrutura

ecológica das áreas estudadas, e mesmo levando-se em conta o caráter secundário desses

fragmentos, registrou-se a presença de espécies de grande importância ecológica - como

dispersores de sementes, por exemplo - cujas populações encontram-se em declínio por todo

Brasil. Os principais dispersores de sementes registrados nas áreas de estudo são Penelope

obscura e Ramphastos dicolorus.

A baixa similaridade encontrada entre a avifauna registrada no presente estudo e a

registrada no Parque Natural Municipal Rio do Peixe pode estar relacionada a fatores como o

tamanho e o estado de preservação dos fragmentos florestais, até a distribuição sazonal das

horas de observação.

Comparando-se a composição da avifauna da área de estudo com a de outras áreas

similares, em termos de vegetação nativa, mas de tamanho maior, como no levantamento da

avifauna do Parque Natural Municipal Rio do Peixe, constata-se a baixa representatividade de

famílias como Bucconidae e Dendrocolaptidae, sendo que estas espécies caracterizam-se por

dietas relativamente especializadas. O empobrecimento da avifauna da área de estudo,

provavelmente, deve-se ao pequeno tamanho dos hábitats naturais, e a alteração das matas

ciliares.

Desta forma, este estudo parece corroborar a idéia de que se os atuais níveis de

perturbação ambiental continuarem haverá uma tendência cada vez maior das aves onívoras e

possivelmente das insetívoras menos especializadas aumentarem sua representatividade,

sucedendo o contrário no caso dos frugívoros e insetívoros mais especializados.

Cabe dar destaque a presença de algumas espécies, como Lochmias nematura que é

encontrada apenas em matas ciliares e Buteogallus urubitinga, ave de rapina que tem por

hábito permanecer próximo a cursos d’água (Sick, 1997; Sigrist, 2005).

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Aves nectarívoras têm grande importância no que diz respeito à polinização de

diversas espécies vegetais, neste caso foram registrados representantes da família Trochiliadae

(beija-flores), representada no presente estudo por quatro espécies (Phaethornis eurynome,

Chlorostilbon lucidus, Leucochloris albicollis, Stephanoxis lalandi).

Outra função ecológica importante desempenhada por muitas aves é a dispersão de

sementes. Entre as principais famílias que desempenham esta função na área de estudo tem-se

as família Ramphastidae, Thraupidae e Turdidae. Uma das grandes vantagens das aves como

dispersores está relacionada à sua mobilidade e a grande diversidade de espécies; uma de suas

vantagens está em transportar as sementes para um grande distância da planta mãe, fato que

implica diretamente no sucesso da dispersão (Scherer et al, 2007; Fukui, 2003). Porém a

fragmentação florestal ocasionada pela retirada de mata afeta de forma negativa a dispersão

de sementes o que ocasiona em danos graves para todo o ecossistema local (Staggemeier &

Galetti, 2007).

Muitos dos mamíferos registrados por esse estudo são considerados bioindicadores das

condições ambientais, pois necessitam de grande área e de boas condições de preservação

para sua manutenção, principalmente os carnívoros de grande porte (POUGH, 2003).

Todas as espécies de mamíferos registradas neste trabalho têm sua ocorrência

confirmada em Santa Catarina e muitas das espécies citadas na lista dos mamíferos do Estado

de Santa Catarina e Sul do Brasil estão citadas como de ocorrência nas proximidades e no

próprio local de estudo.

Dentre todos os trabalhos pesquisados houve maior disponibilidade de dados em

relatórios técnicos de consultoria ambiental não publicados, citados nas Referências

Bibliográficas. Muitos trabalhos também derivam de pesquisas científicas promovidas

principalmente pelas Universidades que ocupam parte da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe.

Todas as espécies registradas em todos os levantamentos ocupam nichos ecológicos

específicos, e fazem parte de um delicado equilíbrio ecológico, dependendo primariamente de

áreas preservadas para sua manutenção. Muitas ocupam lugares de destaque na lista de

animais ameaçados de extinção, ou em perigo do IBAMA.

A continuidade dos trabalhos é de grande importância para aumentar o número de

espécies registradas e possibilitar estudos quantitativos. Mesmo com o pouco número de

amostras foi possível definir o perfil ecológico geral da fauna de Vertebrados do Baixo Rio do

Peixe.

Agradecimentos

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Os autores são gratos por todas as pessoas que de forma direta ou indireta colaboraram

na confecção deste material, em especial ao Projeto Rede Guarani/SerraGeral, através do

convênio FUNJAB/FAPESC 15.915/2007-8, pelo suporte financeiro e aos alunos do Curso de

Ciências Biológicas da UNOESC.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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