biblioteca nacional av.rio branco ampla âssistêitia d...

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BIBLIOTECA NACIONAL Av.Rio Branco D.Fodorul Ampla âssistêitia às populações do São Francisco i INTERVENÇÃO DO ASSIM como acontece com todas ot noll» cias que fornecem "manchei les" tensacio» nois passou ropidamente a "sensação" cm torno dus palavras que o Papa dirigiu aus juizes católicos do mundo inltilro, proibindo-Ines intci- vir em processos do divóicio sempre quando a lei do Estado permite a diuolu;ào do vinculo matri» monial, repudiada pela lgre|a. O problema em causa «i|4it .«iii.i dois oípcctos,'opostos, da maior fjitw,., nn-, que ii-ii< podem ser discutidos som pro- funda simpatia humana e elevado senso de tes- ponsàbiildade: como so sabe, a Igreja defende a Indissolubiliüadc do matrimônio «.-, além des OITO MARIA CARPEAUX ensinamentos do dogma c do disciplina católicos, tódus as observações sociológicas a respeito con- firmam a inteira justeza daquela atitude; mes Iam.i. in sabem todos que a indissoíubilidade do matrimônio, alem de constituir umo restrição c. vezes quase insuportável da liberdade individual, produz tragédias das mais impressionantes, dos- grjçando numerosos vidas cm prol de uma lei estritamente observada. E essa lei, a da Igreja, nem sempre, nem em teda paite e a do Estado; de modo que a intransigência da Igreja nesse ponto c ressentida como Intervenção indébita de um poder ou antes ds um super-poder estranho aos poderes consliluides. Seriam estes os aspec- tos humanos, sociológicos e jurídicos do problt- ma. Pois bem, aqueias palavras do Papa não fi- zeram nod-j menos do que transferir todos esses conflitos para dentro da consciência de homens cuja norma de conduta costuma ser justamente a consciência: os juizes. V,al se pode imaginar conflito mais tremendo do a/ie este, entre uma à qual o homem en- treçou sua alma, e por outro lado uma lei à qual jurou obediência escrupulosa. A mera pos- sibilidade de que um juiz possa conscientemente agir contra a lei conforme a qual êle tem de ad- ministrar a justiça, bastava para inspirar indig- nação a muitos; mas muitos outros pensam que existo algo acima da lei e que "agir contra a consciência é o moior dos pavores", palavras, por sinal, de um teólogo protestante. Estamos em face de uma antinomia. Apenas nos ampara, como última esperança de solução, aquele ve- lho recurso dos filósofos medievais que sem- pre começaram a discussão de problema» es- pinhosos com um serene: "Distingue .." Distinguimos, antes de mais nada, diferenças geográficas. certos países predominantemen- te católicos cujas leis não estão em contradi- ção com as da Igreja. Nesses paises o Bro- sil e a Itália se encontram entre eles aquele coniliio de consciência não pode surgir. üutros paises, embora a maioria de suas po- pulaçues também professem pelo menos nominal- mente a religião católica, adotaram leis diferen- tes; e nesses paises em cujo número está a França a Igreja e o Estado não poderiam dei- xar de ficar em de guerra se nâo fôsse o recurso benéfico do "modus vlvendi". Leis as- sim também regem as. relações matrimoniais em paises cuja maioria de população é acatólica Não se diga que êste último caso não nos con- cerne! Pois, essa questão "maioria minoria" é muito delicada. O caso das maiorias nominais foi mencionado. Desde o fim da Idade Média não se pode falar em cristandade "sans phra- ise". E tòcla tentativa de ignorar êsse fato pro- duz conflitos tremendos, como aquele ao qual certos comentaristas aludiram a propósito da alo- cução de Pio XII aos juizes: a bula "Regnans in excelsis", do 25 de fevereiro de 1570, pela qual o Papa Pio V declarou deposta a rainha Isabel da Inglaterra, desligando da obediência os súdi- tos da soberana herética. Seria possível isso ho- je em dio? Eis o que perguntaram os adversários daquela alocução papal, lembrando também os mais famosos excessos do "clericalismo" medie- vai como por exemplo a bula "Clerlcls laicos" (25 de fevereiro de 1296) de Bonifácio VIII, etc. A pergunta àquele "seria possível hoje?" tem de íer dada de maneira paradoxal: não i possível, não; mas oxalá que o seja! O direito que o poder eclesiástico opôs à lei positiva do Estado é o Direito Natural: um conjunto de normas que a legislação leiga não ,'pode ou antes não deve desprezar. A Igreja en- £sina que essas normas são de origem divina Com ^isso não concordam, evidentemente, todos os que •íegam, desde o século XVII, a obediência à Igre- fa e ao próprio cristianismo; mas não despreza- fam, por isso, o Direito Natural: os tratadistas idos séculos XVII a XVIII o mantêm, embora lhe (atribuindo outra origem, puramente humana E lesse conjunto de normas continua até hoje en- frentando a oposição do positivismo jurídico, cons- tituindo o Código não-escrito de tôdu profissão de humanitária, de liberais, democratas, so- cialistas, etc. A Igreja, por sua vez, não está com a obrigação de apoiar esses seus filhos pró- digos; mas não o faz também por outros meti- vos. A Idade Média não era aquele reino de hor- Aionia idilica que os saudosistas descobrem nelo: havia heréticos e ateus, anti-clericalismo violento e até lutas de classes, Por outro lado, a Igreja cinda não estava enfraquecida por movimentos à maneira da Reforma; mantendo-se em a uni- dade formal, era possível confessar o que mtils tarde nâo se quis admitir a necessidade de compromissos com o mundo. Evidentemente, a Igreja nunca deixou de de- fender o Direito Natural: mas tampouco ignorou certos outros fenômenos "naturais" da vida so- ciai, invencíveis oo que parecia. O recurso porá tanto foi a doutrina de dois Direitos Natütais que se encontra esboçada em Platão ("Nomoi", lll, 6S0 sgg.) e Aristóteles ("Política", 1, ?, ,1252 b). Depois, os "loa elassiei", em São Tomóz, sâo: S. Th. I-II, qu 94, a.5 ad 3, e 11-11, qu. 57, a 3, ad 2, distinguindo-se o ilimitudo Direi- to Natural do estado paradisíaco e o Direito Nn- turol "secundário", limitado desde que a humn- nidade caiu no estado de pecado admitindo- se a escravidão, guerras, etc; os mesmos "loci' também poderiam servir para justificar coros fe nômenos do capitalismo e assim em adiante. São "compromissos" .temporários. Mas ninguém devia fazer mais questão de intransigência, da parte da Igreja, do que os adeptos do Direito Naturo1 "humano", os progressistas e humanitários de to dos os matizes., Certo "Tratado de Higiene Social", de 1910, atacando vivamente a negligência dos qovernos a respeito da mortalidade infantil, higiene de trabalho, habitações proletárias, etc. manchas de nossa civilização que continuem maculando-a até hoje exigiu legislação estritamente cientí- fica, inclusive a eutanásia, a esterilização dos débeis mentais e mais outras providencies seme- Jhnntes que foram depois realizadas pe.o mais desumano de todos os governos. Hcuvc certos (Oon^l.,| n-» 3." -' - 1 ttta «* a terceira de umn lérle de reporta* gent eicritns por VI* NICIVS FONSECA es* peclalment* para ifl* fíA POUTICA tòbre o aproveitamento do Vn* 'e do Sio Francisco. Iijii itrA dtclilvo para a lu.tfi- ria do mo Francisco. No teu itjiiii-iir»». luilo o quc (ul progra- nui.ii no Plano de KmerKcnrla l«. ii-rmi". C oa lecnlrot da Co. mltiáo do Vale deverão tncaml» nhar au Concresio o planu drlinl» tlvo de reciiptracin eronomlra t dt reajustamento social da rceliu predeallntda. qm- ie renlWarA, em i-nii-ii-niii-iii-ia, na grande bacia aanfranclacana? Responder a tal Indagação aerla prejiilcnr temerariamente o Ia r Inlenalvo e mrtlculn.o de uni» et|iil|ie dt etperlallataa que na C.V5F. organizam, pedra pnr pedra, viga por vi», o arcabouço iniiiM.il do clclóplco empreendi» nii-iiln. K' um trabalho ettUttlTO, tem duvida, o que te executa ali. Maa havia rie aè»lo ncceonrlamen» te par» também aer hon<-«tn t cientificamente acertado. 1'urlsto, Ssrá concluído esle ano e apresentado ao Congresso o Plano Coral do Aproveitamento do grande vale Síntese das atividades desenvolvidas pela Diretoria de Produção e As- sistência da C.V.S.F. Valorização progressiva da terra e do homem Diagnosticar com precisão para receitar com justeza ***** Retrato de corpo inteiro da região sanlranciscana Suando abordadot pelo repórter ot Irrloret VomltUo relutaram: afirmar o que, te ludu ramlnlia mini.i no terreno da Indagação? Na Comlaslo do s.i«« r'ranrnt-0, tntretanto, havia multo o qut ver uma experiência Inédita na vida ailmlnliliallva do pala. O tnenn- tru de tal ambiente numa rntl- dad» oficial aurprt-cndt ot cétlcot mala derrutlalaa. i: testemunha o qut poda realitar da cunerrio, tt VINÍCIUS FONSECA * o qut aprender. Havia, bmuio te tudo o mala fnave InvralIgtcAo lnrinii-lii.ua nu amlguaçAev ain- da iliM-iiin-v.li. havia o rM-mpln tle trabalho orgaiiliadti, iiiiinn«. riituM.nia, Uu .uililiiirmt.itliii r, com franqueza, Ifin pntiro hrail- Iritn, purque em verdade i-un-.ui.il forem abandonado» de nma Ttt ot procetiot rotineiro» que a rmper- ram, a adminl»ir»cao publica bem orientada dentro da nnva mrnta- ll«lade política dt planejamento regional. O earrúptilo rin* mala altoa fun- clnnárlua da CVSF Unha razão de ai-r. Aa repórter, porém, tntcrrt» íal. niriiui conhecer a dlicuulu dua prublrmta qut controvertam, diarltmrnlt a uplnlio rint itcnl» cut do qut registrar aa linha» mrttrat do Plano (irrat dt apro» i.iijin, nti, do Vai», Ja r.iimiiU.. Na Diretoria do Qbrat t 1'lant» Jumento, o engenheiro l.ueaa l.o» pet, teu diretor prometeu aten» ti'r A novta curloaldade logo que «ii.ini.raxt dot elrmrniot ttten» dala: Faremoa um txamt dt cana» rlénrla dl««a do qut foi fel» tu, do qut tt tm t* do qut trra lutn ate A elaboração definitiva do flano. i ir t aua rqulpe, ai vultat com mapaa, "croqult", plantai, índice» melrorolAglcoa, reglilroa hldrogra» fleoa, mlllmelragena dlaio e da- quilo, devrrlo traçar o rumo itai obrat purtrntotat dt engenharia que trantflgurarAo do futuro a paliagrm flalca do Sao Franritro. O que dlaarr reaprlto k navegação fluvial (a regulariraçao daa en» chentra ou daa accaa, a conttru- -»n de barragens, a retificação Cot rurana dágua, a driobitriiçfto doa trerhoa perigoaoa) ou to aproveitamento do potencial ti 1 - (Continua na 2.* pá*;.) VIDA POLÍTICA Orientação de JOSÉ CAÔ Coordenação de ASCENDI NO LEITE AiTOMlltOÜ RIO DE JANEIRO Domingo, 8 de janeiro de 1950 A vida agitada de um historiador político NAS últimas décadas do século IXX depois do extraordinário desenvol- vimento da civilizarão técnica, começara a verificar-sc cm toda Europa uma atmosfera da descrença e desilusão. Cha- mou-se a isso o fracasso da ciência; mas evidentemente os homens é que se equl- vocaram, querendo pedir à ciência aquilo que ela não podia dar, Julgande-a capaz de dirimir-lhe todas as inquieta- ções, inclusive as do sentimen- to religioso. "A metafísica mor- reu!" proclamara, num re- pente famoso, o nosso Silvio " Romero, ante a congregação da Faculdade de Direito de Reci- fe. "Foi o senhor quem a matou?" perguntou-lhe o lente, com indiscutível presen- «a de espirito: "Foi a civi- llzação,foi o progresso..." retrucara Silvio Bomero furio- so. Mas a verdade é que cie se enganava: a civilização não matara a metafísica, cujo re- florescimento a humanidade ia assistir dentro em pouco. Mas desse equivoco resultará uma crise, levando vários espíritos à procura de uma solução fora da ciência, do progresso, da técnica. E ressurge a Idéia da volta a natureza, o sonho da felicidade no ambiente campe- zlno, longe de uma civilização material que etnbrutccera os homens. E é Tolstoi, em Isnala- Foliana,' pregando o trabalho manual, a vida simples, a obe- diencia ãs inclinações naturais do indivíduo, deturpadas por uma civilização artificial; é o nosso querido Eça de Queiroz, fazendo Jacinto abandonar to- do o conforto moderno do 202, na avenida dos Campos Eli- seos, onde morria de tédio, para descobrir, afinal, o verdadeiro sentido da existência na paz serrana da quinta de Tormes; é o escritor espanhol José Ma- ria Fereda, tão pouco conheci- do, preconizando em "Penas ar- riba", o horror à cidade cor- ruptora e as bases de uma no- va civilização, Junto à natu- rezo. Âs cha A Influência da pecuária nos quadros econômicos e sociais do Rio Grande do Sul, cedo suplantou a agricul- tura, que ainda no século ... XVIII, o verdadeiro século da formação gaúcha, existia em nivel que lhe auspiciava gran- de desenvolvimento. Inicial- mente fomentada pelos açona- nos, tomou largo incremento. Monsenhor Pizarro, em suas "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", vol. IX, enumera vários dos produtos mais im- portantes na atividade agrária, destacadamente o linho, o tri- go, a cochonila. Do trigo, por exemplo, lembra: "O trigo cul- tivado no pais é, não mui alvo, porém bem nutrido, e abundante em produzir a be- neficio de seus trabalhadores, que anualmente exportam avultadissimos quintais üele em sacos de couro, conhecidos com o nome de surráo". E acresceu- ta, em nota, o mesmo autor que a exportação anual de til- go sobe a 300.000 alqueires em grão e a 11.000 arrobas de fa- rinha. O cultivo do trigo seria uma decorrência do estabelecinvn- to de colonos portugueses, su- gere Contreiras Rodrigues. Nos começos do século XIX, decai a cultura do trigo, em virtude do aparecimento da ferrugem nos trigais. Diminuíram as co- lheitas que no período colo- nial haviam sido expressivas. A partir de 1817, mais se acen- tua o declínio da cultura do trigo e sua respectiva expor- f-**-**,**. ~&ny Ifllfi **, r.*-¦•*.ri*••***i-i V.($_ Alexandre Herculano nas barricadas do Porto "A voz do profeta", um panfleto político "Isto vontade de morrer" Relembrando o "Misanthrope" Renúncia do solitário de Vai de Lobos Mais ou menos nessa época, Antônio Feliciano de Castilho escrevia o seu livro "A fcllcl- dade pela agricultura". na sua quinta de Vale de Lobos, depois de murmurar para a cl- dade, que li ficava, na luta BRITO BROCA Ora, desse estado de espirito fora um percursor Alexandre Herculano, quando em 1887 a- handonava a vida política para dedicar-se a atividade agrícola furiosa dos egoismos e das am- bicões, a sua famosa frase: "— Isto vontade de mor- rer! ..;" Para nfto morrer únlee ¦•-fl » •*¦¦• ¦» t>«'t>.>.itliit f i.»nt*.ii« tt» «ul *m m> ' NO INTERIOR DO BRASIL VIAJAR oelo Interior do Brasil Ia nâo é mais uma aventura. Pode-se ir por terra do Ceará ao Rio de Janeiro, e ainda prosesgulr viagem até o Rio Gran- de do Sul. Recentemente, tendo ido a Pernambuco de avião, voltei de automóvel para conhecer de visu a ex- tensa zona cortada pela utilissima estrada, conhecida pelo nome de Rio-Bahia. A viagem para o Sul, até ao APOLÔNIO SALES Rio Grande, a fizera, certa vez, em condições bem fa- voráveis, muito embora ainda não estivessem concluidos certos trechos da rodovia agora em pleno tráfego. Não me resolvi a percorrer mais de dois mil quilõme- . tros de automóvel pelo interior da Bahia e de Minas Ge f rais porque me tentasse üm feito automobilístico. Nem mesmo porque fosse mais cômoda a viagem. De avião, em poucas horas e em grande conforto se atinge o Rio de Janeiro, vindo de Recife. A troca não me seria van- tajosa.¦'_ ¦ O que me fez despender três dias em tao longa ca- ! mlnhada foi.o desejo que eu tinha de tomar conheci- 1 mento das condições naturais da região escolhida para i o traçado da grande rodovia de ligação Norte-Sul dc 1 pais. Foi bom que o tivesse feito. Na estrada empoeira- da dos sertões de Geremoabo até Feira de SanfAnna onde atingi a Rio-Bahia, ou no prosseguimento até Je- ; quié, nas alturas de Conquista, de Medina, de Teofilo (Conclui na 3.» pág.) „m»w>>9-m"9»m*<*~ melo seria a renúncia comple- ta, totaL NOS EXÉRCITOS LIBERTA- DORES Foi Alexandre Herculano um exemplo de honradez e dignl- dade até ã teimosia. Filho de familia humilde, lutou com grandes difiouldades na inf&n- cia o na adolescência. O pai regou, precisamente, quando o jovem preparava-se para entrar na Universidade de Coimbra. Sem recursos. Impossibilitado de realizar os estudos universl- tários, teve de contentar-se em freqüentar a Aula de Comer- cio, enquanto, com uma sofre- guitlão extraordinária, numa capacidade autodidátlca no- tàvel, ia reunindo toda sorte de conhecimentos. Os estudos his- tórlcos começaram bem cedo se- duzindo-o, atraindo-o & Torre do Tombo e levando-o a cursar a aula de diplomática on pa- leografia, que ali era ministra- da. Valeu-lhe nessa fase da exis- tência, o convívio intelectual tia marquesa de Alorna, cujos sa- lõcs mantinham em Lisboa as tradições do século 18 francês. Em 1831, começa a sua carrci- ra de revolucionário. Em agosto desse ano, alguns meses após a abdicação dc D. Pedro I, no Brasil, rebenta em Lisboa a re- volta do regimento de infanta- ria contra D. Miguel. Compro- metido no motim, Herculano toma o partido de abandonar o pais, onde a forca nessa época trabalhava sem cessar. Com ou- tros companheiros, tomou a fragata francesa Mclpomenc, partindo para a Inglaterra, transferindo-se, em seguida, para Rennes, na Bretanha. No ano seguinte, 1832, em companhia de Garret,, ganha os Açores, alistando-se na tropa libertadora dos Voluntários da Rainha, como simples soldado. Era apenas o número 35 tia 3.* Companhia. Nessas condi- ções, desembarcou cm Portugal, lutando com grande bravura, tomando parte no cerco do Pnr- to e em outros combates quc (Continua na í..a pág.) rqueadas n a evolução gaúcha Aspectos da influência social e cultural da charqueada A mestiçagem Técnicas e ofícios via sido de 378.000 arrobas com uma exportação de 221.745 ar- ròbas. no ano seguinte os números descem, respectiva- mente, a 135.359 e 120.591; em 1820 temos, ainda na mesma ordem de referência, 109.608 e 84.129 arrobas. Ao lado disso, avolumava-se a Importação de vários gene- décadas do século XIX eram produtos de pecuária que mais concorriam para as ex- portações gaúchas; em 1817, por exemplo, para um total de 1.324:685S380, os produtos de pecuária concorriam com .... 1.105:793$380, e em 1822 estes eram de 1.394:357S840 para um total de 1.562:4025540. MANUEL DIEGUES JÚNIOR ros. De fora ó Rio Grande re- cebla sal, farinha, arroz, açu- car,'tecidos, ferragens, fios tíe aigodão, madeira, azeite, vi- nhos, etc. De 1816 e 1822, se- gundo dados estatísticos riivul- gados pelo sr. Renato Costa, importou o Rio Grande do Sul: 731.478 alqueires de sal, 213.914 alqueires de farinha. 34.603 al- queires de arroz, 146.245 arrô- bas de açúcar, 4.999 pipas de vinho, 5.730 pipas de aguarden- te, 28.651 arrobas de fumo, e 6.127 escravos. O desenvolvimento do criató- rio, com seu conseqüente co- méreio de gado e de cam;s. deslocara a economia, inicia- da na agricultura, para a pe- cuária; esta íoi o eixo funda- mental da exploração econo- mica da região do Rio Gran- de do Sul. A indústria desen- volvia-se com base nos produ- tos de origem animal. Naque- l«*j *r*i-« rf»*.",!**! nt^^c f^n "j T~»*'*-»i/».t **n *• então começava a avul- tar, na economia gaúcha, a produção de charque, cuja in- dustrialização em larga escala sj iniciara nos fins do século XVIII. Sabe-se que o charque é o aperfeiçoamento da produ- ção da chamada carne do Cca- ou carne seca, cuja técnica de preparo e produção íol transportada para o sul nos últimos anos da centúria décl- mo-oitava. Em 1780. o cearen- se José Pinto Martins, expulso de sua terra pelas inclemên- cias das secas, funda a pri- meira charqueada no Rio Grande do Sul. E o faz junto ao arrolo Pelotas, em terrenos cedidos pelo governador Josô Marcelino de Figueiredo a Ma- nuel Carvalho de Sousa. E' de admitir que conhe- cessem os sul-riograndenses o preparo da carne seca, ou se- ja, exposta ao sol para secar, o das as necessidades de prepa- rar carne para as atividades militares, tão intensas na re- gião. Ademais disso, trata-se üe uma técnica de procedência indígena, pois foi aproveitada do "moquem", que deveria também ser conhecido dos aborígenes da região, e não so- mente dos do Nordeste. Basea- do no "moquem" o conheci- mento do preparo da carne se- ca entrou nas Missões Jesuítas, onde possivelmente se teria desenvolvido, como grande con- sumo da população ali reunida. Parece certo assim que a Jo- Pinto Martins teria cabido, e não é pequeno nisso seu pa- pel, dar melhor aperfeiçoa- mento ao preparo da carne sê- ca, industrializando-a em con- diçôes mais desenvolvidas. Re- almente, com José Pinto Mar- tins inicia-se, em sistema re- guiar, a produção através das charqueadas, nome que af to- mou o estabelecimento para fabrico de carne seca, conheci- do no Ceará como "oficina". Começa, entáo, a Importância comercial do produto seu in- cremento como indústria, crês- cendo o número de charquea- das, diante dos lucros que a produção oferecia. Criaram-se novas charqueadas, e o charque passou a constituir gênero de valor fundamental na econo- mia gaúcha. "O charque é um dos gene- ros de maior exportação da província; os estrangeiros vi- nham em graned número de embarcações buscá-lo, e para sua compra traziam dinheiro e Os caminhos do mundo NO LIMIAR do Ano 8nnto de 1050, verlílcn- mos com amarmirii que, desfeitus ns ilti- soes dn po/.. coiuiiiiiniii nem soluçAo e mes- mo ngruvndns, todos tis problemas quo n derrota do nuzisnío trouxera n cfiierniiça de resolver. A lierunçit da segunda ttuerru mundinl, Ioi uma hcrittiçii de decepções, do equívocos, do novas o crescentes nmcnçns, dc perigos nto então dcxco- nhecldoH, c do Krniido temor qur hoje onveiu-itn a ruir ririiriu (i,> iodos os povnH dn torra. O espó» Ho dnqiiclo rsfôrço Kluantoscn não pudorln tor «ido mnis miserável, Pois no otimismo quo sa fundara na Incompreensão o no mnl entendido» sucedeu unia tremenda desilusão, o -icntimrnto R O L A N D C O R Ii I S I E R da quo milhões de serrs humnnos tnlvou tlvos- sem morrido Inutilmente, se-n p.idor impedir com o seu sacrifício, que o inundo so cncnmi- nliawe novamente parn oiil.-.t catftstrole. A cessação dns hostilidades e ft assinatura do nrmistlclo, são se seguiu essn impressão nor- mnl dc desafogo, esse sentimento dc alivio do quem recupera finalmente o direito tle respirar o viver, depois dc ter pnssndo por um loni?«) calvário dc atrocidades c horrores. A paz nnsceti envenenada, nnsceu podre, porque íol conquls- tndn por melo dc uma nliança impura, de um compromisso impossível, entre nnrõcs tão hostis c irredutíveis umns fts outras, como hostis e lm- plncãvcis se havinrn mostrado cm relação nos po- vos que ncnbnvnm dc dcrrotnr. Essn lnlmiznde Intente, provisoriamente mascarada pelos sorri- sos o cumprimentos diplomáticos e peln cola- bornçfio militnr forcadn. dcvcrln vir ã tona «*m toda n sun crueza c brutalidade, nsslm que fosse derrotado e reduzido ft lmpotíncia o nd- vo-*.-"io comum. Os rancores e os ódios que a Alemanha ds Hitler havia polnri/.ado como um nbcesso, per- mnnccernm durante um momento em suspen- so, enquanto vibrava no nr o silvo dns sereias e explodiam os foguetes comemorativos da vitó- ria. Mns a alegria dos povos enfim restituidos ft pnz, era comparável à nlcgrla dc alguém quo fosse a uma íesta deixando cm casa um pc rente próximo em estado desesperador ou a de um homem que se embriagasse para esquecer du- rante algumas horas o diagnóstico de uma mo- léstia incurável. Pois a atmosfera do mundo não sa descnrregott, e no horizonte bloqueado os re- lftmpagos continuaram a iluminar nuvens espes- sas e ameaçadoras. A imagem deixa de «W uma figura de retórica quando o risco que est,-* mos todos correndo não é apenas o da destruição de algttmns cidades ou regiões, mas o de uma convulsão cósmica sem precedentes, na qttnl o mundo todo poderá desaparecer, num inferno de fogo e de fumaça. Os canhões silenciaram, os pássaros de aço, em seu vôo vertiginoso, não deixam mais, nns pobres cidndcs humanas, o seu rastro de espan- to, de desolação e de morte. Todo o esforço, toda a preocupação dos homens não se concentrara mais nesse objetivo único, nessa paixão de íazer que o ferro penetre e dilacere a carne dos ou- tros homens. E como as crianças, que no Inter- valo de dois exames têm licença de correr no recreio, assim aos homens, comprimidos entre a lembrança da catástrofe recente e a angustia da nova heentombe, que a muitos parece ine- vitiVvel, foi concedida uma trégua para que pu- dessem tratar de suas feridas, conviver um pouco com suas esposas e filhos, e cuidar quem sabe di seus modestos Jardins, e de suas hortas. Na s\m Imaginação essa humilde felicidade dévè parecer um sonho Impossível, de tal modo se acostumaram no mundo de sobressnlto, de ntro- cidade, dc súbitas exaltações, de rotina também, e de sombria grandeza que é o mundo da guerra. Pela primeira vez, porém, desde que apren- deram a derramar seu sangue nos campos de batalha, voltaram humilhados pelo sentimento de unia Insuportável frustração. A guerra nfto era mais a sua casa, e dela haviam sido expul- sos, pois a bravura e a coragem, a surda írnter- nidade das trilcheiras, o sacrifício em comum e a comum aceitação da morte diante do fogo Inimigo, todas as virtudes da guerra tornavam- se de repente não inúteis como ridículas, por- que o soldado desaparecia, substituído pelo en- genheiro, pelo técnico, pelo cientista que no se- gredo dos laboratórios descobria e inventava as fórmulas que permitiam fabricar pequenas bom- bas, mecanismos delicados e sutis, capazes de pulverizar em alguns segundos, alguns milhões de soldados. A ciência que não representava ainda uma garantia de paz, tornava Impossível a própria guerra, convertendo em objeto de mu- seu a velha estratégia militar e o heroísmo do- ravante inútil ..dos combatentes. E diante das imensas e aterradoras colunas de fumo que se ergueram das duas cidades ja- ponesas sacrificadas, a humanidade pôde então compreender que estavam mortas as ilusões o esperanças que vinham alimentando desde o Renascimento. Tornava-se evidente, enfim, que o maior acontecimento na história da cultura moderna era a crise do racionaüsmo e a falôn- cia, a liquidação do humanismo científico. A' aventura de conhecimento, exploraçfio e de domínio da natureza, à qual ío vinha entregando com o mesmo entu-i siasmo e o mesmo fervor com que se entre- gará na Idade Média à aventura da Graça e da santidde, produzia um dos seus últimos re- sultados, abrindo com as duns gigantescas expio- sões, uma nova era na história do mundo. Veri-I ficava-se, no plano da experiência e na pró- prla carne dos seres humanos, o terrível poder que a ciência t epresentava, como arma de dois gumes, capaz de devolver a saúde e prolongar a vida e capaz de destruí-la, instantâneamen-, te, numa proporção, numa escala lmnrevisível. Desfazia-se assim, não na consciência dns elites como também na sensibilidade do homem, ra rua, o mito do progresso necessário e tolde-' flnldo. O aumento de poder sobre a natureza e a multiplicação das possibilidades de confflr- to, não haviam trazido nenhuma espécie de fe- licldade. Pois os desejos humanos são InsaclávMs e ciuanto mais aumenta o número de objetos destinados a satlsfazê-los, mais se exacerbam e se tornam exigentes. Para a maioria dos ho- mens a vida passou a consistir na luta pela' conquista do eqttlnamento da felicidade, uma mela dúzia de objetos elétricos ou não que sa tornaram tfio Indispensáveis quanto o ar ou a água. A posse desses instrumentos., perém. t'.es- pertava a necessidade de outros, que a nrodu^o capitalista lançava continuamente nos -nercadis.. E nesse movimento paralelo dos desejos artl.i- cialmente excitados e de uma produção rue pela propaeanda os suscita sem prorilclar os meios de satlsfazê-los, encontramos o desequilibro fun-, damental do regime capitalista e burguês. A serenidade dos liberais, no entanto, era ape-»] nas aparente. Repousavam num falso equilíbrio e procuravam tranqüilizar as próprias consciên- elas acrescentando ao liberalismo a democracia. Procuravam, assim, comnensar a desigualdade econômica com a igualdade política. Pouco im- porta aue as "leis econômicas" esconderem urna! luta feroz e imnlacável, e nue a nrosnerldade das emnresas custasse o sacrifício dos homens e a, exploracSo do seu trabalho. A ciência econômica,! as «harmonias naturais", conduziriam ^nwità-H velmente ao bem estar, no conforto, ft felicidade.* A revolução francesa não proclamara os direito» dos homens e não os tornara todos itruals Be**, rantjs a lei? Qua mais noderlam pretender? Que» oada um se movesse livremente, de acordo com t.»-

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Page 1: BIBLIOTECA NACIONAL Av.Rio Branco Ampla âssistêitia D ...memoria.bn.br/pdf/331155/per331155_1950_00107.pdf · sibilidade de que um juiz possa conscientemente ... manual, a vida

BIBLIOTECA NACIONALAv.Rio BrancoD.Fodorul

Ampla âssistêitia às populações do São Franciscoi INTERVENÇÃO DOASSIM

como acontece com todas ot noll»cias que fornecem "manchei les" tensacio»nois passou ropidamente a "sensação" cm

torno dus palavras que o Papa dirigiu aus juizescatólicos do mundo inltilro, proibindo-Ines intci-vir em processos do divóicio sempre quando a leido Estado permite a diuolu;ào do vinculo matri»monial, repudiada pela lgre|a. O problema emcausa «i|4it .«iii.i dois oípcctos,'opostos, da maiorfjitw,., nn-, que ii-ii< podem ser discutidos som pro-funda simpatia humana e elevado senso de tes-ponsàbiildade: como so sabe, a Igreja defende aIndissolubiliüadc do matrimônio — «.-, além des

OITO MARIA CARPEAUX

ensinamentos do dogma c do disciplina católicos,tódus as observações sociológicas a respeito con-firmam a inteira justeza daquela atitude; mesIam.i. in sabem todos que a indissoíubilidade domatrimônio, alem de constituir umo restrição c.vezes quase insuportável da liberdade individual,produz tragédias das mais impressionantes, dos-grjçando numerosos vidas cm prol de uma leiestritamente observada. E essa lei, a da Igreja,nem sempre, nem em teda paite e a do Estado;de modo que a intransigência da Igreja nesseponto c ressentida como Intervenção indébita deum poder ou antes ds um super-poder estranhoaos poderes consliluides. Seriam estes os aspec-tos humanos, sociológicos e jurídicos do problt-ma. Pois bem, aqueias palavras do Papa não fi-zeram nod-j menos do que transferir todos essesconflitos para dentro da consciência de homenscuja norma de conduta costuma ser justamente aconsciência: os juizes.

V,al se pode imaginar conflito mais tremendodo a/ie este, entre uma fé à qual o homem en-treçou sua alma, e por outro lado uma lei àqual jurou obediência escrupulosa. A mera pos-sibilidade de que um juiz possa conscientementeagir contra a lei conforme a qual êle tem de ad-ministrar a justiça, bastava para inspirar indig-nação a muitos; mas muitos outros pensam queexisto algo acima da lei e que

"agir contra aconsciência é o moior dos pavores", palavras, porsinal, de um teólogo protestante. Estamos emface de uma antinomia. Apenas nos ampara,como última esperança de solução, aquele ve-lho recurso dos filósofos medievais que sem-pre começaram a discussão de problema» es-pinhosos com um serene: "Distingue .."

Distinguimos, antes de mais nada, diferençasgeográficas. Há certos países predominantemen-te católicos cujas leis não estão em contradi-ção com as da Igreja. Nesses paises — o Bro-sil e a Itália se encontram entre eles — aqueleconiliio de consciência não pode surgir.

üutros paises, embora a maioria de suas po-pulaçues também professem pelo menos nominal-mente a religião católica, adotaram leis diferen-tes; e nesses paises — em cujo número está aFrança — a Igreja e o Estado não poderiam dei-xar de ficar em pé de guerra — se nâo fôsseo recurso benéfico do "modus vlvendi". Leis as-sim também regem as. relações matrimoniais empaises cuja maioria de população é acatólicaNão se diga que êste último caso não nos con-cerne! Pois, essa questão

"maioria — minoria"é muito delicada. O caso das maiorias nominaisjá foi mencionado. Desde o fim da Idade Média|á não se pode falar em cristandade "sans phra-ise". E tòcla tentativa de ignorar êsse fato pro-duz conflitos tremendos, como aquele ao qualcertos comentaristas aludiram a propósito da alo-cução de Pio XII aos juizes: a bula "Regnans inexcelsis", do 25 de fevereiro de 1570, pela qualo Papa Pio V declarou deposta a rainha Isabelda Inglaterra, desligando da obediência os súdi-tos da soberana herética. Seria possível isso ho-je em dio? Eis o que perguntaram os adversáriosdaquela alocução papal, lembrando também osmais famosos excessos do "clericalismo" medie-vai como por exemplo a bula "Clerlcls laicos" (25de fevereiro de 1296) de Bonifácio VIII, etc. Apergunta àquele "seria

possível hoje?" tem deíer dada de maneira paradoxal: não i possível,não; mas oxalá que o seja!

O direito que o poder eclesiástico opôs àlei positiva do Estado é o Direito Natural: umconjunto de normas que a legislação leiga não

,'pode ou antes não deve desprezar. A Igreja en-£sina que essas normas são de origem divina Com^isso não concordam, evidentemente, todos os que•íegam, desde o século XVII, a obediência à Igre-fa e ao próprio cristianismo; mas não despreza-fam, por isso, o Direito Natural: os tratadistasidos séculos XVII a XVIII o mantêm, embora lhe(atribuindo outra origem, puramente humana Elesse conjunto de normas continua até hoje en-frentando a oposição do positivismo jurídico, cons-tituindo o Código não-escrito de tôdu profissãode fé humanitária, de liberais, democratas, so-cialistas, etc. A Igreja, por sua vez, não estácom a obrigação de apoiar esses seus filhos pró-digos; mas não o faz também por outros meti-vos.

A Idade Média não era aquele reino de hor-Aionia idilica que os saudosistas descobrem nelo:havia heréticos e ateus, anti-clericalismo violentoe até lutas de classes, Por outro lado, a Igrejacinda não estava enfraquecida por movimentosà maneira da Reforma; mantendo-se em pé a uni-dade formal, era possível confessar o que mtilstarde nâo se quis admitir — a necessidade decompromissos com o mundo.

Evidentemente, a Igreja nunca deixou de de-fender o Direito Natural: mas tampouco ignoroucertos outros fenômenos "naturais" da vida so-ciai, invencíveis oo que parecia. O recurso porátanto foi a doutrina de dois Direitos Natütaisque já se encontra esboçada em Platão ("Nomoi",lll, 6S0 sgg.) e Aristóteles ("Política", 1, ?,,1252 b). Depois, os "loa elassiei", em São Tomóz,sâo: S. Th. I-II, qu 94, a.5 ad 3, e 11-11, qu.57, a 3, ad 2, distinguindo-se o ilimitudo Direi-to Natural do estado paradisíaco e o Direito Nn-turol "secundário", limitado desde que a humn-nidade caiu no estado de pecado — admitindo-se a escravidão, guerras, etc; os mesmos "loci'

também poderiam servir para justificar coros fenômenos do capitalismo e assim em adiante. São"compromissos" .temporários. Mas ninguém deviafazer mais questão de intransigência, da parteda Igreja, do que os adeptos do Direito Naturo1"humano", os progressistas e humanitários de todos os matizes. ,

Certo "Tratado de Higiene Social", de 1910,atacando vivamente a negligência dos qovernosa respeito da mortalidade infantil, higiene detrabalho, habitações proletárias, etc. — manchasde nossa civilização que continuem maculando-aaté hoje — exigiu legislação estritamente cientí-fica, inclusive a eutanásia, a esterilização dosdébeis mentais e mais outras providencies seme-Jhnntes que foram depois realizadas pe.o maisdesumano de todos os governos. Hcuvc certos

(Oon^l.,| n-» 3." -' - 1

ttta «* a terceira deumn lérle de reporta*gent eicritns por VI*NICIVS FONSECA es*peclalment* para ifl*fíA POUTICA tòbre oaproveitamento do Vn*'e do Sio Francisco.

Iijii itrA dtclilvo para a lu.tfi-ria do mo Francisco. No teuitjiiii-iir»». luilo o quc (ul progra-nui.ii no Plano de KmerKcnrla l«.rã ii-rmi". C oa lecnlrot da Co.mltiáo do Vale deverão tncaml»nhar au Concresio o planu drlinl»tlvo de reciiptracin eronomlra tdt reajustamento social da rceliupredeallntda. qm- ie renlWarA,em i-nii-ii-niii-iii-ia, na grande baciaaanfranclacana?

Responder a tal Indagação aerlaprejiilcnr temerariamente o Ia rInlenalvo e mrtlculn.o de uni»et|iil|ie dt etperlallataa que naC.V5F. organizam, pedra pnrpedra, viga por vi», o arcabouçoiniiiM.il do clclóplco empreendi»nii-iiln. K' um trabalho ettUttlTO,tem duvida, o que te executa ali.Maa havia rie aè»lo ncceonrlamen»te par» também aer hon<-«tn tcientificamente acertado. 1'urlsto,

Ssrá concluído esle ano e apresentado ao Congresso o PlanoCoral do Aproveitamento do grande vale — Síntese dasatividades desenvolvidas pela Diretoria de Produção e As-sistência da C.V.S.F. — Valorização progressiva da terra edo homem — Diagnosticar com precisão para receitar comjusteza ***** Retrato de corpo inteiro da região sanlranciscanaSuando

abordadot pelo repórter otIrrloret d» VomltUo relutaram:

afirmar o que, te ludu ramlnliamini.i no terreno da Indagação?

Na Comlaslo do s.i«« r'ranrnt-0,tntretanto, havia multo o qut ver

uma experiência Inédita na vidaailmlnliliallva do pala. O tnenn-tru de tal ambiente numa rntl-dad» oficial aurprt-cndt ot cétlcotmala derrutlalaa. i: testemunha oqut poda realitar da cunerrio, tt

VINÍCIUS FONSECA

* o qut aprender. Havia, bmuiote tudo o mala fnave InvralIgtcAolnrinii-lii.ua nu amlguaçAev ain-da iliM-iiin-v.li. havia o rM-mpln tletrabalho orgaiiliadti, iiiiinn «.riituM.nia, Uu .uililiiirmt.itliii r,com franqueza, Ifin pntiro hrail-Iritn, purque em verdade i-un-.ui.il

forem abandonado» de nma Ttt otprocetiot rotineiro» que a rmper-ram, a adminl»ir»cao publica bemorientada dentro da nnva mrnta-ll«lade política dt planejamentoregional.

O earrúptilo rin* mala altoa fun-clnnárlua da CVSF Unha razão de

ai-r. Aa repórter, porém, tntcrrt»íal. niriiui conhecer a dlicuuludua prublrmta qut controvertam,diarltmrnlt a uplnlio rint itcnl»cut do qut registrar aa linha»mrttrat do Plano (irrat dt apro»i.iijin, nti, do Vai», Ja r.iimiiU..Na Diretoria do Qbrat t 1'lant»Jumento, o engenheiro l.ueaa l.o»pet, teu diretor prometeu aten»ti'r A novta curloaldade logo que«ii.ini.raxt dot elrmrniot ttten»dala:

— Faremoa um txamt dt cana»rlénrla — dl««a — do qut foi fel»tu, do qut tt tm t* do qut trralutn ate A elaboração definitivado flano.

i ir t aua rqulpe, ai vultat commapaa, "croqult", plantai, índice»melrorolAglcoa, reglilroa hldrogra»fleoa, mlllmelragena dlaio e da-quilo, devrrlo traçar o rumo itaiobrat purtrntotat dt engenhariaque trantflgurarAo do futuro apaliagrm flalca do Sao Franritro.O que dlaarr reaprlto k navegaçãofluvial — (a regulariraçao daa en»chentra ou daa accaa, a conttru--»n de barragens, a retificaçãoCot rurana dágua, a driobitriiçftodoa trerhoa perigoaoa) — ou toaproveitamento do potencial ti 1 -

(Continua na 2.* pá*;.)

VIDA POLÍTICAOrientação de JOSÉ CAÔCoordenação de ASCENDI NO LEITE AiTOMlltOÜ RIO DE JANEIRO

Domingo, 8 de janeiro de 1950

A vida agitada de um historiador políticoNAS

últimas décadas doséculo IXX depois doextraordinário desenvol-

vimento da civilizarão técnica,começara a verificar-sc cm todaEuropa uma atmosfera dadescrença e desilusão. Cha-mou-se a isso o fracasso daciência; mas evidentementeos homens é que se equl-vocaram, querendo pedir àciência aquilo que ela nãopodia dar, Julgande-a capaz dedirimir-lhe todas as inquieta-ções, inclusive as do sentimen-to religioso. "A metafísica mor-reu!" — proclamara, num re-pente famoso, o nosso Silvio "Romero, ante a congregação daFaculdade de Direito de Reci-fe. — "Foi o senhor quem amatou?" — perguntou-lhe olente, com indiscutível presen-«a de espirito: — "Foi a civi-llzação,foi o progresso..." —retrucara Silvio Bomero furio-so. Mas a verdade é que cie seenganava: a civilização nãomatara a metafísica, cujo re-florescimento a humanidade iaassistir dentro em pouco. Masdesse equivoco resultará umacrise, levando vários espíritos àprocura de uma solução forada ciência, do progresso, datécnica. E ressurge a Idéia davolta a natureza, o sonho dafelicidade no ambiente campe-zlno, longe de uma civilizaçãomaterial que etnbrutccera oshomens. E é Tolstoi, em Isnala-Foliana,' pregando o trabalhomanual, a vida simples, a obe-diencia ãs inclinações naturaisdo indivíduo, deturpadas poruma civilização artificial; é onosso querido Eça de Queiroz,fazendo Jacinto abandonar to-do o conforto moderno do 202,na avenida dos Campos Eli-seos, onde morria de tédio, paradescobrir, afinal, o verdadeirosentido da existência na pazserrana da quinta de Tormes;é o escritor espanhol José Ma-ria Fereda, tão pouco conheci-do, preconizando em "Penas ar-riba", o horror à cidade cor-ruptora e as bases de uma no-va civilização, Junto à natu-rezo.

Âs chaA

Influência da pecuárianos quadros econômicos esociais do Rio Grande do

Sul, cedo suplantou a agricul-tura, que ainda no século ...XVIII, o verdadeiro século daformação gaúcha, existia emnivel que lhe auspiciava gran-de desenvolvimento. Inicial-mente fomentada pelos açona-nos, tomou largo incremento.Monsenhor Pizarro, em suas"Memórias Históricas do Riode Janeiro", vol. IX, enumeravários dos produtos mais im-portantes na atividade agrária,destacadamente o linho, o tri-go, a cochonila. Do trigo, porexemplo, lembra: "O trigo cul-tivado no pais é, não só muialvo, porém bem nutrido, eabundante em produzir a be-neficio de seus trabalhadores,que anualmente exportamavultadissimos quintais üele emsacos de couro, conhecidos como nome de surráo". E acresceu-ta, em nota, o mesmo autorque a exportação anual de til-go sobe a 300.000 alqueires emgrão e a 11.000 arrobas de fa-rinha.

O cultivo do trigo seria umadecorrência do estabelecinvn-to de colonos portugueses, su-gere Contreiras Rodrigues. Noscomeços do século XIX, decaia cultura do trigo, em virtudedo aparecimento da ferrugemnos trigais. Diminuíram as co-lheitas que no período colo-nial haviam sido expressivas.A partir de 1817, mais se acen-tua o declínio da cultura dotrigo e sua respectiva expor-f-**-**,**. ~&ny

Ifllfi **, r.*-¦•*.ri*••***i-i V.($_

Alexandre Herculano nas barricadas do Porto — "A vozdo profeta", um panfleto político — "Isto dá vontade demorrer" — Relembrando o "Misanthrope" — Renúncia

do solitário de Vai de LobosMais ou menos nessa época,

Antônio Feliciano de Castilhoescrevia o seu livro "A fcllcl-dade pela agricultura".

na sua quinta de Vale de Lobos,depois de murmurar para a cl-dade, que li ficava, na luta

BRITO BROCAOra, desse estado de espirito

fora um percursor AlexandreHerculano, quando em 1887 a-handonava a vida política paradedicar-se a atividade agrícola

furiosa dos egoismos e das am-bicões, a sua famosa frase:"— Isto dá vontade de mor-rer! ..;"

Para nfto morrer • únlee

¦•-fl » •*¦¦• ¦» t>«'t>.>.itliit f i.»nt*.ii« tt» «ul *m m> '

NO INTERIOR DO BRASILVIAJAR

oelo Interior do Brasil Ia nâo é mais umaaventura. Pode-se ir por terra do Ceará ao Rio deJaneiro, e ainda prosesgulr viagem até o Rio Gran-

de do Sul. Recentemente, tendo ido a Pernambuco deavião, voltei de automóvel para conhecer de visu a ex-tensa zona cortada pela utilissima estrada, conhecidapelo nome de Rio-Bahia. A viagem para o Sul, até ao

APOLÔNIO SALES

Rio Grande, já a fizera, certa vez, em condições bem fa-voráveis, muito embora ainda não estivessem concluidoscertos trechos da rodovia agora em pleno tráfego.

Não me resolvi a percorrer mais de dois mil quilõme- .tros de automóvel pelo interior da Bahia e de Minas Ge frais porque me tentasse üm feito automobilístico. Nemmesmo porque fosse mais cômoda a viagem. De avião,em poucas horas e em grande conforto se atinge o Riode Janeiro, vindo de Recife. A troca não me seria van-tajosa. ¦'_ ¦

O que me fez despender três dias em tao longa ca-! mlnhada foi.o desejo que eu tinha de tomar conheci-1 mento das condições naturais da região escolhida parai o traçado da grande rodovia de ligação Norte-Sul dc1 pais. Foi bom que o tivesse feito. Na estrada empoeira-

da dos sertões de Geremoabo até Feira de SanfAnnaonde atingi a Rio-Bahia, ou no prosseguimento até Je-

; quié, nas alturas de Conquista, de Medina, de Teofilo(Conclui na 3.» pág.)

„m»w>>9-m"9»m*<*~

melo seria a renúncia comple-ta, totaLNOS EXÉRCITOS LIBERTA-

DORESFoi Alexandre Herculano um

exemplo de honradez e dignl-dade até ã teimosia. Filho defamilia humilde, lutou comgrandes difiouldades na inf&n-cia o na adolescência. O pairegou, precisamente, quando ojovem preparava-se para entrarna Universidade de Coimbra.Sem recursos. Impossibilitadode realizar os estudos universl-tários, teve de contentar-se emfreqüentar a Aula de Comer-cio, enquanto, com uma sofre-guitlão extraordinária, numacapacidade autodidátlca no-tàvel, ia reunindo toda sorte deconhecimentos. Os estudos his-tórlcos começaram bem cedo se-duzindo-o, atraindo-o & Torredo Tombo e levando-o a cursara aula de diplomática on pa-leografia, que ali era ministra-da.

Valeu-lhe nessa fase da exis-tência, o convívio intelectual tiamarquesa de Alorna, cujos sa-lõcs mantinham em Lisboa astradições do século 18 francês.Em 1831, começa a sua carrci-ra de revolucionário. Em agostodesse ano, alguns meses após aabdicação dc D. Pedro I, noBrasil, rebenta em Lisboa a re-volta do regimento de infanta-ria contra D. Miguel. Compro-metido no motim, Herculanotoma o partido de abandonar opais, onde a forca nessa épocatrabalhava sem cessar. Com ou-tros companheiros, tomou afragata francesa Mclpomenc,partindo para a Inglaterra,transferindo-se, em seguida,para Rennes, na Bretanha.

No ano seguinte, 1832, emcompanhia de Garret,, ganha osAçores, alistando-se na tropalibertadora dos Voluntários daRainha, como simples soldado.Era apenas o número 35 tia3.* Companhia. Nessas condi-ções, desembarcou cm Portugal,lutando com grande bravura,tomando parte no cerco do Pnr-to e em outros combates quc

(Continua na í..a pág.)

rqueadas n a evolução gaúchaAspectos da influência social e cultural da charqueada —

A mestiçagem — Técnicas e ofíciosvia sido de 378.000 arrobas comuma exportação de 221.745 ar-ròbas. Já no ano seguinte osnúmeros descem, respectiva-mente, a 135.359 e 120.591; em1820 temos, ainda na mesmaordem de referência, 109.608 e84.129 arrobas.

Ao lado disso, avolumava-sea Importação de vários gene-

décadas do século XIX eramprodutos de pecuária quemais concorriam para as ex-portações gaúchas; em 1817,por exemplo, para um totalde 1.324:685S380, os produtos depecuária concorriam com ....1.105:793$380, e em 1822 esteseram de 1.394:357S840 para umtotal de 1.562:4025540.

MANUEL DIEGUES JÚNIOR

ros. De fora ó Rio Grande re-cebla sal, farinha, arroz, açu-car,'tecidos, ferragens, fios tíeaigodão, madeira, azeite, vi-nhos, etc. De 1816 e 1822, se-gundo dados estatísticos riivul-gados pelo sr. Renato Costa,importou o Rio Grande do Sul:731.478 alqueires de sal, 213.914alqueires de farinha. 34.603 al-queires de arroz, 146.245 arrô-bas de açúcar, 4.999 pipas devinho, 5.730 pipas de aguarden-te, 28.651 arrobas de fumo, e6.127 escravos.

O desenvolvimento do criató-rio, com seu conseqüente co-méreio de gado e de cam;s.deslocara a economia, inicia-da na agricultura, para a pe-cuária; esta íoi o eixo funda-mental da exploração econo-mica da região do Rio Gran-de do Sul. A indústria desen-volvia-se com base nos produ-tos de origem animal. Naque-l«*j *r*i-« rf»*.",!**! nt^^c f^n "j T~»*'*-»i/».t **n *•

Já então começava a avul-tar, na economia gaúcha, aprodução de charque, cuja in-dustrialização em larga escalasj iniciara nos fins do séculoXVIII. Sabe-se que o charqueé o aperfeiçoamento da produ-ção da chamada carne do Cca-rá ou carne seca, cuja técnicade preparo e produção íoltransportada para o sul nosúltimos anos da centúria décl-mo-oitava. Em 1780. o cearen-se José Pinto Martins, expulsode sua terra pelas inclemên-cias das secas, funda a pri-meira charqueada no RioGrande do Sul. E o faz juntoao arrolo Pelotas, em terrenoscedidos pelo governador JosôMarcelino de Figueiredo a Ma-nuel Carvalho de Sousa.

E' de admitir que já conhe-cessem os sul-riograndenses opreparo da carne seca, ou se-ja, exposta ao sol para secar, o

das as necessidades de prepa-rar carne para as atividadesmilitares, tão intensas na re-gião. Ademais disso, trata-seüe uma técnica de procedênciaindígena, pois foi aproveitadado "moquem", que deveriatambém ser conhecido dosaborígenes da região, e não so-mente dos do Nordeste. Basea-do no "moquem" o conheci-mento do preparo da carne se-ca entrou nas Missões Jesuítas,onde possivelmente se teriadesenvolvido, como grande con-sumo da população ali reunida.

Parece certo assim que a Jo-sé Pinto Martins teria cabido,e não é pequeno nisso seu pa-pel, dar melhor aperfeiçoa-mento ao preparo da carne sê-ca, industrializando-a em con-diçôes mais desenvolvidas. Re-almente, com José Pinto Mar-tins inicia-se, em sistema re-guiar, a produção através dascharqueadas, nome que af to-mou o estabelecimento parafabrico de carne seca, conheci-do no Ceará como "oficina".Começa, entáo, a Importânciacomercial do produto seu in-cremento como indústria, crês-cendo o número de charquea-das, diante dos lucros que aprodução oferecia. Criaram-senovas charqueadas, e o charquepassou a constituir gênero devalor fundamental na econo-mia gaúcha.

"O charque é um dos gene-ros de maior exportação daprovíncia; os estrangeiros vi-nham em graned número deembarcações buscá-lo, e parasua compra traziam dinheiro e

Os caminhos do mundoNO

LIMIAR do Ano 8nnto de 1050, verlílcn-mos com amarmirii que, desfeitus ns ilti-soes dn po/.. coiuiiiiiniii nem soluçAo e mes-

mo ngruvndns, todos tis problemas quo n derrotado nuzisnío trouxera n cfiierniiça de resolver. Alierunçit da segunda ttuerru mundinl, Ioi umahcrittiçii de decepções, do equívocos, do novas ocrescentes nmcnçns, dc perigos nto então dcxco-nhecldoH, c do Krniido temor qur hoje onveiu-itn aruir ririiriu (i,> iodos os povnH dn torra. O espó»Ho dnqiiclo rsfôrço Kluantoscn não pudorln tor«ido mnis miserável, Pois no otimismo quo safundara na Incompreensão o no mnl entendido»sucedeu unia tremenda desilusão, o -icntimrnto

R O L A N D C O R Ii I S I E R

da quo milhões de serrs humnnos tnlvou tlvos-sem morrido Inutilmente, se-n p.idor impedircom o seu sacrifício, que o inundo so cncnmi-nliawe novamente parn oiil.-.t catftstrole.

A cessação dns hostilidades e ft assinaturado nrmistlclo, são se seguiu essn impressão nor-mnl dc desafogo, esse sentimento dc alivio doquem recupera finalmente o direito tle respiraro viver, depois dc ter pnssndo por um loni?«)calvário dc atrocidades c horrores. A paz nnscetienvenenada, nnsceu podre, porque íol conquls-tndn por melo dc uma nliança impura, de umcompromisso impossível, entre nnrõcs tão hostisc irredutíveis umns fts outras, como hostis e lm-plncãvcis se havinrn mostrado cm relação nos po-vos que ncnbnvnm dc dcrrotnr. Essn lnlmizndeIntente, provisoriamente mascarada pelos sorri-sos o cumprimentos diplomáticos e peln cola-bornçfio militnr forcadn. dcvcrln vir ã tona «*mtoda n sun crueza c brutalidade, nsslm quefosse derrotado e reduzido ft lmpotíncia o nd-vo-*.-"io comum.

Os rancores e os ódios que a Alemanha dsHitler havia polnri/.ado como um nbcesso, per-mnnccernm durante um momento em suspen-so, enquanto vibrava no nr o silvo dns sereiase explodiam os foguetes comemorativos da vitó-ria. Mns a alegria dos povos enfim restituidosft pnz, era comparável à nlcgrla dc alguém quofosse a uma íesta deixando cm casa um pc rentepróximo em estado desesperador ou a de umhomem que se embriagasse para esquecer du-rante algumas horas o diagnóstico de uma mo-léstia incurável. Pois a atmosfera do mundo nãosa descnrregott, e no horizonte bloqueado os re-lftmpagos continuaram a iluminar nuvens espes-sas e ameaçadoras. A imagem deixa de «Wuma figura de retórica quando o risco que est,-*mos todos correndo não é apenas o da destruiçãode algttmns cidades ou regiões, mas o de umaconvulsão cósmica sem precedentes, na qttnl omundo todo poderá desaparecer, num infernode fogo e de fumaça.

Os canhões silenciaram, os pássaros de aço,em seu vôo vertiginoso, não deixam mais, nnspobres cidndcs humanas, o seu rastro de espan-to, de desolação e de morte. Todo o esforço, todaa preocupação dos homens não se concentraramais nesse objetivo único, nessa paixão de íazerque o ferro penetre e dilacere a carne dos ou-tros homens. E como as crianças, que no Inter-valo de dois exames têm licença de correr norecreio, assim aos homens, comprimidos entrea lembrança da catástrofe recente e a angustiada nova heentombe, que a muitos parece ine-vitiVvel, foi concedida uma trégua para que pu-dessem tratar de suas feridas, conviver um poucocom suas esposas e filhos, e cuidar quem sabedi seus modestos Jardins, e de suas hortas. Nas\m Imaginação essa humilde felicidade dévèparecer um sonho Impossível, de tal modo seacostumaram no mundo de sobressnlto, de ntro-cidade, dc súbitas exaltações, de rotina também,e de sombria grandeza que é o mundo daguerra.

Pela primeira vez, porém, desde que apren-deram a derramar seu sangue nos campos debatalha, voltaram humilhados pelo sentimentode unia Insuportável frustração. A guerra nftoera mais a sua casa, e dela haviam sido expul-sos, pois a bravura e a coragem, a surda írnter-nidade das trilcheiras, o sacrifício em comume a comum aceitação da morte diante do fogoInimigo, todas as virtudes da guerra tornavam-se de repente não só inúteis como ridículas, por-que o soldado desaparecia, substituído pelo en-genheiro, pelo técnico, pelo cientista que no se-gredo dos laboratórios descobria e inventava asfórmulas que permitiam fabricar pequenas bom-bas, mecanismos delicados e sutis, capazes depulverizar em alguns segundos, alguns milhõesde soldados. A ciência que não representavaainda uma garantia de paz, tornava Impossívela própria guerra, convertendo em objeto de mu-seu a velha estratégia militar e o heroísmo do-ravante inútil ..dos combatentes.

E diante das imensas e aterradoras colunasde fumo que se ergueram das duas cidades ja-ponesas sacrificadas, a humanidade pôde entãocompreender que estavam mortas as ilusões oesperanças que vinham alimentando desde oRenascimento. Tornava-se evidente, enfim, queo maior acontecimento na história da culturamoderna era a crise do racionaüsmo e a falôn-cia, a liquidação do humanismo científico. A'aventura de conhecimento, exploraçfio ede domínio da natureza, à qual íovinha entregando com o mesmo entu-isiasmo e o mesmo fervor com que se entre-gará na Idade Média à aventura da Graça eda santidde, produzia um dos seus últimos re-sultados, abrindo com as duns gigantescas expio-sões, uma nova era na história do mundo. Veri-Ificava-se, no plano da experiência e na pró-prla carne dos seres humanos, o terrível poderque a ciência t epresentava, como arma de doisgumes, capaz de devolver a saúde e prolongara vida e capaz de destruí-la, instantâneamen-,te, numa proporção, numa escala lmnrevisível.

Desfazia-se assim, não só na consciência dnselites como também na sensibilidade do homem,ra rua, o mito do progresso necessário e tolde-'flnldo. O aumento de poder sobre a naturezae a multiplicação das possibilidades de confflr-to, não haviam trazido nenhuma espécie de fe-licldade. Pois os desejos humanos são InsaclávMse ciuanto mais aumenta o número de objetosdestinados a satlsfazê-los, mais se exacerbame se tornam exigentes. Para a maioria dos ho-mens a vida passou a consistir na luta pela'conquista do eqttlnamento da felicidade, umamela dúzia de objetos elétricos ou não que satornaram tfio Indispensáveis quanto o ar ou aágua. A posse desses instrumentos., perém. t'.es-pertava a necessidade de outros, que a nrodu^ocapitalista lançava continuamente nos -nercadis..E nesse movimento paralelo dos desejos artl.i-cialmente excitados e de uma produção rue pelapropaeanda os suscita sem prorilclar os meiosde satlsfazê-los, encontramos o desequilibro fun-,damental do regime capitalista e burguês.

A serenidade dos liberais, no entanto, era ape-»]nas aparente. Repousavam num falso equilíbrioe procuravam tranqüilizar as próprias consciên-elas acrescentando ao liberalismo a democracia.Procuravam, assim, comnensar a desigualdadeeconômica com a igualdade política. Pouco im-porta aue as "leis econômicas" esconderem urna!luta feroz e imnlacável, e nue a nrosnerldade dasemnresas custasse o sacrifício dos homens e a,exploracSo do seu trabalho. A ciência econômica,!as «harmonias naturais", conduziriam ^nwità-Hvelmente ao bem estar, no conforto, ft felicidade.*A revolução francesa não proclamara os direito»dos homens e não os tornara todos itruals Be**,rantjs a lei? Qua mais noderlam pretender? Que»oada um se movesse livremente, de acordo com

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pacika 2 VIDA f O tf f I C A"V. fl*. R5Wm»5. ITrt!T3ri WXRTíT.- COOPERATIVISMO

ESCOLAS RURAIS Ampla assistência as populações do São Francisco Dp,Mr,pÁ rAcck. fCoulInuacào da l * p-»c.i ¦-*• proíreMlu», « vida u.n -.i.- wldM, «-. <.l.#llft« "» im.i.»-. <u | |\.l I^Sf 1 L.I l\.__^^V I / \ <____} _______rV. T .10 m« como de /uunar. sempra oue há para mo uma opor- n-aminu»-, ¦•« »¦ cuituisii bu» umiiu-hki r f»rr»* # CBimu.»!*-». I i^ii ? ¦»¦»¦¦ *¦» » ¦ » » w ^

N40 ma camo de luuvar, sempre qut hâ para ina uma opor

lunidade, a obra de elevado alcance patriótica que o Minislerio da Educação ftlú levando a efeito, no lelor do (Mino

primdrio, oor m.e../ie.iíO do Instituto Nacional de Ettudot Peda-çogicot, í. me w/In., _.v modo particular, oo plano de construçõ-.!escolaret, em plena eieiuçaa tio interior ao pait, parqut entendaque éle supera, em olifelividude, a própria campanha de recupe-roçdo de adultot, que é, tem favor, outra notável realisaçáo doatual governo, na ••!•-,„ educacional. Sabiam ratóet a mirim, nuae á luctdes de Murilo Draga quando afirma que, atravet das escolasrurais, em construção no "/iinferlana" brasileiro, " o homem aocampo recebe o carláo de pretença do Govírno Fedeial".

Mas, pura dcmonstrur a eficH-ncia com aue se etta desenvol-n-nao a ação supletiva do Ministério da Educação, no tentulo deampliação e mctnana tia nossa precarmima rede «colar primaria,e justificar o entusiasmo que ela desperta entre guamos tomam

PAULO S AR AZ A T E

conhecimento de teus efeitos, nada como as estatísticas. Ot nú-meros alinhados a tste respeito, em recente folheto do INEP, falamda tarefa em curso com uma Intensidade notar. Táo elucldafít*as¦7i_a.i.o éies, embota menos poslflras e mnis restritas, só mesmoas fotografias c legendas que ilustram o folheto e por onde scvcrl/ica que o* prédios escolares, construídos ou em construção,poderão constituir de falo, como quer o INEP no seu Idealismo, "omarco de uma nora tra", inspirada no principio democrático daigualdade de oportunidade no ensino prtmúrto.

De conformidade com os aigansmos divulgados, nada menostie 2.3CB.838 crtançus biasilciras, de 1 a 11 anos. num total left.C64.12l. permaneciam cm 1045 inteiramente á margem do sistemaescolar oficial ou particular. Um "déficit" ularnittntissimo. nãotesta dúvida, motivado por causas as mais diversas, dentre us*uals náo é possível omitir o alhcamcnto cm que ate bem pouco$3 deixara ficar a União cm face dc tão angustiosa realidade.Ao inves dc atacaiem dc frente o problema do ensino primário,as reformas sem conta e os planos sucessivos, que alé aqui sehaviam fcllo limitavam-se a b.ianífnfcrs de ordem doutrinária,esquecendo o lado pratico ria questão. Dal o abandono criminosocm que faz a criança brasileira.

Aliás, se deixarmos dc parte o "déficit" escolar do pais, noseu conjunto para atentar nas deficiências particulares, de umaunidade federativa, maior ainda será a nossa decepção. Se en-contramos, no quadro do INEP, um São Paulo com 781.295 cria»-ças matriculadas contra 198.980 ausentes da escola, um Rio Grandedo Sul com 369.300 contra 87.094. Santa Catarina com 155.127contra 6.236, ou Paraná com 108.970 contra 61.121, defrontamo-nos, na mesma estimativa, com estas cifras aterradoras;

Matrícula Déficit

Bahia 134*821 -401.785Maranhão 39.075 130.224Pernambuco "MÍS l\'_i°aCeará 9ÍAÍ2 91.856Paraíba 60*184 25.985Alagoas 43.440, 37.020PlaS.......ü..!.. 41.234 71.337Rio Grande do Norte 43.769 81.738

Tão dramática situação resultou, em grande parte, da carênciaAe edifícios escolares adequados no interior do pais. Segundo revelao INEP, ficou apurado, num de seus inquéritos, que "dos 28.-.0-.prédios escolares destinados ao ensino primário, apenas 4.927 per-tendam aos poderes públicos, e destes apenas 70'... foram construi-dos especialmente para fins escolares. Mais ainda: 360 municipiosnão dispunham, até bem pouco, de um único prédio especialmenteconstruído para o ensino primário".

Diante disso, que fazer?Construir unidades escolares, por conta da União, uma vez que

a situação financeira dos Estados, no momento, é quase tão pre-caria quanto a situação do ensino primário no Brasil...

Assim entendendo, o Ministério da Educação, bem avisado eesclarecido, distribuiu auxílios aos Estados, até 1948, para a cons-trução de 4.360 escolas rurais (60 mil cruzeiros para cada uma)número êsse que será elevado a 6.160 em 1949. Não há hoje umúnico município do Brasil, diz o INEP, "que não disponha pelomenos de uma escola rural, em construção ou já funcionando emprédio próprio, construído em obediência aos requisitos da peda-gogia moderna". -__ ., ,

_4o Rio Grande do Sul foram reservadas 258 unidades esco-lares até 1948, distribuídas na conformidade da maior ou menordeficiência de cada município. Teve catorze escolas o municípiode São Luiz Gonzaga, treze os municipios de Bagé e Santa Rosa,doze o de São Borja, onze o de Três Passos, dez o de D. Pedri-to nove os de Itaqui e Uruguaiana, oito os de Herval, Jaguaraoe

'Santa Vitória. Os restantes, cm sua maioria, uma, duas ou

três ctcolasTodos êsses números, divulgados no folheto aludido são ir-

recusàvelmcntc animadores e documentam, de maneira lainfató-ria, que o Ministério foi diretamente à ação no cumprimento doseu. grandioso plano de construções escolares. '¦'¦¦,¦¦<¦.

Resta aos Estados, pelos seus departamentos técnicos daremtilda a êsse plano, pondo em Imediato funcionamento, diretamenteou por intermédio das Prefeituras Municipais, à medida que foremsendo ultimadas, as escolas rurais construídas com a cooperaçãodo Governo Federal. ,¦'._-'*

Elas não deverão permanecer um só instante fechadas, cemocorpos sem alma, porque têm uma nobre e elevada missão a cumpi ir.

As charqueadasna evolução gaúcha

(Coulinuaçào da 1.* pág,)dr-irlrllll-l — (A .--ll-tHI-.*» **lllllim. O ¦rl-rrlM-Irnl-l il.tt AIUM,•u i — imi-- rt.arft »f»lo à tllr»-lona dc- -nin.-.. » PUiiflsmento •am m-m» fiigenhflru», drtenhltUi.cartografai r luiirlunailnt r.iir.t»»11/4(1--. i:.|lrlrlll.-lu. Hl-.--ll--.-ll»a* aua* conta» i-"> crltlmem .*-»própria* atividade».

A outra tiirrtiiiM. rm qu* st tt-tuam oi problemas d« aiilkttnrtaau homem • dr Inmrnta da pro-«lm»-. ? ihriuiu prlo t-nirnliriroacifti.--n-.il Oscar filiadas, fará da-ilnnuitiiir-r da» múltipla» tare-(aa, ala subdivide-»» na» IHvlionda Trrrai * ColonliacAo, d« Fa-nirlllii Aiillinl.» f lt» KÜUI -H-.-'i «Saúde, dlitlnsulndo rm rada ie-tor um romplrxo tle quwtòrs cor-relatai que rerlamam atendimentoparticular. Ai atividade» deita lil-reunia de Produç&o e AulttSnrlaaerSo o lema de»la ceportacem.

DEFININDO OBJETIVOSEm última iii-i.tti-u. lodoi oi

trabalho» da D.P.A. derem con-verclr no «entido de melhorar aacondiçòe» de vida do homem nãn-fi.iuiiM.in-. Knlte o dim e o ta-aer bt «empre um abismo, Ioda-via: o "como fazer"? qual o prl-meiro pa»»o a dar, um passo Justo• verdadeiro, para evitar o des-nerdlrlo rie eneruia e assrRiirar aunidade administrativa da..obraencetada?

— Procuramos, — afirma o ir.Oi,car íiuedei, — traduzir num ei-quema de facll observação e ma-nusclo o que, para molilll/açlo do»recursos t-cunftmlraa do Vale, de-veríamos fazer eomo obra de con-junto, e, dentro desse corpo ileobjetivos, posteriormente IndicarM realizações preferenciais.

Um compêndio a largas pincela-da» do» objetivos fundamentaishavia de responder àquela Intcrm-gaçào: ••como fazer"? Definido opolarlzador da atenção geral e co-nhcclda» as peculiaridades do melofísico e social, fol mais fácil ln-dlcar as diretrizes de aç.lo. Vcrl-íicou-se a necessidade de fixar ohomem à terra e ajustíi-lo .**. clvl-ll/.aç.lo moderna pelo aproveita-mento rarlonal dos recursos natu-rals, pela profícua exploraçãoagropecuária, enfim pelo desenvol-vimento da vida social. Estavam,"a grosso modo", determinados osrumos das Divisões referidas; mastodos deveriam conduzir à metacomum: o melhoramento das con-dições do vida do homem do SaoFrancisco.

FIXAÇÃO DO HOMEM ÀGLEBA

No M6dlo Sâo Francisco, onde ahostilidade do melo físico aliou-seà precariedade do sistema de co-munlcaçBes para Insular a rare-íelta sociedade sertaneja dlvor-clando-a ostensivamente do Uto-

ral progreultia, a vida lem raraclrr*a culiurs.t bem deiinldo*. tfa cultura de "fala", qo» ali ****bllnha a» atividade» humana*, pr*-sai • imperativo» eeonnmleoi * •InilituiçAei loilatt • uiurali quat* perpetuam atravtt dat (erac-»e«elu»a» ate á agre»»lk Idade de tua»Iradlçãe» keeulare» ts» aveita» ãaconqulila» moderna» da clvlll-m*\.*„. ti homem Fiii-iiiu-ir noeleio da raia de iapf>, dt» chipeude rnuro, da carne, pelia * rapa-dura.

— i.iu iiiii>a»tr — completou umi.ini.ii da D.P.A. — no ciclo dapanrla de barro e da colher dtpau, da cama de Jirau » do lnmhnde burro, do cantador de viola »da cachaça. O chefe da tanuilaé multo mal» do que acaso po-derla Imaginar um rltadlno dei-prevenido: •'* o »enhor abtolutodoi membro» da família e doeagregados, de»endo»lhe» todo»uma ohedlf-nrla rega".

A rigidez, o palrlarralltmo, ••xa«perado Indlvlilualumo do "pa-ter famlllae" »ub»l»le, Incólume,doi velho» tempo» dai teimaria»lllmltadai • da» renWda» carnllt-clnaa entre oi "clant". l'ma to-cledade aulm deiajustaria. notempo e no e»paçn, apegou-»* fe-rosmente aoi obsoleto» principio»moral» k falta de oportunidadesmateriais para enquadrar-»e noritmo do progreno unlrer»al.

A vida, para aquele» que aindapot»uem uma iltuaçlo e:.t.1vel naagricultura ou na pecuária, tran»-corri» as»lm restringida. Para amaioria enorme dos que virem nadependência econômica do» pro-prletArlos da terra, J» nem reili-tem talvez os retrógrado» postula-do» moral» que «intentam os prl-meiro». A vida, para este», é umdeslocar continuo A cata de tra-balho, em busca de alimento; ouma luta extenuante pela própriasubsistência física, que moralmen-te jà os derribara a Insegurançado trabalho, a escassez de recur-to», a falta de assistência oficial.São eles os que engrossam as le-va» de retirante» da» »cc__» nordes-tinas, periodicamente "arribados"para o sul; sâo eles as gcraçfleiperdidas que contribuem talveacom os 90 por cento do» milharesde "baianos" que todos os anosdesembarcam em Santos, rumo aoscafeaal» ou às indústrias de SâoFaulo,

Como tornar-lhes a terrm atra-tlva a ponto de reprimir o êxodoanormal? A Diretoria de Produção• Assistência da CVSF verificou,para isso, a necessidade de agru-par providencias extensivas quan-to k legalização da posse dos imò-vel» rurais, à distribuição das ter-ras devolutas, à colonização ciasArcas de melhores condições ao es-tabelecimento de fórmulas mal»justas entre proprietários e nâoproprietários ou pela criação danovas comunidades rurais e urba-nas, pela defesa e melhoramentodo solo, das reservas florestais *dos animais silvestres. Eis, resu

ini-1--. m dlrelltai da Ditl-So **ferrai * ColonUaçit).

FOMENTO DA PRODUÇÃOMai para prender ao Vai* o ha-

mem detajuitado rumpita tara-ttèm III-Irlllrlllal lllr * ,,„I|..|||I«.desenvolvendo ai ath idade* pro-dutivai no setor aimpa>turll, naagricultura ou na peruaria, A IM-\i.*,, de i.-i-Hiii- Airiroia dal)l'A rab» lidar pela roncretliaçâod.--.-- objelivu, lendo em vuta ainormal cerait preetlabelerlriat:exploração racional da» plantaieconômica» e do» animal» dume»-tiro». Para eterutar e»ta tarela.ot técnico» aconselham medidasgeral» que »e poderiam rla»»llleara»»lm:

ai divulgação d* método» de re-frneraçào e fertlllzaçto do tolo;

b) mecant/açâo do» proce««o» d*exploração da terra.

e) lnten»lficaç_ii> do u»o da im-gaçio • drenagem;

d) dlfuiAu de praticai raclonalade pioduçáo vegetal • animal;

e) formação de paitagem e con-tervação do» pa»to« e planta» tor-ragrlra»;

D i-.iiiil.i-i_. • combate ti mn-lítlla» e praga» da» cultura» e do»animal»;

g> dlfutào da vil vli-ii lt ura.O benetlclamento da terra, da

lavoura ou doi rebanhos nAo en-contraria terreno propicio paraffiiiilii.it com proveito M fossemesquecidos outros aspecto» do pro-btema. Km reportagem anterior,ficaram definidas as dlllculdade»que mais entravam o desenvolvi-mento do comercio regional. Parafa/er-lhes frente, no Intuito degarantir a melhor transtormaçAoe circulação do» produto.» oirope-cuArlos do Vale. foram preicrllaaoutras providência» de caráter gc-ral, visando a Industrialização ru-ral, e a melhoria do« melo» de ar-mnzenamento, conservação e colo-cação dos produto» comcrclâvel*.

FOTOCRAFIA DE CORPOINTEIRO

A elaboração cientifica de umprograma de desenvolvimento re-rlonal exige preliminarmente aanálise rigorosa das condições eco-lógicas e sociais da região vliada.Sc é simples recomendar soluçõesIdealmente Justas, 6 muito arrls-cado aplicá-las indistintamenteonde ie apresentarem os mesmosproblemas antes de conhecer aspeculiaridades intrínsecas do meioe experimentar-lhe a pcrmeablll-dade aos diferentes métodos.Assim, o que se definiu como scusobjetivos essenciais náo será apll-cado pela D.P.A. aprlorlstlcamen-te. Pelo contrário, antes de tudons scus chefes procuraram conlie-cer o melo físico, as atividadeseconômicas, as instituições social»do cada um dos 155 município»

(Conclui na S.â página)

JULGAMENTO NA HORTAO

CONHECIMENTO gencra-lixado dos segredos da

nutrição impôs eo homemcomum (o que se alimenta sema preocupação cientifica do va-lor, vitamínico ou calórico dacomida) uma responsabilidademuito grande • um compromis-

te dos homens de laboratório.Desde então o nutricionista dei-xou de ser um intruso que da-va palpites sôbre o prato que a

gente devia comer e passou a«er encarado como um vigilantetraço do união entre o estômagoe o bem estar.

taminat plantadas na horta datua casa. . .

Yedda Navarro, que ilustroua livro, fax movimentar os per-sonagens com grande sabor pito-resco. O herói chama-se Bambu-xinho e para que a história te-nha um tom meio dramático,

ÁLVARO GONÇALVES

(Continuação da 1." pág.)algum sal" — dizia uma repre-rsentaçüo de Francisco XavierFerreira, membro do governoprovisório do Rio Grande doSul; e acrescentava: "Nunca"a Provincia floresceu tanto co-mo nos poucos anos que du-rou este comércio, o qual aca-toou logo pelo grande impostode seiscentos reis que se pôsem Cada arroba de carne quese exportasse em navio estran-•seiro, cujo Imposto naqueletempo excedia o valor da car-ne".

Pelos meados do século XIXa produção de charque começoua apresentar alguns defeitos,quase todos originais, em es-pecial, das condições de produ-ção. pois se trata de gênerolâcll de deterioração e de que-bra no volume. Um desses de-íeitos a catinga, isto é, o maucheiro proveniente do empilha-mento das mantas, durante oInverno. Outros defeitos sãolembrados por Antonlo CarlosMachado: o vermelho, o mofo,o abombamento e o ensaboa-mento.

O vermelho, que atemoriza osL«saladeristas, era uma conse-quência da umidade da esta-ção fria e aparecia, pois, no

inverno. O abombamento con-sistía numas manchas verdese escuras que apareciam nasmantas, principalmente no ve-rão; decorria da falta de ta-lhos ao charquear e tambemda utilização de sal jà usadoem salgas anteriores. O ensa-saboamento consistia no apa-recimento de espessa capa dagordura na superfície das man-tas de charques muito gordos,originando-se do contacto comoutras peças.

Não foi sem dificuldades quaviveu e prosperou a indústriade charques no Rio Grande doSul; os excessos de impostos, deum lado, e de produção com amatança irregular, sem meto-do, de outro lado, contribuíramnão pouco para estas dificul-dades. De 1805 é um documen-to muito interessante, assinadopor fazendeiros gaúchos, accn-tuando estes prejuízos e indi-cando-lhes as causas. Mas oíato é que passada a fase quepoderíamos chamar de crise decrescimento, justamente a doacomeços do século XIX, o char-que desenvolveu-se e tornou-se um dos esteios da economiaregional. E pode-se então afir-mar com Walter Spalding: "O

(Conclui na 3." página)

so permonente em sua vida eo-tidíana.

A verdade é que não faz mui-to, tornava-se ridículo alguémprocurar ir mait além, em tuasindagações, do que sc lhe per-mitia a simples e natural curió-sidade em sober de que manei-ra devia ser preparado este euaquele alimento. A eomodida-de e a gulodice pediam única-mente, consoante a fei da me-nor esforço, que c comida fossaa um só tempo bem preparada,para ser gostosa, e que matas-se por completo a fome. Aí es-tava todo e segredo: matar afome, a que, cm última análi-te, vinha a querer dizer: quan-tidade.

A qualidade ainda não exls-tio como preocupação gastronô-mica. O que importava eraabastecer suficientemente o et-tâmàgo.

Mas a ciência nutritiva mo-derna — não a de Hipoerates,a quem faltavam recursos parachegar aos resultados maravilho-sos de que só posteriormente ahumanidade te beneficiou —não quer mais fazer use daverbo matar para aplicar aimediata solução do estômago.

O conhecimento das vitami-nas veio de pronto estabeleceruma distinção rigorosa entre afome absoluta (do estômagovasio, ou seja, a quantitativa) aa "fome latente" (a da carên-cia de vitaminas, sais minerais,calorias, isto é, a qualitativa).E o nome de Alfrcd McCaan,conquanto desconhecido de mui-tos, passou a constituir um mar-

co para novas conquistas da par»

Hoje, a literatura a respeitadas vitaminas é forta « bemaceita, parque todos sabemosque da edução que dela emanadepende em grande parte a fe-licidade dos povos.

Começando por dirigir a pra-ferência dai crianças, dando-lhes uma consciência do valornutritivo deste ou daquele ali-mento, é que se poderá alimen-tar a esperança de, em futuro,contar com uma raça sadia.

Visitei, há tempos, uma des-tas escolas rurais que o prefei-to Mendes de Morais e o prof.Clovis Monteiro semeiam comtonto carinho pelo Dis.rita Fe-deral, e confesso que fiqjei en-tusiasmado com a importânciaque se davam os meninos esco-lares às suas tarefas de plantare colher sob os cuidados de mes-três vigilantes. Fiquei pensandoque poderemos, sim, em algumdio, tirar ot melhores proveitosdessa contata da criança com aterra e suas riquezas. Por-juesó amando e respeitando a ter-ra é que se poderá dar valor atudo o que ela nos presenteia."

Não fol outro, sem dúvida, oespírito da escritora TerezinhaEboli ao escrever o livro eom

que concorreu ao concurso pro-movido pelo SAPS.

Seu "julgamento na Horta" tsem dúvida um trabalho de me-recimento, perfeitamente emharmonia com a grande Inicia-tiva do SAPS, que assim te des-dobra em múltiplas finalidadesdo seu programa."Julgamento na Horta" é umahistória educativa, assim umcomo chamamento à responsa-bilidade de um menina pelas vi-

podemos acrescentar que Bom-buzinho era um menino magroe pálido como tantos outros.

Gostei de Bambuzinho, e porisso resolvi acompanhar a histó-ria atentamente, para tanto da-vendo esclarecer que desde logotomei a seu partido. ls?o do to-mate repreendê-lo é que não!...E fui passando as páginas. Maisadiante, com a cara mais ver-melha deste mundo, o tomotaouve a cenoura confirmar quaBambuzinho havia comido ce-noura. Respirei aliviado. Matdurou muito pouco minha tran-quilidade, porque lego após aespinafre, olhando para as per-nas de Bambuzinho, sentenciouimplacavelmente:

—- Olha só para tuas pernaslque caniços! qualquer dia ser-virão de anzol! não é à tôa quete apelidaram de Bambuzinho!

FiquCi furioso com a gargalha-da geral que coroou as últimaspalavras do espinafre. A verda-de é que o tomate estava ga-nhando o primeiro

"round". Bam-buzinho não sabia explicar a ex-clusão do tomate das suas re-feições diárias.

É vai assim o livro da Tere-zinho Eboli, conduzindo o leitoratravés das mais variadas ver.duras c legumes, para afinal en-contrar um ponto honroso paraambas os partes: Bambuzinhovoltou às boas graças do toma-te e tornou-se um menino forte.

"Julgamento na Horta", qua6 o primeiro livro que surge doconcurso "Prêmio SAPS de Li-teratura Infantil", é uma pro-messa auspiciosa, e recomendabem a instituição que zela pelohomem, ensinando-lhe a comer.

EMBORA

ainda t* poua afirmar eyt o eooptrativimo * aeronornia mais lógica * mai* humana que se conhece, etalem trattdo iteepçóet em diverto» paUet. por falta ae oont

foi./.erui.'..ír.. Velamos um returno da história do cooperativitmo

Cantam-nai Rotair* Ttembley « oulroí prafeitoret, qut o No*plmcnfo Cooperath***, tio Canadá, comoreeniieduat fateti A pn-meira, data de itei a l9iS, A tegiintfa, de i8.'« paro cd, A prl*meira é a iate dat experiência* malogradat. A tegunaa, * a fasttío ressurgimento do r.ooperalmtmo. „____., .....

Em IKt, nt/"» centm de mineração da Nora Etcócla, algun*operários, que uniu tradição ainda os ligava aos pioneiroide Rocn-date, lançaram as base* de um armasem cooperativo — "Tno uni"i\Assoclotlon of Stellnrioi.". ,.***** i„

Fol fita a prtmeir,i cooperativa de consumo no Canada. Ja*met Mitchell foi teu promotor * primeiro secretário, Attumlu a

M. GOMES BARBOSA 3pt-ríncla em 1S76 t permaneceu, nesse posfo. trinta t oito anos*Chamam-lhe o .«ti do coouerattviimo canadense.

Ot operários de Stellarlon tiveram Imitadoret. De IW a 1900,surgiram uns dote armatens cooperativos nos principais centrotmineiros do Cabo llreláo. .,„***,„

Infelizmente, dizem eles. toda* mas cooperativas tiveramcurta cxiflência. Umas por falta de reservas financeiras, outraspor serem constituídas açodadamente. outras por falta de orienta-ção eficiente ou outro motivo qualquer. O fato é que, rom exceçuada Brltish Canadian Co-operattve Society. todas desapareceram,Atê mesmo a primeira The Union Assorlntíon of Stelliirton. com.mais dc meio século de existência, teve que fechar sitas portas, em.conseqüência de modificaçóes na localização da industria mineira..

• • *Noutras províncias, as primeiras experiências com cooperativas

de consumo, foram de ttés categorias:a) — Armazéns organizados na base de sucursais múltiplas.b) — ¦i-.rmu-.o;» criados, segundo a concepção de ttm socnilts.

mo utópico, que faziam lembrar a pré-história da cooperação

d — Armazéns organizados segundo as normas dos operáriosda Nova Escócia. , ,,,. , _•.

Com a categoria dc armazéns de sucursais múltiplas, podemser citados os armazéns dos proprietários dc granjas, no séculoXIX, e os dos Agricultores Unidos, lUnitcd Farmers) de Onlano.vo século XX. Aqueles tiveram existência táo curta que não vaiea pcia comentar. Quanto a êstes, desde que surgiram, abrlravt47 armazéns segundo o plano dc sucursais múltiplas. /;.-*?«, namaioria, desapareceram on passaram à propriedade privada.

A cooperativa dc Guclph, que se reconhece como a primeira,cooperativa de consumo, tio Ontàrio, è de origem operária. Folfundada em 1904, com o fim de movimentar uma padaria. Surgiucomo uma reação contra a alta excessiva do preço do pão d:.**- itribuido pelos padeiros locais. I

A oposição desses padeiros e dos retalhístas distribuidores, fol'muito violenta. Empenharam-se em semear o ceticismo entre asclusses operárias. Os chefes dos sindicatos operários, só conse-puiram S0 associados. Fundaram uma sociedade e compraram tunapadaria local. Três anos depois anunciaram uma cifra de negociasde $20.144. O preço do pão baixou. _lcs se entusiasmaram t acooperativa sc lançou na aventura dos Departamentos múltiplos.De inicio abriram uni armazém dc gêneros. Em seguida, uma lo,ade calçados. Pouco depois, um depósito de carvão. Ainda nüopossuía capital compatível com êsses empreendimentos, nem pn-.tica suficiente para administrá-los. O resultado fol desagradável--'Em 1925 a cooperativa se dissolvia.

Em Maniioba, o Conselho do Trabalho, adotou a mesma po*Utíca. Organizou um armazém cooperativo antes de preparar ct--operadores. Pouco depois faliu. Em Saskatshewan, cita-se o carode um armazém cooperativo que faliu por se entregar à criaçãode sucursais.

Trembley conta também a história de um socialismo utópico,cujos ensaios estáo ligados ao nome de Albert JSaint-Martin. cnMontreal, que procurou reunir, em grupos, os adeptos fervorososdo Esperanto. Em 1905, Saint-Martin fundou uma sociedade, cujascondições de admissão, eram as seguintes: falar o Esperanto epagar à vista as mercadorias adquiridas, com 10"<. de acréscimo sõ-bre o preço de compra. Essa sociedade durou pouco tempo.

Em 1907, Saint-?Iartin tentou novo ensaio, sem que os as-sociados estivessem preparados para aquela tarefa, sem selecionaro.i administradores. O resultado foi que as trapaças e os abusos seencarregaram de liquidar a empresa nove meses depois.

Em 1908, o mesmo Saint-Martin, tentou um terceiro ensaio.,Êsse foi mais vigoroso. Êle alegava que se tratava dc uma tenia-tiva para solucionar o problema do desemprego forçado. O Governolhe. concedeu 5.000 acres de terras às margens do rio Kemakok,no condado dc Labelle. Uma colônia socialista com uma coopera*,tiva, denominada "La Kanada" surgiu em 1908. I

Sabe-se aue oito anos depois essa colônia ainda funcionava..Ocupava 2.000 acres de terras, possuía duas casas, quatro vacasÂalguns suinos, umas aves e tinha em funcionamento uma serraria.Como nunca mais se falou nessa colônia, é possivel que ela tenha,retornado à propriedade privada.

Êstes poucos exemplos ilustram o que se passou, com o co**.operativismo, em toda parte do Canadá, até o primeiro quarterdeste século. Exatamente quando se distribuía, apenas, conheci*»]mentos superficiais dessa economia.

:e»*lr* '• * *'A história da primeira fase do cooperatlvtsmo canadense, nã$

deve constituir motivos para desânimo e se perder a fé nessa forÀma de economia. E' bom aguardar a história da segunda fase^Se fossemos julgar o cooperativismo pela lista enorme das co*operativas brasileiras que não atingiram seus fins, jo íeríomos &eUxado de escrever sôbre o assunto,

A vida agitada de ümhistoriador político

(Continuação da 1.» página)levaram ós exércitos liberais &vitória.

"Teve sempre uma condutacivil e militar irrepreensível —diz a portaria dc 22 de feverel-ro de 1833, que lhe consignou abaixa — è digna do maior elo-glo, granjeando a devida consi-deração de todos os seus com-panheiros de armas pelo dis-tinto e singular comportamen-to com que se houve em todasas ocasiões de fogo, realçando-se pela sua bravura e scu valorentre os demais".

COLEKA SAGRADADando baixa nas forças liber-

tadoras, com essa excelente fa-lha de serviço, é nomeado au-xiliar de bibliotecário do PaçoEpiscopal, no Porto, e logo de-pois vice-diretor da BibliotecaPública da referida cidade. Masjá o temperamento inamalgavel

às InjunçSes da estratégia polí-itica, esbarra no primeiro esroJlho. Tendo assumido e pntler!em 1836, o partido setembristd*pretere a carta constitucionalentão em vigor, fazendo coraique seja jurada uma nova cons»,tiluição, baseada na de ÍS.^Fiel aos princípios "cartlstas",Herculano repele essa constiJtuição, vendo-se por Isso na(contingência de demitir-se. >

"Isto dá vontade de mor^rer..." — já teria ele murmiwrado nessa ocasião, vendo des-1viado o curso do regime literalpelo qual se batera. Começaamargurar-se o coração do homem, que não fora feito p.va^os entrechoques da politica. Sei-Io a vociferar, como um pro-,feta bíblico, contra o desvario\das paixões, num panfleto po-ilitico. bem acertadamente deno-»]

(Conclui na 3." página)

J

PARIS

—- janeiro — ViaAir France — O presti-

gio do general De Gaul-le é ainda enorme junto aos ami-

gos da França n-> mundo intei-ro. Que se estará passando emtorno do general? Que pensamdêlo os franceses? Eis o que étempo de tirar a limpo. Masvale uma realidade precária do

que uma perigosa ilusão.Não há muito tempo, o gene-

ral disse aos seus amigos: "Sa

isto continuar assim, eu monda-rei tudo passear". As pendên-ciat no seio do partido vêm-setornando de uma particular vio-léncia, sobretudo entre parla-mentores e não parlamentares.Depois, várias vezes, o generaltem manifestado, abertamente,teu cansaço e seu descontenta-mento.

Quizera êla, com a força do

teu prestigia, fundar, não umpartido, mas um congraçamentodo povo francês. Mat êsse con-graçamento tomou o caráter deum partido, como os outros, preo-cupado com intrigas e manhas,rancores e ambições pessoais.

RAZÕES DA DECADÊNCIA

O RPF acarretou para o no-tne do general uma sombria sus-peição política. Em lugar decongraçar, realizou uma ação

dissolvente. Os sindicatos RPFfracassaram e o povo se mostracada vez mais indiferente ante os

insistentes campanhas eleitoraisconduzidas pelos agentes do ge-neral. Os êxitos eleitorais, nes-ses casos particulares, não pro-vam senão uma coisa: que mui-tos franceses permanecem ainda

A SORTE DO DE QAULLISMO"Ss isto continuar assim, eu mandarei ludo passsâr..

ligados aquele que em 40 disse:"Perdemos uma batalha, matnão a guerra".

Há um ano, por ocasião dafundação do RPF, verificou-seuma vaga de entusiasmo em to-do o pais e pôde acreditar, numinstante, que o resistência ia rc-viver e produzir ótimos frutos.Hoje, muitos deputados RPF pro-curam desligar-se do movimento,aproveitando para isso o primei-ro pretexto.

Na província, as "permonên-

cias" gaullistas estão constante-

mente desertas e algumas tra-zem a menção: "A ceder". Ogeneral tem sido mal assessora-do. Tôdá a antiga direita cor-rompida reconslituiu-se cm tornodo foco dinâmico do RPF. OsMalraux, os Soustellc-s se envol-veram numa sociedade, onde erapreciso ocupar-se do primo deuma marquesa, do sobrinho daum conde, da amiga do secreta-rio-geral. Vichy insinuou-se n-isfileiras do RPF. Muitos jovens,sem Animo, incapazes de ganhar

diz o chefe do RMa vida encontraram no partidauma razão de ser e um emprê-go. Muitos ali se encostarom,como "capangas", a espera deeventuais distúrbios. Por outrolado, contra De Gaulle, havia atradição infeliz do coronel LaRocque e outros coronéis de tris-te memária.

QUE IRA' ACONTECER?

Que irá acontecer, pois, anteessa estado dc coisas? Muitos

deputados RPF voltam-se para olado do MRP e tentam umaaproximação Bidault disse, háalgum dias: "Meu governo será

o último". Deveremos ver nissoalusões a uma dissolução? Os

/.partidários dc» RPF assim o crêeme preparam uma união possivel.Mos suas tentativas não parecemfadadas ao êxito. Se a RPF nãopuder contar com os resultadosda próxima campanha eleitoral

é mais do que provável que cmovimento será dissolvido e dis-solvido pslo seu próprio chefe.Podemos fazer dessas palavrasuma profecia. O general DeGaulle licenciará suas tropas odissolverá o congraçamento do

povo francês, antes que as per-das de prestigie não se tornemmais grave, e antes, sobretudo,quo seu partido conheça a rui»

IJ

na financeira, o que está prestesa aeonteeer. \

O general De Gaulle ver-se-ãiassim reduzido á espeetativa dosacontecimentos futuros, pronto cr'retomar a batalho na primeira-'oportunidade, circundado de umaveiha guarda de fiéis. A

São os franceses residentes no '

estrangeiro, os que mais se sen»tirão desiludidos com isso, êlcsque vivem, freqüentemente vol-tados para o passado. Petainteve suas horas de glória e dadesgraça. De Gaulle, depois dauma hora de glória, irá conheceruma triste solidão.

Que conclusão a tirar-se datudo isso? Que vivemos numaépoca em que um homem, mss-mo íntegro, dinâmico e «ompe-tente, não pode solucionar osproblemas complexos de umpais. (Trad. dc SB.)

Page 3: BIBLIOTECA NACIONAL Av.Rio Branco Ampla âssistêitia D ...memoria.bn.br/pdf/331155/per331155_1950_00107.pdf · sibilidade de que um juiz possa conscientemente ... manual, a vida

r 1II

• -,' W^cyiillMW.-ggfc ;

A MANHA - RIO, 00MINCO. 8-I-195G VIDA P O L f T f e A PACINA ?

A vida agitada de um historiador politico OS CAMINHOS DO MUNDO*J -iiivi.i da l.k D&iinal exigia o sacrifício urovlAóilo d.,-, libmladeí •• n

'Conrlu*io da '.' |cj,:iiuiminado: "A Vo» da frorela",liuiiíi.ui... in.ii-c au iiic-iic.-.. ii it"1'arolra d'un rroyanl", de Ia*menitaU.

r.ir.» frtf-êê unia Idéia du t*Ü-Io da fii.--.riio:

Tava! ... breve soará lualior.i extrema: tu mesmo a aa-«Inala*!* no dooorrtr do» lem-pos. O aiijci rxlrrmlnadar vi-bra sobre il a espada da asso-lci..j... e lu dançai, e folga» ébrloda* lua» •sji.-r.iin.i-.'.

Mal» adiante:"favo! m iiue hoje saúdasramo nume», amanha, (a-to-éfrm pedalo», e arrastará» pila»rua» o» seus cadáveres robrr-(oi de feridas r iib.ulur.it".

Era nesse tom dc graiulllo-quéncia romântica, com a cale-ra t.ini:i,i;i do» profetas, queHerculano encarava o cho<|uedc» partidos selembrlsla e rar-tista.

FRACASSO NO PARLA-MENTO

Tri1» anos depois do tal» (m-precações, o autor do "Kurlco"é eleito deputado peln Torto.Compreende-se, perfeitamente,que um homem do seu tempe-ramento nfio podia brilhar noparlamento, onde se exige, aci-ma de tudo, agilidade, sanguefrio. Herculano cm pesado,pesado no estilo e na austcrl-dade das convicções, na rigidezdo caráter. Como conseguiriabater-se na tribuna com umOarrct espartilhado e dandi?Que llgeircza dc golpes, quopresteza de arremetldas poder-«e-la esperar desse homem, ha-Mtuado a encarar a politica sobum aspeto tão solene c drama-tico. As lutas parlamentaresenfastlaram-no. Não fora fcl-to para aquelas fosforescèndasde oratória.

Dentro dc um ano, abandona-va a Câmara, retornando ãspesquisas históricas quc tanto oapaixonavam. Não seria, porem,ainda, uma renúncia total. Acausa pública preocupava-o;conservava a esperança de po-der servi-la dc qualquer outraforma."Formosa c pura c a luz dosol neste amoroso clima do ocl-dente; não queirais converte-Ia no facho avermelhado c si-nistro que fulgura por caver-nas dc salteadores c assassinos..

Unanio-nos, pois, como ir-mãos, e abrançando-nus unsaos outros, caiam algumas la-gi-imas dc conciliação sôbrcesta terra tão regada de lágrl-mas de amargura: táo ensopa-da no sangue do patricidio".

A "voz do profeta" continua-va a erguer-se nesse tom, quenão era precisamente aquelecm que deviam falar os politi-cos, mesmo na década român-tica de 1840.

NOVAS DESILUSÕESMas a fundo dc messianismo

bem evidente cm tais invcctl-vas, justificaria a crença deAlexandre Herculano numa rc-volução, num movimento reno-vador capaz dc sanear a na-ção. As lágrimas conciliatóriasa que ele se referia só seriampossíveis depois que se purgas-sem os pecados. Para vingar osangue do patricidio, só um osangue regenerador. Assim, nãoadmira houvesse aderido à se-dição preparada pelo Duque deSaldanha. Franqueou a própriacasa dc Lisboa à rcurrião dosconjurados. E falava entusiás-tico em "gente nova" — se-gundo nos informa OliveiraMartins — declarando o firmepropósito dc não aceitar o cav-go de ministro, nada quererpara si. A revolução empolga-va-o, tinha fé nos resultadosdessa perigosa sangria.

Deflagra o movimento e oDuque tle Saldanha conduz osrebeldes à vitória. Chegara, cer-tamente, a hora de Herculano.A 5 de julho de 1852. D. MariaII assina o ato adicional ,àConstituição. As idéias de Her-culano tinham sido postas delado. Já o panfletário da "Vozdo Profeta", se tornara, semdúvida, um romântico incomo-do.

Amargurado, mas ainda nãose dando inteiramente por ven-cido, vai ele lutar agora pelaimprensa, no "Pais", jornalque vem a fundar com o Mar-quês de Niza. Prossegue nacampanha jornalística em ou-tra folha "O Português" até185IÍ, quando reso.ve retirar-separa a quinta do Calharia, emCesimbra, quc já lia algum tem-po havia arrendado do duquede Palme'-.. Dizem ter tidoHerculano sempre tendênciapara a agricultura. Sente-serealmente nesse homeni rude,leal, inimigo dc tergiversações,uma certa aproximação da ter-ra. O retiro de Calharlz foi,porém, o ensaio, de um exilioquc ia ser, logo mais, definitivo.A atração pelos estudos histó-ric:.y leva o escritor a regressara Lisboa. Em 1858 oferecem-lhea deputação por Sintra. A po-litica já não entra nas cogita-ções do historiador. Regei ta acandidatura. Nâo tardara a a-bandonar também as pesquisaseruditas e a própria literaturaDará recolher-se à uuinta de

Vale de l.ut.t/*. ande {teimaoe-ceri dei nno», alé » snorle.NA PAZ litroi.lt ,\ DO VALE

DE limosAgora, o estilo de iu«» car-

Im è o seguinte!"Apesar da lempo Ir agoraruim, o ano nio pinta mal. Oazeite, m b mottra for avanteexcederl a produçfto, de hidul» ano» e nfto falUrfto frutae vinho. Ai «earai du terra»aliai estáo boas".

Ou enlio:"Ci le vou plantando a hor-Ia. Quando vieres, te te nftodemurare» multo, acharia ex-crlrnte feljfto verde: daqui a 5

ou 6 dias Já »e pode apanhara Ir um".

Ou então ainda:"Está a concluir no meu la-

gar o fabrico de azeite ordlnft.rio eod fino ncabou hnverium mès. Entendi dever comu-nlrar-lhc o resultado da co-Ilícita excepcional deite ano,visto quc nela tem, como eu,interesse. Ninguém se lembrapor estes sítios dc uma colhei-tu com tantos predicados bom,como a deste ano. Azeitona ri-Ja, sã, aderente ao pé por tal

modo, quc rra raro até ao fimdu apanha ver uma caída es-pontaneamente ..."

S&o sempre nesse teor aacartas. Já vai longe a eloquén-cia lírica de "Eurico, o Presbl-tero".

No último ato do "Misan-

thrupr". de Moliére, Aloette,ilruluiliilo de todo» e de tudo,declara, num ímpeto, que vaipara o deteriti. i: até hoje iediscute o quanto pode havertrágico e, ao menino tempo, deremira netie personagem. Niodirei que aej» perírlUmruteIdêntico a raso de AlexandreIbrrulano, mai a verdsde é quetanto noa comovem, como noa

despertam um leve «orrtio —Mirritn trUle, Ulve» — e*»eitrecho» de carta da autoria dohomem quc escreveu a "Vo* doProfeta". Herculano anunciaJacinto na qulnt.t de Tolmes,No fundo, o cansaço tle uma cl-vlllraçio, em que o homem inhavia perdido no deavarlo daip.-iltõ.-t: a curva final do Kl-iiii.irl.. de um romântico.

Ampla assistência às populaçõesdo São Francisco

(Conclusfto da 2.* página)di Bacia, para depoli determinarpreferencialmente o que deveraser feito con maior rlIrArla t ra-pidez do rrtultniloi.

— quem viva — »&n palavra» dodiretor Oirsr (iurdei — a produ-çio e a .-i--.l--tf-nrla tem que lidarcnm fenômeno» «orlali, que devem«er apreendido» e compreendido».Bó o método cientifico, enlretan-to, e, no ra»o, o método socloln-lico, aiiesiira «ta apreendo eeiia compreensão de maneira pre-cl«a. Disse modo, tivemos de pro-mover o levantamento eeonômlro-«oelal do Vale, como fundamentoliidlspcns.Url aos trabalhos deplanejamento geral.

Com paciência e tenacidade, •»-tln sendo orcanlzados os quadrosslrii.pt ii-c.s dêsse lialançn. Jà pron-tos para o manuseio do» estúdio-sus. aquele» referentes I economiaafirmam, por exemplo, que a atl-vidade produtiva mais Importanteno Vale médio ainda é a pecuária.O rebanho existente ali elevara-se.na época do levantamento estatls-

NO INTERIOR DO BRASIL(Conclusão da 1.* página)

Otoni, de Governador Valadares, em todo o trajeto, oscenários se sucedem, como livro precioso, em que o ob-servador pode escolher as melhores paginas dos assun-tos de sua predileção.

De minha parte, sem ficar alheio à beleza da palsa-gem realmete admirável em certos trechos, não me can-sei de atentar sôbre o significado econômico da imensazona que a rodovia está incorporando ao litoral habita-do e em progresso.

Bem perto de Paulo Afonso, antes de se rumar paraGeremoabo,, há terras sáfaras. Mais adiante, entretantoa caatinga que se levanta como mata continua ao ladoda estrada, é viçosa e exuberante. Há trechos que lem-bram a fertilidade das caatingas de Oricury, já para asbandas da Serra do Araripe, em que as craibelras noalugares mais úmidos, e as umburanas, de frondosasmais parecem árvores de outra espécie.

Depois de Feira de SanfAnna, de quando em vez, sur-gem os planaltos cortados em dlreitura pela rodovia am-pia. Nestes a vegetação é menos vigorosa. O silico-ar-giloso da terra favoreceu a erosão. A traiçoeira erosãode que não se apercebe o homem, também raro naquelapaisagem Imensa. Algumas palmeiras e a presença docajueiro, por sinal em dia de intensa florada, estão ademonstrar que a fruticultura tropical teria ali condi-fiões de vida. A topografia excepcional desta.; zonas tãavastas, convidaria à mecanização da lavoura com êxitoseguro. .

Depois de Jequié, em direção de Conquista, a topogra-fia é menos favorável. A terra porém é inais rica. Depouco em pouco, com a ascensão até altitude superiormil metros, em Conquista, chega-se a uma zona de ter-ras muito férteis.

Já aqui parece não há escassez de chuvas. Correm osriachos e os rios deslizam caudalosos. Nas encostas, asmatas se apresentam com porte altaneiro. Sente-se quetôda aquela zona privilegiada, o é pelo clima amenomisto das temperaturas dos trópicos e do refrigério damontanha.

O terreno, de cor escura é um indice de grande quan-tidade de matéria orgânica presente na intimidade dosolo arável. A prova disto é que, nos cortes da estrada,se pode observar a gradação do colorido, à medida qucse aprofundam as camadas em observação.

Na estruturação do solo de Conquista a argila é aindao principal elemento. Argila compacta, atenuada nosseus efeitos desfavoráveis à vegetação pela abundantepresença de matéria orgânica. ¦] .

Nota-se, aliás, nos telhados e nos tijolos da cidade cicolorido alvacento, pela perda da côr escura, da matériaorgânica calcinada nos fornos de cerâmica. O aspectoda cidade reveste-se de uma característica interessanteno amarelo claro, quase branco, dos telhados e das pa-redes a tijolo nu. Algumas casas cobertas de telhasvermelhas, ou importaram cerâmica de fora ou se de-ram ao gosto de recobri-las com uma tinta vermelhaapropriada. , ,

Onde a natureza dos terrenos esta a indicar lncal-culável riqueza é ao passar-se de Medina em direção 8Tcófilo Otoni. . . .

Neste largo setor da estrada o viajante nao sabe qualo trecho mais opulento. Viaja-se ladeando colinas deterra vermelha, por dezenas de quilômetros seguidos. Enão terminam as terras boas em Teóíilo Otoni. Até Go-vernador Valadares, 160 quilômetros adiante e a terraroxa, virgem, riquíssima que enche a vista do obser-vador.

As matas densas se sucedem, infelizmente, em proces-so de derrubada, pontilhando os roçados de milho comviço desusado. O verde da graminea se torna escuro, ofolhagem espalma-se em largura pouco comum, e o co-lorido claro das paniculas nos milharais em floração,nem êste enfraquece a pincelada verde-escuro dos ro-çados, naquela palheta de terra roxa prodigiosamentefértil. ,7.'¦ ."¦¦¦'.'¦:,

De par com a exuberância do tererno revelado pelavegetação luxuriante e pela estruturação percebivel aprimeira vista, a abundância da água ali esta presentenos riachos e rios que serpenteiam sinuosos por entreos córregos ou em meio das várzeas extensas.

Condições excepcionais não há dúvida, para classifi-car-se a região como remarcadamente favorável a im-plantação de uma economia agrícola com largas pers-pectivas ds prosperidade. Faltava a estrada e esta ali es-tá, vencendo aclives e descendo encostas, levando no seudorso os caminhões pesados ou as viaturas leves. A es-trada chegou em tempo e é de esperar-se que não faltec homem com a sua iniciativa, recolhendo, daquela ri-queza desordenada, a messe do trabalho bem orientadoe produtivo.

tiro. a quase M.500 lllll raheça»,ronslltiilmlo 0 «ado bovino cercada metade em número e fkiiranriovantajosamente no primeiro limarquanta a» valor rr.inõmlco. Kntre... lavouras cultivadas, o alüod&oassume destacada poslçln, . tendotua produção atlunlilo rm 1946,mail de 27 mllhiVs de quilos. Adelimitado das Áreas de predo-mlnaiirla acncola, peruaria ou.. -rcp.-iii cil.i: n discriminação dosICtOrSJ de Influência do algodlo.da cana de acurar, da niamona.das fll.ras tcxteli: a rararterlr.a-çio do riulnie de trabalho e dosistema da propriedade; » Intei-tlgaç&o dns habitai alimentareidas populacficf rurais e urbanas:a Importância das pequenas in-dústrias de lii-iieflil.inienlo ou detransformarão existentes esporádl-ramente aqui c ali — são outrostantos ohjrtos de lriel;m..e;.'ec. esta-tístlca que foi rrnlUaila rom êxitosatisfatório. í:sses dados Rloball-•/arâo um acervo de Informaçõespreciosas, súbre que abrirá raml-nho o 1'lanu Oeral de assistênciaao homuni e de fomento da ero-n.imi.i lanfranclicanot. Serio co-mo uma fotografia de corpo ln-telro do Vale imenso, coibida .1 luzpenetrante da eslatistlra, quotudo revela sem talseamento.

BEM DIAGNOSTICARPARA RECEITAR COM JUS-

TEZAComo o médico, que ao histórico

das condições fisiológicas precisaauscultar diretamente o corpo cn-íérmo, para diagnosticar bonesta-mente, os técnicos da DPA náoconformaram os seus escudos aomero exame da coleta estatística.Dai empreenderem uma cxcursftoaos municipios de Januária, SantaMaria da Vitória, Barreiras eBarra, em Minas Gerais e na Ba-hia, quc ofereciam vantagens pre-ferenrials para as atividades daDiretoria e representavam execlen-tes amostras para ponto de par-tida dos estudos regionais.

Com o conhecimento "in io-co" dessas amostras, aíirma o sr.Oscar (iuedes, — e a apuração dedados c informações dos mumci-pios de cm torno, estaríamos se-nliores, cm curto prazo, do coiiUc-cimento de todo êsse trecho médioSão Francisco, um dos mais des-conhecidos do Vale. Com menosesforço posteriormente, adotandoidêntico processo de pesquisa, ll-cariamos conhecendo a região dascorredeiras e os trechos de baixo ealto cursos.

O inquérito efeluado na zonacitada visava observar a vida ur-bana e rural sob "todos" os seusaspectos, documentando informa-ções quc refletissem reallstica-menle a história, a situação geo-grálica, os fenômenos demograii-cos, a dlvlslo territorial; a situa-çfio das atividades risrais, o climae o regime h-drogváfico, os recur-sos naturais e a:. cóndiÇÉes do so-lo, as vias de comunicação e osmeios tío transportes, as Instituiçõeseconômica.-, (bancou, casas banca-rias, cooperativas, Íeiras) e as sociais(hospitais, estabelecimentos deensino, templos religiosos, associa-ções de classe ou recreativas), asituação do mercado e da mio dcobra, a vida urbana e a vida ru-ral. Não sc descurou, ao mesmotempo, do meio físico, cujo ie-vantamento cientilico está sendosistematizado por uma autoridadeno assunto, o professor Paulo Vc-geler, especialista cm solos tro-pleais, especialmente contratadopela Comissão.

Destarte, já não satisfazia o re-trato de corpo inteiro da região aexaminar. Era mais do que isso,o que se pretendia realizar — oquc, cm grande parte, já se rea-lizou: era a rndioscopia do próprioorganismo social e da própria es-trutura econômica do Vale.

O PLANEJAMENTO GERALQuando o repórter o procurou, o

sr. Oscar Guedes duvidou do ca-ráter jornalístico que poderiamter ás informações fornecidas.Tôda a Comissão trabalha na ela-boração de um programa; mas,que dizer de interessante sobreum labor assim restringido aos co-nhecedores dos problemas têcnl-cos, e por isso, áspero ao contaetodo leigo imprevidente? Tivemosrazão transmitindo, em Unhas ge-rais, ao grande publico o que scplaneja na C V S. F. Foi a curió-sidade de adiantar datas c afir-mar propósitos definidos que nosditou a ultima pergunta ao sr.Oscar Guedes. Eis o que ele res-pondeu:

Embora não estejamos aindade posse dc dados precisos para olevantamento geral, pois a obten-ção daqueles, por métodos cien-tíflcos, requer tempo e um apa-relhamento ainda inexistente, or-ganizámos um esboço de nossasatividades no Vale eomo forneciao seu jornal. A medida que for-mos obtendo dados mais precisos,serão feitas modificações, eviden-temente. A experiência individualdos técnicos da DPA permite-nosavançar no planejamento dos nos-sos trabalhos mais do que seriapossivel em condições normais.Entretanto, segundo o critério ri-gorosamente científico a que nossubordinamos, para redução aomínimo das possibilidades de er-ro, controlamos os nossos passospelos estudos c pesquisas quc con.firmarão ou alterarão, a rada mo-mento. o que estamos fazendo. Oreal, numa ultima palavra, é queerte ano ficará pronto o Plano:não é apropria Coir-tit-ii".™ da Re-publica quc o estabelece?

(Conclusão da

onos negros do história contemporânea c... *,uenada parecia mais desejável do que a existên-cio às um super governo, defensor dos elemenía-res direitos humanos; pelo monos, a Carta Mag-na de um super-governo assim já existe — é abula "Clericis loicos", de 1296, que daria à nu-teridade espiritual poderes para abrogar leis in-

justas, desligando da obediência devida a e'as cs

l.i página)súditos desgraçados. Os motivos para tantonumerosos: o catálogo deles — é o "direito na-tural secundário", o do estado de pecado.face dessa situação nado é móis oportuno do ,,o intronsigència que o Papa revelou na alocu-ção citada, e nada seria mais desejável do quemaior freqüência de intervenções semelhante^,sem limitação an setor das relações matrimoniais.

são

tmque

COPACABANAi,AVA, CONSERTA. ENGOMA

E RENOVA AS CORES.

I.AVAM-SE GRUPOS ESTOFA-DOS. GUARDAM-SE

TAPETES.

Av. Henrique Dumont, 66(ant. Otavisno Hudson, 14)

TELES. 27-7195 - 26-1683

it uiirliiviit iU I.* p&ilna)sous nu-1«.-.•-.-, e capricho*, e tudo finalmentese huvcnn tle arranjar, A clrncla acabaria eii-mlnanuo o sofrimento, a velhice e quem «abea morte. Eiupinnto lh.no, contlnuarlamod a noadivertir, produzindo e vendendo quinqtillhnriM.

i >.-¦¦•-.• ollnmmo, raclonalUU, que rena auorn«enfio escombros e ruínas? Já no féculo pan«ndo,enquanto os Kennn e os Jolne encarna-vam a superflcialldade oficial, a aa-bedorta dos bem pensuntes e a falsa tran-qullidade burguesa, um homem deveria t-mpreen-der a demollç&o lUteniitlc» de todos os ídolos,desíiizendo Impledosamente as Ilusões e arran-cando as mascarus da Impostura. Na solldftode 8I1h Maria, Fiederlc Nletsische elaborava asnovas tábuas da iel e o décaloso do novo ev.w-Kclho. No ar frio e leve da montanha, a mnlsde se!h mil pes acima do nível do mar e de todasas coisas humanas, entre vlsôts e pressemlmen-tos. desenhava-se no espirito do reformador aImunein du sobre-humano quc deveria nascer camorte de Deus. Nietzsche nascera posttrno enos somos os seus contemporâneos. Sabemosque nfto 6 possível, quo nfto é legitimo Interpre-tá-lo segundo a letra dos seus aforlsmr». nftoram contraditórios. E reconhecemos, coiro pro-tende Ernest Bertrand. que o autor de ".uro-

ra" também pode ser lnterprpfado como nmdos maiores acontecimentos na his'.'iria do «ris-tiunlsmo setentrional.

Mas nfto fomos nós que redigimos tertassentenças, certas fórmulas que nos queimamcomo ferro em broza, e das quais o menos quepoderíamos dizer é que seriam mal compreendi-das, servindo de Justiflcaçfto a um certo tipode grandeza humana que nfto exclui a crueldadee o mais feroz dos egolsmos. A luta contra a pie-dade, a condcnaçfto dos fracos e dos frustrados,a exaltação do sentimento do poder, o clopio dorisco e da guerra, nfto eram apenas um aspec-to da luta contra um cristianismo desfiguradoe uma clvlllzaçfto aburguesada e decadente, queaviltava o homem no que êle tinha de melhore de mais nobre. Eram também o germe dareforma germânica, dessa grandiosa tentativa derestauruçfto dos valores pagftos, de que o hltle-rlsmo foi sem dúvida a última expressão. Poiscomo não perceber a nota wagnerlana e o acentonletzschlano nessa tempestade, nessa tormentaque Hitler desencadeou sôbre a Europa e sôbreo mundo?

E como n&o ver o que há de demonlaoo aaaventura nazista, de estremecimento cósmico •de tentação luciferiana, como nfio perceber oaspecto religioso dessa revolução a qual se atirouesse povo Infeliz e catastrófico que tem a fascl-nação dos abismos e o misterioso privilégio desuscitar todas as cóleras e Iras dos outros povos?A Alemanha hitleriana era uma igreja em ar-mas, um bloco de bronze e de granito. tfto duroque para destrui-lo, para quebrá-lo, a Europaprecisou despedaçar-se. Deus havia morrido eestava concluida a experiência do sobre-humano.Os campos de concentração fumegavam de cor-pos carbonizados e a figura do reformador desa-pareceria na lenda e no mistério, como Empe-docles precipitando-se no Etna.

Simultaneamente, outra experiência se fazia,e outro caminho era proposto aos homens, tam-bém sob o signo de um profeta e de um refor-mador. Em sua própria doutrina o marxismocombinava o cientlsmo racionalista da encliilo-pedia com o messianismo Judaico, a crença ir-racional numa futura sociedade sem classes daqual fosso excluída qualquer forma de escruvl-dão. Mantinha-se assim, embora transposto pa-ra um registro inteiramente diverso, o ingênuootimismo que caracterizava o racionalismo Deacordo com a lição de Hegel, o racionai confim-dia-se com o real, a lógica com a metafísica, eo processo histórico com o desenvolvimento dasleis oue o socialismo cientifico havia enfim des-coberto. As contradições internas da sociedadecapitalista conduziriam o mundo Inevitavelmentepara o socialismo. No entanto, a fim de npres-sar o advento da era da harmonia e da frater-nidede humana, não havia inconveniente cmqueimar as efapas, desfechar alrçuns golpes defôrcn o tomar o poder onde fosse possível. Aindustrialização maciça dos paises dominados,

exigia o sacrifício provisório dos libeulades •• aetcravizaçfto temporária dns trabalhadores. Comutambém a sumária liquidncfto de uxtus os quaousassem divergir. Ma* quo linporiAncin pode-riam tor os expurgos a u deportações, se esta-vam iodos a serviço dn revoluçfto que tudo Jus-tlflea o redime, construtores que eram do pural-so soviético?

Em funçfto de outros valores e de um diver-so repertório de princípios, chegavam prática-mente aos meumos resultados, o confisco dn II-herdade, o aviltamento c a humllhflçfto do t».-mem. Partindo da mesma negáçfto ila Iranscen-dência c do espirito, a experiência do matéria-llsirtb comunista levava ás últimas consequêu-cias t> Ideal du riiclonalIzavAn mística da socle-dade e da vldn humana, nestniirttvnm-se. semnada que as legitimam, porque eram apresenta-das em nome da liberdade e dn progresro. osformas mols atrozes de opresslo das conüclên-cias e de desrespeito ft dignidade do homem. AsInstâncias supremas do EMado. do Partido, nda Revoluçfto, convertlam-se em absolutos meta-;físicos, decidindo arbitrariamente, em nome daortodoxia revolucionária, sôbre a vida e a mor-;te dos camaradas. Ftindlnm-se, num empreen-dlmentn clclóplco. a lógica e o fanatismo, o razftoe a loucura, criando um mime dc extrnordl-nárla eflcftcla e de uma atrocidade sem prece-dentes, porque fria e sistematizada como os cál-culos matemáticos.

A Imagem do homem desaparecia nn paraísosoviético eom Jft drsase diluíra no mar wngne-rlano da revoluçfto nazista. De qualquer manei-ra. a era burguesa e capitalista estava deflnltl-vãmente encerrada. Tornava-M Impossível or-ganlznr o mundo como se Nietzsche e Marx, HI-,tler e Lenlne nfto tivessem existido. O curso..da história è Irreversível e o sen deswolvlmcn-to se faz nor lncorporacfto e supernçfto das no-Jvas experiências e nfto pela volta * sltuaçôe»,anteriores que se Justificaram no passado misjnenhum sentido poderiam ter em relacfto ao fu-.turo. O "bon vleux temps". espécie de terrenovulcftnlco sôbre o ounl a humanidade dançouInconsciente durante um século, estava para.sempre ultrapassado. O humanismo cientifico/íôra uma Imensa decepção e o humanismo nle-teschelano c o marxista produziram dois Estado*monstruosos, em que a vontade de poder e oculto da violência converteram a vida num HMferno e os homens em vitimas e carrascos unrdois outros.

Que camtnho noa resta, qtte pempecttra «»abre ainda para o mundo, se o regime burguft»e capitalista Já está destruído pelas suas pró-prlax contradições e Injustiças, e condenados nasconsciências, e se os totnlltarlsmos nazista e eo-'munlsta sfto caminhos de desesnero que só po-dem levar ft neeacSo do homem e da sua ver-dadelra fisionomia? Restara ainda alguma espe-rança de salvação ou estnremns condenados anos destruir uns aos outros como loucos, come*animais ferozes na espessura da floresta? Esta-eremos perdidos cm sem remédio, seremos real-1mente uma experiência frustrada, uma expen-êncla aue Deus abandonou? Para onde nos de-vemos voltar, a quem noderemos recorrer, agora1oue realizamos os sonhos mais absurdo* dos al-qulmlstns, agora aue Fausto venceu MeflstófeTes,roubando-lhe o diabólico poder?

Nem tudo estará perdido enquanto formo»capazes de acreditar e de confiar no homem. Essacrença, no entanto, é solidária de uma outra fé;na transcendência de Deus e na divindadedo Cristo. Pois. ao contrário rio que Imaginara ohumanismo ateu, a morte de Dons não nos trou-xe a liberdade mas a morte dn hnmrm. Esta-mos vivendo os últimos momentos desse i1rnmo.|Estamos esgotando as úiHmris censennênc'as rtes-isa Insurreição e dpssa rebeldia contra o Absoluto.Os resultados estfin Inscritos »m nossa própriacarne, nas cicatrizes e nas feridas abertas, etambém em nossas almas, nesse desespero, nes-sa nntrtistia aue nos mantfm sufocados e nos lm-pede de resnlrar. No entanto, a salvação esta-ria. ao alcance de um gesto se fossemos capazesflp ouvir esse apelo rum é de todos ÍS tpmp«spornue ê eterno, se abríssemos nosso coração sonmor e ã earldqde. se nns dispuséssemos a re.-nascer pela aceitação da Cruz.

§ charqueadas na evolução gaúcha(Conclusão da 2.a página)

Rio Grande, pois, nasceu nasestâncias e cresceu nas char-queadas". Mesmo porque, con-vém lembrar, muitas estânciasse transformaram em char-queadas.

Na época da matança as atl-vidades da charqueada come-çam as primeiras horas do dia,antes que o sol já se tenha es-quentado. Colocam-se us ani-mais numa espécie de corredorestreito, impedido por váriasportas que formam pequenascercas; este conjunto se cha-ma brete. Uma porta móvel dâpassagem a um carro ^.queocupa a largura da porta. Oanimal é bruscamente lançadosôbre êste carro, e no mesmomomento em que cai recebeum golpe que lhe corta a ca-rotida. O carro entra em umagaleria vizinha, denominadacancha, onde o animal é entre-gue nos carreadores, que lhe ex-traem o sangue, retalham e es-folam. As diferentes partes doboi são colocadas em lugaresespeciais. As peles e couroscolocam-se num alpendre e de-pois lançadas numa espécie defosso com substâncias quími-cas que as conservem em bomestado para serem depois ex-portadas. Os chifres expõem-se ao sol até que se desprendaa parte interior, o sabugo; eposteriormente são exportadoslambem.

A carne é retalhada em lar-gas mantas, que às vezss temmais de um metro de compri-mento e a largura de 70 a 80centímetros. Estas mantas sãosalgadas e postas umas sôbreas outras, durante algum tem-po, até que em seguida as le-vam a secar, espalhadas em es-pécies de girau. Ai permane-cem muitos dias. Quando otempo não está muito lírme, àtarde estas mantas sáo recolhi-das e empilhadas debaixo deum galpão, formando montesnão raro de três metros de al-tura e dez de largura, O nume-ro de animais mortos por diavaria segundo as charqueadas.

Este sistema de matança era,ou é, encontrado em charquea-das, enquanto primitivamente

o processo era rudimentarissi-mo, e as instalações insignifi-cantes. "Os primeiros saladel-ros —relembra Antônio Car-los Machado — seriam extre-ma mente simples e toscos, nãopassnndo. às vezes, de merostelheiros circundados de vare-jôes sustidos por estacas. Oabate fazin-se em pleno camno.e.snc"toiando-se as reses pelasarticulações. O transporte das

mantas era feito em mulaabruaqueiras".

A crescente procura do pro-duto. valorizando-o, dando-lhemelhores preços, aumentando aprodução, contribuiu para que,se aperfeiçoassem os sistemasde exploração das charqueadas.E a técnica foi igualmenteaperfeiçoando-se. Sobretudo,com a introdução, nas char-queadas, do guindaste, quetrouxe modificações quase com-pletas nos processos técnicos,dando-lhes. ou acentuando-lhes, o caráter industrial.

Mas desde cedo, desde seusprimordios, constitui a char-queada um foco importante, naregião do extremo suí, náo so-mente de miscigenação, nas re-lações de raça, como, igual-mente, de fundamentação eco-nômica, estratificando a socie-dade ¦ surgida naquele núcleo.Criou a diferenciação de pro-fissões, nâo raro com escala,hierárquica, mas com certosentido democrático de rela-ções. Aparecem traços culturaisde pí^riarcalismo nessas rela-ções, embora sem a mesma am-plitude do que se verificou naárea açucareira ou, até certoponto, nas estâncias.

Como foco de mestiçagem,sobretudo, é que a charqueadasurge na paisagem gaúcha; alise processaram os contactosde raça em que o negro entroucom grande quota, partinipan-do da respectiva formação dc-mográfica. Ds fato, a char-queada foi o núcleo social quese constituiu o veículo da par-ticipação do elemento africa-no na população sul-riogran-dense; seu ambiente permitiuou possibilitou a mestiçagemmais ampla, não só entre o lu-so-brasileiro e o indigena, comotambém entre estes grupos e onegro. A escravidão aparecena paisagem econômica do RioGrande do Sul. principalmenteatravés da charqueada; o pa-

pel do escravo negro so tor-nou essencial no quadro dasatividades da charqueada.

Numerosos traços culturaisde origem africana impregna-ram as charqueadas. Sobrevi-vem alguns, tais como certosfestejos do tipo de candoblé eo batuque, a marcar a presençado negro escravo naquele am-blente. E a maior marca dessapresença se encontra, justa-mente, na desorganização quosofreram as charqueadas com aabolição da escravatura.¦ Numerosos foram os ofíciosou profissões surgidos com aprodução do charque. Além dasfunções clássicas ou genéricasde mestres, ou soto-mestres, ouleitores, apareceram ainda: ossalgadores. os cangalheiros, ossaponificadores, os magarefes,os curtidores, os graxelros, oscarreadores. por exemplo. Eram.especializações, estos e maisoutras, quc surgiram das ativi-dades que a exploração econô-mica determinava. Entre es-tas diversas profissões, muitasdelas originàriamenté exercidaspor escravos, criou-se o ambi-ente democrático da vida da?charqueadas.

As atividades desses estabe-leclmentos fabris exigem umpessoal numeroso; constituiu-do-sc assim um dos mais im-portantes núcleos demográficosda região. Em media, cr.dacharqueada reúne nunca me-nos de quatrocentos habiíai.i-tes. Além das habitações doproprietário e dos trabalhado-res. contam-se ainda nas char-queadas diversos edifícios, d°s-tlnados aos serviços peculiar sdo estabelecimento: o loc-.tlonde o gado é morto, esfolario,retalhado e preparado, os de-pósitos dos produtos obtidos,as varandas ou terraços emque a carne é colocada parasecar, os nalpõ?s. os estaquea"dores, estenderiouros, etc.

\ GINÁSIO CÂND8DO MENDESEXAME DE ADM5SSÃO

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Continuam abertas as matrículas para o Curso dcI a

Ma!ricu!e-ss en-

í+£ Revisão ao Exame de Admissão ao 1.° Ano Cinasi

se realizar em fevereiro vindouro,quanto é tempo.Horários: das 13 às 16 horas e das 19 às 21 horas.Informações na Secretaria da Academia ds Co-

mércio do Rio de janeiro, à Praça 15 de Novembro 101}—Fones: 42-1797 e 42-2899.%m*-km-mm***m****m***m****m**-k*-kÍ;^

Page 4: BIBLIOTECA NACIONAL Av.Rio Branco Ampla âssistêitia D ...memoria.bn.br/pdf/331155/per331155_1950_00107.pdf · sibilidade de que um juiz possa conscientemente ... manual, a vida

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PAGINA 4 _.RIO. DOMINGO. 8.1-1950 — A MANHA

in,^!1- SSÇSSMvTS

Um original estabelecimento de ensino quesurg<(DO CURSO PRIMÁRIO À ENERGIA ATÔMICA - FATOS!)

Intcresiôndo a lôda a juventude brasileira - 0 que é o InsJlulo Pilágoras de Cullura Técnica, na palavra de m diretore organizadqr - Um educador brasileiro, o prol. Hélio da Rocha Pifa, revoluciona o ensino com suas atividades -

Nos métodos, novas programas, facilidades e vantagens à mocidade que quer instruir-se - Um pugHo de jovens pro-(issorcs liderados pelo jovem prol. Pitta, apresenta, comprovadamwle, eficiência singular — O governe apelará

m\\ COMPOSIÇÃO DE LINOTIPO«s. _ -/ <_ .f.

esla notável instituição que luta para servir ao povo,*0rt&,<imt**tl9 <*H*l'}*'.'I**VT*m!jf*M

ifIJ.lt<¥¦¦ '¦''¦¦****'

^-^»^iW>5^^g^jíJK-^r ' *am\\ _I_SÉÍ^V VtMMmW ^^ "*******'•. ****>**,

__¦__.._—r__^ÍfMfl _____¦ f! Hu *>ll £^^Lemmmm-X^MaA MMM* \*L\\ MMMM ¦» \\\W ¦ ¦* Ymm

Parte do Laboratório de Fislca-Raios X' Ha multo vínhamos tendo noti-ciar. dequc algo singular sucedia cmcerto estabelecimento de ensino l|-vre nesta capital. Rumores Inale-tentei «obre Inovações pedagógicasqut estariam tendo aiirpreentleiiies jtes iltados aguçavam nossa curlo- !¦Idade em relaçfto ao "INSTITUTO_ rrAGORAS DE CULTURA TÍCNI-CA".

Finalmente, resolvemos verificaras características e a extensão doptpj.la.db fcnòmer.o "In loco".... Conto o apóstolo 8 Tome. dlrl-glritna-noB ao citado estabeleclmen-fo rie ensino, cctlcos, querendo verpara crer. Devemos confessar aquique nos movia acentuado espiritode Incredulidade: pensávamos cmdesfazer um exagero com a nossacritica fria e rígida cm contrapo-etção a apreciações apaixonadas caludidas por aparências Ilusórias.Era nosso afft de bem Informar quclios guiava oo passos.

Ouando salmos do elevador, no«." andar do Edifício Santa Môni-cb, na rua dos Andradas começa-mos a sentir baquear nosso ceticls-ano: as Instalações com quc depa-rovamos eram superiores As que su-púnhamos encontrar. Tudo ali pa-Tecla objetivar a comodidade doaluno, desde a disposição das mo-eternas carteiras em ótimas salas atea cor dos quadros — um verde es-curo repoitsante para os olhos, deacordo com as mais recentes ob-ecrvn.es sobre a Importância dascores em relação ao cansaço visual

Não nos demos a conhecer logoa fim de podermos apreciar me-lhor o ambiente cm seu estado nor-inal. Na qualidade de simples vi-¦ltante, observamos a liberdade comqúe são tratados os alunos;.' segun- ldp. uma moderna roucepçSo dc nu- |tJíj — disciplina consciente — Uniu ;¦üscíplln . por assim riírrer, cr,_i.nl- Jca, espontânea, e Insensível lnspl- |rada pelas condições ambientais.

A eficiência do ensino, lá no-?uvnmoB. caracterizava-se pelo lntc-resse dos alunos e a habilidade dosJovens professores em explicaçõe.simples, desprctenclosas e objettvns,motivando verdadeira participaçãoativa dos alunos nas aulas.

A essa altura, Já nos sentíamosp.oilos por nossa Intenção Inicialde desencantar os entusiastas daeficiência do Instituto Pltár.oras.

Frisando ao gabinete do diretor,fomos acolhidos com amablllriaucc cortesia. O Diretor, Professor He-lie da Rocha Pitta. espirito empre-endedor e idealista que organizou oInstituto, colocou-nos à vontade.Bómpre muito amável e alegre, nãoperdendo oportunidades de fazersugestivas "blagues" várias ve-ies.O Professor Hélio da Rocha Pitta épersonalidade multo conhecida, nobBossos meios educacional., e, segun-do soubéramos antes, multo recer-dado na Aeronáutica — em cujasescolas lecionou are 1043 com efl-ftlênela da qual estão lembrados.centenas dc sargentos e oficiaisque foram seus alunos por aque-Ia época.

A queima roupa perguntamos:— Temos lido alguma coisa nns

Jornais (como no "Diário do Po-vo") sobre uns cursos superiores dc.Plsica que seu Instituto fr"á fun-clonar a partir dc Janeiro; , :\. como«té no nosso Jornal, A MA* "IA, têm«ido publicados, por outro lado,(núncios ató de Art. 91 e admissãot Escola de Especialistas cie Aero-náutica, queremos saber, afinal, oque há de real: se seu estabeleci-mento é dedicado ao ramo superior•o elementar...

O professor respondeu Indireta-¦.rnte:

O PLANO GERAL DO INSTITUTO

pirlor de física atômica, a ter lnl-clo-em Janeiro próximo, o que fun-cionará só an» domingos.

-• Mi» o s.-nhnr uAu acha qne

Itiilmos o problema da falta do*honH professores, os quais com ra-rflii devem receber o Justo valor deti u fecundo trabalho.

^3_t '*.'¦' _s_fflH_ _¦*- - Sn^aEJK-Si _________£-.'¦ ____E__^_____I !_____¦

ITrecho da Biblioteca de Física do Instituto Pitágoras

assim ficará prejudicada uma des- , Al.m disco todas as turmas desas seções de ensino? . AHIr-.i 1)1, v.ffltibtllurc-i, especlalls-

— Não: absolutamente'.'.. posso | tas d. Aároaàuilça etc. freqüentamgeran.lr-the tíe Inicio que o eiiül- ! aulas práticas de laboratório, ono elementar seiít riaturalm.i-.- > que quase exclui o .empo perdido

ornfUn. iU |u»»nlude. A* Ul ro»-iirlri qus poMumot msni»r o «•Mno A* nweft slõmle» no» moldescm qu» hodlrrnumrnu* deve *rt ml-i.:_tr..<!.i. .

f lo«len qu» ÚupUmtnti najaraíAn par» que o |>ilbllro P1*'» *los*sa organlr». o «e IntWMMI

l.o) _. KnrontnirA um rmtniieficiente em mudem*» Initaliiçôr»,

j.») — EétorA conulbulndo paruum» ln«iUiilç»o qui> »õ *'t* trnba-llmr pelo ensino t pe'a elênc»! *ülspendendo máUTumenU poueo,dado o «Uo rimo do ennlnii. comum» r*M qu« n»o """ oom«ctodc «illas.

RNMN'0 »L'Pr.RIOR NO INSTITTTO

A nm» pergunta no»»*, o prof»»-¦or PUta ii"- teapondeu:

— Munllic no ano passado, umcurso d» leorU dos quanta», o qu»lnerA repelido no programa d. fm-ra Atômica que lhe mostrarei.Além disso, cinco médicos, cujo»nomes eitAo A disposição Ao*. Inte-restado» aqui «e aperfeiçoaram napr.rtc cientifica e tírnlc» dos RslosX. do Radlum. Iladon, etr. ií. l>emarslm. diversos outros ramos d» fl-slra do átomo. Todo» íles sAo con-rordes em que os primeiros luga-res alrnnçados no último concursopara Cancerologlstas (foram Justa-mente eles ob cinco primeiros ro-locados) devem-nos sem dúvida. Acontribuição do INSTITUTO PI-TAOORAS, que com eles tantoquanto possível colaborou.

Este curso de aperfeiçoamentopsra mídlcos a ser mantido no anovindouro é também gratuito.

O PROGRAMA UE FÍSICAATÔMICA

' Est» programa é dividido em cln-1 co partes, num total de cento f' atssenta e oito aulas.

A primeira parte conste de no-çôes JA em par.e aprendidas peloaluno em outros curso»; mai. aquiestas noções nparecem objetivadascom Intuito dc servir ao programa:a dificuldade de qualquer alunopara compreender um programageral de FíbIcu do Átomo reside nudispersão dos conhecimentos báslco.isimplificados. Esta primeira parttrompe estas dificuldades e leva rA-pldamente o espírito do alirno atéonde cessa a ciência clássica.

A segunda parte, faz reícrêncl.A teoria dos quantos e sua lmen-

I sa frutificação. A citação dos pro-I gressos ciemificos segue, tantoi quanto possível, a ordem histórica!I como faz sentir todo. a boa dldá-! tica.

A terceira parte fortifica o alu-no com os operadores tensorlals eus geometria» superiores, que se-rão os Instrumentos Indispensáveisp?ra quc compreeücift cs trabalhosadmiráveis de Elnstcin, Schrodln-grr, Fermi. Dlrnc, Heisenberg eoutros; desta ocasião em diante oaluno conicçe.rá a vislumbrar o queé a matéria: firmará em sólldnsbasts, a noção de espaço-iempo.

Na quarta parte estas noções Bej somam fazendo co:n que o alunr

compreenda a unidade do pensa-mrnto cientifico contemporâneo.

A quinta parte consta das noçõesde biologia e deslntesTaçfto atõml-ca. Nesta última paitc do pro-

i grama o aluno verá a objctlvação. de tudo que aprendeu.

Tr.AI.ALII05 ORIGINAIS DO INS-TITLTO PITÁGORAS

/ No programa de Física atômica; er.tre os diversos mé.odos de me-i tílr a íiequôncla própria dos áto-I mos de útil cristal dcstaca-sr, pelaI sua originalidade, um baseado —1 ainda que pareça Incrível — na

DE CORPO 6 ATÉ CORPO 36, COMMATRIZES- NOVAS, EXECUTA-SE;COMMPIDEZ E PERFEIÇÃO NAS;.OFICINAS DE m W1AHIM • **::

RUA SACADURA CABRAL, 43TELEFONES: 435485 E 435495

Êlr* ** II dos lucros...ParticipavamMas-o empresa de ônibus achou ilegal a partici-pação... - Mais de trinta empregados envolvidos

nas falcatruaspi iiiwii-.p n»i'i.. .,m.m„.,^,-iwfe *,'.mmtmtmtmme**»***mmfmmmftt^*t^m^

.¦,-„¦¦ .. -. :. .¦¦ •'• '. ¦¦¦*. y%- :..'¦¦; ¦,%¦. f -.'>¦. t , ,¦ ' '

Alguns dos desonestos empregado»

.<?,*.¦>.<__ ''~w->-"••'«'<¦•¦ "¦ ^fit.y-?.*

— Meu amigo, o principio funda-mental com que agimos aqui é otegulnte:

f

O detetive Goulart e o lnves-tigador Morais Sarmento, da se-ção de "Roubos e Furtos" do 17"D.P., acabam dc esclarecer ossucessivos roubos de que vinhasendo vitima a Auto Viação Na-cional S.A., concessionária daalinhas de ônibus "109" e "110".da qual sâo diretores os srs. Trl-este Bianchi, Mario MesquitaCabral, Vasco Alves de Faria eMario Bianchi Filho.

Apuraram os policiais que odespachante José Lucas de Frei-tas, morador à rua Marquês deAbrantes, 222, quarto 3, "facili-

*******************************DR. CAPISTRANO °™™s.l)oo. Fac. Med.) GARGANTASenador Dantas. 20.*, tel. 22-S8G8

Fulminado o giòdssiciroQuando trabalhava, ontem, no

prolongamento do Cais do Porto,morreu fulminado por violento cho-que elétrico, o guindastelro AntônioJosé Rodrigues, ele 39 anos. casado,morador à rua da Matriz, s/n.°, emCoelho da Rocha.

Não percebendo que a chave deligação da "Cerra Circular" do guln-dáste em que trabalhava, estava »__„„,,„ ,:,„,.,..,.,.„ ,,„ cn,,,, ._,idesprotegida, nela Rodrigues encos- I Armando Ferreira da Silva, resltou casualmente, sofrendo o vlo-lento choque que o fulminou.

Cientificado do fato, o comissárioBurlamaqul, do 16." D.P., compa-receu ao local, fazendo remover ocadáver para o necrotérelo do Ins-tltuto Médico Legal.

tava" o "trabalho" dos ieuscúmplices, outros despachantea.motoristas e trocadores da em-presa, deixando abertas as cal-xas receptoras de dinheiro depassagens.

Foi preso também, o motorls-ta Heraclides Quirino de Souza,de 36 anos, casado, residente àrua Antônio Gurgel, 356, maisconhecido pelo vulgo de "Dou-tor", devido à sua pretensão detudo saber. Está provado que eraéle quem "doutrinava" os seuscompanheiros e aos que se re-ousavam participar do roubo,impunha silêncio, ameaçando deesfaqueá-los.

Confessou o motorista quequando José Lucas nâo "coopc-rava", as calxns eram violadascom habilidade e poucas vezes a.arrombaram.

Mais dc trinta empregados es-tão envolvidos na facaltruas e.além dos já citados, estão os se-guintes; Jorge Vieira Raposo.Sebastião Santos Gonçalves, Ru-bens da Costa Ramos, José EU-sio Chaves, Romildo Alves daConceição, Anéslo Machado daSilva. Rubem Barcelos Barbosae Miguel Morais; e os motoris-tas:

Guaracl Assis Pereira, mora-dor à rua Carlos Vasconcelos, 44;

Turma dc especia listas em aula

tratado com especial carinho, umn... que sorri êle o esta bolcei mfiitíinão se poderia manter.

Fazer funcionar diversos cursos I — Pretendemos em matéria deelsmentares com eficiência cresceu- vestibular e Art. 91, prestar umte (Art. 91, vestibulares com labo- verdadeiro serviço púhlico. batendoratório, admissão a estabelecimentos o "record" em balsa de preços eMilitares, etc.) tudo a baixo pre- eficiência; para tanto conseguimos,çc. embora com prejuízo inicial, tm uma espécie de sistema Ford,l__ra atrair suficiente., turmas com dar certo interesse aos professoreseujn rendimento se mantcrfi o fun- j que militam nas diversas turmasc:oi.a:.ianr.o gratuito do curso su- i de modo que prontamente extin-

pelo Hluno em estudar pontos dl-fictlB de Física e ciência em gc-ralem casa. Corno os senhores podemverificar à vontade, o material deensino é sempre o melhor da praça,o que mostra como se trabalha aquipelo bem do aluno.

— Acreditamos que fortificandobem, o ensino de Vestibular. Art.91, especialistas de aeronáutica etc.,conseguiremos, em pouco tempoatrair mais ainda a atenção e a

t"' *'¦ ¦¦¦" *¦•¦ ¦*v¦*¦¦¦¦":r *:' *yy ' i:'':,v<*|i_i^^^iü^^Wii'_^^s^w- '-í *^>^p^^^^_^^w^^

Aspecto dc üma aula r.o Instituto Pitágoras

teoria vibratória do movimento bro-wnlano de autoria Oo prof RochaPitta e que tol énca.-.ilnhado aPrlncepton. na América. p?!& gen-tlieza do sábio César I^ttes quètanta glória trouxe 4 ciência pa-•trícla.

O método do professor Roch..Pitta leva aos mesmos resultado;» que por outro caminho chegaramEinstein e Llndemann.

Na parte referente á tensão su-perflclal encontramos um estudo do

! prof. Pitta sobre a Influência da| descarga elétrica nesse fenômeno;

nos óleos.Entre os trabalhos que o Instl-

tu:o vai apresentar estáo diversosprojetos de máquina elétricas de-vlaos ao prof. Joáo Batista de Sou-za — um dos mais notáveis caicu-listas brasileiros na técnica da ele-trlciaade e um dos braç03 com queconta o Instituto nas suas Udes noensino superior. Uma das máqul-nas do prof Batista fará a nossafonte atual de enTgla elétrica queé apenas rie 100.000 volts. passarpi.ra 1.0Ú0.000 volts, Essa máqul-nn consta de um tipo d? acelera-dor de cascata com algumas mo-dlflcações barateando o seu custo.

Conclusão

Km resumo, terminamos a nos-s» visita ao modelar estabeleclmen-to convictos de que o prof. Pittaconseguiu pór em prática a equa-ção:ART.» 91 4- VESTIBULARES =

ENSINO SUPERIOR DE FÍSICA

Isto é. para realizar seu ideal dtpurnar pelo ensino técnico supe-rlor. de tão grande impcrtàr.cla

! para o progresso e a redenção eco-r.ómlca do BrasU. o Itt3.1tuto man-tém. cursos rie níveis elementar *médio que. Inteligentemente or:en-tedos, garantem a manutenção de

AS ESCOLAS RURAISDO DISTRITO FEDERAL

O técnico do Departamento Na-clonal da Criança sra. Helena An-

itlpoff apresentou ao Diretor da D'-visão de Proteção Social dnqucle De-partamento, relatório da visita áaEscolas Rurais do Distrito Federal.

A leitura das Impressões colhidaspela famosa educadora constitui umdepoimento favorável, sob quase to-dos os aspectos, á orientação 6e-gulda nesse Importante setor edu-caclonal da cidade do Rio de Ja-nelro.

Uma das características de maioralcance prático das Escolas Rurais,ressalta o mencionado Relatório, é>o fato de poderem manter-se, pelomenos em parte, com o produto dasvendas de artigos provenientes dnsatividades especificas dos própriosalunos (planta, o de hortaliças,crincão de pequenos animais, etc).

Tão promissores lhe paraceram osresultados a serem colhidos que aconhecida técnica do DepartamentoNacional da Criança íar_ votos pr.rnque as futuras administrações daPrefeitura do Distrito PVrdcra! tiAtimudem a orientnçãj e o slsteir.» __.;Incremento que venr sendo mf.litl__.inesse Importante ramo eclucaclQna!da .capital do Pais, o ensino rural';

dente ã avenida Princesa Isabel,37; Emilio Marcato, domiciliadoà rua do Lavradlo, 111; Mario deOliveira Silva, residente à ruaFrancisco Coutinho, 174; Olim-

pio José de Carvalho, morador f.rua Potengi, 78; e José de Cas-tro, domiciliado à rua Silva Ra-belo, 60.

Doutor confessou que mais de150 mil cruzeiros foram roubadospor éle e «eus companheiros.

"Dois de Ouros" não pagoua "parada"

E ESFAQUEOU QUATRO VE-ZES O PARCEIRO

No morro da Catacumba, hnum malandro que atende pelovulgo de "Dois de Ouros", por-quê tem especial preferência poressa carta de baralho.

Ontem, à tarde. "Dois de Ou-ros" Jogava "ronda" com o opu-rárlo Honórlo Marques da SUva,de 27 anos, morador no mesmolugar. A certa altura do .1ô(.o,Honorio fez uma "parada" for-te no "Dois de Ouros". O ma-landro não teve tempo de fa-zer "massete" e a carta "saiude boca".

"Dois de Ouros" nâo quis pa-gar a "parada" e houve discús-são, no auge da qual, sacou deuma faca e desferiu quatro gol-pes no parceiro, atingindo-o noibraços.

Praticada a agressão, "Dois doOuros" fugiu e sua vítima foi aoHospital Miguel Couto, onde semedicou, retirando-se a seguir.

A polícia do 1." Distrito .tevaconhecimento do fato.

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Iguaçu Ltda., explora desde -'ai-gum tempo, a linha "Praça-Mauá-Nova Iguaçu". Tal serviçoé, porém, abaixo da critica. Hn-rario não existe. Os passageiros,r,u referida praça, em inteími-novel fila. esperam longo tem.

ordem que nela impera. Sua es-posa, certo domingo, com váriasoutras pessoas, apanhou um dnsreferidos veículos. Nele, bem cia-ro, via-se a legenda "PraçaMauá-Nova Iguaçu". Pagaramtodos, o preço de sete cruzeiros,

ro suportando a inconveniência l tabelado para a viagem inteira.ci-j un sol e escaldante ou de Ao chegar, porém, o coletivo em

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Cremos prestar um serviço aosdistintos leitores transcrevendoabaixo o expediente do INSTITU-TO PITAGOBA3.

Expediente

três, e ás vezes, quatro hora:; depois, surge o veículo ansiosamen-te esperado. Alguns procuramreclamar, São, então, atendidosgrosseiramente por um cidadão,_ue ?e diz dono da empresa. Umnosso companheiro, há oito dias,foi vítima dessas lnconvenlên-cias e, quando quis tornar mai.forte o seu protesto, ouviu do talque se diz dono da KONIL oclássico" Você não sabe comquem e^tá falando".

A propósito ainda dos abuso.des_a emprera, o nosso rompa-nheiro narrou-nos um outro ept-

ntoniosamente, declarou que omesmo não mais prosseguia via-gem. Houve protestos, mas estesde nada adiantaram. E, o maisinteressante é que. sendo a pavsagem até Nilópolis o preço a,icinco cruzeiros, o motorista nílodevolveu aos pas-ageiros que sadirigiam a Nova Iguaçu o exces-so que havia recebido.

Diante dos fatos acima, urgeque as autoridndes competentes,temem as'providências que o ca-so exige. Esperamos, pois, quaisso aconteça.

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