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2013 Educadora: Isabel Coelho 26-02-2013 Projeto Curricular de Sala do Berçário

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2013

Educadora:

Isabel Coelho26-02-2013

Projeto Curricular de Sala do Berçário

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Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades

Introdução“O projeto do educador é um projeto educativo/pedagógico que diz respeito ao

grupo e contempla as opções e intervenções educativas do educador e as formas como prevê

orientar as oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem de um grupo. Este projeto

adapta-se às características de cada grupo, enquadra as iniciativas das crianças, os seus

projetos individuais, de pequeno grupo ou de tudo o grupo.”

(Ministério da Educação, 1997: p.44)

Cada vez mais caminhamos para a valorização crescente dos aspetos emocionais da criança e não apenas do domínio cognitivo, ou seja, estamos a caminho de uma valorização do Ser e não só do saber.

Face a este cenário, “(…) a intervenção parte da criança é , afirmando-se esta num clima de liberdade, numa atmosfera de empatia e autenticidade(…)”. Assim o educador assume-se ele próprio como parte indispensável para toda a construção de toda esta dinâmica do ser-se criança. Neste sentido, e visto que o educador será orientador e facilitador do desenvolvimento global da criança, ajudando esta a Ser, é necessário que todos os seus esforços para estimular as potencialidades de cada uma delas surjam de algo que o norteie para que a sua prática educativa seja coerente com as necessidades e interesses do grupo de crianças.

Sendo assim, o Projeto Curricular de Sala surge com o objetivo de orientar o educador na sua ação pedagógica, tendo em conta, as características e necessidades de cada criança e do grupo, pois através dele podemos sintetizar de forma organizada as atividades e os objetivos que propomos para este ano letivo.

Em suma, este projeto curricular de sala, foca as competências que se pretendem trabalhar ao longo do ano, aprendizagens essas que têm por base as orientações curriculares para a educação de creche. Contudo, todas as aprendizagens, devem ser pensavas e estruturadas para um grupo específico, neste sentido, apresento posteriormente a caracterização real do grupo. Tendo em conta que são vários os fatores que influenciam a motivação da criança para aprender, evidencia-se neste documento a organização do ambiente educativo: espaço e tempo, a interação escola – família, equipa pedagógica e forma de intervenção, ou seja, as metodologias utilizadas.

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Caracterização do Grupo

“A Creche é uma realidade eu está para ficar.

O desafio está em torna-la uma realidade de qualidade.”

(Gabriela Portugal, 1998)

Sabemos que as experiências das crianças nos seus primeiros anos de vida estão muito relacionadas com a qualidade dos cuidados que recebem. Também sabemos que estas experiências podem ter um verdadeiro impacto no seu desenvolvimento futuro. Os cuidados adequados durante a primeira infância trazem benefícios para a toda a vida. A infância é a etapa fundamental da vida das crianças sendo os primeiros 36 meses de vida particularmente importantes para o seu desenvolvimento físico, afetivo e intelectual.

Assim, o educador tem um papel preponderante no desenvolvimento da criança, por isso é importante que conheça as características próprias de cada uma delas, conhecer as suas necessidades e interesses e assim planear a sua ação de uma forma mais adequada e assertiva. Por isso mesmo, consideramos conveniente fazer uma caracterização psicológica, em termos gerais, das várias fases de desenvolvimento da criança dos 4 meses aos 24 meses. Isto só é possível tendo por base uma observação participante e participada.

Para uma melhor compreensão foram caracterizados em três níveis de desenvolvimento

- Desenvolvimento Motor

- Desenvolvimento Emocional/Social

- Desenvolvimento Intelectual

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Com 1 ano, a criança encontra-se no período sensório-motor, conquista o mundo que a rodeia através da própria ação. Atua sem refletir, procura a satisfação imediata e existe uma intencionalidade nos seus atos (puxa uma toalha para conseguir o objeto que está em cima).

Segundo Piaget, encontra-se na quinta fase, caraterizada pela permanência do objeto, que embora não tenha presente, procura-o depois de o termos mostrado. Esta fase é também caraterizada pela experimentação-ação. A criança explora, investiga a realidade que a rodeia e observa os resultados das suas diferentes experiências.

A partir dos 18 meses, entra na sexta fase, dando-se um novo passo no aspeto cognitivo, o da representação: a criança é capaz de representar mentalmente os movimentos, sem necessidade de os executar (não sobe a uma cadeira pois pode cair).

Começam também as primeiras competências sociais ao mostrar as suas graças, ao cumprir algumas ordens, ao brincar, etc. Adota um comportamento sociável e é capaz de demonstrar medo, afeto e simpatia.

É uma fase marcada pelo egocentrismo e requer mais atenção individual. A maioria das suas reações relaciona-se com ela mesma e com as suas próprias atividades. Embora as crianças brinquem no mesmo ambiente dificilmente desempenham atividades em conjunto: praticam aquilo a que chamamos - jogo paralelo – onde a disputa pelo mesmo brinquedo é frequente.

A criança está a consolidar a sua individualidade e até aprender a partilhar tem de ganhar segurança em relação ao espaço.

Ao nível da linguagem é notório um aumento no vocabulário, escutam as palavras com muita atenção e repetem-nas. Manifestam um grande interesse pelas histórias e contos tradicionais.

Iniciam-se na autonomia, começando a querer e a comer sozinhas, ao vestir e despir algumas peças de roupa simples, desapertar “atacador” dos sapatos e o controlo esfincteriano.

Este último aspeto é uma grande mudança que marca muito esta fase da vida da criança pois é um processo que representa crescimento e amadurecimento. Contudo, deve evitar-se o início precoce deste processo.

Normalmente o controlo voluntário dos esfíncteres é geralmente atingido entre os 18 e os 24 meses de idade. Mas isto não significa que se tenha que estipular o seu início à data assinalada nem que aos 24 meses esteja completamente desenvolvido e adquirido. Como em todas as aprendizagens o mais importante é fazer-se uma observação sistemática da evolução e maturação da criança e estar atento aos indicadores mais significativos e se decidir então, o melhor momento para dar início a este processo.

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O importante será ter a certeza que a criança está preparada e permitir que esta seja uma conquista sua e não uma imposição. Para tal, é preciso esperar que surjam os primeiros sinais que revelam a maturidade necessária por parte da criança:

- Os músculos dos esfíncteres têm que ter atingido maturidade suficiente;

- Começar a manter a fralda seca durante períodos mais longos, talvez até durante a sesta;

- É importante que a criança já se consiga expressar verbalmente, podendo comunicar ao adulto a necessidade de ir à casa de banho ou não querer;

- Precisa de maturação neurológica que lhe permita controlar os esfíncteres.

Características do bebé de 4 a 6 meses

Após os primeiros 3 meses, período em que há uma espécie de reconhecimento inicial, o bebé começa

então a aperfeiçoar a sua comunicação e, para isso, mostra grande interesse tanto pelos objetos como pelas

pessoas. Nesta fase inicia as suas explorações, querendo agarrar, apalpar e aproximar-se das coisas. Podemos

falar já de um certo controlo por parte da criança de algumas das partes do seu corpo, sendo um passo muito

importante para a criança. Os períodos de vigília vão-se tornando mais longos e gosta de se sentar apoiada para

ver tudo e manipular o que está ao alcance das suas mãos.

Desenvolvimento Motor- Controla a Cabeça;

- Senta-se com apoio;

- Agarra os pés;

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Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades- Rasteja;

- Agarra com a mão toda;

- Levanta a cabeça e o tronco quando deitado de barriga para baixo;

- Já se consegue virar;

- Manipula objetos;

- Brinca e agarra os seus pés;

- Destapa-se dando aos pés;

Desenvolvimento Social/Emocional- Estende os braços para a pessoa que conhece;

- Segue com atenção os movimentos e a conversa do adulto;

- Chora perante pessoas desconhecidas;

- Sorri ao ver a sua imagem no espelho;

- Grita para chamar a atenção;

Desenvolvimento Intelectual- Agarra objetos que estão no seu campo visual;

- Passa objetos de uma mão para a outra;

- Brinca com as suas mãos e pés;

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Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades- Bate com as mãos nos objetos e dá gritos de alegria;

- Deixa cair objetos voluntariamente;

Caraterísticas do bebé de 7 a 9 meses

Nesta fase, aparecem as primeiras aprendizagens quase intencionais (o bebé repete um

comportamento dirigido ao meio ambiente em que está inserida). Inicialmente este comportamento era feito

ao acaso, agora já é intencional. O bebé começa a entender as pessoas e os objetos como algo fora dos limites

do seu próprio corpo – a consciência da existência de uma realidade externa é cada vez mais clara.

O bebé revela já algum equilíbrio e controlo do seu corpo; senta-se, vira-se, pode começar a gatinhar

apoiando-se nas mãos e pernas e já se mantém de pé com a ajuda do adulto.

Um marco importante nesta altura é o aparecimento do palrar. O bebé diverte-se em exercícios vocais

como o balbucio, lalação e soltar gritos.

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Desenvolvimento Motor- Senta-se sozinho sem apoio e mantém a cabeça ereta;

- Põe-se na posição de gatinhar balançando o tronco para a frente e para trás;

- Agarra-se a objetos para se colocar de pé;

- Transporta objetos de uma mão para a outra;

- Rasteja;

- Rola de costas para barriga e de barriga para as costas;

- Mantém-se de pé quando agarrado;

Desenvolvimento Social/Emocional- Começa a demostrar agrado ou desagrado pelas pessoas ou objetos;

- Localiza pessoas familiares;

- Mostra desagrado se lhe tiram um brinquedo;

- Grita, ri e palra;

- Ri para a sua imagem no espelho;

- Estende os braços para a pessoa que conhece;

- Reage com ansiedade ao separar-se dos pais;

- Brinca sozinha;

- Diz adeus com a mão;

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Desenvolvimento Intelectual- Fixa o olhar em objetos e segue-os com o olhar quando caem;

- Atira os objetos para que lhos apanhem;

- Encontra um brinquedo escondido;

- Imita gestos conhecidos;

- Tapa e destapa caixas;

- Mete e tira uma bola da caixa, uma argola de um suporte…,;

- Ecolalia: imita e repete a primeira silaba que ouve;

- Compreende frases simples;

- Reconhece vozes familiares;

Caraterísticas do bebé de 10 a 12 meses

A exploração do mundo que o rodeia será a sua maior atividade ao conseguir pôr-se de pé sozinho e

deslocar-se, rastejando, de gatas, caminhar com apoio para depois o fazer sem apoio. É uma fase extremamente

ativa. O bebé começa a explorar o ambiente por conta própria, deparando-se com os limites impostos por

obstáculos físicos ou pelo adulto. O bebé tem comportamentos plenamente intencionais.

O mundo das palavras constitui um novo desafio. Gosta de fazer ruido, e por volta dos 12 meses

começa a emitir palavras com significado, e com uma palavra expressa uma frase (palavra-frase). Gosta de

atividades motoras e já consegue pegar com o polegar e o indicador (preensão em pinça).

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Desenvolvimento Motor- Bebe pelo copo;

- Começa a explorar a comida com as mãos;

- Começa a comer com as mãos;

- Gosta de abrir e fechar portas;

- Gatinha bem;

- Põe-se de pé sozinho;

- Fica em pé apoiado;

- Anda com ajuda do adulto;

- Estando de pé, agacha-se para apanhar um objeto;

- Consegue fazer “pinça” com o polegar e o indicador;

Desenvolvimento Social/Emocional- Responde/reage quando chamam o seu nome;

- Imita ações simples do adulto;

- Gosta de se ver ao espelho;

- Expressa medo ou ansiedade perante pessoas que lhe são estranhas;

- Procura afeto ou ajuda junta de um conhecido;

- Dá brinquedos, mas quer imediatamente de volta;

- Repete atos que causam riso nos outros;

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Desenvolvimento Intelectual- Emite as primeiras palavras: papá, mamã, nené, dadá…;

- Diz uma palavra com significado para expressar uma frase: pede, recusa;

- Compreende bem a proibição;

- Dança ao som da música;

- Interessa-se por imagens coloridas nos livros;

- Bate palmas e diz adeus se o adulto pedir;

- Gosta de meter objetos uns dentro dos outros;

Caraterísticas do bebé de 12 aos 18 meses

Ao adquirir a marcha – marco muito importante que acontece nesta altura. Marco este que vai mudar

para sempre a vida da criança, passando para a posição bípede.

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Esta etapa caracteriza-se pelo facto da criança explorar as propriedades reais e as potencialidades dos

objetos de forma muito ativa e intencional por experiência-erro, fundamentalmente à procura de novas e

diversas formas de atuar sobre os mesmos.

A criança aproxima-se do mundo que a rodeia de forma experimental. Quando se depara com um

objeto/brinquedo novo, tentará pôr a nu as suas propriedades estruturais e funcionais de forma ativa, ao

experimentar com ele várias formas de atuar, obtendo novas formas de brincar a partir de outras por ela já

conhecidas. É capaz de repetir os jogos que funcionaram melhor de forma intencional e deliberada.

Relativamente à linguagem, a criança já é capaz de entender muitas das palavras que lhe dizemos e

obedece a ordens por gestos.

Desenvolvimento Motor- Pega corretamente na colher para comer;

- Adquire a marcha;

- Folheia páginas de um livro;

- Sobe escadas com ajuda do adulto;

- Arrasta um brinquedo enquanto caminha;

- Abre e fecha caixas;

- Dança, mexendo todo o corpo sem se deslocar;

Desenvolvimento Social/Emocional- Leva o adulto até ao objeto que deseja;

- Imita o que vê;

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Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades- Distingue entre “tu” e “eu”;

- Reage às mudanças de rotina e a qualquer transição brusca;

- Pergunta pelas pessoas ausentes;

- Diz “obrigada” e “adeus”;

Desenvolvimento Intelectual- Identifica uma figura familiar num livro;

- Entrega objetos familiares que lhe pedem;

- Indica as partes do corpo: nariz, olhos, cabelo, orelhas…;

- Constrói torres;

- Reconhece o de desenho de um cão, peixe, carro, bola…;

- Mete qualquer tipo de peça num encaixe de figuras geométricas;

- Diz “não” e acompanha-o com a cabeça;

- Combina o uso de palavras com gestos para se expressar;

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Caraterísticas do bebé de 18 aos 24 meses

Por volta dos 18 meses, a criança caracteriza-se pela experimentação/ação em que esta explora,

investiga toda realidade que o rodeia e observa os resultados das suas experiências.

A criança dá um novo passo no aspeto cognitivo, da “representação”, a criança é capaz de representar

mentalmente os movimentos sem necessidade de os executar.

Estamos perante um grupo em que cada criança e construtora do seu desenvolvimento,

transformando e ampliando as aprendizagens que já adquiriram nesta fase do crescimento.

Desenvolvimento Motor- Caminha rapidamente com passo firme;

- Dá pequenos saltos;

- Atira/chuta uma bola;

- Rabisca com lápis;

- Sobe a uma cadeira de adulto;

- Come sozinho com a colher;

- Lava as mãos com ajuda;

- Abre a porta, gavetas e caixas;

- Anda de costas;

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Desenvolvimento Social/Emocional- Olha para a pessoa que fala com ele;

- Imita o que vê;

- Pergunta pela mãe e pelo pai;

- Inicia sozinho com a sua própria brincadeira;

- Cumprimenta e diz “adeus”;

- Fica angustiado por se separar dos pais;

- Disputa brinquedos com outras crianças;

- Reconhece-se no espelho ou em fotografias;

- É egocêntrico;

- Reclama “é meu” (seu);

Desenvolvimento Intelectual- Tem um vocabulário de 10 palavras;

- Identifica um objeto em imagens;

- Combina o uso de palavras e gestos para manifestar os seus desejos;

- Ri de ações engraçadas;

- Segue uma instrução simples;

- Resolve os problemas por tentativa e erro;

- Usa duas ou três frases;

- Diz nomes de brinquedos;

- Trautear uma canção;

- Reproduz o som do animal para o chamar;

- Mostra consciência da aprovação ou desaprovação dos seus atos;

- Refere-se a si pelo seu nome;

- Verbaliza desejos e sentimentos;

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Área de Expressão e Comunicação

Domínio da Expressão Motora

“O corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento e de

cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação co o

mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem.”

(Orientações Curriculares, 2002:58)

Relativamente à motricidade ampla/global o grupo revela imenso prazer em atividades motoras,

embora não estejam todos ao mesmo nível de desenvolvimento. Contudo, todos demonstram imenso prazer

neste tipo de atividade: adoram dançar, imitar ações e gestos e reconhecimento das partes do corpo, músicas

com gestos, etc.

O retorno à calma (relaxamento) é que já é mais difícil e terá que se continuar a trabalhar para este

fim.

No que respeita à motricidade fina, a maior parte do grupo (crianças mais velhas) já pega e manipula

corretamente os objetos. Já seguram corretamente na colher no momento de refeição, já conseguem, com a

ajuda do adulto manusear um pincel e os lápis de cor. Contudo, esta é uma área a que damos muita importância

e por isso iremos trabalhá-la imenso durante o ano letivo. Irá ser trabalhada através da exploração de diferentes

materiais, tais como massa de farinha, lápis de cor, manuseamento de objetos, realização de jogos de encaixe,

apreensão de diferentes objetos, contatar com diferentes técnicas de pintura.

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Domínio da Expressão Dramática

“A expressão dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação

de si próprio na relação com o(s) outro(s) que corresponde a uma forma de se apropriar de

situações sociais.”

(Orientações Curriculares, 2002:59)

As crianças revelam um grande interesse em imitar ações que vêm e que se realizam habitualmente, e

como já é capaz de imitar movimentos, pode representar ações sem as ver diretamente. É uma fase de grande

mobilidade e curiosidade para a exploração do seu corpo. O grupo é exemplo disto mesmo, o faz de conta está

muito presente no seu dia-a-dia e nas suas brincadeiras.

Podemos observar o grupo a imitar o andar de animais, com as suas onomatopeias; ao mostrarmos a

imagem de algum animal, eles rapidamente o imitam; bem como ações do quotidiano: dizem adeus, atiram

beijinhos.

Domínio da Expressão Plástica

“ A expressão plástica implica um controlo da motricidade fina que a relaciona

com a expressão motora, mas recorre a materiais e instrumentos específicos e a códigos

próprios que são mediadores desta forma de expressão.”

(Orientações Curriculares, 2002:61)

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A criança ainda não tem um bom controlo e coordenação oculo-manual para poder traçar linhas com

um propósito definido, pois não faz mentalmente a ligação dos seus próprios movimentos com os traços da

folha. Para que se potencie esta sensibilidade artística é nossa intenção proporcionar-lhes situações

motivadoras com todo o tipo de materiais, adequados a esta faixa etária.

O grupo já realizou alguns trabalhos com tinta e de modo geral todos demonstraram muito interesse e

satisfação, nunca querendo sair do banco para dar a vez a outra criança. As crianças mais novas ainda

demonstram alguma resistência a este novo contato.

O grupo está na fase da garatuja desordenada em que não há consciência da relação traço-gesto,

muitas vezes nem olham para o que faz. O seu prazer é explorar o material, fazem movimentos de vai e vem

vertical ou horizontal e muitas vezes o corpo acompanha este movimento. Nesta fase não há representação no

desenho.

Esta será uma área muito trabalhada com o grupo de crianças pois para além de lhes cativar imenso

interesse, proporciona-lhes momentos de prazer e de contato artístico e potencia o desenvolvimento da

motricidade fina (que é um grande marco de desenvolvimento).

Domínio da Expressão Musical

“ A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a

criança produz e explora espontaneamente e vai aprendendo a identificar e a produzir (…).”

(Orientações Curriculares, 2002:63)

O grupo gosta imenso desta área pois sempre que coloco música na sala eles chamam-se uns aos

outros ou pedem para dar as mãos para formar uma roda e dançar. Sempre que dizemos que vamos colocar

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uma música nova ou que já não ouvem há algum tempo, eles reagem imenso, ficam muito contentes, e vêm

logo a correr para a frente do rádio.

São capazes também de identificar sons de animais conhecidos, já acompanham canções que

cantamos diariamente (repetindo a terminação pois ainda não se expressam muito bem).

Esta é uma área que será sempre muito explorada até porque potencia o desenvolvimento da

linguagem. Mais tarde introduziremos alguns instrumentos musicais para as crianças se irem familiarizando.

Domínio da Linguagem Oral

“Criar um clima de comunicação em que a linguagem do educador, ou seja, a

maneira como fala e se exprime, constitua um modelo para a interação e a aprendizagem das

crianças.”

(Orientações Curriculares, 2002:66)

Uma das características desta idade são os grandes progressos que a criança faz na aquisição de

vocabulário prático: preferencialmente ligado ao corpo, alimentos, animais e brinquedos. O grupo encontra-se

numa fase de aquisição de vocabulário e tentam repetir palavras se o adulto pedir (repetindo a terminação

dessa). Todos entendem o que o adulto diz ou pede, como também são capazes de exprimir sentimentos,

vontades e desejos.

Em termos linguísticos algumas crianças produzem palavras soltas e objetivas e que o adulto percebe

facilmente. Ao nível de frase só formam frases-pergunta “ O que é?” “ A bola?”.

O adulto como facilitador de aprendizagem tem que aproveitar todas as ocasiões, ligadas às rotinas

diárias, a brincadeira, à comida, à higiene par fomentar a troca linguística com as crianças e criar situações

específicas que exijam o uso da linguagem (jogos de palavras, lengalengas, canções, etc.).

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Domínio da Matemática

“As crianças vão espontaneamente construindo noções matemáticas a partir das

vivências do dia-a-dia. O papel da matemática na estruturação do pensamento, as suas

funções na vida corrente e a sua função para aprendizagens futuras, determina a atenção

que lhe deve ser dada na educação pré-escolar, cujo quotidiano oferece múltiplas

possibilidades de aprendizagens matemáticas”

(Orientações Curriculares, 2002:73).

A brincadeira e o jogo é para a criança uma necessidade vital e através desta vai explorar o meio, atuar

sobre ele, desenvolver capacidades motoras, linguísticas, sociais e cognitivas. Isto para dizer que esta área de

conteúdo está implícita em todas as atividades do dia-a-dia da creche.

Assim, a maior parte das atividades que se realizam contribuem de uma forma não tão explicita mas

lúdica para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.

Esta área é trabalhada na realização de puzzles, jogos (encaixe, empilhamento), correspondências,

legos, cubos, associações, pelo contato e manuseamento que têm com os brinquedos e objetos da sala de

atividades, bem como em atividades mais direcionadas.

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As crianças através da sua ação e exploração do espaço, vão adquirindo noções topológicas como

perto/longe; dentro/fora; aberto/fechado; em cima/em baixo; à frente/atrás.

Outro momento de grande aprendizagem é o de arrumar a sala, pois nesta tarefa as crianças têm que

seriar e fazer correspondências de objetos, uma vez que cada objeto/brinquedo tem o seu devido lugar.

O raciocínio lógico-matemático nesta fase e como já se pode observar em situação de brincadeira e/ou

atividade dirigida, funciona por tentativa e erro.

Área de Conhecimento do Mundo

“ A curiosidade natural das crianças e o seu desejo de saber é a manifestação da

busca de compreender e dar sentido ao mundo que é a própria do ser humano e que origina

as formas mais elaboradas do pensamento, o desenvolvimento das ciências, das técnicas e,

também, das artes.”

(Orientações Curriculares, 2002:73).

Tal como a domínio da matemática, a área do conhecimento do mundo é trabalhada de forma

subjacente de acordo com as atividades que vão sendo desenvolvidas e indo ao encontro dos interesses da

criança/grupo. Deve-se por isso despertar nas crianças a curiosidade, para que esta descubra o mundo que a

cerca, no qual a observação e a manipulação são as formas privilegiadas por nós para essa descoberta. É uma

área que propicia também à criança, explorar todas as possibilidades e limitações do seu corpo, de si próprias e

para os outros, e das relações entre as coisas.

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Embora nesta faixa etária seja difícil perceber os seus interesses em relação a determinado

tema/assunto, pois a criança ainda não se expressa, temos que oferecer variedade e inúmeros temas bem como

diferentes técnicas.

Caraterização real do grupo

Os bebés precisam de um ambiente que seja interessante de explorar, que seja seguro e que esteja

rodeado de pessoas que respondam às suas necessidades emocionais intelectuais.

É neste espaço que os bebés são estimulados a sentar, gatinhar, conhecer o seu corpo, identificar

brinquedos, objetos, pessoas e, pouco a pouco, realizar conquistas motoras.

Os bebés também participam em atividades onde entram em contato com as características do nosso

ambiente físico, ou seja, descobrem sensações, texturas, formas e tamanhos, exploram tinta, água e objetos

como jogos, brinquedos.

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Nestes espaços de exploração os bebés conhecem e criam vínculos afetivos com as pessoas que fazem

parte de sua vida na escola: as educadoras e outros bebés. Por essa razão, é necessário proporcionar um clima

de bem-estar e segurança afetiva, durante o período em que estão afastadas do seio familiar.

Assim, observar, proteger, cuidar da saúde, da higiene e da alimentação; dar atenção ao crescimento e

desenvolvimento (individualização de cada criança); brincar e divertir, educar e ensinar; abertura ao imaginário,

são alguns dos conteúdos que compõem o dia-a-dia do berçário.

Esta sala é constituída por dez crianças, sendo oito rapazes e duas raparigas com idades

compreendidas entre os cinco meses e os dezoito meses

Equipa pedagógica“O trabalho em equipa entre adultos, que permanentemente subjaz a toda a ação,

cria enquadramento propício para o envolvimento das crianças de uma comunidade ativa e

participante”

(Educar a criança, Hohmann M. E. Weldkart D. 2007)

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O trabalho em equipa é algo que influência o funcionamento de qualquer instituição e qualidade da

resposta educativa prestada às crianças e às famílias. O diálogo, a compreensão, a troca de informação, o

debate de ideias e o respeito pela singularidade de cada um, é fundamental para se efetuar um trabalho em

parceria positivo.

Toda a equipa deverá trabalhar para um mesmo fim, por isso, para que se tenha sucesso é

indispensável a consciência que são um grupo e que precisam funcionar em conjunto para atingir

intencionalidades educativas, articulando e completando ideias. Uma equipa precisa discutir questões

relacionadas com a planificação e avaliação do trabalho desenvolvido com as crianças, organizar e

reformular/melhora a ação educativa, partilhar saberes, conhecimentos e sentimentos.

A equipa pedagógica da sala do Berçário é composta por uma educadora, duas auxiliares de sala.

Equipa esta que partilha entre si toda a ação pedagógica, procurando que as interações tenham como

sustentáculo uma comunicação aberta, em que a honestidade desempenha um papel primordial.

Organização do Ambiente Educativo

Organização do Espaço

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“ O espaço em educação constitui-se como uma estrutura de oportunidades. É

uma condição externa que favorecerá ou dificultará o processo de crescimento pessoal e o

desenvolvimento das atividades instrutivas. Será facilitador, ou pelo contrário limitador, em

função do nível de congruência relativamente aos objetivos e dinâmica geral das atividades

postas em marcha ou relativamente aos métodos educativos instrutivos que caraterizam o

nosso estilo de trabalho.”

(Zabalza, 1992:120)

Ao organizar o espaço devemos ter em conta as características e necessidades das crianças, bem como

o desenvolvimento de todas as suas capacidades.

“Um ambiente bem pensado e centrado na criança promove o desenvolvimento

físico, comunicação, competências cognitivas e interações sociais”

(Hohman, 2004:101)

Consideramos que numa sala se deve privilegiar uma organização acolhedora, existindo diversos

recantos equipados com uma seleção de materiais didáticos que favoreçam as relações entre crianças e os

adultos. Sabemos que é no espaço físico e na relação que a criança estabelece com este e com os materiais, que

vai realizar descobertas e adquirindo conhecimentos, que contribuem para o seu processo de desenvolvimento.

Desta forma, a sua organização deve ser pensada de modo adequado, no sentido de dar respostas às crianças

que fazem dele o seu mundo de explorações e descobertas, devendo movimentar-se livremente e em

segurança.

“A organização do espaço da sala é uma das estratégias a utilizar quando se

pretende implementar organização, metodologia de trabalho e promoção de um ambiente

seguro, com higiene, que possa promover e proporcionar diversos momentos de curiosidade,

exploração e desafio para a criança. A organização e a utilização do espaço são expressão

das intenções educativas e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que o educador se

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interrogue sobre a função e a finalidade educativa dos materiais de modo a planear e

fundamentar as razões dessa organização.”

(Ministério da Educação, 2002: 37)

Assim, a sala não é um espaço neutro, tudo é concebido em função de atividades que aí se

desenvolvem. É um espaço muito próprio e preparado para ser flexível à mudança. O espaço sala está

subtilmente dividido por áreas bem como os seus materiais, pois assim ajuda a criança a escolher mediante as

opções possíveis. O espaço é, portanto, um contexto de significações, porque potencia momentos educativos

atribuindo-lhes significado, sentido e valor, influenciando o nosso comportamento.

Deve também potenciar e encorajar à linguagem expressiva da criança, pelo que as áreas de interesse

devem incluir objetos motivadores, para que as crianças sintam vontade de descrever as suas atividades a

outras crianças e adultos.

A nossa sala é ampla, organizada assim propositadamente para que as crianças consigam ter mais

espaço livre onde se posam sentar, deslocar de gatas, pôr de pé com apoios para desenvolver as suas destrezas

motoras e a capacidade de autonomia.

Temos duas parteleiras onde guardamos os materiais, que são utilizados nas atividades orientadas.

Todos os jogos são de acesso livre às crianças.

Temos ainda no espaço destinado a atividades de expressão plástica composto por uma mesa e quatro

cadeiras.

Esta sala contem ainda uma zona com berços.

Organização do tempo

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“O tempo educativo contempla de forma equilibrada diversos ritmos e tipos de

atividade em diferentes situações – individual, com outra criança, com um pequeno grupo,

com todo o grupo – e permite oportunidades de aprendizagens diversificadas, tendo em

conta as diferentes áreas de conteúdo”.

(Orientações Curriculares, 2009:40)

A rotina assume um papel bastante relevante no desenvolvimento das competências cognitivas e

pessoais da criança, uma vez que a sua estabilidade e consistência promovem uma previsibilidade que

predispõe a criança para novas aprendizagens.

Uma rotina consistente permite á criança aceder com tempo aos seus interesses, podendo fazer

escolhas e resolver problemas no contexto dos acontecimentos que lhe vão surgindo; desta forma, a rotina

apoia, ou deve apoiar a iniciativa da criança, pois oferece-lhe uma estrutura para os acontecimentos do dia.

“Porque o tempo é de cada criança, do grupo de crianças e do educador, importa

que haja uma organização do tempo decidida pelo educador e pelas crianças.”

(Ministério da educação: 1997:40)

A rotina determina horários para as diferentes atividades de aprendizagem, por isso é importante que

ela seja flexível e ao mesmo tempo equilibrada. É importante que haja sempre tempo para tudo, tempo para

brincar, tempo para trabalhar, tempo para conviver e tempo para arrumar, tudo isto deve ser pensado e gerido

para não interferir no ritmo e para não afetar as crianças.

Assim, o educador tem como função planear e avaliar o dia-a-dia, refletindo sempre sobre o modo de

como essa rotina, esse tempo vai contribuir para a educação das crianças, introduzindo sempre que necessário

os ajustes e correções necessárias e imprescindíveis.

A rotina diária da creche tem como objetivos primordiais:

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- proporcionar uma sequência de trabalho que ajude a criança a explorar, planear e executar

projetos e tomar decisões sobre a sua aprendizagem;

- estimular a interação através do trabalho coletivo em grande e pequeno grupo;

- proporcionar tempo para trabalhar em grande variedade de ambientes, tanto na sala como

noutras áreas de trabalho (exterior, outras salas, etc).

Assim sendo, a rotina deverá respeitar as crianças, as suas necessidades, ideias e pensamentos,

encorajando-as a agir num ambiente saudável e feliz, facultando-lhes variadas experiências e descobertas

indispensáveis à felicidade de qualquer ser humano. Fazem parte da rotina da criança o tempo de acolhimento,

o momento de atividades direcionadas, de exploração livre, tempo exterior (parque), tempo de higiene,

refeições, repouso e saída.

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Rotina da sala do berçário

Horário Atividade07:30 ás 09:30 Acolhimento, Pequeno Almoço e Higiene

09:30 ás 10:00 Acolhimento e atividades livres

10:00 ás 11:15 Tempo de trabalho orientado

11:15 ás 11:30 Higiene para o almoço

11:30 ás 12:30 Almoço

12:30 ás 13:00 Higiene

13:00 ás 15:00 Momentos de repouso

15:00 ás 15:30 Higiene e preparação para o lanche

15:30 ás 16:00 Lanche

16:00 ás 16:30 Atividades livres

16:30 ás 18:30 Higiene e espera pelos pais com atividades livres

Momento de acolhimento:

Este é um momento que oferece às crianças a oportunidade de participar num grande grupo, partilhar

ideias, interesses e sentimentos. É o tempo que os adultos de crianças se reúnem e conversam, cantam os bons

dias, fazem jogos e/ou contam pequenas histórias. Neste momento, tenta-se promover a interação da criança

com os pares ou com objetos, fomentando a comunicação entre todos os sujeitos envolventes.

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Momento de trabalho orientado:

Este é o momento em que o adulto procura oferecer à criança o contato com novas e diferentes

experiências de acordo com as intenções educativas. Orienta, facilita novas descobertas, dando liberdade á

mesma de sentir, ver, observar, provar, manipular e apoiar as ações que a criança vai realizando. A criança

precisa contatar diretamente com as coisas para construir os seus conhecimentos.

“Os conhecimentos não provêm, nem dos objetos, nem da criança, mas sim das

interações entra a criança e os objetos.”

(Hohmann e Weikart, 2007:19)

Momento de atividades livre:

A criança cria as suas próprias brincadeiras, interage e explora livremente o meio que a rodeia,

utilizando todo o seu corpo e todos os sentidos. Aqui o adulto, que como está sempre por perto vai sempre

valorizar e estimular mas sem intervir demasiado nas descobertas que a criança está a fazer.

“Um clima de apoio estimula e fortalece o desenvolvimento da crença nos outros,

da autonomia, da iniciativa, da empatia e da autoconfiança.”

(Hohmann e Weikart, 2007: 72)

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Momento de Exterior (parque): É o momento em que as crianças podem satisfazer as suas necessidades de movimento, como correr,

saltar, escorregar, trepar. Através da observação as crianças também constroem aprendizagens e neste espaço,

podem observar o que vai acontecendo (as pessoas, os pássaros, os aviões, etc.)

“O tempo de exterior permite aos bebés e às crianças expandirem a sua

exploração e brincadeira.”

(Hohmann e Post, 2004: 269)

Momento de higiene: É um tempo privilegiado de relação, de contato físico, transmitindo uma riqueza que fortalece a

ligação afetiva. É um momento que deve ser calmo, sem pressas, de conversa/diálogo com a criança e até de

brincadeira.

Momento de refeição: Deve traduzir-se num contato agradável entre o adulto e a criança, dando o tempo que a mesma

necessita. É um tempo onde se conversa com a criança acerca do que está a comer. É também um momento

que potencia a autonomia da criança uma vez que o adulto a encoraja a pegar na colher e comer sozinha.

Momento de repouso: Deve ser um momento tranquilo e calmo, respeitando o ritmo de cada criança. Tenta-se sempre não

acordar a criança e à medida que acordam são levantadas.

Momento de saída: Página 31 de 41

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Este é um momento também muito importante pois é o de troca de informação. É onde se informam

as famílias como foi o dia da criança, como reagiu às mais diversas situações, as atividades que realizou…

Atividades para o ano letivo

O nosso projeto de grupo teve o seu enquadramento no Projeto Educativo da instituição elaborado

para o próximo triénio. Cujo o tema é “vamos conhecer o planeta azul?”

Este tema, ira dividir se em três grandes subtemas:

1º ano: “Conhecer as pessoas do planeta azul”

2º ano: “Proteger o planeta azul”

3º ano: “ Localizar o planeta azul”

Este plano anual abrange as salas de berçário e sala de 2 anos tendo em conta que ambas as salas têm

como objetivos principais a relação criança-criança; criança-adulto e adulto-criança. Nestas idades as atividades

com jogos corporais, canções, curtas histórias, lengalengas e trava-línguas permitem o desenvolvimento motor

e linguística.

A planificação semanal é feita mensalmente e afixada no placard respetivo para o efeito, nessas

planificações constam as atividades/ estratégias e objetivos a tingir perante as atividades propostas.

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Competências a desenvolver no berçário

Desenvolvimento Social e afetivo

Relação com as crianças e adultos:

Estabelecer um clima calmo e afetivo que facilite a adaptação da criança e dos pais da

creche.

Estimular uma relação estreita e de confiança com as crianças e os pais.

Estimular a necessidade que o bebé tem de ouvir a voz do adulto e de sentir contacto

físico dele.

Respeitar o ritmo de desenvolvimento da criança.

Aquisição de hábitos:

Desmame: passagem a uma alimentação diversificada.

Introdução de alimentos sólidos.Página 33 de 41

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Desenvolvimento Sensorial

Visão:

-estimular a observação do mundo que rodeia o bebé, facilitando-lhe assim a

coordenação visual-motora, ou seja, a capacidade de manipular os objetos.

Audição:

Estimular o “palrar” do bebé, emitindo o adulto os mesmos sons que o bebé e dizendo-

lhe palavras simples (mãe, pai, papa, cão, etc…).

Proporcionar ao bebé a audição de sons variados, através de objetos, de música, de

utilização do próprio corpo do adulto.

(palmas, estalinhos com a boca e os dedos, etc…).

Tato:

Permitir ao bebé explorar com as mãos os objetos de formatos, tamanhos e texturas

diferentes, assim como a exploração do seu corpo e do corpo do adulto (fazer festinhas,

pegar nas mãos, no nariz, pôr o dedo na boca do adulto, etc…).

Paladar:

Introdução de novos paladares, através de uma alimentação diversificada.

O contacto da boca do bebé com os objetos, também lhe traz novas sensações gustativa

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Desenvolvimento psicomotor

Evolução da postura do bebé:

Fortalecimento dos músculos do pescoço que permitem ao bebé segurar a cabeça e

controlar os seus movimentos.

Rolar sobre si mesmo para o lado esquerdo e direito, passar da posição de costas para a

de barriga para baixo.

Da barriga para baixo, suster com os braços o peso do corpo

Sentar com apoio.

Sentar sem necessitar qualquer apoio

Gatinhar

Pôr-se de pé agarrado às coisas ou apoiado no adulto

Pôr-se de pé sozinho sem apoio

Marchar apoiado nas costas ou no adulto

Andar sozinho

Desenvolvimento da capacidade de agarrar os objetos:

Permitindo através de manipulação (mexer em objetos variados) e de brincadeiras

(brincar com os dedos do bebé) os diversos movimentos dos dedos.

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AvaliaçãoA avaliação em educação é um elemento integrante e regulador da prática educativa, em cada nível de

educação e ensino e implica princípios e procedimentos adequados às suas especificidades.

O currículo em educação de infância é concebido e desenvolvido pelo educador, através da

planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e projetos curriculares,

com vista à construção de aprendizagens integradas. A organização do ambiente educativo, como suporte do

trabalho curricular e da sua intencionalidade, compreende a organização do grupo, do espaço e do tempo, a

relação com os pais e outros parceiros educativos.

“Avaliar os processos e os efeitos, implica ter consciência da ação para adequar o

processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução.”

(Orientações Curriculares, 2002:27)

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A avaliação é um importante instrumento de ação educativa que permite perceber a qualidade de um

processo e os resultados do mesmo. Qualquer processo educativo precisa ser avaliado. Assim, em contexto da

Creche é muito importante para percebermos se estamos a ir ao encontro das necessidades e interesses da

criança, ou se temos que escolher outro caminho.

Na sala do Berçário, vão ser adotadas três tipo de avaliação:

Avaliação com o grupo de crianças

Avaliação com a equipa pedagógica

Avaliação com a família

A avaliação visa medir a diferença entre os objetivos enunciados e os que foram realmente

concretizados, o que vai favorece a ação numa situação futura. O educador deve promover a avaliação como

mecanismo natural de todo o processo ensino/aprendizagem.

Diariamente e sempre que se realiza alguma atividade, realizam-se as avaliações das mesmas, aí

refletimos e reconsideramos o que falhou ou não foi tão assertivo. O Educador avalia as crianças e a si próprio

em diversos momentos.

Com as crianças

A avaliação realizada com as crianças é uma atividade educativa, que as implica na sua própria

aprendizagem, fazendo-as refletir sobre as suas dificuldades e como as superar.

A avaliação curricular tem inerente a diferentes conceções: a conceção diagnóstica, a formativa, a

formadora e a sumativa. A privilegiada por nós para este projeto é a avaliação formativa pois é entendida como Página 37 de 41

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um procedimento diagnóstico sistemático de uma situação, a fim de clarificar e fundamentar o tipo de

intervenção mais adequado ao processo de interação. É aquela em que o educador está atento aos processos e

às aprendizagens das suas crianças. O educador entende que a avaliação é essencial para dar prosseguimento

aos percursos de aprendizagem.

Este tipo de avaliação é também formadora, pois tem como objetivo primordial tornar a criança o ator

da sua própria aprendizagem e realçar a intenção de a conhecer melhor no processo de ensino aprendizagem.

Será feita também trimestralmente, segundo um perfil de Desenvolvimento adaptado para a faixa

etária correspondente. Após traçado um perfil de desenvolvimento será elaborado um Plano Individual (PI),

onde estarão retratados os itens que a criança ainda não conseguiu atingir.

Assim, pretendemos conhecer as capacidades, interesses e dificuldades de cada uma em particular e

do grupo em geral recorrendo a uma observação direta para melhor adequarmos o projeto às suas

necessidades.

Esta avaliação é o ponto de partida para um processo de transformação de contextos, espaços,

crianças.

A avaliação assume-se, assim como um instrumento que permite diagnosticar os conhecimentos e

desenvolvimento das crianças, permitindo otimizar, sustentar e consolidar novas aprendizagens.

Com a equipa pedagógica

A partilha com todos os elementos da equipa (outros docentes, auxiliares, outros técnicos ou agentes

educativos) com responsabilidades na educação da criança permite ao educador um maior conhecimento sobre

ela. Para que uma ação educativa seja válida e coerente tem que haver uma reflexão partilhada por todos os

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intervenientes ao longo do processo educativo. Só assim se consegue detetar os problemas da prática, assim

como verificar a adequação dos objetivos e estratégias.

Saliento que uma boa comunicação entre os membros da equipa pedagógica é muito importante e

facilitadora neste processo.

Com a família

“A família e a instituição de Educação pré-escolar são dois contextos que

contribuem para a educação da mesma criança, importa por isso, que haja uma relação entre

estes dois sistemas ”

(Ministério da Educação,2002:43)

A troca de opiniões com a família permite não só um melhor conhecimento da criança e de outros

contextos que influenciam a sua educação, como também, promove uma atuação concertada entre o jardim-de-

infância e a família.

É de enorme importância este tipo de ação a desenvolver com as famílias das crianças. Esta

necessidade de comunicação com os pais tem características muito peculiares, pois a família é a principal fonte

de aprendizagem da criança. É no seu seio que interioriza valores, crenças e atitudes.

Por outro lado, a Creche tem o papel de complementar esta ação dos pais na educação, apoiando-os.

Posto isto, é inevitável uma colaboração de ambas as partes, isto é, os pais (família) precisam saber o

dia-a-dia da criança na Creche, que atividade realizou, como foi o seu comportamento a nível da formação

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pessoal, a sua evolução, se descansou bem. Por outro lado, nós como profissionais responsável pelas crianças

precisamos também saber como esteve a criança em casa, os comportamentos que tem no seio familiar.

Ao longo do ano letivo vamos procurar estabelecer uma ligação próxima com as famílias, permitindo-

lhes fazer parte também do dia-a-dia na Creche com a colaboração em alguma atividade, manter uma

comunicação aberta nos momentos de entregas e receções da criança. Para além disto, estão previstas reuniões

de atendimento aos pais, sempre que o necessitarem, para troca de informação e acompanhamento do

trabalho que está a ser realizado na sala.

Este acompanhamento será feito pela consulta do portfólio individual da criança onde estarão

arquivados os trabalhos mais significativos da criança ao nível das áreas de conteúdo definidas nas orientações

curriculares, juntamente com comentários e reflexões da aprendizagem da criança.

BibliografiaGESSEL, Arnold. (Out. 2000). A Criança dos 0 aos 5 anos. 4ª Edição.

Publicações Dom Quixote; Lisboa

HOHMANN, Mary e WEIKART, David P. (2007). Educar a criança. 4ª Edição.

Fundação Calouste Gulbenkian; Lisboa

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (2002). Orientações Curriculares para a

Educação Pré-Escolar, Ministério da Educação – Departamento da educação

Básica; Lisboa

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1998). Qualidade e Projeto na Educação Pré-

Escolar. Ministério da Educação – Departamento da educação Básica; Lisboa

PAPALIA, Diane E. OLDS e FELDMAN. (2001). O Mundo da Criança. 8ª Edição.

McGraw-Hill.

POST, Jacalyn e HOHMANN, Mary. (2004). Educação de Bebés em Infantários-

cuidados e primeiras aprendizagens. 2ª Edição. Fundação Calouste

Gulbenkian; Lisboa

Projeto “Lua Cheia” – Material de apoio didático (0-1ano) e (1-2 anos).

Mundicultura

ZABALZA, Miguel A. (2011). Didática da Educação Infantil. 3ª edição. Edições

Asa

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