beneficios sistema de despacho

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Benefícios do sistema de despacho, é importante para o desenvolvimento da mineração, principalmente no que se refere aos transportes,

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  • BENEFCIOS DA IMPLANTAO DE

    UM SISTEMA DE DESPACHO: ESTUDO

    DE CASO EM UMA EMPRESA DE

    MINERAO

    Bruno Costa (UFSCar)

    [email protected]

    Gilberto Miller Devs Ganga (UFSCar)

    [email protected]

    Um sistema de despacho dinmico um software responsvel por

    realizar o roteamento de veculos de transporte de carga de minrios

    numa mina considerando restries em tempo real, como a quantidade

    de material a ser retirado de cada frente de lavra, o nmero de

    veculos e rotas disponveis. O objetivo desta pesquisa foi analisar os

    benefcios da implementao de um sistema de despacho dinmico em

    uma empresa de minerao. A pesquisa baseou-se numa abordagem

    qualitativa, utilizando como mtodo principal o estudo de caso nico.

    Os instrumentos de coletas de dados utilizados foram relatrios de

    desempenho gerenciais de organizao, bem como um roteiro de

    entrevista semi-estruturado, realizado junto a CEO da empresa. Os

    resultados gerais da pesquisa apontam que os benefcios obtidos

    foram, um aumento no nvel de utilizao da capacidade, nas coletas

    no prazo e uma reduo nos custos de transporte. Houve tambm

    outros ganhos, como uma maior confiabilidade de dados histricos, um

    controle mais efetivo do processo da planta e uma melhora do clima

    organizacional da empresa. Os resultados limitam-se ao estudo de

    caso selecionado.

    Palavras-chaves: Minerao, sistema de despacho dinmico, logstica.

    XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUO Maturidade e desafios da Engenharia de Produo: competitividade das empresas, condies de trabalho, meio ambiente.

    So Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

  • 2

    1. Introduo

    Segundo o Instituto Brasileiro de Minerao (IBRAM, 2009), a indstria de extrao mineral

    ser responsvel por investimentos em torno de 47 bilhes de dlares at 2013 e gerar cerca

    de cento e sessenta e um mil empregos, alm de ter sido responsvel por 22% do volume de

    exportao nacional em 2008, o que torna o setor de minerao extremamente relevante para a

    economia do pas.

    A minerao parte da chamada indstria de processo, sendo tipicamente um

    empreendimento de porte, intensivo em capital, com equipamentos pesados e grandes plantas

    industriais (SACHS; NADER, 2005).

    O processo bsico dessa indstria consiste em extrao mineral, planta de beneficiamento,

    tratamento de resduos e setores de apoio, tais como as reas de segurana, meio ambiente e

    administrao. A primeira etapa consiste em extrair o minrio do local de origem, lavra,

    atravs da abertura de uma mina, podendo essa ser de cu aberto ou subterrnea, e depois

    transport-lo at a planta onde acontece o beneficiamento. Nessa etapa acontece a separao

    fsico-qumica do minrio com o estril atravs da britagem, moagem, peneiramentos e

    tratamentos qumicos, entre outros processos (COSTA, 2009).

    Tanto em minas a cu aberto quanto em subterrneas a lavra geralmente feita em diversas

    frentes, de modo que, realizando a mistura dos minrios retirados das frentes, seja possvel

    fornecer, para a usina de tratamento, um minrio que esteja de acordo com as especificaes

    de qualidade necessrias. Desse modo, necessrio planejar, programar e controlar a

    necessidade de recursos que dite o ritmo de lavra (toneladas/h) a ser implementado em cada

    frente, atendendo dessa maneira as especificaes quantitativas e qualitativas da usina. Nesse

    sentido, so utilizados equipamentos como caminhes, carregadeiras e escavadeiras, os quais

    apresentam confiabilidade de uso varivel, em funo de quebra de equipamentos,

    manuteno preventiva, atrasos operacionais, etc. (PINTO; MERSCHMANN, 2001).

    Nesse contexto, a eficincia na utilizao dos ativos desponta como um importante

    direcionador de desempenho para que uma companhia de minerao maximize seus

    rendimentos (SACHS; DAMASCENO, 2004; SACHS; NADER, 2005).

    Para tanto, objetivando maximizar a eficincia na utilizao dos ativos de transporte, muitas

    empresas utilizam sistemas de roteirizao, capazes de traar a melhor rota levando em

    considerao restries de custos, tamanho da frota, entre outras variveis (CUNHA, 2000).

    Em indstrias de minerao a roteirizao de caminhes um processo importante e

    complexo e uma alocao tima pode resultar em significante economia para a organizao.

    Nessas empresas, a roteirizao pode ser realizada por meio de um sistema de despacho

    esttico ou dinmico (RODRIGUES, 2006).

    Diante de todo contexto discutido at o presente momento o objetivo deste trabalho

    identificar os benefcios da implementao de um sistema de despacho de veculos de

    transporte de carga em uma companhia de minerao privada.

    Para mensurar tal objetivo este trabalho valeu-se de uma abordagem qualitativa, utilizando

    como mtodo de pesquisa o estudo de caso.

    Este trabalho est organizado da seguinte maneira: A seo 2 traz uma reviso bibliogrfica

    sobre logstica integrada, destacando hierarquicamente a atividade de transporte e por fim a

    utilizao de sistemas roteirizadores na gesto dos recursos desta atividade. A seo 3

  • 3

    apresenta uma maior descrio da metodologia empregada na pesquisa, enquanto a seo 4

    apresenta o caso estudado. Finalmente a seo 5 tece as consideraes finais, encerrando o

    trabalho pelas referncias utilizadas ao longo do mesmo.

    2. Reviso bibliogrfica

    Esta seo consistiu em uma pesquisa bibliogrfica sobre conceitos necessrios na elaborao

    deste trabalho, estruturados da seguinte forma: Inicialmente foi realizada uma discusso

    acerca do conceito de logstica, a fim de posicionar a atividade de transporte como um tema

    fundamental e relacionado ao objeto de estudo deste trabalho. A fim de uma melhor

    compreenso sobre a atividade de transporte foi realizada uma descrio dos modais de transporte, sua gesto, e o uso de tecnologias de informao nesse contexto. Posteriormente

    procurou-se compreender o funcionamento de um sistema de roteirizao, denominado

    sistema de despacho em ambientes de minerao.

    2.1 Logstica

    A presso do mercado por maior variedade de produtos e melhores nveis de servio, sem

    prejuzo de produtividade, estimulou a adoo de estratgias gerenciais fundamentadas em

    solues logsticas capazes de reverter s ameaas geradas pelo inevitvel aumento da

    complexidade operacional. Neste contexto, a logstica passou considerar de forma sistmica

    todas as atividades que se relacionam de direta ou indiretamente aos fluxos fsicos ou de

    informao da cadeia de suprimento (FLEURY, 2002).

    O Council of Supply Chain Management Professionals, define logstica como a parte do

    processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla, eficientemente, o

    fluxo e armazenagem de bens, servios e informaes do ponto de origem ao ponto de

    consumo de forma a atender s necessidades dos clientes (CSCMP, 2010).

    De acordo com Ballou (2004) um dos motivos para a importncia da logstica a criao de

    valor, para clientes e fornecedores da empresa. O autor relata que produtos e servios no tm

    valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo) e onde (lugar) eles

    pretenderem consumi-los.

    Uma das formas para criao de valor se da atravs da boa administrao de cada

    atividade logstica. Quando pouco valor pode ser agregado, torna-se questionvel a

    prpria existncia da atividade. Contudo, agrega-se valor quando os consumidores

    esto dispostos a pagar, por um produto ou servio, mais que o custo de coloc-lo ao

    alcance deles. Para incontveis empresas do mundo todo, a logstica vem se

    tornando um processo cada vez mais importante de agregao de valor (BALLOU,

    2004, p. 36).

    Para o autor, essas atividades esto representadas na Figura 1.

  • 4

    Fontesde Abastecimento

    Logstica empresarial

    Abastecimento fsico(gerncia de materiais)

    Distribuio fsica

    Fbricas/ Operaes

    Clientes

    TransporteManuteno de estoquesProcessamento de pedidosComprasEmbalagem PreventivaArmazenamentoControle de MateriaisManuteno das InformaesProgramao de Suprimentos

    TransporteManuteno de estoquesProcessamento de pedidosEmbalagem PreventivaArmazenamentoControle de MateriaisManuteno das InformaesProgramao de produtos

    Fonte: Ballou (2004).

    Figura 1- Atividades Logstica

    No caso do Brasil, um pas de dimenses continentais, o custo logstico representa uma

    expressiva parcela do produto interno bruto brasileiro (PIB). Para Lima (2006) esse custo

    varia entre 9 e 12% do PIB nacional, podendo alcanar trinta por cento em alguns setores da

    economia brasileira.

    Deste custo logstico total, o modal rodovirio o que contribui com a maior parcela.

    Segundo Lima (2006), esse meio de transporte representa 59% do custo logstico total, tendo

    como maior responsvel pelo custo o leo diesel.

    Neste cenrio em que a logstica representa uma expressiva parte do custo total das

    companhias, Waters (2003) relata que de extrema necessidade a reduo dos custos

    logsticos para uma empresa ser competitiva. O autor destaca que atravs da diminuio do

    custo relacionado logstica a empresa passa a ganhar competitividade junto a seus

    concorrentes por possuir um custo total menor. Como o transporte um expressivo onerador

    nos processo logsticos, a prxima seo objetiva detalhar esse tpico.

    2.2 Transportes

    O transporte a atividade logstica responsvel por mover e alocar,

    geograficamente, o inventrio. Devido a sua importncia fundamental e ao seu custo

    visvel, o transporte tem recebido considervel importncia gerencial. Quase todas

    as empresas, desde as menores at as maiores corporaes, possuem gerentes de

    transporte em seu quadro de funcionrios (BOWERSOX et al., 2002, p. 51).

    Waters (2003) menciona que o transporte o principal componente de um sistema logstico.

    Uma das formas para justificar essa afirmao atravs dos custos, faturamento e lucro. Com

    relao s naes com razovel grau de industrializao, diversos estudos e pesquisas

    apontam que os gastos com transporte oscilam ao redor de 6% do PIB (LIMA, 2006).

    No caso especfico de minerao, o custo de transporte na mina oscila entre oito a doze por

    cento dos custos totais de produo (COSTA, 2009). Para Rojas e Datz (2003), o transporte

    tambm tem importncia no deslocamento de mercadorias do ponto inicial ao final, assim

    como no envolvimento dos vrios integrantes da cadeia logstica, e no caso de minerao, os

    planejadores de lavra, os motoristas, os diversos ativos, entre outros. Esse deslocamento

    ocorre por meio de diferentes modais de transporte.

  • 5

    2.2.1 Modais de transporte

    So cinco os modais de transporte de cargas: ferrovirio, rodovirio, aquavirio, dutovirio e

    areo. Cada um possui caractersticas operacionais especficas e, conseqentemente,

    estruturas de custos especficas que os tornam mais adequados para determinados tipos de

    produtos e de operaes. Conforme mencionado na introduo, os critrios para a escolha do

    modal de transporte devem sempre levar em considerao aspectos de custos por um lado, e

    caractersticas do servio por outro (WANKE; FLEURY, 2006).

    2.2.2 Gesto de transportes

    Para Marques (2002), a gesto de transportes parte essencial de um sistema logstico. a

    atividade responsvel pelos fluxos de matria prima e produto acabado entre todos os elos da

    cadeia logstica. Para Rojaz e Datz (2003), uma indstria de minerao utiliza um grande

    nmero de ativos que se encontram dispersos geograficamente, o que torna a gesto de

    transportes ainda mais complexa.

    Marques (2002) relata que essas decises podem ser dividas em nveis operacional, ttico e

    estratgico. O nvel operacional est relacionado ao curto prazo, enquanto os nveis tticos e

    estratgicos no mdio e longo prazo respectivamente. Os fatores que so levados em

    considerao em cada um dos nveis so demonstrados na Figura 2.

    Estratgico

    Ttico

    Operacional

    Longo Prazo

    (anual)

    Mdio Prazo(semanal/mensal)

    Curto Prazo(dias)

    Nveis de Deciso

    Perodosde reviso

    RoteirizaoConsolidao de carga

    Planejamento da DistribuioAnlise de frete de retorno

    Definio da rede de DistribuioDefinio de modais de transporte

    Tipos de deciso de transportes

    Fonte: Marques (2002).

    Figura 2 - Esquema grfico de algumas decises de transportes enquadradas em um dos trs nveis de

    planejamento.

    Uma das formas de gesto de transportes no nvel operacional e ttico a utilizao de um

    Transportation Management System (TMS), o qual assessora as atividades de roteirizao e

    consolidao de carga (SLO, 2007).

    2.2.3 Transportation Management System-TMS (Sistemas de Gesto de Transportes)

    Um Transportation Management System (TMS) pode ser definido como um software que

    auxilia no planejamento, execuo, monitoramento e controle das atividades relativas

    consolidao de carga, expedio, emisso de documentos, entregas e coletas de produtos,

    LuizMiguelRealce

    LuizMiguelRealce

  • 6

    rastreabilidade da frota e de produtos, auditoria de fretes, apoio negociao, planejamento

    de rotas e modais, monitoramento de custos e nvel de servio, e planejamento e execuo de

    manuteno da frota (MARQUES, 2002).

    O autor menciona que um TMS possui trs principais funcionalidades:

    Monitoramento e controle;

    Planejamento e execuo;

    Apoio a negociao e auditoria de frete;

    Um resumo do TMS de suas categorias, funcionalidades e nveis de deciso so demonstrados

    no Quadro 1.

    Categorias Funcionalidades Nvel de Deciso

    Monitoramento de Custos (valor orado X valor gasto ) e

    Servio (OTIF- On time in full)

    Ttico e

    Operacional

    Tracking e Tracing Operacional

    Controle do nvel de utilizao da frota Ttico

    Dimensionamento da Frota

    Ttico e

    Operacional

    Roteirizao ( Programao dos veculos e determinao das

    rotas em um amiente dinmico) Operacional

    Alocao Automtica de Carga por Transportadora Operacional

    Consolidao da Carga Operacional

    Frete Retorno

    Ttico e

    Operacional

    Emisso de Documentos de Embarque Operacional

    Checagem do Valores Cobrados e Pagos pelos

    Servios de Transportes Operacional

    Gerar Relatrios para Auxiliar nas Negociaes Ttico

    Monitoramento e Controle

    Planejamento e Execuo

    Apoio Negociao e

    Auditoria de Frete

    Fonte: Marques (2002).

    Quadro 1- Relao entre as funcionalidades do TMS e os nveis de deciso

    Na categoria de Planejamento e execuo pode-se observar que uma das funcionalidades a

    roteirizao, a qual para Marques (2002) classificada como programao de veculos e

    determinao das rotas em um ambiente dinmico. O tema roteirizao foi descrito na seo

    seguinte deste trabalho.

    2.2.4 Roteirizao

    Wu (2007) define roteirizao como o atendimento de ns da demanda geograficamente

    dispersos, sendo que, para cada ligao entre um par de ns, h distncias e custos associados.

    A fim de atend-los, utiliza-se uma frota de veculos disponveis que partem e retornam a um

    depsito central. O objetivo determinar o conjunto de rotas de menor custo que atenda as

    necessidades dos ns, respeitando restries operacionais, tais como capacidade dos veculos,

    durao das rotas, janelas de tempo, durao da jornada de trabalho, entre outros.

    Cunha (2000) menciona ainda que a roteirizao surgiu a partir do problema do caixeiro

    viajante, Travel Salesman Problem (TSP), o qual consistia em determinar qual seria a melhor

    rota para o vendedor de modo que ele sasse de um ponto inicial e retornasse passando por

    todos os locais necessrios. Para o autor, ao passar do tempo foram adicionadas novas

    restries ao Travel Salesman Problem chegando as roteirizaes dos dias atuais.

    De acordo com Waters (2003), existem diversas maneiras para traar a rota tima levando em

    considerao tais variveis. Trs dessas maneiras so consideradas como as mais complexas,

    simulao, sistemas especialistas e modelos matemticos A primeira a mais flexvel, por

  • 7

    poder analisar diferentes cenrios, j o segundo utiliza-se de um banco de dados especialista

    para auxiliar na tomada de deciso do roteirizador. No caso dos modelos matemticos, ele se

    destaca por depender menos da habilidade humana do roteirizador, podendo sugerir melhores

    resultados. A adoo de tais maneiras depende aonde ser implementado. Para o autor citado,

    todas as maneiras tiveram sucesso em empresas de setores diferentes.

    No caso da indstria de minerao a roteirizao acontece na alocao de equipamentos da

    mina, o qual resolvido por meio de um sistema de despacho, esttico ou dinmico, de

    caminhes (RODRIGUES, 2006).

    Este trabalho no tem como objetivo descrever quantitativamente os algoritmos de

    roteirizao, mas sim destacar os benefcios da implementao do sistema de despacho

    dinmico, o qual foi detalhado no prximo tpico.

    2.4 Sistema de despacho

    As empresas de minerao utilizam sistemas de roteirizao para traar as rotas para os

    diversos equipamentos da empresa seguindo alguns critrios referentes ao ritmo de lavra.

    O principal objetivo do planejamento de produo em uma mina a cu aberto a

    determinao de qual ritmo de lavra ser implementado em cada frente, fornecendo usina de

    beneficiamento uma alimentao adequada. Cada frente de lavra possui caractersticas de

    qualidade diferentes, tais como o teor de determinado elemento qumico ou a percentagem de

    minrio em determinada granulometria (COSTA et al., 2005)

    Assim, cada frente deve contribuir com uma quantidade para que o produto final esteja em

    conformidade com as exigncias do cliente que normalmente a planta de beneficiamento. O

    atendimento s metas de produo importante, pois uma produo superior requerida pode

    causar problemas como a falta de espao adequado em estoque e custos adicionais de

    manuseio, j uma produo inferior causa uma reduo na taxa de utilizao dos

    equipamentos da mina e da usina de beneficiamento, alm de multas contratuais pelo no

    fornecimento do produto (SACHS; DAMASCENO, 2004; SACHS; NADER, 2005).

    Para que os caminhes sejam alocados de forma correta, seguindo as diversas restries

    estabelecidas para o cumprimento das especificaes de lavra, as empresas de minerao

    adotam dois tipos de sistema de despacho: esttico e dinmico (COSTA, 2009).

    De acordo com Rodrigues (2006), na alocao esttica, os caminhes so fixados a um ponto

    de carga e a um ponto de descarga, ou seja, o seu deslocamento ocorre apenas entre esses dois

    pontos durante um determinado perodo de tempo. No entanto, esse tipo de alocao no

    suficiente para suprir as necessidades de uma mina, pois os pontos de deslocamento variam

    constantemente. Por exemplo, no caso de uma restrio em certo setor, tornando o acesso

    impossibilitado a uma determinada frente de lavra, os caminhes ao invs de ficarem parados

    devero ser alocados para outra frente, mudando o ponto de carga, otimizando o transporte de

    minrios.

    Para o autor, apesar dessa limitao no sistema esttico, a maioria das mineradoras utiliza esse

    sistema uma vez que se trata de algo simples o qual requer pouco investimento sem

    necessidade de recursos computacionais.

    No entanto, para contornar as limitaes do sistema esttico, companhias nesse ramo utilizam

    do sistema de despacho, que para Rodrigues (2006) um sistema de alocao dinmica, o

    qual sugere alocaes a um ponto especfico levando em consideraes diversos pontos de

    LuizMiguelRealce

    LuizMiguelRealce

    LuizMiguelRealce

  • 8

    partida e restries, como a quantidade de minrio requerido de cada frente de lavra.

    Para que o sistema de despacho de caminhes seja completo importante que o sistema de

    monitoramento dos equipamentos seja preciso e confivel, de modo que as operaes da mina

    possam ser otimizadas em tempo real (SACHS; NADER, 2005).

    Para Costa (2009) o sistema de despacho essencial para reduo de custos na roteirizao

    das mquinas em uma mina alm de garantir a qualidade do minrio e produtividade

    tornando-se algo estratgico para empresa.

    A prxima seo discute a metodologia utilizada nesse trabalho.

    3. Mtodo de pesquisa

    A fim de mensurar os benefcios da implementao de um sistema de despacho em uma

    empresa de minerao, este trabalho definiu os seguintes posicionamentos metodolgicos:

    Abordagem do problema: qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2008);

    Propsito da pesquisa: exploratrio (GIL, 2009);

    Procedimentos tcnicos utilizados: estudo de caso (MIGUEL, 2007; YIN, 1994) e pesquisa bibliogrfica (GIL, 2009).

    De acordo com Denzin e Lincoln (2008), a pesquisa qualitativa , em si mesma, um campo de

    investigao, envolve o estudo do uso e a coleta de uma variedade de materiais empricos e,

    como um conjunto de atividades interpretativas, no privilegia nenhuma nica prtica

    metodolgica em relao outra. Este trabalho utilizou-se de uma abordagem qualitativa,

    uma vez que para verificar os benefcios da implementao de um de sistema de despacho em

    uma empresa de minerao de ouro, foi indispensvel o conhecimento da realidade da

    empresa, trabalhando-se, portanto, com mltiplas fontes de informao, materiais empricos e

    atividades interpretativas, na gerao de informaes objetivas.

    A pesquisa exploratria visa a proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a

    torn-lo explcito ou a construir hipteses. Envolve levantamento bibliogrfico; entrevistas

    com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado; anlise de

    exemplos que estimulem a compreenso (GIL, 2009). Este trabalho utilizou uma abordagem

    exploratria a partir da pesquisa bibliogrfica realizada, objetivando ampliar uma melhor

    compreenso dos benefcios da implantao de sistemas de roteirizao em indstrias de

    minerao.

    Como procedimento tcnico, esta pesquisa, utilizou como mtodo o estudo de caso (YIN,

    1994), visando investigar o fenmeno da utilizao de um sistema de despacho como forma

    de promover uma melhor utilizao dos recursos de transporte em uma empresa de

    minerao. Este estudo pode ser considerado contemporneo, e dentro de um contexto

    extremamente aplicado na rea de gesto da produo e operaes.

    Os atores da pesquisa definidos para a coleta de dados foram o coordenador geral corporativo

    da rea de minerao, o gerente de planejamento, o gerente geral da minerao e o Chief

    Operating Officer da empresa.

    Como instrumento de coleta de dados foi elaborado um roteiro de entrevista semi-estruturado,

    contendo questes acerca das variveis de pesquisa ilustradas no Quadro 2. Relatrios de

    desempenho do perodo antes implementao e ps implementao tambm foram utilizados

    para caracterizar o estado das variveis, no caso indicadores de desempenho relativos

    LuizMiguelRealce

  • 9

    performance do processo de despacho.

    Indicador de desempenho Descrio Cculo

    Custo de transporte como um % de

    produo

    Mostra a participao do custo de

    transporte com a produo totalCusto de transporte/ Produo

    Custo de transporte por unidade

    expedida

    Revela o custo do transporte por

    unidade expedidaCusto de tranporte/ Unidade expedida

    Coletas no prazoCalcula o percentual de coletas

    realizadas no prazoColetas planejadas/ Real

    Utilizao da capacidade dos caminhes

    Avalia a utilizao da capacidade de carga dos caminhes

    Carga total expedida/ Capacidade terica dos caminhes

    Desempenho na gesto de transportes

    Quadro 2 Indicadores de desempenho logstico interno

    A figura 3 ilustra o processo de conduo do estudo de caso realizado, segundo o esquema

    proposto por Miguel (2007).

    1 Definir uma estrutura conceitual-terica

    2 Planejar o caso

    3 Coletar os dados

    4 Analisar os dados

    5 Gerar relatrio

    Fonte: Proposto pelos autores a partir de Miguel (2007).

    Figura 3 Processo de conduo do estudo de caso.

    A primeira etapa da conduo do estudo de caso consistiu em definir uma estrutura conceitual

    terica. Nesta etapa foi realizado um referencial terico de forma a resultar em um

    mapeamento da literatura sobre o assunto. Na segunda etapa, foi realizado um planejamento

    do estudo de caso, a partir da definio do instrumento de coletas de dados (roteiro de

    entrevista semi-estruturado e dados primrios), construo desse instrumento, e teste piloto do

    mesmo. O terceiro passo consistiu na coleta de dados, mediante permisso e aprovao da

    diretoria. Aps a coleta dos dados procedeu-se a anlise e discusso dos dados. Por fim, foi

    gerado um relatrio da pesquisa.

    Miguel (2007) constata que necessrio que o estudo de caso esteja pautado na confiabilidade

    e validade, os quais so critrios utilizados para validao da pesquisa. O estudo de caso,

    descrito conforme processo ilustrado na Figura 3 est detalhado na prxima seo.

    4. Estudo de Caso

    A indstria de minerao estudada possui uma mina de ouro, a cu aberto, localizada no norte

  • 10

    do estado de Gois. Tal organizao possui 387 funcionrios e segundo as informaes

    fornecidas pela empresa esta mina tem uma vida til de aproximadamente mais quinze anos,

    permitindo a produo de pelo menos 1.7 milhes de onas de ouro neste perodo.

    O estudo de caso foi descrito temporalmente a partir de dois perodos histricos:

    Perodo antes da implantao do sistema de despacho dinmico;

    Perodo ps implantao do sistema de despacho dinmico;

    4.1 Cenrio anterior a implementao do sistema de despacho

    Nesta companhia, como em outras empresas do mesmo setor, o minrio utilizado como

    matria prima para obteno de um mineral deve ser transportado de diversos pontos de lavra

    at a planta de processamento. No entanto, para garantir a eficincia do processo necessrio

    um padro do minrio, o qual obtido atravs da mistura de matria primas, em diferentes

    quantidades, contidas nas diversas reas de lavra. Desta maneira, o volume a ser transportado

    da extrao at a planta varia de acordo com as especificaes de cada frente.

    No perodo entre 2006 e 2007, primeiros anos de operao da mina, a empresa utilizava o

    sistema de alocao esttica de equipamentos para realizar a roteirizao dos veculos no

    transporte de minrio. Neste sistema, as rotas de cada mquina eram calculadas analisando as

    especificaes da quantidade necessria de cada mineral e o nmero de equipamentos

    disponveis. Cada caminho era alocado a uma nica rota, ou seja, permanecia deslocando-se

    entre dois pontos fixos, um de carga e outro de descarga.

    A partir da programao dessas rotas, um operador enviava informaes a cada motorista para

    a realizao do transporte do minrio. Caso houvesse alguma alterao nos pontos de

    deslocamento ou nas quantidades disponveis de veculos e/ou minrio, o responsvel pela

    coordenao dos transportes modificava as rotas com base em sua prpria experincia.

    Entretanto, a deciso tomada poderia no representar a melhor soluo, uma vez que apenas

    eram considerados os impactos locais sem analisar o negcio como um todo.

    Devido s dificuldades encontradas pelo funcionrio responsvel pela alocao dos

    equipamentos na mina, foi adquirido um software de despacho dinmico, o SmartMine.

    O SmartMine foi desenvolvido para realizar o roteamento de veculos em mineraes. Por

    meio de centenas de simulaes de mina. O sistema traa as rotas, orientado por um

    Algoritimo Gentico, levando em considerao a situao momentnea e as restries de

    mquinas e minrios.

    Neste sistema, os caminhes so alocados dinamicamente atravs da coleta de dados dos

    status dos veculos e das demais restries por meio de GPS e RFID. Desta maneira, o

    operador acompanha quase em tempo real o que est acontecendo, possuindo assim um maior

    controle da situao.

    Segundo o coordenador de planejamento estratgico da empresa, a ferramenta armazena os

    dados diariamente para serem analisados posteriormente, de modo a auxiliar na tomada de

    decises, como por exemplo, a quantidade de novos caminhes a ser comprada.

    4.2 Cenrio aps a implementao do sistema de despacho

    Com a utilizao do software, o sistema de despacho de caminhes passou a ser realizado

    dinamicamente. Neste novo sistema, a tomada de deciso por parte dos controladores de

    transporte deixou de ser baseada na experincia dos funcionrios sendo realizada, ento, de

    forma automtica.

  • 11

    Deste modo, a cada nova restrio ou mudanas nas variveis utilizadas para definio das

    rotas, o sistema reprocessava os clculos gerando novas informaes para o transporte de

    minrio. Por exemplo, no caso de um caminho quebrar, todos os outros eram realocados de

    forma a otimizar o despacho de caminhes. O mesmo acontecia quando uma barreira cedia e

    impedia a passagem de veculos. Nesse caso, outros caminhes eram realocados

    dinamicamente a outras frentes de lavras de modo a maximizar a utilizao dos veculos de

    transporte de carga da empresa.

    Os indicadores dos anos de 2006 at 2009, evidenciam os resultados obtidos com a

    implementao do software de despacho de caminhes no ano de 2007, como pode ser

    observado na Figuras 3 e 4, respectivamente.

    74,0%

    76,0%

    78,0%

    80,0%

    82,0%

    84,0%

    86,0%

    88,0%

    90,0%

    2006 2007 2008 2009

    79,6%

    83,4%

    79,3%

    88,0%

    Utilizao da capacidade de carga

    Figura 3- Coletas no prazo (2006 a 2009)

    Observando a taxa de utilizao de capacidade de carga, ilustrado na Figura 3, percebe-se um

    aumento na utilizao da capacidade de carga no ano de 2009 em relao aos anos de 2006 e

    2007. No entanto, no ano de 2008 houve baixo rendimento, mesmo com o software j

    implementado. Entretanto, de acordo com a diretoria da empresa essa queda no nvel de

    utilizao da frota aconteceu devido a falhas na manuteno dos equipamentos.

    Os indicadores de custo tambm apresentaram um melhor desempenho aps a utilizao do

    sistema. Os custos de transporte por tonelada transportada e pela produo de ouro foram

    reduzidos em 28% e 10% respectivamente, segundo os relatrios de desempenho da empresa.

    Em relao ao percentual de coletas no prazo, aps a implementao do SmartMine, observa-

    se um aumento considervel nos anos de 2008 e 2009.

    80%

    82%

    84%

    86%

    88%

    90%

    2006 2007 2008 2009

    87% 86%

    94% 90%

    Coletas no prazo

    % de coletas no prazo

  • 12

    Figura 4- Coletas no prazo (2006 2009)

    Alm da alavancagem no desempenho quanto s coletas no prazo houve outros ganhos.

    Segundo a diretoria da empresa, o banco de dados disponibilizado pelo sistema, possibilita um

    melhor gerenciamento da mina. De acordo com o diretor da empresa, com o histrico dos

    eventos ocorridos possvel entend-los de uma forma mais eficaz e assim resolver os

    problemas decorrentes dos mesmos.

    Outro beneficio proveniente da implementao do sistema de despacho de caminhes um

    melhor controle das mquinas da planta de processo. Para o Chief Operating Officer da

    companhia, com um nvel maior de coletas no prazo, as especificaes do minrio apresentam

    uma aderncia maior ao plano. Deste modo, todos os equipamentos da planta operam com

    uma eficincia mais elevada devido ao fato de eles serem projetados para as caractersticas

    pr-determinadas de minrio, as quais so levadas em considerao no planejamento de lavra.

    Segundo o executivo, h um ganho considervel no clima organizacional da companhia. Um

    nmero maior de informaes provenientes do sistema de despacho facilita o trabalho dos

    colaboradores da companhia em suas funes. Assim a chance de erro diminui gerando menos

    tenso nos trabalhadores.

    A prxima seo traz as consideraes finais deste trabalho.

    5. Consideraes finais

    A implementao de um sistema de despacho na companhia analisada pode ser considerada

    benfica para a empresa. Houve um aumento no nvel de utilizao da capacidade de carga

    alm da elevao das coletas no prazo e reduo dos custos de transporte da mina.

    Outros ganhos conseguidos com o software foram os dados histricos com alto nvel de

    confiabilidade, um maior controle do processo da planta alm de um melhora no clima

    organizacional da companhia.

    provvel que um nmero maior de benefcios tenha acontecido. No entanto, a empresa no

    possui relatrios de desempenho no perodo antes do uso do software, no sendo possvel

    atestar quantitativamente se houve uma evoluo no perodo antes e ps implementao.

    Em projetos futuros de utilizao de novos sistemas, a empresa poderia realizar um maior

    detalhamento do processo de implementao do software. Assim poderia haver reduo no

    nmero de atrasos, problemas e, por conseguinte nos custos.

    A fim de garantir uma melhor gesto da cadeia de suprimentos como um todo, a empresa

    poderia buscar integrar o sistema de despacho com os demais utilizados na empresa, como por

    exemplo, o de controle da produo. Segundo a companhia, estudos de viabilidade neste

    sentido esto sendo conduzidos.

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