benchimol. reforma urbana e revolta da vacina na cidade
TRANSCRIPT
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8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
1/29
eforma urbana e evolta da
Vacina na cidade do io de aneiro
aime enchimol
Pesquisador
da
asa
de Oswaldo ruzlFiocruz e Professor do Progra-
rna de P s g r a d u a ~ a o em Hist ria das ienciasda Saude
-
8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
2/29
Em fevereiro de 1906, numa
pra< a
recem-ajardinada do Rio de Janeiro, foi
inaugurado um chafariz de ferro oferecido por industriais portugueses, do
Porto, ao prefeito Francisco Pereira Passos, que cumpria os ultimos meses de
seu mandato de dezembro de 1902 a novembro de 1906).
o
discurso que
proferiu entao,
0
dr. Aureliano Porrugal, medico da saude publica, enalteceu
as vi
tori
as
alean
-
8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
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de cap ital , das ferrovias e navios a vapor - consagroll p deri
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Inglaterra, nao obstante outros paises, revolucionados
tamblSl11
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industria, despontassem como serios concorrentes.
As
exporta
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tal, sob a forma de emprestimos publicos e investimentos diret
s,
illlplil 0
naram a
m o d e r n i z ~ o
de economias perifericas como a brasileiranfl
II ''''1
1111
1.
metade
do
seculo XIX,
apardhando-as
para responderem aos
11
v s
rill I
de materias-primas e produtos industrializados.
No Brasil, esse processo teve outras dimensoes:
a b o l i ~ a o
d Cr< fi
0 II
greiro em 1850j
c o n s o l i d ~ o
polftica do Imperio; expansao do caf . gill'll
contra
0 Paraguai (1864-70); expansao demogrMica; e m p l i ~ o
gr. dnl
V.
do
trabalho livre, sobretudo nas cidades,
Na
decada de 1870, 0 imp 'rio
lil
D.
Pedro
II
e dos baroes do cafe parecia viver urn apogeu de grandeza ' .
t ,
bilidade, e 0 Brasil, seu destino de pals essencialmente agricola.
Rio til
Janeiro era 0 mais prospero emporio comercial e financeiro. No meS111 I'il
mo em que as fazendas
do
vale do Parafba absorviam 0 contingence finol
I
escravos
do
pals,
pdo
trMico interprovincial, abriam-se nessa cidade
1 1111
des bolsoes
para 0 trabjlho
assalariado. As novas
r e l a ~ o e s
de cr::tbnlht
viabilizaram urn saito de qualidade na c i r c u l a ~ a o de mercadorias, bas
I
economia urbana.
Nao
obstante a f o r m ~ o de manufaturas
important s,
setor produtivo continuava a ser urn apendice da
i m p o r t ~ o
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1948; Ferreira, 1996, 1999). Isso for ta lecia a ar unl tlLI\ III
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nativos para refutar a
c r e n ~ a
disseminada entre cur
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1111
cos eram irremediavelmente malsaos, degenerativos, illl\. ( 111111\ C
I
l i z a ~ a o .
A febre amarela aportou na capital do Imperio n v '1',\0
(ho Ill-II)
justo
quando
pareciam despontar nela os primeiros sinais
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que florescera nas zonas temperadas
do
Velho Mund , '1I1:dis:lllllo
I
~ o e s
que expuseram as entranhas de uma sociedade ainda p
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comprometida com a escravidao (Chalhoub,
1999,
p.
76). Ao
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providencias que consideravam de cunho cientffico, os higicni IllS I
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de conquistar e s p a ~ o aos defensores
da
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qu 'llelll,lV
o
chamado vomito
negro como m a n i f e s t a ~ a o da ira divina, a s r
:111.1
com rezas e procissoes. Em c o m p e n s a ~ a o para os fil6sofos mal 'l'i:dh.1
era
uma d o e n ~ a
importada
pelo trafico africano, daf sua relativa b llil . i
de para os negros idem 1999, p. 60-96).
Embora haja evidencias da
p r e s e n ~ a
da febre amare1a no Brasil I
1694,2 foi somente a partir de meados do seculo XIX que se tornotl II
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como
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III
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III
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de
novos
bairros,
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condensando na area
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I IlIlil\lI Slrlltllra material e as novas
r e l a ~ o e s
economicas capitalistas que
11111 ,C'
Ilrai l,avam,
As
ruas estreitas e sinuosas
eram congestionadas
pe
II H IlllVON f1l1xos
de
homens
e
mercadorias,
inclusive
artefatos de
ferro de
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porte, entre
0
terminal
ferroviario,
a
o rl a do
porto
e
0
dedalo
III
1(.lll(il da cidade.
No populoso centro
coexistiam
escritorios
e ban
I
lIN, 10j11S,
depositos, oficinas, trapiches,
predios
publicos,
moradias
par
tHldnr 'S
111 sobrados
e casas terreas, armazens freqiientemente associados
COI'I i ~ o s
e estalagens, velhos casaroes
aristocraticos subdivididos
em
,
IllOd
s exfguos e sujos para famflias inteiras de trabalhadores. Uma
1I11i11 idao heterogenea, flutuante, morava e
labutava
na a re a c entr al do
It io d Janeiro. Havia total contigiiidade
entre
0 mercado
onde
essa for
\,1 d trabalho, agora livre, se
punha
avenda e 0
mercado on
de as diarias
C
os '1 1I1hos
incertos
se
convertiam nos elementos
indispensaveis
a
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'm linguagem coloquial a r e l a ~ a o que os medicos cstabcl iam
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0 IIlc I
a umidade e
as
epidemias de febre amarela. Excetuando-sc s, nos I, I
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a 1869, elas davam com a regularidade de outros frutes saz
liniN, (,111(11
na e s t a ~ a o calmosa , aquela longa temporada de calor e chuvas I I
0111
~ a v a lei por novembro e s6 terl11inava em
m r ~ o
ou abri\. As :lllnlogiaN
1 0111
mundo
vegetal
nao
terminavam af: supunha-se que,
como
Olltras pl.lll .' ,
febre amarelase ambientavaa
p e r f e i ~ a o
nas baixadas litorancas,
'S\ i:111I1I1I1
nas cidades portueirias, onde as materias em p u t r e f a ~ a o de orig III vq',I'I,d
animal, constitufam humo ideal para ela.
As epidemias de
vadola
aconteciam, em geral,
no
inverno.
0
I
I
II
1
giu
0
Rio de Janeiro em 1855-56, na cauda
da
terceira pandemia
cl ,'1111
XIX,
e
na
decada de
1890,
pouco
tempo
antes de 0 Brasil ser alcan ndo I
outra pandemia, a da peste bubonica. A tuberculose, as disenterias n l l:d
II
e febres chamadas po r dezenas de nomes crepitavam como f1agelo
na capital e nas provfncias,
Os higienistas foram os primeiros a formular urn discurso arti IIlado
bre
as c o n d i ~ 6 e s
de
vida
no
Rio
de
Janeiro, propondo i n t e r v e n ~ o SHlni 0
menos
dreisticas
para
restaurar 0 equillbrio do
organismo
urbano. S (l I
tanos, como dissemos, eram considerados os principais focos de
exab
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miasmas, os pestfferos gases que causavam as d o e n ~ a s epidemicas.
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Mini terio do Imperio formou uma Comissao Central
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1 (,1 Ii
'n, . mp sta de oito membros da Academia, um professor da
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IIldllck d . M
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presidente da Camara Municipal, medico tam
111,
11,111
S
'I
'lIIbr ,cxtinta a epidemia, a Assembleia Geral criou uma Co-
II It Eng ' nh i ros,
que
durou
s6
ate
1859,
e
uma
Junta
de
Higien
(oi rcgulamentada em setembro de 1851. Com
pouco
pessoal,
IClI tll1 (1I1l ,:
S falta de unidade e recursos, nao resolveu os problemas sob
tic; Ida atll u
pouco
nas provfncias, Em
1886,
a
Junta Central de
Higie
l l(hli
'n
tr:lIlsformou-se em Inspetoria Geral de Higiene, dela se separan
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I I l ~ p 'I
ria Geral de Saude dos Portos. 0 raio de desses 6rgaos
I
I
illgin-s a cidades litoraneas, com total predominancia
da
c a b e ~ a ur
d pars, 0 Rio de Janeiro.
( NIllcdicos que se ocupavam da higiene publica situavam as multiplas
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febre amare la e de outras
o e n ~ s
epidemicas, de urn lado, nas
I'l'disp i oes organicas dos indivfduos, de outro,
no
meio ambiente - tanto
11111 \ll cza
daquelas
lati tudes t6rridas,
consideradas
como
hostis
a
j l I 1 : l t : \ ~ i i o do europeu,
como
0 ambiente artificialmente criado
pelo ho-
'III 1l0S cadinhos em e b u 1 i ~ a o que eram as cidades oitocentistas, Os
corpos
10 'ntes eram perscrutados
por
meio do ferramental da clfnica e das novas
238
239
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nas igrejas,
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todos
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monturos de
l ixo e valas a cel l
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1l.ldOllr lIgues,
mercados eram perigosos tanto do
ponto
de
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Ids alimentos
como pOI'
serem potenciais
corruptores do ar;
Illhi i
':\S,
h spirais e pris6es igualavam-se
na ausencia de
regras
h i g i i n i c ~ s
c
dill i pli nn r ; as r uas e s tr ei ta s e
tortuosas
dificultavam a r e n o v a ~ a o
do
ar e a
p
'11('1 mc;:1
da luz
do
sol ; as
praias eram imundos depositos de
fezes e l ixo;
qll Ise nil havia
p r a ~ a s arborizadas
no
Rio de Janei ro , que
era assim como
'orpo
scm pulmoes,
s II igienistas
puseram
em evidencia a maior
parte
dos
nos g
dios
que
1111
('l1l;l'nhciros
tentariam
desatar, A
cidade
edificada sem
meto- 0
e sem gos
In I ,v 'rill SCI'
submetida
a u rn plano
racional que
assegurasse a r e m o ~ o dos
pnlll'l's
tin area central,
a
expansao para bairros
mais salubres, a
i m p o s i ~ a o
dl lit I'Inns para tornar mais higienicas as casas, maislargase retilineas as ruas
c'll',
1\1 ja
los
em
i n s t i t u i ~ o e s
cuja
capacidade
de
influir
nas decisoes
do
Esta
do
'
tI
capi tal foi muito menor do
que supoem
os
historiadores de
vies
lOll
'lIultiano, os higienistas,
ainda
assim,
contribuiram para que
fossem
pro
IIl1dgadas as primeiras leis
regulando 0 crescimento da
cidade.
Ainda que nao
'Ilham
conseguido
deter
as
epidemias, ajudaram
a
promover m u d n ~ s
as
v 'zcs substanciais
t an to nos pad roes de
sociabilidade
como
nas formas de
r I n i z a ~ a o do e s p a ~ o
(Machado,
1978;
Costa,
1979;
Rodrigues,
1997),
A
Illcdicina social
que praticavam mostrou-se
eficaz,
sobrerudo, na sedimenta
de
urn discurso
sobre 0
urbano cujos
argumentos
se
repetem,
ate
0
co
do
seculo
XX,
em
tudo 0 que escreveram os
engenheiros,
politicos e
atores
sociais, Esse
discurso infiltrou-se no senso comum das
eli tes e
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dade
do
Rio de Janeiro.
Viajou de novo
para
a Europa em
1880
e visit
11
bri
':IS,
t'llIJlI
I I, t il
transporte, siderfugicas e obras publicas na Belgica eH landa. Erll
:11
ril dc' IHH I
foi contratado como engenheiro consultor pela ompagn i 11
,'nlc'
tI '
Chemins de Fer Bresiliens, constitufda pOI' Gustave Delahanl
pI'
pl'i'l IIi i
dos ate li es de Bacalan, em Bordeus , e Aime
Durieux, dirNor d. S
i 1
Anonyme des Ateliers de la Dyle, em Louvain,6 Passos fixou-se n Par:ln, It)
regressar, e quando a ferrovia entrou em operarao em 1882
as
.
, ,surnlll , 11
de.
J a n ~ l r o
a
~ r e s i d e n c i a
da
Companhia
de Car ris (Ieia-se b nde ) de
Sao Cnstovao.
DO s
anos depois, adquiriu
para
ela
0
projeto de uma avenid:l
elaborado pelo arquiteto italiano Giuseppe Fogliani. A ser executada
no
centr
da cidade, era
a n t e c i p a c ~ o
futura\avenida Central, que seria realiza
da em sua ges tao como ~ r e f e l t o V l l t ~ ano\ depois.
No
Congresso, 0 proJeto da avelllda fO
apadrinhado
pelo senador Fran
cisco,Belisario S o ~ r e s de Sousa, que
o ~ ~
Passos em sua ultima via
gem a Europa.? Tmham ficado impressionados com
as
renovac;6es urban
as
no Velho
Mundo.
Nao se pense no Brasil que somente as capitais ricas e
p o p u l o s a ~
se lanc;am em tais empresas, nao: e urn arrastamento geral que das
grandes cldades partiu para
as mais pequenas, sao obras consideraveis em
preendidas ao mesmo tempo em toda
parte,
com
0
fim de salubridade co
modidade
e
beleza. Os
discursos de Soares de Souza
(1882
p
122 ' )
. ,. e segs.
martelavam Idelas a que boa parte das eli tes ja havia aderido: era urgente
submeter a cabec;a urbana
do
pafs a cirurgia
tao
drastica
quanto
a executada
pOI'
Haussmann em Paris. As grandes empresas a executariam, cabendo ao
Estado a tarefa de conceder-lhes privi legios jurfdicos e fiscais inclusive a
garantia de juros
que
dava
as
empresas ferroviarias, para que f ~ s s e viavel e
lucrativa a
o ~ e r a c a o 0
senador tomava
como
exemplo Bruxelas,
onde
uma
e ~ ~ r e s realizara excelente neg6cio
demolindo
todo urn bairro
popular
e
edlfIcando, em seu lugar, urn bairro burgues. Lamentava a situac;ao do Rio
de Janeiro, cuja populac;ao era vftima de
toda casta de febres que a natureza espalhou pelo mundo, a
come11
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de
terra, demolier-cs, onStI'lI'; , III III
ga
escala, tudo isso constil:uindo, como esabido, fat
rcs
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I II 11111
baerno no seio de uma sociedade bem consolidada, m II1nis (Wil
I II
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de
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aglomerado efervescentee instavel [00'] em plena
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Superando
as
epidemias anteriores, a febre amarela abriu t I I l l
III
0
ell
I,
I
I
I
mortos em
1891,
sobretudo nas freguesias centrais, onde I'll m,liol (111111111
1 0 de
h a b i t a ~ 6 e s
coletivas, conceito que abrangia, sobretud
'Oil
I II I
lagens e casas de comodos,
a s , v e z e s , t ~ m b e m
q u a r t e i s p r i s ~
,lc'lIlloll 1111 ,
manicomios, hospitais etc, vanola Vlt1mou
3,944
habltanrc ,
A III d I II III
responsavel
pOl'
2,235 6bi to A tuberculose , na o menos rer r v
1
l
till
I
inacessfvel a uma profilaxia rigorosa , ceifara
2.202
vidas em 18 0
('
,I
1 1
no ana seguinte.
Segundo Bento
o n ~ a l v e s
Cruz, fazia-se
tudo
quanto era ra
i
n.lIlIcll
te aconselhavel para reduzir
0
impacto dessas
d o e n ~ a s
- visitas cor r
aumento das a c o m o d a ~ e s dos hospitais de isolamento, d i s t r i b u i ~ a I ,I,
'p;:C6quias de medicos para fiscalizar as c o n d i ~ 6 e s de higiene etc. -funda IN
sim, reconhecia
0
insucesso bem pouco lisonjeiro dessas medidas,
Al
'
()
c o m e ~ o de
1891,
escreveu 0 medico demografisra Aureliano Portugal, pll
recia ser uma questao inteiramente resolvida e elucidada 0 magno pI' bl I IHI
do saneamento da cidade do Rio de Janeiro [... ], 0 acordo entre os higi lIis ..
tas brasi leiros era, pelo menos aparentemente, unanime, A e x e c u ~ a o dlls
medidas propostas pelo
II
Congresso de Medicina faria surgir, como sc d II
ultimamente em Napoles, uma nova cidade salubre e higienica, em substitlli
d I III \
d.
jlPJl111I II. 1,1 \Ild. 1IIIIIId
II.
P II \ I Ip I d II
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do governo
republican
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I III II I hosn slibslilllill u ro , omo Jastro das emiss6es bancarias,
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dildos dlt d vi h f I ral, atribuindo a bancos de tres regi6es geogdfi
::IS
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II I illd.ld
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'1I1itir bilhetes com valor monerario, Surgiram, enrao, num
0
1'/ 1I1J1rCNilS merciais e indusrriais, houve desenfreada e s p e c u l a ~ a
II I loiN I
:\ 0
,b de dois anos, falencias e
i n f l a ~ a o
incontrolavel. AI m
il l Ill'gocinrem projetos como 0 da
grande
avenida (Vaz e
Cardoso,
1
'
111 ), fll1l1bram-se diversas fabricas de bens de consumo
corrente.
Com
II
I pl'i
III iI
I v o l u ~ a o industrial inglesa, 0
setor
de ponta
era
0 de
f i a ~ a o
I Ic' : tg 'Ill, que se i ns ta lou em bairros afastados
do cen tr o d o
Rio de
/ , lI lr i l o. A p r o d u ~ a o de carateI ' a rtesanal e
manufatureira
expandiu-se,
I IIlIh I l l , na idade Nova, na orIa
portuaria
de Saude e Gamboa e em Sao
.,ISI
IV:
,
bairro que perdeu
0
antigo prestfgio aristocratico, converten
In NC 111 densa zona industrial.
(;1' 'sccram os bairros residenciais servidos pelas linhas de bonde, ao suI e
10 III
rt
e os suburbiosmais distantes, ao longo dos eixos ferroviarios. Ape
,ll'diss
epicentro da crise era ainda, e cada vez mais, 0 miolo do Rio de
/,111 'ir , a Cidade Velha e adjacencias, onde progredia a c o n d e n s a ~ a o
poplIbcional em h a b i t a ~ 6 e s coletivas e onde as epidemias causavam devas
I It;
'S
jamais vistas, exacerbando a fama internacional que
0
Rio tinha de
'i
hde
empestada e mortffera,
No relat6rio da Inspetoria Geral de Higiene Publica - transferida, na
t 'ptlblica, para a esfera municipal-, de janeiro de
1891
a maio de
1892,13
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m tese sobrc A veiculafJo microbiana pelas agllis
E,
jan ir de 1893, Oswaldo Cruz casou-se com Emilin dn
JlOl1s('(
.1
I
lit
I d ' 11111 rico ncgociante portugucs, e com cia teria seis
filh
5. A II
, (
lid I
d I, pI vel' a subsistencia da familia levou-o a assumir a clfni a do
IHI
Ill
fal cra no ano anterior, meses depois de assumir
0
cargo de illNI '10l
/II I
I
d . J-[igiene. Em agosto de 1894, Oswaldo Cruz conhecel1 scu full1ro II
(jill
I
f , 0 dr. Salles Guerra,
numa
conferencia medica a rua Jardim
B t.
lIil II
pareceu-me modesto, timido, pouco loquaz , escreveria Guerr. (I '10, p
25). Tinha 22 anos e ja e ra pai de uma men ina de meses, que ad 'II dhl
dcpois. Chamado para examina-Ia, Guerra deparou, em ampla saln 10 t I
reo, com provido laboratorio de analises e pesquisas, aparelhad 1 111
I
I
pensei eu, para 0 numero provavel de exames que profissional til
jove
II
poderia ter [...]
Nao
escapou a Oswaldo Cruza minha Tacita surprcS:1, I'
1111
diu logo: 'Foi presente de meu sogro, presente de casamento'' ' .
Em 1896, com a ajuda do sogro, Oswaldo Cruz viajou aFran a par I C
a p e r f e i ~ o a r
no Instituto Pasteur, Tenciona estudar apenas a bacteri
1\11
suas a p l i c a ~ e s asaude publica, mas repetiam-Ihe [...] laboratorio e ba I I 0
logia nao rendem para a m n t e n ~ da familia [. ..] receoso e mal cony nj 10
sedecidiu pelo estudo da urologia apesar de 'abominar a clinica domicili. rin '
Ao relatar os dois anos de permanencia de Oswaldo Cruz em Paris, lIl'll
lid,I 1111111\ IVIIIIII dl
I
111 111111 III
1111111
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prim iro in'lll riiO
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I
III
IHHO
(Os
i laria
m l ri e
depois denominado Plasmodilllll
/( ).
IIl1t .,
fOrtlll1
alguns epis6dios do conflituoso processo transcorrido nn
i H1.1
dl'
I
H( 0, cnvolvcndo diversos atores sociais em desacordo sobr
111110,
til'o, :1 profilaxia e
0
tratamento de o e n ~ s que grassavam nos
Cll
II I ball Sdo Sudeste brasileiro ja convulsionado pelo colapso da escravi
II , II I ll XIIrrada imigratoria, as turbulencias politicas decorrentes da
I I I ~ I t ; f i o
do Republica e as turbulencias economicas associadas
a
crisc
I
II
( : II
ssa r e v o l u ~ a o industrial retardataria ,
Ollt I () ' pi s6dio bem documentado foi a chegada da pes te bubonica a
111
1899,
e os conflitos s u s i t ~ l o diagnostico feito
por
Adolfo
Vit:ll Brazil,
Chapot
Prevost e 6swaldo Cruz, e
contestadopelos
clini
I' ,
mcrciantes daquela cidade portuaria, que escoava grande parte da
odtl(;iio cafeeira do Brasil (Telarolli, 1996; Antunes
et
i 1992). A peste
)11
a
c r i a ~ a o
dos institutos soroteriPicQ.-d(Butanta e de Manguinhos.
pri ll l ' iro, chefiado por Vital Brazil, logo se desprenderia do Instituto Bac
1 iol ) i 0 de Sao Paulo, singularizando-se pelos trabalhos fundamentais na
do fidismo. Oswaldo Cruz assumiu a d i r e ~ a o tecnica
do
Instituto
2 50
HIIIII
I
II I
11111
I II I V
II
I. I I, I I I .
III /I
I I I\IA I JI
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11111 1111 I(
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II I III \11110 d 1'100,
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8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
12/29
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III
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Ill, I' II
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1111'
III III I I III VO VOIII II l Iolf II
I'll II tI, 111111 10 II
01111
l 1I1l'1I10 do
1\0VlIIIO
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np s a 1110rte do
ministro
da
ue rra, marecha l Car l
s
111111110
de Bil ll
ourt,
m
c o n s e q i i ~ n c i a
das facadas desferidas pe lo
II )II
\.111,
Mnr
Iin
Bi
po de Melo. Salles Guerra alonga-se no
relato
da
t 0 Dr yills,
qu
, cm 1898, cindiu a F r a n ~ a em
dois
campos host is , um
Itlo (0111 as (01 as de r e a ~ a o polftica, militar e anti-semita, outro for
1.10
pi 1.11i l. orr IItes libcrais e socialistas galvanizadas
pelas
audaciosas pa
I do C1'ilOr
Emile
Zol a. Foi um l evedo
que fez
fermentar os animos,
t 1IIII'II1e
OIllO
a
revolt
entre nos , e sc reveu Oswa ldo Cruz. o n h e ~ o
I, i ll lc ira s face ladas
pela divergencia das opini6es
em ta l
assunto.
()
waldo r uz ( re qi ie nt ou 0 Ins ti tuto Pasteur em pleno
boom
de
desco
( It , Ik
mi
organismos patogenicos
e
quando pareciam ilimitadas
as
pers
0
IIv
N
II: 0 apenas das
vacinas, para
a p r e v e n ~ a o de d o e n ~ a s
infecciosas,
I I
l.ltllb Ill da
soroterapia,
com fins curativos, com base na tecnologia
re
II I d( Nl nvolvida para 0 tetano e a
difteria
pOI'
Emil
von Bhering, Shibasaburo
11.1 ,110 ~ m i l e Roux, e pOI
este
apresentada ao VIn Congresso Internacio
II
(It-
Iii Ii ne e Demografia, realizado em Budapeste, em setembro
de
1894,
Ao I
C
ressar
ao Brasil, em 1899,
Oswaldo
Cruz
montou urn consultorio
In
nr,:as geniturimirias e
urn laboratorio
de
analises
clfnicas - 0 primeiro
C
Ipital - na travessa de Sao
Francisco,
atual rua
Ramalho
Ortigao,
Sua primeira experiencia importante como bacteriologista a s e r v i ~ o
da
Itld Pllblica
teve lugar antes
da
viagem
a F r a n ~ a pOl
ocasiao
da
epidemia
S('11 (I I
4)
dCIi lIil1n
''t
olllngiol1iNllIO
1 01111111\11111 ..
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da ( bl l :1111111
II,
1/11 permitia
cxplicar
archer az nal e a e pecifi j dad g r. fit I dlt dt II
S gllnd
a oden theorie (teoria do s
10), para
qu
0
rress \111UI qllde
111
ram
necessarios
quatro fatores: a lcm do germe, d e t c r m j n a d n ~ (Olldl
rclativas
ao lugar, ao tempo e aos
indivfduos. POl'
si
s6,
0 g rn l
11:
( ),
II I
I
n d o e n ~ a 0 qu e exclufa 0 contagio direto, A
suscetibilidad
j
Il
livid
importante, mas
variaveis
relacionadas ao
clima
e a o s ol o c ram i l l d i ~ p l II
veis para
explicar tanto os acometimentos
como as
imunidad
s
de
illdiv dlll
e
regi6es:
tais
variaveis
agiam
sobre 0 germe , que
amadurc ia
Ir 1111 10
maya em
materia
infectante de
maneira
analoga a transformas;ii
eln S
lilt
I
em planta,
Para os partidarios
de
Pettenkoffer no Rio deJaneiro
- 0
citad AIlI I'll
Portugal era urn deles a insalubridade urbana deitava rafzes n p,III.1I1
abafado que
existia debaixo da cidade, reple to
de
materia organi
a
{'I ll
I l
t r e f a ~ a o ;
quando exposto as
o s c i l a ~ 6 e s
do
lenr;ol d agua
subterran ,1111
II
te
os
ver6es chuvosos,
ativavam-se os
germes
la depositados
e
clo Ii II II I
epidemias
(Benchimol,
1999, p, 249-298;
Hume,
1925,
p,
350-39 ), ) .
neamento
do
solo e a drenagem
do
subsolo
do
Rio de Janeiro
foram,
11
as
medidas consideradas mais urgentes dentre aquelas votadas no S 1:\11111
Congresso Nacional de Medicina e Cirurgia , em 1889, para sanear a ,tpll,
brasileira,
Em
1892, Floriano
Peixoto,
chefe do governo republ ican
pi OV
sorio,
tentou contratar Pettenkoffer
pa ra que
arrancasse a
febre amardll
d
solo da cidade ,u
Foram sondados , tambem, Emilie
Duclaux,
SUCCS5(
I'
d
Pasteur na d i r e ~ a o do
instituto parisiense;
Rubner, di re tor do InstitllW d
Higiene
de
Bedim;
Friedrich Loffler,
descobridor
do bacilo da difteri:l;
('
2 5 3
-
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13/29
II
II 111'1111111
1111
II II II II
1111111111
II Vil l i
II
V
I lilA II
111111111
1111 11111 III
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I 11111 II I III I I II I I . t l l l l t l l ld AI IIld I II lilt
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1111
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do Rio de
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j1
I ~ S
1111
,Ii
tol1l nce n cncallfo
do
micr6bi
da
febre amarela e,
t i l l I (III
()f',I '1'1:1 d
h:lIna
10
bacilo
icter6ide, Meses
depois,
iniciou
em
Sao
I l ldo (cSI 's d amp
de
urn SOl O curativo. Seus lances
rapidos
obriga-
I
IIIl
OII lll'
b:1
I 'ri
I
gi tas bras ileirosa
destamparem
os
resultados
parciais
fill lis
nl al l :Jd
s
no mesmo ter ri torio de pesquisaY
A OJ illiiio pllblica
do Ri o
de
Janeiro
e
de out ras cidades
ja ass imilara a
III
Iii
II ) Ie
CI ' a (
bre
amarela era causada pOl
urn
dos microbios
inscritos
na
11\ 'lid I do I 'bate
cientffico
ou,
quem
sabe,
nao
descobertos
ainda. Orelati-
VII
lOllS 'n
fundamentado
na
teoria
miasmatica
a
respeito do que
se devia
f il l. I pnl'n higienizar portos
como
0 Rio
deJaneiro deu
lugar a urn impasse e
II
111
I
'Ill p olemic as
sobre
os eIos
que
deviam ser
rompidos
na cadeia
da
ill ,dill ridade urbana. As escolhas variavam
conforme
os habitats e as neces
.1
In
I
'S
I,
ada germe incriminado,
e
0
ponto de
vista
dos
varios
atores
so-
i lis intcrcssados na reform
a
do
espac;o
urbano.
A
n
va sa fr a de
germes
da
febre
amareia
foi
recebida com
exasperaC;ao
p
,I:IS
ntegorias sociais e profissionais
que pressionavam
pelo
tao
esperado
1,111 'am nto do Rio de
Janeiro.
A
i n c a p . a c i d a e J e d ~
medicos
de
decidirem,
inlmmllros e interpares
quem
havia
encontrado 0
meiO'de desatar
0 no g6rdio
tin sa (Ide publica brasileira levou, inclUSIve,
a
proposilfaO, no
Congresso
e
na
impr I1sa,
de
t r i b u n a t S n Q _ q u a i ~ J U l ~ t a o pudesse
ser
dirimida.
Em maio
de
I
H 7,
as vesperas
da
conferencia
de
SanareIIi,
0 deputado Inocencio
Serzedelo
:orrca,
urn
dos
Ifderes
da Sociedade
Auxiliadora
da Industria Nacional, pro-
p s
Premio Pasteur ,
a
ser concedido ao
bacteriologista
que apresentasse
2 54
P
1111
I /1 1111
111
t i l l
II
II I ti l 1I11llliti IlII til MI til I I I t l t l I II til ) /111
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I
11110 1'111 d
1I( liJlI do
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HIIIl
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8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
14/29
II II I 1 I I I II I t i l l
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IllJlOIIIlIlI
I I I d I
Empresa Indus tr ia l de Melhoram ntos d BI .
ii,
filII
In 1\
01 1 lfl
l
)( )
III III
engenheiro Paulo de Frontin, que, em novembro d J 0
SSlIndll
II du / II
da Comissao Construtora da Avenida Central . Os pianos d II, 'nlpl I
tfpico produto do Encilhamento, serviram de base as obras pI j
I n d n N ~
Il
pervisionadas
pe1a
Comissao das Obras do Porto, nomeada pd o ministr do
i a ~ a o Lauro Muller em janeiro de 1903,27 Para a execw;ao dos trabnlholi
f i contratada a f irma bri tanica
C.
H, Walker, que construfra as do as
I
B
'nos Aires. As obras
do
porto
do
Rio de Janeiro, iniciadas em m a r ~ o d '
1904 conclufdas so em 1911, representaram urn
contrato
de
4.500.000
libras mobilizaram, regularmente, cerca de dois mil operarios.
Az na portuaria inspirava r e a ~ 6 e s duplices as elites: repulsa aos perigos
-
8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
15/29
\I
1111
II
1111'11111 II N il
Cidade VelhaY As d e m o l i ~ o e s c o m e ~ r m cm 2 I {.y '1' 'iro
d
I
(0 1 I I
dias antes da solenidade que inaugurou as dragagcns pnrn a IlSt
111,,10 10
novo
porto
(Ferrez,
1983,
p.
29-31).
Milhares de pessoas
fi
aram d 'snll'ig ,t
IS
e tiveram seu quadro quotidiano de existencia pulverizado pelas brns,
pt -
las normas e p r o i b i ~ o e s que foram instituidas concomitantementc. g l l l l 10
Oliveira Reis
(1977,
p.
22),
foram demolidos
700
predios. Eulalia Lob (1 78)
v.
2,
p.
504)
fala em
641
casas de comercio desapropriadas.
Quando 0
eixo da avenida foi inaugurado, em
7
de setembro de
1904,
a
imprensa divulgou os vencedores do
concurso internacional de fachadas
,
s I i nadas com base em criterios que visavam a elevar aque le
e s p ~ o
ao
, pi ,
dn hi
rarquia arquitet6nica da cidade.
29
POI' volta de
1910,
jase tinham
. li(i
'n
I os
pI'
'dio monumentais da avenida, quase todos exuberante
Illt'llll' . ti 'os, de l jas, clubes, hoteis, jornais e
do proprio
Estado,
como
a
1\ coin Nn 'i nat
Ie
Bclas-Artes, a Biblioteca Nacional, 0 Supremo Tribunal,
o
Jlnl
'io
Monr
ceo Teatro Municipal, majestoso decalque do Theatre de
1'(
I
n,
d ' Paris, projetado pelo filho do prefeito, engenheiro Francisco de
liv ,ira Passos. Ao mesmo tempo, no suburbio de Manguinhos, edificava-se
11m
m
numento
geograficamente desgarrado,
0 imponente
castelo mourisco
qll ainda surpreende quem adentra a cidade pelas movimentadas avenidas
qlle hoje 0 margeiam. onstruidopelo diretor-geral de Saude Publica
para
alojar os novos laborat6rios do instituto soroterapico, que logo seria batiza
do com seu
nome
- Ins ti tu to Oswaldo Cruz equiparava-se aos palacios
da ayenida Central pelaemergencia volumetrica e requinte decorativo, Cons
ciente da relevancia
que
as
fachadas tinham
no
imaginario
da
epoca, Oswaldo
Cruz usou-as para legitimar junto
a
opiniao publica a
i n s t i t u i ~ a o
de pesquisa
que implantava, tomando como modelo 0 Instituto Pasteur de Paris (Stepan,
1976;
Benchimol,
1990).
A MUNICIPALIDADE
NA
RENOVApacabana, Ipanema e Leblon, oncle
se
edificavam
as
mnis IH YO
I (
d I
' ias burguesas. Um segundo eixo de c i r c u l ~ o atendeu a tr, Ill) 1 llidlll I
I
intenso
entre
os bairros das zonas suI e oeste.
Come
nnc 110 11111'11 d
Lapa, a avenida
Mem
de
Sa
a traves sou a esp lanada d m
1'1' I )
S
I I ld l
demolido para 0 aterro do porto, terminando na Frei an :1, 1111 1I10V
mentadissima. Dali part iu a avenida Salvador de Sa,
para cI
alII:
tin IIH
Estacio de Sa, que foi alargada ate 0 largo do Estacio.
Varias outras ruas foram alargadas e ou prolongadas pela PI' f
r
il\1I I
ti
modo a formarem duas arterias conectando
0
centro aos largos do list. ( II
do
Matadouro p r ~
da Bandeira),
pontos
de convergencia da
Sind
H
vinham dos suburbios
do
oeste e noroeste. Cruzavam
0
largo da
:11 10
I (
p r ~ Tiradentes,
onde
desembarcavam os passageiros dos boncle In
Z()II
Norte, Ligando tres p r ~ s -
15
de Novembro, Tiradentes e R p{,blil
I
a primeira arteria resuitou do alargamento das ruas da Assembleia, ,rim I
Frei Caneca, convergindo com a avenida Salvador de Sa. A segun
h
n
t
II
requereu
0 alargamento e prolongamento da rua Estreita de Sao J IltI'
que, com a rua Largade Sao
]oaquim,
se transformou na avenida M:lI
Ill
Floriano.
Com
a Visconde de Inhauma, tambem alargada, formou um co,
,(
dol' ligan
do 0
Cais dos Mineiros,
junto a
Aifandega, ao largo de Santn Ril
I
a
e s t ~ o da Estrada de Ferro Central do Brasil, na da Repllbli a. I
i1
ate 0 largo do Matadouro, margeando 0 canal do Mangue, seguiam as I ll
259
-
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16/29
1111
II 11 1/11111 N il
Visconde de It alma e Senad r Euz bi :
f
1 I11:Ir:lI11 n
111(118
III1POI t 1111 V
il
dl
c o m u n i c a ~ f l O da Zona
Norte
com 0
Centr
atc a ab I tlll n In i1vcllid \ 1 1
dente Vargas, que a soterrou na decada de
1940
(Lim:), J
0).
o
planoda Prefeitura contemplou, ainda, as c o m u n i c ~ ~ s I
I1tr (
01\1
a zona portuaria, separada da cidade pela parede formada pel S 111
rr l I l1 l l l1 l1Hl l ld id l
1 1111
1
1
1
I I I ,
III
pi OVI
it l dOl
I I
II
\ 0 ( tltl
1111 111
II I I I I I l pi ,,1110 I I IV I I I I Ill \111\
111\jIIIlIO 101l lpi II I illOl : 0 III I t lI I I 11111 11) 11111
111111011\1 II
1111\ I
III III I l l ) , l i I hll 11,1111 ()Ill I) l i l l l l l i j 1111
l l lO
II
oll
\ p(tllil I i I 1111 I
dl
II
lIlI
t 1111 I, COllsll lIC; ),101 n l l l n lO, I
Ibd
IIlI S ( jll l)OI t 11101 I ,d 111\111 \
I qlliptllll I lOSj tllll I Nas de NCl vie; lS I (Ihli ( S III p:\rti IIIiii I pod I
II
1 I I\ltl
l l ld
I )w r I , nl lI l d I1I0ll( p li:l.:l1
rn
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1)(1
1
1 1\ II .I I
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Ii In
mbnr ar
,S ,
a t1 .( nin qllns lodo () InlllSp )1 1 (II t
VII II I I
II Ide.
Na a rea nt ra l residia 11 g rdi d, r n
V:I
fi
lIrbnl1n:
I
10
1
1
I II
1I l1m njunto s ialmente diferen iad de up:\tIl S 10
..
P
1, (
111 I 11
prin ao pOI outros grupos, depoi de ser modifiead
vn l 1 11:
Ido P 10 1
11
I
res
pllblicos. Os
melhoramentos
atingiram rens s .\ .
i(
1\ Id
I 111111
II
01 jetivo de desarticular a trama de r e l a ~ o e s uja p e r l a n ~ n
-in, III
SI 1011\
\I
I
in
ompatfvel com a cidade requerida pelo grande api lnl , . 0111
\
, pH
requerida pelo Estado republicano. Na linguagem COI11 ql l os lid unlt,lll
till
cpoca justificavam esse proposito, as c o n t r a d i ~ o e s reais de inl I S I
1111
dissimuladas pela o p o s i ~ a o de gostos arquitetonicos, pela ntrnposie;
0
II
t6rica entre predios modernos e higienicos v sus edi fica 5 :Inti Sl t \ I
repugnante; eidade civilizada e cosmopolita em lugar da cidad 1 01011
rotineira...
Foi precise arrancar do Congresso, a duras penas, novas I is \ l lilt
r issem ao Estado os mecan ismos jurfdicos e os recursos f inan ir)N p II I I
obI a de
d e s t r u i ~ a o
e
r e c o n s t r u ~ a o
planejada, A mais
importante
f in
II
d
novembro de
1903,
que modificou a base de calculo das desapr
pl i
e; H I
autorizou 0 executivo municipal a vender, em leilao publico, ou
pernl111,11
,I
sobras de terrenos desapropriados, Pode, assim, repassaI 0 solo val 1. Ido I
novos adquirentes, abrindo campo a firmas de arquitetura e constru
-
8/11/2019 BENCHIMOL. Reforma Urbana e Revolta Da Vacina Na Cidade
17/29
II I
II
I I I Nil
11111111 I
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till
I J lO
I r d . v ntnd , vnrriam a p eira d s me quinh sinter s es hostis
111111
0ljl'(\ so. N omp.
clv
'm'irio, situavam-se tipos estercotipados:
I
I Id (ollillistl r tin ir c rcvoltado,
Os
contelldos a de s atribufdos
Ip Il l
'111 t i t mnn 'ira lara e saborosa no romance do escritor paraibanoJose
VI
II I,
0
/lot
V fix (s
bre a ambiencia cultural, vel' tambem Sevcenko,
I I /I i \ ).
NIlIlI('nt o p presidente da Republica, Pereira Passos
tomou
posse como
p ll
1 to
do I ist ri to Federal em 30 de dezembro de 1902, Urn dia antes, 0
;011 I l ito Muni ipal foi suspenso, pOl' seis meses, para que pudesse legislar
IIf II (Ir f r l (S 'realizar operal roes de credito it sua revelia. Verberando 0 estado
d li o liB idad e a d itadura do prefeito, os deputados da oposil rao e a im
JlI II
,
OilS 'guiram retardar a
votal rao
do projeto de lei que prorrogava seus
11I1I1t'1 es
ex
'pcionais ate que
se
consumasse a e1eil rao dos intendentes, em ju
1110,
M Sill a im, a reforma dalei o rgan ica do Distrito FederaJ,3 em novem
III 0 I U :l prefeito os poderes para desencadear as obras,ate entao executadas
III
r i l l n ) lento (Benchimol, 1992; Rocha
&
Carvalho, 1986; Abreu, 1998).
A
'ontnltal rao de emprestimo equivalente a 4 milhoes de libras teve como
(lHllJ'lpnrtida uma polftica fiscal draconiana que atingiu, pesadamente, as
I III 11 nt :ls menos favorecidas da populal rao atraves, pOl' exemplo, do imposto
dt, Ii ' 'nl ras, do imposto sobre caes e das multas
pOl'
infral roes de posturas,
1111
'
lriplicaram no primeiro
ana
de governo. A centralizal rao do poder em
III.ION
d prefeito t raduziu-se no controle mais rigoroso da maquina buro
'r. t i a, para que agisse com a necessaria severidade- ate incorruptibilidade
11
csquadrilhamento da vida economica e social do Rio,
As
circulares
('digidas pOl' Passos revelam olhar atento aos instrumentos de fiscalizal rao e
\'obranl ra, em particular
0
corpo de guardas e agentes municipais que atua
V:IIIl nas ruas, tradicionalmente corruptos, mas indispensaveis para reprimir
.IS atividades banidas em nome da civilizal rao. Ao mesmo tempo em que re
1110 Iclava, com 0 governo federal, a estrutura ffsica da cidade, 0 prefeito
2 6 2
rass m
'111
rnz S
idcol6gic s, s 'u
m o d e r n i z ~ S
Comecei pOl' impcdir n v ndn pelas mil d v t l l
It,
II I
tabuleiros cercados pel v60 contfnu tit-
ill W
Ii I ll
'Oil
dIll pt t \ 1
repugnante. Ab
Ii
igualmente a pratictl d , s ol'd
'lilt
Irt'lll
v,
I 1
II
I I
II I
via publica, que iam cobrindo com seus d 'j
lOS,
'cn
IS
csi
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' 11 111111 III I f I
tamente achara dignas de uma cidacle civiliz, dtl
M.
nd
j
lamb
Ill,
d de II
If
II
proceder a apanha e ext inao de milhars d 'S ti l l . V Il',aVilll l pI
iii
( 1111111
\
dando-Ihea aspecto repugnante de cenas
itbd
S do ricnte 1. ,1 'li'llllll p I l i
curaclo pOl'
terma a
praga dos vendedor S tlmbll .
nl
S
d,
bilh ,\t d 11111 I
II
que,
pOl' toda
parte, perseguiam a
popula
5 ,
in
m Innd(fl
'0111 JIll
III d
grita e
danda a
cidade
0
aspecto de
uma
tavolagcm.
Muil
m prt'O 'lip \
11111
a extinao cla menclicidade publica [...) punind os fnlsos m 'n
li'jON
C (11
III II
do
os verdadeiros
a
contingenciade exporcm
pcbs
runs slln inf Ii 'i(Jild 1
..
1 11
Na paisagem urbana colonial, os escravos coloriam as rllas m N IIS t
I lltn
de trabalho. No comel r0 do seculo XX, eram negros, mesti s b ,1111 n ,
brasileiros e europeus, irmanados na condil rao de homens juridi 011\(1111' I
vres - esc ravos , ago ra ,
de
suas necessidades. Na
obra
de Luiz E lllllllllic
(1938) colhem-se vfvidos retratos de personagens desse univers : 1lI( lIilln
vendendo jornais, negro fabricando cestas na call rada, vendedor d I I V II
puxando
burros carregados,
0
portugues que toca os perus com a vorn \'0111
prida
lha
000
Prt
uuu
da rada
60a ,
0 vendedor de abac< xi
}
il,d II
no do peixe, 0 turco dos fosforos, 0 vassoureiro, 0 comprador d 111 wl II
garrafeiro, a negra da canjica... Cada
qual
contribufa com seus s ns p II \ I
polifonia das ruas: 0 funileiro badalava urn
prato
de cobre,
0 mascat
I, P
11111
vibrava sua matraca, os doceiros tocavam gaita-de-boca; 0 caldo de
nil
I
1,1
espremido em carrocinhas com realejos, Muitos desses offcios ja existialll 110
Rio havia tempos. Outros eram crial roes recentes, como os compradores til
ratos
para
a repartil rao de saude,
2 6 3
-
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18/29
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24/29
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mais explosiva da resistcncia dos grup S
p
PlllllI' 'S c:ld ) 'liS ,HI
pI
0 '('SSII Ito
ritario
de
transformaao do Rio em capital burgll
a
' OSII\( I lit:l. I\qnl'll'
povo espezinhado via as concre6es da modernidade burgues:l III S nIb los
de urn poder opressivo, e por isso foram alvos de sua furia, t an l ql lan l
vacina. Needell (1993) enfatiza a repressao
a
cultura negra
como f [ment
n
revolta, e Cukierman (2001) considera-a
como 0
resultado da pratica autori
taria de cientistas convencidos da superioridade de seu
conhecimento
tecnico
cd seu direito de exercer urn poder tutelar ao qual todos teriam de se sub
1lIl'1 1 , brigatoriamente (p. 155). Carvalho (1987) revela a simpatia dos ne
/ .IOS P 1:1 Monarquia e sustenta que a hostilidade popular ao reg ime
I pllbli :lll , externada jaem outras rebelioes, contribuiupara os acontecimen
tos
d
I 04. Esse autor (p. 131-6) atribui
grande importancia
a
campanha
de
( 111 10 Illor:1lista que arregimentou a indignaao das audiencias operarias e
pc
qlll'llO-bllrguesas contra a invasao dos lares pelos funcionarios da DGSp,
llllll:lIllando-se os chefes de familia a defenderem a honra das filhas e mulhe
'(' , lin Tiam foradas a ~ x p o r braos e coxas
a
lanceta dos vacinadores. Para
(:lIrvnll l , foi este guarda-chuva moral que tornou possive a mobilizaao
poplllnr de 1904 nas proporoes em
que
ela se deu .
Chalhoub
(1996, p. 100,
I
01
I,
180),
por sua vez, nega que arroubos ret6ricos pudessem ter tido
r
iio t50 devastador entre 0 povo, ja que seus valores morais diferiam dos
111I'gll'se . Ao analisar as vacinaoes de uma perspectiva de mais longa dura
l 10, halhoub recupera
uma
dimensao da revolta que permaneceuinteiramente
o '1I1la
tanto
nos relatos de epoca
como
nas fontes historiograficas mais co
idas: a tradiao
negra
de
combate
a
variola pela
pratica
ancestral das
v:lri lizaoes. H a
uma
explicaao [...]
para 0
fato
de
a principal revolta cole
iVtl
ontra 0 despotismo
sanitario' haver
ocorrido
em u n ~ o [da] [...] vario
In: m dos descaminhos tecnicos e burocraticos do servio
de
vacinaao em
10
10 urn seculo de hist6ria, havia s6lidas raizes culturais negras na tradiao
V:l 'inof6bica. Urn dos mananciais da revoltaseria, entao,
0
culto a
Omolu, 0
orix,
que tinha
0 poder
de espalhar a doena e,
ao
mesmo
tempo,de
defender
s I\S devotos de estragos maiores [...] por meio da inoculaao ritual de mate
rial v:1rioloso . Criar obstaculos
a
aao dessa divindade
ou
impor a vacina animal
pI' parada
no Instituto Vacinogenico significava devastaao e motte
para
esse
gJ'llpo social.
2 7 6
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swald ruz
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S,II , I I 'l Ihll I
IIlllna con juntur a n tu rbada
pc b
m
rtc
de Af ns I 113 11 illt f'l1I d I dll
vi
e-presidente
Nilo Peanha e a
campanha
presi len i:ll I 1:1I+',l1d
It
1111 II
civilista Rui Barbosa e
0
marechal Hermes da F ns n. I\lIlhor.1 In t 1111\
fdolo nacional,
nao
conseguira realizar as metas de s 1I S '1111 10 11\,11,,111111
frente da DGSP. A
campanha contra
a tuberculose eSV:l r:l-S' pOI I I
til
recursos e apoio polftico; a regulamentaao
da
lei da
va
ina brigill II LI1111I1
nuava
a ser proteIada, apesar
da
epidemia de 1908. As oli n r q i i l ~ t 1,,1111
respaldadas na Constituiao federalista, bloqueavam as nc; 'S
:tIl
I I I till
governo
central,
nao obstante
a febre
amarela
grassass 'nl
11111111'1
l id I,
do Norte e
Nordeste.
Na
decada
de 1910, os cientistas-s:ll1itl1l i'lI,ll, do III II
tuto Oswaldo Cruz executariam
aoes mais ambiciosas 11 ililedm tin
III
\ II
amargem do 6rgao federal de saude publica, financiadas p I Col l l l 110
I
vados, inclusive
com
repartioes
do governo
(Albuquerqu II IIJIII) ()
relatos que produziram, r icos em observaoes soc io l6gica . t
l iOn ,
I I ,
formam
0
primeiro inventario
moderno das c o n d i ~ o e s de sal ld das I0pII II
oes rurais
do
Brasil. Tiveram
grande
repercussao
entre
os inl l lll ti
l ll
cidades
litoraneas
- 0 Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e bom exempl)
I
t1
_ municiando os debates acerca da questao nacional, que com
nVI1 I
NC
I
,
redimensionada nos termos da visao dualista, de longa persisten in 'Ill
1101
so pensamento social brasileiro (Lima, 1999). A e x l t ~ o ufanista 1:\ iVI
lizaao do Brasil, insuflada
ap6s
a r emodel aao do Rio de Janeiro, Inl
duramente golpeada pelas revelaoes sobre aquele outro pais, mis 'I', vri c
doente,
Durante a Primeira Guerra
Mundial,
a revoluao
pasteuriana
realiz II tl
feito
de
limitar a e v s t ~ o das doenas infecciosas, deixando os ex 'I' i tos
entregues ao morticfnio das
armas
(Salomon-Bayet,
1986),
mas foi de ) I. I lIS
/lI lllit
N
It
/1111111. \(111 .II 1 1111 1/1
'r In,,;n M.llli ip,,1 Ii ' ;,111111 1, 1\II isll,,) I ~ N I (I ll 1), PIIIIIIIl< III11 .( Ii d. 111
III
I l t : l ~ :
0 111 ollIln . : ( ) :1111111nl Divis.
()
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II 1IIhlll l l l l l ( II III I
143152. ,
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n 198
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Mun
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