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REPORTAGEM
BATERIAS ELETRÔNICASBATERIAS ELETRÔNICAS
Como todas as artes a música também evoluiu. Cada vez
mais surgem novos equipamentos e instrumentos musi-
cais com propostas inovadoras que chamam a atenção
dos profissionais do segmento. A procura pela bateria eletrô-
nica, por exemplo, tem sido crescente principalmente nas
igrejas. Algumas optaram pelo instrumento pelo mesmo moti-
vo: além de oferecer uma semelhança sonora com a bateria
acústica, possui outra vantagem: o volume de som emitido
pode ser controlado.
A bateria eletrônica é um tipo de bateria em que as fun-
ções de tambores, pratos e outros componentes são exercidas
por almofadas (pads em inglês) que captam os toques, em
suas diversas intensidades e dinâmicas, e enviam para um
Osiel [email protected]
Em se tratando de equipamentos musicais acústicos ou eletrônicos,existem opiniões divergentes. Qual a melhor escolha? Enquanto a bateriaacústica exige tratamento e isolamento acústico no local, com a eletrônicanão é necessário tratar ou isolar. Apenas uma regulagem adequada novolume do equipamento já resolve o problema
módulo eletrônico para que esses toques sejam interpretados
e transformados em sons de bateria.
Ela dividi-se em: rack, uma estrutura confeccionada em
alumínio tubular que sustenta os pads (tons, pratos) eletrôni-
cos; pads, tambores eletrônicos e pratos confeccionados com
material sintético, borracha, nylon, também pode ser utiliza-
do o alumínio; e por último o módulo, que é o cérebro da
bateria, seria o gerador de som, onde estão armazenados os
timbres pré-programados.
O funcionamento seria assim: ao tocar nos pads com a
baqueta, ele entende que sofreu um toque e dispara confor-
me a intensidade o som desejado, o som já pronto facilita a uti-
lização, não precisa ser afinado ou até mesmo microfonado.
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Simples e funcional. Porém, há uma
certa resistência por parte dos bateris-
tas que acreditam que os timbres são
artificiais. Entretanto, os módulos de
bateria eletrônica atuais são capazes de
gerar ótimos timbres acústicos, numa
imitação cada vez mais aproximada da
sonoridade e da expressividade da ba-
teria acústica.
Na opinião de Gino Seriacopi, coorde-
nador e especialista de produtos V-Drums/
Roland, anteriormente as baterias eletrô-
nicas em geral tinham um bom resultado,
mas deixavam os bateristas um tanto frus-
trados. Elas eram desconfortáveis para to-
car, não era possível usar pratos eletrôni-
cos, e o pior, os bateristas tinham que per-
der muito tempo configurando sons e
parâmetros de sensibilidade. Gino destaca
que, atualmente, os modelos atuais V-
Drums: TD-20K, TD-12K, TD-6KX,
TD-6KW, TD-3KW e mais novo kit HD-
1, não necessitam de um extenso trabalho
de edição de sons e preparos especiais para
começar a tocar. “Basta montar e sair to-
cando que o resultado já é altamente
satisfatório”, afirma.
Mais qualidade sonoraQuando estamos em uma reunião
e o som é excessivamente agudo, ou
grave, desequil ibrado por falta de
equipamentos adequados, ou por sua
operação errada, isso incomoda nosso
corpo, alma e espírito. Sabendo disso,
o pastor João Reinaldo Purim, da
igreja Batista do Méier (RJ), decidiu
junto com a equipe de operadores de
som, pesquisar novos equipamentos
de som profissional. A partir daí, fo-
ram adquiridos alguns equipamentos
como uma mesa de som profissional,
caixas acústicas e simulador de am-
plificador. Mas ainda esbarravam num
problema: a quantidade de fontes so-
noras era muito alta, eram amplifica-
dores para guitarra, contrabaixo, te-
clado e mais o som produzido pela ba-
teria que deixavam vários membros
insatisfeitos com o volume produzido.
Segundo o operador de som Luiz
Carlos Menezes, as pessoas reclama-
vam muito do baru lho da bater ia
acústica. A culpa, muitas vezes, caía
sobre os bateristas acostumados a to-
car com volume muito alto. A solu-
ção encontrada pela igreja foi a de
adquirir uma redoma de acrílico. En-
tretanto, o preço estava em torno de
oito mil reais, o que era inviável. Sem
contar que não resolvia as questões
de acústica e reverberação. “Nossa
idéia era diminuir o maior número de
fontes sonoras dentro da igreja, e va-
lorizar a qualidade de som. Ao ad-
quirir a bateria eletrônica diminuí-
mos consideravelmente o peso total
do som produzido pelos instrumen-
tos”, ressalta.
Som de qualidade foi também a pri-
oridade da Igreja Internacional da
Graça de Deus (SP), liderada pelo mis-
sionário R.R. Soares. Para o baterista
Rogério de Paula, a opção pela bateria
Roland TD 20 foi pela garantia de um
áudio com qualidade. Ele explica que,
durante muitos anos, usou a bateria
acústica, entretanto ela produzia um
forte impacto sonoro que ocasionava
uma sensação desagradável para al-
guns integrantes da igreja. “Com a ba-
teria eletrônica essa questão foi resolvi-
da e a qualidade do áudio melhorou
consideravelmente. O som da bateria
acústica na televisão não era muito
agradável e em algumas ocasiões quase
nem dava pra ouvir a bateria, justa-
mente por causa da qualidade do
áudio que não era compatível com a
exigência da mídia”, completa.
“Simples e funcional.Porém, há certa
resistência por partedos bateristas queacreditam que os
timbres são artificiais.Entretanto, os
módulos de bateriaeletrônica atuais são
capazes de gerarótimos timbres
acústicos”
A escolha pela bateria eletrônica possibilitou uma
satisfação maior dos membros, que reclamavamque a bateria acústica produzia um som muito alto.
Para o baterista Rogério que toca noprograma de televisão, a bateria trouxe um
som com mais qualidade
A opção pela bateria eletrônica agradou o ministério de
louvor da Igreja no Méier e também toda a igreja queagora percebe maior clareza de som vindo do palco
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Custo e manutençãobaixosPensando em equipamento de ponta,
os custos com manutenção podem assus-
tar qualquer um. Por exemplo, na hora de
escolher entre uma bateria acústica ou
uma eletrônica, os valores são praticamen-
te iguais, só com um detalhe: a acústica se
torna mais cara porque necessita de aces-
sórios como peles hidráulicas, cabos
conectores, pratos de linha, redoma de
acrílico para amenizar o impacto sonoro e
microfones. Os valores seriam muito altos.
Segundo Roberto I. Hayashida, diretor
da Staffdrum, a utilização da bateria ele-
trônica não necessita de um ambiente
com isolamento acústico. “Ela não irá in-
comodar os vizinhos, você terá o controle
total de volume para cada ambiente, dife-
rentemente de uma bateria acústica, em
que não há como controlar o volume. A
igreja vai economizar com o isolamento
acústico”, explica, acrescentando: “A ba-
teria eletrônica dispensa manutenção.
Eventualmente poderá ocorrer uma lim-
peza nos pads”.
Outro fato importante é que as dife-
renças de sons entre uma bateria acústica
e uma eletrônica estão cada vez menores.
Com as novas tecnologias, a tendência é
das empresas utilizarem uma variedade
enorme de timbres reais, simulando sons
de baterias acústicas tais como tons, cai-
xa, bumbo, pratos, sons de percussão e
recursos avançados como de ajustes de
sensibilidade dos tambores; volumes indi-
viduais de cada peça e metrônomo embu-
tido. O usuário escolhe o som de sua pre-
ferência (timbres) e salva no banco de
memória, dando possibilidade de criar
vários kits de baterias.
Pouco espaço e fácilmontagemPara as igrejas a questão do espaço físi-
co muitas vezes se torna um fator impor-
tante na hora de comprar novos equipa-
mentos. O baterista Tiago da Rocha
Campos, da Igreja em Vila da Penha, lide-
rada pelo pastor Cícero Pereira da Silva,
escolheu a bateria principalmente por ela
oferecer praticidade e também pelo pou-
co espaço que ocupa. Ele conta que a
igreja não possui uma sede própria e, por
esse motivo, estão sempre em diversos lu-
gares. Sem um espaço fixo não tem como
deixar os equipamentos montados ou
onde guardá-los. Pensando nisso, optaram
pela bateria Yamaha DTXplorer Electronic
Drum Kit. “A escolha dessa bateria fa-
cilitou na hora de montar e desmon-
tar. Eu só preciso de poucos minutos. E
na hora de carregar é bem mais práti-
co”, ressalta.
Harmonia e mais vibraçãona igrejaA combinação de instrumentos e um
som devidamente eqüalizado resulta num
ambiente harmonioso. Pois é. As igrejas não
medem esforços para atingir esse objetivo.
Na Quinta Igreja Batista, em Taubaté
(SP), a bateria Alesis DM5 da Staff Drums
proporcionou melhor qualidade sonora e
redução dos decibéis do palco. Na opinião
do ministro de louvor, Alberto Antonio de
Camargo Júnior, tanto o ministério de lou-
vor quanto a Igreja de maneira geral têm
elogiado, e o som produzido pelo equipa-
mento passou a ser mais agradável. “A vi-
bração da galera no momento do louvor é
bem mais notória”, finaliza.
Para as igrejas aquestão do espaço
físico muitas vezes setorna um fator
importante na hora decomprar novosequipamentos