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106 www.backstage.com.br REPORTAGEM BATERIAS ELETRÔNICAS BATERIAS ELETRÔNICAS C omo todas as artes a música também evoluiu. Cada vez mais surgem novos equipamentos e instrumentos musi- cais com propostas inovadoras que chamam a atenção dos profissionais do segmento. A procura pela bateria eletrô- nica, por exemplo, tem sido crescente principalmente nas igrejas. Algumas optaram pelo instrumento pelo mesmo moti- vo: além de oferecer uma semelhança sonora com a bateria acústica, possui outra vantagem: o volume de som emitido pode ser controlado. A bateria eletrônica é um tipo de bateria em que as fun- ções de tambores, pratos e outros componentes são exercidas por almofadas (pads em inglês) que captam os toques, em suas diversas intensidades e dinâmicas, e enviam para um Osiel Rangel [email protected] Em se tratando de equipamentos musicais acústicos ou eletrônicos, existem opiniões divergentes. Qual a melhor escolha? Enquanto a bateria acústica exige tratamento e isolamento acústico no local, com a eletrônica não é necessário tratar ou isolar. Apenas uma regulagem adequada no volume do equipamento já resolve o problema módulo eletrônico para que esses toques sejam interpretados e transformados em sons de bateria. Ela dividi-se em: rack, uma estrutura confeccionada em alumínio tubular que sustenta os pads (tons, pratos) eletrôni- cos; pads, tambores eletrônicos e pratos confeccionados com material sintético, borracha, nylon, também pode ser utiliza- do o alumínio; e por último o módulo, que é o cérebro da bateria, seria o gerador de som, onde estão armazenados os timbres pré-programados. O funcionamento seria assim: ao tocar nos pads com a baqueta, ele entende que sofreu um toque e dispara confor- me a intensidade o som desejado, o som já pronto facilita a uti- lização, não precisa ser afinado ou até mesmo microfonado.

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REPORTAGEM

BATERIAS ELETRÔNICASBATERIAS ELETRÔNICAS

Como todas as artes a música também evoluiu. Cada vez

mais surgem novos equipamentos e instrumentos musi-

cais com propostas inovadoras que chamam a atenção

dos profissionais do segmento. A procura pela bateria eletrô-

nica, por exemplo, tem sido crescente principalmente nas

igrejas. Algumas optaram pelo instrumento pelo mesmo moti-

vo: além de oferecer uma semelhança sonora com a bateria

acústica, possui outra vantagem: o volume de som emitido

pode ser controlado.

A bateria eletrônica é um tipo de bateria em que as fun-

ções de tambores, pratos e outros componentes são exercidas

por almofadas (pads em inglês) que captam os toques, em

suas diversas intensidades e dinâmicas, e enviam para um

Osiel [email protected]

Em se tratando de equipamentos musicais acústicos ou eletrônicos,existem opiniões divergentes. Qual a melhor escolha? Enquanto a bateriaacústica exige tratamento e isolamento acústico no local, com a eletrônicanão é necessário tratar ou isolar. Apenas uma regulagem adequada novolume do equipamento já resolve o problema

módulo eletrônico para que esses toques sejam interpretados

e transformados em sons de bateria.

Ela dividi-se em: rack, uma estrutura confeccionada em

alumínio tubular que sustenta os pads (tons, pratos) eletrôni-

cos; pads, tambores eletrônicos e pratos confeccionados com

material sintético, borracha, nylon, também pode ser utiliza-

do o alumínio; e por último o módulo, que é o cérebro da

bateria, seria o gerador de som, onde estão armazenados os

timbres pré-programados.

O funcionamento seria assim: ao tocar nos pads com a

baqueta, ele entende que sofreu um toque e dispara confor-

me a intensidade o som desejado, o som já pronto facilita a uti-

lização, não precisa ser afinado ou até mesmo microfonado.

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REPORTAGEM

Simples e funcional. Porém, há uma

certa resistência por parte dos bateris-

tas que acreditam que os timbres são

artificiais. Entretanto, os módulos de

bateria eletrônica atuais são capazes de

gerar ótimos timbres acústicos, numa

imitação cada vez mais aproximada da

sonoridade e da expressividade da ba-

teria acústica.

Na opinião de Gino Seriacopi, coorde-

nador e especialista de produtos V-Drums/

Roland, anteriormente as baterias eletrô-

nicas em geral tinham um bom resultado,

mas deixavam os bateristas um tanto frus-

trados. Elas eram desconfortáveis para to-

car, não era possível usar pratos eletrôni-

cos, e o pior, os bateristas tinham que per-

der muito tempo configurando sons e

parâmetros de sensibilidade. Gino destaca

que, atualmente, os modelos atuais V-

Drums: TD-20K, TD-12K, TD-6KX,

TD-6KW, TD-3KW e mais novo kit HD-

1, não necessitam de um extenso trabalho

de edição de sons e preparos especiais para

começar a tocar. “Basta montar e sair to-

cando que o resultado já é altamente

satisfatório”, afirma.

Mais qualidade sonoraQuando estamos em uma reunião

e o som é excessivamente agudo, ou

grave, desequil ibrado por falta de

equipamentos adequados, ou por sua

operação errada, isso incomoda nosso

corpo, alma e espírito. Sabendo disso,

o pastor João Reinaldo Purim, da

igreja Batista do Méier (RJ), decidiu

junto com a equipe de operadores de

som, pesquisar novos equipamentos

de som profissional. A partir daí, fo-

ram adquiridos alguns equipamentos

como uma mesa de som profissional,

caixas acústicas e simulador de am-

plificador. Mas ainda esbarravam num

problema: a quantidade de fontes so-

noras era muito alta, eram amplifica-

dores para guitarra, contrabaixo, te-

clado e mais o som produzido pela ba-

teria que deixavam vários membros

insatisfeitos com o volume produzido.

Segundo o operador de som Luiz

Carlos Menezes, as pessoas reclama-

vam muito do baru lho da bater ia

acústica. A culpa, muitas vezes, caía

sobre os bateristas acostumados a to-

car com volume muito alto. A solu-

ção encontrada pela igreja foi a de

adquirir uma redoma de acrílico. En-

tretanto, o preço estava em torno de

oito mil reais, o que era inviável. Sem

contar que não resolvia as questões

de acústica e reverberação. “Nossa

idéia era diminuir o maior número de

fontes sonoras dentro da igreja, e va-

lorizar a qualidade de som. Ao ad-

quirir a bateria eletrônica diminuí-

mos consideravelmente o peso total

do som produzido pelos instrumen-

tos”, ressalta.

Som de qualidade foi também a pri-

oridade da Igreja Internacional da

Graça de Deus (SP), liderada pelo mis-

sionário R.R. Soares. Para o baterista

Rogério de Paula, a opção pela bateria

Roland TD 20 foi pela garantia de um

áudio com qualidade. Ele explica que,

durante muitos anos, usou a bateria

acústica, entretanto ela produzia um

forte impacto sonoro que ocasionava

uma sensação desagradável para al-

guns integrantes da igreja. “Com a ba-

teria eletrônica essa questão foi resolvi-

da e a qualidade do áudio melhorou

consideravelmente. O som da bateria

acústica na televisão não era muito

agradável e em algumas ocasiões quase

nem dava pra ouvir a bateria, justa-

mente por causa da qualidade do

áudio que não era compatível com a

exigência da mídia”, completa.

“Simples e funcional.Porém, há certa

resistência por partedos bateristas queacreditam que os

timbres são artificiais.Entretanto, os

módulos de bateriaeletrônica atuais são

capazes de gerarótimos timbres

acústicos”

A escolha pela bateria eletrônica possibilitou uma

satisfação maior dos membros, que reclamavamque a bateria acústica produzia um som muito alto.

Para o baterista Rogério que toca noprograma de televisão, a bateria trouxe um

som com mais qualidade

A opção pela bateria eletrônica agradou o ministério de

louvor da Igreja no Méier e também toda a igreja queagora percebe maior clareza de som vindo do palco

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REPORTAGEM

Custo e manutençãobaixosPensando em equipamento de ponta,

os custos com manutenção podem assus-

tar qualquer um. Por exemplo, na hora de

escolher entre uma bateria acústica ou

uma eletrônica, os valores são praticamen-

te iguais, só com um detalhe: a acústica se

torna mais cara porque necessita de aces-

sórios como peles hidráulicas, cabos

conectores, pratos de linha, redoma de

acrílico para amenizar o impacto sonoro e

microfones. Os valores seriam muito altos.

Segundo Roberto I. Hayashida, diretor

da Staffdrum, a utilização da bateria ele-

trônica não necessita de um ambiente

com isolamento acústico. “Ela não irá in-

comodar os vizinhos, você terá o controle

total de volume para cada ambiente, dife-

rentemente de uma bateria acústica, em

que não há como controlar o volume. A

igreja vai economizar com o isolamento

acústico”, explica, acrescentando: “A ba-

teria eletrônica dispensa manutenção.

Eventualmente poderá ocorrer uma lim-

peza nos pads”.

Outro fato importante é que as dife-

renças de sons entre uma bateria acústica

e uma eletrônica estão cada vez menores.

Com as novas tecnologias, a tendência é

das empresas utilizarem uma variedade

enorme de timbres reais, simulando sons

de baterias acústicas tais como tons, cai-

xa, bumbo, pratos, sons de percussão e

recursos avançados como de ajustes de

sensibilidade dos tambores; volumes indi-

viduais de cada peça e metrônomo embu-

tido. O usuário escolhe o som de sua pre-

ferência (timbres) e salva no banco de

memória, dando possibilidade de criar

vários kits de baterias.

Pouco espaço e fácilmontagemPara as igrejas a questão do espaço físi-

co muitas vezes se torna um fator impor-

tante na hora de comprar novos equipa-

mentos. O baterista Tiago da Rocha

Campos, da Igreja em Vila da Penha, lide-

rada pelo pastor Cícero Pereira da Silva,

escolheu a bateria principalmente por ela

oferecer praticidade e também pelo pou-

co espaço que ocupa. Ele conta que a

igreja não possui uma sede própria e, por

esse motivo, estão sempre em diversos lu-

gares. Sem um espaço fixo não tem como

deixar os equipamentos montados ou

onde guardá-los. Pensando nisso, optaram

pela bateria Yamaha DTXplorer Electronic

Drum Kit. “A escolha dessa bateria fa-

cilitou na hora de montar e desmon-

tar. Eu só preciso de poucos minutos. E

na hora de carregar é bem mais práti-

co”, ressalta.

Harmonia e mais vibraçãona igrejaA combinação de instrumentos e um

som devidamente eqüalizado resulta num

ambiente harmonioso. Pois é. As igrejas não

medem esforços para atingir esse objetivo.

Na Quinta Igreja Batista, em Taubaté

(SP), a bateria Alesis DM5 da Staff Drums

proporcionou melhor qualidade sonora e

redução dos decibéis do palco. Na opinião

do ministro de louvor, Alberto Antonio de

Camargo Júnior, tanto o ministério de lou-

vor quanto a Igreja de maneira geral têm

elogiado, e o som produzido pelo equipa-

mento passou a ser mais agradável. “A vi-

bração da galera no momento do louvor é

bem mais notória”, finaliza.

Para as igrejas aquestão do espaço

físico muitas vezes setorna um fator

importante na hora decomprar novosequipamentos