barroso - aoutravoz · amiga do porto e de braga. o livro, coordenado por fernando moreira, joana...

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Director: Carvalho de Moura Ano XXXII, Nº 488 Montalegre, 29.02.2016 Quinzenário E-mail:[email protected] 0,90 € (IVA incluído) Barroso Noticias de i Bento da Cruz homenageado na Escola Secundária e na Câmara de Montalegre Câmara de Montalegre vira agência de pub- licidade A Câmara de Montalegre já não se contenta em divulgar os eventos culturais do seu Plano de Activi- dades. Substitui-se aos particulares e não só dá notí- cias como faz a publicidade de factos com os quais nada tem a ver. Mas, o pior é quando a mensagem não é verdadeira... P3 O Dia da Árvore O dia 21 de Março é o DIA DA ÁRVORE que o nosso jornal assinala da melhor forma. Apresenta um texto muito completo sobre a árvore e a floresta. É um resumo bem conseguido e com fins pedagógi- cos assinaláveis. P4 POLITICAMENTE FALANDO Domingos Chaves volta ao nosso jornal com mais um tema onde se sente como “peixe na água” sobre política nacional. E, desta feita, fala-nos do Orçamento de Estado, nesta altura, já aprovado na generalidade. Com algumas ressalvas, defende o Orçamento possível. P7 BARROSO revisitado O Dr. João Soares Tavares subiu à sua terra adoptiva de Barroso para apresentar o seu novo liv- ro “Histórias de Vidas” no Ecomuseu de Barroso e, mais uma vez, se deixou inebriar pelos encantos da nossa terra. Um passeio que ilustra com reportagem de interesse. P9 Imagem Peregrina para Peregrinos A passagem da Imagem de Nossa Senhora por Montalegre e terras de Barroso suscitou a reflexão do P.e Victor Pereira sobre a fé dos homens e mul- heres da nossa terra. Segundo ele, o povo adere ao folclore religioso mas não vive a fé como cristãos verdadeiros. P11 PAVONEIO NA COMUNICAÇÃO SOCIAL O Dr Manuel Ramos critica, e muito justamente, a comunicação social que, usando a sua força per- suasora, dum ignorante pode fazer um herói, isto sem personalizar quem quer que seja. Mas, a ima- gem que se dá para o exterior é, por vezes, a inversa do que realmete se passa dentro de portas. Porque a comunicação social anda atrás dos foguetes... No jornal saido na primeira quinzena de Fever- eiro, a Câmara de Montalegre (viu-se e provou-se) foi avaliada da pior forma possível, mas a comuni- cação social nacional ignorou tudo e vamos con- tinuar neste fandango até que o povo faça valer os seus direitos. P13 Esta imagem devia dar a volta ao mundo. Uma linda criança ajeita com todo o cuidado uma planta na serra do Gerês barrosão. O homem da sachola, de semblante risonho e expectante, aguarda para completar o resto do trabalho de que a planta necessita para crescer nos dias vindouros. No Parque Nacional da Peneda Gerês. Associação Vezeira de Fafião planta árvores no Gerês A Escola Secundária Dr Bento da Cruz homenageou o seu patrono. Uma festa simples, mas recheada de simbolismo e alguma criatividade. O Dr. Paulo Alves, director do Agrupamento, teve o cuidado de mostrar aos alunos da Escola e à comunidade a razão da homenagem a um homem de Barroso que escreveu muitas coisas sobre a nossa terra, envolvidas em histórias cativantes. Agradeceu aos familiares a presença honrosa tal como aos representantes das instituições que também estiveram presenntes. Sempre muito empenhado em dar o seu melhor pela instituição que dirige, disse “ser um prIvilégio ser director da Escola Dr Bento da Cruz” e acerca do patrono da mesma assumiu tomar as iniciativas que a condição e o próprio justificam. Pgs 2, 5 e 16 Presidentes do Alto Tâmega reuniram no Ministério da Saúde P11 BOTICAS Eleições para a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia impugnadas P14

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Page 1: Barroso - AOutraVoz · amiga do Porto e de Braga. O livro, coordenado por Fernando Moreira, Joana Abreu e Orquídea ... Barroso assinala o aniversário do seu patrono. O encontro

Director: Carvalho de Moura

Ano XXXII, Nº 488Montalegre, 29.02.2016

Quinzenário

E-mail:[email protected]

0,90 € (IVA incluído) BarrosoNoticias dei

Bento da Cruz homenageado na Escola Secundária e na Câmara de Montalegre

Câmara de Montalegre vira agência de pub-licidade

A Câmara de Montalegre já não se contenta em divulgar os eventos culturais do seu Plano de Activi-dades. Substitui-se aos particulares e não só dá notí-cias como faz a publicidade de factos com os quais nada tem a ver. Mas, o pior é quando a mensagem não é verdadeira...

P3

O Dia da Árvore

O dia 21 de Março é o DIA DA ÁRVORE que o nosso jornal assinala da melhor forma. Apresenta um texto muito completo sobre a árvore e a floresta. É um resumo bem conseguido e com fins pedagógi-cos assinaláveis.

P4

POLITICAMENTE FALANDO

Domingos Chaves volta ao nosso jornal com mais um tema onde se sente como “peixe na água” sobre política nacional. E, desta feita, fala-nos do Orçamento de Estado, nesta altura, já aprovado na generalidade. Com algumas ressalvas, defende o Orçamento possível.

P7

BARROSO revisitado

O Dr. João Soares Tavares subiu à sua terra adoptiva de Barroso para apresentar o seu novo liv-ro “Histórias de Vidas” no Ecomuseu de Barroso e, mais uma vez, se deixou inebriar pelos encantos da nossa terra. Um passeio que ilustra com reportagem de interesse.

P9

Imagem Peregrina para Peregrinos

A passagem da Imagem de Nossa Senhora por Montalegre e terras de Barroso suscitou a reflexão do P.e Victor Pereira sobre a fé dos homens e mul-heres da nossa terra. Segundo ele, o povo adere ao folclore religioso mas não vive a fé como cristãos verdadeiros.

P11

PAVONEIO NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

O Dr Manuel Ramos critica, e muito justamente, a comunicação social que, usando a sua força per-suasora, dum ignorante pode fazer um herói, isto sem personalizar quem quer que seja. Mas, a ima-gem que se dá para o exterior é, por vezes, a inversa do que realmete se passa dentro de portas. Porque a comunicação social anda atrás dos foguetes...

No jornal saido na primeira quinzena de Fever-eiro, a Câmara de Montalegre (viu-se e provou-se) foi avaliada da pior forma possível, mas a comuni-cação social nacional ignorou tudo e vamos con-tinuar neste fandango até que o povo faça valer os seus direitos.

P13

Esta imagem devia dar a volta ao mundo. Uma linda criança ajeita com todo o cuidado uma planta na serra do Gerês barrosão. O homem da sachola, de semblante risonho e expectante, aguarda para completar

o resto do trabalho de que a

planta necessita para crescer

nos dias vindouros. No

Parque Nacional da Peneda

Gerês.

Associação Vezeira de Fafião planta árvores no Gerês

A Escola Secundária Dr Bento da Cruz homenageou o seu patrono. Uma festa simples, mas recheada de simbolismo e alguma criatividade. O Dr. Paulo Alves, director do Agrupamento, teve o cuidado de mostrar aos alunos da Escola e à comunidade a razão da homenagem

a um homem de Barroso que escreveu muitas coisas sobre a nossa terra, envolvidas em histórias cativantes. Agradeceu aos familiares a presença honrosa tal como aos representantes das instituições que também estiveram presenntes.

Sempre muito empenhado em

dar o seu melhor pela instituição que dirige, disse “ser um prIvilégio ser director da Escola Dr Bento da Cruz” e acerca do patrono da mesma assumiu tomar as iniciativas que a condição e o próprio justificam.

Pgs 2, 5 e 16

Presidentes do Alto Tâmega reuniram no Ministério da SaúdeP11 BOTICAS

Eleições para a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia impugnadasP14

Page 2: Barroso - AOutraVoz · amiga do Porto e de Braga. O livro, coordenado por Fernando Moreira, Joana Abreu e Orquídea ... Barroso assinala o aniversário do seu patrono. O encontro

29 de Fevereiro de 20162 BarrosoNoticias de

MARIA DA LUZ PEREIRA, de 91 anos, viúva de José de Carvalho, natural da freguesia de Salto e residente em Caniçó, de Salto, onde faleceu no dia 23 de Fevereiro

JOSÉ RODRIGUES DA SILVA, de 70 anos, casado com Maria de Jesus Grilo da Silva, natural da Portela - Montalegre e residente em França onde faleceu, vindo a enterrar no cemitério de Montalegre.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

CORTEJO CELESTIALMONTALEGRE“In-Memoriam” a Bento da Cruz

O Câmara de Montalegre voltou a render homenagem ao maior escritor do Barroso. Desta vez, foi apresentado publicamente, no salão nobre da autarquia, o livro “In Memoriam - Bento da Cruz”, projeto que aparece no âmbito de um protocolo de cooperação entre a Câmara de Montalegre e a UTAD, através dos ciclos de estudos em Ciências da Cultura.

José Dias Batista terá sido o impulsionador desta homenagem que teve pouca gente de Montalegre e bastante vinda de fora do concelho, alguma ligada à escrita ou conhecida e amiga do Porto e de Braga.

O livro, coordenado por Fernando Moreira, Joana Abreu e Orquídea Ribeiro, apresenta vários testemunhos de pessoas da família, de amigos e até de escritores como A. M. Pires Cabral, Barroso da Fonte, Custódio Montes, José da Costa Machado e do já referido José Dias Batista. Livro que parece ter sido editado com alguma ligeireza pois que nele se topam algumas falhas em diversos aspectos.

Mas vale a iniciativa. Bento da Cruz deixa um legado como escritor que justifica a homenagem embora não falte quem diga, e com razões de sobra, que a Câmara Municipal já realizou homenagens a mais a Bento da Cruz. (Ver Pgs. 5 e 16)

Aniversário do padre Fontes O Ecomuseu de Barroso e o

executivo da Câmara Municipal de Montalegre festejaram os 76 anos do conhecido padre Fontes. Acompanhado de alguns familiares e amigos soprou as velas no espaço dedicado a si.

Como já vem sendo hábito, a cada 22 de fevereiro, o Ecomuseu de Barroso assinala o aniversário do seu patrono. O encontro reuniu a equipa do espaço museológico, o executivo da Câmara Municipal de Montalegre e mais alguns familiares e amigos que fizeram questão de marcar presença e felicitar uma das figuras de maior relevo do concelho.

Os votos de felicitações não faltaram por parte dos presentes: «Desejo que se mantenha ativo por muitos anos. Precisamos da sua companhia e da sua amizade. Tem sido um fabricante de ideias, sempre em prol dos interesses de todos. Queremos continuar a festejar consigo, pelo menos, até ao seu centenário», palavras do presidente da Câmara. (In cm-montalegre.pt)

Deputados do PS da Assembleia da República

Integrada nas Jornadas Parlamentares do Partido Socialista, feitas pela terceira vez no distrito de Vila Real (1984, 1997 e 2016), uma comitiva de deputados esteve no concelho de Montalegre a observar o andamento de algumas questões que preocupam o dia a dia dos barrosões

bem como outras que são exemplo de bom serviço público. O grupo foi encaminhado pelo executivo municipal ao Salão Nobre onde foram recebidos pelo Presidente da Câmara e Presidente da Assembleia Municipal e vereadores do PS.

Dali a comitiva passou pelo Matadouro, Centro de Formação da Aldeia Nova, Ecomuseu de Barroso, Cooperativa da Batata e Ponte da Assureira, que serviu para melhor ilustrar os casos a merecer atenções especiais.

Os deputados tomaram as suas notas e, como é costume, prometeram levar as queixas do auatraca de Montalegre a quem de direito.

Em jeito de comentário, estarnha-se que a comitiva de deputados da Nação não tenha visto o edifício da Unidade de Cuidados Continuados que está a apodrecer sem resolução à vista. Uma infraestrutura destas onde o Estado já investiu milhares de euros deveria estar no topo das prioridades da autarquia, mas, pelo que se viu e ouviu, não está.

Feira de Nanterre (18 a 20 março) O município de Montalegre

regressa a França para participar em mais uma edição da Feira de Nanterre. De 18 a 20 de março, promoção de eventos e produtos locais junto da vasta comunidade emigrante radicada na região parisiense.

VILA NOVA - FERRALCabo Arménio Miranda ajuda a salvar uma vida

No dia 26 de fevereiro, uma mulher de 37 anos caiu na Ponte do Bico ao Rio Cávado. Alertadas as autoridades e os meios de socorro, foi socorrida, em primeira mão, por dois militares da GNR, o cabo Arménio Miranda e o soldado Nelson Fernandes que, lançando-se às águas, num acto de verdadeiro heroismo, conseguiram retirar a mulher para fora das águas.

O cabo da GNR Arménio Miranda é natural de Vila Nova, freguesia de Ferral, e trabalha e reside na cidade capital do Minho.

Felicitamos este nosso conterrâneo e amigo pelo acto de elevado risco em que se envolveu juntamente com o colega Nelson e que se saldou por salvar uma vida, evitar que uma vida sucumbisse nas águas do Rio Cávdo.

TOURÉM, PADROSO, CAMBESES DO RIO, SARRAQUINHOS E OUTEIROCom fibra óptica

A operadora de comunicações Vodafone está a fazer um assinalável investimento nas aldeias do con celho de Montalegre com o fim de lhes dar outra capacidade de cobertura. As aldeias de Tourém, Padroso, Cambeses do Rio, Sarraquinhos e Outeiro passam a oferecer as mais modernas soluções na área comunicativa.

A Vodafone foi a primeira operadora a instalar fibra ótica no concelho. Nalgumas aldeias foram instalados alguns pequenos transmissores de cobertura por falta de rede.

Espera-se que as juntas de freguesia correspondam e se sintam parceiras desta obrigação cívica, sensiblizando as pessoas a ajudar a criar as condições necessárias.

CHAVESEurocidade Chaves-Verín passa a integrar o Eixo Atlântico em

substituição dos municípios O Agrupamento Europeu de

Cooperação Territorial (AECT) Eurocidade Chaves-Verín adquiriu, no passado dia 16, a condição de membro do Eixo Atlântico em substituição dos municípios de Chaves e de Verín. A decisão foi aprovada na XXIV Assembleia Geral do Eixo Atlântico celebrada no Europarque, em Santa Maria da Feira.

O Presidente do AECT e Presidente da Câmara Municipal de Chaves, António Cabeleira, representou institucionalmente a Eurocidade Chaves-Verín – AECT na referida reunião, à qual assistiram os autarcas dos 38 municípios e entidades que compõem o Eixo Atlântico.

A inclusão do AECT no Eixo Atlântico fortalecerá a coordenação da gestão de atividades, projetos e apoios de carácter transfronteiriço que o Eixo coloca à disposição dos municípios anualmente, entre eles: a promoção do destino Visit Chaves-Verín na feira Expocidades, a Bienal de Pintura em Chaves-Verín, programada para os próximos meses de março e abril, os Jogos do Eixo ou os apoios ao planeamento para a gestão de resíduos de Chaves-Verín, trabalhos realizados pela Agência de Ecologia Urbana do Eixo.

Entretanto, o AECT, conjuntamente com o Eixo, apresentou recentemente vários projetos europeus à convocatória Interreg V Espanha-Portugal. Entre os projetos apresentados destacam-se os direcionados ao desenvolvimento do tecido económico tradicional de Chaves-Verín, através da criação de uma plataforma de comercialização de produtos ecológicos, assim como a definição de mecanismos que assegurem o desenvolvimento turístico da fronteira.

A Eurocidade Chaves-Verín é um projeto de cooperação transfronteiriça, aprovado no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP), com a participação financeira da União Europeia (cofinanciamento FEDER).

Chaves recebe encontro luso-galaico de escritores

“Ponte Escrita” é o nome do encontro luso-galaico de escritores, que Chaves irá receber dias 15, 16 e 17 de abril. A iniciativa foi a vencedora da ação “Promoção e Dinamização - Projetos de âmbito Social, Cultural e Desportivo” do Orçamento Participativo (OP) 2015, com 192 votos, e um orçamento de 15 mil euros, e pretende incentivar a leitura e a escrita, bem como divulgar a cidade nos seus aspetos culturais.

O referido encontro de escritores foi apresentado publicamente na passada sexta-feira, dia 19, na Biblioteca Municipal. A apresentação esteve a cargo do coordenador do projeto, Altino Rio e de Sílvia Alves.

Chaves adere à “Hora do Planeta” A Câmara Municipal de Chaves

vai associar-se a mais uma edição da “Hora do Planeta”, uma iniciativa organizada pela WWF (World Wide Fund For Nature), que pretende chamar à atenção da necessidade de combater as alterações climáticas.

Esta ação simbólica convida os cidadãos de todo o mundo, empresas, governos e comunidades a desligar as luzes durante uma hora.

Assim, no próximo dia 19 de

março (sábado), entre as 20h30 e as 21h30, será desligada a iluminação dos seguintes edifícios: Paços do Concelho, Ponte de S. Roque, Ponte Pedonal, Torre de Menagem e Biblioteca Municipal.

Recorde-se que a Hora do Planeta teve início em 2007 na cidade de Sidney, na Austrália, estendendo-se atualmente a mais de 160 países e a milhões de pessoas que, a ano após ano, têm conseguido fazer a diferença na luta pela preservação do meio-ambiente.

BRAGAEmpresa Leroy Merlin em Lamaçães

A empresa Leroy Merlin, multinacional francesa especializada na venda de artigos de bricolage, jardinagem, decoração e construção, vai abrir a sua primeira loja no Minho, mais especificamente, na cidade de Braga.

A loja de Braga, cuja obra está nas mãos da empresa de construção ABB – Alexandre Barbosa Borges- faz parte da lista de lojas a abrir em Portugal até 2020, o que deve acontecer no verão.

Pertencente ao Grupo francês ADEO, a Leroy Merlin marca já presença na Maia, Gaia, Alfragide, Almada, Amadora, Coimbra, Gondomar, Matosinhos, Sintra e Albufeira e pretende chegar aos 15 espaços comerciais em Portugal.

Em Braga, o edifício, que está a ser construído em Lamaçães, deverá abrir este verão e oferecer entre 20 a 30 postos de trabalho.

A Leroy Merlin procura colaboradores para as seguintes categorias: responsável de secção, responsável de caixas e relação cliente, responsável de logística, cartazista, vendedor, operador de caixa e relação cliente e operador de logística.

As candidatras para as agas disponíveis deverão ser feitas através do envio de curriculum vitae para o endereço de correio eletrónico: [email protected].

IKEA está a contratar para Braga

A multinacional sueca Ikea, que vai abrir uma nova loja em Braga no novo Centro Comercial Nova Arcada, está à procura de colaboradores.

As vagas disponíveis, em regime de part-time, dizem respeito às áreas de logística, restaurante (Ikea Food), vendas e serviços/call center.

As inscrições podem ser feitas através do site da empresa.

Deputados do PS e ao fundo a Ponte da incompetência

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29 de Fevereiro de 2016 3BarrosoNoticias de

Carvalho de Moura

Câmara de Montalegre vira Agência de Publicidade (Enganosa)

Do «site» da Câmara Municipal de Montalegre, do passado dia 16 / Fev / 2016, deu para ver a seguinte notícia:

«A serra do Larouco está irresistível. Pintado de branco, o gigante monte erguido no concelho de Montalegre deslumbra o olhar. Depois da neve, os dias de sol intenso têm dado uma textura única ao terceiro ponto mais alto de Portugal Continental. Visitar Montalegre, por estes dias, é colocar os olhos em bico no Larouco. Deixe-se envolver por este dossier fotográfico, hoje mesmo captado, e marque já este fim de semana para visitar o concelho. Contamos consigo!»

Meus caros leitores:

Perante uma notícia deste teor, excluindo os seus autores (funcionários) de todas as considerações aqui feitas, é nosso dever dar os esclarecimentos seguintes:

Montalegre e o concelho, nesse dito fim de semana, não teve neve nenhuma. Foi doloroso ver muita gente, que se deslocou de longes terras, a circular em direcção ao Larouco e, revoltada, voltar às suas casas a comentar o logro em que cairam. Centenas de pessoas foram enganadas por esta propaganda mentirosa da Câmara Municipal de Montalegre.

Algumas dessas pessoas manifestaram a sua revolta nos sítios por donde pararam em procura de comida, de cafés ou até de informações diversas.

Depois, face à notícia camarária, as televisões disputam entre si a divulgação disto indo ao ridículo de filmar um poucochinho de neve algures que, de pronto, põem no ar. E lá está: - neve em Montalegre.

Claro que a seguir chovem os telefonemas de familiares e amigos a procurar por “um nevão tão grande em Montalegre”. O que é isto? Valha-nos, Deus!

Mas, quando esta esquisita propaganda parte dum município, o caso assume gravidade acrescida porque passamos todos os barrosões pelo rol de mentirosos. E nós não podemos tolerar semelhante rótulo. Os barrosões sérios e

honestos têm aqui a prova de que os seus representantes não sabem o que andam a fazer. Já cansa de falar de tanta incompetência.

Uma outra questão consequente é o dever da autarquia informar os cidadãos se virou agência de propaganda do sector hoteleiro e similares. Estes, assim servidos pela ilustríssima Câmara Municipal, não necessitam de publicitade. Mas então e os custos? Quem os paga e como? Será que é desta forma que se pagam os encargos com as comezainas e os passeios de todos os dias da Câmara de Montalegre?

Depois, é preciso fazer entender aos responsáveis camarários que Montalegre não é terra de neve. Já o foi no passado, mas, desde o final da primeira metade do século vinte, condições surgiram que alteraram substancialmente o clima barrosão. A saber:

1) O aquecimento global

Não é novidade para ninguém que o aquecimento global contribui significativamente para as alterações climáticas no mundo e a nossa região não foge à regra.

2) A construção das cinco albufeiras no concelho

A construção das barragens no concelho (Venda Nova, Alto Rabagão ou Pisões, Alto Cávado ou Sezelhe, Paradela e Salamonde) criou lençóis de água que contribuem para o aumento da humidade na região.

3) A dissecação da Lagoa de Antela

A planície do Lima ou Limia (galego) era até há cerca de meio século atrás um lagoeiro sem fim. Ouvia eu dizer ao meu falecido pai, refugiado da 1.ª Grande Guerra, na Xironda, durante dois anos, que na Lagoa andavam muitas vacas a pastar e muita passarada a voar. Quando em 1958 a Lagoa foi dissecada, trouxe como consequência que as temperaturas húmidas e friorentas resultantes das terras pantanosas da Limia deixaram de fazer sentir a sua influência, abarcando naturalmente todas as terras em redor, Barroso incluida.

4) As novas manchas florestais

Também por essa altura se fez a florestação massiva do

planalto barrosão. É certo que os incêndios já dizimaram a maior parte mas ainda restam algumas manchas com a sua natural influência sobre o meio ambiente.

De tudo o que acima se diz, as alterações provocadas no clima da nossa terra são inevitáveis. Não é por acaso que acabou o tempo dos grandes nevões que os de mais idade testemunharam. Hoje, se em determinado dia neva com intensidade, no dia seguinte, uma chuva miudinha ou chuva-neve ou o nevoeiro trazem logo o degelo.

Isto não quer dizer que ocasionalmente não venha por aí a cair um grande nevão, mas atrevo-me a declarar que é pouco provável e, se acontecer, a duração da neve pouco tempo dá para se jogar umas “cabunhadas” na praça do Município.

Para concluir, a Câmara Municipal de Montalegre deve preocupar-se com aquilo que lhe diz respeito, com o bem das populações, com as necessidades que abundam no concelho e abandonar, de vez, a propaganda barata e enganosa pela qual, nos dias vindouros, poderemos vir a pagar juros elevados.

Nas áreas rurais as festas, sobretudo as que têm lugar nas estações frias, continuam a integrar o ciclo agro-pastoril anual. A Festa de São Sebastião, a 20 de janeiro, entre o ciclo dos doze dias e o ciclo do carnaval, aparece a meio dessa longa estação, num tempo não coincidente com a festiva época estival.

A Festa do Carolo de São Sebastião decorreu este ano, como referimos no nº anterior do NB, com algumas novidades, confirmando a ideia de que a Tradição não se expressa como uma simples repetição cerimonial, antes implica movimento e inovação, uma renovação cíclica do significado

da celebração.A distribuição do bodo,

forma de agradecimento ao Mártir pela boa colheita conseguida, adquire esse sentido mais profundo de partilha, de desprendimento, de circulação de alimentos e de relações sociais que saem fortalecidas desse dia de convívio festivo.

Retomando velhos hábitos caídos em desuso, juntando boas-vontades e esforços que nunca aqui se negam, nessa manhã de chuva miudinha saiu de Golas o carro de vacas apeiradas para transportar o vinho e o pão para a distribuição dos mordomos.

Recuperando a ligação da festa aos trabalhos agrícolas

e à produtividade da terra - de tal modo assim era dantes que a partilha acontecia num campo em pousio -, o carro teve lugar de destaque na saída da procissão, desde a igreja secular de Salto até ao adro do templo novo, onde os alimentos trazidos foram consagrados.

O bodo comunitário reconhece as dádivas concedidas pelo santo, através do esconjuro de afastamento dos cavaleiros do Apocalipse, que ciclicamente se aproximam. A importância que a circulação da broa benzida adquire, dá conta de circulações sociais alargadas. A dádiva é um elemento central do cerimonial das festas, tendo o alimento

essencial o cereal por base, em particular o centeio, e noutras aldeias também o milho. O consumo de vinho aparece como elemento igualmente essencial embora transgressor, sendo indispensável em todas as festas deste dia nas terras de Barroso.

A ‘roda’ de distribuição foi este ano muito concorrida, tanto por forasteiros como por fiéis Saltenses que apreciaram o carolo de centeio, distribuído aos milhares, tendo a qualidade do vinho tido também avaliação muito positiva.

Para além da dádiva de pão e vinho - oferecido ao longo do extenso balcão que permitiu aos participantes receberem sem

atropelos a sua porção - muitos adquiriram os ‘mordomos’ sacralizados para levar para casa, tanto para dar a familiares distantes ou que não puderam comparecer à festa, como para toda a espécie de ‘fazenda’, que assim também se protege de pestes e outras maleitas.

O sentido da Festa, de alegria e de partilha, saiu assim reforçado, dando continuidade à celebração dedicada ao Mártir Santo, num equilíbrio comunitário entre romaria e arraial que certamente permitirá um impulso renovado e duradouro a esta festividade de inverno em Salto.

Casa do Capitão

Dia do Carolo em Salto

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29 de Fevereiro de 20164 BarrosoNoticias de

O Dia da Árvore, também conhecido por Festa da Árvore, representava simbolicamente a regeneração da sociedade e tinha sido divulgado pela Maçonaria ainda durante a Monarquia.

Mas foi com a República que ela foi vulgarizada e promovida, nomeadamente pelo “O Século Agrícola”, por todo o País, a partir de 1913.

A Festa da Árvore passou a ter o estatuto de uma festa cívica e democrática. Serviu para consagrar os novos símbolos do regime - bandeira, hino nacional e outros - e para confirmar a importância na formação do carácter, no amor pela natureza e pela vida.

O Presidente Bernardino Machado escreveu na sua obra “Introdução à Pedagogia”, edição de 1892 – “Levem as crianças ao campo, deixem-nas correr, saltar, trepar às árvores, deixem-nas encher-se de ar puro e de impressões novas, deixem-nas ver e falar, pensar; e elas mesmas virão com igual animação procurar o professor para que lhes explique o que viram e lhes resolva as suas questões”.

Também António Vieira Borges em “Árvores e Pátria”, edição de 1914, faz à Festa da Árvore a seguinte referência: - “De todas as festas cívicas que a nossa civilização promove, a mais atraente, a mais interessante e a mais simpática é incontestavelmente a festa da árvore. Ela congrega sob a mesma bandeira, a bandeira rubro-viridente, os cidadãos de todas as classes sociais, grandes e pequenos, ricos e pobres, velhos e novos, mulheres e crianças, intelectuais, burocratas e artífices”.

Estas características que davam à Festa da Árvore uma feição popular são, por outro lado, as mesmas que lhe geraram poderosos inimigos: Igreja, os saudosos da Monarquia, a alta finança, etc. Com a ditadura do Estado Novo, as comemorações do Dia da Árvore, praticamente desapareceram.

Mas durante a primeira República foi cultivando o culto pela Árvore e pela Natureza, tendo sido dedicado o dia 21 de Março como o Dia da Árvore.

Os jornais destinavam-lhe extensos artigos, as escolas eram visitadas por educadores e técnicos florestais que palestravam com os alunos a fim de lhes dar a conhecer todos os benefícios que as florestas proporcionavam às populações e a sua importância para a conservação da Natureza.

Agora, no dia 21 de Março,

deve comemorar-se o dia mundial da floresta e da poesia e o dia internacional contra a descriminação racial.

Como só vou tratar do primeiro, parece-me apropriado começar por transcrever uma poesia com origem num antigo texto jugoslavo, adaptado por Veiga Simões(1):

Oração da Árvore

Tu que passas e ergues para mim o teu braço,

Antes que me faças mal, olha-me bem.

Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno;

Eu sou a sombra amiga que tu encontras

Quando caminhas sob o sol de Agosto;

E os meus frutos são a frescura apetitosa

Que te sacia a sede nos caminhos.

Eu sou a trave amiga da tua casa,

A tábua da tua mesa, a cama em que tu descansas

E o lenho do teu barco.Eu sou o cabo da tua enxada, a

porta da tua morada,A madeira do teu berço e o aconchego do teu caixão.

Eu sou o pão da Bondade e a flor da Beleza.

Tu que passas, olha-me e não me faças mal.

A ÁRVORE

Quando apareceu o homem já a árvore estava presente em todos os continentes da Terra. A primitiva floresta foi povoada por toda a espécie de animais, desde os pequenos insectos, até aos grandes mamíferos. Depois apareceu o homem que se alimentava exclusivamente da caça. Por isso era nómado abrigando-se, para descansar, dormir e defender-se das feras, em pequenas grutas e abrigos naturais. Com o tempo tornou-se pastor e por essa causa a sua mobilidade diminuiu, acabando por se tornar um bicho sedentário. Então, delimitou a terra necessária para alimentar o rebanho e poder dar início à cultura de cereais para prover a alimentação do agregado familiar.

Assim começou a desflorestação que, parece, nunca mais vai terminar.

Quando pensou que poderia aumentar a produção agrícola e animal recorrendo a mão de obra estranha, estabeleceu as primeiras regras da exploração do homem pelo homem. Isso

deu origem ao aparecimento das primeiras tribos. Depois a ambição do poder e da riqueza dos chefes, foram a causa primeira das guerras.

As árvores foram as primeiras vítimas da ambição humana. A floresta passou a ser destruída para submeter o solo à produção de forragens para o gado e de alimento para os homens. As melhores condições de vida proporcionaram o aumento da população, razão pela qual era precisa, cada vez mais, terra arável. Recorreram à destruição da floresta pelo fogo que eram incapazes de controlar. Não sabiam que, por este método, destruíam a capacidade produtiva do solo. As terras mais fracas deixaram de produzir e foram a b a n d o n a d a s , formaram-se os desertos. Apesar disso a destruição continuou com as suas nefastas consequências até aos dias de hoje.

O homem primitivo tinha desculpa por ignorar que a destruição da floresta é uma tragédia para o homem e para a natureza. Hoje já tem esse c o n h e c i m e n t o , mas a ambição da riqueza e do poder que ela propicia, sobrepõe-se a tudo o mais. Até perde a noção de que está a concorrer para o fim da humanidade. Na verdade, a indústria madeireira, celulose incluída, e a indústria elétrica através das barragens são os maiores inimigos da Natureza.

A árvore é um ser vivo.

É constituída por vários órgãos com funções diversas: as raízes e as folhas são órgãos de fixação e de nutrição; as flores e os frutos sã órgãos de reprodução; o tronco e os ramos constituem o corpo da árvore.

Em boas condições de solo (temperatura e humidade) a semente germina e dela nasce uma pequena árvore já provida de raízes, caule e folhas.

A sua vida resulta de um grande número de elementos:

a) Os factores atmosféricos: luz, temperatura, pluviosidade, vento;

b) As características físico-químicas do solo: profundidade, humidade, permeabilidade,

fertilidade (riqueza em sais minerais);

c) Os seres vivos que a cercam: vegetais, animais, insectos, homem.

A sua vida está dependente de quatro funções. As árvores, como a maior parte das plantas, precisam de se alimentar sendo a água e os minerais nela dissolvidos, os alimentos. São absorvidos pelas raízes mais finas - as pastadeiras ou pelos radiculares. É a seiva bruta que sobe até às folhas pelos vasos lenhosos.

1- Dá-se aí a função da Transpiração que consiste

na perda por evaporação do excesso de água e transforma a seiva bruta em seiva elaborada;

2- Esta seiva faz um percurso inverso, dispersando-se por todos os órgãos da planta. É este nutriente o responsável pelo crescimento de todos os órgãos da planta. É a função da Nutrição;

3- A acção clorofilina, ou Assimilação do Carbono: sob o efeito da luz, as folhas absorvem o gás carbónico da atmosfera e libertam o oxigénio;

4- A função da Respiração dá-se por efeito de um mecanismo inverso ao da assimilação da clorofila, mas numa proporção menor. As células das árvores absorvem o oxigénio e libertam o gás carbónico.

Ao longo da primeira parte da sua existência, que pode demorar 20 a 60 anos segundo as espécies, do botão terminal nasce um lançamento com o comprimento de 20cm a 1m, todos os anos. É este lançamento o responsável pelo crescimento da planta.

A Floresta – fonte de vida

A Floresta é uma sociedade viva e não uma colecção de árvores. De um meio natural que era a floresta ela foi adaptada, ao longo dos séculos, às necessidades e aos interesses do homem o que, em muitos casos, concorreu para a sua ruína. Daí a necessidade de uns Serviços Florestais, criados para salvarem a floresta.

Pensando-se que é forte, a floresta é frágil: sofre prejuízos pelo calcamento, é atacada pelas doenças, os incêndios e as tempestades.

Julga-se que é imutável, ora uma árvore nasce, vive e morre. Para que a floresta sobreviva é indispensável providenciar a substituição das árvores antes que elas morram. É pois necessário fazer cortes entre as velhas árvores para que a luz consinta que as sementes naturais germinem e se desenvolvam.

A Floresta tem uma função económica. Há custos com a sua instalação, manutenção e conservação, mas é produtiva. Dá-nos:

- a madeira, uma das raras matérias-primas renováveis: madeira para obras, madeira para a indústria e lenha para queimar; a cortiça, um dos melhores isoladores e a resina.

É um regulador climatérico. Fixando as terras evita a erosão. Fertiliza as terras tornando-as mais ricas em húmus.

Purifica o ar que respiramos, filtrando as poeiras e depurando as emissões de dióxido de carbono e de óxido de azoto.

A floresta é, também, um espaço social e um abrigo para os animais, especialmente as aves.

As árvores dos parques e jardins alegram a paisagem urbana.

A árvore pertence à nossa paisagem e esta é uma razão bastante para que todos tenhamos a obrigação de a respeitar.

21 de Março de 2016

José Enes Gonçalves

1) Alberto da Veiga Simões

(1888-1954), formado em Direito pela

Universidade de Coimbra, ingressou

na carreira diplomática em 1911,

ministro dos Negócios Estrangeiros,

professor do Instituto dos Altos

Estudos Diplomáticos, em Bruxelas.

Morreu em Paris. Recolheu abundante

documentação nos arquivos dos vários

centros europeus por onde passou.

O DIA DA ÁRVORE -21 de Março

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29 de Fevereiro de 2016 5BarrosoNoticias de

No passado dia 22, a Escola Secundária Dr Bento da Cruz homenageou o seu patrono. Uma festa simples, mas recheada de simbolismo e alguma criatividade.

O Dr. Paulo Alves, director do Agrupamento, teve o cuidado de mostrar aos alunos da Escola e à comunidade a razão da homenagem a um homem de Barroso que escreveu muitas coisas sobre a nossa terra, envolvidas em histórias cativantes. Agradeceu aos familiares a presença honrosa

tal como aos representantes das instituições que também estiveram presenntes.

Sempre muito empenhado em dar o seu melhor pela instituição que dirige, disse “ser um prIvilégio ser director da Escola Dr Bento da Cruz” e acerca do patrono da mesma assumiu tomar as iniciativas que a condição e o próprio justificam.

Referiu que este ano, 2016, seria o Ano do Dr Bento da Cruz que termina no dia 22 de Fevereiro de 2017 e que,

para além doutras actividades, apontou a Semana da Leitura a ele dedicada.

Além dos acima referidos e dos alunos que encheram por completo o auditório, também marcaram presença o Dr Barroso da Fonte, o Dr. António Chaves, a Dra Assunção Anes que usaram da palavra para enaltecer o gesto da Escola e a figura do Dr Bento.

António Chaves, presidente da Academia dos Escritores de Trás-os-Montes, disse que a identidade é uma questão que

deve preocupar todos, o nosso falar, a importância da língua, pois que é neste contexto do imaterial que nós podemos brilhar.

Barroso da Fonte, ilustre jornalista, falou mais à maneira do homenageado, chamando à liça o seu Rabagão que também é de Bento da Cruz a que classificou de um dos símbolos que ajudou a aproximar as pessoas. Barroso da Fonte, pessoa sábia e humilde também reconheceu humildade no Dr Bento da Cruz.

Por fim, Assunção Neves Morais, professora em Vila Pouca de Aguiar, conhecedora da obra do homenageado, falou sobre os contos e histórias insertas nos seus livros, concluindo com sugestões acerca de iniciativas que podem ser feitas pela Escola Secundária.

De parabéns está a Escola Secundária por honrar duma forma simples mas digna a pessoa do seu patrono.

CM

Bento da Cruz homenageado na Escola Secundária e na Câmara de Montalegre

Com base na diligência de José Baptista, para recolha de depoimentos de amigos de Bento da Cruz, reuniram-se perto de quatro dezenas de textos de familiares e de pessoas que conheceram de perto o escritor e o homem. Desse conjunto de testemunhos resultou uma publicação In Memoriam que esteve na base da homenagem ao escritor, efetuada no passado dia 20 de Fevereiro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Montalegre.

Nela participaram diversas e prestigiadas instituições, como a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Ato Douro), o Grémio Literário de Vila Real (com mais de meia centena de presenças), A Academia de Letras de Trás-os-Montes, sediada em Bragança e muitos amigos que vieram de vários pontos do país para honrar o homem de cultura e o escritor que dedicou a maior

parte do seu labor a Barroso e à sua gente.

Nas intervenções que tiveram lugar, por parte das instituições referidas e do próprio filho do escritor ficou bem clara a grandeza de alma do homem e o amor que dedicou à sua terra. José Baptista disse a este propósito: «Por muito que procure, e procurei, não encontro na literatura portuguesa uma figura semelhante à de Bento da Cruz. Pelo menos, na prosa, creio que não existe. E não existe, a meu ver, porque a única razão da sua escrita é o povo. Não do povo de que por aí fala toda a gente, sobretudo os representantes dos partidos políticos e as instituições públicas e privadas, que falam do povo como uma multidão anónima e sem merecimento.

O povo de Bento da Cruz é retinto e plebeu. Por dentro e

por fora: cavadores de sol a sol, pobres de pedir, mineiros num exercício brutal só comparável aos trabalhos forçados nas galés, que ele descreveu com mestria e paixão, muito jovem ainda, ao ver o seu pai a rasgar na piçarra uma mina para regar as leiras; colmadores, os-da-volta, segadores de feno com gadanha, criados de servir, pastores de palmo e meio; os filhos de pais incógnitos a quem os padres davam o nome indizível do Santo do dia de batismo, como Efigénia, Sandálio, Bastiana, Anacleto, Albina, Crisóstomo e outros que tais. Este povo plebeu é que é a verdadeira personagem de toda a obra de Bento da Cruz. É, por ironia do destino, o povo que ele imortalizou em milhares de páginas admiráveis e o que mal o conhece ainda o escritor - e que menos o lê.»

António Pires Cabral, um dos

expoentes máximos da literatura transmontana e nacional da atualidade e amigo próximo e de longa data de Bento da Cruz fixou, num breve texto, pleno de rigor e de objetividade a dimensão literária e humana deste filho de Barroso, texto que merece ser publicado na íntegra e adequadamente estudado e refletido fora e dentro das escolas, por parte de professores e alunos.

Escrever obriga apenas ao uso de uma tecnologia rudimentar. Um papel e um lápis é quanto basta para chegar aos segredos da alma. É deste modo que 250 milhões de pessoas podem hoje, livremente, comunicar na mesma língua – em português. Uma língua, uma identidade, uma cultura é tudo o que precisamos para assegurar a nossa presença no mundo. Mas é necessário olhar para os que detêm o dom de observar e

de transmitir, para encontrarmos o caminho certo da nossa sobrevivência e da nossa afirmação. Foi esta a tónica da mensagem transmitida pela Academia de Letras de Trás-os-Montes.

Por fim, Emanuel Cruz falou do seu pai, do imenso amor que lhe dedicou e da imensurável sabedoria que se esforçou por legar, como herança maior, a preservar e a transmitir também aos seus filhos. Terminou agradecendo, comovido, a presença de todos quantos ali vieram render homenagem ao homem bom e simples que está por trás do que a sua pena nos ofereceu, feito raro ou mesmo único em todo o passado de Barroso, de que há lembrança.

António Chaves

Homenagem a Bento da Cruz

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29 de Fevereiro de 20166 BarrosoNoticias de

MAPC

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 67 – Urtiga

Tens o aspecto sedoso, de uma doçura que atrai. Ondulas ao vento com uma

sensualidade inebriante, enquanto os olhos se prendem no caule que sustenta as

folhas que hipnotizam a alma e prendem o espírito. Uma leveza que é, por si,

insustentável perante a aragem que te faz dançar e prende a atenção. Pergunto-me

até onde se estendem as raízes e de que forma te prendem à terra que assumes

como tua. Questiono a forma como te insinuas quando passo, ficando eu sem

saber se o suave ondular que faz com que as tuas folhas se curvem para mim está

somente a desdenhar da minha passagem ou se porventura é a forma de dizer que

desejam um toque que interrompa as lágrimas escondidas pela acidez de tardes

passadas, quando o calor de uma realidade estranha tentava secar a seiva que te

sustenta. Pergunto-me se desejas que te toque… Pergunto-me se o teu verde me

tenta hipnotizar, chamando-me a um ardor latente e indesejavelmente desejável.

Gostava de saber porque me deixas sempre neste ardor, de todas as vezes que te

toco. Eu sei que não fazes por mal. O ardor que deixas na pela é a tua forma de

dizer: “Lembra-te de mim…”

João Nuno Gusmão

CHAVES Cidade Termal, Eurocidade com VERÍN

Eurocidade, Chaves juntamente com Verin, onde se observam avançados interesses mútuos pricipalmente no campo comercial, social e da saúde. Constituem a raia seca desta região com uma grande atração e beleza desde a gastronomia, bom ambiente e deslumbrantes paisagens. Têm focos de actividade muito significativa que se desenrola sobre as zonas históricas.

Chaves oferece aos seus visitantes a sua estância balnear de águas quentes , os seus encantadores jardins e uma vasta riqueza cultural e arquitectónica. A cultura tem uma grande importância a nível social, nas relações interpessoais e na mobilidade das populações onde se salienta também um notório interesse social no turismo cultural, nomeadamente em conhecer o passado das duas regiões. Na gastronomia há uma afluência muito significativa aos “pinchos” de Verin, assim como aos restaurantes de Chaves , onde é servido o tão apreciado bacalhau, sobressaindo o restaurante “Miradouro”, com uma cozinha de excelência, a tão conhecida internacionalmente Quinta da Mata com um turismo de habitação de referência e não esquecendo os “pinchos “ regionais que oferece a Taberna do Presunto de Zeca Moura. Todas estes pontos gastronómicos desfilam na linda encosta da serra do Brunheiro , na estrada de Valpaços, até ao alto de S. Lourenço.

Chaves e Verin duas maravilhas cercanas.

João Damião

Para a História da 1ª República em Montalegre(Continuação do n.º anterior)

E por causa destas guerras não se realizavam obras de extrema necessidade, como as do cemitério.

Mas em 28 de Maio, O Montalegrense noticia:

- “Foi afinal arrematada a obra de ampliação do Cemitério, que tanto se fazia sentir por não haver no pequenino Cemitério da vila onde enterrar os cadáveres.

Foi a ampliação arrematada pelo Sr. Abílio Augusto de Miranda, pela quantia de 1.884$00.”

Nova Feira - Por proposta de 4 de Junho de 1914 do senador municipal, sr. António Joaquim Barroso Pereira, dos Padrões, foi criada, pela câmara, uma feira mensal no lugar da Venda Nova, deste concelho, cuja feira terá lugar no dia 15 de cada mês.

Em 30 de Julho, O Montalegrense noticia o falecimento, na cidade do Porto, do Professor Dr. António Joaquim de Morais Caldas e acrescenta:

- “Consta que o Dr. Morais Caldas deixou testamento com vários legados e deixa a terça parte da herança para criação

duma casa de beneficência em Montalegre.”

A partir do princípio de Agosto as notícias sobre a Grande Guerra tiveram precedência sobre as restantes. A participação de Portugal era motivo de preocupação.

Relativamente a comunicações, Montalegre apenas tinha ligação com Chaves e essas eram tão más que O Montalegrense de 20 de Agosto de 1914, dá a notícia seguinte: -

“O Carro do CorreioContinua a ser uma coisa

perigosa o aventurar-se alguém a fazer viagem no carro que faz o correio de Chaves para Montalegre.

Já não é apenas o risco de ter de vir a pé uma grande parte do percurso, ou de ter mesmo de puxar ao carro em sítios que os cavalos não o arrastam.

Para tudo estar em relação, os próprios carros andam a desconjuntar-se (...).”

No dia 2 de Janeiro 1915 realizou-se a sessão da Câmara Municipal.

Procedendo-se à eleição da mesa, que há-de funcionar durante o ano de 1915, verificou-se que tinham sido eleitos os seguintes cidadãos:

Presidente - José Bento Gonçalves Barroso da Cruz.

Vice-Presidente - Dr. Diogo Gomes de Carvalho.

1º Secretário - António João André Vaz.

2º Secretário - António Fernandes de Sousa.

Segue a relação dos vogais efectivos e substitutos.

Em 18 de Fevereiro O Montalegrense avisa que no fim do presente mês termina o prazo para a entrega dos requerimentos para inscrição no recenseamento político.

Recomenda que é conveniente que todos os indivíduos que se encontrem em condições de serem inscritos, se apresentem a requerer a sua inscrição.

O Montalegrense nº103, de 11 de Março começou a publicar o relatório da Sindicância aos actos da Comissão Municipal que foi presidida pelo Dr. Victor Branco. A sua publicação termina no nº 109, de 22 de Abril.

O Montalegrense de 17 de Junho de 1915 dá o resultado das Eleições realizadas no dia 13, para deputados e senadores. Foram os seguintes:

Deputados:

Candidato evolucionista - 690 votos

Candidato democrático - 508 votos

Candidato católico - 401 votos

Candidato independente - 230 votos

Senadores: Candidato evolucionista -

767 votosCandidato democrático -

405 votosA partir de meados de Julho

O Montalegrense vai dando, com preocupação, notícias sobre a Questão de Salto, mas no dia 26 de Agosto publica uma longa reportagem sobre acontecimentos relativos a esse assunto da qual transcrevo o seguinte trecho:

“Desanexação da Freguesia de Salto

Graves AcontecimentosO povo irritado invade as

repartições públicas e queima toda a papelada relativa à freguesia de Salto.

Os populares revoltados por a Câmara dos Deputados ter aprovado o projecto de lei que desanexa a freguesia de Salto do concelho de Montalegre,anexando-o ao de Cabeceiras de Basto reuniram-se e dirigiram-se para os Paços

do Concelho onde entraram depois de arrombada a porta. Dentro do edifício, arrombaram as repartições de finanças, tesouraria, registo civil, administração do concelho, tribunal e câmara municipal. Tiraram a papelada que dizia respeito à freguesia de Salto e outra que veio junta, que depois queimaram no largo do Toural. Dali dirigiram-se aos três cartórios dos escrivãos do Juízo de Direito, que arrombaram e tiraram de lá vários maços de processos.

A cadeia também foi arrombada e libertadas duas presas e um preso.

Por fim arrombaram a porta de uma taberna e tiraram de lá uma pipa de vinho, que transportaram para o largo do Pelourinho, que serviu para matar a sede a todos que quiseram. Quando a pipa ficou seca os manifestantes retiraram-se para suas casas, seriam 3 ou 4 horas da manhã.

A multidão foi calculada entre 1.500 a 2.000 indivíduos residentes na vila e em diversas aldeias».

(Continua no ano de 1914)José Enes Gonçalves

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29 de Fevereiro de 2016 7BarrosoNoticias de

A última semana foi politicamente dominada por um importante, senão o mais importante tema da vida politica nacional: o debate do Orçamento de Estado para 2016. Com um atraso de quase meio ano, o país conseguiu finalmente aprovar o seu Orçamento. Orçamento que gerou uma injustificável dramatização e foi esmiuçado até ao tutano, quer por jornalistas e comentadores que mais pareciam uma 5.ª coluna do universo politico de uma direita radical, como também por vários deputados e ex.governantes da antiga maioria que não hesitaram em colocar o carro à frente dos bois.

Externamente e contrariamente ao que assistimos nos últimos anos, o Governo em funções conseguiu negociá-lo com os senhores de Bruxelas, salvaguardando rendimentos do trabalho e pensões, enquanto que por cá, foram derrubadas barreiras com mais de quatro décadas, ao fazer-se passar um Orçamento com a aprovação de Partidos que nunca o haviam feito, colocando-se assim um ponto final no mito do “arco da governabilidade”.

É evidente que este não é o orçamento desejável. Existe um aumento da carga fiscal, embora longe do que aconteceu no passado recente e a reposição de rendimentos é módica. No entanto, quebrou-se o ritmo da austeridade cavalar que penalizou e de que maneira, quem trabalha e trabalhou. E isso constitui sem sombra para qualquer dúvida, uma grande vitória de todos os Partidos que fazem parte da actual solução governativa.

É também evidente que são muitas as nuvens cinzentas a pairar sobre nós: uma bolha financeira, uma União Europeia desunida, uma moeda sem futuro e um sistema capitalista autofágico. Ainda assim, este é indubitavelmente o melhor caminho para ser trilhado nas actuais circunstâncias. Do lado da oposição de pin na lapela, assistimos a exercícios de idiotice que não cessam de nos provocar um enorme sentimento de vergonha alheia.

Quem não se recorda da gritaria com que os arautos dos Partidos da direita repetiam até à exaustão, que o mesmo seria chumbado sem apelo nem agravo pelos poderes de Bruxelas?!... Quem não se lembra de Marco

António de Gaia – entretanto desaparecido em combate - afirmar que o orçamento estava morto, que não era credível - como se ele o fosse?!... Quem não se lembra da vóz embargada com que a “estagiária” do CDS e agora candidata a Presidente do Partido, afirmar que o mesmo era “ficção” digna de um “óscar”, diagnosticando-lhe a morte antecipada junto das instâncias internacionais, ou até da emoção com que já se anunciava um novo resgate, uma nova tróika, uma nova austeridade?!... Quem não se lembra do triste papel desempenhado por Paulo Rangel no Parlamento Europeu e de no seguimento das suas palavras os líderes do Partido Popular Europeu terem tido o descaramento de repreenderem publicamente o Governo de um país com oito séculos de História?!...

Apesar de tudo isso, apesar do Orçamento de Estado ter sido usado para lançar a desconfiança em relação a Portugal, apesar de tudo ter sido feito quer internamente, quer em Estrasburgo ou Bruxelas para que um conflito com a Comissão Europeia se traduzisse numa situação que conduzisse novamente à asfixia financeira do país, a grande verdade é que toda essa estratégia de terra queimada não vingou e o Governo venceu, obtendo uma clara vitória formal e política. Há muito, muito tempo, que não assistiamos a uma tão subtil e eloquente afirmação da dignidade nacional.

Os grandes derrotados foram sem margem para qualquer dúvida, os Partidos da direita parlamentar. Em boa verdade, nem o aval da Comissão Europeia fez mudar o seu estilo!... PSD e CDS, que agora pretendem apanhar o comboio em andamento da social-democracia e do “centrão, deixando orfãos os seus seguidores da direita radical, mantêm-se também eles iguais a si próprios, isto é: continuam como sempre, a ser mais troikistas que a própria tróika. E é exactamente por isso, que há coisas simples que os portugueses sabem e não esquecem, por mais que a bolha mediática diga o oposto, e por mais que alguns políticos da sua área resolvam parvejar: o aumento de impostos que um dos seus autores classificou com inusitado rigor de colossal, levando-os a pagar mais de 3 mil milhões de euros, a juntar ao muito que já pagavam, não sai da

sua memória. Não foi por acaso, que face a essa extorsão fiscal, a esse “assalto à mão armada” assim classificado por um ex. Presidente do PSD, lhe tenham retirado cerca de 750.000 votos nas últimas eleições legislativas e os tenham relegado para a minoria parlamentar que hoje detêm na Assembleia da República e da qual ainda não se convenceram.

É verdade que os portugueses têm a noção que o Orçamento inicial preparado por António Costa lhes era mais favorável que aquele que resultou das pressões de Bruxelas, mas sabem também, que apesar dos condicionalismos, este Orçamento é o primeiro que inverte a política que ano após ano lhes vinha retirando rendimentos, que vão receber mais e pagar menos impostos e particularmente que os reformados e pensionistas deixaram de viver no fio da navalha, face ao corte de 600 milhões de euros nas suas pensões, prometidos por Passos Coelho e Maria Luis Albuquerque a Bruxelas quando da apresentação do PEC, e que o Governo actual teve a coragem de reverter. E sabem também - porque não dizê-lo - que esta direita agora envergonhada não tem alternativa, não tem propostas e não quer ter programa. Direita que tenta enganar os portugueses

disfarçando o seu extremismo atrás de um regresso a uma falsa social-democracia mentirosa.

E é exactamente por tudo isto, que este Orçamento irrita e muito, esta direita que agora diz querer regenerar-se!... E irrita-a porque tributa mais os bancos e as grande empresas em termos de IRC; porque tributa a EDP a quem o governo anterior havia concedido benesses que lhe permitiram lucros acima dos mil milhões de euros à custa dos contribuintes; porque tributa os combustíveis aproveitando a baixa associada à diminuição do preço do crude e assim consegue mais receitas que aquelas que os amigos deles em Bruxelas exigiam sem ir aos salários e às pensões; porque coloca cada um a pagar os seus próprios vicios; porque isenta as famílias com um rendimento anual até 15.295 euros do pagamento de IMI; porque vai finalmente tributar os fundos imobiliários em sede de IMI; porque aprova deduções à colecta em sede de IRS no montante de 600 euros aos casais por cada filho a seu cargo; porque impede os bancos de retirar e vender as casas de família daqueles que vitimas das falências e do desemprego deixaram de poder honrar os seus compromissos; e acima de tudo, porque desde há cinco anos a esta parte, este é o primeiro

Orçamento que não prevê a privatização de qualquer empresa pública e a sua consequente venda a “pataco”, na procura de receitas extraordinárias.

As diferenças são tão acentuadas, que Oposição e Governo estão na actualidade tão distanciados como nunca estiveram desde o inicio da III República, defendendo cada qual modelos sociais antagónicos. Enquanto a Oposição pretende manter o seu objectivo de a todo o custo alterar e substituir o modelo social do “estado social” pelo modelo do estado neo-liberal, o Governo vai revertendo as políticas do seu antecessor, permanecendo fiel ao modelo do estado social que a Constituição Portuguesa consagra, e que desde 1974 nem o PSD social-democrata, nem o CDS democrata-cristão se atreveram alguma vez a contestar. Inequivocamente estamos perante um “virar de página” e um começo sério de uma abordagem diferente e antagónica ao desenvolvimento económico e social da que tinham Passos Coelho e Paulo Portas. Negar estas evidências é “chover no molhado”.

(Texto escrito segundo os ditâmes do antigo acordo

ortográfico)

POLITICAMENTE FALANDO...

- FINALMENTE UM ORÇAMENTO PARA O PAÍS.

EDP Distribuição bate recorde de Qualidade de Serviço em 2015A EDP Distribuição atingiu, no ano de 2015, o melhor resultado de sempre ao nível da Qualidade de Serviço demonstrando o sucesso da política de investimentos que vem sendo desenvolvida pela Empresa com a consequente redução de assimetrias na rede elétrica que atingiu, em termos nacionais, uma fiabilidade de 99,99%O valor referente ao indicador da continuidade do abastecimento TIE (Tempo de Interrupção Equivalente) foi de 54 minutos em 2015 e representa uma melhoria de cerca de 70% da qualidade de serviço em Portugal continental na última década. Igualmente, o SAIDI, outro indicador usado internacionalmente para comparação da eficiência das operadoras de rede, coloca a EDP Distribuição no grupo com melhores resultados entre as congéneres europeias. A mesma evolução ao nível da qualidade de serviço foi registada em cada uma das 6 Direções de Rede e Clientes – Norte, Porto, Mondego, Tejo, Lisboa e Sul – as estruturas operacionais da Empresa, evidenciando a redução de assimetrias obtida em todo o território.A marca alcançada é consequência de uma política de investimento continuado nas redes de distribuição de eletricidade, que se cifrou em cerca de 4.000M€ desde o ano 2000, centrada na melhoria da rede de distribuição, através da manutenção, modernização e construção de novas infraestruturas. Destaca-se o investimento realizado nos últimos anos na automação do comando e supervisão da rede integrado no projeto inovgrid, o projeto de redes inteligentes da EDP Distribuição. No ano de 2015, para além de várias obras de remodelação e ampliação, foram construídas e ligadas à rede 6 novas subestações (Arcos de Valdevez, Meimoa, Alcobaça, Vila Châ/Barreiro, Barcarena e Viana do Alentejo), 1382 km de linhas de Alta, Media e Baixa Tensão e 344 novos Postos de Transformação. Atualmente a rede de distribuição de energia elétrica tem 419 subestações, cerca de 220 000 km de linhas e 70 000 postos de transformação.Lisboa, 22 de Fevereiro de 2016

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929 de Fevereiro de 2016

Se traçarmos uma linha vertical sensivelmente a meio num mapa do extremo norte de Portugal, encontramos na parcela do lado esquerdo junto à raia um complexo montanhoso que inclui as serras: Peneda, Soajo, Amarela, Gerês e Larouco que eu denomino montanhas do noroeste. É uma região de uniformidade geológica em que o granito domina a paisagem. Somente nos vales das linhas de água e nas encostas abrigadas surge uma paisagem humanizada. Algumas aldeias confundem-se com os montes envolventes que as protegem dos ventos soprando nas invernias em rajadas fustigantes. Um cenário agreste de clima rigoroso. Os habitantes viveram

durante séculos isolados por muitos meandros de serras e caminhos de trajecto precário que provocaram a criação de primitivas formas de comunitarismo tendo perdurado em locais de mais difícil acesso.

Nessas terras localizava-se a antiga região do Barroso que abrangia os actuais concelhos de Montalegre, Boticas e algumas aldeias hoje pertencentes aos concelhos de Vieira do Minho e de Ribeira de Pena.

Revisitei o Barroso. Acompanhado do meu anfitrião, Dr. Manuel Machado, empenhado investigador da história da sua terra, – recentemente primou com uma interessante monografia sobre a freguesia de Ferral em parceria com o Sr. José Miranda que contribuiu com a memória dos usos e costumes da aldeia – aventurei-me por brenhas e sendas entre penhascos emoldurando vales encaixados. Aqui e além um regato ou uma cascata saltitando de rocha em rocha, até se acomodar na corga em tons esmeraldinos e violáceos. Na orla de um

penhasco depara-se aos olhos deste peregrino uma albufeira espelhando os fraguedos altaneiros circundantes. Galguei muros de pedra solta no local próprio, pois a tradição assim obriga, em caminho que nos conduziu até ao suposto castro, descoberta do meu cicerone barrosão. Não tropeçámos em torque de ouro ou em artefacto de ferro, mas, pela situação com defesas naturais, restos de primitivas construções, e o topónimo do lugar, indicia tratar-se de um povoado castrejo. Caberá ao IPPAR a última palavra.

Em Montalegre, revi o monumento em homenagem ao navegador João Rodrigues Cabrilho, meu companheiro de outras aventuras; cumprimentei amigos que não via há muito; estive no Ecomuseu de Barroso, sala de visitas da cultura barrosã, com o qual conservo um vínculo cultural, pois no dia em que abriu pela primeira vez as portas ao público ocorreu aí o lançamento de um livro de minha autoria sobre o barrosão descobridor da Costa da Califórnia.

No dia seguinte continuei

a minha peregrinação. Ao transpor uma colina avisto a vezeira de uma aldeia, resquício do comunitarismo agro-pastoril que outrora possibilitou a vivência do montanhês. Vestígios da presença romana na região são fáceis de localizar, nomeadamente as calçadas e as pontes, marcos assinaláveis da sua arquitectura milenar. Senti a fragilidade humana perante a Surreira do Meio-dia, uma massa granítica monumental, onde outrora nidificou a águia real. Na ponte da Misarela, obra segundo a lenda de um medievo diabo arquitecto, fiquei inebriado com crenças de antanho, dogmas para Gervásios e Senhorinhas. Na Serra do Gerês bebi água cristalina em fontes que guardo na minha memória e em tempos idos saciei a sede amiúde. Enchi os pulmões de ar puro perfumado com o aroma exalado das plantas campestres.

Em Montalegre, revi o monumento em homenagem ao navegador João Rodrigues Cabrilho, meu companheiro de outras aventuras; cumprimentei amigos que não via há muito;

estive no Ecomuseu de Barroso, sala de visitas da cultura barrosã, com o qual conservo um vínculo cultural, pois no dia em que abriu pela primeira vez as portas ao público ocorreu aí o lançamento de um livro de minha autoria sobre o barrosão descobridor da Costa da Califórnia.

Existe um elo afectivo que me obriga a galgar periodicamente mais de um milhar de quilómetros para regressar a essas catedrais graníticas do noroeste. Sei, que aporto na cidade purificado e protegido para aguentar mais um tempo num ritmo artificial de vida.

“Voltaremos... Se Deus quiser.” Foi com estas palavras que nos despedimos daquela região calorosa e hospitaleira, uma das parcelas mais cativantes do país.

João Soares Tavares escreve segundo o anterior

acordo ortográfico(Fotografias de João Soares

Tavares. Reprodução proibida)

BARROSO REVISITADO

João Soares Tavares

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29 de Fevereiro de 201610 BarrosoNoticias de

Instituto dos Registos e do NotariadoConservatória dos Registos Civil, Predial e

Cartório Notarial de Montalegre

EXTRATOCertifico para efeitos de publicação que, por escritura lavrada em 18 de fevereiro de 2016,

na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Licenciada Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 54 e seguintes do livro 983-A, Isabel Rodrigues, casada, advogada, com escritório nesta vila, na Travessa do Polo Norte, na qualidade de procuradora de MARIA CRISTINA DA SILVA LOPES, solteira, maior, natural de França, onde reside em 19 rue Morgenot, 94160, Saint Mandé, declarou:

Que, por escritura lavrada neste cartório em dez de fevereiro de dois mil e quinze, exarada a folhas setenta e nove e seguintes, do livro novecentos e oitententa -A, declarou a sua representada ser dona, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na União das Freguesias de Montalegre e Padroso, concelho de Montalegre:

- Prédio urbano situado no BECO DA TRINDADE, no lugar de Montalegre, composto de casa de habitação de rés-do-chão, primeiro e segundo andares, com a superfície coberta de sessenta e seis metros quadrados, a confrontar do norte e sul com caminho público, nascente com Junta de Freguesia e poente com Teófilo dos Santos Lopes, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1738, que corresponde ao artigo 2157 da freguesia de Montalegre (Extinta), com o valor patrimonial tributável de 74.270,00 euros.

Que este prédio se encontrava ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre e, na matriz, encontrava-se inscrito em nome da sua representada.

Que, para efeito de registo, alegou a figura jurídica de USUCAPIÃO.Para o efeito, alegou nomeadamente, ter entrado na posse do aludido prédio em mil

novecentos e oitenta e cinco, alegando ainda os factos materiais caracterizadores da posse e a convicção de que não lesava nem nunca lesou direitos de outrém.

Que, procedeu, entretanto ao registo desta aquisição, encontrando-se o prédio descrito nesta Conservatória sob o número dois mil e sessenta e seis e registado a seu favor pela apresentação número duzentos e dois, de vinte de março de dois mil e quinze, comprometendo-se em consequência da presente revogação, a requerer o cancelamento da refrida inscrição e a proceder no comptetente Serviço de Finanças à eliminação do dito artigo 1738.

Que, porém, procedeu à referida escritura de justificação, por não ter previamente perfeito conhecimento de que havia já adquirido o indicado imóvel, já descrito sob o número seiscentos e trinta e nove da freguesia de Montalegre, tendo-o adquirido, no estado de solteira, ainda menor de idade, por partilha de herança de seu pai, António Lopes, e registada a aquisição de metade indivisa a seu favor e da restante fração a favor de sua mãe, Maria Virgínia da Silva Carvalho, pela apresentação número quatro, de onze de julho de mil novecentos e noventa e cinco.

Posteriormente, foi celebrada escritura de propriedade horizontal lavrada neste cartório em vinte e quatro de maio de mil novecentos e noventa e seis, exarada a folhas cinquenta e duas verso e seguintes, do livro seiscentos e cinquenta e oito-C, e registada pela apresentação número um, de dezanove de junho de mil novecentos e noventa e seis.

Que, nestes termos, retratando-se, em nome da sua representada, revoga a referida escritura de justificação.

Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre, 18 de fevereiro de 2016O 1.º Ajudante,(Ilegível)

Conta:Emol: 20.4.5) ------------ 23,00 €São vinte e três eurosRegistado sob o n.º 71

Notícias de Barroso, n.º 488, de 29 de fevereiro de 2016

NOTÁRIO CONSTANÇA AUGUSTA BARRETO OLIVEIRA

Certifico, para fins de publicação que, por escritura exarada hoje, no Cartório da Notária Constança Augusta Barreto Oliveira, situado na Rua Paixão Bastos, n.º 114, Póvoa de Lanhoso, no livro de escrituras diversas n.º 160 – A, a fls. 43 e seguintes: DOMINGOS FERNANDES VAZ DE BARROS e mulher MARIA EMÍLIA CAMPOS PEREIRA TRUTA, casados em comunhão geral, naturais da freguesia de Salto, concelho de Montalegre, onde residem na Rua da Capela, n.º 17, declaram:

Que são donos com exclusão de outrem do seguinte bem imóvel:

- Prédio rústico situado no lugar de Vargeas ou Varja, freguesia de Salto, concelho de Montalegre, composto de cultura arvense de sequeiro, mata mista e pastagem, com a área de vinte e seis mil novecentos e oito metros quadrados, a confrontar do norte com baldio, nascente com António Pereira das Penedas, sul com João Pereira da Quelha e poente com caminho público, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 2692.

Que este prédio não está descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade do referido prédio, mas iniciaram a sua posse, em mil novecentos e noventa, ano em que os adquiriram, por doação meramente verbal de Manuel Pereira Truta, viúvo, residente que foi no lugar de Linharelhos, na referida freguesia de Salto.

Que, desde essa data, por si ou por intermédio de alguém sempre, têm usado e fruído o prédio, cultivando-o, colhendo os seus frutos e roçando o mato, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa-fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o mencionado prédio, por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Póvoa de Lanhoso, 19 de fevereiro de 2016.A colaboradora com autorização para este ato nos termos do nº1, art. 8º do DL 26/2004 de 4 de fevereiro.Ana Cristina Veloso SampaioRegistada sob o nº 84/5Conta/Recibo registada sob o n.º 425Emitida fatura reciboA autorização para a prática de atos pelos colaboradores foi publicada em www.notarios.pt em 26/02/2013Notícias de Barroso, 488 de 29 de fevereiro 2016

Instituto dos Registos e do NotariadoConservatória dos Registos Civil,

Predial e Cartório Notarial de Montalegre

EXTRATOCertifico para efeito de publicação que, por escritura

outorgada hoje, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 58 e seguintes do livro 983-A, ACÁCIO GONÇALVES DA CRUZ e mulher MARIA LEONILDE GONÇALVES AFONSO CRUZ, casados em comunhão geral, naturais da freguesia da Chã, deste concelho, onde residem no lugar de Castanheira, na Rua Principal, n.º 74, declararam:

Que são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na freguesia da Chã, concelho de Montalegre:

- Prédio rústico situado em CHÃO DE VILARINHO, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de três mil metros quadrados, a confrontar do norte com Bento Joaquim Dias, sul com Bento Dias, nascente com Teresa Amaro Dias e do poente com Ana Neves Dias Pereira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 7250.

Que o prédio está inscrito na atual matriz em nome de quem os justificantes o adquiriram e, apesar de pesquisas efetuadas, não foi possível obter o artigo matricial antes do ano mil novecentos e noventa e sete, encontrando-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e oitenta e seis, ano em que o adquiriram por doação meramente verbal de Maria José Mendes, viúva, residente que foi no mencionado lugar de Castanheira, já falecida.

Que desde essa data, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, cultivando-o e colhendo os seus frutos, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre, 23 de Fevereiro de 2016O 1.º Ajudante,(Ilegível)

Conta: Artigos: “ Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São vinte e três eurosRegistado sob o n.º 77

Notícias de Barroso, n.º 488, de 29 de Fevereiro de 2016

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29 de Fevereiro de 2016 11BarrosoNoticias de

Imagem Peregrina para Peregrinos

Já lá vai mais de meio ano que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima passou por Barroso. Foi um acontecimento memorável, como já o tinha sido em 1954, certamente que com outra participação e com outros números (estes pouco importam). Alguns cristãos não resistiram a fazer comparações, mas os tempos são completamente diferentes: em 1954, Barroso tinha mais de trinta mil pessoas, foi tudo centralizado na Vila de Montalegre, o fervor

por Fátima estava no seu auge, a vivência religiosa tinha outros predicados que hoje não tem. Sessenta e um ano depois, a realidade é outra: Barroso terá pouco mais de dez mil pessoas, a imagem peregrinou por vários centros e santuários, a vivência religiosa é difusa e frouxa.

Ainda assim, Barroso esteve à altura, mais uma vez, desta visita inesquecível e desta odisseia mariana por todas as terras de Portugal. Os pergaminhos de Barroso notaram-se: colaboração, entreajuda, hospitalidade, generosidade, respeito e piedade. Em todos os lugares por onde passou, Maria foi aclamada e acolhida por multidões, não havendo a menor dúvida de que Nossa Senhora tem grande devoção e continua a ter um lugar especial no coração do povo barrosão. E assim o merece, por tudo o que contribuiu para a salvação da humanidade. Por todas as dioceses por onde anda a peregrinar, está sempre a ser acolhida por multidões, que a

recebem com emoção, afeto e encanto.

Mas, nem tudo são rosas. Ainda continuo a digerir e a refletir sobre o significado desta visita às comunidades cristãs de lés a lés de Portugal. Duas perguntas persistem nas minhas lucubrações: porque é que estas multidões de cristãos não se veem ao Domingo? A devoção a Maria, reforçada com tantas aparições em vários países, não se estará a tornar em mariolatria sem Cristo?

Quanto à primeira pergunta, nunca me iludi, nem deixarei iludir por multidões de motivação religiosa, que, por norma, têm muito mais de folclore religioso do que de verdadeira fé. Jesus diz-nos isso sabiamente nos Evangelhos. E vai mal a Igreja se se deixa iludir também. A impressão que fica é que temos, em Portugal, uma grande maioria de cristãos que vive a sua fé de forma convicta, esclarecida e comprometida com Cristo e com a Igreja, mas não é verdade. A realidade da Igreja, atualmente, vê-se ao Domingo e

é bem diferente: a prática cristã é fraca, em muitas comunidades há grande absentismo, desistência cristã e indiferença, uma falta de compromisso gritante com os sacramentos e com a comunidade, na sociedade há uma clara falta de intervenção e militância católica, a doutrina da Igreja e a moral cristã já pouco importam para um bom número de ditos cristãos. O que eu esperava desta visita de Nossa Senhora às comunidades, e acho que é o seu melhor fruto, era que muitos cristãos indiferentes despertassem para uma vivência consistente e coerente da sua fé e se pusessem de novo a caminho com Cristo e para a comunidade, mas não vejo isso acontecer. Fica-se tudo, mais uma vez, na pobreza do sentimentalismo momentâneo e na instalação da frivolidade cristã.

Quanto à segunda pergunta, penso que com uma sobrevalorização das aparições marianas se pode cair no perigo da mariolatria. Em primeiro, convém lembrar que Maria

merece toda a devoção do povo de Deus, porque é mãe de Deus e mãe da Igreja, mas jamais deve ser adorada. Embora conduzida por Deus a um privilégio impar e a uma condição única, não deixa de ser uma mulher igual às outras mulheres. O que mais nos deve seduzir nela é forma admirável como se disponibilizou diante de Deus e se submeteu à sua vontade. Maria impõe-se pelo seu exemplo e não pelos seus poderes milagrosos, que nunca teve. Em segundo lugar, costuma-se dizer, e bem, que Maria é o melhor caminho para chegar a Cristo. Mas o que se vê, afinal, é que muitos cristãos não querem chegar a Cristo, mas simplesmente ficar em Maria, onde sempre poderão dar azo a uma vivência religiosa mais sentimental e protetora, ao sabor dos interesses e conveniências pessoais. Um culto mariano assim está errado. Sem compromisso com Cristo e com Igreja não tem sentido a devoção a Maria.

O Drama do Suicídio

Pe Vítor Pereira

BOTICASPresidentes do Alto Tâmega reuniram no Ministério da Saúde

O Presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, junto com os presidentes dos municípios de Chaves, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, esteve reunido, dia 24, no Ministério da Saúde, com o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e o Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, tendo como principal objetivo manifestar junto do Governo as preocupações da região do Alto Tâmega relativamente ao setor da saúde, sublinhando-se a necessidade de valorização do Hospital de Chaves, o Hospital de referência para o Alto Tâmega e que tem vindo a perder sucessivamente competências e especializações, em claro prejuízo da população, em detrimento do Hospital central de Vila Real.

Os autarcas manifestaram ainda a sua preocupação relativamente à situação da VMER (Viatura Médica de Emergência Rápida), já que existe apenas uma para uma grande área de abrangência (todo o Alto Tâmega, exceptuando uma parte do concelho de Vila Pouca de Aguiar), fazendo com que esteja indisponível grande parte do tempo. E a situação é ainda mais difícil já que a VMER faz muitas vezes transferências para o Hospital de Vila Real, o que leva a que

a sua indisponibilidade seja ainda mais prolongada.

Fernando Queiroga aproveitou ainda a ocasião para transmitir as suas preocupações relativamente ao Centro de Saúde de Boticas, concretamente com o facto de cerca de 1.300 utentes se encontrarem ainda a descoberto, sem médico de família, reiterando a necessidade de serem colocados mais clínicos naquela unidade de saúde e relembrando que o facto do concelho ter uma população envelhecida e com dificuldades de deslocação leva a que o número de atendimentos no Centro de Saúde de Boticas seja bastante elevado, quando comparado com o número de médicos daquela unidade. Como referência, o Presidente da Câmara informou que no decorrer do mês de janeiro último o Centro de Saúde registou uma média de 82 atendimentos por dia, perfazendo um total de 2485 atendimentos durante o mês.

Autarquia transfere 376 mil euros para as Freguesias

O Município de Boticas vai transferir para as freguesias uma verba de 376 mil euros destinada à requalificação de espaços públicos, ordenamento rural e urbano, do desenvolvimento de equipamentos de âmbito local e que preservem o património de cada freguesia.

Este apoio às freguesias

está previsto na lei e atesta que os Municípios, através dos seus órgãos, podem deliberar sobre as formas de apoio às freguesias no quadro da promoção e salvaguarda dos interesses próprios das populações.

A Câmara Municipal, depois de auscultadas as Juntas de Freguesia, deliberou, através de diferentes Acordos de Atribuição de Subsídios, a rubricar com as juntas de Freguesia, quais as obras a serem executadas em cada freguesia.

Após a deliberação e aprovação, por parte do executivo municipal, o Presidente da Câmara submeteu os acordos para serem aprovados na próxima Assembleia Municipal.

Boticas apresentou candidatura para projeto transfronteiriço

O Município de Boticas, em parceria com os municípios vizinhos de Montalegre e Vila Pouca de Aguiar, do lado português, e os concelhos de Monterrei, Cualedro, Oimbra e Laza, lado espanhol, entregaram uma candidatura conjunta designada por “Projeto para a organização do território de forma sustentável assente no valor dos recursos naturais e turísticos criando ferramentas que otimizem a oferta turística, a segurança e a criação de negócios – NO+SSO”.

A candidatura que terá um investimento a rondar os três milhões de euros, surge

no âmbito do Programa INTERREG V-A Espanha – Portugal (POCTEP) 2014-2010/NO+SSO e tem como principal objetivo o desenvolvimento de um produto turístico para o espaço territorial da Galiza-Norte de Portugal, criando uma oferta no setor do turismo de aventura com incidência na riqueza cultural, arquitetónica, histórica e gastronómica existente nas sete localidades envolvidas na candidatura.

A valorização do turismo, da cultura e do património natural irá, assim, assumir-se como instrumento estratégico para o desenvolvimento sustentável dos municípios envolvidos.

A candidatura a este programa conta ainda com a parceria da empresa Xenobert,

Turismo, Lda.

Autarquia apoiou recuperação de habitação que ardeu em Ardãos

A Câmara Municipal de Boticas atribuiu uma comparticipação financeira destinada a suportar parte das obras de recuperação de uma habitação que no passado dia 15 de novembro foi parcialmente consumida por um incêndio, em Ardãos.

Realizadas as obras, o Presidente da Câmara, Fernando Queiroga, entregou esta semana a comparticipação a Ramiro Rodrigues, proprietário da habitação destruída pelo incêndio.

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29 de Fevereiro de 201612 BarrosoNoticias de

O Fracasso da Feira do Fumeiro de MontalegreQuem a viu, quem a vê e quem a vai ver!

O turismo já não está acreditando na feira do fumeiro de Montalegre, daí o fracasso total que se registou nesta última feira. A quem se deve atribuir a culpa? Em primeiro lugar à administração da Autarquia que não ouviu o que eu lhe disse e escrevi. Em vez de levar os enchidos para a Alfandega do Porto, desviando assim o turismo para uma cidade que está superlutada de turistas, gastando tanto dinheiro sem sucesso, deveria apostar, sim, fortemente em Montalegre e nas suas aldeias, com esses mesmos eventos.

Em segundo lugar, fazer congressos informativos, com todos os produtores dos enchidos artesanais, para manter a qualidade do passado

e melhorar dentro do possível cada vez mais, no presente e no futuro.

Nos últimos tempos, têm existido muitas reclamações do Fumeiro de Montalegre porque uma grande maioria se esquece da qualidade em troca da quantidade e se esquece também, que para quantidades industriais, há a fábrica do Fumeiro de Barroso, de Chaves e de Ponte do Lima, que neste momento, enchem o mercado com boa qualidade e com muito bons preços.

Em terceiro lugar, é a gastronomia de Montalegre que deixa muito a desejar na sua qualidade e preços. A gastronomia de Montalegre precisa de levar outro abanão, igual ao que eu dei, no tempo que eu estava aí ligado ao turismo e à gastronomia em Montalegre. Para comer bem e barato sem dúvida é na cidade do Porto, porque em Montalegre, apesar de mais

caro, come-se o que não é de Montalegre e com muito fraca qualidade e fraca confecção.

Me perdoem o meu desabafo, mas escrevo tudo isto para alertar a quem de direito, construtivamente e com mágoa no coração porque adoro Montalegre, assim como o seu povo.

Abílio Carneiro – Goiaz – Brasil

… … ...

A EM 508 que liga à A24 e a EN que liga o concelho a Braga

“A ligação à A24,

Montalegre - Chaves, via Vilar de Perdizes, é efectivamente de extrema relevância pelos argumentos apresentados “...cuidados de saúde, relações comerciais e laborais entre outros” e

deverá ser concretizada o quanto antes. No entanto, não deverá ser “pensada” como uma alternativa à EN 103, ou na impossibilidade de requalificação de uma, optar pela retificação de outra.

Não sei se a questão da EN103 foi também foi “evocada”, se não foi, era uma boa oportunidade para ter sido”.

Paulo Jorge Delgado publicou em AMIGOS DA EN 103.

… … …

Trutas na Barragem dos Pisões

Parece que, este ano, vão colocar fruta, vacas mortas, lúcios e ou entulho nas barragens, para alimentar as trutas? Ora bem, a fruta é boa ideia, o lúcio não, que pode

comer e prejudicar a desova. Então e o lixo? que é uma vergonha para quem de direito fiscaliza.

Mais uma vez se chama a atenção da Câmara de Montalegre, para fiscalizar, principalmente, na Quinta do Diabo, porque até a truta está a emigrar e a barragem a ficar sem trutas. Como se nota, é o êxodo da população de Montalegre.

É urgente arregaçar as mangas e ir para o terreno enquanto é tempo e se deixarem de dar tanta importância às medalhas, condecorações, aparecer na comunicação social, com aquilo que não condiz com a realidade, etc. etc...

Salvem Montalegre e o seu povo. Montalegre merece outras referências.

In facebook

Cartas dos Leitores

O sol matinal saindo acobreado entre espessos nimbos aconselhava levar guarda-chuva e agasalhos. O vago objectivo era a Feira do Fumeiro de Cabeceiras de Basto.

No banco de trás iam dois viajantes de provecta idade. O também grisalho mas expedito condutor que parecia conhecer todas as dobras do caminho, desligou o GPS e entregou um mapa ao jovem universitário que seguia ao lado.

- Para irdes avaliando as distâncias; podes guardar o Smartphon e o Tablet e P.C. porque com o teu sentido estético vais preferir apreciar a paisagem.

Rumamos pelo São Caetano, sobre o planalto barrosão. Olhamos de perfil, contornando-o, o Castelo de Montalegre. No vale do Alto Cavado, até à Barragem de Sezelhe, os lençóis de água, ribeiros e cachoeirinhas, refulgiam por todo o lado.

Entre Sezelhe e Covelães, já dentro do Parque Nacional Peneda Gerês, sugeriu-se ir ver Tourém, aí tomar café e, na volta, ir dar uma olhadela nas fabulosas ruínas da velha Abadia de Santa Maria das

Júnias. Em Tourém, alguém lembrou que ali perto havia as ruínas do enigmático Castelo da Piconha. Logo um dos passageiros do banco traseiro atalhou:

- Ouve aí! Esse nome me lembra os melhores sabores dos meus tempos, no Brasil. É que eu, de ver pedra arqueológica, também gosto mas meu estômago agora me está pedindo que visite esse mesmo lombo de boi que aqui se chama posta barrosã.

A imaginação podia suprir a visita ao vetusto monumento, mas a curiosidade intelectual foi mais forte e, assim, lá demos uma rápida e encantatória visita às ruínas de Pitões, nesta altura magnificamente enquadradas pela surpreendente queda de água que lhe está próxima.

Reconhecemos também que este monumento milenar originalmente dependente do Convento de Oseira (Galiza), passou, cedo, a ser assento dos Templários e teve o seu auge, funcionalmente religioso, como convento de monjas Beneditinas. E depois como última designação de Santa Maria das Júnias, da Ordem de Cister que aí perdurou até ao cataclismo social “mata-

frades”, a meados do Sec. XIX. Hoje há ali bons vestígios de magnificas construções monásticas que justificam uma demorada visita.

E assim, dali a pouco, confortavelmente amesendados e de olhos espraiados sobre a albufeira dos Pisões, o imaginado Convento de Pitões das Júnias fez agradável acompanhamento ao rescendente naco de vitela barrosã.

Com o café surgiu a pressa de visitar o magnifico monumento de Refojos de Basto. Subimos ao Salto. Aqui uma breve paragem para uma olhadela no interessante lugar de Golas, a mirífica ribeirinha a montante da Borralha, num requebro, a nascente, da Serra da Cabreira, com uma veneranda e discreta ponte que embora mais pequena não desmerece da vizinha ponte da Misarela, no Rabagão.

Cabeceiras de Basto é um extenso concelho e foi grande comarca que tem sede na freguesia de Refojos de Basto, pequeno aglomerado que todavia tem um pelourinho e um mosteiro (com igreja, sacristia e uma sala de audiências, do Tribunal), declarados

monumento nacional.Era dia de festa e feira com

abundância das especialidades porcinas que se produzem na parte norte da região de Basto.

Refojos evoluiu desde há mais de mil anos, logo após a reconquista do território aos mouros, de cabeça da velha freguesia do Couto para o lugar de mosteiro/escola, cedo transformado em rica abadia cujos domínios fundiários abrangiam a parte mais fértil do adjacente rio do Ouro.

Este mosteiro Beneditino recebeu mercê do nosso primeiro rei D. Afonso Henriques, embora a sua existência como foco de difusão cultural seja pouco conhecida durante os seus primeiros três séculos, em que oscilou entre a obediência aos reis de Portugal por um lado, e os arcebispos de Braga e os senhoritos locais, por outro. Em finais do Sec. XV essas disputas resultaram num violento incêndio que em grande parte destruiu o edifício.

Vemo-lo depois, já reconstruído, na posse do infante D. Duarte. E em meados do Sec. XVI estava já ligado aos prelados Beneditinos de Valhadolid sob a influência dos quais atingiu o seu máximo

desenvolvimento e influência cultural.

Esta instituição passou então a desempenhar as funções de uma importante escola com numerosa frequência para estudos básicos e superiores. Intensamente relacionado também com o colégio de S. Bento de Coimbra do qual passou a ser tributário. Como instituição religiosa foi extinto em 1834 pelo maremoto antifradesco soprado pelo iconoclasta Joaquim António de Aguiar.

Estas vagas considerações históricas são-me evocadas, sempre e das muitas vezes que franqueio os umbrais deste antiquíssimo edifício. Nele se tem acolhido os vários serviços públicos do concelho - câmara, tribunal e serviços conexos de registos e notariado, finanças e instituições sociais - que mantêm a construção de pé.

E para mais não dá este relato. A extensão do passeio termina aqui porque os dias ainda são pequenos e também há que ir provar os anunciados petiscos que no seu ambiente natural sabem muito melhor.

M. Verdelho, advogado

CURRENTE CALAMO

Passeio Saborosamente Cultural ao Redor do Noroeste Transmontano

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29 de Fevereiro de 2016 13BarrosoNoticias de

Lita Moniz

Política municipal vista de fora

PAVONEIO NA COMUNICAÇÃO SOCIALFoi no passado dia 24 de

fevereiro. Ao ler o JN, dei pela imagem de Orlando Alves na rubrica Sobe & Desce (p. 2), que é uma espécie de rubrica dos heróis ou anti-heróis do dia. Nela o presidente surgia ao lado direito de Barack Obama, presidente da América, apresentando-se António Costa ao lado esquerdo do americano. Fiquei boquiaberto com o insólito da situação, até ao ridículo, e comentei para os meus “botões” que “não batia a bota com a perdigota”, que a imagem era ridícula e hiperbólica, que as pessoas gostam de se colocar em bicos de pés e pavonear-se na comunicação social.

Estes três heróis do dia surgiam por causas diferentes: António Costa por ter visto o orçamento aprovado, o qual, tal como o orçamento da CMM, é de difícil execução; Barack Obama por insistir em fechar a prisão de Guantanamo antes de terminar o segundo mandato, já que era uma antiga promessa eleitoral; e Orlando Alves por assumir “o risco de esmagar as contas da autarquia, para assegurar uma obra considerada estratégica para Montalegre”.

Na página 27, vinha a notícia completa ao longo de toda a página. O elemento épico-trágico estava por toda a parte: era a enormíssima “obra de 2,7

milhões” e que consumia parte do orçamento; era o “esmagar as contas” para poder pôr um piso novo; era o orçamento que tinha sido “esmifrado em mais de 1,5 milhões” e portanto não chegava; era a carência material que obriga a CMM a uma gestão rigorosíssima; era a “asfixia” da infeliz Câmara, tesa como um carapau; era a “atratividade muito grande” do território, mas que não tem acessibilidades. No final emergia a figura gigantesca do presidente; a figura frouxa e inerte de António Cabeleira, ali

posta em paralelo, só servia para elevar ainda mais a pessoa de Orlando Alves.

Quanto vale essa notícia convertida em dinheiro? Pelas minhas contas vale 5 milhões. Sim, 5 milhões. Se uma corrida na pista, sem ninguém a assitir, vale 1 milhão, só por ter surgido na internet uma pequena notícia, esta tem de valer pelo menos 5 milhões.

Temos aqui um exemplo claro de notícia manipuladora, suscitadora de erro e intencionalmente apologética da Câmara de Montalegre. É por isso que eu penso que este tipo de notícias laudatórias e sem contraditório são encomendadas e pagas. É o concluio entre câmaras e “media”: uns querem mamar, outros querem promoção e vai daí junta-se o que tem fome com o que tem vontade de comer, e o povo é que paga.

Qualquer notícia esclarecedora sobre a estrada

de Chaves deve ter em conta os seguintes elementos:

1) A Câmara de Montalegre, depois da meritória gestão do Dr. Joaquim Pires, nunca mais investiu numa estrada útil. É verdade que investiu cerca de um milhão de euros na estrada de Cabeceiras, mas essa fica fora do município de Montalegre.

2) A EN 103 foi sempre considerada a estrada prioritária

para tirar Montalegre do isolamento até há sensivelmente cinco anos. Depois, de um momento para o outro, passou a ser a estrada de Chaves (EM 508). Julgo que foi uma má opção, até porque não é a mesma coisa Montalegre associar-se com o município de Chaves e com os municípios dinâmicos do Minho.

3) Não é possível falar na estrada de Chaves sem falar na famosa ponte da Assureira, uma ponte no meio de um monte, a apodrecer, de 450 mil euros (e não de 200 mil como informa a CMM), que está a ser investigada pela PJ, e que foi o primeiro intento da câmara para ligar Montalegre a Chaves. Pelos vistos, vai mesmo apodrecer.

4) Não é possível falar na falta de dinheiro sem falar na estrada de 6,5 Km para o alto do Larouco, que não era prioritária. Esta estrada, que teve uma rapidíssima execução, tem 6,1 Km, mas no alto da serra alarga-se em várias faixas, tipo pista de aviação e pode perfeitamente servir como tal. Afinal, a obsessão da CMM em ter um aeroporto em Gralhas acabou por ser concretizado com a estrada do Larouco.

5) Não é possível falar na carência de dinheiro sem falar nos inúmeros investimentos da CMM que não têm retorno: pista automóvel, Sexta-feira 13,

feiras, provas desportivas, Volta a Portugal em Bicicleta, estágios, financiamento de futebol e de associações que não prestam contas, Ecomuseu, conluio da CMM com a imprensa…

6) Não é possível falar na estrada de Chaves sem falar nas inúmeras vezes em que se anunciou para breve a sua construção. Numa Assembleia em que eu participei, chegou a anunciar-se o lançamento do concurso. Portanto, a estrada já foi prometida várias vezes, a câmara já colheu os frutos da sua construção, já foi inaugurada, mas continua por fazer e toda esburacada. Por falar em buracos, notei em recente visita à aldeia que parte das estradas concelhias estão esburacadas e perigosas.

De facto, é possível gerir uma câmara e ganhar eleições sem nada fazer: basta ter a comunicação social do seu lado, colocar-se o autarca na galeria dos heróis, propagarem-se notícias épicas por todo o lado, ir às TVs, rádios, ter os jornais do seu lado, e assim se vai vivendo, não de obras mas de promessas que acabam por valer tanto como obra feita. Quem perde é o município e a pobre gente que o povoa. Confesso que tenho pena das nossas infelizes gentes.

MANUEL RAMOS

Vazio Contemporâneo

Ai que saudades do tempo

da minha aurora querida que se

desmanchou no ar.

Tudo era sólido: as verdades

eram absolutas, não havia

incertezas, era só seguir o manual.

Se não deu certo, a culpa nunca

era do manual, era de quem não

o seguia.

Este conceito não resistiu às

inseguranças, angústias, medos

gerados pelas transformações

deste momento histórico.O sociólogo polonês,

Zygmunt Bauman, radicado na Inglaterra, criou a metáfora “Mundo Líquido” para designar características que marcam este mundo novo sem forma, um mundo distinto do mundo em que fomos criados.

Os valores são fluídos, guardam já muito pouco dos restos daquele mundo sólido. Ninguém ouve ninguém, ninguém se preocupa em ler um bom livro até ao fim, lêem-se meia dúzia de páginas e de antemão já se imite uma opinião, somos individualistas.

Os valores são fluídos, tudo é questão de opinião. Entender o outro, ouvir o outro.

Que se dirá então de entender um texto, quando o leitor já de entrada rejeita o contexto, o assunto que está

sendo considerado?Este dilema vai além dos

bancos escolares, onde há imensas queixas de que o aluno não entende o texto proposto pelo professor, pelos livros didáticos. Segue pelos discursos proferidos nos templos religiosos, ser padre, ser pastor, ser dirigente de uma instituição religiosa está se tornando uma missão cada dia mais penosa.

Antes acontecia de o pregador, na ânsia de mostrar conhecimento, de se mostrar culto etc. Levava para o púlpito sermões por si só de difícil entendimento.

Aqui por se tratar de um artigo para o Notícias de Barroso vou contar um caso que se passou comigo. O Arcipreste Padre José Alves, não sei bem explicar, talvez por me ter na conta de boa aluna tanto na escola como na

catequese, um dia me perguntou: Lita, entendeste o que o pregador convidado para fazer o sermão do Sr. da Piedade daquele ano disse ali? Eu meio a medo, mas precisando falar a verdade disse:

- não entendi quase nada.Ao que ele me respondeu,

falando mais para si mesmo, joguei dinheiro fora...E jogou mesmo. Se ele tivesse feito o sermão, não gastava aquele dinheiro e quase todo mundo ia entender. Ele era um homem que ao falar e escrever optava pela linha reta. O discurso tinha que ser simples, claro, direto como a vida tinha que ser simples, às claras, em linha reta. Aqui estava um homem que caracterizava o mundo sólido.

O mesmo está acontecendo com as demais instituições sociais, por limitarem as escolhas individuais, por manterem

repetição de rotinas, padrões de comportamento, não se conseguem sustentar por muito tempo, é o sólido a se desmanchar no ar. A se dissolver antes que cristalize. O tempo que levaria para essa cristalização, para se moldarem e se fazerem padrão de comportamento não cabe mais na velocidade exigida no mundo contemporâneo.

Neste cenário surge uma nova configuração de indivíduos, pessoas voltadas para o consumismo, sem passado, para quem o futuro hoje já é.

Outra característica marcante além desta individualidade é a tristeza, a melancolia vista como defeito, é preciso ser feliz, temos que ser felizes, e se não somos, não faltam medicamentos para a cura da melancolia, da falta de alegria.

“É possível gerir uma câmara e ganhar eleições sem nada fazer: basta ter a comunicação social do seu lado, colocar-se o autarca na galeria dos heróis, propagarem-se notícias épicas por todo o lado, ir às TVs, rádios, ter os jornais do seu lado, e assim se vai vivendo, não de obras mas de promessas que acabam por valer tanto como obra feita”.

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29 de Fevereiro de 201614 BarrosoNoticias de

ANEDOTAS & CHISTES

Os enredos e as personagens são ficcionados. Os episódios são todos reais

(Extrato do livro: “Angola Noutros Tempos – por terras do Golungo e de Ambaquitas)

A CALDEIRADA

O Jaime Santiago era um comerciante astuto e muito brincalhão. Nas tertúlias costumava brincar dizendo que a carne de macaco era deliciosa. Um dos convivas dessas tertúlias, Joel Salvado, retorquia dizendo: «Oh Jaime, não fales nessa “merda” porque até me dá vomito!». Num certo dia, o Jaime organizou, lá em casa, uma caldeirada de cabrito e convidou três ou

quatro amigos entre os quais o Salvado. A patuscada estava ótima; comeram e beberam que se desunharam. Terminado o repasto, repito, caldeirada de cabrito, o Jaime disse para o criado: «Oh rapaz traz lá a bandeja que te mostrei antes do almoço». O empregado foi ao quintal e regressou com uma cabeça de macaco em cima da bandeja. Estupefação geral! «Gostaram? Perguntou o Jaime» De imediato veio a reação do Salvado: «Meu grande “sacana”! O que tu precisavas sei eu!» E, correu atrás do dito cujo que ia fugindo e rindo ao mesmo tempo.

O TARZAN

Aos sábados a sala do cinema enchia, no balcão as

pessoas gradas da terra, na plateia o povão. Naquele dia corria um filme sobre “Tarzan na Selva”. Numa cena em que ele regressava à sua cabana, um leão surgiu de trás de uma moita preparando-se para o atacar. Há um grande suspense, na sala quase se ouvia a respiração das pessoas, quando uma voz aflita se soltou: «Tarzan, Tarzan, olha na sua trás!». Nesse exato momento, o Tarzan voltou-se, sacou a faca de mato, deu o grito “à Tarzan” e pôs o leão em fuga. Ouviu-se a mesma voz, mas desta vez com um alívio eufórico: «Tarzan, eu lhavisei!».

A MACACADA

Havia um indivíduo, que

vivia numa fazenda perto da Vila, de olhar fugidio e uma expressão de quem se ria das pessoas. Quando vinha ao Golungo, às vezes trazia na caixa aberta de uma carrinha dois chimpanzés jovens. O macho vestido de homem, calça de xadrez e jaqueta azul e a fêmea vestida de mulher, saia amarela e blusa branca com flores de cor lilás. Os chimpanzés jovens são muito brincalhões e mantêm um laço de união muito forte, com a sua mãe, até aos cinco anos. O Josué Contreiras, assim se chamava o dono, dava sempre umas voltas pela Vila, em marcha lenta, para exibir os seus animais de estimação. As crianças, esfuziantes de alegria, corriam atrás do veículo e os mais velhos ficavam especados a admirar o espetáculo.

A CONTENDA

O Josué Contreiras gostava de desafiar três a quatro homens para medirem forças com o seu chimpanzé adulto. Pedia-lhes para se colocarem na ponta de uma corda e o chimpanzé na outra ponta, puxando cada qual para o seu lado. A certa altura da competição, o chimpanzé largava a corda e os homens estatelavam-se uns por cima dos outros. Gargalhada geral na assistência, enquanto o animal batia com as mãos no peito e arreganhava os beiços! «Eh, eh, como eles são fracos!» Seria assim o pensamento do chimpanzé?

Zemba,fevereiro de 2016Arthur do Larouco

[email protected]

De Angola p’ró Notícias de Barroso

Vai para dois meses que na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre se realizaram eleições para os respectivos orgãos, às quais se apresentou uma só lista que foi votada.

Contudo, as eleições foram impugnadas por três associados que, nos termos estatutários, se queixaram de manipulação dos Irmãos na elaboração da referida lista, de o primeiro membro da Mesa Administrativa, Fernando

Rodrigues, ser presidente da CERCIMONT, instituição de solidariedade social, o que, nos termos dos Estatutos, dá origem a incompatiblidade e ainda por ele ser presidente da secção local do partido socialista. Sublinhando ainda o caso de todos os componentes da lista e subscritores da mesma, salvo um ou dois, serem membros declarados e activos deste partido político, o que, a ser homologada a lista, radicalizava

e politizava a instituição.A Mesa da Assembleia Geral

não deu provimento ao recurso, o que levou os subscritores da impugnação a remeter esta à superior consideração do Senhor Bispo da Diocese, tal como estipulam os Estatutos.

O caso terá a superior avaliação do Tribunal Interdiocesano Vilarealense a que preside o Senhor BISPO da diocese de Vila Real, o que se aguarda com natural expectativa.

Plágio da Câmara de Montalegre

A notícia do plágio da Câmara de Montalegre deu que falar e pôs o Notícias de Barroso, mais uma vez, nas bocas de toda a gente. E não faltou quem procurasse, pessoalmente ou por outros meios, mais informação sobre as consequências que viriam a bater à porta do município.

Como é normal, a Câmara

do Porto que poderia participar o

caso ao Ministèrio Público, não

o fará e, portanto, a congénere

de Montalegre está a são e salvo

desse problema, no entanto, fica

neste executivo uma nódoa difícil

de apagar e que é a vergonha

dum procedimento infeliz que

não podia nem devia acontecer,

e logo em Montalegre.

Eleições da Misericórdia de Montalegre impugnadas

Nela existe uma pedra (Padieira), a qual, segundo um arqueólogo do Parque Nacional Peneda-Gerês é mais antiga que Portugal. Cerca de 70% dos terrenos agrícolas que possuía ficaram submersos pela represa de Paradela do Rio, corria o ano de 1959.

Mais, cerca de 10% dos restantes, três anos mais

tarde foram destruídos por uma descarga efetuada por um túnel integrante da dita barragem. Passa a ter energia elétrica, apenas 19 anos após a construção da referida barragem. Do mesmo modo, por imposição do mencionado Parque Nacional, passa anos sem estrada alcatroada…

Única aldeia com calçada à

antiga Portuguesa no concelho de Montalegre, sendo que, hoje, como sempre, metade da aldeia continua sem iluminação pública, talvez a energia que a dita barragem produz, faça falta para iluminar os parques fantasmas da vila.

Num local onde a principal rua pública (com cerca de 70 metros) está apertada, mas onde

o dono do terreno adjacente oferece o terreno e permite intervenção na corníje de uma corte, para melhoramento e alargamento da rua sem exigir qualquer indemnização, nem a Câmara Municipal nem a Junta de Freguesia têm verba para tal, cerca de 5.000 € (cinco mil euros).

Miserável e ridículo é ser

Português, uma vez que faz

fronteira com a Galiza, talvez

esteja na hora de iniciar um

Referendo para se ser Galego.

Políticos portugueses

mais parecem de passaporte

Chinese...!

MA

Sirvozelo

Pequena aldeia abandonada

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29 de Fevereiro de 2016 15BarrosoNoticias de

FUTEBOL

Campeonato Distrital da A.F. de Vila Real

19.ª Jornada, no Estádio Municipal de Santa Marta, de Santa Marta de Penaguião, Dia 21.02.2016

Santa Marta 1 MONTALEGRE 2

Equipa do CDC Montalegre:Ricardo; Leonel Costa,

Asprilla, Zé Luís e Zack; Vargas (Clayton 77), Zé Victor, Renteria(Roberto 81), Gabi (Marcos 88), Tiago Gomes e Badará.

Treinador: Zé Manuel ViageGolos: Renteria e Tiago

Gomes

Mais uma vitória da equipa barrosã por 1-2 que começou o jogo a vencer logo nos primeiros segundos da contenda. Excelente cruzamento de Zack e conclusão de Renteria.

O Santa Marta tentou chegar ao empate com Cocas que testa a atenção de Ricardo com um remate de longe e, depois, Armando que não consegue o desvio para a baliza barrosã.

O Montalegre, mais eficaz, faz o 0-2 numa jogada que termina com chapéu de Tiago Gomes, um grande golo antes do intervalo.

Na segunda parte, o Santa Marta denotou grandes dificuldades no aspecto ofensivo e o líder da prova foi sempre mais perigoso.

Em cima dos 90 minutos, António Pedro faz o golo de honra do santa Marta com um disparo forte e colocado. Vitória justa com arbitragem positiva…!

O Vilar de Perdizes ganhou ao Vila Pouca por 2 – 1 e consolidou o 2.º lugar, ainda que veja o Montalegre cada vez mais distante.

O GD de Salto perdeu em Vila Real com o Abambres por 4 – 1, o que já seria de esperar.

RESULTADOS

Abambres 4-1 SaltoSanta Marta 1-2 MontalegreAtei 2-1 VidagoValpaços 1-2 RéguaV Perdizes 2-1 Vila PoucaMurça 0-0 FontelasRibeira Pena 4-1 Mesão Frio

JORNADA 20

Nesta jornada, o Montalegre teve de adiar o jogo com o Abambres por causa do campo não estar em condições mínimas para a prática do futebol. A chuva e neve que caiu na sexta e sábado deixou o campo de jogo num lamaçal.

O GD de Salto recebeu o

Cerva e acabou por perder pela margem mínima.

O Vilar de Perdizes goleou o Fontelas por 7 – 2 em Fontelas. Os clubes do concelho de Montalegre estão a dar nas vistas neste campeonato. O domínio barrosão é notório, sendo de admitir a prestação menos boa do Grupo Desportivo de Salto porque é estreante nestas andanças e joga com “a prata da casa”, no que já tem muito mérito.

RESULTADOS

Régua 3-0 AteiSalto 0-1 CervaMontalegre ADI AbambresVidago 2-1 Santa MartaVila Pouca 3-2 ValpaçosFontelas 2-7 Vilar PerdizesMesão Frio 2-1 Murça

(CLASSIFICAÇÃO)

Juniores A Sub 19 - 2015/16

JORNADA 14

Constantim 1-6 Murça Vila Real 7-1 AlijoenseCumieira 3-8 AbambresValpaços 1-0 SabrosoFlaviense 15:30 Boticas

Penaguião 6-1 Sanfinense

Campeonato Futsal

JORNADA 14

Hóquei Flaviense 4-5 Vilar de PerdizesV Real e Benfica 6-3 Vila CastanheiraCarra. Montenegro 5-4 VilarandeloVila Pouca Aguiar 3-2 MurçaBoticas 4-1 Amigos de CervaBarqueiros 13-2 Salto

Juniores A Sub 19

JORNADA 21

V Perdizes 4-3 Alves RoçadasC. Montenegro ADI PenaguiãoHóquei Flaviense ADI A. Pereira (Chaves)Vila Pouca Aguiar ADI ValpaçosA. Abeira Douro 12-1 Vilarelho

Futsal Juniores B Sub 17

O Colmeia sagrou-se campeão com 9 vitórias em 12 jogos, 1 empate e duas derrotas, 74 golos marcados e 30 sofridos. Parabéns ao Colmeia!

DESPORTO

TEMPO QUE FOI E NÃO VOLTA Tempo que foi e não volta

Ária de sonho, ilusão

Batel cheio de esperança

Canções que andaram à solta

Na boca duma criança

Como imagens que se vão.

Tempo que foi e não volta

O tempo daquela idade

Em que num beijo materno

A juventude se solta

Num paraíso eterno

Quando regressa a saudade.

Cmts

Barro-Noticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected] http://omontalegrense.blogspot.comPropriedade: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), Francisco Laranjeira, João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Hélder Alvar, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo

Sentado, Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho, Ricardo Moura, Sérgio Mota e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 2.000 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

Classificação P J V E D GM GS DG A Colmeia 28 12 9 1 2 74 30 +44Alves Roçadas 25 12 8 1 3 76 26 +50A Pereira (Chaves) 23 12 7 2 3 55 41 +14F. de Magalhães 21 12 6 3 3 55 45 +10V. Real e Benfica 12 12 4 0 8 45 64 -19Johnson Januário 10 12 3 1 8 34 71 -37Valpaços Futsal 3 12 1 0 11 33 95 -6

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Homenagem a Bento da Cruz

Bento da Cruz ainda

viveu o suficiente para ver

comemorados, em 2013,

os seus cinquenta anos

de vida literária. E que

vida literária! Iniciou-se

em 1963, com o romance

Planalto em Chamas, e

prosseguiu ao longo de

cinco décadas, com uma

produção impressionante,

que compreende nada

menos de oito romances,

uma novela, três livros

de contos, dois livros de

crónicas e cinco livros de

ensaios e afins, além de

actividade jornalística vária.

(É certo que há também um

livrinho de poesia, de 1959,

mas é uma ‘carta fora do

baralho’, como se diz hoje,

de menos valor face ao resto

da produção e, de qualquer

modo, de um género

literário que Bento da Cruz

logo abandonaria, não o

reconhecendo como a sua

forma natural de expressão

artística.)

Recordo-me de ter

adquirido em Coimbra,

onde estudava em 1963, o

romance de estreia, Planalto

em chamas, que li com

avidez porque me levava a

terras trasmontanas — no

caso o Barroso, cenário

que Bento da Cruz nunca

mais abandonaria. Li-o — e

confesso: foi amor à primeira

vista por uma obra tão

exemplarmente talhada, em

carne e sangue, na realidade

humana de Barroso.

De Planalto em chamas

para cá, publicou Bento da

Cruz mais dezoito títulos:

onze de ficção, dois de

crónicas e cinco de ensaio

(histórico, biográfico,

etnográfico, sobretudo).

Algumas dessas obras são

verdadeiras obras-primas,

como O lobo guerrilheiro,

A loba e a muito recente

Fárria.

Em matéria de narrativa

(romance, novela, conto

— no fundo a vocação

maior de Bento da Cruz),

no panorama literário

trasmontano, só Camilo

Castelo Branco, Guedes

de Amorim, Domingos

Monteiro, João de Araújo

Correia e António Modesto

Navarro poderão responder

com uma obra ficcional tão

volumosa.

Mas números são

números ― dados puramente

quantitativos, que têm a

importância que têm. Pode-

se escrever imenso e ‘não

dar duas para a caixa’,

como diz o nosso povo.

Dá-se porém o caso de

que a qualidade da escrita

de Bento da Cruz corre

parelhas com a quantidade.

Aliás, os prémios literários

obtidos, de expressão

nacional e também galega,

confirmam isso mesmo. Para

além de um notável cronista,

atento e confiável, da vida

barrosã, Bento da Cruz é

um escritor de primeira

água, um poderoso criador

de histórias, personagens,

ambientes e situações. A

esse respeito, lembremos

uma feliz síntese da crítica

Fátima Maldonado:

«A capacidade ficcional

de Bento da Cruz é

assombrosa, lembra às vezes

a de Garcia Márquez.»

Apetece dizer: e lembra

a do próprio Camilo que

Bento da Cruz tanto admirou

e estudou. Lembremos que

Camilo dizia que não tinha

imaginação, mas apenas

memória — modo de dizer

que não criava as suas

histórias ab nihilo, mas

apenas recordava lances

testemunhados ao longo

da sua vida aventurosa.

De Bento da Cruz se pode

dizer outro tanto: há na sua

escrita uma tal verdade e

autenticidade que só pode

ser fruto da sua experiência

de vida nas serranias natais

de Barroso. Até aos 15 anos,

participou na labuta agrária

da família, foi à lenha, jogou

a rebindaima, guardou

vacas, entusiasmou-se

quando o boi de Peireses

‘podeu’ nas chegas,

conheceu contrabandistas

e outros figurões, padres

devassos, gente da fárria,

mendigos que dormiam

noites gélidas de Inverno

na quentura dos fornos do

povo. De tudo isso se fez

o lastro da sua ficção. Esta

mesma experiência de vida

é o motivo recorrente das

suas crónicas tão amenas,

tão verdadeiras.

Impressiona igualmente

em Bento da Cruz o ágil

e sábio manejo da língua

portuguesa, quer no registo

clássico, quer no registo

regional, no que toca à

sintaxe como no que toca

ao léxico. E também aqui

é tentador o paralelo com

Camilo, e também com

Aquilino Ribeiro, esse

outro gigante da literatura

portuguesa baseada na

ruralidade.

Tudo isso é de algum

modo confirmado pelo facto

de a Editorial Notícias, ter

aberto no seu catálogo um

espaço exclusivo chamado

‘Obras de Bento da Cruz’.

Não são muitos os escritores

que se podem gloriar de

uma tal distinção.

Gostaria de insistir neste

ponto: Bento da Cruz é um

grande e relevante vulto das

letras, não só trasmontanas,

como nacionais, que pede

meças a qualquer outro,

incluindo alguns que têm

por trás deles máquinas

editoriais poderosas a

promovê-los, às vezes muito

para além dos seus reais

méritos.

E gostaria de deixar isso

bem claro em Montalegre,

capital do mundo rural a

que Bento da Cruz pertence,

mundo em que se fez

gente, mundo que lhe deu

a sina de escritor, mundo

que foi sempre uma das

grandes paixões confessas

da sua vida, mundo que ele

celebrou como ninguém nos

seus livros.

Conheci Bento da Cruz aí

por 1977 ou 78, em Vila Real.

Foi-me então apresentado

por um amigo comum, o

poeta António Cabral. Mas

uma verdadeira relação de

amizade e camaradagem só

se estabeleceria mais tarde,

nos anos 80, no âmbito

das Jornadas Camilianas de

saudosa memória, em que

ele participou por várias

vezes como camiliano

convicto e informado que

era.

Vivendo longe um do

outro, escrevíamo-nos,

não propriamente com

frequência, mas com a

regularidade bastante para

irmos cultivando a nossa

amizade. A partir de certa

altura, as cartas (e mais tarde

os e-mails) começavam não

por ‘Caro Bento da Cruz’

ou ‘Caro Pires Cabral’,

mas, respectivamente, por

‘Caro Marinheiro’ e ‘Caro

Ceboleiro’. As razões deste

tratamento, que traduz já

uma fraternal cumplicidade,

são conhecidas. Dele, lera

eu em mais de uma obra

sua que ‘Marinheiro’ era

a alcunha (perfeitamente

assumida) da família. De

mim, sabia ele que nasci

na aldeia de Chacim,

Macedo de Cavaleiros, a

cujos naturais, segundo

o erudito Abade de Baçal

e a voz corrente entre as

gentes daqueles lados, cabe

o apodo de ‘Ceboleiros’ —

referência, sem dúvida, à

antiga e grande Feira das

Cebolas que ali se realiza a

cada 10 de Setembro.

Tive o grande gosto de

apresentar livros seus e o

gosto ainda maior de ver

livros meus apresentados

por ele. Oferecíamo-nos

livros com dedicatórias em

termos de grande afecto.

Havia entre nós, além da tal

cumplicidade, um sincero

apreço recíproco.

Fazem-me falta as cartas

de Bento da Cruz. Fazem-

me falta a sabedoria serena,

o sentido de humor, a

mestria literária de Bento da

Cruz. E mais falta farão eles,

acredito, às terras de Barroso

que o viram nascer e que

tiveram nele um cronista

de primeira água. Cronista,

disse eu. Não que seja a

crónica a sua forma natural

de expressão (embora seja

também um consumado

mestre no género: vejam-se

os saborosos apontamentos

dos Prolegómenos). Mas

porque os seus romances

valem por uma fotografia

de corpo inteiro de Barroso,

suas gentes, sua cultura,

sua história, sua paisagem,

sua fauna e flora, seu clima

agreste.

É que Bento da Cruz,

mesmo vivendo em

diáspora, nunca despiu a

pele de barrosão. De Barroso

recebeu tudo, e, em paga,

a Barroso tudo deu. Deu a

sua arte, o seu amor, a sua

gratidão de filho. E deu

também, na hora extrema, o

seu corpo — que repousa em

Peirezes desde 27 de Agosto

de 2015. Onde melhor?

O Grémio Literário

Vila-Realense teve nele

um grande amigo e um

colaborador sempre

disponível. Mesmo quando

já visivelmente fragilizado

pela idade, respondeu

sempre às chamadas que lhe

foram feitas (que ele — disse-

me um dia — graciosamente

tomava não como pedidos,

mas como ordens) e

desincumbiu-se sempre de

forma primorosa das tarefas

que lhe propusemos.

Amigos destes estimam-

se enquanto são vivos.

Assim o fizemos. E, quando

partem, guardam-se na

memória com o máximo

carinho de que sejamos

capazes. Assim o faremos.

António Pires Cabral

António M. Pires Cabral foi um dos oradores da sessão de Homenagem a Bento da Cruz. O seu testemunho justifica uma maior divulgação. Por isso, se transcreve na íntegra.